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Homero Saraiva Direitos de edigio da obra em ling Epona Nova Fron Conselho editorial: Daniel Louza eila Name, Maria Cristina Antoni Equipe editorial Nova Fronteira: Sh Adriana Torres, Claudia Ajuz, Gis Pr originais: Gust CIP- Brasil, Catalogagi Sindicato Nacional dos Editor 7261 DU Livros para todos para o Ieitor brasileiro uma nova opgJo em. hvros Com apuro edito extos integral alidade nas tradugdes € um ampla de titulos, Colegio Saraiva de Boko reine @ melhor da literatu Lissica © moderna ao publicar as obras dos principais F poesia, teatt infantojuvenil, entre out rmuma espécie de bibliote mos falar 0 tempo inteiro, que sio citados, estudac scolas ¢ universidades ¢ recomendados pelos amigos. (Com lingamentos mensas, os livros da colegio podem, smpanhi-lo a qualquer lugar: eabem em todos os bo Sio portiteis, contemporineos ¢, muito important Reafirmando o compromisso da Livraria Saraiva com io e a cultura do Brasil, Saraiva de Bolso convi Saraiva de Boks, Leve com voeé Sumario A questio homéri Canto LA Peste ¢ a I Canto Il: Sonho, Teste ¢ Bedcia ou © Catilogo das Navs Canto II: Juramentos, Muralhas de Observacic Combate Singular de Alexan ¢ Menelau Canto IV:A Quebra do Juramento ¢ Revista Canto V: Os Feitos Hervicos de Diomedes Aristia de Diomedes) 48 Canto VIO Encontro de Heitor com Andrémaca, 1 Canto VII: 0 Combate Singular de Heitor e Ajaz ea Remocio d 08. 19. Canto VIIA Luta Interrompida. 21¢ Canto IX: Honta para Aquiles e Prec 2 Canto XI: Os Eeitos Heroicos de Agamémnone (Aristia de Agamémnone 272 nto XII: © Atague aos Mur 299 Canto XHIA Luta Junto i 314 Canto XIV: O Engano de Zeus 1 Canto XV:A Revanche Rumo aos Navios anto XVI: Os Feitos de Pitroclo (Patrocleia)..384 into XVII: Os Feitos Heroicos de Menelau Arista de Menelau 1 Canto XVIII:A Feitura das Armas Canto XIX:A Rentincia & Ira Canto XX:A Luta dos Deuses Canto XXIEA Luta Junto a0 Canto XXIEA Retirada de Hei Canto XXL Pre Canto XXIV Apéndic em Honsa de Pit gate de Heit A questao homérica 1. p Titeraturas que se formaram sob 1 influéneia nas gr poesia e de sua importincia social ninguém falou melhor do que 0 proprio Homero, quando insistentemente promete a seus herdis a imortalidade que Ihes asegurava a arte divina Tio grande & a conscigncia de set valor, ou, digamos, de sua missio, que chega a declirar que s6 aconteceram ta tas calamidades — a guerra de Troia, o entrechoque de de continentes,a morte de tantos herdis — para que ele as xasse em seus versos imorredouros. E 0 que também Helena destino e a0 de Pris, causa mais proxima das calamidades Triste destino Zeus grande nos deu, para que nos celebrem, Hliada, VI nas geragdes porvindourss, Mas, de inicio, cumpre-me declarar que no me pro ponho a fazer um estudo sobre a poesia de Homer treando-lhe as caracterstic chamar a atencio d leitores para as pasagens conhecidas, que, pelo menos co! trechos de otro” das selets, opulentam nosso patriménic cultural. Meu intwito € mais modesto, podenda 1m juizo superficial, parecer demolidor; porque, muito lox Quero dizer com isto que, a0 invés de convidar 0s lei res para nos extasiarmos diante das belezas destes mont: mentos literirios, que hi trés milénios adquiriram a fama Jos inigualiveis de poesia, dis Jos sob um prisina diferente. Vou apreciar a formagio da dae da Osea § Ine da denominada Questio Hom 1 célebre questio que hi um século ¢ meio domina so rmaneira de considerarmos este assunto 1 na enumeragio das viriasteorias que tém surgido para ex plicar a formagio dos dois poemas, mas 0 proceso parcial paixonado dos proprios militantes do memorivel pleito, Quero dizer que pretendo tomar posigio no debate, para jpresentar uma tentativa de explicagio da génese da da Oils A firma jue esta explicagio nio pasa de um: tentativa equivale 4 confissio de que estamos longe de um te quivale 3 confi x unto no tema principal como em mnuitas questes subsidiirias. Depois de um século e meio de estudos, qual ‘mais profundo e interesante, os combatentes ainda defenlem em achar um critério esilistico que nos permita distinguir na rama complexa destes poems os elementos heterogén Parecerio, tlvez, paradoxais as conclasses a seg 2 que pretendo defender a unidade da coni Mas espeto que seja possvel apresentar as razdes de s melhante atitude, que se origina de reflexdes amadurecidas, {no decurso do trabalho da tradugio dos dois poemas, i lizado neste setor da filolog 0s fundamentais da Questio Homérica st dois grupos, © dos unitirios © 0 de analistas, nio aceitando seus componentes, insuladament siderados, as conclusdes dos do lado oposto, no que re peita & génese dos pocmas Para os unitiios intransigentes Karl Rothe, Drerup ("o gigantesco trabalho de Dr rup”, na frase expresiva de Bowra com relacio ao grat de merecimento deste investigador) e, mais recentemen Renata von Scheliha, em seu livro Patrols (Basile 1943) rerdadcira joia de estilo e eru para os componen tes deste grupo, dizia, aH 1 Sio composigées de um énico autor, tendo chi nds, essencialmente 0 TRO destes poemas, tal como brotou da mente privl giada do poeta. Se hi discrepincia entre alguns, refere-se a estes secundirias:época em que teria vivido Homerd tuma ou outa concessio quanto a interpolagdes tardias Para os analisas avangados — Wilamowitz Moellendorf Erich Bethe, Eduard Schwartz, para s6 mencion maior renome apenas aparente a unidade poems, que se formaram pela unio mal-ajeitada de com- posigdes n le ficil identifica composto quase exclusivamente de médicos, no anfiteatro da clinica obstétrica do Professor Raul Briquet. Nio foram publicadas, mas a ocorréncia constou de ata especial. Com relagio ao problema da Had de 1944 1as palestras § Sociedade Filolgica de Sio Professor Otonicl Mo Mas as consideragdes aqui tém por base uma conferéne alizada em novembro de 1950), na Biblioteca Municipal, nna mesma cidade, ¢ que trés anos depois foi publicada, sen sta indicagio, na revista cultural Anhembi Com relagio 4 iiada, foi decisiva em meu espiito influéncia dos trabalhos de Ernst Howald e de Pestalozzi dante citados, que vieram dar unidade as visdes parca unidade do poema, Sobre a formacio da Oulsia, 56 servi para consolidar ainda mais a tese defendida neste estud leitura do grande livro de Merkelbach, Untersuciun Munique, 1951). fencia das conclusdes, 1e desce até particularidades, pade ser invacada coma mento a favor da veracidade da doutrina defendidh, Por ilkimo, observarei que nio foram tomados em trabalhos d e de Von der Mill, porque 10 tardia: Johannes T. Kakridis 49, ¢ Peter von der Mihll tes, daque ram assim denominados por atribuirem autoria diferente 4 Hada e 3 Odissia, Por orden cronoldgica, quando do apa mento dos dois poemas como dos acontecimentos que Mas para nos mantermos fis ao mal” de Homero, vou inverter ¢ disseia, cuja anise, sob alguns aspect cde mais fi preensio, Deste dar de atitude na segunda parte, pa inha primeita proposicio apodit disci representam a fase dltima do movimento épico d sagas, lends, mitos de origem variada,g 0 onjuntos cada vez mais complexos, M; Hada, un grand aque pe rot Jo Homero histrico — conseuiu uma sintese adm seu grande génio, Para a Odiseia a nossa conclusio teri ser um pouco desanimadora:o redator final do poem inferior ao espléndido material que The fora te Ainda no dominio das generalidades, drei qui oemas se distinguem também quanto a0 género ltetir a Mada é uma epopeia, e a Odiseia, um romance, Isto & na iada varnos encontrar tradigbes militares das tribos do mun: inda que transfigurada pelos mitos, 0 pa Oéiscia € um ‘tema universil,que ocorre na literatura d ‘muitos povos e cuja agio se pasa em toda parte € ao mesm tempo em parte alguma, Isto explica 0 fito de serem ti fecundos os achados arqueoldgicos no que se refere & Mad. 20 paso que tém sido desesperadoramente negativas 3s sci ‘ages levadas a cabo nas das ilhas —Tiaki e Leucas — qu ndidos identificam com a tradicional aca, E tanto a me demonstrou Wilamowite, Repitamos a prova partir para a guerra, um fimoso bario medieval cha promete ser longa; o resuleado & incerto. Por isso, se eu pe recer na luta,ou se, decorridos vinte anos, no tiver voltad ficaris com liberdade de casa novo, pata entre 2.casa a nosso fll” F recome part A medida que os anc 1m, vink ida noticias pelos bardos que percorriam os castelos dos senho- es e cantavam as variadas f pleito: mem c ue, depois de dez an hora em que ela se dee rmatrido, pre unstincias ¢ até mesmo pela Pelos pretendentes, resignoui-se a esposi a dar aquele pas 50 doloroso: tendo apr arco que pertenceta a marido,d Je se casaria com quem pudesse man ~lo.A resisténcia da madeira eas de digdies da pro conseguiu dobrar 0 arco e,muito menos, completar a pros atribuida a Eugamon de Pérgamo:Te ho de Odis > que foi feito com facilidade por um mendigo que al ap seu ¢ Circe, depo do, si de noticias recera dias antes e a quem ninguém prestara atengio, end do pai. Ao desembarcar em itaca, é atacado pelo prépric se patenteado depois que este mendigo era, jus Odisseu, que julgou tratar-se de pirata, Odissew ferido fame rio que cheyara dl i sua morte. Este tema, da morte do pai pelo proprio fil ara esposa na ocasiio de m cem duelo, sem se conhecerem, acorre nas literaturas pers no tempo das Cruzadas, ou até mesmo entre nés, na Hildebrant’, escrito em caracteres 1s Banderas, De Raposo Tavares conta-se que ele dept capa de um livro teol6gico da bibli encontrava-se tio desfigurado que a prépria familia Hadubrant. Ess referéncias visam apenas i confirmagio reconheceu. Se pensissemos em mitos, como os gregos.e st que foi dito acima: que o tema da Oifseia brota mais imissemos o passado,com pequeno esforco de imaginag fantasia dos poetas do que de fatos propriamente histricos. oderiamos concretizar a0 redor do nome deste bandeirante Qualquer leitor desapaixonado verificari que a Odise mais tma variante da Oalseia. O nome Odisseu, ot Ulises, comega duas vezes: embora 0 poeta anuncie no proémic foi apenas o nome feliz que congregou em torno de si a que tratari das aventuras de Odisseu, ¢ no concilio dd lendas de um povo de navegadores, de mistura com temas deuses com que se inicia o poema, constitua a preo origem ffancamente continental io mixima de Atena a sorte do herdi detido em O4 E obvio que as primeiras narrativas das aventuras des. pela ninfa Calipso, a0 » Olimpo dirige-se a dew te heroi — quero dizer, as primeiras Odisseias — foram saa ftaca para ocupar-se apenas com Telémaco, durant le proporgdes 1 io podendo abranger doze mi quatro longos cantos. Somente no segundo concilio, nd frs08, como a ni tradicional. Em virios sécu inicio do Canto V, é que se inicia a Odisseia propriamen los de tradigio épica, muitas deviam ter sido as variantes te dita, quando Atena torna a queisar-se a Zeus da sorte estas aventuras, E mais, pelo que nos é permitide conchuir de Odisseu, cujo palicio fora invadido pelos pretendentes. dla literatura comparada antadas as proczas Na resposta de Zeus nota-se um certo azedume diant rincipal herdi, passavam os vates & enumerago das de seu das recriminagSes injustas, uma vez que Atena ji obtivera Iho, como se verificou com os romances de cavalaria de no concilio ant pnsentimento para proceder com« Espanha e de Portugal, esgotadas as facanhas dos Amadi bem entendes ses e dos Palmeirins, vinham scus fillhos, € até me nevos, encher o écio e a imaginacio dos leitores, sempre Filha, por que tas palavras de encerto da boca eressados pelo relato de novas aventuras. O mesmo fi [soltaste ndmeno se verificou na epopeia grega: depois das aventur Nio foste tu que, por propria deliberagio,resolveste qu Je Odisseu, vieram as de Telémaco, sendo ficil demonstra vingasse Odisiew dees todos, ao vir de torn lentro da trama da Odlsseia tradicional a existéncia de um poema indepencente — a Telemaguia — de ineorporacio Percebe-se que © poeta esti em dificuldade para iniciar E facil verficar que a Telemaguia e a Odie, propr mente ditas,se passam em diferentes épocas do ano, Teléma cco navega durante a noite, de itaca a Plo, para vsitar 0 velhc Nestor, de quem eypetava noticis do pi, De Pilo a Lace deménia faz a viagem por terta,a todo correr do cavalo, em lois dias, com parada em Feras,em casa de Diocles.A viagen que se repetem de volts: opam e o jugo,incesantes,sicodem E, quando 0 Sol se deitou e as estradas a sombra UN) ntanto, a agio da Odiseia se passa em pleno in: verno, havendo a indicacio precisa de que a vinganga de Odisseu, isto &, 0 morticinio dos pretendentes, se det no lia dos festejos a Apolo, que corresponde a0 nosso 25 zembro, Hi mais: quando o porqueiro Eumeu se dispoe 1 contar a0 falso mendigo a sua histra, justfica-se com jeclaracio de que a8 noites eram muito compridas:“Para dormir, sobra tempo, depois de uma boa c Jemais prejudica (..)” (XV). E, no ia seguinte, a0 se dis 10 para a cidade, convida-o a porque escurece XVID). Ness épo com a tarde, a tem Jo. ano, Telémaco nio ajar por terra a todo correr do cavalo, nem na- 1 noite, como o fez para evitar a curiosidade de tendentes ¢ a cilada que estes Ihe prepararam a sua volt Mas ha mais; vejamos agora um trecho do Canto IV € logo a seguir, um do Canto XV, para nos convencermos , ia, Telémaco se encontra na Corte M 4 noticias de Odisseu: esti com vid: le so, sem meios de volear para ftaca = speranga de que o herdi voltasse para restabelecer a ordem em casi. Como de praxe, Menelau oferece um bom presente ao héspede: um cavalo de cor da, Telémaco, como filho de tal pai, ecusa 0 presente, sok alegagdo de que itaca era de solo pedregoso, imprdp para a criagio de cavalos, propondo uma toca. Menelat louva a desenvoltura do rapaz ¢ dispde-se a substituir 0 mimo, oferecendo-se, até, a sait com Telémaco pelas cida Hiélade, fim de angariar outros presentes. Nenhum dos senhores das redondezas se recusaia a homenagear lho de tio grande herd Nesta altura, chamo a ateny dos leitores para este trago caracteristico do homem grego | ‘0 apego a0s objetos de valor,O proprio Odisseu contes 1 Alcinoo, na Esquéria, que seria muito mal-recebido em Mais estimado hei de ser e acolhido com m Ireverén XI Mas ougamos Menelau, nos dois trechos que consttuiam uuma tina fala na primitiva redagio do poem 3s presentes vou dar-te em lugar dos primeiros ama taca de fino trabalh quando da viagem de volea. Essa agora, dese} Mas, se pela Hélade queres passar de retorn ara que eu proprio te siga frei preparar os cavalo as cidades dos homens iremos; ninguém hi de deixar-nos partir sem nos dar um bonito presente seja tripode, ou seja caldeira construida de bronze IX-XV Nio precisarei pe quer salto na passagem dos trechos: a sequéncia & ta, © que vem demonstrar que eles faziam parte de uma narrativa seguida, que, nesta altura, foi cortada com te- soura — ou de qualquer jeito, para que nio me objetem jogado o compilador, entre ambas as partes, dee cantos movimentados da Odisseia propriamente dita, ou melho ddas Odisscias em que baseava a sua compilaga Jevemos este achado ao grande Wilamowitz Moellen: dorf,talvez 0 maior helenista alemio de todos os tem © até mesmo talvez porque sobre todos 0 aspectos pensimento grego escrevetr uma obra fundamental. So- bre a Questio Homérica escreveu duas,além de trabalh menor vulto: Homerische Untersuchungen, publicada em 884, em que estuda a Odisseia, © Die Ilias und Homer n 1916, Mais adiante voltaremos a tratar deste auto: as investigagdes do dominio da Quest io vou seguir mais de perto a orientag feu 1s discipulos, Eduard Schwartz ideia de designar por letras 0s autores dos poets que podem ser clades dentro da Odiseia, Deste modo, daremos de “T” 20 autor da Telemaquia, para design 10" eK" os autores de duas narragées primitivas de aven turas de Odisseu, comspiladas pelo redator a quem devem 1 Oilseia tradicional, ¢ que recebera o nome de “B". Esta Jeera vem, provavelmente, da palavra alert Bearbeit scolha das outras das, Mas pilador);nio sei dar a rzio © que é fora de divida é que o proceso facilta a exposigi permitindo-nos, quase, individualizar os respectivos auto- res, com suas peculiaridades de estilo e suas idiossincrasas, A ideia pegows; num trabalho relativamente recente (Dic Odyssee, 1943), Friedich Fock, apesar de rejeitar a “hip. joga com a sua tec m indicagio de origem, por pressupor nos leitor nhecimento de eais particula dades. Eduard Schwartz fala, ainda, em “P" e “L", autores de frag delimitados. Mas isto poder complicar a nossa exposicio. Vou deix: rmentos apontados. Para facilidade da exposicio, apresentd B_ "K"Trinieria — Calipso — feacios — ftaca Voltando, agora, nossa atengio para o assunto da Odis- sia propriamente dit tomar como fio orientador © itineririo do herdi, de certa parte em diante de suas regrinagdes. Acompanhando-se sem preconceitos através do texto da Odiseia tradicional, encontri-lo-emos, de ini io (CantoV), na ha de Ogigia, onde h 1108 Calip $0 0 retém. Depois de obtidos os meios de se por a0 largo fede ver a sua jangada desfazer-se na tempestade suscitada oF Posido,e lancado na Esqueria, regiio dos feicios, dev eendentes dos deuses, onde em quatro cantos adm destruigio da siltima nau, depois cio dos boi ir primeiro para consular o carvalho sagrado do rebany sagrado de Helio, que suscitou a tempestad sobre a melhor mancira de apurecer em cass s clara, 0 em que todos pereceram, com excegio de Odisseu,entio por modo encoberto. E no comeco desta fa que ele 1 langado na Ilha de Calipso. © episddio dos bois de Hi mninistra os elementos de que carecemos: lio deu-se na Trinicria, provavelmente a moderna Sicilia Da Esquéria 0s feicios o levaram diretamente para ftac, tive, certo, noticia da volta do herdi Odisseu, cios o levaram “diretamen itaca. Eo itineririo qu [tesouros, ria — Calipso — Feicios — ftaca Portanto, vamos ve fescava Ji vimos que o astucioso guerre a itaca dis 10 se afastar da Trini sido, primero, procurade informar-s junto a0 porqueir Lfurions retendentes de Penélope. Logo ma primeira noite Odiseu at sio descendentes do we oportunidade de conversar com Penélope e de devses. Ihe noticias do marido, que ele, 0 suposto men XIX verh em Creta, quando de sia viagem para Tr Egito. Mas, por outro lado tinham de ser verdadeios os diferente do da Orisa tradicional? Prosigamos na anli- «© que 6 mencigo falharia no intento de convencer P 4 uma passagem no Canto VII que carceers ab Nota tu proprio 0 feitio da tampa e Ihe passa um de forma tal que ninguém no caminho t que durmas sono agradivel, de novo, no escut ‘Vill E incompreensivel, Odisseu ia ser reconduzido a fea los marinhciros de Arete. No entanto, é cla mesma q) Limite a possibilidade de poder ser o seu héspede roubad durante a viagem., Seria absurdo em qualquer : qualquer circunst cia, mormente em se tratando dos feicios descendente os deuses. Mas a observagio deixal © que paree uma advert ampla das aventuras do herdi, 0 itineririo diferia do. que io final, Nio s6 faltava nes soema 0 episéio de Calips amente da Trinicria para a terra dos feicios, como nik cle conduzido a fraca pelos marinheitos lendirios, te fo preferido alongar um pouico as suas peregrinagies para maior seguranca do retorno, Pertenice a0 mesmo autor a cena do reconhecimento na Corte de Alcinoo, que nos é ada na passagem do oitavo para © nono canto da oss Disc, cena admiravelmente tragada, a sta parece pericltar, quando 0 herdi 1 onter as Ligh mas diante da narracio de Demédoco, a0 cantar este as sas auras, Now emo cea ao imax quando oh a reconhecer,na muito citada passagem:"Eu sou Odis seu, flo de Laertes, ¢ a minha gloria atingiu © alto céu aquele desconhecido, néuffago, que ali fora ter quase mort de cansaco e de fome,era o grande herdi que combatera em longe, agora, de ser cle quem pedia alguma coisa, era quem dava honra i Corte de Aleinoo e a seu povo de marinhein Como vemos, estamos diante de um poeta de verdade, que abe 0 que quer e que dispie de uma técnica segu Mas, como se di nas grandes lteraturas, em sta fase de depois de publicada a primeira parte do D Cervantes, apareceu na Espanha uma suposta continuagio das aventuras do cavaleiro manchego, por um tal Bacharel Fernandez de Avellaneda — cript6nimo, evidentemente © mesmo se dew na Grécia: depois de conhecida a Oil ia de“O”, surgiv outro poema em que as aventuras de perdi eram tratadas por um prisma diferen Ji demos o nome de“K" a poeta, que em pujanca de intelecto nada fic 1“O". Se "K" nio pod expandir-se numa criagio espontinea ¢ livre, dispunha d vantagem da nic jéncia dos que vem em segund. lugar, isto &, de poder observar os erros de sett antecessor des. Em primeire a de necessidade j © prazo tradicional de vinte anos: dez anos de redor dos muros de Troia, dez de peregrinagdes, ni que © poeta criou, com toda a pujanga de seu génio,o epi tido durante sete anos. O nome C intengSes do poeta, Compreendeu, ainda, que tudo 0 interpusesse entre a estag icios € 0 ret Para ftaca atuaria como elemento de retardamento, tend suprimido o desvio pela regiio dos tesprotor : tamente pelos marinheiros de Aleinoo. E ainds nio é tudo, porque no poema de“K" as aventuras d Odisseu sio apresentadas sob um tinico prisma, da colera de Posido, © que nio acontecia na primeira relacia, em Ao refundir 0 epissdio do cick K” leva 0 herdi a ometer duas imprudéncias. A primeira foi quando Odis guma, por pura pseu bazéfia, Podemos considerar este ato c im te perguntar quem te privou que foi Odisseu, filho de Laertes!” De posse car sua maldigio, porque nas culturas migicas é 0 de seus ini gos. O outro erro que culmina em verdadeita blasfém: i pitria, Mas Fados, diz ele — e até os deuses se submetiam is Moiras indiferentes —, se for dos Fad fraca, que o faga tarde © que até em casa vi encontrar tra tho. De passagem observarei que o autor da Telemaquia lesconhecia © motivo da eélera de Posido, sem o que nig teria Atena invocado a protegio direta daquele deus para « sucesso do empreendimento de seu pupilo (II ‘Como vem, 0 poema ganhou extraordinariamente em : que até as itimas aventuras, isto &, os trabalhos do her6i com os mogos que Ihe haviam invadido o pali Cio, j se encontram justficadas Cr mento dos episodios clissicos o autor anda Odi loquente o dislogo entre Odisseu e 6 porqueito, no Can XIV, Aqui, também, 0 mendigo conta mentiras ¢ dades, como fara adiante na conversa com Penélope, com mais eloguéncia nas primeiras, para ser veridico no fir relatar 05 fatos mais recentes: Fido, Dodona e tudo mais fo nosso con 0 ej & do nosso conheciment A ineredulidade de Eumeu rio se dabra diante da elo das provas aduzidas pelo mendigo;nada 0 conven quén ,e d ced io esti com vida e que poderd voltar para restabelecer a ordem em casa e em seus dominios. Depoi de dar expansio a seus sentimentos compassivos em rel tim rlaio 3s noticias referents a0 proprio Odie" embrarei, ainda, ¢ isto para ae quando Don Quixote apécrifo de Avellaneda e joga com elementos tirados dele, em franca polémica com o seu autor. Nao ele Cervantes, em notas ou no preficio, mas o proprio Dom Quixote:"Ese sujeito escreveu que et estive nas justas de Saragoga? Pois bem: nio irei a Saragoga, s6 para demons trar que cle € um escritor mentiroso.” E, assim, em muitas utras pascagens cGimicasirresisti Mas literiria nos poderi ser fornecido pelo teatro. grego;)n fase urea da tragédia, Vale a pena a digressio que, pare a0 Amago do problema. Esquilo, no inicio das Codforas, nos ™mostra Electra diante do timulo de Agamémnone, quan presa, descobre em cima da lipide do timulo uma mech de cabelos: compara-os com os seus ¢ certifica-se de qu So perfeitamente iguais; examina a0 redor do tile obre marcas de pés, em que os seus se adaptam vingar a morte do pai, morto por Clitemnestra ¢ Egisto.£ nto, do anagnorisnids, para usar ‘mos o termo preciso. Eutipides retoma o mesmo motivo ¢ ‘0 desenvolve da seguinte maneira: de uma feta, o precep- (or de Electra — e na tragédia grega ha sempre um velho que dio o nome de pedagogo — procura agodado para dizer que alguém sacrificara sobre o ttimulo de Agamém none. Nio tera sido Orestes, que voltou as ocultas para ingar 0 assasinio do pai? Entusiasmado com a ideia qu The ocorrera, aconselha Electra a ir certificar-se do que el a Lipide uma mecha de cabelos? Do confronto com os teus poderis tirar alguns elementos para identificagio do dono Ou pela marca dos pés, uma vez que ele deve ter rode fo 0 timulo, deixando no solo as impress és. At que fora Electra quem Ihe facilitara a fuga no dia de rificio de Agamémnone. Tod nimado, de que eu retenho apenas a ess: ia, A cada sugestio d quase com uma gargalhada: como seri possivel identificar jos irmaos pela cor dos cabelos? Ou pelo tamanho dos pés? Concebe-se que as jovens e os rapazes tenham pés jo mesmo tamanho? Absurdo manifesto! E a eoupa? Seria trocado de roupa durant vinte anos, ¢ que esta tivesse crescido com maior absurdo aind Nio se faz mister grande sigaci nipreend que estamos diante de um legitimo caso de polémica Euripides exorbita na sua fngio d {que nio passariam desperce tenes malévolas, No entant nos comovemios com a simp lidade e a natur final. No poema de o, decorridos milénios,aind nto permite da su za do proceso de ¢ ‘O08 tes do morticinio dos p identificado o mendigo por r ido a propria particularidades sobre que condiciona di de declinio da er apems tradicional pod s.N da vin uibmete 1, Sio duas .da autor sua originalidade, Coube 1B" a fusio das das variantes em uma s6 relagio.N: ppopeia, cuidavam os compiladores de f mposigdes volumosis. A Iiada af estava com \doras, Dai apresentar-nos a. Os sma da cicatriz para abandoni-lo em certa incluir, também, a variante do reconhecimento Ieito, que pelo grande efeito emocional nio posta de lado, Vejamos as consequincias dest jeatiz nio serviria para o reconhecimento do he 16i, por que razio ela € trazida 4 baila? As coisas,no poema de""B” isto &,na Odisseia tradicional, se passam da seguinte manera, depo de haver Penélope do mendig houvesse softido muito. Perce st conduzindo a joclho, que a velha ama nio poderia deixar de perceber E conhecido o fato de possuirem as amas memérias mui- 10 vivas a respeito das marcas no corpk filhos de riagio. Esta cicatriz Ihe viera de uma cagada a0 javali no Monte Parnaso, quando fora em visita ao avo matert Aurélico, a0 contar os seus dezenove an No entanto, a0 julgarmos pela exposigio de “Bi Odissew mio desejava s nhecido: Euricleia identi- Mas Odisseu, segurando-a pelo pesc morte se viese a revelar a alguém aquele segredo, que ra descoberto por sua propria irreflexio, Por este cuido, apenas, desmerecia o herdi do epiteto trad: incapacidade de “B” & 0 modo por que justifica 0 f de nio ter Penélope notado nai ne se passava a dois passos de distancia, Quando Euricleia reconheceu cicatriz ficou tio atarantada que deixow cair a perna herdis esta batew na bacia, que soltou um som for Ihe escapou das mios, entornando a gua. Foi um rebu ligo, No entanto, nélope nio pereebeu coisa alguma porque Atena Ihe desviow a atenc30. Como vem, é um recurso inferior: o poeta, nao sabendo como sair da si Jago provocada por sua impericia, chama em socortd Com a fssio das duas mento. Na relacio de “(O” dava-se o reconhecimento an. tes da chacina dos pretendentes. Apés combinacio prévia com Odisseu & que Penélope propde aos mogos a pro do arco, declarandi wsaria com quem pudesse t lizé-la. Na Odiseia de "K” 0 reconhecimento era feito p meio dos sinais do leito, depois da sonia, a morte ds pretendentes,na cena comovedora que nos foi conser vada no Canto XII. Os fundamentos de ambas as cenas sio perfeitamente justficados:a falsidade da situaga patenteia depois da fusio das duas variante pater E muito ficil provar que na redacio primitiva 0 reco- nnhecimento dos esposos se dew antes do morticinio, No Canto XXIV, na denominada segunda Nekyia, a0 baix rem para o Hades, as alas dos pretendentes encontrar em didlogo animado as sombras dos herdis da guerra troian Aquiles, Agamémnone, o grande Ajaz, que recorcavam os feitos realizados em vida, Admirado com a composigi cortejo, perguntava Agamémnone @ uma das sombra Anfimedonte, de quem jé fora héspede em ftaca, 0 motivo de baixarem, a um s6 tempo, antas almas de mogos para as regides tencbrosas, Anfimedonte narra-Ihe o que se pass no palicio de Odisseu: como Ihe requestavam a esposa, ins tando para que ela se decidise por novas mipcias, e come Penélope procurarailudi-los com o artificio da tela que ela tecia durante 0 dia e desfazia de noite, Depois conta que algum deménio funesto touxera de algures 0 herdi, que combinou com o filho a morte de todos. Palicio disfargado de mendigo, sem que ninguém pudesse suspeitar da sua identidade, Nem mesmo os velhos da ilha Seu proprio palicio insultos e pancadas; mas, no momento preciso fez retirar por Telemaco anguetes as ar ‘mas e combinou com a mulher a prova do arco, pondo en Pritica, asim, seu plano diabslico, Sio palavras textuais d exposigio de Antim Com refalsada malicia & consorte, depois, cle ordena [propusesse XXIV) Nesta altura da minha exy duas edigdes anteriores de minha tradugdo da Odisseia, em nhecimento ainda nio lera. Segundo esta inteligéncia, o mendigo, na qualidade de forasteito, teria wconselhado a F trever todo o partido que pretendia tirar da situagio. Ni € isto. No original grego lemos dnogen, que foi vertid nélope a prova do arco, sem deixar en- lo tradutor latino como jussit, “ordena”. Em alemio é Nio remanes 1. O reconhecimento ji se dera; a0 apresen- tar aos pretendentes a prova do arco, Penélope dava cum rimento as determinagdes do mari mparila a qualquer pe onfiante no seu amparo nparo que ela se declara disposta a d Thardo da di Na C jel pro a de “K” os fandamentos psicolbgicos so diferentes, E por estar desesperada ¢ desesperangada que Por um termo 4 sua situagio angustiante, Penélope ni acredita que © marido possa voltar algum dia. Em va passagens podemos surpreender seu estado de espirito, em ue se retrata 0 desespero que Ihe vai na alma, Quando se refere a Tria, diz semp foi para a Troiaintliz, cj nome dizer nio consigo” (XIX). Quande ala em deixar 0 Palicio, diz que até em sonhos hi de revé-lo com saudades XIX). E neste estado de alma que comunica aos mogos a Nunc que 0 marido ji se encontrava em itaca e que er: go que expurgara 0 pakicio dos mogos turbulent Na Odisseia de “B” ests premissa s lope nio tem justificativa para proceder como f estivera tio esperangosa, como depois da conv 6 falso mendigo, que Ihe trouxera provas elox que 0 marido nio tardaria a volta sind: deste ano hi de vir Odisseu de apagar-se ¢ ficar novamente redonda” (XIX), Penélope dizer que o mendigo, dai por diant ‘considerado pessoa estranha em seu palicio, da familia (XIX). E € assim esperangosa, & asi que se cas da abi posibilidade Con incadeira? Pené tudo isto por uma causa én tradicio- plos de repetigses de temas. Mas nio haveri ni O disfirce de Odis duplo aspecto: ora s fisica, ao toque da varinh cia, amortecidos 05 se apresenta o herdi Pela tempo e também narrada em m combate de per possivel descobrirm banha-se e almoy p 3s 0s episddios fundamentai ad i ra Fincesa para, momentos depois, no palicio de Aleinoc eclamar por comida, que 0 “ventre cinico © molesto” t0 © impelia (VI, v, 216) e deleitar-se com o outro ba- niho, declarando, textualmente que 0 herdi mio h avia provado a delicta de tal conforvo desde que detxara a nina de belos cabelos (VIL Observemos, contu- Jo, que desta ver se trativa de um banho morno; talvez s ncontre nisto a justficativa do compilado nn linhas gras, a m € esta a solugio do pro- evela os elementos que contribuiram para uunidade, Mas os unitirios intransigentes niio admitem gue toquemos no edificio majestoso, cujo mater ria ter sido lavrado in loc até nas atimas minticias, tend em mira o plano preestabelecido por um tinico arquiteto. Quer isto dizer que 0 problema da Odisea, como também ula, ou melhor, a Questio Homer onde sio criagaes poéticas que obedecem a uma idea direerz; 6 preciso que as estudemos em seus elementos omponentes e lhestracemos as caracteristicas, Nesta expc siglo ative-me, em linhas geras, as conclusdes da denom nada Escola Analitica, cujos representantes diferem apenas ‘em particularidades, nio em principios.E a orientagio que m de Kirchhof, em meados do século XIX,¢ chega até 0s noss0s dias comVon der Mii ¢ Fock, com visiveltendér cia para simplifcacio do pro analise da Ot Jementos isolados nos"*Cantos d Apdlogo”, uma Odisseia primitva, de “O", ¢ a Telemaquia de"“T”. Fock reeita,decidido, a “hipotese do redator”, para atribuir aT" a compilagio final. Em tese, é a solugic posta por Finslr, cuja obra é ainda hoje indispensivel para juantos se ocupam com a poesia de Homero. O trabalho de Von der Mill & anterior ao de Fock, mas 56 me chego inios algum tempo depois (Peter von der Mail: Der Dihter der Odysse, Aarau, 1940), Para Von der Mill, na Oak tradicional podemos distinguir um poema primitivo, itica,de“B”.A originalidade de Von der Mill consiste em atribuir a “B” maior capacidade artisica e, por asim dizer plistiea, do que o fizeram os anaists anteriores, com Ki chhof 3 testa."Como no caso do Hino a Apolo e do Escudo de Hesiodo, trata-se de uma estruturagio ampla, em que 6 material antigo mo na porgio central da Basi de Sio Pedro, concluida por Miguel Angelo — é inclu da organicamente a0 conjunto, em que possames falar ex uma simples jutapesigio de partes.” Contudo, este proc tuia um poema independente, conforme desde 1830 ji Jemonstrara G, Hermann, ¢ que 0 redator final nio soube incorporar em seu poema, com a mesma habilidade com tiva, Apesar de suas di a realizada em Baden — o trabalho de Von der Mihll & considerado por Merkelbach como um passo deci Com 0 livro de Reinhold Me estes estudos ssee, Munique oltamos com melhor gamentacio 4 concepgio mestta de Schwartz, send: lastimar, apenas, pela confusio da resultante, que © auto hhouvesse adotado novas letras para designar os autores dos ddiferentes jue podem ser isolados no corpo tradi cional da Odiseia, Mas 0 poema de"A" (que ji vem deVon der Mill) ¢ 0 de“R", de M pectivamente,e que, coma Telen para a compilagio volumosa de “B", a Odlsseia tradicional Pelo menos a identidade de “A” com 0 poeta “K" da anilise dde Schwaree é reconhecida em extensa nota apologética, em ue Merkelbach rebate alguns exageros da critica injus Fock em relago aos resultados da andlise de Schy © problema da formagio da Odisea, deve sich 6 poderio ser rejeitadas por quem nio se der a0 trabal (O mais interesante no estudo da composigdo da Hada de estudi-ls. Esta atitude, alis, de desconhecimento dos yer que voltamos 20 ponto de partida, isto & que apés un roblemas fundamentais da Questio Homérica, & encon século e meio de debates, viemos a dar na concepein de da unidade dos poemas,o que nio Christian Gottlob Heyne, apresentada em 1802, quando d por que si apresentacos ox publicagio de sua edigio monumental do poema, Pla do poema o esforgo de win tinico poeta, Esta concepe u tem valor hstérico por ter pasado despercebida quan do de sua publicagio. E que ol, sete anos antes, Mas tempo de passarmos ul am- desencadeado a tempestade para outro lado. Além do mais, inical de Wolf A anil migo figadol: de temperamento timido, cometeu, ainda, a , todas elas de duragio efémer 2 m parte as conclusses de Wolf, no que finqueza de aceitar . x e da cor respeita 20 sup sconhecimento da escrita antes do fo poema, iad primi século VI a.C.e re s poemas no tempo de Pi Unila mples justapo- trato, 0 que enfragu roprias conclus ntos estranhos,a teoria das poesias insuladas De fato, ainda qu do poema inculque wim as fém cedido campo 4 concepeio de com > mais amplo, declar ta que no progmio iia tratar plexos cada vez maiores, até firmar-se a tese dos unitirio das consequéncias funestas da discéndia sungida entre A ‘mas agora sob melhor base e mais firme argumentacdo, mémnone ¢ Aquiles. Mas com um tema tio ingrato um poem uniforme, firmado em copioso material pree lemais restrto, soube, na verdade tratar de tod: te, de que dis anamente um poeta de géni Troia, ji pelo que nos relata dos acontecimen Seri o Homero da tradicio grega.Se aceitarmos a i discOndi, ji pelo que deixa entrever quanto a io dos separatistas, mais do que um poeta de genio, t fan le seus sO afistamen ido Homero um poeta de sorte, um eleito da Fort les do campo da luta permite © apareciment Cn ara tet encontrado, ara a sua compilacio, ti Plano, de outros chefes aqui unidade felicisim: ande namero de poesias que se completavam com Para incluir na efabulagio do poema a arisia de guerr manha docilidade, o que nio seria men re do gu d procedéncias e até mesmo estranhos, primi mposicio do conjum Agastado com Agamémnone, por Ihe ter este tomado a crava,a clegantssima Briscide,retia-se Aquiles dos com- quiles dos com bates, ameagando, até, de retornar para Pia, seu torrio nat ’or sua instincia, sobe Tétis a0 ( para pe jue dai em diante concedesse aos troianos a vitéria, para que 5 acaios viessem sentir a falta de Aquiles. Com a pri meira derrota séria (“Cumpriti-se o designio de Zeu na batalha do CantoVIIL,que cilmina em virem os troianos acampar fora dos muros da cidade, que em nove anos dk dos seus amigos mais chegados, para ver se o demoviam do propésito. Aquiles fica surdo aos pedidos, 6 tendo cedido, ims tarde, as siplicas de Pétroclo, a quem empresta as pro prias armas, deixando que Ieve seus homens, para afastar fas naus 0 incéndio e desafogar os aquivos da pressio do nimigo. Mas Pitroco é vencido por Heitor, que as armas de Aquiles, rizio de pedir Tétis a Hefésto qu fabrique novas armas para o filho, Com a perda do amigo, Aquiles se esquece de tudo, s6 tendo em mira matar © a5 sassino de Pitroclo, apesar da adverténcia de Tétis, de que 120 aps a morte de Heitor era fatal que ele também viesse a perder a vida. O élkimo canto & dedicado ao resgate, po Priamo, do cadiver de Heitor. Ilada termina com acord brandos, aps a reconciliagio dos dois in iltimos versos sio dedicados aos funer. éncia, Antes, por nova orientagio as pesquisas neste setor. (Num capitulo complementar da obra de Fi wr, 1924, ers vou: mes. Teubner, Leipzig.) Mais recentemente, Schadewaldt iio se cansa de enaltecer-Ihe os méritos.Vale a pena, pois, demorarmo-nos na apreciacio de sua te Wilamowitz distingue na Iliada tradicional virias ea machs e procede como verdadeiro arqueélogo, de cima para baixo, isto &,discriminando os acréscimos mais recen tes, até identificar a Miada de Homero com a quinta fax abposta, que, por sua vez, revela formagio heterogen Nio procedeu de outro modo Schliem ages na Tréada, até distinguir de oito cidades super dentificar Tr 10 burgo historico destruido pela coligagio aquiva, Homero viveu na Joni na segunda metade do século VIII a.C. época do apogeu do movimento épico. A fase eélica da epopeia era entio simples reminiscéncia histériea, carecendo de importing para Wilamowitz, o Homero stico, da hegemonia de At nas.Valendo-se de material copios de, como revela a feitura do heximetro, coube a Homero a primeira sintese grandiosa, em que emprestava feigio pessoal. Compete aos investigadotes de agora nio somente distinguir os poemas que contribuiram para a formagi¢ da epopeia, como isolar as camadas que vieram sobrepos Temos no Canto XXIV a qu Porque, para Wilamowitz, a Miada termina com a morte de Aquiles, desfecho natural a que 0 poeta alude nta insisténcia cm todo o decurso do poema. Dentro de pou: 0 tempo veremos 0 que hi de verdadeiro nesta conclusio. Deixandi jentos que contri buiram para ada de Wilamowitz, vejan apenas, em esforco rapido, quis foram as camadss qu ram sobrepor-se 20 poem, modificando-Ihe, essen: (Canto VI) e dos cantos XL a XXIIL exclusio dos episédios da tr ado e da batalha dos deus foi modificada, nio sendo sua primitiva feitura a que ‘mos no Canto XIX, Esta primeira ampliagio & devida a mpilador que incluit no tragado a descrigio do escud (Canto XVIID, trabalho independente & que nio se jonava com Aquiles, A segunda camada compreende a atalha dos deuses, que se distingue pelo estilo empol lc todo aberrante das demais partes do poema, Mas int Ja! “Ele, e somente ele, visitou 0 Vale do Es: terceira recompilagio compreende o resgate Heitor (Canto XXIV), com seu final sereno, abendo a0 mesmo poeta a incluso dos jogos do fin ral de Patroclo (Canto XXIID.A iltima, por fim, ¢ mais recente, consiste no trabalho do poeta que compos a d rominada Segunda Batalha (Canto VIL), com o fim pr {puo de incluir no poema @ Canto da Embaixada (Canto 1X) e a Doloneida (Canto X), episédios primitivamen Nio ouso d que ai fica seja um resume famosa teoria,que vem exposta num livro de quinhentas p ginas de leitura dificil, Mas parece-me suficiente para nos finalidade. © grande merecimento de Wilamowitz consiste | cm nos ter resttuido um Homero vivo, que se integra nun movimento épico de grandes proporgdes, com 0 apogeu n Jénia do século VIII, movimento que nio se circunsen penas i atividade de Homero, Antes ¢ depois dele, mui tendendo desde 0 comeco deste estudo, muito embora nik {Uma das mais interessantes fontes da Mada te mente identificada por Heintich Pestalozzijnum trabalho a permito transferir 0 elogio de Finsler-Tiéche, por jue me permito P Yonstituir, de fato, marco divisGrio na historia da Quest Homérica (Heinrich Pestalozzi: Die Achileis als Quelle d Ilias, Zurique, 1945). Traca-se de um P fexisténcia de um poema sobre a morte de Aquiles, de qu a tradi¢io nos conservara apenas o nome, a Etsy Titeriria da Miada, se vanto 3 efabulacio do poem completarem o assunto da lend Troia, quer quanto aos antecedentes do grande pleito, que quanto 0s acontecim {© poema Ta Kypria relatava os acontecimentos desde 0 Deste poema s6 nos re contradas sobre 0 seu autor. Nesta altura seri convenien- te ob publicado na Alemanha, Die Kyprien, do helenista Thassilo nama série de “Nosto’ da qual a Odiseia foi a variante mais feliz. © pocma Amaziniatraia 0 sep propisito de apresentar-se como com: tinaago da Hada, por iniciae-se pelo élkimo verso dk Os funerais estes foram de Heitor, domador de cavalo Cantava a vinda de Pentesileia, depois da morte de Hei tor, para ausiliar Priamo ada a dima parte d (Os fuanerais estes foram de Heitor. A Amazona famosa Pentesileia, chegou, filha de Ares, Hlagelo dos homer 4 inferioridade de todos el do hero princip: {que veio em socorro de Priamo conduzind| cetiopes. Justifieva-se 0 auxilio pelo parentesco dos a Logo de inicio, Memnio mata Antiloco, filho de Ne scudeito e amigo dileto de Aquiles. Aquiles vinga a morte fo amigo, apesir da adverténcia de Tétis, de que elem ria logo aps a morte de Memnio, como, de fato, morre 1 de Paris. Da relagio de Proclo, autor de uma ctes: poemas ciclicos, pelo reflexo em Pindaro e Pesta interpretacio da pintura de vasos, resabele Tinhas gerais a trama do poema, Tétis a Aurora sobem ao Olimpo para pedirem a Zeus a vitoria d hos; Zeus consulta a balanga do fad destino de Aquiles, baixando para a ter Je Memnio, Desesperada, a Aurora vai procut 2 Morte, para entregar-Ihes 0 corpo de srar-Ihe a imortalidade da fama, Outro quadro decisivo 10s mostra 0 combate sobre corpo de Aquile E interessante observar como Homero procede com estes quatro guerreiros: de LaSdoco s6 menciona 0 nom P mado sta forma quando baixou do c sin a intengio de achar Pindaro, para inciti-lo Iv Mas deste “forte lanceiro” Mliada nada nos diz que ju parte. Os outros rs aparecem em cena, na Mada, 13s « tem 0 cuiidado de nio deix neummbam; € poeta poema que elatava acontecimentos posteriores 208 dos na Had fescandaloso: havendo este guerreiro ousido deffontar-se Com Aquiles,o proprio Posido, protetordeclarado dos ere de batalh gos, sugere a Apolo que 0 tire do can fer do fado que ele sobreviva a0 destino de Troia”. Vé-se de out que 0 poeta est atado pela concorr fe que nio pode dispor do asunto c Neste resumo o conhecedlor da Iliada i encontrar mu tos temas fimiliares: 0 pedido de Tétis a Zeus, ).0 Sono € de Sarpédone, a stino (a denominada 4 Tada cuidan lta a0 redor do corp: do iemios, que defensores em nimen Jos sustentam © corpo, Menela que posa remanescer ditvida sobre Nio admira mnio da nos conte, por ser da técnica homiérica nio an f Mas o verso inicial do Canto XI, que também ocorre Alca-se a Aurora do leito onde dorme o precl: Titon ndicio eloquente de que esta feigio do mito nio era Jesconhecida do poeta. A Odisseia, também, nos fila da 1 quem 0 filho admirivel da Aurora brilhante Iv do combate a0 redor do corpo de Aquiles, recorda lo por Odisscu, quando a ponto de perecer no naulrigio sscitado por Posido. Os funerais de Aquiles, os jogos fi niebres, a chegada de Tétis,o coro das Musas, sio relatados 10 Canto XXIV, na segunda Nekyia Resumindo, ve 0 grande merecimento de Pesta~ cem ele haver firmado, pela primeira ver n para o estudo da Iada © da Odisseia fora destes proprios ante séculos por tradicio oral. No entanto, ai temos um rema perfeitamente definido, que termina com a morte de Aquiles, cor veria Wilamowite para a Iliada de 1a reconstrugio, Neste poema nio se inspirou Homerd nto propriamente dito de sua epopeia — que tente, 0 trabalho de Pestalozzi ji encontrou consagracio im estudo de data posterior, © humanista val alm mibuits dos ensinamentos ali contides, qu decla do de citar a obra de Pestalozzi no di correr de sua exposigio: estes ensinamentos Ihe permit ma ectiva para a interpretagio da Miada (Ex Howald: Der Dicer der lias, Zurique, 19. tm ji*Memnonia” id Pestalozzi, e reforga a te do autor, desenvolvendo-Ihe os argumentos e aprofundan do-the as conclu Somente agora, depois desta excursio bibliogrific,m t célera de Aquiles, que nos € indicada na invocagio dk poema, 0 que nos permitiri penetrar a fundo na ofici Go poeta, para desvendar-Ihe os métodos de composicio sores, de que ele mesmo nio fizia mistério, por ser estranho 30 movimento épico da Grécia 0 conceito moderno da originalidade a ‘0: originalidade, entio, consistia pa nova apresentacio de um asunto conhecido, em qu ocorriam transcrigSes longas de episodios e cenas, dispos tos sob nova perspectiva, E 0 que se di com o poema d célera de Meléagro, que sugerit 20 poeta um tema pata sti composicio mais vasta,c & 0 que se di,também, com a des erigio do escudo de Aquiles, composicio primitivamente independente do ass Tada, coma batalha dos des npliada, para maior gloria de Patroclo — até mesmo com episixlios que, parecendi sua colocacio no tra ral, origem duvidosa.E. asi gue Jachmann, fazendo reviver com nova argumentaci a Teoria das Cangies Isoladas (Ei ponstrou a autonomia primitiva do epishdi Je Heitor © Andrémaca, que devia anteve pouco 4 mor herdi e que, em falta de lugar mais apropriado, foi inser pelo pocta no Canto VI (Giinther Jachmann: Homersce clledet Simbola Coloniensa; Coldnia, 194 Mas o melhor exemplo do vasto trabalho de compilagio de Homero nos seri dado pelo poema & célera de Meléagr, jue vem indicado no Canto IX, 0 fa nto da E baixada, na fila de Fenice, 0 velho amo de Aquiles, de ca riter visivelmente parenético. Feni istoria d Meléagro, para exemplo de como 0 seu nic proceder na sua teimosia de abster-se dos combates. Com moderna, que indica no rodapeé da pigina as fontes em qu foi abeberar-se ( estudo do Canto IX vai nos mostrar que o episidio ¢ embaixada soffeu modificages em sua redagio final. Prin tivamente, os embaixadores eram apenas dois: Odiseu e Aja, sendo muito provivel, ainda, que a embaixada se realizas durante dia, ¢ nio de noite, conforme se passa na redaci tradicional. Fenice foi incluide por Homero, exarei quas dizendo inventado por Homero, pela necesiade de poi discurso na boca de alguém de maior autoridade, perante Aquiles, do que os seus proprios comilitdes. Pelew encontra a-se distante;Tétisestava imposibilitada de incumbir-se de semelhante missio pela saa propria condigio divina, Fazia-se mister de alguém de auroridade quase paterna, que pudi indo de sua teimosia. Dai ter sido criada a mostrando 0 ab figura de Fenice, que devera terse incumbido da educacic le Aquiles, a quem este devia obediéncia ¢ respeito tenda de Agamémnone, a0 lado dos demais chete Na qualidade de condutor de uma das divisoes midones a partida de Pitroclo com os homens dk deveria estar inative como todos os outros, que ita a0 chefe atingia seus cabos. A explicagio malia é encontrada no verso a seguir, por onde se vé qui mibaixadores eram apenas dois. Depois de receberem instrugdes do velho Nestor sobre a melhor maneira de “onven ino Pelida, puseram-se a caminho, diz epara a indicacio precisa quanco a0 ném Ambos, entio, avangaram;servia Odisseu como guia, Mas ainda nio é tudo, que na saudacio de Aquil Ainda que muito agastado, sois ambos os que eu 1x) Por felicdade, dispde a lingua portuguesa deste resqu cio do dual, que nos permitiu conservar uma particu dade do texto grego, verdadeiro flagrante da modificagio por que passou a redacio do episédio. Depois de apresentar as suas credenciais de velho pr ceptor, numa introducio ige mais aos ouvinte do que ao proprio Aquiles, pasa Fenice a tratar do exem: plo de Mela As proprias gestas de herdis das idades corridasn {dizem 2e, quando, caso, ficavam possuidos de c6lera rand exam sensiveis a brindes, dabrando-se 4 B, 0 passar a contar o le Meléag : ao pasar a contar nar o auditéri nada recente, bem velho, tal co jeu, em verdad De certa vez 0s Curetes ¢ 05 fortes Exslios combatiam ao redor dos muros de Calidona, Resumindo a citagic tenguanto Meléagro tomou parte 0 ita, a0 lade ios, 0 destino foi contriio a0s a antes; mas quando se absceve dos combates, por causa da maligdo mater os curetes passaram 3 ofet and Calidona ameagada de cair, Meléagro matara o tio mater 10,na disputa suscitada pela posse da oso javal lidona, para cuja cagada se reunita a fidalguia da re E impressionante a cena da maldigio de Alta, posta de joclhos, banhando o rosto de igrimas quentes, 1 percuttr a terra e a invocar o nome de Hades ¢ de Per one, para que fizessem morrer o filho. Meléag ve as Erinias nio deixariam de dar cumprimento 4 mal i¢io de Altea; por iso se absteve nb pe nigos, dos velhos da terra, das irmis, como também de Eneu, seu pai, e até da propria Altea, s6 tendo iplicas ‘Cledpatra, dos belos artethos, igrimas Ihe evocou 0 quadro do sofrimento de do inimigo. Melé le,consciente do seu destino, que trando que Meléagro nio recebeu de seus concidadi fivas prome que nio desistira do seu propésito mas de motu proprio. Nio precisarei insist no paralelo das situagdes: o tema da c6: M poema nio forneceu Homero aj sma, endo material abundante para Je palpitante interesse, que tem dado pibulo para dis ses sem fim: o do eélebre mt do pelos acaios, para protecio dos n: nse Nest centre Heitor e Ajax, de puro espirito cavaleiresco, termi para com pequena vantagem para 0 iiltimo; 0 inimo di nquivos estava elevado com a recente traigio de Pindar fo comequente perjGria dos troianos, © que Ihes 5 ; o velho Nestor memente rejeitada. E nestas condigdes f portas suficientemente amplas para a pasagem de carr f cavalos. £ uma construcio gigantesca. Tio grande é est construgio, que © proprio Posido se mostra enciumad com medo de que os mortais 1 a esquecer-s maros de Troia que ele ajudara a levantar. No entanto, de certa altura em diamte, esta construgio gigantesca desapa rece. No Canto XVI, quando Pitroclo si em auxilio dos Gre a batalha campal, sem nenhum obsticu desde a nave de, no haven ilho no caminho para deter afi no Canto XXIV quando Priamo vai resgat fo cadiver de Heitor, atravessa a extensa planicie, passa 0 vau. do Escamandro e atinge a tenda de Aquiles; 0 mesmo seja dito em relagio a0 canto dos finerais de Pitroclo, em que Conguanto haja referencias a este muro em vitias pas sagens, & no Canto XII que ele adguire capital importin gue permite variar as descrigdes dos combates, que adgu tem feigio nova no cenario movimentado: os embat Glauco ¢ de Heitor, 0 ataque dos licios,aliados dos toia nos, levados pelo intemerato Sarpédone, de quem até en to nada se sabia, mas que iri ocupar lugar preeminente n Patrcleida quando de sa morte pelo escudeiro de les: Sarpédone segura com mio forte o parapeito, deixan- do 0 muro desguarn na, Mas & Heitor quem fonsegue arrombar uma das ports, firmadas por dentr ‘om duas barras em cruz e com ferrolho, atirando cont da uma grande pedra, das muitas que havia no campo ver: rompem-se as barras com a forga do golpe © abrem m cobicada, Na 1s folhas franqueando a pas ‘euagio afltiva em que se achavam, os gregos mandam chamar Ajaz, que vem agachado, pelo lado de dentro do io, postar-S€ 10 F maior perigo."(..) em muralha o barulho era imenso. Mas a qualquer leitor ocorreri, imediatamente, que esta descrigio animada nio diz respeito a uma batalha camp « personagens nos sio conhecidas das outrasfases do cere ‘demorado, das batalhas dos cantos V e VI, mas o cenitio s porta, cavando fos«s, levantando toda sorte de obst ulos para impedir que fosse invadida a cidade, justament ‘omo Fenice nos resume no excerto do poema 3 cdl Meléagto e dos combates a0 redor dos muros de Calidon ra e cola: ainda que nos indique honestamente as Fontes de inspitagio, imprimia cunho préprio ao material emprestado. ima vee conseguida a finalidade esilistica, de in troduzir variedade nas descrigdes dos combates, desapan ce de seu hor ‘0.0 motivo do muro, voltand: 6 im plen mo se nada ti 0 E f prio Hom abi tivo poético constituia uma violénc u (0 seu desapareciment ndo um que sua propria me pasando raps india que se diz sob sda iminente de Troia € 0 destin os seus moradores, accanto particularizado dos poemas Giticos. A tinica excegio é esta,em que se conta como fazer desaparecer da face da Terra jogando-os contra a muralha: 0 Reso,o Heptiporo, 0 R Hig estuoso, 0 Careso tranquilo, o divino Escamandro,o Grinico, o Esepto € o Simoente, tendo feito Zeus chove darante nove dias, enquanto o proprio Posid cos alicerces de troncos ¢ pedeas, que tanto trabalbi snham custado aos Argivos, is ondas do mar 0s jogava té que deixou tudo plano na margem do belo [Helespon XI sto, em fur Iverte © poeta; porque por € quanto ainda ardia ao redor das moralhas bem-ita 0 cla- oroso combate, ressoando nas torres as traves, Nao hi mais belo exemplo do poder da imaginacio: para intr zit variedade na agi0 do poema ¢ incorporar nele op lento material de empréstimo, levanta 0 poeta um muro fonde nio pode existir muro, fazendo-o desaparecer por antecipacio, quando ja se tornara desne a inalidade. Deste modo, também, aparava posiveis ob ges dos ouvintes. A Tréada ji estava sendo frequentada, com a colonizagio helénica, que transpusera a passage dos estreitos ¢ patos avanak Mar Negro. D: ta dessis viagens por lon ras os maria Lesbos ¢ Mitilene que haviam acampado no Vale ve nio havia vestigio da muralha gi -egos haviam construido para amparo ds naves.Violando tanto, um dos seus mais notivels preceitos estilisticos com a antecipacio dos acontecimentos saparec » muro, Homero tinha em vista inutlizar estas objegd mpertinentes, sendo concebivel a existéncia de uma pi imitiva redagio da Miada sem os versos iniciais do Canto XII, que podem ser afasacos sem prejuizo da narracio, { penetramos suficientemente na oficina do poeta, para 105 abalangarmos a apresentar uma sintese final da Il da sob a perspectiva indicada, do tema da Menis, a lera, Nesta altura convém lembrar que 0 grande Finsler wvangou em qualquer parte do seu trabalho de que quem partir da Menis no poderi reconstruir a liada. S20 out as premissas do autor na sua interpretagio do poema, ni me sobrando, agora, vagar para uma excursio ilustativ Vejamos se & possivel apresentar uma explicagio da Miada nestas bases, apesar de tio valiosa opiniio em contririo, Foi Eri na arquiterura do poema, dos Cantos IX e XIX, respe da Embaixada e 0 da Reconciliagio tes cantos, © que nos poderi servir de exemplo da acribia do poeta, e que constitui desmentido formal do andnimo, que se forma por si mesma e cresce como as plantas, Uma formacio deste género é incompativel com smanka mintcia na execugio de um plano preconcebido. Para o tema da edlera nio se fazia indispensivel a reconci entio, Agamémnone » juramenta que se dispusera a faz orea de amores, nem por outra caus qualquer (XIX), Em. imma € em outra cena aparecem versos repetidos. Em ambos jsseu quem admoesta Agamémnone, quand¢ melhante atitudk do velho Nestor de Gerena. Na prépria fala de Agamé ‘empl Zeus, enganado pela Culpa, quando do ma Héracles,complemento natural da fala de Fenice, no Cant da terrivel deusa no animo s Saplicas (Erich Bethe IX, ma enumeracio dos ¢ dos mortal Homer, 1° vol.,p. 70, também Bowra: Tad in the Miad, Oxford, 1930) Mas, se c poema, i mos descobrir particularidades interessantes B que parece a divisio natural para a recitag3o de toda Hiada em trés segdes, 08, com mais propriedade, em trés dias, Sendo certo que a Mada a Odisseia cram recitads fem festejos pblicos, a principio por episédios descon: x0s, conforme o exigia a preferéncia do auditério, sem gue fosse obedecida a ordem dos acontecimentos, depo nna sequincia natural da fibul itivel que no caso a Tada este rectativo se desse com as pausas indica no fim dos cantos VIII e XVIII. Um recitativo de scis ou ‘ito cantos da Mliada por dia nio tomaria mais tempo do que a representagio de uma tetralogia completa, que tam bém exigia o dia t rl que 0s rapsodos se encerram justamente com o cair da tanle, coincidindo hhora em que os ouvintes se dispersavam com a interrup Gio forgada da ago movimen poema, pela chegada da noite divina,a que era forcoso obedecer. Mas ainda nio & tude tong a, que estas tres partes conservam uma certa autor ‘mia, apresentando cada uma delas um aspecto di lo deacabamento arctica perfeito, que se integra na unidad 52 ‘om precisio admirivel Facamos um apanhado destas partes para termos uma ideia perfeita da unidade da I 4. Apresentatei neste ¢ coro apenas um apanhade muito por cima dos episéios fundamentais, que a ocasiio nio nos permite anilise mais demorada, Desde 0s antigos louva-se em Homero a habi- Tidade com que ele narra os acontecimentos da guerra Troia sem comegar “ab ov" iniciando-se o poema depois de nove anos de cereo. Hi quem veja no estilo nervoso do primeiro canto caracteristicas do. género das baladas, com 1 peculiaridade do didlogo, em que as falas ¢ para o tema da célera, causa de terem sofrido os aquivos ingimeros trabalhos baixarem para o Hades muitas almas de herGis esclaecidos, enquanto “eles mesmos”, isto & seus corpos, serviam de pasto as aves e aos cies. Isto tu 1 em cumprimento do designio de Zeus, que passou naltecer Aquiles. E perfeita a sequéncia entre Adio a rixa entre Aquiles © Agamémnone, a tentativa frustrada or parte de Nestor de reconcil deus sumo se obrigava perante os de ses do Olimpo, reflete Zeus na maneita mais eficiente Jar inicio ao seu plano para abater os gregos. No entanto,a ndo ser no comeco do Canto II, por muito tempo desi: © copioso material em que vinham narrados os aconteci- rmentos anteriores 3 discOrdia. fibula ganha em extensiot teem profindidade, Muitas poe le trib distantes, sio incorporadas, assim, 3 lenda de Troia, numa ideslocacio de mites” que se impunha 3 vista do prestigio alcangado pela narrativa do famoso cerco. No entanto,a incorporagio de tio mumerosos elemer tos ndo se faz de maneira canhestra tendo sido baldados os, esforgos dos analistas para isolar os poemas de proporgdes saram por modificages sensiveis no ato da criagio poéti- ca, Percebe-se que o pocta dispuna de copioso material ¢ fibula que deixa de menci troclo nos é apresentado simplesmente como “o filho Menécio’ Mas sio pequenos poema, no conseguindo a mais exigente anilise deslocar (5 blocos fundamentais do edificio, sem prejuizo sensivel do plano geral. Como exemplo, embratei apenas a cena encontro de Heitor ¢ Andrémaca, narrada no Canto VL muito distanciads, na opiniio de virios crticos, da mor Adiante voltaremos a esta passagem, quando tratarmos do tuidado com que © pocta preparava os ouvintes par desenlace de mas, iniciando-os com intecedéncia, Heitor nos é apresentado no Canto VI Ji houve quem que a int » da Mad tagio completa das personagens & que dar cumprimento a0 tema anunciado. maimpunha o afasamento temporirio oportunidade a outro “ Phno. Ressalta, tambén

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