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CONTABILIDADE GERAL
Prof. José Daniel Tavares
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Versão Agosto/2010
ÍNDICE
ÍNDICE .................................................................................................................................................2
CONTABILIDADE..............................................................................................................................4
I - A CONTABILIDADE.....................................................................................................................4
1. Conceito, finalidade e conteúdo .....................................................................................................4
2. Usuários..........................................................................................................................................4
3. Atributos da informação contábil ...................................................................................................4
Confiabilidade ............................................................................................................................5
Tempestividade ..........................................................................................................................5
Compreensibilidade....................................................................................................................5
Comparabilidade ........................................................................................................................6
4. História da Contabilidade...............................................................................................................6
Período Antigo ...............................................................................................................................8
Período Medieval ...........................................................................................................................9
Período Moderno..........................................................................................................................10
Período Científico ........................................................................................................................12
Escola Americana.....................................................................................................................12
No Brasil ..................................................................................................................................13
5. Método das partidas dobradas (DOUBLE-ENTRY SYSTEM)...................................................13
6. Regulamentação ...........................................................................................................................14
A – Princípios Fundamentais de Contabilidade ...........................................................................14
B – Normas Brasileiras de Contabilidade ....................................................................................14
7. Técnicas Contábeis.......................................................................................................................15
8. Terminologia contábil básica .......................................................................................................15
II - PLANO DE CONTAS .................................................................................................................16
1. Conceito .......................................................................................................................................16
2. Conta ............................................................................................................................................17
3. Tipos de Contas............................................................................................................................17
4. Contas Patrimoniais......................................................................................................................18
4.1 Ativo.......................................................................................................................................18
Ativo Circulante .......................................................................................................................18
Ativo Realizável a Longo Prazo...............................................................................................19
Ativo Permanente.....................................................................................................................19
Contas Retificadoras do Ativo .................................................................................................21
4.2 Passivo....................................................................................................................................21
Passivo Circulante ....................................................................................................................21
Passivo Exigível a Longo Prazo...............................................................................................22
Resultado de Exercícios Futuros ..............................................................................................22
Patrimônio Líquido ..................................................................................................................22
Contas Retificadoras do Passivo ..............................................................................................23
5. Contas de Resultado .....................................................................................................................24
Receita Bruta de Vendas ..............................................................................................................24
Deduções da Receita Bruta ..........................................................................................................24
Receita Operacional Líquida........................................................................................................24
Custo dos Produtos Vendidos (CPV) das Mercadorias Vendidas (CMV) e dos Serviços
Prestados (CSP)............................................................................................................................24
Despesas/Receitas Operacionais ..................................................................................................24
Resultado Não-operacional ..........................................................................................................24
Plano de contas simplificado............................................................................................................25
A – Contas Patrimoniais...............................................................................................................25
B – Contas de Resultado ..............................................................................................................26
I - A CONTABILIDADE
I - NBCT 1-DAS CARACTERÍSTICAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL
A Contabilidade é uma ciência que tem por objetivo o estudo do patrimônio das pessoas jurídicas e
físicas e suas variações.
As informações geradas pela Contabilidade devem propiciar aos seus usuários base segura às suas
decisões, pela compreensão do estado em que se encontra a Entidade, seu desempenho, sua evolução,
riscos e oportunidades que oferece.
A informação contábil se expressa por diferentes meios, como demonstrações contábeis, escrituração
ou registros permanentes e sistemáticos, documentos, livros, planilhas, listagens, notas explicativas,
mapas, pareceres, laudos, diagnósticos, prognósticos, descrições críticas ou quaisquer outros
utilizados no exercício profissional ou previstos em legislação.
2. Usuários
Os usuários são pessoas físicas ou jurídicas com interesse na Entidade, que se utilizam das
informações contábeis desta para seus próprios fins, de forma permanente ou transitória.
- Confiabilidade;
- Tempestividade;
- Compreensibilidade; e
- Comparabilidade.
Confiabilidade
A confiabilidade é atributo que faz com que o usuário aceite a informação contábil e a utilize como
base de decisões, configurando, pois, elemento essencial na relação entre aquele e a própria
informação.
§ 1º A veracidade exige que as informações contábeis não contenham erros ou vieses, e sejam
elaboradas em rigorosa consonância com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas
Brasileiras de Contabilidade, e na ausência de norma específica, com as técnicas e procedimentos
respaldados na ciência da Contabilidade, nos limites de certeza e previsão por ela possibilitados.
§ 3º A pertinência requer que seu conteúdo esteja de acordo com a respectiva denominação ou título.
Tempestividade
Parágrafo Único – Quando por qualquer motivo, inclusive de natureza legal, a periodicidade for
alterada, o ato e suas razões devem ser divulgados junto com a própria informação.
Compreensibilidade
A informação contábil deve ser exposta na forma mais compreensível ao usuário a que se destine.
§ 2º As informações contábeis devem ser expressas no idioma nacional, sendo admitido o uso de
palavras em língua estrangeira somente no caso de manifesta inexistência de palavra com significado
idêntico na língua portuguesa.
Comparabilidade
A comparabilidade deve possibilitar ao usuário o conhecimento da evolução entre determinada
informação ao longo do tempo, numa mesma Entidade ou em diversas Entidades, ou a situação
destas num momento dado, com vista a possibilitar-se o conhecimento das suas posições relativas.
4. História da Contabilidade
A história da contabilidade é tão antiga quanto a própria História da Civilização. Esta presa às
primeiras manifestações humanas da necessidade social de proteção à posse e de perpetuação e
interpretação dos fatos ocorridos com o objeto material de que o homem sempre dispôs para alcançar
os fins propostos.
Nos primeiros tempos da Humanidade havia apenas o senso do coletivo em tribos primitivas. O
estabelecimento de um habitat permitiu a organização da agricultura e do pastoreio. A organização
econômica acerca do direito do uso do solo acarretou em separatividade, rompendo a vida
comunitária, surgindo divisões e o senso de propriedade. Assim, cada pessoa criava sua riqueza
individual.
Ao morrer, o legado deixado por esta pessoa não era dissolvido, mas passado como herança aos
filhos ou parentes. A herança recebida dos pais (pater, patris), denominou-se patrimônio. O termo
passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo que estes não tivessem sido herdados.
À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupava-lhe saber
quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses; tais informações
não eram de fácil memorização quando já em maior volume, requerendo registros.
Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de que pudesse
conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc.
Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a necessidade de controle, que
não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse prestar conta da coisa
administrada.
É importante lembrarmos que naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as compras, vendas e
trocas eram à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore assinalados como prova de
dívida ou quitação. O desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever) no Egito
antigo facilitou extraordinariamente o registro de informações sobre negócios.
CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL - período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494,
quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei
Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito
corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a
contabilidade entre os ramos do conhecimento humano.
CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO - período que vai de 1494 até 1840, com o
aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche" , da
autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na história da
Contabilidade.
A Contabilidade empírica, praticada pelo homem primitivo, já tinha como objeto, o Patrimônio,
representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos.
O inventário exercia um importante papel, pois a contagem era o método adotado para o controle dos
bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos, metais, escravos, etc. A palavra
"Conta" designa o agrupamento de itens da mesma espécie.
As primeiras escritas contábeis datam do término da Era da Pedra Polida, quando o homem
conseguiu fazer os seus primeiros desenhos e gravações.
Os primeiros controles eram estabelecidos pelos templos, o que perdurou por vários séculos.
Os registros combinavam o figurativo com o numérico. Gravava-se a cara do animal cuja existência
se queria controlar e o numero correspondente às cabeças existentes.
Embora rudimentar, o registro, em sua forma, assemelhava-se ao que hoje se processa. O nome da
conta, "Matrizes" , por exemplo, substituiu a figura gravada, enquanto o aspecto numérico se tornou
mais qualificado, com o acréscimo do valor monetário ao quantitativo. Esta evolução permitiu que,
paralelamente à "Aplicação", se pudesse demonstrar, também, a sua "Origem" .
Na cidade de Ur, na Caldéia, onde viveu Abraão, personagem bíblico que aparece no livro Gênesis,
encontram-se, em escavações, importantes documentos contábeis: tabela de escrita cuneiforme, onde
estão registradas contas referentes á mão-de-obra e materiais, ou seja, Custos Diretos. Isto significa
que, há 5.000 anos antes de Cristo, o homem já considerava fundamental apurar os seus custos.
A escrita no Egito era fiscalizada pelo Fisco Real, o que tornava os escriturários zelosos e sérios em
sua profissão. O inventário revestia-se de tal importância, que a contagem do boi, divindade adorada
pelos egípcios, marcava o inicio do calendário adotado. Inscreviam-se bens móveis e imóveis, e já se
estabeleciam, de forma primitiva, controles administrativos e financeiros.
Pode-se citar, entre outras contas: "Conta de Pagamento de Escravos", "Conta de Vendas Diárias",
"Conta Sintética Mensal dos Tributos Diversos", etc.
Tudo indica que foram os egípcios os primeiros povos a utilizar o valor monetário em seus registros.
Usavam como base, uma moeda, cunhada em ouro e prata, denominada "Shat". Era a adoção, de
maneira prática, do Princípio do Denominador Comum Monetário.
Os gregos, baseando-se em modelos egípcios, 2.000 anos antes de Cristo, já escrituravam Contas de
Custos e Receitas, procedendo, anualmente, a uma confrontação entre elas, para apuração do saldo.
Os gregos aperfeiçoaram o modelo egípcio, estendendo a escrituração contábil às várias atividades,
como administração pública, privada e bancária.
NA BÍBLIA
Há interessantes relatos bíblicos sobre controles contábeis, um dos quais o próprio Jesus relatou em
Lucas capítulo 16, versos 1 a 7: o administrador que fraudou seu senhor, alterando os registros de
valores a receber dos devedores.
Já no tempo de José, no Egito, houve tal acumulação de bens que perderam a conta do que se tinha!
(Gênesis 41.49).
Houve um homem muito rico, de nome Jó, cujo patrimônio foi detalhadamente descrito no livro de
Jó, capítulo 1, verso 3. Depois de perder tudo, ele recupera os bens, e um novo inventário é
apresentado em Jó, capítulo 42, verso 12.
Em outra parábola de Jesus, há citação de um construtor, que faz contas para verificar se o que
dispunha era suficiente para construir uma torre (Lucas 14.28-30).
Ainda, se relata a história de um devedor, que foi perdoado de sua dívida registrada (Mateus 18.23-
27).
Tais relatos comprovam que, nos tempos bíblicos, o controle de ativos era prática comum.
Período Medieval
Estudavam-se, na época, técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio, etc., tornando o homem
mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros.
No final do século XIII apareceu, pela primeira vez a conta "Capital" , representando o valor dos
recursos injetados nas companhias pela família proprietária.
O método das Partidas Dobradas teve sua origem na Itália, embora não se possa precisar em que
região. O seu aparecimento implicou a adoção de outros livros que tornassem mais analítica a
Contabilidade, surgindo, então, o Livro da Contabilidade de Custos.
Período Moderno
O período moderno foi a fase da pré-ciência. Devem ser citados três eventos importantes que
ocorreram neste período:
em 1493, os turcos tomam Constantinopla, o que fez com que grandes sábios bizantinos emigrassem,
principalmente para Itália;
A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das inúmeras riquezas que
o Novo Mundo representava.
A introdução da técnica contábil nos negócios privados foi uma contribuição de comerciantes
italianos do séc. XIII. Os empréstimos a empresas comerciais e os investimentos em dinheiro
determinaram o desenvolvimento de escritas especiais que refletissem os interesses dos credores e
O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na
Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade.
Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões. Deixou muitas obras,
destacando-se a Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá , impressa em
Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre Contabilidade e Escrituração.
Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o criador das Partidas Dobradas. O
método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o Século XIV.
Sobre o Método das Partidas Dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a terminologia adaptada:
Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor, e depois o credor, prática que se usa até hoje.
A obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no século
XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade. A obra de Pacioli não só sistematizou a
Contabilidade, como também abriu precedente que para novas obras pudessem ser escritas sobre o
assunto. É compreensível que a formalização da Contabilidade tenha ocorrido na Itália, afinal, neste
período instaurou-se a mercantilização sendo as cidades italianas os principais interpostos do
comércio mundial.
Foi a Itália o primeiro país a fazer restrições à prática da Contabilidade por um indivíduo qualquer. O
governo passou a somente reconhecer como contadores pessoas devidamente qualificadas para o
exercício da profissão. A importância da matéria aumentou com a intensificação do comércio
internacional e com as guerras ocorridas nos sécs. XVIII e XIX, que consagraram numerosas
falências e a conseqüente necessidade de se proceder à determinação das perdas e lucros entre
credores e devedores.
O Período Científico apresenta, nos seus primórdios, dois grandes autores consagrados: Francesco
Villa, escritor milanês, contabilista público, que, com sua obra "La Contabilità Applicatta alle
administrazioni Private e Plubbliche ", inicia a nova fase; e Fábio Bésta, escritor veneziano.
Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já tivesse inventado a
calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia com a ciência da Administração, e o
patrimônio se definia como um direito, segundo postulados jurídicos.
A obra de Francesco Villa foi escrita para participar de um concurso sobre Contabilidade, promovido
pelo governo da Áustria, que reconquistara a Lombarda, terra natal do autor. Além do prêmio, Villa
teve o cargo de Professor Universitário.
Fábio Bésta, seguidor de Francesco Villa, superou o mestre em seus ensinamentos. Demonstrou o
elemento fundamental da conta, o valor, e chegou, muito perto de definir patrimônio como objeto da
Contabilidade.
Foi Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Bésta, quem pela primeira vez, em 1923, definiu patrimônio
como objeto da Contabilidade. O enquadramento da Contabilidade como elemento fundamental da
equação aziendalista, teve, sobretudo, o mérito incontestável de chamar atenção para o fato de que a
Contabilidade é muito mais do que mero registro; é um instrumento básico de gestão.
Entretanto a escola Européia teve peso excessivo da teoria, sem demonstrações práticas, sem
pesquisas fundamentais: a exploração teórica das contas e o uso exagerado das partidas dobradas,
inviabilizando, em alguns casos, a flexibilidade necessária, principalmente, na Contabilidade
Gerencial, preocupando-se demais em demonstrar que a Contabilidade era uma ciência ao invés de
dar vazão à pesquisa séria de campo e de grupo.
Escola Americana
Enquanto declinavam as escolas européias, floresciam as escolas norte-americanas com suas teorias e
práticas contábeis, favorecidas não apenas pelo apoio de uma ampla estrutura econômica e política,
No Brasil
No Brasil, a vinda da Família Real Portuguesa incrementou a atividade colonial, exigindo – devido
ao aumento dos gastos públicos e também da renda nos Estados – um melhor aparato fiscal. Para
tanto, constituiu-se o Erário Régio ou o Tesouro Nacional e Público, juntamente com o Banco do
Brasil (1808). As Tesourarias de Fazenda nas províncias eram compostas de um inspetor, um
contador e um procurador fiscal, responsáveis por toda a arrecadação, distribuição e administração
financeira e fiscal públicos.
Hoje, as funções do contabilista não se restringem ao âmbito meramente fiscal, tornando-se, num
mercado de economia complexa, vital para empresas que necessitam de informações mais precisas e
completas para tomada de decisões e para atrair investidores. O profissional vem ganhando destaque
no mercado em Auditoria, Controladoria e Atuarial.
A obra do Frei Luca Pacioli, de 1494, intitulada Summa de Arithmetica, Geométrica, Proportioni et
Proportionalitá, foi o marco do surgimento do Método das Partidas Dobradas, o qual consiste na
premissa de que para cada débito corresponde um crédito de igual valor.
“Equivale a dizer: para cada registro ou soma de registros a débito, haverá um registro ou soma de
registros a crédito, de igual valor. A digrafia é princípio básico de escrituração contábil no mundo
todo. Baseando-se nesse princípio, não se pode registrar um valor a débito de uma conta, sem que se
registre o mesmo valor a crédito de outra conta”. (Carvalho, 2003).
Com o trabalho do grupo especial, desmembraram-se as normas que estavam inclusas nos princípios.
Entendeu-se que as normas emanavam e podem ser mutáveis o que não ocorre com os princípios.
“Norma é uma indicação de conduta obrigatória” (Camargo, 2004).
Em 29/12/1993 é editada a Resolução CFC nº 751 que dispõe sobre as Normas Brasileiras de
Contabilidade, a qual estabelece regras de conduta profissional, bem como os procedimentos
técnicos a serem adotados na realização dos trabalhos previstos na Resolução CFC nº 560 de
28/10/83 e em consonância com os Princípios Fndamentais de Contabilidade.
Normas Profissionais:
NBCP 1 – Normas Profissionais de Auditor Independente
NBCP 2 – Normas Profissionais de Perito Contábil
NBCP 3 – Normas Profissionais de Auditor Interno
NBCP 4 – Normas para a Educação Profissional Continuada
NBCP 5 – Normas para o Exame de Qualificação Técnica
Normas Técnicas:
NBCT 1 – Das Características da Informação Contábil
NBCT 2 – Da Estrutura Contábil
NBCT 3 – Dos conceito, conteúdo, estrutura e nomeclatura das Demonstrações Contábeis
NBCT 4 – Da avaliação patrimonial
NBCT 5 – Da atualização monetária
NBCT 6 – Da divulgação das Demonstrações Contábeis
NBCT 7 – Da conversão da moeda estrangeira nas Demonstrações Contábeis
NBCT 8 – Das Demonstrações Contábeis Consolidadas
NBCT 9 – Da fusão, incorporação, cisão, transformação e liquidação de entidades
NBCT 10 – Dos aspectos contábeis específicos em entidades diversas
NBCT 11 – Das normas de auditoria independente das demonstrações contábeis
7. Técnicas Contábeis
Segundo Carvalho (2003), a Contabilidade se utiliza das seguintes técnicas próprias para atingir seus
objetivos:
• Escrituração;
• Demonstrações Contábeis;
• Análise das Demonstrações Contábeis; e
• Auditoria.
Escrituração – Técnica que consiste no registro de todos os fatos contábeis que influenciam na
composição do patrimônio. A escrituração envolve metodologia apropriada, a planificação dos
elementos patrimoniais, a utilização de livros e registros apropriados e em obediência às legislações
societária, tributária, trabalhista e previdenciária, além do atendimento aos princípios e normas
contábeis.
Demonstrações Contábeis – Para que se tenha uma visão abrangente e consolidada da situação
patrimonial (econômica e financeira) da entidade.
DIREITOS: Valores próprios que estão em poder de terceiros (duplicatas a receber, aluguéis a
receber, etc.)
OBRIGAÇÕES: Valores de terceiros em nosso poder transitoriamente, mas que devemos resgatar
(ICM a recolher, FGTS a recolher, salários a pagar, etc.).
CONTAS PATRIMONIAIS: Dividem-se em Ativo e Passivo. São compostas por Bens, Direitos e
Obrigações.
ATIVO: Representa os Bens e Direitos (Ativo Circulante, Ativo Realizável a Longo Prazo e Ativo
Permanente)
GRÁFICO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
BENS
E OBRIGAÇÕES
DIREITOS
O Balanço Patrimonial é constituído de duas colunas: a coluna do lado esquerdo é denominada Ativo
e a coluna do lado direito é denominada Passivo e Patrimônio Líquido.
II - PLANO DE CONTAS
1. Conceito
Consiste na peça contábil composta pelo elenco de contas e tem por finalidade servir de modelo e
guia para os registros contábeis (lançamentos), bem como para estruturação das demonstrações
contábeis.
O plano de contas deve ser elaborado pelo contabilista a partir de um estudo detalhado da estrutura e
fluxo de capitais na organização, considerando os seguintes aspectos:
2. Conta
“É um instrumento de registro que tem por finalidade reunir fatos contábeis de mesma natureza.”
(Santos, 2004).
A conta será denominada de acordo com o nome que melhor caracterizar os elementos que a
representa, por exemplo: O conjunto de bens formado por mesas, cadeiras, armários, entre outros
móveis, deverão ser agrupados na conta denominada “Móveis e Utensílios”.
3. Tipos de Contas
• Contas Patrimoniais; e
• Contas de Resultado.
Contas Patrimoniais: São as contas que representam a posição patrimonial da empresa. São contas
que demonstram as movimentações e saldos dos elementos do Ativo (bens e direitos) e do Passivo
(obrigações).
Contas de Resultado: São as contas de receitas e despesas, as quais deverão representar o resultado
do exercício.
4. Contas Patrimoniais
4.1 Ativo
Disponibilidades
Clientes
Circulante Outros Créditos
Estoques
Despesas Antecipadas
ATIVO
Realizável a Longo Prazo
Investimentos
Permanente Imobilizado
Diferido
Ativo Circulante
Clientes – São registrados neste subgrupo os direitos que a empresa tem a receber de seus clientes
em razão de vendas à prazo.
Exemplos:
Duplicatas a receber
Cheques pré-datados
Outros Créditos – São registrados neste subgrupo os direitos que a empresa possui para com
terceiros.
Exemplos:
Contas a receber
Adiantamentos a terceiros
Despesas Antecipadas – São registrados neste subgrupo os valores das despesas pagas
antecipadamente, as quais devem ser apropriadas (segundo o regime de competência) no curso do
exercício seguinte.
Exemplos:
Prêmios de seguros
São classificados neste grupo os direitos que a entidade tem a receber a longo prazo. Sob o aspecto
contábil, considera-se “longo prazo” os valores realizáveis após o término do exercício seguinte, ou
seja, com prazo superior a um ano contado da data do balanço ou balancete atual.
De acordo com o Art. 243 da Lei 6404/76, deve-se, excepcionalmente, registrar no Ativo Realizável
a Longo Prazo, independentemente do prazo de vencimento, os “créditos de coligadas ou
controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro”, oriundos de negócios não usuais na
exploração do objeto social, por exemplo:
• Venda de bens do ativo imobilizado ou outros bens do ativo permanente;
• Adiantamentos ou empréstimos para suprir necessidades de caixa de empresas coligadas ou
controladas; e
• Empréstimos ou adiantamentos a diretores e acionistas ou outros participantes no lucro, tais
como os detentores de partes beneficiárias ou debêntures, quando isso não for seu objeto
social.
Exemplos:
Clientes;
Títulos a receber;
Créditos de diretores ou empresas ligadas
Ativo Permanente
Neste grupo estão incluídos todos os bens de permanência duradoura e destinados ao funcionamento
da entidade. São os bens e direitos não destinados à transformação direta em meios de pagamento e
cuja perspectiva de permanência na entidade ultrapasse um exercício.
O ativo permanente está subdividido nos seguintes subgrupos:
Investimentos – Conforme o art. 179 da Lei 6404/76, são registradas “as participações permanentes
em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que
não se destinam à manutenção da atividade da companhia ou da empresa.”
Exemplos:
Participação em coligadas
Obras de arte
Depreciação, Exaustão e Amortização – Com exceção dos terrenos e alguns outros itens, os bens
que compõe o ativo imobilizado têm um período limitado de vida útil econômica e a depreciação, a
exaustão e a amortização servem para alocar o custo dos itens do imobilizado, bem como registrar a
queda do valor líquido dos bens componentes do ativo permanente imobilizado. Sobre o tema, o art.
183, § 2º, da Lei 6404/76, estabelece:
“A diminuição de valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada periodicamente nas
conta de:
a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens
físicos sujeitos a desgastes ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência;
b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de
direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou
exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou
contratualmente limitado;
c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente de sua exploração, de direitos
cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.”
Como o registro da depreciação altera de forma substancial o valor do lucro apurado para fins de
base de cálculo de impostos federais (imposto de renda e contribuição social), o RIR/99
(Regulamento do Imposto de Renda), através dos arts. 305 a 323, impõe as seguintes taxas anuais de
depreciação:
Taxa Anos de
Anual Vida Útil
Edifícios 4% 25
Máquinas e Equipamentos 10% 10
Instalações 10% 10
Móveis e Utensílios 10% 10
Veículos 20% 5
Sistemas de Processamento de dados 20% 5
A Instrução Normativa SRF (Secretaria da Receita Federal) nº 162, de 31/12/98 aprovou uma
extensa relação de bens, bem como os respectivos prazos de vida útil e taxas de depreciação anual
admitidas, que foi ampliada pela Instrução Normativa SRF nº 130, de 10/11/99.
O art. 312 do RIR (Regulamento do Imposto de Renda) apresenta a possibilidade de utilização da
depreciação acelerada dos bens móveis em razão do número de horas diárias de operação dos bens,
conforme segue:
Coeficiente
Um turno de 8 horas 1,0
Dois turno de 8 horas 1,5
Três turno de 8 horas 2,0
Diferido – O item V do art. 179 da Lei das Sociedades por Ações define que no Ativo Diferido serão
classificadas “as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado
de mais de um exercício social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o
período que anteceder o início das operações sociais”.
A amortização dos valores classificados no ativo diferido deverá ser feita, segundo a lei 6404/76,
“em prazo não superior a dez anos, a partir do início da operação normal ou do exercício em que
passem a ser usufruídos os benefícios deles decorrentes, devendo ser registrada a perda do capital
4.2 Passivo
Os elementos do passivo representam as obrigações da empresa que compreendem na origem dos
recursos. No passivo as obrigações são classificados em ordem decrescente em relação ao grau de
exigibilidade.
Circulante
Exigível a Longo Prazo
Resultados de Exercícios Futuros
Capital Social
PASSIVO
Reserva Legal (de capital)
Patrimônio Líquido Reservas de Reavaliação
Reservas de Lucros
Lucros e/ou Prejuízos Acumulados
Passivo Circulante
Patrimônio Líquido
Compreende os recursos próprios da entidade. Objetivamente aponta a dívida da entidade com os
proprietários e relaciona as seguintes contas:
Capital Social – Corresponde aos valores aportados pelos proprietários (sócios ou acionistas) e os
decorrentes de incorporações.
Lucros ou Prejuízos Acumulados – São os lucros obtidos e ainda não destinados e/ou prejuízos
ainda não compensados. Note que os lucros acumulados são representados pelo saldo credor da
conta, enquanto os prejuízos ainda não compensados apresentarão saldo devedor.
Ações em Tesouraria – Conceitualmente trata-se das ações da companhia que forem adquiridas pela
própria sociedade e os casos em que a lei das sociedades por ações autoriza estão previstos no art. 30
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
CAPITAL SOCIAL
500.000 ações de valor nominal de $ 10,00
cada, subscritas e integralizadas 5.000.000,00
RESERVAS DE CAPITAL 600.000,00
RESERVAS DE LUCROS
Reserva Legal 300.000,00
Reserva Estatutária 600.000,00
Menos 10.000 Ações em Tesouraria, ao
custo (150.000,00) 450.000,00
LUCROS ACUMULADOS 30.000,00
TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 6.380.000,00
No balanço patrimonial algumas contas do passivo apresentam saldo devedor, uma vez que
representam contas redutoras (retificadoras) dos elementos do passivo.
Exemplos:
Prejuízos acumulados
Capital social a integralizar
Ações em tesouraria
5. Contas de Resultado
Custo dos Produtos Vendidos (CPV) das Mercadorias Vendidas (CMV) e dos
Serviços Prestados (CSP)
Nas empresas comerciais, a apuração do custo das mercadorias vendidas é determinada pela
aplicação da seguinte fórmula:
CMV = EI + Co – EF, onde:
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas;
EI = Estoque Inicial;
Co = Compras; e
EF = Estoque Final
Já nas empresas industriais, a apuração do Custo dos Produtos Vendidos é determinada pelo
cômputo dos meios consumidos na elaboração dos produtos a serem comercializados, tais como as
matérias-primas, a mão de obra e os gastos gerais de fabricação.
Nas empresas prestadoras de serviços, a apuração do Custo dos Serviços Prestados considera os
meios consumidos na prestação dos serviços, tais como materiais aplicados e mão-de-obra.
Despesas/Receitas Operacionais
“As despesas operacionais constituem-se das despesas pagas ou incorridas para vender produtos e
administrar a empresa” (Iudícibus). As despesas operacionais são divididas em:
• Comerciais;
• Administrativas;
• Financeiras;
• Tributárias; e
• Outras Despesas/Receitas Operacionais
Resultado Não-operacional
São as receitas e despesas obtidas, pagas ou incorridas não relacionadas à atividade, à operação da
entidade.
A – Contas Patrimoniais
1. ATIVO 2. PASSIVO
12. ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO * 22. PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO **
12.1 Duplicatas a Receber 22.1 Duplicatas a Pagar
12.2 Promissórias a Receber 22.2 Promissórias a Pagar
** Obrigações cujos vencimentos ocorram após o término do exercício subseqüente. As obrigações cujos
vencimentos ocorram no curso do exercício subseqüente estão no Passivo Circulante.
B – Contas de Resultado
3 – RECEITAS 4 – DESPESAS
“Art. 176: Ao fim de cada exercício social, a Diretoria fará elaborar, com base na escrituração
mercantil de companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a
situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:
I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III - demonstração do resultado do exercício;
IV - demonstração das origens e aplicações de recursos.
§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão
ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do
respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações genéricas, como "diversas
contas" ou "contas-correntes".
§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos
da administração, no pressuposto de sua aprovação pela assembléia-geral.
As Notas Explicativas ainda são objeto de indicações e análise pela CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) e o IBRACON (Instituto Brasileiro de Contadores), observando-se a tendência de
prestar informações cada vez mais detalhadas aos usuários das demonstrações contábeis.
Balanço Patrimonial
Companhia Exemplo
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
Capital social
Créditos e Valores Capital subscrito
Títulos e valores mobiliários Capital a realizar
Depósitos judiciais e incentivos fiscais
Participações em fundos de investimentos Reservas de Capital
Participações não permanentes em outras empresas
(-) Provisões para perdas Reservas de reavaliação
Diferido*
Custo
Amortização acumulada
* Contas que devem ter sua composição demonstrada por meio de notas explicativas
Companhia Exemplo
LUCRO BRUTO
DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas Comerciais
Despesas Administrativas
Despesas Financeiras Líquidas
Despesas financeiras
(-) Receitas financeiras
LUCRO OPERACIONAL
RESULTADOS NÃO-OPERACIONAIS
Ganhos de Capital (indicar a natureza)
(-) Perdas de Capital (indicar a natureza)
PROVISÃO DE IMPOSTOS
Provisão de Imposto de Renda
Provisão de Contribuição Social
PARTICIPAÇÕES
Debêntures
Empregados
Administradores
Partes Beneficiárias
Fundos de Assistência a Empregados
* Contas que devem ter sua composição demonstrada por meio de notas explicativas
Companhia Exemplo
DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE
DEZEMBRO DE X2 E X1
(Em milhares de reais)
31/12/X2 31/12/X1
Companhia Exemplo
31/12/X2 31/12/X1
ORIGENS DE RECURSOS
Das Operações
Lucro líquido do execício
Mais: Depreciações e amortizações
Despesas financeiras de empréstimos e financiamentos a longo prazo
Menos: Participação nos resultados de controladas e coligadas deduzidas de dividendos recebidos
Lucro na alienação de bens do imobilizado
Dos Acionistas
Integralização de capital social
De Terceiros
Ingresso de empréstimos a longo prazo
Alienação de itens do ativo imobilizado (valor de venda)
Resgate de investimentos temporários a longo prazo
APLICAÇÃO DE RECURSOS
Aquisições de bens do ativo imobilizado
Adições ao custo do ativo diferido
Aplicações em investimentos permanentes em outras sociedades
Aplicações em investimentos temporários a longo prazo
Transferências para curto prazo de empréstimos, financiamentos e debêntures a longo prazo
Dividendos propostos
Conceitua-se como o estudo das demonstrações financeiras de uma empresa com o propósito de
avaliar sua situação econômica e financeira. O analista confronta os elementos patrimoniais,
utilizando-se normalmente dos dados dos três últimos balanços da empresa, para avaliação
qualitativa e quantitativa, procedendo-se a uma análise vertical e outra horizontal dos balanços, bem
como ao cálculo de indicadores de desempenho.
Análise Vertical
Os percentuais obtidos na análise vertical medem as participações dos elementos patrimoniais no
ativo e no passivo (ou de cada conta em relação ao total do seu grupo) e no Demonstrativo do
Resultado do Exercício a participação de cada conta do demonstrativo em relação à Receita
Operacional Líquida (ROL).
Análise Horizontal
Os percentuais obtidos na análise horizontal informam o crescimento (ou decréscimo) nominal das
contas em relação ao tempo.
Exemplo:
Liquidez
Estrutura de Capital
Participação do Capital de Terceiros Capitais de Terceiros Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros
x 100 Quanto menor, melhor
(Endividamento) Patrimônio Líquido para cada $ 1,00 de capital próprio.
Rentabilidade
Em primeiro lugar, é necessária uma leitura integral das Demonstrações Contábeis, assim
compreendidos os relatórios contábeis disponíveis e as notas explicativas. Também é importante uma
avaliação do mercado em que a empresa atua. Nesse sentido, algumas empresas já publicam um
resumo do comportamento do cenário, tais como as alterações e implicações verificadas nos
parâmetros macroeconômicos, ou seja, uma análise mercadológica.
O enquadramento da empresa no mercado em que atua, considerando a participação no
mercado, a influência das importações, câmbio, exportações, mercado internacional, entre outros, é
de extrema importância, uma vez que implica diretamente na performance da empresa analisada.
Um segundo passo, é a elaboração das planilhas, contendo as análises vertical e horizontal
dos exercícios analisados, bem como o cálculo dos índices e quocientes que servirão de parâmetro
para comparação entre os exercícios e empresas do mesmo segmento de atividade (e até mesmo de
segmentos diferentes).
Após a conclusão dos cálculos, faz-se uma leitura dos resultados obtidos, comparando a
performance da empresa nos períodos analisados, resultando na verificação da melhora, piora ou
manutenção dos resultados ao longo do tempo. Essa informação cria uma “curva de tendência”,
sempre conjugada com o mercado de atuação, ou seja, compara-se os resultados obtidos ao longo do
tempo com as perspectivas da empresa e o mercado.
Daí podemos começar a escrever o Parecer. Primeiro apresentando a empresa (razão social,
endereço, CNPJ, mercado em que atua, sócios, etc). Segundo, fazendo uma análise do mercado e da
atuação da empresa nesse mercado, não deixando de descrever os principais movimentos ocorridos
no período de atuação.
Apresentada a empresa, o mercado e as alterações relevantes ocorridas, passamos a descrever
a performance da empresa. Escrever-se um texto abordando os seguintes aspectos:
a) A empresa apresentou Lucro?
b) Em relação ao(s) ano(s) anterior(es), foi maior, ou seja vem numa crescente?
c) Houve alguma alteração relevante na formação do resultado? (Análise vertical do DRE);
d) Quais os aspectos relevantes na análise vertical do DRE?
e) E no Balanço?
f) Alguma alteração relevante verificada na Análise Horizontal do DRE?
g) E no Balanço?
h) Qual a leitura dos Índices de Rentabilidade? E na comparação com o (s) ano(s) anterior(es)?
i) Qual a leitura dos índices de liquidez? E na comparação com o (s) ano(s) anterior(es)?
j) Qual a leitura da Estrutura de Capital? E na comparação com o (s) ano(s) anterior(es)?
Por fim, faz-se a conclusão do parecer, respondendo sobre a saúde econômica e financeira da
empresa de forma a convencer o leitor sobre o relatório. Na conclusão, retoma-se os principais
aspectos que levaram o analista (ou responsável pela análise) a emitir o parecer. Se positivo,
descrevemos a lucratividade, liquidez e os pontos mais positivos apurados, se negativo,
transcreve-se os fatores que levaram ao analista a formar a idéia negativa em relação à empresa
ou ao mercado de atuação.