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Resistência
dos Materiais II
Material elaborado pelo Prof. MSc Eng Halley Dias
versão 2009_1
Prof. MSc Eng Halley Dias
Concentração de Tensão
Até o presente momento foi considerado nos cálculos de
dimensionamento estrutural a tensão média, figura c, ou seja, a razão
entre força e área. Entretanto, em muitos casos esta simplificação pode
não ser válida ou fornecer informações inválidas ao projetista. Quando
componentes estruturais apresentarem variações ao longo da seção
transversal (por exemplo furos, reduções, cantos vivos, entalhes) a
tensão gerada no local onde existe a descontinuidade é superior à
tensão média, figura b. Se o projetista não levar em consideração a
variação geométrica da seção transversal, a estrutura poderá falhar
abaixo da carga admissível calculada pela tensão média.
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σ max P
Kt = σ med =
σ média A
A é a menor área da
seção transversal
O fator de concentração de tensão geralmente é informado sob a forma de
gráficos. Deve-se observar que o fator de concentração de tensão independe
do tipo de material, mas apenas da geometria da seção transversal da
estrutura e do tipo de descontinuidade.
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0,35
r 14
P 14 mm P = = 0,35
40 mm
w 40
15 mm
K t = 2, 25
100 mm
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P P
σ med = = σ max = Kt .σ med
A (h − Φ ).t
K t = 2, 25
P = 5, 00 kN
σ max = 2, 25.12,8 = 28,8 MPa
h ⇒ altura da chapa = 40 mm
Φ ⇒ diâmetro do furo =14 mm
t ⇒ espessura da chapa = 15 mm
P
σ med =
[(40.10−3 ) − (14.10−3 )].15.10−3
P
σ med = −6
= 12,8 MPa
390.10
Observe que: se a chapa fosse dimensionada sem levar em conta o fator de
concentração de tensão e utilizasse um fator de segurança igual a 2, quanto posta em
serviço a tensão real seria 2,25 vezes superior à tensão média, ou seja, acima da
tensão de escoamento do material, em outras palavras sem segurança. Esse exemplo
mostra a importância da análise da concentração de tensão, pois quando ignorada o
projetista pode dimensionar estruturas e/ou elementos de máquinas cuja segurança
pode ficar comprometida.
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Exemplo: A tira de aço mostrada na figura abaixo está submetida a uma carga axial de
80 kN. Determinar a tensão normal máxima desenvolvida na tira. O aço tem limite de
escoamento σe = 700 MPa e módulo de elasticidade Eaço = 200 GPa
r 6 mm w 40 mm
= = 0,3; = =2
h 20 mm h 20 mm
Pelo gráfico K t =1, 6
P
σ max = Kt .σ med = (1, 6).( )
A
80.103
σ max = 1, 6. = 640 MPa
(0, 02).(0, 01)
Como a tensão máxima é inferior a
tensão de escoamento o material
permanece elástico.
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Cisalhamento
V
τ média =
A
τ: tensão cisalhante média na seção, que se supõe ser a mesma em
cada ponto localizado na seção.
V: resultante interna da força de cisalhamento na seção determinada
pelas equações de equilíbrio.
A: área da seção
V F
τ média = =
A A
Fonte: Hibbeler, Resistência dos
Materiais, 5ª ed, 2006.
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Cisalhamento Duplo
V F
τ média = =
A 2A
Fonte: Hibbeler, Resistência dos
Materiais, 5ª ed, 2006.
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Pressão de Esmagamento ou de Contato
em Juntas Rebitadas, Parafusadas, Chavetas
No dimensionamento das juntas rebitadas, parafusadas, chavetas
torna-se necessária a verificação da pressão de contato entre o
elemento e a parede do furo na chapa (nas juntas). A carga de
cisalhamento além da tendência de corte do elemento de junção
cria esforço de compressão ou esmagamento entre o elemento (p.
ex. parafuso ou rebite) e a parede do furo. Essa pressão é definida
através da relação entre a carga de compressão atuante e a área da
secção longitudinal do elemento, que é projetada na parede do
furo.
a a
t
Φ
τRb – tensão de esmagamento V V
t – espessura da chapa τb = =
Φ – diâmetro do furo
A – área de esmagamento = t.Φ
A φ .t
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Exemplo de Aplicação
Exemplo: a corrente foi fabricada com aço SAE 1020 laminado. Determine o diâmetro do
elo da corrente de modo que resista ao cisalhamento quando a corrente for submetida a
uma carga estática de 8,50 kN. Dados: σe = 210 MPa; E = 210 GPa. Considere que a
tensão de escoamento para o cisalhamento é 60% da tensão e escoamento em tração.
Caso seja requerido coeficiente de segurança igual a 2 (dois) qual deverá ser o valor do
diâmetro da corrente para essa situação.
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Exemplo: Uma corrente de bicicleta consiste de uma série de pequenos elos, cada um
com 12 mm de comprimento entre os centros dos pinos cujo diâmetro é igual a 2,5
mm. Considere L o comprimento o braço da manivela (L = 300 mm) a partir do eixo
principal até o eixo do pedal e R o raio da catraca (R = 125 mm). (a) determine a
tração T na corrente devido à força Padm = 800 N aplicada a um dos pedais; (b)
Calcule a tensão de cisalhamento média nos pinos; (c) pode-se afirmar que os pinos
da corrente estão sofrendo apenas deformação elástica? Justifique sua resposta; (d)
caso a afirmativa do item ‘c’ se confirme, qual o coeficiente de segurança utilizado; (e)
qual a carga que causaria escoamento no pinos da corrente?
τ (MPa)
τe = 350
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γ (rad)
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F
F
Início da falha
Plano ou área de
cisalhamento
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5 – Coeficiente de Poisson
Hibbeler, 2006.
Prof. MSc Eng Halley Dias
Coeficiente de Poisson
ε'
υ =−
ε
O sinal negativo visa compensar o fato de que as
deformações apresentam sinais contrários.
O coeficiente de Poisson é válido na região elástica do
material.
Valores experimentais do coeficiente de Poisson para a
maioria dos materiais variam entre 0,25 e 0,35. A borracha é
o material que apresenta o maior valor com 0,5 e a cortiça o
menor valor nulo. O concreto apresenta valor entre 0,1 e 0,2.
Hibbeler, 2006.
Prof. MSc Eng Halley Dias
π
A = (d 22 − d12 ) = 12,34 pol 2
P 4
P
σ = − = −11,32 ksi (sinal negativo indica compressão)
A
Como a tensão desenvolvida é inforior a tensão admissível
L o material sofre deformação elástica, portanto vale a Lei de Hooke
σ
ε= = − 377,3 x10−6
E
δ = ε .L = − 0, 018 pol
d1 ε ' = −υ .ε =113, 2 x10−6
d2 ∆d 2 = ε '.d 2 = 0, 000679 pol
∆d1 = ε '.d1 = 0, 000509 pol
∆t = ε '.t = 0, 000085 pol
Gere, 2003.
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τ = G.γ
τ ⇒ Tensão Cisalhante
G ⇒ Módulo de rigidez transversal
ou módulo de elasticidade para cisalhamento
γ ⇒ Deformação Cisalhante
Relação entre G e E
E
G=
2.(1 + υ )
Hibbeler, 2006.
Prof. MSc Eng Halley Dias
Gere, 2003.
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Solução
Módulo de cisalhamento: representa a inclinação da reta AO do diagrama ζ-γ.
As coordenadas do ponto A são (0,008 rad, 52 ksi).
52 ksi
G= = 6.500 ksi Lei de Hooke para o cisalhamento
0,008 rad
Limite de Proporcionalidade é obtido diretamente do diagrama.
ζlp = 52 ksi
Limite de Resistência ao Cisalhamento é obtido diretamente do diagrama, ponto B.
ζr = 73 ksi
Limite Elástico Máximo e Força de Cisalhamento
d
γ = tg (0,008 rad) ≈ 0,008 rad = d = 0,02 pol
2 pol
V
ζmed =
A
V V = 624 kip
52 ksi =
(3 pol).(4 pol)
Gere, 2003.
Prof. MSc Eng Halley Dias
Introdução à Flexão
Determinação dos Esforços Internos
- Método das Seções -
Sistema Bidimensional
a
a
Seção a-a – Convenção das Solicitações Internas
y
M M V
RAx N T N
T
V
RAy RBy
x
Prof. MSc Eng Halley Dias
Tipos de Carregamentos
Carga Concentrada
Carga Distribuída
Uniformemente Distribuída
q = [ un. de força/un. comprimento]
Linearmente Distribuída
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Tipos de Carregamentos
P
M
= .
P
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Cálculo de Reações nos Apoios
Exemplo (1)
y
2 kN 4 kN
.
1 kN.m
x 45°
z 1m 1m 1m 1m
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Cálculo de Reações nos Apoios
Exemplo (2)
y
1 kN/m 2 kN
z 1,5 m 3m 1m
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Cálculo da Distribuição dos
Esforços Internos
Internamente, no plano:
N: ESFORÇO NORMAL
V: ESFORÇO CORTANTE
M: MOMENTO FLETOR
Convenção
y
Seção
M
N
x
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Cálculo da Distribuição dos Esforços Internos
Método Direto
3m 2m
3 kN
DCL 3 kN.sen 30°
3 kN.cos 30°
RBx
RAy 3m 2m RBy
1º Trecho: 0 ≤ x ≤ 3
M
N
x
RAy V
∑ Fx = 0; N = 0 ⇒ N = 0
∑ Fy = 0; R − V = 0 ⇒ V = 0,6kN
Ay
∑ M = 0;− R .x + M = 0 ⇒ M = 0,6kN .x
seção Ay
2º Trecho: 3 ≤ x ≤ 5
3 kN
3 kN.sen 30°
3 kN.cos 30° M
N
X–3m
RAy V
x
∑ Fx = 0; N − 2,60kN = 0 ⇒ N = 2,6kN
∑ Fy = 0; R −1,50kN −V = 0 ⇒V = −0,9kN
Ay
N [N]
N = 2,6 kN
+
x [m]
V [N]
V = 0,6 kN Salto = 3kN.sen60
+ x [m]
-
V = -0,9 kN
M [N.m]
Mmax = 1,8 kN.m
+
x [m]
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Hipóteses Simplificativas:
o eixo longitudinal, que fica na superfície neutra, não sofre qualquer
mudança de comprimento.
todas as seções transversais da viga permanecem planas e
perpendiculares ao eixo longitudinal durante a deformação.
qualquer deformação da seção transversal será desprezada.
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y
ε = − .ε max
c
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Fórmula da Flexão
Considerar que o material tem comportamento linear-elástico de
modo que a lei de Hooke possa ser aplicada.
σ = E.ε
(− y )
σ = E. .ε max
c
y
σ = − .σ max
c
Prof. MSc Eng Halley Dias
M .c
σ max =
I
M .y
σ =−
I
σ max : tensão normal máxima no elemento, que ocorre
no ponto da área da seção transversal mais afastado do
eixo neutro.
σ : tensão normal na distância intermediária y dos eixo neutro.
M: momento
momento interno resultante, determinado pelo método
das seções e pelas equações de equilíbrios, e calculado em
torno do eixo neutro da seção transversal.
I: monento de inércia da área da seção transversal calculado
em torno do eixo neutro.
y: distância perpendicular qualquer do eixo neutro, onde σ auta.
c: distância perpendicular do eixo neutro ao ponto mais
afastado desse eixo, no qual σ max atua.
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Momento de Inércia
−
I = ∑ ( I + A.d 2 )
Tabelado
y
h .c
x
b
1
I x = b.h3
12
1
I y = h.b3
12
Prof. MSc Eng Halley Dias
Exemplo 01: A viga simplesmente apoiada da figura tem
área da seção transversal mostrada no exemplo anterior.
Determinar a tensão de flexão máxima absoluta na viga e
desenhar a distribuição de tensão na seção transversal
nessa localização.
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Exemplo 02: A viga mostrada na figura tem área da
seção transversal com perfil em forma de U. Determinar
a tensão de flexão máxima que ocorre na seção a-a da
viga.
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TORÇÃO
Estudo de tensões e deformações produzidas em
peças de seção transversal circular, sujeitas a
ação de conjugados que tendem a torcer essas
peças.
B
A
Apoio fixo
.
A .
B
γ
.Φ
B’
T
L
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γ: Deformação de Cisalhamento
Φ: Ângulo de Torção
c.Φ
γ max =
L
Deformação Cisalhante no Interior do Eixo
ρ
γ= .γ max
c
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Equação da Torção
Regime Elástico
Lei de Hooke para tensões e
τ
deformaçõces de Cisalhamento τ max
τ = G.γ
ρ
τ = G. γ max ; como G.γ max = τ max ρ
c
∴
ρ
τ= .τ max τ
τ max
c
Para eixo Vazado
τ min
c1
τ min = .τ max c1 c2 ρ
c2
Onde c2 é o raio externo e c1 o raio interno
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Equação da Torção
Eixo submetido a um Torque “T”
∫ ρ .dF = T dA Para Eixo Maciço
dF
dF = τ .dA
dF 1
T J = .π .c 4
∫ ρ .τ .dA = T 2
ρ ρ Para Eixo Vazado
∫ ρ .τ max . .dA = T
c
dF
dF 1
∴ J = .π .(c24 − c14 )
τ max 2
T= .∫ ρ 2 .dA
c
onde, ∫ ρ 2 dA é definido como momento Polar de Inércia
da Seção Transversal ≡ J
τ max .J T .c
∴T = e τ max =
c J
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Ângulo de Torção
no Regime Elástico
c.Φ τ maxT .c
γ max = e γ max = =
L G J .G
∴
T .L
Φ= [ rad ]
G.J
No regime elástico o ângulo de torção Φ é
proporcional ao momento de torção T aplicado
ao eixo circular.