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O reprter policial, tal como o locutor esportivo, um camarada que fala uma
lngua especial, imposta pela contingncia: quanto mais cororoca, melhor. Assim como
o locutor esportivo jamais chamou nada pelo nome comum, assim tambm o reprter
policial um entortado literrio. Nessa classe, os que se prezam nunca chamariam um
hospital de hospital. De jeito nenhum. nosocmio. Nunca, em tempo algum, qualquer
vtima de atropelamento, tentativa de morte, conflito, briga ou simples indisposio
intestinal foi parar num hospital. S vai para o nosocmio.E assim sucessivamente.
Qualquer cidado que vai Polcia prestar declaraes que possam ajud-la numa
diligncia (apelido que eles puseram no ato de investigar), logo apelidada de
testemunha-chave. Suspeito Mister X, advogado causdico, soldado militar,
marinheiro naval, copeira domstica e, conforme esteja deitada, a vtima de um
crime de costas ou de barriga pra baixo fica numa destas duas incmodas posies:
decbito dorsal ou decbito ventral.
Num crime descrito pela imprensa sangrenta, a vtima nunca se vestiu. A vtima trajava.
Todo mundo se veste mas, basta virar vtima de crime, que a rapaziada sadia ignora o
verbo comum e mete l: A vtima traja terno azul e gravata do mesmo tom. Eis,
portanto, que preciso estar acostumado ao mtier para morar no noticirio policial.
Como os locutores esportivos, a Delegacia do Imposto de Renda, os guardas de trnsito,
as mulheres dos outros, os reprteres policiais nasceram para complicar a vida da gente.
Se um porco morde a perna de um caixeiro de uma dessas casas da banha, por exemplo,
batata a manchete no dia seguinte t l: Suno atacou comercirio.
4. Voc j deve ter ouvido vrias transmisses de jogos de futebol. D cinco expresses
usadas pelos locutores esportivos e seu respectivo significado.
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7. De o conceito de adjetivo.