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logia consistente o que fugiria s dimenses do livro e
capacidade do autor. Mas nos pareceu que chegar ao Cristo
depois de uma viagem pelo Antigo Testamento joga uma luz
nova sobre a figura central dessa histria.
Para o leitor comum, a Bblia, a uma primeira aborda-
gem, pode ser difcil. Uma leitura dinmica como aqui se
prope talvez diminua essa dificuldade; e, nesse vol doiseau,
fica mais fcil enxergar a unidade do conjunto. Isso tambm
torna (esperamos) futuras leituras mais enriquecedoras.
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de Antigo Testamento, temos
O narrador bblico est
l e, de repente, como livros histricos como os de
se o cho lhe fugisse Esdras e Neemias que eles
debaixo dos ps e ele redigiram; podemos imaginar
comeasse a voar. os escribas de Davi narran-
do as histrias do grande rei;
podemos facilmente imaginar (mesmo sem conhecer o seu
nome) a figura do sbio judeu que escreveu o Eclesistico.
Muitas e muitas vezes sentimos essa presena humana
o suor que consequncia do esforo; a tenso de um
redator que est escrevendo algo inusitado.
Mas o que que faz a Bblia ser o que ela ? O fato
de, tanto quanto essa presena humana, sentirmos a ma-
nifestao, aqui e ali, de um sopro que o que, falta
de melhor termo, chamamos de inspirao (etimologi-
camente, a entrada do ar nos pulmes). O narrador
bblico est l uns com mais talento que outros cum-
prindo a sua vocao; e, de repente, como se o cho lhe
fugisse debaixo dos ps e ele comeasse a voar.
Um bom exemplo disso se encontra no comeo do
Evangelho de so Lucas um Evangelho mais pesquisa-
do, mais trabalhado que os de seus antecessores, Marcos
e Mateus. Lucas foi buscar os antecedentes da histria de