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A geração da internet prefere

o mundo real
Eles podem ter sido apelidados de “geração internet”, mas os
jovens estão mais interessados em seus amigos do mundo real do
que no Facebook. Novas pesquisas mostram que a maioria das
crianças e adolescentes não são os nativos digitais craques em
internet que imaginamos. Na verdade, muitos deles nem sabem
como usar o Google direito.

Jetlir, de 17 anos, fica online todos os dias, às vezes por muitas


horas e até tarde da noite. A janela de seu programa de mensagens
instantâneas fica quase sempre aberta na tela do computador. Uma
confusão de amigos e conhecidos conversa entre si. De tempos em
tempos, Jetlir escreve uma frase curta, embora isso logo se perca na
torrente interminável de comentários, piadas e saudações. De
qualquer jeito, ele desistiu da conversa e agora está navegando por
vídeos de esportes no YouTube.

Jetlir é um estudante de segundo grau de Colônia. Ele poderia


facilmente ser um personagem das muitas reportagens sobre a
“geração internet” que para muitos corre o grave perigo de se
perder no mundo virtual. Jetlir cresceu com a internet. Ela existe
desde que ele se lembra. Ele passa metade de seu tempo livre no
Facebook e YouTube, ou batendo papo com amigos online. Apesar
disso, Jetlir acha que outras coisas – principalmente o basquete –
são bem mais importantes para ele. “Minha equipe vem primeiro”,
diz Jetlir. “Eu nunca perco um treino”. Sua vida real também parece
estar em primeiro lugar em outros aspectos: “se alguém quer
encontrar comigo, eu desligo meu computador imediatamente”, diz
ele.

“Para quê?”

De fato, Jetlir não espera muita coisa da internet. As gerações mais


velhas podem considerá-la um meio revolucionário, ficarem
entusiasmadas com os esplendores de usar os blogs e microblog
Twitter obsessivamente. Mas Jetlir se dá por satisfeito se seus
amigos estiverem ao alcance, e se as pessoas continuarem
colocando vídeos no YouTube. Ele nunca sonhou em fazer um blog.
Nem conhece ninguém da sua idade que gostaria de fazê-lo. E ele
numa usou o Twitter. “Para quê?”, diz ele.

A internet tem um papel paradoxal na vida de Jetlir. Embora ele a


use intensivamente, nem sempre está interessado nela. É
indispensável, mas só se ele não planejou nada diferente. “Ela não é
tudo”, diz. A atitude relaxada de Jetlir em relação à internet é típica
dos adolescentes alemães hoje em dia, como mostram vários
estudos recentes. Por estranho que pareça, a primeira geração que
não pode imaginar a vida sem internet não a considera um meio
especialmente importante, e ignora algumas das últimas
tecnologias da rede. Apenas 3% dos jovens têm blog, e não mais do
que 2% contribuem regularmente com a Wikipedia ou outros
projetos semelhantes conteúdo colaborativo.

De forma semelhante, a maior parte dos jovens na Alemanha


ignoram sites de bookmark social como o Delicious e portais de
compartilhamento de fotos como o Flickr e Picasa. Aparentemente
os usuários da internet do futuro não ligam para os prazeres
colaborativos da Web 2.0 – isso, pelo menos, foi o que descobriu um
amplo estudo feito pelo Instituto Hans Bredow na Alemanha.

A geração internet

Há anos os especialistas vêm falando sobre um novo tipo de


juventude tecnológica, que é móvel, conectada em rede e
cronicamente inquieta, acostumada à fartura de estímulos da
internet. Esses jovens viveriam numa simbiose perpétua com seus
computadores e telefones celulares, com tecnologias de redes
sociais praticamente impressas em seus genes. A mídia costuma se
referir a eles como “nativos digitais”, “geração @” ou simplesmente
“geração internet”.

Dois dos porta-vozes mais citados desse movimento são o autor


norte-americano Marc Prensky, de 64 anos, e seu colega canadense
Don Tapscott, de 62 anos. Prensky cunhou a expressão “nativos
digitais” para descrever essas almas sortudas que nasceram na era
digital, instintivamente plugadas a tudo o que a internet tem a
oferecer em termos de participação e autopromoção, e bem à frente
dos mais velhos em termos de conhecimento da rede. Prensky
classifica todos acima de 25 anos como “imigrantes digitais” -
pessoas que ganharam acesso à internet mais tarde e traem a si
mesmas por não dominarem os costumes locais, como os
imigrantes do mundo real que falam a língua do país que
escolheram com sotaque.

Um pequeno grupo de escritores, consultores e terapeutas gostam


de repetir o mesmo mantra, de que nossos jovens são moldados em
todos os aspectos pelo meio no qual cresceram. Eles afirmam que
nossas escolas devem, portanto, oferecer aos jovens meios
totalmente novos – e que a educação tradicional certamente não é
mais capaz de atingir essa geração, argumentam.

Poucas evidências

Entretanto, não há muitas evidências para sustentar essas teorias.


Em vez de fazer pesquisas, esses candidatos a visionários baseiam
seus argumentos em casos individuais impressionantes de jovens
prodígios da internet. Mas conforme pesquisadores mais sérios
descobriram desde então, essas exceções dizem pouca coisa sobre
a geração como um todo, e agora estão tentando avidamente
corrigir os erros do passado. Desde então, vários estudos revelaram
como os jovens de fato usam a internet. As descobertas mostram
que a imagem da “geração internet” é quase totalmente falsa –
assim como a crença no poder transformador da tecnologia.

Um estudo do Instituto Hans Bredow intitulado “Crescendo com a


Rede Social” foi bastante completo nesse sentido. Além de fazer
uma pesquisa representativa, os pesquisadores fizeram entrevistas
individuais extensas com 28 jovens. Mais uma vez ficou claro que os
jovens usam a internet principalmente para interagir com seus
amigos. Eles entram em sites de redes sociais como o Facebook e o
site alemão SchülerVZ, dedicado a estudantes, para bater-papo,
divertirem-se e se exibirem – exatamente como fazem na vida real.

Há poucos pioneiros genuínos da internet que compõem música


online com amigos de Amsterdã e Barcelona, organizam protestos
espontâneos por passes escolares mais baratos, ou usam a arena
virtual de outras formas criativas. A maioria dos entrevistados vê a
internet como uma simples extensão útil do velho mundo em vez de
como um mundo totalmente novo. Sua relação com o meio é
portanto bem mais pragmática do que se imaginava de início. “Não
descobrimos nenhuma prova de que a internet é a influência
dominante nas vidas dos jovens”, diz Ingrid Paus-Hasebrink,
pesquisadora da comunicação de Salzburgo que liderou o projeto.

Pouco hábeis

O que mais surpreende é que esses internautas supostamente


hábeis nem são especialmente adeptos a tentar aproveitar ao
máximo a rede. “Eles usam sem compromisso”, diz Rolf
Schulmeister, pesquisador da educação de Hamburg, especializado
no uso da mídia digital na sala de aula. “Eles sabem como iniciar
programas, e sabem onde conseguir música e filmes. Mas só uma
minoria sabe bem como usar a rede.”

Schulmeister deve saber. Ele recentemente se debruçou sobre as


descobertas de mais de 70 estudos relevantes de todo o mundo. Ele
também chegou à conclusão de que a internet certamente não
substituiu o mundo real. “A mídia continua a responder por apenas
uma parte das atividades de lazer das pessoas. E a intrenet é o
único meio entre muitos”, diz ele. “Os jovens ainda preferem
encontrar os amigos ou praticar esportes.” É claro que isso não
evita que o termo “geração internet” seja utilizado na mídia. “É uma
metáfora barata e óbvia”, diz Schulmeister. “Então continua
aparecendo.”

Contato 24 horas com os amigos

Em termos puramente estatísticos, parece que uma proporção cada


vez maior do dia dos jovens é focado na tecnologia. De acordo com
um estudo recente feito pelo grupo MPFS de Stuttgart, que estuda a
mídia, 98% dos jovens entre 12 e 19 anos na Alemanha agora têm
acesso à internet. E de acordo com suas próprias estimativas, ficam
online cerca de 134 minutos por dia – apenas três minutos a menos
do que passam na frente da televisão.

Entretanto, os números brutos não dizem muita coisa sobre o que


esses supostos nativos digitais fazem online. Ao que parece, os
jovens de hoje são muito parecidos com as gerações anteriores de
jovens: seu principal interesse é se comunicar com seus iguais. Os
jovens de hoje passam quase metade do tempo interagindo
socialmente online. E-mail, mensagens instantâneas e redes sociais
respondem juntos pela maior parte do tempo que eles passam na
internet.

Por exemplo, Tom, colega de classe de Jetlir, continua em contato


com 30 ou 40 amigos quase 24 horas por dia. Mesmo assim, os
canais de comunicação variam. De manhã, Tom conversa rápido em
seu PC, durante o intervalo de almoço ele envia algumas
mensagens de texto, e depois da aula ele senta na frente do
computador para uma sessão diária no Facebook e faz alguns
telefonemas com seu celular, e à noite ele faz uma ou duas ligações
com vídeo usando o serviço gratuito de telefonia pela internet
Skype.

O meio não é a mensagem

Para Tom, Jetlir, e outros jovens da sua idade, aparentemente não


importa se eles interagem pela internet ou qualquer outro meio.
Parece que os jovens estão interessados principalmente no uso que
podem fazer de determinado meio ou dispositivo de comunicação.
No caso da internet em particular, isso pode ser muitas coisas: às
vezes ela funciona como um telefone, às vezes como uma espécie
de televisão. Tom passa uma hora ou duas por dia assistindo vídeos
online, principalmente no YouTube, mas também programas inteiros
de TV se eles estão disponíveis de alguma forma. “Todos sabem
encontrar episódios das séries de TV que querem assistir”, diz sua
colega Pia.
O segundo uso mais popular da internet é o entretenimento. De
acordo com uma pesquisa feita pela Universidade de Leipzig em
2008, mais jovens agora acessam músicas através de vários
serviços de transmissão online do que ouvem rádio. Como
consequência, o portal de video YouTube se tornou a jukebox global,
servindo às necessidades musicais da juventude mundial – embora
o fato de ter se tornado uma fonte para a música tenha passado em
grande parte despercebido. Na verdade, há poucas músicas que não
podem ser encontradas em algum lugar do site. “Isso também é
prático quando você está procurando algo novo”, diz Pia. Procurar
um conteúdo específico é muito fácil no YouTube. Em geral, tudo o
que você precisa é escrever meia linha de uma letra que você ouviu
numa festa, e o YouTube encontra o vídeo correspondente e a
música.

Dessa forma a internet está se tornando um depósito de conteúdo


da mídia antiga, às vezes até substituindo-a totalmente. E o público
mais jovem, que está sempre buscando algo para compartilhar ou
se entreter, está usando a internet cada vez mais para encontrar
conteúdo. Mas não é exatamente o tipo de comportamento capaz
de revolucionar o estilo de vida.

Adolescentes ainda gostam de encontrar amigos

Além disso, há muita vida alem das telas de computador à


disposição desses jovens. Um estudo do MPFS de 2009 descobriu
que nove em cada dez adolescentes colocam encontrar amigos no
topo da lista de atividades favoritas não relacionadas às mídias.
Mais surpreendentemente, 76% dos jovens na Alemanha praticam
algum esporte várias vezes por semana, embora este número seja
de apenas 64% entre as meninas.

Em janeiro, os autores da pesquisa “Geração M2” feita pela


Fundação Kaiser Family publicaram a descoberta notável de que até
os usuários mais intensos das mídias nos EUA se exercitavam tanto
quanto outros de sua idade. Então como é que eles conseguem
fazer tudo isso num só dia? Adicionar simplesmente a quantidade de
tempo dedicada a cada atividade cria um quadro bastante falso.
Isso é porque a maioria dos jovens são excelentes em fazer muitas
tarefas simultaneamente, e conseguem telefonar, checar os amigos
no Facebook e ouvir música ao mesmo tempo. E parece que eles
ficam online principalmente nos momentos em que estariam
descansando.

“Entro na internet quando não tenho nada melhor para fazer”, diz
Jetlir. “Infelizmente isso acontece quando eu deveria estar
dormindo”. Graças aos telefones celulares e os MP3 players, os
jovens também conseguem preencher suas agendas lotadas mesmo
quando estão longe de meios de comunicação estáticos como TVs,
computadores e aparelhos de som. O uso da mídia portanto
aumenta enquanto deixa muito tempo livre para outras atividades.

“O tempo é muito precioso”

Além disso, muitos jovens não estão nem um pouco interessados


em todo o burburinho online. Cerca de 31% deles raramente ou
nunca visitam sites de redes sociais. Anna, que frequenta a mesma
escola de Jetlir, diz que “provavelmente só sentiria falta dos horários
do trem” se a internet deixasse de existir, enquanto seu colega
Torben acha que “o tempo é muito precioso” para ser desperdiçado
nos computadores. Ele joga handball e futebol, e diz que não precisa
de mais do que “10 minutos no Facebook por dia”.

Por outro lado, Tom costuma ficar tão envolvido com o Facebook e
mensagens instantâneas que esquece do tempo. “É uma sensação
estranha perceber que você passou tanto tempo numa coisa e não
tem nada feito”, admite. Mas ele também sabe que outras pessoas
acham muito mais difícil resistir às tentações do mundo virtual.
“Todo mundo conhece gente que fica online o dia inteiro”, diz Pia,
embora Jetlir sugira que isso é apenas por falta de algo melhor para
fazer. “Ninguém recusaria um convite para sair”, diz ele.

Mas mesmo os internautas mais inveterados não são


necessariamente especialistas no meio. Se você quer usar a
internet, você precisa primeiro entender como o mundo real
funciona. E este costuma ser o obstáculo. A única vantagem que os
jovens têm sobre os mais velhos é sua falta de inibição com os
computadores. “Eles simplesmente experimentam as coisas”, diz
René Scheppler, professor do segundo grau em Wiesbaden. “Eles
descobrem todo tipo de coisas desse jeito. O único problema é que
eles não entendem como funciona.”

“Encontrei no Google”

De vez em quando o professor pergunta a seus alunos questões


mais amplas sobre o meio que eles tomam como certo. Questões
como: de onde veio a internet, por exemplo. “Recebo respostas
como: 'como assim? Ela simplesmente existe!'”, diz Scheppler. “A
menos que sejam estimulados a isso, eles nunca se preocupam com
esse tipo de questão. Para eles é como um carro: o que importa é
que funciona.”E como os adolescentes são basicamente
inexperientes, eles têm mais chances de superestimar suas próprias
habilidades. “Eles acham que são os especialista”, diz Scheppler.
“Mas quando vamos ver, eles não sabe usar o Google direito.”

Quando Scheppler agendou uma aula sobre o Google para ensinar


seus alunos a fazer buscas mais eficientes na internet, eles acharam
hilário. “Google?!”, murmuraram. “Nós sabemos tudo sobre ele.
Usamos o tempo todo. E agora o senhor Scheppler quer nos dizer
como usar o Google!” Ele então estabeleceu um desafio: os alunos
tinham que elaborar um poster sobre a globalização baseado no
exemplo de empreiteiras indianas. Então foi a vez do professor rir.
“Eles digitaram várias palavras-chave isoladas no Google, e foram
clicando, clicando, clicando: 'Não quero isso! Inútil! Vamos tentar
outro!'”, lembra-se Scheppler. “Eles rejeitam as coisas muito rápido,
às vezes até informações relevantes. Eles acham que sabem
separar o joio do trigo, mas acabam só tropeçando – de um jeito
muito rápido, desorganizado e superficial. E param no momento em
que descobrem um link que parece razoavelmente plausível.”
Poucos tem alguma ideia de onde vem a informação na web. E se o
professor pede referências, costuma receber como resposta:
“Encontrei no Google”.

Aprendendo a usar a internet de forma produtiva


Pesquisas recentes sobre como as pessoas fazem buscas na internet
confirmam as observações de Scheppler. Um estudo amplo feito
pela British Library chegou à conclusão séria de que a “geração
internet” não sabe procurar as coisas direito, olham os resultados
rapidamente, e tem dificuldade de avaliar a relevância. “A
capacidade de lidar com informação dos jovens não melhorou com o
aumento do acesso à tecnologia”, escreveram os autores.

Poucas escolas perceberam que chegou o momento de agir. Uma


delas é a Kaiserin Augusta School em Colônia, a escola que Jetlir,
Tom, Pia e Anna frequentam. “Queremos que nossos alunos
aprendam como usar a internet de forma produtiva”, diz o professor
de música André Spang, “não só para ficar navegando por aí.”

Spang usa ferramentas da Web 2.0 na sala de aula. Ao ensinar


sobre a música do século 20, por exemplo, ele pediu para seus
alunos produzirem um blog sobre o assunto. “Eles nem sabiam o
que era isso”, diz ele. Agora estão escrevendo artigos sobre música
aleatória e musique concrete, compondo filas de 12 tons e
coletando exemplos musicais, vídeos e links sobre isso. Todos
podem acessar o projeto online, ver o que os outros estão fazendo e
comentar os trabalhos uns dos outros. O fato de que o material é
público também ajuda a estimular uma competição saudável e a
ambição entre os participantes.

Os blogs não são difíceis tecnicamente e são rápidos de publicar. É


por isso que eles também são usados para ensinar outros assuntos.
Pegando carona no enorme sucesso da Wikipedia, a enciclopédia
colaborativa online produzida inteiramente por voluntários, os wikis
também estão sendo usados nas escolas. Os alunos da aula de física
de Thomas Vieth, colega de Spang, estão montando uma mini-
enciclopédia de eletromagnetismo. “Antes tudo o que podíamos
fazer era passar tarefas em grupo, e os alunos tinham que preparar
suas apresentações”, diz Vieth. “Agora todos leem juntos, em parte
porque os artigos estão conectados e precisam ser relacionados.”

Sem interesse pela fama


Um efeito positivo é que os alunos também estão aprendendo a
encontrar informações na internet. E para que eles entendam o que
encontram online, há sessões regulares sobre aprender a aprender,
que incluem exercícios de leitura, compreensão e resumos. Então
em vez de jovens especialistas em internet desafiando a escola, é a
própria escola que está ensinando-os a se beneficiarem da mídia
online.

Para a maioria dos alunos foi a primeira vez que eles contribuíram
com seu próprio trabalho para o conjunto de informações da
internet. Eles não estão interessados na fama. São raros os que
querem se promover, e a maioria dos jovens até rejeitam os jogos
de papéis anônimos como no mundo virtual Second Life. Os jovens
de hoje, descobriu-se, são muito mais interessados pelos
relacionamentos reais. O que quer que façam ou escrevam se dirige
a seu grupo particular de amigos ou conhecidos.

Isos também vale para o vídeo, o meio mais tentador para as


pessoas tentarem fazer por si mesmas. Impressionantes 15% dos
jovens já colocar pelo menos um vídeo caseiro na internet, a maior
parte feitos com telefones celulares.

Parte da vida social

Um aluno, Sven, colocou um vídeo que ele mesmo fez no YouTube.


O vídeo mostra ele e alguns amigos em trajes de banho perto de um
lago, e depois correndo para a água transparente. “Não, sério”, diz
Sven, “as pessoas estão interessadas nisso. Elas falam sobre isso!”.
De fato há 37 comentários no vídeo dele, todos do seu círculo de
amigos.

“E aqui”, acrescenta Sven, apontando para a tela. “Aqui no


Facebook alguém postou apenas um ponto recentemente. Mesmo
assim, sete pessoas clicaram o botão 'curtir' até agora, e 83
comentaram o ponto.”

Pessoas mais velhas podem considerar essa atividade estúpida, mas


para os jovens isso faz parte de sua vida social e não é menos
importante que uma onda de amigos ou brincadeiras afáveis no
mundo real. O exemplo do ponto mostra como a internet se tornou
normal, e derruba a ideia de que é um mundo especial no qual
acontecem coisas especiais.

“A mídia é usada pelas massas se ela tem alguma relevância para a


vida cotidiana”, diz Rolf Schulmeister, pesquisador da educação. “E
é usada para objetivos que as pessoas já têm.”

Ponto de virada

Os jovens agora atingiram esse ponto de virada. A internet não é


mais algo sobre o que eles querem passar tempo pensando. Parece
que o entusiasmo com o cyberespaço foi um fenômeno peculiar a
seus predecessores, a primeira geração de usuários de internet
obcecados pela internet. Por um breve período de transição, a
internet parecia tremendamente nova e diferente, um tipo de poder
revolucionário que podia fazer e refazer tudo. Os jovens não acham
isso. Eles dificilmente usam a palavra “internet”, e em vez disso
falam sobre “Google”, “YouTube” e “Facebook”. E com certeza não
entendem mais quando as gerações mais velhas falam em “entrar
na rede”.

“A expressão não tem sentido”, diz Tom. De fato o termo é uma


relíquia da época em que a internet ainda era algo especial, e
evocava um espeço separado e distinto da vida real, um mundo
independente no qual você entrava e depois saía. Tom e seus
amigos dizem apenas que estão “on” ou “off”, usando os termos em
inglês. O que significa: conectados ou não.

Tradução: Eloise De Vylder

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