Vous êtes sur la page 1sur 54
EEE EEE SESS SSSSSSSESELLGESTS i, ™ Fae sagen ORIENTACAO NAO-DIRETIVA na educagio, no aconselhamento e na psicoterapia FRANZ VICTOR RUDIO 2 edggo vie PetsSpolis, 1976: Ue Tee F TTS SLUTS © 1975, Eorrora Vozes Lipa. Brasil Rua Frel Luis, 100 / 25.600 Petrépolis, Ry —- INTRODUGAO oe te, gue agora org kanes como ponte eon‘, eloradn por ain'a in de sv de voevo pure a Aapas TeninsPacolrdpiese‘Aconsthamento Plopedéaten, ae Seatuane resectvarente no caros de ormagto de PaSlogo Orientagiio Educacional, ‘Como a0 ¥, & um etd despeenion, com fhaldades cas. satan, x Won acini dos suns, de outonpresore,éeamigon dedicados 20 mesmo ramo profissional e de outras pessoas que chegaram q {Saher os releridn opntaneto,acntrowe’ reves, anos ¢ fanforon mee Spomos que ete Tro posta cater ot coneian © pinos isco da ‘oenagt'no-ai,"esssron em enum imtoo Sinn peo everelao da aja psf, nan forman de sconoha- tno de pact cena cen I sare sm rnc a tetatvn dew eerever algo sobre aorta] aocafeva: Entors” ck porn ox seo tren fio, arcs Pieenadoren, etek prncon bane snc, ode x tale { ap ees den ae erent, vvenciton«miadoe aa alte Sonereta ie espera arava ae snpen edie etl doe femoe's nel Ge mar eto em patesmertor tein Attia, for exemnio, nse ein, vee Nose poe ela gun Elmpreendo'empate, extn i prente post eso ‘que ne peter da ngunat Hs pare presi seniegs, curving eeunente, Go a}uaepare quem dex} tna © ag ‘0 sentido da Teoria, ogee recone que o seu peanament em patado por um proceso de erica, Pu eiceia De in Puente sugere telat, pa’ 8 fmca, Ropes ‘ima torial que temo “ig para a Feurganzagio ot personage e para 0 conpotameno (140-1042). Na SSnunde coeltno-poctso pacteripen como ua Cerdaplagto a Congricnexiente eres imaen fe st gora formas do "holt" Sng experince (140-00) na ima, acenten © proco. da ‘Spence plo gun oslenie peat pcolrpla no 0 expert ‘'eam opin eaperncin. PPP ee ee Nao é objetivo deste veo, no entanto, fazer andlise historiea do ppensamento de Rogers. Assim, visendo apenas 0 que pode secvir pratica- mente para o exercicio da’ ajuda psicoldgica ndo-retiva, tentaremos apresentar as idéias que parecam mais iiteis, sem interesse’ de focalizar 2 época em que surgiramh ou de mostrar como as mesmas se desenvolveram. Sem divide, Rogers, além-de_criador, ¢ a mola mest. da orienta ee ea ee Gos pe a revis ‘e ampliado por pesquisa de Pagés, na introdugSo de sua obra sobre a Orienlagho nfo-dretiva, diz que no prelende fazer apenas uma exegese do pensamento. de Roge Mas, que, tendo-o como ponto de partida, intenta precisar algumas opc6 feéricas € metodoldgicas, baseado em suns rellextes e pesqulsas pesso E, pra igs, dever, “em certos cats, aastar-se do pensamento do prépra togers".** (0, anasto relerencial bisico deste nosso trabalho ¢ 0 pensamento de Rogers. Enretanto, inspirados no exemplo de Pagts, fentamos indagar 4 também 0. que a. nossa reflexfo ea nossa experiéneia pritiea podiam { oferecer. E, nas dimensdes Tnitadas que um estudo de divulgasto simples \ como 0 noiso permite, tentamos apresentar algumas contribulgGes pessoal. Ninguém desconhece a preferéncia de Rogers pela denominacko Psico- ferapia Centrada’ no. Cliente. Entre esta ¢. outras possivels,preterimos chamé-la, em nosso ‘trabalho, de orientagto nfo-dreiva. Nao’ porque sela vista por nés como melhor pare indicar o que a colsa é A expressfo sugere entre outros defltos, um abstencionismo que pode levar a uma série de equivocos, Entretanto, apesar de sua Inadequacao é, gegundo nos parece, a que mais se divulgou e fornou conhecida no Bras Por iltimo, o nosso esludo se refere propriamente & sjuia_psicolbaicn individaal, ow sels, a que so estabelece entre o terapeuia e um cliente, ‘Nio fol intenclo nossa refletir sobre a situalo de grupo, embora sabendo 4 grande importincia que esse enfoque assume alualmente. Mas 0 nosso Yrabatho. € Timitado. Uma opsfo devia ser fella. Temos dito para os ‘nossos. alunos — e estamos profundamente convencidos disso — ae (melhor melo de preparar a ‘eficécia de agir no. grupo & aprender a tratar bem as pessoas, individualmente, N&o fol esse o-caminho de Rogers? Queremos manifestar @ nossa gratidéo aos alunos ¢ aos clientes pela riqueza que nos tém cominieado através do seu ensino de vida. Queremos agradecer também a todos aqueles, amigos ¢ colegas, que pelos seus comentirios, sugestdes e diversas outras formas de colaboraglo’tornaram Possivel a reallzagio deste livro. © Autor ** Pagts, Lortentotion non-atreative... p. VI 6 SUMARIO | Introdugao, 5 CAPITULO 1/RELAGAO DE AJUDA B ORENTAGAO NAO-Dinerwva: 1. O que se entende por relagio de ajuda, 9 2..A idtia de relagio de ajuda na orientagho nfo-diretiva, 11 4 Conceltos bésicos da relagGo de ajuda, no enfoque nfo-disetivo, 19 o. sz Carte w/EqutIS No Uso D4 NkoyDutrmaDe: 1. “aconselhamento” no consiste em “dar consethos", 16 2, Austacla de direlividade € 0 mesmo que nfo-diretividade?, 10 3. Equivocos no modo de agit, 19 4.0 terapenta no-dieivo deve dar inioraoes ao cent? 20 (CaPiruLo mi/A ExPERENCIA DA ComuNtenGto CoNsIoa MEsMO: 1. Os conceitos de “organiemo” o “experiticia”, 2, Representago correta e incorrets, 25 3, Em que consiste a "boa comunicacéo consigo mesmo"2, 27 “ Capiruvo w/A LinsrpaDe Expenenciat: 1, O que faz a experitneia fiear “obstruida”? 30 2 Centro de avaliagio e desajustamento, 37 3. © conceito de “liberdade experiencia!”, 32 CaptruLo v/Parcer¢ko & QuanRO De REFERANCA INTERIOR: 1. 0 conceito de “percepslo”, 35 2. Percepgo e comportamento, 36 3. © “quadro de refertncia” na -mudanga de percepsio, 39 7 VUE GEES SSS SSIS SIG FLLLVLE CAPITULO W/“IMAGEM De St” B AsusTARiENTO: 1. © que é a “imagem de si”?, 42 | 2, Mudanga’na “Imagem de sl" © reajustamento pslcolégico, 44 . 9 artruto W/O HowEN Ea Buseck pA AUrENTICOADS: 1. O que & ser autentico?, 48 2. “Ouvirse @ si” — condigio ps ‘ser auténtico, 51 Cavtruvo vH/Visko OnitstA po SeR HUMANO: | 1. 8 necesirio acreditar no oxo, 56 } 2. A capacidade do ser humana de dligi'se a sl, 69 3.0 reapeito & pessoa humans, 60 Ccartroto 1/0 Cuma AFervo DA TerArA. Nko-DretvA: 1. © amor & unio © parihs, 64 2. A cficiela. do smor deshteresado, 60 Jr Cartrovo x/A Conarutnica NA Comunicacko Do TeRAPEUTA: i 1, O que é uma “comunicagto congruente”?, 70 BA congrutnsia do ferapeuta, 72 Cartruvo xAcaran = Conpaeennen 0 CLIENTE: 1. Acsitar para modifcar, 77 2. 0 camino da compreeasto € ds "dentro", 60 A tungio' da compreensto empdlic, 63 CCartrovo xI/A RespostA ConPREENSIVA COMO TecNIcA: 1. Apresetasfo de um caso, 86 2. A. respoata compreensira como “ténica’, 90 3. Comparagio entre respostas possivels. na terapia, 94 4. Um exercicio sobre as categorias de respostas, 85 Conc.usko 105 Obras Citadas 108 8 CAPITULO I Relacdo de Ajuda i ¢ Orientagao nao-diretiva 4. © que se entende por relacio de ajuda? ) IWAGINEMOS que alguém nos procure, interessado em pedir uma ajuda nossa a fim de encontrar solugéo para uma dificuldade ‘ou problema que no sabe como resolver adequadamente, ‘Chamemos a.essa situagto, descrita assim em termos gerals, com 0 nome de relardo de ajuda. Nela, duas pessoas interagem, comunicando-se mutuamente atra~ vase tina “conversa”, cujo assunto € um problema e a solucdo que ja_para_o_mesmo. ‘Trala-se, no entanto, de uma “conversa” diferente das comuns, onde existe um_abjetivo_a_ser, alingido (a compreensio e a solucéo do problema), em_que o assunto_é determinada (0 conteido do problema ea busca de uma solugao) ¢_os_individuos..desempenham.|papéis- especificas: ‘wy_procurando_ajuda- e_o owiro, prestando-o.auxilio_que_julga. convenient. Digamos, entio, qiie a relacio de ajuda_é.uma“conver urada. El estru estabelece com _o fim_de_se resolver um problema iculdade. Alguém busca ajuda, Outra pessoa 6 consi- ‘de prestar o_auxilio.que é_pedidaE,.para que isso acontega, os dois individuos interagem. Quando_a “conversa” possui_uma_estrutura.maisdelineada, estabelecendo-se, para.a.mesma, local e hora, aplicacio, de.métodos especificos, etc, casfuma-se denomind-la.com.o.nome.de entrevista, ‘A relagdo de ajuda surge, as vezes, como forma prépria de tra~ balho, caracteristica de certas atividades profissionais. B 0 caso do terapeuta, do orientador educacional, do assistente social, do sacer- dote, etc. Noutras ocasides, aparece como recurso itil de que langa mio o profissional, a fim de realizar um trabalho mais especifico. Assim, por exemplo, o médico, que “conversa” com o cliente no |, Intulto de fazer 0 diagnstico e dar orientagSes necessérias. Fora he et PSS SSPSPP PPP PPP Pree rrr ree eee eee do ambito profissional, & também usada como instrumento eficaz, | como por exemplo na missfo do pai para educar o filho. Pode, | ainda, ser estabelecida, de modo muito informal, por motives de | parentesco, atnizade ou mero conhecimento. I Desta maneira, portanto, a_expressio_relacdlo_de ajuda serve para_indicar_formas..de_interagdo_muito_diversificad | luma entrevista técnico-profissional_até_uma_conversa_simpl espontdnea_enfre amigos. E, nfo obstante, todas aparecem com | algumas caracteristicas comuns, assumidas, conforme 0 caso, com maior ou menor apuro, fazendo-as merecer,o mesmo nome de | relacdo de ajuda, Este trabalho, que estamos apresentando ao leltor, 6 uma tenta- tiva de mostrar a originalidade da relacdo de ajuda e as condi¢bes para a sua eficdcia, de acordo com o enfoque da orientagio ndo- | diretiva, Desta forma, as caracteristicas, de que acima falamos, {40 aparecendo progressivamente até o final do. nosso estudo. De fato, 0 nosso interesse estard limitado & faixa propria da | relagdo de ajuda, como parte integrante do exercicio profissionak ‘Assim, em nosso trabalho estaremos preocupados com as situacbes que devem ser criadas pelo psicoterapeuta, pelo psic6logo, pelo orientador educacional, pelo assistente social, pelo sacerdote, ete Fica, portanto, claro que, mesmo podendo ser aii eventualmente para outros casos, como por exemplo para a relacio pai e filo ‘ou entre amigos, no se dirige diretamente para eles o enfoque presente do nosso estudo, nosso trabalho deve naturalmente ser limitado. Por isso, como € evidente, néo podemos fazer aplicaco conereta e especitica dos assuntos a cada sotor particular de atividade profissional. Assim, fentaremos apresentar, de maneira simples ¢.introdutéria, os prin- ciplos fundamentals da orientacio nfo-diretiva. O leltor fard, de acordo com o set interesse profissional, as aplicagdes que julgar conveniente, Dimensionada pela_atividade_profissional, a relardo de ajuda Pode-assumir, conforme 0 caso, a forma de_aconselhamento_ow psicoterapia, Rogers diz que ha. uma eee aconselhiam trevistas acldentals e. super- ficlals. Reserva-se 9 segundo — psicoterapia — para_contatos nals e com duragho mal pofongada,weandet rear fa_persohalidade. dois fermos, um pelo outro, E isto porque 10 1 ee eee ee es ambos fazem referfncla ao mesmo método de base: uma série | de entrevistas diretas com um individuo procurando ajudé-lo a mudar suas atitudes e seu comportamento, Além disso, porque 6 impossivel distinguir, na pratica, uma psicoterapia bem feita e | proveitosa de um aconselhamento igualmente bem feito e pro- | veltoso. * Em nosso trabalho na faremos distingdo também entre os termos aconselhamento ¢ psicoterapia, a ndo ser que, em lugar opor sediga claramente o contrdrlo. Embora preferindo.o termo_psicote- rapla, 08 conceitos que.a seu. respejto_emitirmos_servirdo. também “aconselhamento, mantida a ressalva j4 feita. ionais que esto legalmente impedidos de fazer psicoterapia — como por exemplo os orientadores educa~ | cionais e assistentes’ socials — poleriam aproveitar as varidveis, que foram menclonadas: tratamento periférico dos casos e duragio curta da série de entrevistas, para se manterem no ambito de sua competéncia, De fato, entrar no campo de profundidade da reorganizago da personalidade, sem que para isso se tenha preparo suliciente (geralmente se exige menor preparo para quem faz aconselhamento » do que se exige para quem faz psicoterapia); é colocar em risco o cliente e levar o aconselhador a situagGes dificeis e embaragosas, que © amparo legal procura evitar, 2. A idéia da relacso de ajuila nna orlentagio ndo-diretiva Quando acima explicamos, de maneira simples e genérica, a relagdo de ajuda, incluimos, como idéia importante, o intento de resolver problemas. Convém dizer, agora, que essa idéia nfo ocupa o pri- meiro plano no enfoque da orientagio nao-diretiva, Na_telaso_de_ajuda_que.se_estabelece com o individuo, a creat akon. eee que also ee, 8a ¢ problema da pessoa, mas sobre a propria péssod. Ov, para ser malt exalo, sobs ne Vericimeieraetonth neo, maturdade + melhor funcionamento e maior capacidade para enfrentar a vida”.* Imaginemos que alguém venha nos pedir ajuda. Naturalmente ele comega apresentando uma dificuldade, que o preocupa. Nao devemos esquecer, porém, que o problema apresentado é expresso | de um trago existencial do individuo. Ao invés de ficarmos absor- f 1 ge Gounstng and Pry 3, Hoes ing and Payehotrapy, 9. 3, 4. mn Becoming 2 Person, it SS SSH SHH HEV ess IAAI IIFIIIIIIIISG vidos pelo esforgo de apenas compreender e resolver o problema, conhecer como sealmente.é, acet cesso_de devemos criar condigées favorévels para que o individuo alcance. yida e uele se inserindo, a_fim_de_ulizar..os_xecursos_pessoais, © significado que tem o problema para si mesmo, como sef-no- que as experiéncias. lhe oferecem,_para.transformagGes construlivas mundo. de altitudes ¢ comportamento, A apresentagao da dificuldade se torna, deste modo, uma opor- tunidade para o individuo revelar-se um pouco mais a si mesmo, te aie de ak errand hum proc de soeorae nso jee) individuo pode descobrir_o_que ele & realmente, suas potencialidadese_saber_como_empregé-las Compreender-se e aceitar-se, na orientagso nfio-diretiva, é conse- vane lo Pode dar _ot onstrut sncia de tum processo em que o individuo entra em comunicagzo sua vida e adquirir habilidade para resolver problemas — e.n&0 consigo mesmo, Enfatizando esta idéia, poderiamos tentar uma apenas. e” problema, Pode fazer. alguma coisa por si mesmo| efinicio para_a relacdo de ajuda, dizendo que, na orientagio ¢ aprender a ajustar-se mais adequadamente ao meio. nio-diretiva, ela consiste numa siluagio relacionat permissive, | "Na orientagao iretivé se que exisle em todo set criada e mantida pelo psicoterapeuta, na qual o cliente tem opor- | fhumano um processo natural e permanente de desenvolvimento, jynidade de fazer a experléncia de uma boa comunicagéo consigo onde o individuo esté em busca de sua auto-realizag8o, autonomla. mesmo para compreender-se melhor, entrar no process de con-( e alustamento. Quando estes resultados nfo sto alcangados € grudncia ou melhord-to, adguirindo atitudes e comportamentos mais lporque alguma ira_est4_impedindo.o. proceso. Desta manelra,’ construtivos, adequados e satisfatérios para si e para os outros, | 2 melhor forma de ajudar alguém & contar com a forga natural ¢ | Esta definigfo ser explicitada A medida que 0 nosso traballi permanente que ele j4 tem dentro de si. E criar condig6es favordvels, se for desenvolvendo e servird para orienté-I0 até o fim. [para que ele lierte o sett desenvolvimento, identificando e retirando tanto, dar agora um sentido bem sumario do s_obstaculos que o esto impedindo, indicat. Rogers considera a vida como “um proceso que flui, que se. “A comunicagdo consigo mesmo & vista como processo, no qual alferae onde nada esta fixado”.* 0 Individuo vai representando adequadamente na conscigacta tudo A vida & forga positiva’ que constrdi 0 individuo. Todos os que ele sente e percebe em si. recursos, dle que alguém precisa para o seu desenvolvimento,’ (“Para Rogers, todo o processo de desajustamento se deve a uma encontram-se nas experiéncias que ela oferece. Saber reconhecet: jisiha de comunicagao: o individuo deixou de comunicar-se bem eslas experiéncias e aproveité-las convenientemente € 0 mais funda-consigo e, em conseqiéncia, a sua comunicagéo com os outros ‘mental que cada um dispOe para alcangar sua propria realizap&o. ( ficou prejudicada. A psicoterapia serve para reconstruir 0 processo Nao _ajuda_a ninguém tentar viver uma vida que nfo & s@ a4, comunicativo. Seu objetivo € realizar “uma. boa comunicago no seein eo citar ser_o_que cle realmente & Sao desvios que trazem insafisfa-, inferior da pessoa e entre pessoas”... “A fungao da terapia gies © desajustamentos, impedindo a eficdcia pessoal e criando’ ¢ ajudar a pessoa a realizar, através de uma relaglo especial obstéculos para 0 progresso. “com o terapeuta, uma comunicago perfeita consigo mesma, Uma Na_orientacio ndo-diretiva, considera-se_que a base necessdrla vez que isso & efetuado, ela & capaz de comunicar-se mais livre para mudangas desejavels & si, aqul_e agora: | ¢ eficazmente com o3,ouiros”. Partir do que o individuo realmente é, os recursos atualmente| Q relacionamento..permissivo_& 0 elemento basico da situacao existentes podem ser descobertos, reconhecidos utiizados para psicoterdpica sob 0 ponto de vista do que o terapeuta necessita as mudangas necessdrlas numa dirego mais construtiva, fazer, Assim, poderlamos dizer que a_rélagido deajuda, no enfoque “ Acentua-se, hoje, o valor decisivo do fator relactonamiento para ko-direlivo, pretende dar_a0 indi qualquer tipo de psicoterapia, oe ‘Rogers, On Becoming «Perron, p. 2 18 UTED S STS SF TST Quando 0 individuo procura a psicoterapia, as experiéncias que geralmente possui de relacionamento so constrangedoras, no set- {ido de que deve renunciar ao que ele realmente é, vestir “méscaras” “fachadas” para agradar, pelo menos, as pessoas que Ihe so, siguificaivas, © relacionamento que o terapeuta ndo-diretivo estabelece no ¢ rio, distante, “profissional”. Mas & um contato de pessoa para pessoa, mum ciima afetivo, feito de bondade e responsabilidad, * O terapeuta tem para com o cliente consideragdo positiva incon | dicional e 0 individuo sente-se respeitado tal como &. O terapeula ‘he tem compreensdo empdtica © o cliente sente que ele € para ; sium “outro eu”, tendo as “mesmas” percepgies e os “mesmos” | sentimentos, fontes de compreensio verdadeira. Desta forma, o cliente pode ser congruent, ser-realmente-o-, que-é, sem necessidade de esconder-se atrés de “mascaras” ou | “fachadas”. | A permissividade consiste em criar uma situagio em que o cliente nio é julgado, nem avaliado, nem tratado como uma “coisa” ou um “caso”, Com as qualidades de relacionamento, referidas acima, o cliente” pode ter liberdade expertencial. Pode dizer — expressando com palavras, gestos e mimicas — tudo 0 que pensa e sente. E, desta forma, pode representar adequadamente suas experiéncias na conscigncia, analisando-as, avaliando-as para modificar a imagem» de si, quando isso se fizer neces Podendo representar corretamente suas experiéncias na cons- ciéncia, 0 individu possui percepgées adequadas de si c do mundo, Sem precisar recorrer a defesas, esta aberto ds experiéncias. E, desta forma, pode ajustar-se satistatoriamente, adaptando-se as siluagGes & medida que estas se modificam. Tendo aprendido, pela consideragéo que the tem o terapeuta, a ter consideracdo positiva para consigo, o individuo se torna, para sl mesmo, pessoa significativa, O centro de avaliagio estd em si e no no outro. Deste modo, ele confia no seit organismo, tornando-se critérlo para si mesmo. E, assim, déncia_ao desenvolvimento_pode.efstivar-se, de fato,_no_séntido .da_auto- ealizaeo, autonomia e maturidade’ Ele tem um funcionamento adequado, satisfatério para si e para os outros. Acabamos de apresentar, grifados, os termos fundamentals que complem 0 conceito de relacdo de ajuda, no enfoque nio-diretivo. Passaremos agora a explicitar o que eles indicam. 4 CAPITULO IT Equivocos no Uso da ndo-diretividade 1. © caconsethamentoy iio consiste emi «dar conséihosy ) (© priMeiRo equivoco pode surgir com o simples uso do termo |. aconsethamento. Alguém pode supor, baseado no aparente signi- ‘ficado vulgar da palavra, que aconselhamento consiste simplesmente ‘no “alo ou efeito de, dar_conselhos”. "Na verdade, os diciondrios da lingua portuguesa comumente ram: conselho (“parecer ott opiniao que se emit, juizo, aviso, , consetheiro (“o que da conselho”), aconselhar (“dar con- selhos, persuadir, etc.”), aconselhdvel ("que se pode ou deve | aconselhar”), aconselhador (“aquele que aconselha, conselheiro”), aconsethado (“que recebeu consellio”), ele, Entretanto, nao se encontra com a mesma facilidade a palavra aconsethamento, Esta, no sentido que € por ii6s usada, aparece, ina verdade, como neologismo, tendo conotagdes bem especificas no campo da Psicologia, ‘No enfoque ndo-direlivo, 0 aconselhamento pode ser definido nos mesmos termos usados, tials acima, para explicar 0 que & relagdo de ajuda. O aconsethamento € realmente forma.de_relagio de_ajuda, onde a “conversa” é estruturada_como.entrevista,_se- | guindo_o método proprio da_orientago, ndo-diretiva, em nosso caso, epee ees 7°© hidbito téo costumeiro de “dar om-0-método_ndo-diretivo,__—— Aquele que d4 conselhos elabora, de uma s6 vez ou de modo progressive, com maior ou menor participaggo do aconselhando, 0 que este deve pensar, sentir ou fazer diante de acontecimentos, coisas e pessoas, Em illima andlise, o conselho € preparado pelo proprio conselheiro, que ja 0 entrega pronto, “acabado”, ao acon- sellando, Na verdade, a participagio deste ‘consiste ent aceitar 0 15 io se coaduna”) | EERE PSST ITT eee eee ee eee ee | conselho, modifieé-to ou recusé-1o, Mas geralmente a expectativa’ gjcetividade. Qualquer que fosse seu método ou escola, ele se € apenas que ele colabére no sentido de executé-lo. | Geclarava em oposic&o a idéla de dirigir o cliente ou paciente”.* Curran faz notar que o habito de dar conselhos se baseia, Gostariamos, aqui, de fazer uma distingao. Pode ser que alguns ) no falso suposto de que serve para o aconselhando 0 que também erapeuias diretivos no aceitem que o sejam, mas nem por isso | serve para o conselheiro. De falo, o conselho & comumente iniciado, se dizem “rogerianos”. Parece, no entanto, que 0 equivoco se | } por formas iguais ou semelhantes as seguintes: “se ett fossejestabelece se, adotando um método proprio, pessoal, por nio voc®...”, “se eu estivesse no seu lugar...”, serem diretivos.afirmam logo que so “rogerianos”. E dizem: Ora, o autor diz que a dificuldade de dar conselhos nasce|'“de cero modo, eu também sou ndo-diretivo...” ou “em parle a i justamente dai: eu nunca serei o outro e jamais estarei no seul minha orientagao € ndo-diretiva...” ou “eu também sigo Rogers...”, } lugar. Assim, o que serve para mim fo serve para ele.* jel i Depois desta citagio, acrescentemos agora o que é evidente: Evidentemente qualquer um pode escolher a orientagto que Ihe inguin vat ehsmar de’ nfo-iretivo num procedento ge, lem) pret eer. Eelam, a expresso: ndaictdade inde, de dar conselhos, impte autoritariamente 0 que pensa e quer, 2) de modo restrito, embora inadequato, um_quadro, de_referéncia i © caso, por exemplo, de alguém que obriga 0 outro a fazer (ou| we fem por base 0 pensamento. de Carl Rogers. Assim, niio_se i nfo fazer) isso ou aquilo. pode Identificar_qualquer_auséncia de. diretividade. como. sendo i Assim, pelo menos nas coisas que ordenamos ou proibimos nio!! podemos ser considerados néo-diretivos. A orienta " logia, designa_um_pensamento_sistematizado, Alguinas vezes, podemos talvez, sem agiraulortaramente,tentar eer de Personalidadee, ouira, de. Paicoterapia, muluamente © controle da escolla do individuo através de sugestOes © per~)complementares. stiasdes. Procedemos_como_se_ele_tivesse_a_liberdade de_optat.’, rocecemnee a | Trata-se de um pens: 0 que possui um méfodo peculiar, em Mas, de fato, baseados freqtientemente na suposigio, explicita tong do qual sao feitos estudos, experiéncias e pesquisas. E uma | ou implicita, de sabermos o que € melhor para ele, ultilizamos uma; cishoragio séria e sestritiva, que ndo pode estar sujeifa a “inven- série. de_meios, capazes de faz6-lo chegar “por.si mesmo” 88 /creq" aleatérias, O método, originariamente aplicado ao processo Sonclusies que previamente determinamos. jpsicoter4pico, foi conhecendo, progressivamenté, sua extensio a | “Estés comportamentos so incompativeis com a nfio-diretividade. ‘outros setores do relacionamento humano como o educacional, 5 Por melhores que sejam as nossas intengGes e o desejo de ajudar! familiar, industrial, etc. © outro, no devemos tirar-the a poceibilidade de optar (quando, A quséncia da diretividade — usando a expressfv para diferenci Ihe obrigamos a fazer algo), nem manipular suas opgGes (quando) a de ndo-diretividade — pode se apresentar de manciras. muito persuadimos ou sugerimos), nem elaboré-las, no lugar dele (quando |diversificadas. Mas é no sentido que a tomamos, uma opinigio 0 ‘A orientogio ndo-diretiva, consagrada universalmente pela Psico- Ihe damos conselhos). pessoal, podendo surgir de mutitas formas: desde um estudo mais~ Estes diversos procedimentos so considerados pela néo-direti-/rigoroso_até como resultado de um conhecimento nao i vidade como falta de respeito ao ser humano. ‘Pode aparecer como fruto da do ou ser mi \ {sem rigor cientifico, para solucionar empiricamente situag6es que re al ;precisam ser resolvidas, ~ \2. Auséncia de diteividade & o mesmo) AS vezes, afitma-se_que_o_terapeuta, ndo-diretivo deve ser “S--—. que nilo-diretividade? 7 Jespontdneo. et ee & certo que a espontaneidade é um dos elementos mais funda- Kinget diz: “de todos os terapeutas, com os quais tive .ocasifio|mentais do pensamento rogeriano, oposta a um procedimento de conversar, nenhum jamais se declarou partidario da idéia da 'rigido, formal, técnico e académico. Mas nao se deve confundi-la | cereal re hieraarla] emcees a 1 Rogers et Kinget, Payehothdraple et Relalos, p. 25. 16 wv ee ol UTE ESTE FETT LI / com uma impulsividade primitiva, bruta, “selvagem”, que dispensi, {qualquer trabalho ou esforgo em nome da prépria espontaneidade: Uma vez, um aluno nos dizia: “na orientagdo nfo-diretiva| yejamos, agora, alguns exemplos praticos de equivocos que podem 1 espontaneidade tudo resolve...”. Outro colega perguntou-tht aparecer no modo de agir do terapeuta: om ae ei Pore colcoram na Faclede ung, A, 2 Posie ef teanosexcutado alum dar: “Profi disiplina para aprendermos e pratlcarmos a Psicolerapia Centrady® Oremlasao sdo-lretiva. Assit, delxo o cliente falar. Eu somente nl a Pa ‘vou ouvindo o que ele diz. Acompanho-o com o meu siléncio, no Cliente? Bastaria que nos dissessem: sejam espontineos..|"° o\interromper e sem me intrometer no que ele diz", e nfo precisava tanta coisa”. "Ora, esse modo de agir, claramente indiferente ou, pelo menos, Observando uma sesso praticada por um terapeuta experi muito proximo da indiferenga, nfo pertence orientagio nio- mentado, talvez fiquemos impressionados com 0 modo se DA a impressdo que o terapeuta é apenas conivente ou livre com que ele age. ftolerante. De certa maneira, parece mais um observador que “as- Essas qualidades, no entanto, certamente manifestam o graisiste”. Possivelmente, esse modo de agir faz surgir no cliente de congruéncia que ele possui e que, para ser alcancado, exigijum sentimento de frustraco, dando-the a idéia de que esté a reorganizacio de sua personalidade, A seguranga que ele demot Hazendo_um_mondlogo.— ira € possivelmente resultado de estudo, reflextio e tirocinio. Assin,, Masa terapia & didlogo. E_o néo-diretivo.nfo.¢ apenas um a naturalidade lhe € permitida pelas experiéncias que ja passou (observador. contrarlo, & participante. Como participa, direitios 1 ga ne send ania spate me eta ae : i i a orientacae® P la aventura péicoterdpica, & um eon e aa ae iaiag de adgpiar.a tengempamelro que parcpa plenamente, enbora tena wm modo @ priliea 20 seu modo pessoal de ser. Essa adapiagfo 6 necessarig™"® eePeclal de partcipar, © importante, E fundamental que o terapeuta rogeriano seja, anteyB-Pode ser que alguém se julgue nfo-diretivo, apenas porque de tudo, ele mesmo. Ou, dizendo melhor, o terapeuta de falijepete maquinalmente as frases que o cliente pnuncia, Vejamos _-sogeriano, na medida que ele puder ser ele mesmo, “un exemplo imaginério deste procedimento: Néo estamos falando de ecletismo, mas de adaptagdo, em que «,, © (cen) — Vim procurar 0 senkor porque tento um problema para individuo, mantendo-se na orientago que segue, procura ajusti-hf*le. or validade ¢ [ain moa Genin eg Parc al validade € "gies... Sabe, tenho muita dieuidade com 0 me pal ; T — Voct tem mutt fe com 0 CConsideramos o eeletismo tomo senio um desvio da orientagSa’ ¢ — Tento, memo. flew me presen © individuo nega ou modifica uma parte dela, substituindo-a «| T— voce se preoeupa porgue tem difleidade com 0 seu pal. compondo-a com parte que no Ihe perience. C— 2... O pior & que nde sel como resolver esta difeutdade, B certo que o terapenta pode ser eclético e freqllentemente| T—O pior é que voce nio sabe como resolver essa dlfcudade... \ segue esta diego, Evidentemente, isso exige bastante discerni. C— Néo sel mesmo... (litt). \mento tanto para se saber 0 que negar ou modificar e por que 7 — (elléncio) ~‘negar ou modificar como também para se saber com exatidio ¢ 7 ‘ . | madra de ubsttulr ou modifier, Assi, nfo se pode leva ‘yajce, ‘eit Podesianos continua interminavelmente ease ddlogo sério uma pessoa que se diz eclética apenas para justiticar tthue a aaua conus” ees Permanecem mum ping-pong procedimento contuso, originado do desconhecimento ot de Um!" 4 reiteagdo (ou rellexko simples) — repetir 0 que & dito pelo T (terapeuta) — Voce veio me procurar para resolver um problema... teorla e prética mal assimiladas. Yisnte — ¢ uma forma de resposta que o terapeita ndo-diretivo | 8 19 rr : Pattee pater nse tape or be tomate ee eee ee eee eee ee eee ee ee ee ee ee entrevista em ie como. para.o_ferapsuta. i ‘transforma fadora tanto pa i ‘A “reiteragao” do do cliente e criar sentimentos de incompreensao entre ele € terapeuta, aumentando a ansiedade de ambos. Poderiamos talvez distinguir os siléncios “estéreis” dos “fecur ‘iltimos, closos que os primelros, os “estéreis”, nfo devem ser mantidos nei alimentados pelo prOprio siléncio do terapeuta. C. Vamos retornar a um assuinto que jé falamos. Nao se de } supor que a oflentagio néo-diretiva seja apenas um. cami artificioso de se levar o cliente, através da sugestio ou persuasi sem que ele perceba que | objetivos, preestabelecidos pelo ‘erapeuta, saber o fim e as solugdes a serem atingidas. Ele realmente jf sabe e espera. melhores que sejam as intengBes com que se engana. +" 0 terapeuta ndo-diretivo & de fato,um acompanhante, -<' panhelro de jornada. Deve criar_condigies.favorévels para. pois, durante a entrevista, a sta tinica refertncia € 0 prov que se desenvolve no quadro interior do cliente. 4, © terapeuta nfio-diretivo deve dar | informagies 20 cliente? SupGe-se, com freqiiéncia, que um melo eficaz de se prestar aj “na terapia, & de explicar a0 cliente a sua propria conduta. Ass i i i 20 i utiliza com freqdéncia. Entretanto, proceder como se ela consistisst! i simplesmente numa repetigo maquinal do que foi expressadk) ead iléncio, ou seja, “repetit” o siléncio do client 3 até que cle o rompa, pode se tornar tum refigio para as frustragtq, NX She diz 0 que deve pens: } < sabe. Sua atltude niio & de mera estratégia. Nao se trata ‘soment: i Ge se manifestar exteriormente um desconhecimento que nao exist Aqui, segundo parece, aj vvisando fazer o cliente encontrar por si mesmo 0 que o terapeut ‘Nada mais contra a nfo-diretividade — cif; 0 autor fala em atividades_e fundamento € a congruéncia — do que enganar o cliente, pf \ cliente descobrir.o caminhia e percorré-lo por si. Mas, realment! ‘0 ferapéuta s6 descobre e caminka 4 medida que o cliente 0 ta «| procura-se informé-lo, dando-thes as raz6es pslcol6gicas, ge desta ou daquela manera. eae procedimento & adequado para a orlentacko diretiva. Mas ou irritante ou fcuy, mento & ade ar ltuacio_sidleula ot " g enfoque rogeriano no costuma utilizar os conhecimentos, obtidos lina Teoria, para ensinar, explicar, interpretar e dirigit 0 cliente. sentir e agir para melhorar. De fato, o tfapeuta ndo-diretivo est& interessado em deixar 0 lente fazer a experiéncla, a fim de aprender por si: o cliente & quem deve fazer a5 suas préprias descobertas, seguir o seu préprio ‘camino e encontrar as solugGes que the parecam mais adequades, 4 dos”. A experigncia do terapeuta levaré a discrimind-los. icccengy 7 2 open do rents erat soe moe mae pa etait) em que o Ino, or oh tunea © a rapidez e eficdcia do processo psicoterdpico. Enquanti| za . i Entretanto, isso no significa que o terapeuta nfo possa respon * der nenhuma’ pergunta, que o cliente the faca. Se ele:pergunta, por \jexemplo: “Voce & psiquiatra?”, nfo tem sentido encaminhar a J entrevista para que ele encontre a resposta por si mesmo. Assim, se 0 tratamento for felto por um psic6logo, este responder com { simplicidade: “NAo sou psiquiatra, sou psicdlogo clinico". Sko eee ee eveor, para aleanga,perguntas respostas que 6 indietamente afetam o processo " psicoterépico (se que o afetam). ‘Mas como agir quando a pergunta parece interferir diretamente °O terapeuta nfo-diretivo nfo adota apenas @ apardncia de ti oss maidutico? Deve-se dar ot nfo a informaco (ou fexplicacdo) que € pedida? - : jjuda_mutto uma distinggo feita por informantes ¢ atividades estruturantes. ides estruturantes 0 proced- {mento do terapeuta de subsiitulr o cliente na elaboracka de campo de experitncia. Isso acontece quando o terapeuta determina jPagés entre atividades tum con Para.o cliente quais os, acontecimentos que este deve juigar como signficativos, que valores deve dar as coisas, que objetivos devem ser alcancados, qué méfodos devem ser utilizados, ete. : ‘As atividades informantes so intervencdes do terapeuta, ort fadas para o mero esclarecimento do cliente, a fim de que este possa utilizar 0 informe para efetuar, ele mesmo, a atividade estrutarante.* ~ |) O terapeuta_nfo-diretivo néo_usa_ativida a ser_feitas pelo. cliente. Mas, para ajudar a uma boa wando. for feomunicagso do cliente consigo mesmo, pode Interv com atividades informantes. SEE EE EEE SESE SS SS SIFFS IFIIIIIIGG ~ Assim, nem de longe pode-se imaginar 0 momento da entrevisti Tr Eis o trecho de uma entrevista, felta com um aluno, para nop Dlembra que o termo directo sugere a idéia de orientaco, contar sua experiéncia de terapeuta ao praticar uma sesso didatica last Binge Damis Enquanto diceivo. implica. consel de! stato dl eStestivon response de falerrdons 2» ofa todo € afo-diretivo, mas nfo & sem one Ee ee caeeraae ra Iembra que 0 método 6 ndo-diretivo, mas 1 re (ae hae genre ieee anc Bees ado dar divetlvas nfo & a mesma colsa que nfo fer vo “Me loragde teats vod dese eocupade: ter dado mas oeao: “toda a situagio psicoterdpica esta impregnada de diregao — Deica, sim... cel que no devla ser asin. Mas fiquet xj — isto & de significagto orlentada — por mais nfo-diretiva que repethdo o gee'o etic dan. ‘Nao fol reteropton.."O, gue'¢ raga a altude do terapeuta”. terapio? ‘A, propria resposta compreensiva, dada pelo terapeuta nfo- Py — 8 repetir com as mesmas palavras aqullo que o cllente expressotlairetivo, ajuda o cliente a descobrir uma orientagdo para a entre- ft — Vocé acha que eu reiterei muito? ea manter-se nos significados, que Ihe sio apresentados, — Bald al uma boa pergunta: serd que voct reterou muito? a fim de exploré-los. a — Reiterel, sim... Foi ab 0 que fiz... ele. Neste exemplo muito simples, 0 aluno pede diretamente uma explicaglo em Ag (no interessa saber com que intengfo elé ¢ pede). O professor d4 com clareza, em Pa, a informagio pedida, Em Ag, 0 aluno pede outra informacao. Mas 0 professor apena} reitera a pergunta (Ps) porque se a tivesse respondido estaria avallando uma experiencia, dando-the um significado, que 56 9 aluno deve fazer. No primeiro caso (Ps) 0 professor interfere com uma atvidads " informante. No segundo, se tivesse respondido, estaria realizandi ‘uma atlvidade estruturante. “0 terapeuta nfo deve transformar suas atividades informantes, fem respostas demoradas e sobretudo didaticas. A situagio de terapla nfio & situaco de aula nem de ensino, O importante nie € a informacdo que se dé, mas a possibilidade do cliente apro! veité-la convenientemente para realizar sua atividade estruturante ‘como se fosse uma ocasiéo de “pergunte e responderemos”. Alls, 0 melhor modo de exercer a atividade informante nfo, é explicando alguma coisa ao cliente. Isso, na medida do possivel, deve ser evitado, O mais adequado é informar o cliente a respeite) de'si mesmo, refletindo, através de respostas compreensivas, 0 que ele de fato j& expressou. Para concluir este capitulo, vale a pena fazer uma répida dis: ‘inglo entre direcdo e diretividade. Pre een pe mmnretnte lemme erates 22, ' 23 EE ETT TTT EEUU OS A Experiéncia da Comunicacéo CAPITULO IIT i Consigo Mesmo | ' 8 conceltos de «dtga ede _cexpertnin) 1 PARA se compreender melhor a ideia da comuntcagto do inn consigo mesmo convém lembrar o significado que assimem algun termos no contexto da orienta¢o néo-ciretiva, Organismo indica o préprio individuo, enquanto 6 totatidad, Jsicossomatica fem interacko com o meio. “Organismico” & 0 qul pertence ao organismo. Assim, por exemplo, .o_comportamento |, expresso do individuo total, € uma propriedade “organlsmica’, i Baa irculaco do sangue € algo que perience apenas ao core uma_propriedade “organica”. ra fermo experiéncla serve para indicar 0 que se passa i jorganismo num determinado momento, isto é o que o individ <8, ouve, sente, recorda, ele. e que pote ser representado adequal damente na consciéncia. Diante da experiéncia, o organismo reag) | como totalidade organizada: no sfo os meus olhos que vém, 8 | ew. que vejo. Pertence essencialmente ao conceito de experléncia a idéia poder ser representada adequadamente.na conscitncia. Desta forri as {raneformag6es blogulmieas por que passam os alimentos, depolr de serem ingeridos, no podem ser representadas na consciéncis Assim, no s%o chamadas com o nome de experiéncia | Imaginemos, agora, minha visita a uma livraria. Na estantl sobre assuntos psicoldgices, havia tum livro “que no momento me interessava. Vi, mas nfo “repa nfo a representel adequadamente nia consciénca. Voltando para casa, comego a escrever um trabalho. Consultand meus apoatamentos, vejo a indicaggo de uma obra, muito “4 fs fante para o tema que estou tratando, Enfao, de repente et ‘“lembro” que o livro & “aquele” da estante da livrara. Tive a experiéncia, mij 1 Dizemos que, neste caso, a expériéncia estava disponivel & consciéncla. ‘Assim, quando uma experiéncia nfo est consciente, mas pode | ger “lembrada” e representada adequadamente na consciénc ‘com a simples utilizaco de meios conuns, diz-se que & disponivel — ‘consciéncia, E diz-se ndo estar disponivel, quando, para ser | la adequadamente, exigem meios extra- erapia © aconselhamento lida preferivelmente com experi¢ncias dispo- | ndvels & consciéncia, enquanto a psicoterapia esti mais preocupada ‘com as experiéncias que ndo estdo disponiveis. 2, Representagto correla e representagto Incorreta ‘As experitncias nem sempre estio disponivels & consclénca, Imaginemos alguém que tenha rejeledo pelo pat, mas cujo senti- mento se entcontra recalcado. A rejeigdo existe mas, por encontrar-se em zona inconsciente, 0 Individuo no “sabe” que a possul. Supomos, neste exemplo, que o individuo tenha de si a imagem de ser bom filho e esteja convencido que um bom fitho jamais rejeita sett pal. Assim, o sentimento existente “ incompativel com a imagem que ele tem de si. Diante da tgura palerna, 0 sentimento reprimido pode querer manifestar-se. Q individuo_sente. certos movimentos de. refelcdo. Rntretanto, esias experiéncias estio impedidas de chegarem cor- tamente & consciéncia. Notem que o individuo sente os movimentos de rejeicdo. A i experiéncia organismica existe. Mas, ao mesmo tempo, no podem chegar corretamente & conscléncia, por se oporem ao concelto que 0 individuo tem de st. N&o_podendo_ che erléncla_talvez. se este de modo distor ‘Se 08 movimentos eigdo so tho fortes que 0 individuo ndo possa simplesmente negé-los, aparecertio, por exemplo, na forma de uma dor de cabeca.intolerdvel. Esta surge, possivelmente, todas as vezes que © filho visita o pal. Os mecanismos de defesa podem desencadear diversas formas de representagdes distorcidas, dando origem a sintomas, desde 25 VPSSSSSSSSSEELLGEGL SLES IFESISCTIECVITITY r H fobias até convers6es psicossomélicas. Desta mancira, uma dlcera ser simbolizadas de modo correto por serem incompativels com do eslOmago, por exemplo, pode ser indicadora de experiénciag a referida imagem. oe recalcadas, impedidas de representardo correta, na consciéncia. Compreende-se: a experiéncia estava impedida de ser simbotizada ‘A experitncia da rejei¢&o ao pai, no caso apresentado, nao esté/, corretamente a fim de proteger a imagem de si. Mas, na’ terapia, disponivel d consciéncia, Mas. diz-se que & potenclalmente sin-, 2 sitiagao favordvel permite que a experiéncia impedida seja sim- bolizdvel, pois, embora os meios comuns nfo sejam suficientes, bolizada corretamente. E o individuo percebe a diferenga entre r 9 que cle Imaginava ser e o que a sua experitncla Ihe diz que & oe representagdo correta, poder-se-& consegui-la através 4 Ovando agora a experiéncia, ele modifica a Imagem de si. Costuma-se dizer que a representacdo € correta_quantio existe, ~ . acordo, harmonia, entre a experiéncia real, o que de fato acontece,, Em que consiste a «boa com 0) re_a experiéncia real, 0 ¢ , © construgo mental que dela se faz. Assim, eu represent consigo mesmor? ‘correlamente o livro que vi na livraria, Entretanto, a rejeigio que maaan © filho tinha do pat fol representada distorcidamente na formal, Em funglo dos termos — “organismo”, “experitncia”, “represen- | de uma intolerdvel dor de cabega: fot uma representagdo incorreta,|, tagSo.correta” — podemos dizer que a boa comunicapio consigo > fia orlentagfo nfo-dieiva, os lermos consctncia, simbotteardo| mest consise num processo, onde as exprincias organtsmicas_} « representagdo sfo tomados como sindnimos. Como explica Rogers, 2 indica que, a partir de uma experiéncia, podemos fazer dela Alravés deste processo, surge 0 acordo entre as experiénclas l ‘uma construgio mental, Esta construcio pode ser elaborada como. 0 ofganismo e a imagem ae individuo tem de si, A este acordo imagem, la, pode aparecer na forma de palavras ou sem elas, “A-S° © nome de congrudacia, Assim, 0° Indlviduo congruente & Pode surgir apenas como um sentir vago, indefintvel ou, através | *C* sé igo. . te eadacto, fer uma construgfo. mals perfelta,“acabada”. ||” falta de comunicago consigo existe quando as experiéncias = | organismicas esto impedidas de serem representadas adequada- Assim como acima falamos em representagdo correta ou incor-| mente na consciéncia. Neste caso, ol! a sivfbolizagao & negada reta poderfamos ter significado o mesmo, usando as express6es |) “oy ¢ distorcida. Ao desacordo entre a experitricia e a simbolizacio simbolizagdo correta ou incorreta ou, ainda, tomada de conscléncla ¢hama-se de incongruéncia, correta ow incorreta, Em todos os casos, poderfamos também fer Assim, 9 termo (Congrudncia pode significar| alé aqui, duas substituldo os termos correto e incorreto, utlizando respectivamente, | eofgagr i) 0 acordo ene a expirlencla ¢ a imagem de u, isto &, camo sindnimos, os termos adequado e inadequado. {que a imagem de st corresponde as experiéncias organismlcas; Pode-se imaginar o proceso psicoterdpico n&o-diretivo como.) 2) 0 acordo entre a experiéncia e a consciéncia, isto é, que as situagao na qual o cliente se coloca para comprovar a adequac%o| experiéncias so simbolizadas adequadamente, E, nos dois casos, dos contedidos representados na consciéncia. Assim, fem oportunl-j incongruéncia significa 0 desacordo, Mais adiante voltaremos a0 dade para transformar em corretas as simbolizacbes que vai per- | assunto, ‘cebendo como incorretas. Neste caso, 0 processo (em por finalidade, O desajustado psicolégico é um incongruente, Nao tem comu- estabelecer o acordo entre as experiéncias organismicas e a repre-' nicaco consigo mesmo. Rogers explica que “a parte dele proprio, sentagio adequada delas, || A que chamamos inconsciente, sofre uma obstruco, que impede a ‘A medida que as representagGes véo se tornando mais adequadas, | comunicacdo com a parte consclente ou dirlgente do individuo”. "* ha uma reorganizagao na imagem que o cliente faz de si para nela, Assim € a neurose. A “parle impedida” de vir a consciéncia, serem incluidas as experiéncias que, anterlormente, nfo podiam | de modo adequado, & a experitncia de uma necessidade, de um * Rogers et Kloget, Payehothrople ef Relofon, p. 116 | Reters, On Becoming a Person, p. S90. 28 i m eee eee EEE desejo (como 0 sexual), de um sentimento (como, no exemplo anterior, a rejeigéo 20 pai). Encontrando-se em nivel inconsciente, | © individuo ‘indo sabe” o que esta impedido, A finalidade da ferapia & ajudar a descobri-lo. Embora excluida da consciéncla, a parte impedida-continua a) Jexistir € com fendéncia dindmica a se manifestar. Isso causa no. ‘5 ellente um estado de tensfo. E, quando esta 6, de certo modo, | <_percebida, surge a angistia. Kk “N comunicagdo consigo mesmo 6 0 caminho adequado que oF Lndividuo possui para se reajustar. 5 ‘Mas 0 ajuste da resposta pede a fidelidade da informagao. Se ‘as nossas simbolizagdes forem incorretas, as informagies ‘slo erradas e 0 organismo faz um célculo fatho. E, entio, como | fesposta, fornece uma decisdo falsa e um comportamento desa- certado. ‘A terapia nfo-diretiva est4 preocupada com 0 bom funciona- fuento do “computador”, isto & do_organismo. Criando um clima favordvel, dd oportunidade para o cliente entrar em boa comunica- io consigo e rever, testar e acertar as “informagées” que esti endo transmitidas. Assim, de manelra “sui generis", por meio das © homem é 0 tinico ser vivo capaz de tomar consciéncia de|_- vinformagées” acerladas, pode-se modificar o proprio “computador” si. E este fato assume uma importancia capital na economia: psicolégica do ser. humano. Simbolizando corretamente suas expe- rigneias, 0 homem pode conhecer exatamente a situagdo em qui se encontra e 0 seu proprio significado dentro da situagio. E, assim, pode ter controle construtive sobre si mesmo e sobre a” situacao, | Simbotizando corretamente suas experitncias, 0 homem pode | cconhecer os recursos que posstil e perceber com acerto as diversas necessidades para o sett desenvolvimento, tanto em plano fislol6= | gico, como no psicolégico e cultural. Isto significa que, na medida da boa comunieacto consigo mesmo, | © homem busca o seu equilibrio biopsicossocial: ele pode confiar | ‘Mas, quanto menos ele se cor vos para sé descosftiar dele 0 fio € mals o-que-pensa-que-é. Suas necessidades, senti- mentos e visio da realidade chegam deformados 4 consciéncia, Suas reagdes so feitas em funcdo das percepedes distorcidas que | ele tem de si e das situagdes. Nao se pode esperar. deste. individuo quilbrio nem controle adequado Rogers compara o organismo com um gigantesco computador. | Podemos confiar nele quando funciona bem como critério certo, para os nossos procedimemtos e agées. No momento da decisfo, colocamos rele todas as experiéncias | que tivemos sobre o asstnto: as impresses dos sentidos, as recordagées da meméria, os sentimentos interiores, etc. Neste | caso, 0 organismo registrard todas as forgas que estio sendo! apresentadas. Fard a elaboracfo necessaria e diré qual a decisio mais satisfatéria, para nds e para os outros, pedida pelo momento. 28 i para o set funcionamento adequado. % ogee, On Becoming a Person, p= 100. 29 SPEIER eee ‘Todo ser humano precisa de_consideragéo positiva. Este térmo serve para indicar, na orientacio nido-diretiva, a necessidade, sen- tida por todos os seres humatios, de os outros nos quererem bem, i || de serem acolhedores para conosco, de nos aceitarem e respeitarem | CAPITUO IV | como sores. a | © Enilre as pessoas que conhecemos existem algumas, das quais | desejamos, de modo muito especial, a consideragdo positiva. Elas A Liberdade Experiencial* | sho chamadas de pessoas-significativas ou pessoas-critérios, | Durante toda a nossa vida, necessitamos destas pessoas-critérios |e procuramo-las. Basta lembrar, por exemplo, como os pais sf | importantes para a crianga. Depois, vird provavelmente uma pro- bi eriéncia ystruidan? | fessora. Mais tarde, seré um amigo, talvez a namorada, a noiva, H Cale elaee ee |, a espoea, algum protissional de grande sucesso atc, ( A verapiA nao-diretiva pretende criar uma sittaglo favordvel | Geralmente temos mais de uma pessoa-critério. E, muitas vezes, onde o cliente possa simbolizar corretamente as experiéncias que | continuamos a té-la como significativa, mesmo quando nos frustra \ ) estavam impedidas de serem representadas adequadamente. = ragdo esperada. \ | na. cont © processo de “obstrugo” fol iniciado a partir de uma violencia A pessea-critério tem uma influéncia muito grande sobre nés. 0 direito do individuo expressar algo que Ihe era significativo. Pages a chama de “outro eu significativo’ ‘Assim, no princfpio, a pessoa se viul ameagada repressoramente Aqui, coloca-se a base para compreendermos 0 proceso de apenas em manifestar a sua experiéncia. Depois, por um proced'- | ajustamento © reajustamento, no ponto de vista da orlentagéo mento natural de interiorizagao, o que era somente proibido de | nfo-diretiva: podemos negar a nossa propria capacidade de auto- expressar transforma-se numa autoproibig&éo de representar na | avaliacao, substituindo-a por normas, dadas pelas pessoas-signi- ||| \\consciéncia. ficativas, como no exemplo, acima, da crianga.’ i Imaginemos uma criancinha com grande necessidade de mostrar Temos a inclinacZo de julgar importante para nés o que elas \ carinho por sua mae. Suponhamos que o carinho seja sistematica-\ para si mesmas consideram como importante, | mente rejeltado. O que a mde esté rejeitando € a expresso do | carinho, Mas, progressivamente, a crianga vai introjetando 08 valo- | res da mae. E vai progressivamente “sentindo” que nao “gosta” | 2. Centro de avaliagio e desajustamento de fazer carinho na mae. | ‘A necessidade de fazer carinho existe. O que a criangaendo | 0 individuo tem em si mesmo o seu centro de avaliagdo, quando “gosta” & de fazer uma coisa que a m&e ndo “gosta”. Mas, | procura “dentro de si” — naquilo que o seu proprio organismo pela introjerlo, a crianga acaba pensando que ela mesma nfo gente — os critérios para avaliar as suas experiéncias pessoais. “gosta”. Nao faz, portanto, a diferenca de que ela “gosta” mas Se para avaliar suas experiéncias o individuo tem, como critério, que a mae quem néo “gosta”. valores que the so dados por outros, costuma-se dizer, neste Para ser coerente com a imagem de si — que no “gosta” cago, que 0 seu centro de avaliagao esta 110 outro. de fazer carinho — a crlanga comega a rejeitar da consciéncia ” Q desajustamento psicoldgico comesa, como ja foi dito, num as experiéncias que manifestem a necessidade daquele sentimento. | processo de introjecdo. O individuo avalia sua experiéncia, 120 (7 fala de comunicacio consigo esta firmada: 0 organismo tem ’ airavés de seus prOprios critérios, mas por valores. dados. pelo (um sentimento, cuja simbolizagao correta est impedi | outro, Ou seja, coloca no outro o seu centro de avaliagdo, f dapels Acrodamos que a compreaneto 0 presente capt ae trae nl quo ‘feltor Her" tetera to cap. Vir imagem deste jastameste. 30 1 Pagle, Leventation nom aretine 31 1 ) i SSE SESE HS SS SSS SSIS ITIIIIIIIISGS | interior, dos sentimentos © experiéncias, reconhecendo-os e ava- Hianco-08. ‘A situagdo favordvel & aquela onde o individuo sinta tranqtilidade ce confianga para expressar com transparéncia a elaboracdo mental, 4 medida que a vai realizando e do modo como a realiza. i | | ( © individuo, poréia, nfo percebe que esta ulilizando critérios, do outro. Pensa ter sido ele mesmo quem sentiu, isto é, que os elementos para avaliagio vieram de si. No exemplo anterior, i 4 erianga supe que ela mesma sentiu ndo gostar de fazer carinko| hha mie, Nao percebeu que transformou em seus os critérios da} | sua mae. Houve introjedo daquilo que a mie gostava. |) Ou, dizendo em linguagem simples, o individuo precisa encontrar | ‘Assim, o desajustamento aparece pela falta vivencial da di uma situagdo favordvel em que tenha calma e seguranga para aninagdo’ entre 08 valores prOprios do individuo e aqueles que sio pensar € “pensar em voz alla”, dizendo o que estd pensando e i] do outro, Ele acaba por rejeltar uma experiéncia que valoriza,, como estd pensando. | “sentido”, como se fosse 0 outro, que para si ela nao tem valor Assim, a condico imprescindivel para que haja liberdade expe- i ‘ou, mesmo, 6 um antivalor. “| rencial € a exisiéncia da liberdade de expresso. Mas nao basta ~ Quando o individuo é capaz de fazer a discriminagao, aceité-la)) apenas que o cliente “pense” idélas e conceitos. Mais importante © vivencid-la, no existe desajustamento. Mantendo em’si mesmo é que ele manifeste sentimentos e emog6es que envoivem os contei- | © seu centro de avallagio, 0 individuo saberd reconhecer, por| dos do pensamento. ritérios seus, se a experiéncia tem ou nfo valor para si. Verificaré) Como também nfo basta que o terapeuta dé liberdade de ‘que cerlas manifestagoes suas, vividas como agraddvels, sfo para’ express4o, portando-se apenas como observador. Deve, 20 contré- | \ a pessoa-significativa desagravels ¢ vice-versa, Saberd entio que) rio, ser participante e ajudar o cliente a pensar e sentir com \ele ndo é a pessoa-significativa: sio dois seres diferentes. Ele se} adequagao. ; on asi mesmo, modificando ou no seu comportamento, sem} Assim, referimo-nos a uma tiberdade de expressiio, em que 0 | Rectasidade de confundir-se com o outro para agradé-lo. E entéo,| individuo pode manifestar tudo o que pensa e sente com palavras, | “thesmo conformando 0 seu comportamento com o que agrada o| gestos © mimicas. E o terapeuta, como diz Anastasi, deve “abster- | outro, ele 0 faz, no pelo motivo fundamental de agradar 0 ~h de explorar, interpretar, recomendar, persuadir ou sugerir. 1 | mas porque sabe que é melhor para si. Preenche a fungaé de um owvinte atento, procurando compreender pleaments 0 que o individu dice sete, taxchd todo 0 esfoep | para perceber toda a situago do ponto de vista do cliente, Parte 3. O eoncelto de «liberdade experiencialn ‘importante da tarefa do terapeuta consiste om refletir e clarificar |os sentimentos do cliente reexposigo das observages {A terapia nfo-diretiva se basela na cerleza de gue, possuindo| y réprio ciate’ en nO “eexponinao das observa liberdade experiencial, 0 cliente & capaz de entrar num process)" Tendg {al ae te explocagdo de ua personalidad, «fim do desobrie © To ety de Arado do’ lene alo eee ns onto E oats, nhgcer por ei mesmo as incoeréncias que nele existem. para a claboracio merital das experitnclas e sentimentos do cliente, Simbolizando corretamente suas experiéncias, o individuo entr4’, funeso de um catalisador, isto é de um agente que facilita o no processo de reorganizagao da imagem de si, modificando-2procesgy, nas no 0. determina, para infegrar nela os novos elementos que foram percebidos | Como catalisador, além de respeitar o cliente, dando-Ihe liberdade quadamente. : spe AYA nop de Uberdade experlencial se refere dirtamente a unlerTujaes” ° (rspeula participa sobretudo pela. compreensdo fenémeno interno: a liberdade queo individuo precisa para cons-) x \ n Teraicas e|, 88im, 0 cliente pode utilizar 0 processo psicoterdpico em busca tatar, de maneira correta, as suas experiéncias organismlcas €\4, cusa: o cliente é queni se cura a si mesmo. E esta atirmacao _representé-las adequadamente na consciéncia. he ‘on esta Pe a ene cruntzan a indviduo precisa de(™ tm sentido mais rigoroso na orientagso no-diretiva do que ! ‘uma situagio favordvel onde possa fazer a elaboragdo mental) « Campos da Paleotogla Aptade, p, 611. 32 33 ce Ce fem outras teorias psicoterdpicas que também a usam, mas ond © terapeuta controla e faz desenvolver 0 processo. 0 clima permissivo, na orientago néo-diretiva, se refere direi mente a liberdade de expresso, tal como acabamos de explicé-la, caPiruio v 1 0 cliente deve ser livre para dizer tudo 0 que pensa e sente| Mas nfo se the di o direito de fazer, isto 6, de transforma { em atos o que pensa e sente, sobretudo quando isso se to ' Percepeao e Quadro judicial para sie para os outros. flo ¢ , I ee Ma “se aa mé diz que tem desejo de matar sei, de Referéncia Interior I vizinho, posso escutd-lo tranqiilamente, Agir com ele & outr) a i | coisa. Apold-lo na vida conereta seria ir matar sew vizinho con ( —— i} ele. E isso no seria mals uma atitude nfo-direiva, mas sin) (40 conceito de ‘nercepsf0> ) {| solidariedade no crime, totalmente absurda”. * . 3 iva’ a Tatemek 5 uando se faz terapla nfo-diretiva, a infengio 6 de mudar | cca et dentin [nie CE hese rept do elete a rexplo des, das pesoas, das coe ] ‘acontecimentos, | rath cA) favordeel & Mberdade caperieacal para ue of Dizendo com outras palavras, o ajustamento do cliente, na possa ajudar-se a si mesmo, fazendo por si o 4 rapia néo-diretiva, néo se faz’ pela mudanga do ambiente em fazer. |jue ele vive, mas pela mudanga que se opera no préprio individu, 4u_seja, na percepgio que ele tem de si e do ambiente. Mudada i ‘Tpercepsio, ou o individuo se adapta ao ambiente, tal como ele | encontra, ou, entéo, descobre o modo @ os melos de mudar 0 biente naquilo que & importante para o seu ajustamento, o que, | intes da terapia, considerava impossivel, ‘ i O ambiente, as vezes, 6 de tal maneira rigido, duro, aniquilador | Jara o cliente, que 0 ajustamento exige o fralamento direto do H ‘mbiente ou a mudanga deste. Caberd ao terapeuta discriminar Weaso. Entretanto, ei nosso trabalho, estamos Ineressades NA ‘aplagto que se faz pela mudanga de percepedo do cliente e nio elo tratamento do ambiente. 0 conceito de percepedo & muito complexo na Psicologia. Vamos er uma abordagem muito simples que interessa a0 nosso estudo. ‘A outra pessoa é diferente de nds por diversas razGes, Inclusive, lo significado diverso que d& as mesmas coisas que, juntos, erienclamos. se '80°0 proprio individuo sabe 0 que suas experiéncias — as cotsaé, pessoas e 08 acontecimentos — significam para ele. E ninguém } berd este significado, a. ndo_ser.que ele o manifeste,__—./ ‘TEni nosso relacionamento, uma mabentendidos est four ‘em supor significados: imaginar que, para o3 outros, coisas possuem os mesmios significados que tem para nos, indo, por exemplo, uma pessoa sofre de claustrofobia, podemos #4 mary, Introduction 8 ta nondvectett, 9, 120, Sd 35 ——— ae UU OHO eee ese VTE LEE fp age € reage em consonancia com os signifieados que dé as sas, ot, Sea, de acordo com a realidade que foi “traduzida” ara o seu mundo subjetivo. Timaginemtos um exemplo muito simples. Num Livro de Oragbes Mima jover havia uma pétala de rosa jé murcha. Ao vé-la, 0 fifieado que lhe def fol este: uma coisa indtil que devia ser gida fora. A moca também via a mesma colsa: uma pétala Hefova murcha. Entretanto, o significado que the dew foi outro: A fembranga muito querida de um fato sentimental que ela pensar que o seu medo é uma “asieira” porque imaginamos la deverla dar aos ambientes fechados 0 mesmo sentido niés Ihe damos. ‘Quando falamos em percepedo estamos nos referindo a significado proprio, pessoal, que cada individuo dé as co pessoas e acontecimentos. ‘St. Arnaud explica que o conceito indica “a significagio subj ‘que 0 individuo d4 a0 que se passa em sie em torno de Eo campo perceptivo 6, diz St. Arnaud, “o universo do individuo, sua visio do mundo, 0 conjunto da reali vet como & percebida por ele, tudo o que constitul na conscitni ‘A partir da minha percepeSo, 0 meu procedimento serla jogar jo Ho a coisa initil que vi. A partir da percepedo da moga, psicolégica”. * r 1, Cada percepedo & uma espécie de “tradugSo” subjetiva que/p et ‘comportamento fol de guardar carinhosamente uma lembranca individuo faz de elementos da realldade, dando-Ihe significadiquert4a. ‘Assim, se et quisesse compreender o comportamento da moga jela-minha percepeto, parecer profindamente incoerente, ~, porém, com freqincia, uma aproximago que serve, de milieu. Em outras palavras, 0 comportamento, da joven 96 ie ep en nenos adequado, para que o individuo lenha uma villomaria compreensivel para mim se ela me revelasse a percepro que tinha da rosa. | compreensiva, propria e organizada, do mundo em que vive, i Desta forma, podemos compreender também o comportamento Esta “tradugfo” nem sempre coincide com a realidade obj Cada um possui, portanto, 0 seu mundo. subjetivo, todas_as.ouitas pessoas. Diz Rogers: “‘acabel por reconliecer qjhostil de uma pessoa para outra que nos parece muito simpatica, talas diferengas’ qe fazem os individuos desiguais, este dird{Ou o estado deprimente de alguém ante um acontecimento qu gq cada pessoa tem de utilizar sua experiéncia de maneira @nos parece allameate gratificador. Ou, ainda, medos ‘“irrazoavel fdlante de cotsas que nos parecem simples e inofensivas. Ihe & propria e de descobrir seu significado, tudo isto repres as potencialidadés mais preciosas da vida”. "Tendo por base a nossa propria percepcio & néo a do outro, uta nfo-~diretivo respeita essa eee poderemos compreener por que ele age ot reage desta (e O teraps se para que ela se efetive em plenitude. Sabe que o cliente toy daquela maneira. E, no entanto, somos sempre, tentados a supor pode pensar, julgar e avaliar como ele o faz, Portanto, aceilijque os outros percebem como nés percebemos. E queremos com- [preender o outro através da-nossa propria percepcdo. t Certa vez, uma jovemn nos procurot porque desejava delxar casa paterna para morar sozinha num apartamento. Esse proce dimento nfo apenas era incompreensivel para°a familia, mas ‘urgia mesmo como “escandaloso”. "” Tivemos também oportunidade de conversar com a mie, que Enos dizia: “'...mas ela tem tudo em casa... nada The falta. 2, Pereepefio e comportamento ) ‘dedico-Ihe todo o meu carinho... fago tudo por ela... © que ‘Compreende-se 0 comportamento de wm individuo através ar ctundamente chocante para a mBe quaido eoube que \pereepelo que ele tem das coisas. Suas reagdes slo so fella fiha desejava justamente livrar-se do “carinho”, A filha percebia como individuo diferente de si, promovedor e organizador do campo perceptivo. Na terapia ndo-diretiva, no entanto, deseja-se_ajudar o_cli para_que_verilique se_suas_perceped € para.que as organize no, sentido de e desenvolvimento. _ icangar melhor ajustat Fevetiidade como tal — & chamada realidade objetiva — #la aten¢&o materna como se fosse um policiamento, uma fiscaliza~ pip et oe eee ‘glo insuportivel. A moga estava “cansada” de que a mée fizesse 3 Rgtan"@ feo Porion Be 2. 36 37 aro “tudo por ela”. Querla, agora, fazer também alguma colsa por mesma, Na sua percepe£o, o ambiente do lar era simplesmey aniquilador de sua personalidade. ‘Talvez o problema tivesse sido solucionado, se houvesse didl entre as duas, antes dé ter chegado ao ponto agudo que alcang De fato, as, duas tiveram “umas conversas”. Mas, nestas, a mj munca se preocupou em saber qual a percepefo que a filha tin do'ambleue familar, Parla sempre do principio de que cla — ‘ime — estava agindo certo. E as conversas tinham por finalic preven a moga contra “as maidades do mundo” e dar-he con para que “fosse bda filha”. Vé-se, enlao, que nfo era disk - 5 : “| otientaggo nfio-diretiva nfo emprega nenhum desses, melos, 4 onblogo, enrieeido pela posisto cada vex mak A079 pari-ee do principio ve 8 mudanga da percepeao no sé realiza | "guts podee tice: *mas a mle thi razko”, % bom deta 0 S20 ‘base o simples fato de querer mudé-la, Mas cla : fe € necessario um insight. 10 0 seguinte: quando se tenta compreender a percepsio : Siguém, o-imporiante € compreender, e nfo julgar. Nip. oe-taj) © Milton et exatamente o que o termo indica. Ele assume disaber quem tnha razdo. Tratava-se apenas de consatar o gy) S¥@IS08 Senos, Nt Eetesloge a moa pensavae senila, procurando apreendé-to do seu pos Nés 0 utillzamoa para significar uma descoberta, que nfo se de vista. Como 0 caso foi solucionado é outro assunto, que ni) feallza apenas PA ‘ordem do raciocinio, do pensamento, Nao € {nteressa ao nosso estudo no momento, fpenas ua descoberta intelectual, no plano de idélas e conceltos. Por agora, insistimos na idéia de que o comportamento || Mas & algo que, a0 se dar, o individuo sente atingir a sua conpreeniie pelt pereeppdo que 0 Indlviduo tem” da realidad) PORt8 vid, na dimenso concsla > objetiva. i) PT Rogers diz que o termo — insight — serve para indicar certos Voltemos ao exemplo anterior da pétala de rosa, Viu-se qu) ties de aprendizagem, como a de perceber novas relagies de o comportamento da moga, guardauto-e, no fol motivado qj cause e efelto, apreener novo senda nat ‘manifestagies do com- acordo’com a realidade objetiva (uma pétala de rosa murch| portamento, etc. Diz que & ‘sm procane dificil de ser explicado: ‘mas em harmonia com o significado que ela deu & realidade (par) apresenta-se mais por atos do que por palavras ¢ toca profunda~ 2 moga, uma lembranga carinhosa). H Mente a pessoa, dando novo sentido as suas experiéncias. ‘Viuese também que, mudando o significado (pensel que a pétali O Wsight € resullado de ws proseanes B conseqiiéncia de wma imurcha, devia ser jogada 20. Ibo), muda-se_0.comportament| l#boraedo interlor, como se alraves deste, 0 individuo preparasse Frases gia, 4 suesoht Ue wet plas ore, que con eh = me Os pect < Sacchi, ok, oo pode marcar branga querida deve ser guardada). "tempo para surgir o resultado e nem estrulurar a elaboragio para Noc-ae que o mes cooportamesio maou, ao por cauan df cat se torme-ausn sipia ¢ ofcex A Geode Deas Cites alguma iransformaco na coisa, na realidade objetiva (a pétal, “e surpresa, quando menos se espera. & o instante do eureka, do continua a ser a mesma: uma pétala murcha). Mas mudoi ‘achel”, “descobri”, “compreendi”, como diz. Rogers. * porque houve mudanca no significado que eu dava A coisa (| _ © cllente, expressancdo-nos elementos j4 conhecidos de sua vida, pétala murcha j4 nfo & mais uma coisa initil, mas & um| do sew ‘comportamento ou relacionamento, faz, de repente, uma Tembranga querida). ‘idescoberta”, E. diz-nos: “agora estou comegando a ver uma colsa Assn conprecne-se que, na terapia nfo-diretiva, a preocup, que no tinha visio ainda” ou “estou compreendendo uma chise dee 80 no esté focalizada diretamente sobre a mudanga de com 40 compreendia” ov, ainda, “estou descobrindo que a coisa portamento do cliente, mas sobre a sua mudanga de perceps Quando esta muda, 0 comportamento também se transforma, Rages, Sempengs an PezshaeerPtad= 38 30 43, © aquadro de referénciay na mudanga da pereep¢ao’) 01 dito que, nuudada a percepslo, muda o comportamento. Entre- faato, néo-se_pode conseguir a mudanca de percepcdo dle alguém, thrigando-o_simplesmentea ‘Nem para mudé-la, o melo mais eficaz € dizer ao individuo que sso precisa ser feito. Nem, ainda, para alcancar a mudanga, \ explicar 20 individuo 0 que se passa nele, utilizar @ forca stm argumentos, dar-the informagSes do que ele devia pensar € Mati, usar recursos de sugestio, de persuasso, etc. FFF FUSES i deve (0u nfo deve) ser assim”, ete. Sto, certamente, manifestagde]| para compreender, assim, precisamos ter por base 0 quadro de insight. “Vide referéncia interior do cliente. ‘Num treinamento que dévamos, um industrial desejava sabe, A nogo — quadro de referéncla — é explicada por Rogers qual a técnica para se ter insight. Respondemos que a melhoj} como sendo “o conjunto de experiéncia (sensag6es, percepgdes, técnica 6, paradoxalmente, néo ter nenhuma tGcnica. Dissemo signifieacdes, lembrancas, etc.) disponiveis & conscléncia do ind- que nose pode forgi-lo a surgir. At, mesmo, poderiamoy| viduo um determinado momento”. i afirmar ao contrério: quanto mais se forca, mais criamos difi 0 quadro de referéncia interior do cliente é, para o terapeula culdades para que apareca. afo-diretivo, o contexto onde existem os significados e que tora [As vezes, na psicolerapla, o terapeuta j4 “viu” 0 que o cliente) inteligivel tudo aquilo que ele expressa. precisa descobrie, E_ pote acontecer que procure, de’ modo clay] Compreender & acompanhar as experiéncias qué o cliente expressa bn velado, dar pistas para precpitar o instante de surgir o resuk| sem deixar o seu quadro de referencia interior e procurar entender {ado esperado., Dé-se, entZo, uma inversio do movimento. Oj tudo que 6 manifestado, no no sentido que isso pode ter para cliente forna-se confuso e defensivo © 0 processo & bloqueada{o terapeuta, mas nos significados que assume no proprio quadro quando nfo regride, ] eoferénca do cet acai Oe Assim ferapeuta néo pode ter insight no lugar do cliente! S® considerarmos como ménsgent oi nate a ao node também aedlerar a eaboragla’ necesdria para. qulclet®, cOmpreender, entio, eigalfea, “decodiicar” os sinais que ry fe me transmite, tendo como “chave” o seu quadro de referénela aparega, Trata-se de uma descoberta por um process PrSPF rior, onde se encontram os sentidos dos sinals, consttuvos o ida mensagem que ele emite. i ‘Além disso, deve ser respeitado o ritmo de cada um: “se quiser- i 2 . era aol taser] 6 aacaondie saperarcann/a nats hesbes”| NC) cfe=t™) oresias leeaticea) compressa] pei erepeuia te pope! ’ Nao podemos acelerar o instante natural da madrugada, pot saieeiret mals apressados que estejamos. que eu 0 compreen- ‘A comparagio & adequada porque nfo posso precipitar 0 nascl ‘ voct diz”, “pode falar tudo que voc8 dese} [dere!”, ete. mento do sol. Mas, por outro lado, & claudicante porque et n80) "ge 4 Yerapeuta, sem se preocupar com verbalizagtes explicit, osso ajudar o processo da nolte que passa. _procura entender nfo s6 0 que o cliente expressa mas também A orientago nfo-diretiva procura criar uma situagdo catalisa-'y seu significado e, além disso, se procura ajudar o cliente a dora, de clima compreensivo, que pode ajudar o cliente no pro- entender melhor 0 que expressou, mantendu-se sempre no seu cesso do aparecimento do insight. Neste caso, a situacdo € aquela, quadro de referéncia, o cliente sentiré, nfo pelas palavras do onde o cliente possa sentir-se realmente compreendido. ‘Hterapeuta, mas por seu procedimento, que esta sendo compre- Desta manelra, uma compreensdo, sincera e protunda, & o clima_endido. propicio e estimulante que o cliente necessita para sua elaboraclo. interiot a fim de ter insight. 4 Compreender alguém, no sentido que tomamos, no & apenai| lum vago ocupar-se com 0 outro, mem s6 0 esforgo de captar’ bem o que ele procura dizer. Nao & somente interesse, atencdo,| cordialidade, etc. # mais do que isso. 1 Compreender & tentativa constante de ver o mundo com os othos) do outro, de sentir o que se passa nele como ele o sente, de entender a realidade como ele a entende, procurando alcangar 08 significados préprios que ele the dé. 40 | 9 Rogar et Kloget, Peycothdrple et Relations, p. 1 4 ( ee Uk F FFU UU UU CAPITULO VI “Imagem de si” e Ajustamento 5 cdmagem de siv? (1.0 que 6 a eimagem de ») Autim de dar significados préprios &s coisas, pessoas e aconte mentos, o individuo d4 a si mestio um sentido, tem de si um percepedo como ser-no-mundo. i Chamamos de self a essa percepgao de si. fermo — self — nfo encontra uma tradugio adequada portugues para designar o concelto que assume na orientag nfo-diretiva. Mas podemos indicd-lo, por aproximagées, com, sendo auto-imagem, conceito de si, eu. Embora podendo ust) estas e outras expresses como sindnimos, preferimos denomind- imagem de st. ‘A imagem de si & um dos principais elementos constitutivos é| Teoria de Personalidade de Rogers, juntamente com a fendéncl, a9 desenvolvimento, que & a no¢do principal, ‘A imagem de si & parte integrante do campo perceptual. Mi precisamente, 6 aquela parte referente ao significado que o individu, 4 a si mesmo, emergindo das experiéncias que ele faz com outros e com o seu meio ambiente, ; I ‘A medida que esas experiéneias se processam, val surgini tum conjunto de significados, dando-lhe a “realidade” subjetiv) ddo que ele pensa que &: “eu sou assim”. Convém distinguir a Imagem real de si — que o individ percebe como sendo atualmente — da imagem ideal de si — embora ndo sendo atualmente, ele julga que deveria ser ou d aria ser. ‘A imagem de st nfo & um conjunto desordenado de percepede, Nem estas se encontram meramente justapostas, umas as outra, Mas, & medida que o individuo vai tendo as percepgbes de @ estas procuram organizar-se, na busca de uma configurago co a2 rente: as percepg5es que femos a nosso respeito buscam dar-nos um “perfil” — uma “imagem” — do que pensamos que somos. ‘Todos nés possuimos uma tendéncia para mantermos esta ima- gem, garantindo a configuraco que ela representa. & como se disso ependesse a consisténcia da nossa identidade, de sermos o que somos. Assim, as novas percepcdes que temos de nds so “aceitas” apenas quando podem se integrar na configuracgo j4 existente, Daf o motivo. de.algumas percepeGes serem rejeitadas porque_nio se ajiistam_a imagem. E, ouiras, de serem distorcidas de modo ‘que possam_se integrar nela. Clee oe Estas duas situag6es — de percepcGes negadas e distorcidas_ — eorresponclem a processos de simbolizagio Incorreta, Rogers explica que o termo percepedo ¢ sindnimo de consciéncia. Enlretanto, “percepedo se emprega geralmente referindo-se a excl- tantes de fonte externa, enquanto que o termo consciéncia pode englobar o feito de excitantes provenientes de fontes puramente inlernas’como a meméria ou os processos fisiol6gicos, produzindo efeitos semelhantes aos excitantes de fonte externa”. Podemos dizer, mantida a disting&o feita, que perceber & 0 mesmo que representar na consciéncia ou simbolizar, cujos assuntos foram tratados no capitulo IIT deste trabalho. Imaginemos um homem que tem de st a imageni de ser corajoso e nada temer. Na rua é desafiado por outro individuo de tamanho forga medianos, sentindo-se atemortzado. St ele apreendesse 0 significado da situagdo, tal como devia representé-ta, serla Incom- pativel com a imagem que tem de si: um homem corajoso nfo se atemoriza, Entio, pode ter uma percepedo incorreta da situago. Ou, sim- plesmente, nega a percepeo (pode estar tio “distraide” que néo repara que o individuo est4 falando com ele). Ou, se a negaco nfo for possivel, distorce o significado da percepgao (repara que © individuo esté “bravo” com ele, mas “é um embriagado que esta dizendo asneira” ou “um’ louco que no sabe o que diz”). Desta forma, ou negando ou distorcendo a percepeao, pode man- ter a imagem de si. ‘Vejamos, agora, 0 caso real de uma cliente que tinha de si a imagem de ser uma mae carinhosa e exemplar. A filha sentia © ambiente do tar intolerdvel © desejava abandoné-lo para morar sozinha num apartamento, Se a mée representasse adequadamente 1 Rogers ot Klaget, Payehothdraple et Relatons p. 178 43 SP ee ee ee ee ee ee ee a ee ee ee © significado da situagdo deveria pensar que ao invés de carinhosa| ela era dominadora, Mas isso era incompativel com a imagem que tinha de si, Dizia, entéo, devido a uma percepedo incorreta,| que a filha “estava contaminada pelos erros da juventude de hoje e que desejava uma liberdade desenfreada”, 7A imagem que o individuo tem de si influencia decisivamente ‘no modo dele perceber fatos e situagées. © homem “corajoso” e a mae “carinhosa” estavam impedidos — embora disso no tivessem consciéncia — de perceberem ade- quadamente as experiéncias em desacordo com a imagem de si. Entretanto, o impedimento nao existiria se as experiéncias fossem conformes ot reforgassem a imagem que o individuo tem de si Se um aluno tem de si o conceito de que é um estudante bom e dedicado © se um professor o elogia, ele nfo tem motivo para negar ou distorcer a situagdo, Neste caso, percebe-a corretamenté tal como acontece. \2. Mudanga na imagem de st renustamento pcotdgico y Dissemos, no capitulo IV, que o desajustamento psicol6gico provém de tuma fatha de comunicagao do individuo consigo mesmo. Através da introjeco, o individuo utiliza eritérios proprios do outro, para avaliar suas experiéncias, firmando-se um desacordo entre estas € as suas representagdes na conscincia. *-Enquanto permanece 0 desacordo continua o desajustamento, No individuo ajustado, a imagem de si & expresso adequada di | necessidades e sentimentos do organismo: existe harmonia entre | imagem de si e 0 organismo, Na pea desjuntada, a5 “iitonmagten” das expritcan orga isnloaeetfo-inpedides_de-cheg a, 0. concetd que o individu tent de si € juslamente. aqiele) que sua consciéncia the dé: eu penso que sou (imagem de si) aquilo que eu se? que sou (consciénci Se o organismo, através das experitncias que tem, no pode st} comunicar corretamente com a consciéncia, entZo 2 imagem que © individuo faz de si é inapropriada.. Assim, por exemplo, a md pensa que é carinhosa e, no entanto, 6 dominadora, Quando as experigncias organismicas esto impedidas de che-| gar adequadamente na consciéncia, a imagem de si pode st| tornar “estética”, porque se defende das “informagées” organis- micas, que the esto pedindo mitdangas necessérias. “4 Fala-se em rigidez da imagem de si para indicar a maior ou ‘menor incapacidade que tem 0 individuo em aproveitar as opor- tumidades que suas experiéncias the do, a fim de desenvolver o conceito de si numa diregfo mais realista — de ser o que realmente é—e, assim, alcancar melhor funcionamento e adaptagio ao melo. O individuo Figido] nao tem abertura & experiencia e, por isso, nfo pode discriminar certas nuangas que s6 esta Ihe da. Assume, desta manelra, uma posigéo de tudo ou nada: ou a situagio € assim ou nfo é, Ou sou assim ou no sou. Como no apreende as coisas através de suas proprias experitn- cias, 0 rigido tende a utilizar rotulos, t6rmulas ou normas para conduzir sua vida, Tem horror de ser “incoerente”. E, no entanto, a experiéncia nos ensina que todo o ser humano & contraditério. Uma férmula pode estabelecer que “o corajoso nfo fem medo”. Entretanto, a experitncia nos diz que todo valente tem momentos de covardia.,O r6tulo pode afirmar que “a mie carinhosa deve servir & filha e nfo ter desejo de dominio”. A experiéacia, porém, nos mostra que instantes de devotamento desinteressado podem cvexistir ao lado de momentos de dedicagao possessiva. A vida nfo & absolutizacdo. Mas a realidade se nos apresenta sob aspectos limitados, exigindo de nds crescimento gradual e, até mesmo, coriiposigo de opostos. Alguém pode supor que, se fo absolutizar) talvez possa escolher a parte pior e dai provir uma degringolada. O ponto de vista da orientagdo ndo-diretiva é diferente. A condigo fundamental para crescertos € aceltarmos a realidade do que somos aqui e agora. Nao & fugindo de nés para a abstrago que podemos ajudar a nos mesmos. & necessério que cada tm se encontre consigo imesmo — como de fato cada um € — para.saber quais as dificuldades que existem para o seu desenvolvimento e quais os recursos que possui para ser melhor. ‘Vejam, como exemplo, o trecho abaixo de uma entrevista, que fizemos com uma senhora que tinha uma filha de 13 anos: ©, (cliente — “...d9 vezes, eu me irrito com ela (com a fia). fa nit trito, menos... Mas ndo agitento... ¢ grito com ela... berral Veja o que fago: berro com a meninal... (mudando de tom)... Sei que estou errada e isso me aborrece muito. Sei que uma mde jantiis devia se Irrtar com a filha, no €? T, (lerapeute) — B muito difleil para voct imaginar que, sendo boa ‘mde, ‘passa se irvitar tanto com sia filha. 45 Uae TT TITIIIITIIIISS Cy — 2... (pensando),.. Talves ew nfo sefa 120 boa mde assin, PseStee Sane elt a me tot ate. tom) mas também ela faz colsas que tram @ tudo riundo....B Inst Portével. Ninguém agenda... (audando voramente de tom) fas, Yoet ‘abe, eu sou mie... devia ser diferente, | Ty — Estou entendendo que pelo fato de voc€ ser mie deri | suit ‘tote mando PA fe eno — (indo)... Bu ndo quis dizer isso... Como ser diferente... x tld su ha ln. Hea ot no bss seer 'g — Esiou compreendendo que certas colsas que sua filha faz sd ‘rrtates mesmo, sido além de sua capucldade de compreensde {| se irrita porque é humana, serd isso? oe Veet Cy — Talver sea isso... 8... pode ser... Talver eu devesse com- reenter que ndo depende de mini... que a mening & irtante, mesmo. belo. menos em certas colsas que a lo menos, aconteceram. A primeira, diminuiu as vezes que “vi fa filha, atos que a irritavam: era’ como se tivesse havido uma ‘adequagtio de s6 “ver” o que realmente era irritante. Segundo, s meios utilizados para ndo “explodir” comesaram a aparecer Ge modo espontaneo: era como se tivesse adquirido uma compre- esto natural de um modo de agit mais adequado, que ela néo { {inha conseguido realizar quando procurava o controle através de | prop6sitos e planos preestabelecidos. | | Na medida que aceitava e assumia sua itritacSo, duas coisas, | { Tudo isso que estamos apresentando 6 uma reflex4o posterior aentrevistas. Se jé fOssemos para a sesso com esquema elaborado tu se durante a entrevista, ficdssemos fixados num resultado a ser alcancado, possivelmente teriamos induzido o cliente a seguir } ima dirego determinada e, assim, j& nfo serlamos mais nio- disetivos. ‘Quando, na ferapia, cria-se para o cliente um clima permissivo, y.) ale pode estabelecer uma boa comunicagao consigo. Desta manelra, pode simbolizar corretamente as “informagies” que a experitncia organismica the transmite, ‘Afirmamos que a imagem de si & uma configura¢o coerente, que 0 individuo procura manter inalterdvel, quanto & organizaczo. Mas mo afirmamos que seja estatica. Pelo contrarlo, ela é dint- mica: de modo insensivel ou nfo, estamos sempre mudando 0 concelto que temos de n6s. Entrelanto, 0 seu glesenvolvimento se faz normalmente na diregdo daquilo que o individuo j& “pensa que @, E existe uma tendéncia de serem refeitadas as novas percepgGes que se optem a esta diregio. 1 Mas o_individuo_precisa_ajustar-se_permaneniemente_as_trans iformagies incessantes que.a vida traz E isso pode exigir a muidanca. |da_organizagio da imagem de si_numa direcdo diferente da_que ‘vinha seguindo. Ora, a_rigidez do. individuo_no_conceito_de_si impede_a_mudanga_e, conseqliententente,, lesajustament ‘Quando vem para psicoterapla, o cliente gerafmente traz, de si, percepcdes rigidas, que o impedem de ver a realidade com adequa- 40 sentir-se a si mesmo tal como & No entanto, 0 provesso 4 oportunidade para que o individuo experiencie, de modo novo, as suas proprias experiéncias. Assim, torna-se capaz de descobrir, reconliecei flcar, tormando_corretas, as_percepg0es_que_tem desi. Desta maneira, produz-se uma transformagao na imagem de \ si, easejando um melhor funcionamento do individuo é um relaciona- ‘mento mais construtivo com os outros, ajustando-o melhor ao melo. | aT i Em Cy a seuhora manifesta a irritaga | 1 iagdo que senle por alguna i aos da Tha. Suas experitnlas de irlagdo. so avaliadas pelo rolulo de que "a me jamais deve se initar com a filha”. Ela i sente-a irritago: @ um fato que no pode ser negado, Mas, por eutro lads, & “coeréncia” do prinijo, deve wet ana, Res, i errado néo & o principio, & a irritagfo que ela sente, i O principio foi absolutizado: a boa mae jamais deve se irrtar com a filha. Como, entéo, explicar a irrtago, a no ser que alguma 1 coisa esteja errada nela (na mie)? Desia forma, a experitncia da issitagio no aparece como | fonte, na qual a mie pudesse se compreender melhor, ter um I entendimento mais claro da situagdo e estabelecer, num plano con- crelo, a sua vivencia.de ser boa mie. Mas era aprioristicamente sejellada, um empecilho da qual a seuhura devia se lbertar, A imagem de si estava rigida num modelo de “ser boa mic”, | imposto de fora, e no como resultado de necessidades e senti- } ‘mentos organismicos. A senliora tinha se alienado da realidade de ser “aqui e agora” o que realmente era, pelo estorgo improdutivo de sero que devia ser. Continuando o processo da terapia, a senora chegou & conclusio dde que irritar-se com a filha, quando esta dava ocasito, nfo cont- Prometia a idéia de “ser boa mde”. As duas coisas, que pareciam ‘opostas, podiam ser compostas e realmente o foram. Mas a senhora também concluiut que 0s “berros”, manifestativos de sua irritago, apareciam apenas como “explosées” do senti- | mento reprimido, isto é, de sua rejelgo em aceitar as experiéncias | de invitagdo da filha. 46 PETE TPP eee ee ee eee ee eee eee eee CAPITULO VII O Homem em Busca UO que € ser auténtico? ) 1Em Rooers, 0 termo autenticidade & sinOnimo de congruéncie autor tem prefertncia pelo uso do segundo, Diz que serve pas indicar uma harmonia, um acordo, tanto existente em plano i comportamento como em plano de personalidade. * i Neste capitulo, estamos interessados em estudar a congruénci) dda personalidade. i ‘Talvez, por razées didéticas, pudéssemos estabelecer uma_dis| ir ongruéncia ¢ autenticidade, E realmente ¢ 0 qui fa melhor compreensdo. : De fato, se procurarmos num-Dicionério da Lingua Portuguesa) havemos de ver que. congruéncia significa harmonia de uma coi ‘ou fato com o fim a que se propte, coeréncia, propriedade, conve; Heidade & do que & auténtico, E auténtioy 0 mesmo que veraz, verdadeiro, certo, gemini, légalizado. Assim, congruéncia indica uma relaggo entre partes, enquant ‘que aufenticidade mostra um resultado: que a coisa merece f8, 4 rela se deve ter confianga por set original ou por ser confor © original. Uma cliente nossa, comentando 0 processo psicoterdpico a qui se submetera, dizia o seguinte: | depois de comecar o tratament positiva... & mals positiva. Otha, & um vida para mim se tornow egicio” “gozado”... Nao ¢ qi eu néo aereditasse na vida, enfende? Mas tudo que ett achava de bot e de positivo era teérico... & como se flcasse separado de mim... Ei tratamento é uma esptcte de ligardo entre aguilo que a gente quer fats que queria fazer, e no conseguia, ¢ entdo a gente comesa a consegs fazer... comeca a ligar os dois pedages... 2... @ qe acho mais imp 84 Rogers ot Kloet, Peyeothirape ot Relattns, p. 180, 48 ajtica & ser “inteir +. a gente jd conversou muito sobre isso, r auténtlea, para mim, ser intelra... & ndo ser em pedaros. ‘estou comecando a me gar, entao eu acho que isso & muito itenticidade_consiste..no_individuo_ser fundidade. Consiste nele ser tudo © dite é: em mais e tiem menos. ‘A cliente explica que ser auténtica € “no ser em pedagos”, is ‘serinteira”, Para evitar ambigiidades, talvez pudéssemos acres © que se & em profundidade. ‘0 homem nasce com um equipamento natural de necessidades, sentimentos, etc. igual aos outros homens. A medida que cresce, lsionado pela tendéncia ao desenvolvimento, esses elementos ‘ao adquirindo “forma” propria e do ao organismo, que os possi, jas caracteristicas individuals. Cada organismo entra, de modo culiar, wo se processo de desenvolvimento, buscando a auto- realizago, autodeterminago e autonomia que Ihe pertencem de jnancira especifica. Condig&o para a aulenticidade & simbolizar-se adequadamente oY ique_ 98 passa no. organismo. Quanc duo estd “ein pedacos”; 0 org jexigéncias de desenvolvimento que a consciéncia néo representa / jou representa diversamente do rer exis geen A imagem de si deve ser a expresso, a conscincia do orga- | inkmo, Pode-se dizer que aulenticidade é vida consciente, Isso significa que 0 conceito que o individuo tem de si deve figurar apropriadamente aquilo que o organismo @ de falo: aquilo que 0 individuo “pensa” que é coincide com aquilo que 0 individuo &. Se 0 que se passa no, organismo for simbolizado corretamente, 1a imagem que 0 individuo tem de si vai se organizando e moditi- jJeando de acordo com o que o organismo &: a consciéncia que 0 duo tem de si coincide realmente com o que ele & A cliente diz, no comentario apresentado acima, que ser autén- Inteira & a unidade constituida pela harmonia das partes. A Nharmonia se refere & congruéncia (no sentido da distinggo que yemos, dela, com a autenticidade). Podemos falar de congruén- ia tanto para indicar a harmonia enire experiéncia e consciéncia como também para designar a harmonia entre organisa imagem ai, 49 FFT FFF TTT ITT T SITTIN & a harmonia que se estabelece entre as pariy Peete € a unldade que dai resulta, Neste Capitulo a now Pt organismo — digamos, com a sua verdade ontolégica — eee rans adeno te oct Sunda sli dan percepydes core que possa ter de fr significa que ndo existe fathas 28: | apa ee stan ics se fatter fed ee te nite] Esltanto, mesmo fora da pslcoterapla, 0 individuo ja pode Care ‘que nao existem eléméntos éstrankos compondo a unidadg| 2 #/guma coisa em favor da sua propria autenticidade. Para 'termata apenas das" partes: que The pertencem, As duis € Hecessério que ele construa uma imagem de sl de acordo caracteristicas referidas devem estar presentes na aufenticidag|™ © ae ele sente que realmente-é, ¢ nfo de acordo com o que Se a imagem de si rejsta,1ma-necessidads_ ou senlimento 4f°= 0808, dizem que-ele-§ ou esperam-que-seja ou afimam-que- organism, entao_existe falta de_uma parte_na tnidade..A imagel ®™t=-Ser- . e ; de si nfo “inteira”, pols falta-Ihe a parte rejeiada. O indiviay]« Neste caso, 0 que o fndividuo ‘senfe-que-é pode nfo éstar em ' € inauténtico, pois nZo-€ 0 que é-em-profundidade. ||harmonia com o que ele-realmente-6 em profundidade; ele “‘sente” Mefender ou agradar os outros, 0 indlviduo colo aavés de sua consciéncia, que pode ter contetidos negados ox ou “fachadas", ent#o assumiu em si “corpo estranko dstorcidos. Entretanto, mesmo assim, ele assumiu a atitude funda- jd no € male “inteiro” o que €em-profundidade, Nao & portanij etal de ser congruente, possivel aqui e agora, eriando um clima auténtico. Ne fidelidade para consigo mesmo que prepara e incentiva ‘No existem modelos, exemplos dados de fora, para alguém sq"scimento no processo da sua “verdade”, auténtico, Nao se pode estruturar um molde para dizer co cada individuo “deve ser” ou o que “se espera que ele sei + mo plano da autenticidade, ‘A autenticidade consiste nisso: a aceltagao e vivencia da prépt verdade ontolégica, £ um processo que a cada instante se const e jamais acabi eno can aponentadora™ que alguém adquiré pe eee que a busca de ser-realmente-o-que-se-é-em- pode viver dos dividendos. Fee rea eae sraat See , “Ohomem 6 um ser inacabado que esta sempre se cons SEES ce ee sem-aleangar jamais &-plena consti aaeeu at rns ce fon pets, mas tbe de gaps, organizers i -fevir. A autenticidade co talc. Estamos focalizando, neste trabalho, a soas, no a grupos ou organizagbes. 24D auttentiedade nfo se planeja, vive-se. Na terapia, quand) Embora a tendéncia seja comum a todos os seres humanos, : fo cliente descobre que deve'eer auténtico, 6 tentado, com freqita M0 significa que o seu exercicio seja algo espontaneo, automatico. i cia, a elaborar um modelo para ao mesmo se adaptar. Ora, (Mas surge como “descoberta” que o individuo deve fazer. O seu | aulenticidade € a busca de coeréncia consigo mesmo e nao adaptseonhecimento e a entrada no proceso para efetiva-la exigem 80 a um modelo, A vida € thixo e a autenticdade 6 coereneji™ cima permissivo, onde a pessoa nfo se excontte ameagada Eousigo mesmo no momento que passa, Isso desafia qualquet ‘nha liberdade de escolher (como acontece na terapia nfo- previsio ou planejamento, Exige, no entanto, que o individytétiva). $y queira © possa ser-ele-mesmo, aqui e agora, Para que_o_indivicno descubra.e.entre.no_processo. da_autenti- A psicoterapia pode ajudar 0 individuo a fazer a experitnchidade, € necessdrio que ele tenha fidelidade para de si mesmo e, através da auto-exploracao, descobrir as camadaCom esta expresso, queremos indicar duas coisas mais profundas do ser. Desta maneira ele tem oportunidade 4 individuo seja capaz de “ouvir-se” a_si_mesmo. Segundo, que confrontar a imagem de si com as caracteristicas originarias do 50 (2. «Ouvir-se a siv — condigéo para) == ser auténtien iacio aplicada a: pes- Rogers, On Becoming a Person, p. 18, BL UST SE SENSES IISSI Rogers, fazendo referéncia A sua experiéncia pessoal, diz qj ‘que consiste “ouvir-se a si mesmo”: “tenho a impressio de qui com 0s anos, aprendi a tornar-me mais capaz de me ouvir 2 mal mesmo, de modo que sei methor do que antigamente o que esti va sentir num dado momento — que sou capaz de compreender «| estou irritado, ou que sinto em relagdo a um individuo wi} impressio de rejelg&o ou, pelo contrério, de afeigao ou enti ainda, que me sinto aborrecido e sem interesse pelo que Se pate ‘ou que estou ansioso por compreender um individuo ow que ten tum sentimento de ansiedade ou de temor nas minhas relagég com ele”. E continua: “Todas estas diferentes atitudes so sentimeni ‘que eu julgo poder ouvir em mim miesto. Poder-se-ia dizer, oulras palavras, que tenho a impressio de me ter tornado mf capaz de me deixar ser 0 que sou”. "* No t6pico anterior fizemos uma distingo didatica entre aute ticidade e congruéncia. Pols bem. “Ouvir-se a si mesmo” pertes ao plano da congruéncla. a harmonia que deve existir er © que se passa no organismo (as experiéncias) © a consciént Havendo esta harmonia, a autenticidade aparecerd como resultad: © individuo torna-se veraz para consigo mesmo e para com. outros. # “ouvindo-se a si mesmo” que o individuo deve encontrar elementos necessérios as suas deliberacies. Curran utiliza 0 termo eubulia para indicar o procedimento “tomar couselho consigo préprio”, ““deliberar”, “decidir-se”. ~" Byidentemente, 0 individuo néo pode ignorar a opinigo pesgoas, 08. a urais existentes, a8_pormas_estabelecid bc. Ignorar seria o’mesmo_que se alletiar. Mas,_por outro lai conhect-los xo significa transform: tio. de_auto-avaliagéo. ‘A eubulia nfo consiste em agir no vécuo, procedendo como © mundo das realidades néo existisse. Mas , ao contriio, intega fem si todos os fatores considerados como aproveitiveis, a fim transformé-los em recursos para o proprio desenvolvimento. Mas, neste caso, o nécleo da personalidade permanece como. fundamental para’ que 0 individuo_avalle e_decida_quais. os. Qe cai ‘cant, 25 « 0. 52 os automaticamente e cx yue_the_sio_indispensdveis ¢ como aprovelté-los para Foalizar suas necessidades, fungOes e tarefas. ‘© individuo, com sua responsabilidade pessoal, passa pelo fitro de suas experiéncias os recursos que 0 meio the oferece. jgesim, sabe que significacao tem para si o que vé, ouve € sente. ‘h aufenticidade pede que 0 individuo decida de acordo com 0 ignficado que as coisas tém para ele e nfo com 0 intuito fie agradar os outros, de cumprir normas soclais, etc. Ha outro aspecto ‘a ser considerado. As experiéaclas que o individuo tem podem fazélo conhecer o que realmente é: ele fem medo, angustia-se, alegra-se, dedica-se, ama, etc. Ao invés de rejeitar estes elementos, pode aproveitar-se deles para saber “| eu sou assim”. E, desta maneira, pela aceltaclo, conformar a imagem de si com a experiéncia, Parece estranho que a pessoa deva aceltar comportamentos © sentimentos que “logicamente” deveria rejeltar por serem vergo- hosos, imatuiros, etc. Ln E, no entanto, diz Rogers que, paradoxalmente, “quando me Jaceito a mim mesmo como sou, estou modificando-me... no vrxdemos mudar, no nos podemos afastar do que somos enquanto ifo aceifarmos’profundamente o que somos. Entio a mudanga :ghrece operar-se, mesmo sem termos consciéncla disso lremos ainda a esse assunto. we (3.8 spertgoros er autentico? ) ‘Com certa freqiléncla custuma-se pensar que a autenticidade é imputso violento: “ele ofende todo mundo porque & auténtico””. Ou, entio, supée-se que & um comportamento descontrolado: "sou auténtico: 0 que eu penso et digo” (o auténtico tudo que diz “pensa”, mas’ nem tudo que pensa diz). Ou, ainda, chega-se A conclusio de que a autenticidade leva & ruptura soctal: “ninguém gosta dele porque & auténtico”. ‘As vezes, confunde-se a auttenticidade com algum sentimento reprimido que, se fosse libertado, destruiria 0 individuo, Um cliente nos “Como posso ser eti-mesmio? Voct nem pode imaginar como sou agressivo. Vivo me controlando para brigar com todo mundo, Imagine, agora, se eu nfo me controlasse... Ninguém mais me suportar Ip 1 Rogert, On Becoming a Perton, p. 1. 53 aS, [0 inauténtico tem 0 agit vicioso, Sente-se ameagado pela} Ora, falamos_de autenticidade como de wm equilbrio: co sm _reconhecer_¢ aceitar_ todos_os_seutimentos ene possul_e ndo apenas um ou alguns deles. © homem sente édio, mas também é capaz de amar. rejeita, mas existe nele também atracio pelo outro. Quer desta ‘mas também & impelido para a construgao, etc. dj consiste em equacionas todos estes elementos, de Ber seals ono haga Gee Bt oes ¢defeltos se_contrabalangarem_muluamente na busca-da-hi em situages fora de si, mas terd autoconfianca para viver © Srientar as flutuagBes das circunstancias. O seu comportamento sdaptativo sera crlador, surgindo conforme as convenigncias do instante concreto de vida, no qual est inserido. (0 individuo auténtico, compreendendo-se e aceitando-se, como- | ealmente-é, descobre ¢ vivencia 20 mesmo tempo as dimensbes | fa sa propria individualidade e a dos outros: sabe que nfo de reduzir ele mesmo a ninguém e que nao pode reduzir ninguém isi mesmo. Desta maneira, encontra a base para um bom ajusta~ inento e relacionamento no meio em que vive, _ 0 individuo auténtico nfo esté interessado em provar aos 4 (0 auténtico tem o agir virtuoso, Nao buscaré sua seguranga | Na linguagem moral, existe uma palavra para indicar esse equ brio no agit. Chama-no de virtude. & uma qualidade que individuo adquire, criando nele uma disposigéo constante par tornar perfectivel as atividades que reallza. A virlude &, portanto, uma firme garantia de que, no individ nesm0. : que a poseul, Beus.procediinentos erdo.contolados, de mod! Entretanto, numa ocorréncia quase paradoxal, 0 indviduo mals aural e espontineo, para aleangar 0 tim a que cle se desing praia ao outro, quando no esté excessivamente preocupado | © oposto da virtude € 0 viclo, direito operativo, que torna qjtm aBradi-lo. ; fi Pr cedieez io imdigiadsa} paral skeataor as Tone Tas ‘qual. De falo, o Inauléntico para atrair a estima dos outros. costuma pessoa se dirige. luilizar certos dispositivos que Ihe criam “méscaras” e “fachadas”. Podemos desvincular a5 conotagbes morals que a patavidlMts, 20 contrario, gostamos da “transparéncia”, do individuo ride sume Kon, por engl iiss vader age te most tal con ennene sem ecb ada ae reser "i fio que diz ou do que faz, que ndo simula lanl am medicamento para Indear a eflicla de produ, “Saar: neste ako, sabenos com que} estamos Tiando 3 flanga. Sendo auténtico, © individuo entra no processo de conhecer Te ee te er “paris, a autenticidade & a diregfo que 0 aceitar o que-ele-é de fato. Assim, torna-se sensivel a fodas angiyiduo procura, quando pode escolher ao encontrar um clima aoe ion pre organism. ra orsia ae 0 sat Drow lpermisslvo. Por ela o individuo busca o objetivo de equilibrar wento se forna virtuoso, no sentido de procurar, de modo espottsi2g necessidades e sentimentos, dando-lhe melhor funcionamento erence auc ae sealza, um funclonamento sal iy relacionamento mais consirutivo com o8 outros. Neste sentido, aparece o depoimento da cliente, feito no t6pi anterior, deste capftulo: “depois de comecar o tratamento, a vidi Para mim se tornou mais positiva”... “este tratamento & um espécie de ligagto entre aquilo que a gente queria fazer e ni conseguia, e entfo a gente comeca a conseguir fazer". ele 6 bom: ele-&-o-que-realmente-&, quer agrade ou desagrade ios outros. E seu agrado esté em ele encontrar-se satisfelto consigo outras pessoas e pelas circunstincias. Ele “nfo consegue fazer Porque suas energias so investidas, nfo em funedo do seu pr6pth desenvolvimento natural, mas em solugGes defensivas para pr blemas que julga incontrolavei 54 8855555 SSNS CAPITULO VIII Viséo Otimista do Ser Humano 1, mecessério acreditar no outro ) | Aguito que alguém pensa do ser humano — as certezas que te) a respelto dele — influem muito no seu modo de traté-lo. | Se, por exemplo, eu penso que o homem é visceralmente mi © que as chaves da solugio dos seus problemas se encontra em mim, estabelego um modo de relactonamento totalmente dife do que se eu tiver uma vis4o otimista dele e julgi-lo capaz dirigir-se a si mesmo. ‘Mas, quando se fala acreditar no ser humano, a express pode assumir diversos significados, (A crlmtasto nifo-retiva considera que as eamadas mate jr indas do ser humano so naturalmente construtivas. Tratando 0 caso de Miss Oak, Rogers notou que pode exis no cliente uma camada periférica de amargura, édio, agressividad dlesejo de vinganca, otc. Entretanto, estes sentimentos nfo of fem os mals profundos nem os mais fortes. A medida que Miss Oak vai se aprofundando em si, nko nfo tem o desejo de por ein prética esses sentimentos, mas, d fato, rejelta-os e gostaria de se desembaracar deles, Continuando 0 processo de auto-exploragio, Miss Oak s que tinha, cada vez menos, de se.recear a sii mesma. Ao i de descobrir algo de tertivelmente errado, como parecia indicar camadas periféricas, para ela se vai revelando progressivamenk tum ew construtivo e socializado, Referindo-se a0 caso, diz Rogers: “sob ortamento superficial controlado, soba amargura e mento, reside um eu que é positivo c que nfo senle Gdio”. 8, On Becoming a Person, p. 101, Be Esta. afirmapgo de que “as camadas mais profundas do ser umano s&o positivas” nao deve ser aceita como um principio que se impde por si mesmo. Rogers a apresenta como experiéncia obtida no campo da psicoterapia, Cada um pode também verificar se, m0, campo observével do sett trabalho, isso acontece ou no. ‘A condigéo para se observar € que se crie para o cliente a situaco, denominada pela orientac&o ndo-diretiva de “clima permissivo”. Gostarlamos de apresentar uma das experincias que tivemos sobre o assunlo, na forma de uma carta que recebemos. Eis um frecho dela: “Engragadol... se nfo me falha a memétis, o nosso primeiro encontro fol de Tamentagées, medos, irritacies, descrencas, vazlos, faleas defesas, aborrecimentos, pobreza, ele, E vot provocou uma mudanga. Nio sei explicar, Mas criou dentro “de mim uma situagio nova, um desejo de nascer. Sinto a vida em processo. A cada dia eu a descibro nova, chela de esperancas, com sentido mesmo na dor... Eu me aproximo da verdade, verdade que se descobre na medida que se acolhe para que o espago Inferior se faga malor para acolher 0 outro, ete”, (A cliente agradece como se fosse 0 terapeuta quem tivesse crlado nela a mudanga operada. Evidentemente fol ela mesma ‘quem a crlou, servindo o terapeuta apenas de agente’de catalisago). ‘A cliente descobre que de fato nao-era o que parecia-ser-na- aparéncla, Mais dentro de si estava a sua “vitia nova”, esperando ser encontrada para despontar. Estava sua “verdade” para a qual ela eslava agora caminhando, E isso era diferente de tudo aquilo que aparecia em camadas periféricas, substitulndo lamentacées, medos, etc. por esperangas, dando-the sentido mesmo na dor, através da vida nova que despontava. ‘Maslow adota posigto semelhante de crenca no ser humano, quando diz que para justificar sua maldade costumamos chamé-lo de animal, E considera um “erro da maior transcendéncia” 0 fato de se pensar que “o animal existente em nés é ruim e que ‘08 nossos impulsos mais primitivos so perversos, insaciaveis, egoistas e hostis”, © autor diz que a crueldade nfo pode ser tida como a caracte- ristica do animal. Este, se bem observado, s6 ataca quando tem fome ou para se defender. Além disso, & preciso nfo esquecermos que o ser humano & animal, mas de modo muito proprio e specifica, Assim, como pertencem & nossa natureza primitive 2% Masiow, Motiractin y personalidad, p. 180, 57 PPP PPP PPP Pee eee eee impulsos destrutivos, pertencem também os impulsos suiperiores | D. No processo psicoterdpico, a capacidade de ditigir-se a si de verdade, amor e'beleza. mesmo manifesta-se pela possibilidade que o individuo tem Os procedimentos anti-sociais que o homem manifesta, o egoismo, | de compreender-se a si mesmo e de resolver problemas — que the ‘a invela, a hostilidade, a destrutividade, etc, resultam de frustra- | cegam adequadamente & conscincia, de modo suficiente para o Bee de’ impulsos mais profundos de amor, seguranca, elc., que, | su funcionamento satistatério. fem si mesmos, so desejéveis. ‘No estamos falando de uma compreensdo de si, que 0 cliente manifestaré através de enunciados técnicos e metodoldgicos, nos . aaa moldes do que acontece em plano profissional. Mas & uma i ateudacn a compreensdo vivencial, nao-tedrica, visando 0 ajustamento ¢ a eee integragdo do individuo em situagGes concretas da existéncia, oe — ‘A compreensdo © 0 ajustamento no sao feitos de uma s6 vez. 1 no ser fumano || Mas surge como aprendizagem — que 6 processo fluido, dina rico — © aprendizagem de vid Na sittagéo concreta da psicoterapia, acredi significa aceitar a sua capacidade de dirigir-se a si mesmo. Entretanto, como a afirmagio pode dar ensejo a equivocos,| (a E. Afirmando-se que o omem é capaz de dirigir-se a si mesmo, convém fazer algumas observagfes para determinar em que consiste } |;g0 se afirma com isso que ele seja auto-suficiente, bastando-se essa capacidad \Kgcai mesmo sem preciear doe outros. De fato, uma coisa é a capacidade que ele realmente possul e, A. A capacidade ¢ universal, existe em todos os seres humanos. } guia, é o exercicio da capacidade, Parate se efetive a capacidade Nao se trata de alguma forma de aperfeicoamento ou especializagZo | Je compreender e resolver problemas, © homem necessita, como que s6 alguns conseguiram por esforco proprio. Nao é fruto do | condi¢ao imprescindivel, de um clima permissivo, onde possa fazer ‘reino, da aprendizagem ou da educagio, Mas_é um modode | simbolizagSes corretase tenha liberdade experiencial para as funcionamento, comumn ao ser humano.e que cada um_trazconsigo | elaborates interiores convenientes. Assim, 0 exércicio pede um e parle integrante ilo sewequipamento. natural. relacionamento humano, destituide de ameaga, (como se procura fazer na psicoterapia nfo-diretiva). B. A capacidade de dirigir-se a si mesmo € um dos aspectos da tendéncia co desenvolvimento, existente em todo ser humano, | F. A forca curativa mais poderosa e na qual 0 terapeuta no- ‘que Rogers chama de “growth” e explica do seguinte modo: | diretivo mais confia nfo é 0 emprego da técnica ou a habilidade ‘odo organismo est animado por uma tend@ncia inerente para | de ulllizar seus conhecimentos clentificos, Essa forga nfo esta desenvolver todas as suas potencialidades e desenvolvt-las de modo |) fora do cliente, mas dentro dele: & a sua fendéncia ao desenvolvi- ‘que possa favorecer a stia conservacio e'0 seu enriquecimento”."" || mento. Eo melhor auxilio que se the pode dar, dentro ow fora da terapia, & ajudé-lo a libertar essa forga, quando se encontra €. 0 enunciado de Rogers, que acabamos de apresentar, constitul | impedida, para efetivar a capacidade do individuo realizar-se. © postulado basico da teoria rogertana, Nele se fundamentam duas | Na situac&o psicoterdpica o melhor recurso que possui 0 tera hipéteses: a primeira, que, através de tudo que faz, 0 homem | peuta nfo-diretivo & também essa capacidade do cliente compre est procurando, impulsionado pela tendéncia ao desenvolvimento, || ender-se a si mesmo e de resolver seus problemas. Neste caso, a sua propria realizaglo, isto 6, os fins prOprios do seu organismo. | @ funcfo do terapeuta € criar as condigées favorivels para que a segunda, que, para alcangar os seus objetivos, o organismo | ©! se efetive. esta se regulando a st mesmo através da imagem de si, modift | —-@Fatretanto, essa capacidade do cliente de. dirigit-se a al jcansio>e, opuano|we|taz|aeceesdriot mesmo no € uma eapécte de cullo e nem uma conelusto dogmatica, je deve ser aceita sem verficaggo, % Rogers et King, PryohorRrapie of Relatione... p. 12 58 59 PPP PPP eee PPP Pee eee eee ee eee ee ee ee /-De acorda com o procedimento cientifico, o terapeuta pode ‘Z transformé-1a numa hipstese a ser verificads. Neste caso, a hipdtese io Rogers, o seguinte enunciado: “O individu de forma construtiva, todos ‘A “forma construtiva” € uma compreenséo mais adequada de si e a resolugao satisfat6ria dos seus problemas para um melhor funcionamento, ‘Para verificar a hip6tese, 0 terapeuta deve criar as condigdes favordvels, enunciadas pela Teoria, a fim de que o cliente possa representar os aspectos de sua vida na consciéncia. Ou seja, dar para ele um clima de liberdade experiencial. Deste modo, através de sua propria observagdo, 0 terapeuta pode verificar. E, assim, rejeltard ou nao a hipétese de que o cliente € capaz de dirigir-se a si mesmo, Se ee {3.0 resy & pessoa humana So woonlo hae Ss Na orientago néo-diretiva, o respeito a pessoa humana se baseia no direito que esta possui de governar-se a si mesma, utilizando sua capacidade de autodeterminacao para alcancd-lo, Com muita freqii¢ncia fala-se em respeito d pessoa humana como categoria que, através de especulacdo intelectual, procura-se emunciar, definir, explicar, etc. Eniretanto, os conceitos e idéias favordveis que possulmos nao yarantem que, possuindo-os, vans respeilar de faly 0 uulro, ‘Alguém pode afirmar e defender idéias muito bonitas sobre 0 respeito & pessoa fumana e, no entanto, a0 lidar com ela, negar, através de procedimentos desrespeitosos, 0 que afirmou e defendeu com tanto empenho. Por isso, 0 respeito a pessoa humana que se pede ao terapeut3} DYido-diretivo nfo € 0 que ele defende apenas com palavras. Mas|| 6 0 que cle demonstra, no momento que trata tom o cliente] Falando de outra maneira, para saber se o terapeuta respéita ‘ou no o cliente, nfo basta ouvir o que ele pensa e diz sobre 0 assunto, B necessério também observar como ele procede na situagao psicoterdpica. Existindo 0 respeito, manifestar-se- con- cretamente no modo como ele age com o cliente. 1 Rages, Cilen-centered therapy, p. 24 60 Na situagio concreta da terapia, o terapeuta deve ajudar a0 dente. Mas, por outro lado, deve reconhecer que o cliente 6, ele mesmo, o melhor perito que existe para saber € decidir sobre 0 que mais Ihe convém no plano de sua existéncia. Assim, ajudar nao significa nem eliminar nem diminuir essa qualidade que o cliente jpossui, mas criar condigSes favordveis para que ele a possa efetivar. Poderiamos dizer, de outro modo, que o cliente possi a capa- cidade de autodeterminagéo. Quando vem procurar a psicoterapia nio & para que essa qualidade the seja negada ou reprimida, Mas, encontrar um agente catalisador que a liberte, ajudando-o a firar os bloqueios que estéo impedindo o seu exercicio: o cliente aprende a autodeterminar-se, autodeterminando-se. Nao é Ihe tirando a capacidade de decidir-se que ele vai aprender a decidir-se. ‘A orientagao nao-diretiva considera como falta de respeito ao outro julgar, avaliar e qualquer procedimento cujo objetivo seja determinar 0 que o cliente deve fazer (out nfo fazer) para dirigir sua propria vi Para um encontro entre psicélogos ¢ alunos de Psicologia, que estévamos orientando em Séo Paulo, tivemos oportunidade de entrevistar uma cliente, fora da sesso psicoterapica, a fim de obter impressGes sobre o tratamento a que estava sendo submetida. A entrevista teve bastante aceitagéo entre os participantes do encontro. Tanto que levaram a fita gravada para ser repetida em diversas aulas de matérias referentes do curso\(onde, naturalmente, 4 ndo estévamos presentes). No encontro, a entrevista foi refletida e anali mente © espago no nos permile fazer aqui, agore dar um pequeno trecho da entrevista. ‘A. moga, escolhida 20 acaso entre as clientes, aceitou a entrevista de boa vontade. Durante trés anos, ela esteve submetida a uma {erapia, de orientagao diferente da que seguimos, ¢ encontsava-se ha seis meses freqtientando sessbes nossas, da Psicoterapia Centra no Cliente, Falando a respeito do seu tratamento anterlor, diz: ida, 0 que infeliz~ ‘Vamos apenas (entrevistads) — ...08 elementos que ele me dava (refere-se 20 antigo {erapeuta) era uma eapécie de tdbua de salvagdo, na qual eu devia me agarrar para néo me afundar, entende?... Ba precisava me agarrar fem alguma coisa para justijiear tudo 0 que eu sentia... Entdo, eu ndo inka outra salda, era 36 aguela. e (entrevistador) — No tratamento que eu faro faite-the, entdo, aquele elemento para voc® se segurar, no é? 61 a =~ a E —Olhal... vamos dizer que com este tratamento eu acho. .. que... ‘que dx ndo preciso tanto de me segurar em alguma eotsa, entende? # come ‘Se eu esivesse achando um jelto de andar sem me segurar em alguma coisa, ¢ — Seria como se voe# estivesse achando um jeito de andar por s| ‘mesma? Eg — &. 8 como se eu estivesse aprendendo a andar. Depois, fol-he feita esta pergunta direta (lembramos mais uma ‘vez que 6 uma entrevista que se realiza fora da sesso psico- terdpicad: 4 — Meu modo de proceder (do terapeuta), como &? Se voct tivesse de expllcar a alguém que ndo contece o método rogeriano, como é que voct explicaria, para essa pessoa, o meu procedimento? Eq — Eu acho que 0 sex mélodo faz a gente encontrar a resposta que estava na gente, mas que a gente ndo sabia encontrar — e é justa- mente aquela respesta que a gente queria achar. i A cliente faz comentérios sobre resultados obtidos no tratamento e que a delxara muito satisfeita, Entio, é feita a seguinte pergunta: &g —E qual é o elemento fundamental, nas sessdes, que estd produaindo seu érescimento, sua evolucto? Ey — Fundamental? Eu acho que é, assim, a liberdade, Paréce que eu sou respeitada em tudo que eu penso ¢ todas as decisdes que eu vou fer om que eu fone sfo somente minhas, # interessante notar que a moga era uma cliente, digamos, comum. Atendo outros que so psle6logos ou alunos de Psicologia. ‘A moga nao pertence a essa categoria. Nada tinha lido a respelto da orientagéo nfo-diretiva. Suas conclusGes foram obtidas nas experitacias concretas das sessGes psicoterépicas, ‘A cliente coloca, como ponto fundamental, a liberdade que encontra, o respeito pelos seus pensamentos e decisbes. Ela sente que & capaz de aulodeterminar-se: as decisies que toma nfo sio do terapeuta. Sao somente dela mesma. Ela se encontra como uma pessoa que “aprende a andar”. Mas quer caminhar por si mesma, Sabe que as respostas que desejava achar se encontram, dentro dela. Néo € necessério que venham de fora, do ferapeuta, A fungao deste nfo € elaborar solugGes. Mas ajudé-la a uma descoberta ! que ela fard por si. 62 - No entanto, hd uma opiniao corrente de que o cliente nfo & capaz, néo pode, nao sabe, O terapeuta tem que fazer por ele. Evidentemente esta posicdo é incompativel com a néo-diretividade. J-Acreditar no cliente, no sentido que the da a orientagio nao diretiva, nfo & apenas uma posigdo tética. E uma crenga, uma convicefio, uma certeza que emerge de tudes anteriores pro- fundas. Entretanto, essas aliludes ndo se elaboram meramente na base de uma especulagao intelectual, Mas é um conhecimento vivencial que se obtém, como aprendizagem, na verificagao das experiéncias psicoterdpicas. 63 SPREE PEE CAPITULO IX ———— O Clima Afetivo da Terapia ndo-diretiva 1. 0 amor é unio e partitha Empora fazendo refertncia a outros autores, desejamos apresentar neste capitulo algumas reflexdes pessoais sobre 9 amor e o clima afetivo da terapia nao-diretiva. ‘Todo ser humano se encontra num processo natural de desen- olvimento: esté sempre se construindo. Este processo parte de dentro”, efetiva-se pela satistagéo adequada de necessidades bé- Yates © engloba 0 individuo em sua totalidade, ~ Entre ssidades basicas, existe a de sér_amado, & uma exigéncia humana muito importante, que o individu no pode negar sem prejudicar-se e cuja satisfago apropriada concorre ara a realizagdo organismica, ‘A nossa necessidade de sermos amados pede, para ser satisfeita, que 0 outro nos ame — sobretuido o outro significativo, a pessos- critério, de quem procuramos 0 amor, de modo especial. ‘Assim, somos atraidos para 0 outro, no inicio, por uma tendéncia primitiva e faforme, Posteriormente, as experiéncias, os padrdes sociais e a educagio poderdo canalizar a necessidade para a busca de formas preferenciais de amar e ser dmados. (© termo anior € muito equivoco. Para evilar a ambigtiidade, ientagéo nfo-diretiva prefere utilizar consideragdo positiva indicando calor humano, acolhimento, slmpatia, respeito, aceitarao, etc, que surgem como expresses para satisfazer a nossa neces-| sidade de sermos amados. ‘Atualmente € muito comum vincular-se © amor com a idéia de sextialidade. Digamos logo que nao € a este sentido que estamos nos referindo, - Estamos falando em amor para indicar, como ja foi dito, um sentimento profundo da natureza humana, anterior a0 sexo ou & qualquer outra forma mais especitica de relacionamento, que se manifesta como tendéncia primitiva que atrai o homem para o seu semelhante, : Sentindo essa atraco fundamental, o_que-o-ser_humano procura ~~ no_outro, pelo amor, a uniao-e-partilha.- ‘Quanda.eu — como qualquer_outro — tenho amor_por_uma pess0a, eu_a reconhiego, dou-the acofhimento. em. mim. pelo. reco: nhgcimento_ feito. e,-acolhendo-a,_tenhio.com.ela.o. mesmo_ ser rompendo a minha solidao ea dela. Expliquemos o que essas afirmag6es indicam: Reconhecer & “conhecer de novo". Mas pode ter outros signi cados. Assim, quando se diz: “reconheci vocé pela voz" serve para diferenciar um individuo por caracteristicas que the sfo pré- prias. Ou, quando se fala: “'reconhego que essa assinatura ¢ dele mesmo”, serve para confirmar o que se julga verdadero, legitimo. Ou, ainda, quando se declara: “antes de construir é preciso reco- sihecer 0 terreno”, serve para indicar um procedimento de investiga- ‘io, de exploracio, ‘Assim, reconhecer pode significar também diferenciar, confirmiar « investigar. ‘Ao afirmarmos que reconhécemos a pessoa a quem amamos, queremos dizer, em primeiro lugar, que nés a diferenciamos de fodas as outras, pelas caracteristicas que, nela, percebemos, tor- nando-a dniea para nds, distinta de todas as outfas: nds a “encon- ramos”. Era aquela que nés “desejévamos” ¢ “procurdvamos”. Todas que amamos sao tinica no amor que Ihe temos. E ns a acolhemos dentro de nbs, com as suas caracteristicas proprias, com a sua individualidade. Ela representa, em grau miai ‘ou menor, a “resposta” que pretendiamos para a nossa necessidade de amar'e em cuja busca nés mos sentlamos atraidos para os seres humanos. Ela se torna presente em n6s, como satisfacao para essa necessidade, po no sentido em que estamos falando, cresce e realiza-se ba rticularmente no momento da partilha: a pessoa amada, tor- lnando-se solidéria — e no mals solitéria — manifesta-me que precisa de mim, como eu preciso dela. Ela rompe a solido inferior em que se encontra e expressa-me os seus anselos, medos, esperancas, sticess0s, etc, como ela mestifa.os percebe. ‘Aqui, efetiva-se, em mim, 0 reconhecimento nos trés sentidos que foram falados acima. Quanto mais a pessoa amada se revela, mais~ ‘eu a reconhego (descobrir, investigar). Quanto mais eu a descubro, 65 | FUELS imais a réconheco (diferenciar). Quanto mais se mostra diferent e eu percebo como ela percebe, mais eu tenho o mesmo seni com ela, reconhecendo (confirmar) 0 que ela percebe e senie, Desta maneira, confirmada no que ela percebe e sente, ela nig se encontra mais sozinha: somos ela e eu. Paxtiligr no significa concordat, mas_aceltar_com _respeito ¢ responsabilidade o que me & oferecido, participando com “interes desinteressado” da interioridade do outro, tal como ele a percete sente. Isso cria uma emogo simpatica, que torna o relaciona, mento possivel, ajudando 0 seu desenvolvimento na forma de unio efetiva, cada ver mais profunda. “A iiniéo se faz pela comunhfo entre eu e tu, a pessoa amada;| feu, que te'reconheso, sou fu, que é acolhida em mim. Tu, que wresente em mim, és eu, que sinto como tu. Esta idéia de amor, que acabamos de descrever, serve pai caracterizar 0 clima afetivo da psicoterapia nao-diretiva, Quand se fala neste, portanto, nao se deve imaginar que consiste apenat fem manifestagbes exterfores de cordialidade, delicadeza out amabi| lidade, Nao € também um mero sentimentalismo, uma simple exarcebago emocional que, se existe, é justamente o oposto dt ‘uma atitude verdadeiramente psicoterdpica. Esta se explica funds} ‘mentalmente como nigo que se faz pela partitha, 6. tei do amor desiaiteressado iz Fromm: “No ato de amar sou uno com tudo e, no entanta ta ou eu meamo, uv serfumano alaguls, independent, tad © mortal, Na realldade, 0 amor nasce ¢ renasce da prépria pols] ridade entre separacéo e unio”. " © terapeuta sentir, no amor que tem ao cliente, a sua prOpr individualidade, reconhecendo-se como outra pessoa, separada di cliente, & condigo para respeitar a individualidade do outro, garat tindo @ independéncia que Ihe convém: o outro deve ser amach com o seu aspecto fundamental de ser irredutivel & individualidads uta. Chant © cliente faz a experitncia de ser amado, nao de form possessiva, nfo com um amor que escraviza, que prende, que tol 4 liberdade, numa palavra, no com um amor que ama tratando amado como objeto que se controla e manipula. Fromm, Peleandles de Sooleads Contempordace, p. My 4 | 66 Mas pelo contrério. O cliente sente que & 20 mesino tempo amado e que 0 amor no the quer tirar 0 seu modo exclusiva. mente pessoal de ser. Ele € amado com suas idéias, experitncias, recessidades e sentimentos prOprios. & amado como pessoa distinta do ferapeuta que, para amé-lo, nfo deseja reduzi-to a si mesmo, obrigando-o a pensar e sentir como ele mesmo pensa e sente. E amado, portanto, com um amor -incondictonal, O que o ferapewta sabe sobre o pensar, sentir e agir do cliente nfo transformado em elemento seletivo para o terapeuta decidir se pode eu no amé-lo ou se pode amé-lo em grau maior ot menor. 0 cliente faz a experiéncia de ser amado realmerite como é, como se encontra no momento de ser amado, N&o se sente, por tanto, “forgado” a realizar mudangas artificiais ou a “fingie” modos de ser © comportar-se para conquistar ou manter 0 amor do {erapeuta. “Trata-se,.portanto, de um amor desinteressado. Se_eu_amasse na pessoa com a intencéo de que o meu amor produzisse mudan- 2s -nela, eutéo isso_poderia_soarcom o tom de_uma chantagem Beis: com o prope do meu ane ei ete ae comprar ima mudanga que ela, a pessoa amada, no estaria ainda em condigéo de realizar. ‘Quando se sente preparada, a pessoa muda. Mas, nesle caso, as mudangas poderdo surgir — e certamente surgiréo — como conseqiiéncia da eficdcia do relacionamento desinteressado e nfo como imposigo do amor. Assim, talver fosse melhor que eu nem 4 previsse ¢ nem mesmo as desejasse intencionalmente, deixando {ue aparecessem como surpresa, tanto para mim como para 0 dllente, 0 ‘amor desinteressado, portanto, nfo se bascia em mudangas que podem vir ou em outro motivo compensador qualquer, mas ama porque ama": & gratuito. A pessoa & amada apenas por isso e por tudo esponde a necessidade que tenho de amar. E encontra-se inserido no principio da realidade presente: a pessoa Jt quem amo, aqui e agora, 6 “assim”. Pensa, sente e age desse modo, que the € proprio. Mas, quando se expressa, oferece-me o dom singular de sua interiorldade, tal como ela a percebe. E, no entanto, o amor desinteressado provoca transformagies no lente, Sentindo-se acelto como & na realidade pelo terapeuta, ele Jprende a aceltar, no amor, a realidade que ele 6 de falo, Essa aulo-aceitacto 6 libertadora. A condig&o para alguém se frensformar € aceilar-se a si mesmo na orientagdo presente em ue se encontra. Geralmente, o cliente pensa de modo diverso. eT , a nn ‘Acredita que, aceitando-se como se encontra no momento atual, fentraré em acomodacio, em conformismo e que seus defeltos fumentardo, Supbe, desta maneira, que, para transformar-se, ele precisa de rejeitar a si mesmo, de condenar em si os “erros” que so percebidos. Entretanto, enquanto no se aceita como realmente é, 0 individuo sente-se ameacado por si mesmo e vive defendendo-se de para se defender, distorce ou nega experiéncias, formando un conceito inadequado de si. ‘Aceitando-se como realmente & 0 individuo nfo precisa malt defender-se das coisas que em si mesmo condena, Entra em par consigo mesmo. E, sem defesas, pode cuidar do sew desenvolv. mento. Pode reconhecer © avaliar corretamente suas experitaciay organismicas, utilizando-as, como julgar melhor, para efetivar mt (_ dangas no sentido do seu maior crescimento, ~ ““Podemos dizer, entdo, que sendo realmente o-que-t, a fendéncia ao desenvolvimento nao “permitira” que o individuo permanesa ‘numa posigao estética, mas, pelo contrario, ele criow a condigis necesséria para crescer no sett proprio dinamismo. ‘Assim, embora o amor desinteressado 40 imponha mudangas| cria uma distensio necesséria para que as mudangas venham “dt dentro”, E, deste modo, reconhece e assume o falo de que cadi pessoa & responsével pelo seu destino, pela sua vida e pelo sel proprio crescimento. Kinget refere-se a um comentério feito por Rogers num seus filmes: “O que o individuo parece sentir na terapia é experiéncia de ser amado. Amady, ndo de modo possessivo, mal fde uma maneira que Ihe permite’ ser uma pessoa distinta; com suas ldéias e sentimentos € um modo de ser’que lhe & exclusive mente pessoal”. Diz Kinget que essa experiencia reforga o senti ranga no cliente e parece agit como fator vi {erapeutas ainda ndo elucidaram de modo teérico, mas constataray die maneira clinica e que j& comega a aparecer em resultados 6} pesquisa." Erich Fromm diz que no amor esta a iinica resposta para natureza humana e que nele reside a saide. E diz que o a consiste “na unio com alguém ou algo fora da criatura, sob condigdo de manter a separagéo e a integridade propria, & wm Rogen ot Kings, Peyhothéraple et Relations, p. 10h sensagdo de partilha, de comunho, que permite a ple - glo da atividade interio ne renee ‘Quando o cliente vem para a psicoterapia, o terapeuta sabe que ele vem para a partila, Sabe que ele tem uma necessidade fundamental de ser amado e que “no amor reside a saiide”. © terapeuta Ihe da “a dnica resposta para a natureza *, vivendo, neste instante, de modo profundo, o espirito de fraternidade. 'Néo se trata de uma fratemidade, como se fosse um apelo vago e genérico & unio dos homens, universal e abstrata, mas que de fato no os ama na realidade. Trata-se, porém, de uma vivencla fraterna que se experimenta aqui e agora na unio com o cliente, como pessoa dnica, mas que é também “representante” da humanidade. Unindo-se a ela, 0 {erapeuta se une a todos os homens. 0 terapeuta deve ter para com o cliente procedimentos de calor fumano, acolhimento, simpatia, respelto, aceitacdo, etc, Mas 0 ferapeuta nao tem necessidade de manifestar o seu, amor através de formas explicitas. Quando estas so usadas podem até produzit feito contrdrio, Ao invés de facilitar, podem criar obstéculo para « processo psicoterapico. Se, durante a parfifha, o terapeuta se coloca numa atitude autén- fica de disponibilidade afetiva e mental e se procura “sintonizar” com o cliente, reconhecendo de fato o que ele expressa, enttio seu amor ser& manifestado e compreendido através de fatos e proce- dlmentos e nfo através de palavras e declaragbes, 5, Paleanse 40 Secednde Contanpordne, p. 4, 48. 69 aaa aba b EELS CAPITULO X A Congruéneia na Comunicagao do Terapeuta 1. 0 que € uma congritenten?) No cariruto vit deste trabalho, tizemos tima distingfo, com fina lidades didéticas, entre autenticidade e congruéncia. Naquele capl- tulo, focalizamos a autenticidade. Agora, iremos tratar da con- gruéncia. Imaginemos 0 exemplo simples dado por Rogers: Havia um piloto, que era conhecido como pessoa valente © sem medo. Numa ocasifo, mandaram-the fazer uma viagem que im- plicava grandes riscos. O seu organismo senle a experitncia do medo e a necessidade de livrar-se do perigo. Entretanto, essa experitncia nfo pode ser representada corretamente na consciéncia Porque se ope a0 conceito que o piloto faz de si, de um homeni valente © sem medo, Entio, a experiencia impedida de representago se “transforma” € assume uma felgflo pstcossomatica, Chega & conscigncia numa simbolizaedo incorreta, distorcida, como “distiirbio do aparelho digestivo”. O plloto diz 0 que, representou: “néo posso fazer a ‘viagem porque estou adoentado”. E, assim, foge do perigo que emia, mantendo a imagem de ser um individuo valente e sem medo. * Podemos supor, rio caso que acabamos de apresentar, que 0 sentimento ameagador do medo foi reconhecido e impedide de entrar na consciéncia, eem que em nenkum instante o piloto tivesse icia do referido sentimento. A essa situagio Rogers chama de subcepedo e diz qiie parece indicar o seguinte: “O individuo Parece ser capaz de discriminar os estimulos ameagadores dos no-ameagadores e de reagir de acordo com eles, mesmo que Rogers, CHentcentered therony, 68. 70 «ela incapaz de reconhecer conscientemence o estimulo ante o qual cslé reagindo”."* #, digamos, subliminar. No exemplo dado, podemos considerar trés nivels diferentes 10 piloto: 0 da experiéncia organismica (0 medo que sentiu 0 desejo de fugir do perigo), o da representacdo na consciéncia (0 Aistirbio do aparelho digestivo) e a comunicacdo feita (“nio posso viajar porque estott adoentado”). No caso apresentado, 4 congruéncia (porque existe acordo) entre a comunicagdo e a Yepresentago ria consciéncia, Mas nfo existe congruéncia entre experléncia e representagio na consciéncia, Fala-se em comportamento congruente para indicar a harmonia,\ aintegragdo entre os tr€s niveis: experiéncia-consciéncia-comunica- so. Isso unifica a pessoa: o que ela experimenta, representa, O que representa, comunica, A pessoa torna-se “transparente”: pelo qe ela comunica pode-se “ver” sua conscléncia © pode-se “ver” | sua experiéncia, © comportamento congruente deve ser “ex integra causa”, Ito 6, sem falhia de acordo entre nivels. Caso contrario, torna-se / incongruente. ‘A falha de acordo, gerando incongruéncia, pode se encontrar entre a_experiéncia e a consciéncia. Foi o que aconteceu com 0 piloto: sente mecio (experiéncia) e simholiza distiirbio do aparelho Aigestivo (consciencia), . ‘Mas pode se encontrar também na falha de dcordo entre cons-| éncia.e comunicagdo, Imaginemos, para exemplificar, que o piloto fivesse conscléncia do medo e dissesse que estava adoentado. Agora, haveria discordancia entre coneciéneia e comunieagio: airmava-se colsa diferente do que se tintia consciéncia. Em um trabalho nosso, imaginamos 0 comportamento congruente como processo continuo que devesse passar pelas seguintes fases: A. o individuo sentir 0 que esti acontecendo no seu organism, isto & ‘aperimenté-to como algo real que existe e que se esté passando’ em si; B. pperceber tal como esid sehiindo, isto é, representar adequadamente a consciéncia a experiéncia que esld fendo; C. aceitar 0 que esté percebendo — e tal como est percebendo — isto 4 *assumir” como sua a experitncia que esti sendo representads, como algo que Ihe pertence, como parte “natural” de el; D, manifestar a experiéncia tal como é aceita, isto &, expressar-se tal ‘como pensa e sente. Md B80 a PPE PEPER RRR No mesmo trabalho, tentamos especificar os diversos tipos de incongruéncia, correspondentes a cada uma das fases aclma apre. sentadas: ‘Ay — com relagéo ao item A: a incongruéncia consiste na recusa da conseltacia em acetar a experiéncia organismica. Neste caso, nege-se 4 existéucia da prépria experitncia (mecanismo de negacio); B, — com relagfo a0 item B: a incongrutacia consiste na recuse da conscitucia em aceitar a experitneia tal como se passa: Neste caso, 8 experigncia é representada na consciénels, mas de modo distorcido (sim bolizagio incorreta); ©, — com ielagéo ao item C: a incongrutncia consiste em rejeite 2 representacio| que fol fiia na conscinca. Nesle caso, a representata € feita adequadamente na consciéncla, mas o individuo ‘a v8 como to de mau ou felo e por isso fem temor ou vergonha da representacdo, procurando afasticla ou reprimi-la; D, — com relagfo ao item D (conseqlléncia do item C,): a incon. ‘grufncia consiste na recusa de comunicar a representagao consciente. com receio de se fazer “mé figura” ou para nfo desagradat os outros. Nesle caso, a defesa assume a forma de “méscaras”, "Tachadas” ¢ oulraa fall ddades e duplicidades. Ainda no mesmo trabalho, para melhor compreensio daé falhas de acordo no proceso continuo da incongruéncia, elaboramos figura que vai na pagina seguinte. * 2. A congruénela do terapeuta Durante a terapia, toda a eficécia de processo, enquanto se refere ao terapeuta, depende de sua congruéncia. No relacionamento social, comum, geralmente se usa um fogo de enganos. miituos. Neste ‘caso, parece que o mais importante € “sair-se bem”, respondendo as expectativas que os outros colocan em nés. Assim, parece também “‘Ifeito” usar-se uma série de falsidades e enganos, Na terapia, ao invés, desejamos criar um clima favordvel, onde o indvdtoposea.reconiesor"a iprias incongruéncias, avaliando-as adequadamente © entrando no proceso de auten- ticidade, Rado, Rosato Bxperiuenal, p. 16 18 tee 1B 2 DESACORDO ENtRE Cancel Ideal CCONSCIENCIA paréncia representa j ! } ruéncia: 2— Distorcer = experténcie 44 — Recuse de cominicar a DADE: COMO QUAUIDADE DE PESSOA: | | i Incong MEIO AMBIENTE aes sas b ab E TEENS A base para que isso acontega & a propria congruéncia do lerapeuta, segundo 0 enfoque nfo-diretivo, Quando o cliente Percebe que 0 ferapeuta ndo age enganosamente, que o sey procedimento nfo & feito de ambigtidade nem equivocos, entao “sabe com quem est4 tratando”, Adquire conflanga. E tem condi- 6es de entrar num proceso de comunicagio aberto, franco leal, sabendo que em nada lucra, querendo enganar, Para usar um modo simples de expresso, como se o cliente aprendesse na propria maneira do terapeutta se comportar, que 28 “regras do jogo” sto outras, diferentes das que comumente ‘existem no relacionamento social. “A congruéncia no € algo que se possa fingir, quando de fato Je, ‘no existe. Néo & apenas um papel profissional que se desempenha. Ser congruente € ser-o-que-se-6, condicio que, na { terapia, vitaliza todas as atitudes do terapeuta e sem a qual os ) seus procedimentos — quaisquer que sejam — perdem valor e (sentido, ‘Mas, aqui, coloca-se um problema. Como j fol dito, a congruén- cla consiste na harmonia da.experiéncia com a conscitncla e na harmonia desta com a comunicagio. Ora, 0 individuo nao sabe se a simbolizagto que est4 fazendo ‘corresponde realmente experiéncia que tem. Quando fazemos uma representagdo distorcida de uma experiéncia, nfo femos conheci- mento que distorgo, “Pensamos” que estamos simbolizando corretamente © que a representagio corresponde & experiencia, de modo adequado, Mas, por ser distorgo, 0 que “pensamos” fo acontece. Assim, de um lado, exige-se a congryéncia do terapeuta. De outro, afirma-se 0 fato dele no poder avalid-la pessoalmente, de nao poder ser juiz do seu grau de congruéncla, Parece que, desta forma, coloca-se como fator central da terapia nfo-diretiva um elemento impossivel de ser controlado pelo proprio terapeuta. Talvez alguém sugerisse que, neste caso, a solugto poderla ser 0 culdado do terapeuta submeter-se a0 processo psicoterdpico, antes de iniciar o seu trabalho profissional. + AK recomendacéo & realmente de grande validade, Embora na orlentaco ngo-diretiva no seja obrigatéria, 6, no entanto, muito importante, ajudando o terapeuta a reorganizar sua personalidade © passar por um tipo de aprendizagem do processo que s6 € dado conhecer aos submetidos ao referide processo, 4 7 Embora valida e importante, a recomendagio feita no aparece como soluggo do problema enunciado. De fato, a vida & proceso e flui, E a congruéncia eventualmente adquirida numa situagio psicoterdpica nfo é garantia infalivel de sua permanéncia posterior sas interagdes com os clientes. A congruéncla é ela mesma, fambém proceso que se realiza e vivencia a cada momento que cxistimos, A solucéo talvez pudesse surgir se fizéssemos uma diferenga entre congruéneia e sinceridade, Neste caso, a primeira indica a harfhonia entre experiéncia e consciéncia e, a segunda, a harmonia entre conscléncia e comunicagio. Kinget diz: “‘com efeito, a sinceridade consiste em se falar e agir de acordo com a representaco consclente, isto €, tal como aparece sa conscigneia — no necessariamente tal como’é sentida”. Na sinceridade entra um elemento pressuposto. © individuo nfo sabe se 0 que estd representando na consciéncia coincide de fato com o que ele esta experimentando, porque isso na verdade nao se pode saber. Mas o individuo age como se existisse acordo entre 1s nlvels, cuja harmonia ele desconhece, Ele est “convencido” de que o sentimento representado e comunicado (comunicagao = cons- aléncla) & realmente o que ele experimenta (consciéncia = expe- rignela).. . Seria 0 mesmo dizer, utilizando outras palavras, que o terapeuta deve fazer o controle de sua congruéncia dentro dos limites possiveis, ao sew alcance, E isso sera realizado se ele proceder_/ através de um agir feito de sinceridade, ‘0 terapeuta, ento, manifestara o seu pensamento e sentimento de modo coerente com a representacdo feita pela sua consciéncia, E procede camo se os contetidos da sua conscléncia fossem a simbolizacao correla da sua experitncla, : Rogers diz: “'.. .ndo posso decidir quando & que a minha cons- sitncla seré congruente com a minha experiéncia. A resposta a tela questo seré dada pela minha necessidade de defesa disto ‘tu nflo fenho conscitncia. Ha, porém, uma opgo existencial per- manente, segundo a qual a minha comunicagio seré congruente com a conscléucia que feno do que estou experimentando”. E diz o autor que esta disposigfo (de realizar 0 que chamamos de sheeridade) € necessdria e suficiente para estabelecer um rela~ tlonamento congruente, 1 Rogers at Klagel, Peychothéraple et Relations, p. 108 % ee

Vous aimerez peut-être aussi