24 notícias do dia Grande Florianópolis sábado e domingo, 31 de julho e 1 de agosto de 2010
Economia
IMPAR 2010. Comércio tradicional é o mais procurado pelos consumidores de Santa Catarina
Rua é lugar de negócio certo
Danilo Duarte
redacao@noticiasdodia.com.br
Apesar de haver 20 shoppings
centers em Santa Catarina, a pre-
ferência dos consumidores ainda é
por fazer compras nas lojas de rua.
A cada dez pessoas, sete preferem
este tipo de estabelecimento e
apenas uma vai aos centros comer-
ciais. A informação é da pesquisa
IMPAR (Índices de Marcas e Prefe-
rência e Afinidade Regional), reali-
zada pela RIC Record em parceria
com o Ibope Inteligência.
Na avaliação do presidente da
Fecomércio (Federação do Comér-
cio de Santa Catarina), Bruno Brei-
thaupt, os dados são semelhantes
aos encontrados nas pesquisas de
intenção para compras, realizadas
pela entidade.
Pelas pesquisas da Fecomércio,
o índice médio de escolha pelos
shoppings centers é igual aos 13%
identificados pela pesquisa IMPAR.
“Mas é preciso observar que em
algumas regiões do Estado não há
shoppings centers, como no Oeste
e Meio Oeste”, lembra Bruno.
De acordo com a Abrasce (As-
sociação Brasileira de Shoppings
Centers), há 20 centros de compras
em Santa Catarina, que empregam
mais de 24 mil pessoas. A avaliação
de Breithaupt é que as lojas de rua
sentiram o reflexo da chegada de
shoppings centers com a diminui-
ção de público. “A cada inaugura-
ção destes centros comerciais, há
menos pessoas nas lojas de rua, o
que se reestabelece em alguns me-
ses”, avalia ele.
Somente lazer.
Mesmo assim, o maior mo-
vimento ainda é nas ruas. Quem
compara é o supervisor da rede
de lojas Cia. do Homem, Ronaldo
Ebbo Candeia. “As pessoas vão aos
shoppings em busca de lazer, prin-
cipalmente, e acabam compran-
do por comodidade. No entanto,
quando quer comprar, o consumi-
dor vai na loja de rua”, sentencia. A
empresa tem lojas tanto em shop-
pings quanto nas ruas. O valor mé-
dio das vendas é maior nos shop-
pings centers, em cerca de 10% a
15%, avalia.
As pessoas vão a
shoppings por lazer.
Quando querem comprar,
vão às lojas de rua.”
Ronaldo Ebbo Candeia,
supervisor da Cia. do Homem
No caminho. Segundo o IMPAR 2010, sete em cada dez pessoas prefere as lojas de rua, por ser mais acessível
Tânia. Horário estendido e opções
Ronaldo. Na Cia. do Homem, mais movimento na loja de rua
Tradição faz
fotos cristiano andujar/nd
a diferença
Na Capital, cerca de 2.400 em-
presas são associadas à Acif (Asso-
ciação Comercial e Industrial de
Florianópolis). Para o presidente da
entidade, Doreni Caramori, é a tra-
dição que ainda prevalece. “As pes-
soas estão muito mais habituadas a
comprar nas ruas por ser mais aces-
sível, por isto a preferência”, afirma.
Para o presidente da Fecomér-
cio, Bruno Breithaupt, a chegada dos
shoppings centers provocou outro
efeito colateral: o fortalecimento do
comércio de bairro. “Já que os sho-
ppings estão em pontos estratégicos
e de maior movimento na cidade, as
pequenas lojas se espalham para os
bairros, mais próximos do consumi-
dor”, explica.
Outros fatores avaliados por
Breithaupt para que os pequenos
comerciantes ainda sejam os prefe-
ridos pela maior parte dos consumi-
dores são a forma de atendimento
quase familiar e a qualificação na
forma de servir o cliente.
Compras aliadas a serviços “O pequeno lojista está perce-
bendo que ficar atento às neces-
sidades do consumidor e serví-lo
Para os consumidores, a pre- comércio externo. de uma forma mais qualificada faz
ferência pelas lojas instaladas nas Uma das explicações dadas pe- efeito no volume de vendas”, conclui
ruas e calçadões se explica pela faci- los consumidores é a crença de que o presidente.
lidade de acesso. “Os horários mais o preço dos produtos praticado em
estendidos e o conforto no estacio- shoppings centers é maior se com-
namento e em ter uma série de lojas parado com as lojas de rua, o que
próximas facilita”, justifica a funcio- nem sempre é verdade, explica o su-
nária pública Tânia de Olvieira, 51 pervisor da rede Cia do Homem.
anos, durante uma visita ao comér- Um dos consumidores a crer nis-
cio da Capital. to é o marceneiro Ricar-
Com uma gama de
opções maior nas ruas PREÇO BAIXO
do Freitas, 44. Ele afirma
que a escolha se dá pela
e a possibilidade de Consumidores possibilidade de encon-
encontrar mais servi- acreditam que trar preços menores nas
ços nas proximidades, em lojas de rua lojas de ruas e conta que
as pessoas pesquisadas o preço dos frequenta este tipo de
demonstram a prefe- produtos é menor estabelecimento duas a
rência de comprar no que em shopping três vezes por semana. Ricardo. Preços menores
CONSUMO
Hábitos de compra
Costuma fazer compras (%) De que forma costuma pagar? (%)
69 68
11
14
10
13 6
2
1
2
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0 10 20 30 40 50 60 70 80
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