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ÍNDICE

Buenos Aires 13
Buenos Aires em 3 dias 67
Centro da Cidade 18
Comer em Buenos Aires 42
Compras em Buenos Aires 53
Cultura em Buenos Aires 57
Dicas de bares 37
Dicas de Cafés 45
Dicas de Cafés Literarios 48
Dicas de Cafés Tradicionais 47
Dicas de Feiras 56
Dicas de Restaurantes 49
Dicas de Ruas de compra 55
Dicas de Shoppings e centros comerciais 54
Dicas e Informações Úteis 03
La Boca 27
Las Cañitas e La Imprenta 33
Noite em Buenos Aires 36
Palermo 19
Puerto Madero 26
Recoleta 29
Retiro 24
San Telmo 23
Tango em Buenos Aires 59
Tigre & Zona Norte 34

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DICAS E INFORMAÇÕES ÚTEIS

Antes de embarcar

Passagens aéreas e vôo: Eu fui, do RJ, pela GOL, pois foi


a passagem mais barata que encontrei. E não tenho do que
reclamar, pois os vôos saíram na hora e não tive nenhum
tipo de problema. Muito pelo contrário. Fiz tudo no
conforto do meu lar, comprando pela internet e
imprimindo as passagens aqui mesmo. Mas não custa nada
sondar as outras companhias aéreas. E ATENÇÃO: Na
hora de voltar ao Brasil, nós somos obrigados a pagar uma
taxa de U$ 18,00 (dezoito dólares) por pessoa para a
imigração argentina, no aeroporto. Essa taxa NÃO ESTÁ
INCLUÍDA nas taxas das passagens aéreas! Esse
pagamento só pode ser feito em dinheiro (dólares ou peso
argentino) ou com cartão de crédito internacional VISA ou
American Express; o Credicard internacional NÃO É
ACEITO. Recomendo trocar 20 dólares no aeroporto
brasileiro mesmo, na ida, e já os deixar separados para
evitar futuros problemas. Sem o pagamento dessa taxa
você não embarca! Recomendo também, na volta,
plastificar as malas com o Securebag (20 pesos por mala)
para evitar que sua bagagem seja violada. Infelizmente
essa é uma situação comum nos vôos da Argentina para o
Brasil. No aeroporto internacional de Ezeiza há um
estande da Securebag que faz isso; eles têm seguro e tudo
mais, dê uma olhada no site. No vôo, você receberá um
formulário colorido para preencher com seus dados. Ele
será lido e carimbado pela imigração antes de você entrar
no país e lhe será devolvido. GUARDE-O EM LOCAL
SEGURO, pois você precisará dele para a volta também.

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Documentação para a viagem: Para viajar para países que
fazem parte do Mercosul basta passaporte em vigor ou
Carteira de Identidade expedida por Secretaria de
Segurança Pública (original), emitida nos últimos 10 anos.
Não serão aceitas carteiras emitidas por Ministérios
Militares, Conselho de Ordem, Planos de Saúde ou
Carteiras de Habilitação. Crianças: obrigatória a
apresentação do Passaporte ou da Carteira de Identidade
original. Não serão aceitas Carteiras de Plano de Saúde ou
de Vacinação. ATENÇÃO: a carteira de identidade,
original, deve estar em bom estado de conservação. Caso
contrário, você corre o grande risco de não poder entrar no
país! Se sua identidade original está meio detonada,
baleada, faça uma segunda/terceira via em qualquer posto
do Detran antes de viajar. Vale lembrar que essa nova via
leva, no mínimo, dois meses para ficar pronta. Se não
houver tempo de mandar fazer uma nova via, leve a
baleada mesmo e um outro documento oficial qualquer,
que tenha foto e que esteja em melhores condições
(recomenda-se a carteira de habilitação), e reze para eles
deixarem você entrar no país. Leve também uma xerox da
sua carteira de identidade, para você carregar no dia-a-dia.
Deixe a original guardada no hotel para não correr o risco
de perdê-la, como aconteceu comigo. Nunca ande com
todos os documentos originais, pois, embora quase não
haja roubos pela cidade, batedores de carteira são muito
comuns.

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Dinheiro e Câmbio: A moeda nacional é o peso argentino
($), dividido em 100 centavos. As cédulas em circulação
são de 2, 5, 10, 20, 50 e 100 pesos e as moedas são de 1
peso, 5, 10, 25 e 50 centavos. Os cartões de crédito mais
aceitos são American Express, VISA, Diners e
Mastercard. É muito mais interessante para nós,
brasileiros, sair do Brasil levando entre $50 e $100 (para
despesas de chegada, como táxi e refeições), e o resto do
dinheiro em dólar. A moeda americana é muito mais
valorizada na argentina do que o Real. Exemplo: se você
trocar hoje (maio/2006) R$ 100 para peso, lá, você terá
$129; mas se levar R$ 100 em dólar (US$ 50) e lá trocar a
moeda americana por peso, você ficará com $150. Para
trocar dólar ou Real por peso, recomendo uma casa de
câmbio na Rua Florida, esquina com a Rua Lavalle, onde
encontrei a melhor taxa. Atenção: Confira sempre o troco
em qualquer compra pela cidade, pois não é raro receber o
troco errado, para menos é claro.

Clima: Buenos Aires tem as quatro estações bem


definidas. Os meses de verão são bastante quentes e
úmidos, sendo que a temperatura varia entre 22° e 33°,
com picos de 40°. São comuns as chuvas de verão
(“chaparrones”). Já no inverno faz frio e venta muito. A
média de temperatura varia entre 3° e 14°, podendo chegar
a alguns graus abaixo de zero. A primavera e o outono são
amenos e a temperatura nessas épocas do ano varia entre a
mínima de 13° e a máxima de 22°.

Tensão: 220 Volts e freqüência de 50 Hertz.

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Hospedagem: Como capital, Buenos Aires tem diversas
opções de hospedagem e alimentação. Grandes redes
como a Meliá e Hollyday Inn, entre outras, estão na
cidade, que tem mais de cem estabelecimentos em sua
infra-estrutura. Os hotéis da região central de Buenos
Aires, próximos à tradicional rua Florida, são mais
antigos, e os mais baratos, mas não deixam de ser
aconchegantes.

Telefonar para Buenos Aires: O código da Argentina é 54


e o de Buenos Aires é 11. Ou seja, para ligar do Brasil
para a Argentina basta discar: 00+XX+54+11+número do
telefone (XX = operadora).

Em Buenos Aires

Chegando à capital: O Aeroporto Internacional de Ezeiza


está a 35 km do centro. A média de tempo de percurso é
de 40 minutos por uma auto-estrada. Os vôos domésticos
acontecem através do Aeroparque Jorge Newberry, que
fica dentro da cidade, a 4 km do centro. Para quem está no
Aeroporto Internacional de Ezeiza, a dica é recorrer a um
ônibus particular da empresa Manuel Tienda León, que
leva passageiros do aeroporto até o centro da cidade
(terminal na Av. Madero 1299, esquina com San Martin)
por $25 por pessoa, e deixa o cliente no hotel por mais
alguns pesos (telefones: 4314-3636 e 4315-5115). Outra
opção é conversar com os motoristas dos táxis pretos de
capota amarela (táxis típicos de Buenos Aires) sobre o
valor da corrida até seu hotel. Lembre-se que o ônibus
Tienda León cobra $25 por pessoa. Na ida da cidade para
o aeroporto é a mesma coisa. Basta pegar um táxi até o

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terminal Tienda León no centro (Av. Madero 1299,
esquina com San Martin) e, de lá, o ônibus para o
aeroporto (o primeiro sai às 4h, depois às 5h, e depois a
cada meia-hora até as 22h30). Mas antes, cheque com o
taxista por quanto ele faz a corrida até o aeroporto; muitas
vezes pode sair mais barato do que pagar $25 por pessoa
no ônibus. Quem quiser trocar moeda estrangeira por peso
no aeroporto (não recomendo, pois o câmbio normalmente
é mais caro) basta procurar o Banco Nación. Não esqueça
de passar no balcão de informações do aeroporto e pedir
um mapa da cidade. É de graça.

Telefonando de Buenos Aires: Os telefones públicos de


Buenos Aires funcionam a cartão ou com moedas. Mas a
melhor maneira de se telefonar da capital portenha é
comprar uma “tarjeta prepaga Hablemás” (cartão pré-pago
Hablemás) em qualquer banca de doces ou locutório
(lojinhas que oferecem serviços de internet, telefonia e
vendem doces). Com o cartão Hablemás, você pode fazer
ligações locais ou internacionais, de qualquer telefone
fixo, inclusive do hotel. Há cartões de vários valores, mas
aconselho um de $5 ou de $10. Para se ter uma idéia, com
um cartão Hablemás de $5 dá para falar 1h com um
telefone fixo no RJ, ou 15 minutos se for um celular
carioca. As instruções para as ligações encontram-se no
verso do cartão. Há outros tipos de cartões telefônicos,
alguns específicos para chamadas internacionais, mas é
besteira. Nem pense em comprar cartão telefônico no
aeroporto que é furada. Espere chegar à cidade. Para ligar
para o Brasil, disque: 00+55+ código da cidade sem o
primeiro zero + número do telefone. Nunca ligue
diretamente do hotel, pois eles cobram tarifas exorbitantes.
Use seu cartão pré-pago.

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Horários: O horário em Buenos Aires corresponde ao de
Brasília. O horário do expediente portenho é normalmente
das 9h às 20h e aos sábados de 8h30 às 13h. Bancos e
agências de câmbio: de segunda a sexta das 10h às 15h.
Lojas: das 9h às 20h. Em alguns bairros é costume fechar
ao meio-dia, prolongando-se o horário da tarde. Aos
sábados o horário é das 9h às 13h. Shoppings: das 10h às
22h todos os dias da semana, inclusive domingos depois
das 12h. Durante os fins de semana, as praças de
alimentação ficam abertas até a 1h e os cinemas têm
sessões que começam a essa hora. Supermercados: das 9h
às 22h. As principais redes abrem também aos domingos,
geralmente a partir das 12h. Restaurantes servem almoço
até às 15h e jantar, a partir das 21h; porém, nas áreas
turísticas, esse horário é mais flexível.

Saudações e cumprimentos: É comum as pessoas mais


amigas se cumprimentarem com um beijo, mesmo entre os
homens, de todas as idades. Embora nas ocasiões mais
formais ou de primeiro contato, um apertão de mão já é o
bastante. Além disso, não se preocupe; com um simples
“Hola” (ôla) e um sorriso, todos nos entendemos.

Serviços ao turista: A “Comisaría del Turista” da Policía


Federal Argentina (uma espécie de delegacia do turista)
possui serviços de envio de fax e correio eletrônico, e tem
ligação com todas as oficinas diplomáticas e consulados
existentes no país através do “Departamento de Asuntos
Extranjeros” para lidar com assuntos de documentação e
outros assuntos policiais como furtos, discriminação ao
estrangeiro, raças etc. O telefone da Comisaría é: 4346-
5770. Ela trabalha em conjunto com as 69 “Oficinas de
Orientação ao Turista” que funcionam no interior do país.

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Para conseguir mapas, guias e dicas de hospedagem e
passeios, procure um dos dois escritórios de informações
turísticas na rua Santa Fé, 883, e no Centro Cultural San
Martín (rua Sarmiento, 1551, 5º andar). Além deles, há
dois quiosques, geralmente abertos 24 horas na rua Florida
e em Puerto Madero. Os mapas e guias são gratuitos.
Mesmo que você tenha pegado um mapa no aeroporto,
pegue um mapa destes quiosques, que é bem mais
interessante e fácil de manipular.

Em caso de perda ou roubo de documentos: O


procedimento é simples. Primeiro, vá a uma “Comisaría
del Turista" da Polícia Federal Argentina e registre o
roubo ou perda (tem de pagar 10 pesos) e pegue o B.O.
deles. Há várias espalhadas pela cidade; eu fui na da Av.
Corrientes, 436 (se preferir, ligue e pergunte onde há uma
mais próxima de você: 4346-5770). Depois, tire 2 fotos
3x4 em qualquer Kodak da cidade (em torno de 20 pesos,
4 fotos), uma xerox do B.O. e de algum outro documento
brasileiro que você possa ter levado além da identidade ou
passaporte perdido. Por último, leve tudo isso ao
Consulado-Geral do Brasil em Buenos Aires, que fica na
rua Carlos Pellegrini, 1363, 5o andar (estação San Martin,
linha C, é a mais próxima), das 10h às 17h. Lá eles lhe
darão um documento que lhe permite voltar ao Brasil sem
problemas. Qualquer dúvida, ligue para a Embaixada do
Brasil na cidade: 4515-2400.

Acesso a Internet: Muitos restaurantes, sorveterias,


shoppings e lojas oferecem, gratuitamente, conexão Wi-Fi
de alta velocidade. Basta entrar, abrir seu laptop e navegar
à vontade. Mas, se você é mais modesto, não tem laptop e
precisar acessar a internet, basta procurar um locutório –

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uma loja que oferece, entre outras coisas, acesso a internet
e serviços de telefonia. Uma hora de internet custa
aproximadamente $1,50 (R$ 1,16). Há centenas de
locutórios espalhados pela cidade. Fique atento e logo
você encontrará um.

Fotos digitais: Se você vai usar máquinas fotográficas


digitais em sua viagem, poderá descarregá-la em qualquer
loja Kodak ou em algum locutório (lojinha que oferece
serviços de internet e telefonia). Eu paguei $5 em um
locutório para descarregar três cartões de 128Mb e um de
256Mb e gravar tudo em CD, com CD virgem e capinha
incluídos.

Compras: Além de o Real valer mais que o peso argentino,


há muitas coisas mais baratas do que no Brasil. São mais
baratos: cosméticos, CDs, DVDs, calçados e roupas de
couro em geral, e roupas de grifes como La Coste, Adidas,
Puma entre outras. Recomendo a loja de departamentos
Falabella, na rua Florida, onde se encontra de tudo por um
bom preço. Veja mais detalhes na página de compras.

Vocabulário: É importante saber algumas palavras-chave


do vocabulário local, principalmente na hora de comer,
pois muitas palavras não tem nada a ver com o português.
Abaixo, seguem algumas dicas. Mas recomendo levar um
dicionário, mais precisamente um guia de conversação. Eu
recomendo o Guia de Conversação em Espanhol da
Langenscheidt, da Martins Fontes.

Dias da semana: Lunes (segunda), Martes (terça),


Miércoles (quarta), Jueves (quinta), Viernes (sexta),
Sábado e Domingo.

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Utensílios de mesa: Tetera (bule de chá), pajita (canudo),
cestilla (cesta de pão), cenicero (cinzeiro), cuchara
(colher), vaso (copo), cuchillo (faca), tenedor (garfo),
servilleta (guardanapo).

Comidas: mermelada (geléia), rebanada (fatia), jamón


(presunto), biscota (torrada), bien hecho (bem-passado),
medio-asado (mal-passado), a la parrilla (na brasa), a la
plancha (na grelha), asado a la plancha (grelhado), salado
(salgado), codimentado (temperado), ajo (alho), salsa de
tomate (molho de tomate), perejil (salsa), ensalada
(salada), berro (agrião), letchuga (alface), poroto (feijão),
pescado (peixe), fideo (macarrão), papas (batatas), batata
(batata doce), pollo (frango), guajolote (peru), muslo/pata
(coxa), petchuga de pollo (peito de frango), berenjenas
(berinjelas), berza (couve) ahuyama (abóbora), espinaca
(espinafre), remolacha (beterraba), zanahoria (cenoura),
helado (sorvete), ciruela (ameixa), frutilla (morango),
mandarina (tangerina), manzana (maçã), ananá (abacaxi),
sandía (melancia), gaseosa (refrigerante).

Transportes

Metrô: Em Buenos Aires existem 5 linhas de metrô


(chamado pelos portenhos de “subte”), sendo possível
fazer combinações entre elas pagando-se uma única vez.
Pode-se comprar bilhetes de 1, 2 ou 5 passagens. Mesmo
comprando o bilhete de 1 viagem, é necessário retirá-lo da
roleta (como se tivesse outra viagem), para poder liberar
sua passagem na roleta. Não esqueça de pedir um mapa do
metrô quando for comprar seu bilhete. É de graça. Cada

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passagem custa $0,70 (ou R$ 0,54). É muito barato.
Horários: desde as 5:30 da amanha até 11 da noite.

Ônibus: Operam na cidade um total de 145 linhas de


“Colectivos”. A passagem custa de $0,75 a $0,80
centavos, e é comprada por meio de uma máquina
instalada no veículo, que só aceita moedas. Funcionam 24
horas por dia.

Táxis: Buenos Aires está repleta de táxis padronizados na


cor preta, com teto amarelo. A bandeirada, única, começa
com $1,98 (aproximadamente R$ 1,55). É muito barato;
utilize-os à vontade. Cuidado para não embarcar em táxis
que não são filiados às cooperativas de rádio-táxi. E fique
sempre de olho no taxímetro, pois muitos motoristas têm a
mania de desligá-lo pouco antes de chegar ao local pedido,
para depois cobrar o que quiserem. A cooperativa de táxis
mais comum da cidade é a “Radio Taxi Premium”, tel.:
5238-0000.

Remises: São mais do que táxis e menos do que motoristas


particulares. Um Remis é um automóvel com motorista; a
melhor opção para viagens de média e longa distância. A
vantagem é que o preço final está previamente estipulado
e portanto não aumenta com um engarrafamento, como
acontece com os táxis. Por questão de segurança convém
sempre contratar o serviço em agências autorizadas.
Muitos taxistas fazem esse serviço também. Converse com
eles.

Aluguel de carro: Para dirigir em Buenos Aires é preciso


ser maior de idade, contar com algum cartão de crédito,
carteira de identidade e registro habilitante. Os

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estrangeiros devem apresentar também o passaporte e a
carteira de motorista internacional ou a do seu país (as
duas valem). Os preços variam, e incluem 150 Km livres.

Barcos: O barco é um meio de transporte relativamente


comum utilizado por argentinos e uruguaios para ir de um
país ao outro. Do porto de Buenos Aires, em Puerto
Madero, partem “buques” diários para Colônia do
Sacramento, Montevidéu e Punta del Este. Mais
informações no site dos Buquebuses.

Trens: O trem é o meio mais rápido e mais utilizado para


entrar ou sair da cidade. O terminal do Retiro (estação
Retiro, linha C do metrô) é a Central do Brasil portenha.
De lá saem trens (TBAs) para todos os cantos, incluindo
trens para a estação Bartolome Mitre, que faz conexão
com a estação Maipú, de onde sai o turístico “Tren de la
Costa”, que vai até o “Delta del Tigre”, indo por toda a
costa do Rio da Prata.

BUENOS AIRES

A maioria da população argentina é descendente de


espanhóis e de italianos. Metade dos habitantes do país
está concentrada em sua capital e na Província de Buenos
Aires. O que faz da capital portenha uma megalópole com
cerca de 12 milhões de habitantes.

Charmosa, plana e bem organizada, a arquitetura da


capital argentina, que está repleta de suntuosos palácios
franceses em estilo art-nouveau e art-deco, e modernos
edifícios, lembra Paris e Madrid, onde o antigo e o

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moderno se misturam. É, assim, o reflexo de muitas
cidades: um pouco de Sevilha e Madrid na Avenida de
Maio, uma mistura de Londres e de Paris no bairro da
Recoleta. Na parte central da cidade estão localizados os
bairros mais típicos, como San Telmo, La Boca, Recoleta
e Palermo, museus, livrarias, parques, bares, restaurantes e
suas famosas confeitarias.

Buenos Aires, conhecida popularmente como “La Reina


del Plata”, está localizada na margem ocidental do Rio da
Prata, junto à embocadura do Riachuelo. O rio faz parte da
alma do portenho e os processos de revitalização da região
portuária (Puerto Madero sobretudo) são prova disso. Boa
parte dessas margens é ocupada por grandes parques, que
convidam para longos e agradáveis passeios. O Rio da
Prata é considerado o mais largo do mundo, chegando a
medir 90 km entre ambas margens.

A capital argentina é uma cidade fascinante. Ela tem a


sedução do tango, bairros encantadores e centros
comerciais muito atraentes. A melhor maneira de conhecer
Buenos Aires é caminhar por suas ruas. A cidade é segura
– embora se deva evitar o centro à noite – e exibe placas
para todos os lados, o que torna a vida do turista bem mais
fácil. A organização das ruas é linear, imitando, segundo
alguns, o jeito retangular nova iorquino. Os quarteirões
portenhos têm uma forma prática e simples: todos têm
cem metros e cem números, facilitando um passeio pela
cidade. Neste sentido, encontrar alguma loja ou
monumento em Buenos Aires é relativamente fácil, pois
basta ter a idéia do quarteirão em que se situa para
rapidamente você encontrar o que procura. Porém, as
dimensões da cidade obrigam o viajante a selecionar um

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roteiro. Sem a ajuda de um bom guia ou de conselhos
úteis, o ambiente pode parecer disperso. Uma boa saída
são as visitas guiadas gratuitas promovidas pela Secretaria
de turismo de Buenos Aires. Informe-se sobre elas nos
centros de informações turísticas espalhados pela cidade
(nos Aeroportos Ezeiza e Jorge Newbery, na rua Florida,
em Puerto Madero, na Recoleta, no Retiro e em San
Telmo; tel. 4313-0187).

Além de ser uma cidade arborizada e de ruas largas,


Buenos Aires também pode ser considerada uma cidade
visualmente limpa. Não há tanto lixo pelo chão nem tantas
pixações nas paredes. Quando elas existem, é por algum
motivo político. Ouvi dizer que as pessoas vestem-se com
elegância européia. Mas só verifiquei isso na Recoleta,
bairro nobre da cidade – uma espécie de Leblon, de
Jardins argentino. No resto da cidade as pessoas vestem-se
normalmente, como no Rio de Janeiro ou em São Paulo. A
vida noturna portenha é bem animada. As danceterias, que
começam a encher à 1h da manhã e estão lotadas às 3h da
madrugada, fecham às 7 horas. E os bares e café parecem
praticamente fechados antes das 22h.

Passeios

Apesar de o metrô (o primeiro da América do Sul,


inaugurado em 1913), os ônibus e os táxis serem muito
baratos, uma das melhores maneiras de conhecer Buenos
Aires é a pé. Comece, depois de ler as dicas, pela Plaza de
Mayo. Foi nesta praça que Buenos Aires foi fundada, em
1580, pelo espanhol Juan de Garay. Em 1810, com a
revolução, converteu-se no cenário de todos os grandes

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acontecimentos políticos do país. No meio da praça está a
Pirâmide de Maio, construída em homenagem à formação do
primeiro governo nacional, em 25 de maio daquele ano. Desde
então, a Praça de Maio é cenário da vida política da Nação.

Nessa praça há uma curiosidade que não encontrei em nenhum


guia. Em frente à Pirâmide de Maio há uma discreta placa, que
passa despercebida aos olhares desatentos, e que diz o seguinte:
“Debaixo desta placa encontra-se a mensagem aos jovens do
ano 2000 que o Presidente Peron enterrou em 12/08/1948, para
ser desenterrada em 12/08/2006.” O que diz esta misteriosa
mensagem? Achei que descobriria em agosto de 2006.

Entretanto, para minha surpresa, a Mariana Louzada, uma


leitora do meu guia, descobriu que a tal mensagem havia sido
violada nos anos 50 e que foi até publicada em um livro do
próprio Peron. Parece que os peronistas fazem uma cerimônia
por lá de tempos em tempos e relêem a mensagem.

É nessa praça, também, que todas as quintas-feiras se reúnem as


Mães de Maio num protesto silencioso contra o
desaparecimento de seus filhos. Aqui estão concentradas muitas
das construções importantes de Buenos Aires: O Cabildo, a
Catedral Metropolitana e a Casa Rosada. Esta, um belíssimo
palácio cor-de-rosa, que data de finais do século XIX, é a sede
do governo argentino desde a revolução. Se a bandeira
argentina tiver um galhardete anexado, é sinal de que o
Presidente está presente. A Casa Rosada tem esse nome – e essa
cor – devido a uma decisão do ex-presidente Domingo F.
Sarmiento (cujo mandato durou de 1868 a 1874). Ele quis
simbolizar a união de todos os setores políticos e esse rosa era a
cor que distinguia alguns dirigentes federais, considerados seus
opositores. A união propriamente dita não deu grandes frutos,
mas a cor entrou para a história.

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Na mesma Praça de Maio encontram-se ainda a Catedral
Metropolitana, que é também um monumento histórico
nacional. No seu interior vale a pena admirar o altar
barroco de finais do século XVIII e o Cristo talhado numa
peça de algarrobo. Além disso, é nesta catedral que está o
mausoléu com os restos mortais do General José de San
Martín (que foi o libertador argentino que sonhou com a
criação dos Estados Unidos da América do Sul). O padrão
arquitetônico adotado é o de uma igreja sem torres e com
12 colunas representando os apóstolos. Qualquer
semelhança com a catedral parisiense não deve ser mera
coincidência. O Cabildo também está nesta praça. Ele foi
o epicentro da Revolução de Maio de 1810, data da
independência argentina. Foi também a sede do primeiro
governo colonial, em 1751. Hoje é um museu histórico, e
o prédio mais antigo da capital. A duas quadras dali está
um dos monumentos históricos mais antigos e importantes
da cidade: “La Manzana de las Luces”, conjunto
arquitetônico da época colonial, onde também funciona
uma feirinha interessante. Fica na Esquina das ruas Peru
com Alsina (tel. 4331-9534).

Subindo a praça, chega-se à Avenida de Maio, a mais


antiga de Buenos Aires. Ela abriga belos edifícios dos
mais variados estilos, mas o destino obrigatório nesta
avenida é o número 829, onde fica o Café Tortoni, o mais
antigo do país, que oferece música de tango e jazz à noite.
O velho Tortoni foi fundado em 1858, ocupando o andar
térreo de um edifício que é propriedade do Touring Club
Argentino. Entre as suas paredes cobertas de madeira e
junto às suas mesas de roble e mármore verde sentaram-se
personagens ilustres como Alfonsina Storni, Carlos
Gardel, Frederico Garcia Lorca, Jorge Luís Borges,

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Jacinto Benavente e Arturo Rubinstein entre outros;
homens de letras, artistas e parlamentares transferiram
suas personalidades para este tradicional café, inseparável
da história da cidade. Literalmente ao lado encontra-se o
Museu do Tango, igualmente imperdível.

Uma curiosidade: Buenos Aires tem mais livrarias do que


o Brasil inteiro! Uma das melhores e mais tradicionais é a
“El Ateneo”, que funciona num antigo teatro, um prédio
belíssimo. Ela fica na rua Florida, 340. Vale MUITO a
pena conferir.

CENTRO DA CIDADE

Linda D do metrô, estação 9 de Julho. É lá onde o obelisco


marca o encontro da Avenida 9 de Julho com a Avenida
Corrientes. Este é o cartão-postal clássico do centro
portenho, o coração cultural da cidade de Buenos Aires,
com suas livrarias, cinemas e teatros, entre os quais está o
maravilhoso Teatro Colón, um dos melhores teatros líricos
do mundo, que não se pode deixar de visitar. Passando no
cruzamento dessas duas avenidas, marcado pelo belíssimo
obelisco, durante a semana é possível conhecer o perfil de
um habitante da cidade, com toda a correria de um dia de
trabalho.

Buenos Aires afirma ter a avenida mais larga do mundo, a


9 de Julho, com 140 metros; e também a mais longa, a Av.
Rivadavia. Mas não andei por todas elas para conferir. :-)
Perto dali, descendo pela Av. Corrientes, fica a rua
Florida, onde não há uma única flor. É a famosa rua só de
pedestres, por onde passam milhares de pessoas

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diariamente. Seu atrativo principal são as lojas e os centros
de compras. Lá se pode encontrar grandes marcas por
preços muito mais acessíveis do que no Brasil.
Recomendo a loja de departamentos Falabella, onde há de
tudo, por preços muito bons. Existem duas dela na Florida.
Ainda nessa rua encontram-se as Galerias Pacífico, uma
jóia arquitetônica e artística da cidade, onde se destacam
seus imponentes murais e a qualidade de suas lojas. No
meio do shopping há uma cúpula com belíssimos afrescos
dos pintores Spilimbergo (“El dominio de las fuerzas
naturales”), Urruchúa (“La fraté rnidad”) Colmeiro (“La
pareja humana”), Castagnino (“La vida domestica”) e
Berni (“El amor”). No último andar funciona o Centro
Cultural Borges e a Escola de Ballet Julio Bocca.

Perto dali, na Praça Lavalle, pode-se contemplar outra jóia


arquitetônica de Buenos Aires: o Palacio de Tribunales,
projetado em 1889. Seus pilares têm misturas de estilo
romano, gregos e egípcios. E, na esquina com Av.
Cordoba está o belíssimo Teatro Nacional Cervantes. De
estilo puro espanhol, foi doado em 1921 pelos Condes de
Brazalote, que deixaram todos os seus bens para financiar
sua construção.

PALERMO

Palermo é o bairro de maior extensão na cidade de Buenos


Aires. E sem dúvida o com o maior numero de espaços
verdes, em parques, bosques e praças. Num processo
quase esquizofrênico, Palermo cindiu-se em dois. À
esquerda da linha do trem, ele é Palermo Soho, Viejo. Já à
direita dessa linha, é Palermo Hollywood, Chico, novo,

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pela proximidade de uma rede local de TV e do fato de
sempre ser locação de filmes de publicidade. Em Palermo
Soho, geralmente em lojas não identificadas por placa,
escondem-se os estilistas vanguardistas e os designers de
interiores pós-pós-modernos. Uma estética que mistura o
kitsch e o cult está por toda parte. Já em Palermo
Hollywood, se concentram os restaurantes moderníssimos.
Aqueles que apresentam cozinhas de fusão, com
inspiração asiática, base francesa e outras saborosíssimas
ladainhas de autor. E que inovam no acolhimento: têm
tanto sofás, daqueles em que só se fica confortável
largando o corpo para trás, quanto mesas comunitárias
para fazer amigos e conquistar pessoas.

Um pedaço importante do bairro de Palermo, região


antiga, de classe média e alta de Buenos Aires, abriga
umas dez quadras batizadas de Villa Freud. A homenagem
ao pai da psicanálise não é por acaso. O lugar foi
escolhido pelos primeiros psicanalistas da Argentina para
montar seus consultórios. Centralizado, embora guardando
uma certa distância do micro-centro, sossegado, mais
econômico que as demais zonas, e com um toque de
charme dado pelos prédios mais antigos e pela Igreja da
Nossa Senhora de Guadalupe, do início do século, a Villa
Freud vive um trânsito intenso de pessoas saindo dos
consultórios de terapeutas. É um ritual diário não só nesta
região da cidade, mas em toda Buenos Aires. Assim como
o tango, a psicanálise na Argentina é uma instituição que
lhe rendeu o título de segunda cidade do planeta com a
maior quantidade de psicanalistas. Ela só perde para Paris.
Apesar da segunda colocação no ranking das cidades, a
Argentina é o terceiro país formador de psicanalistas, pois
em primeiro lugar está a França, seguida pelo Uruguai.

20
Um dos melhores restaurantes/cafés do local é uma
homenagem a Sigmund Freud, o Bar do Sigi (na esquina
das ruas Salguero com Paraguay), que tem na sua fachada
um enorme desenho estilizado do perfil freudiano.

A Plaza Cortázar/Serrano, no centro de Palermo Viejo, é


um point interessante. Durante o dia, os bares voltados
para a pracinha quase sem árvores recebem pessoas de
todas as faixas etárias. Nos fins de semana, há exposições
de artistas. Quando a tarde cai, a rapaziada toma conta e a
praça vira uma animada extensão dos botecos. Ainda nesta
praça, há o bar Mural Utopia. Na parede e no teto desse
bar está a obra do muralista francês Ginger Poujoulet.
Outra praça que pode ser interessante é a Plaza Palermo.
Mais discreta que a Plaza Cortázar/Serrano, ela também
tem ao seu redor alguns, bares e restaurantes. Aos sábados,
tem uma feira livre até às 14h.

Durante os primeiros anos do século passado, o escritor


Jorge Luis Borges viveu na rua Serrano, 2135, em
Palermo. Ali nasceu sua irmã Norah e ali ele imaginou a
refundação da cidade no poema “Fundación Mitica de
Buenos Aires”, chamado por uma placa na esquina da
Borges com a Paraguay.

Para quem gosta de compras, na Av. Córdoba, entre a rua


Lavalleja e a Av. Juan B. Justo, concentram-se os outlets –
lojas de descontos – de grifes concorridas, como Nike,
Adidas, Levi’s, Yves Saint-Lauren e Cheeky. Ao contrário
do Mercado das Pulgas, que é horrível (não perca seu
tempo indo lá), essa rua de compras pode parecer
interessante para alguns. Outro programa interessante são
os Galpões Industriais, antigas instalações do Correio de

21
Buenos Aires que foram transformadas em ateliê para
alguns dos melhores artistas plásticos e designers
argentinos, como Jorge Sarsale e Carolina Antoniadis
(Costa Rica, 4684).

Por último, mas não menos interessante, não deixe de


visitar os Bosques de Palermo, o maior da cidade. É o
pulmão de Buenos Aires. Uma área de aproximadamente
100 hectares, com 3 lagos em seu interior. O parque de
Palermo teve como mentor o ex-presidente Domingo F.
Sarmiento, que tinha vontade de ver em Buenos Aires um
espaço similar ao Hyde Park londrino ou ao Bois de
Bologne parisiense. Traçado de forma romântica e
afrancesada pelo paisagista francês Carlos Thays, o jardim
dispõe de pontes, faróis, bancos, banquetas, escadas,
barcos e barcarolas.

Dentro desse parque há ainda lugar para micro-jardins


específicos, como é o caso do belíssimo Jardim Japonês,
desenhado e construído por um engenheiro civil e por um
paisagista. Isakari e Yatsuo Inomata, respectivamente,
conseguiram combinar a beleza do lugar com prolixos
jardins e grandes lagos. Há ainda o Jardim Rosedal, onde
crescem e florescem 400 roseiras, o Jardim dos Poetas e o
Pátio Andaluz. Nos parques pode-se observar os
“Passeadores de cachorros”, figura muito comum em
Buenos Aires, que chegam a levar cerca de 12 cachorros
por vez. Os bosques de Palermo abrigam ainda o Jardim
Zoológico (Av. Sarmiento 2827; terça a domingo das 10h
às 19h), que é o segundo zoológico mais visitado do
mundo.

22
Durante o fim-de-semana, os portenhos abandonam a
estressante rotina semanal e partem em busca da natureza
e do ar puro. Para desfrutar disso, recorrem a Palermo,
onde existe igualmente um circuito aeróbico em redor dos
lagos. Para os enamorados e apaixonados, nada mais
convidativo do que um passeio nos barquinhos a remo dos
lagos de Palermo. Nada de andar de pedalinho! Foi nele
que perdi minha carteira no lago.

Outra atração de Palermo é o Museu Nacional de Arte


Decorativa (Av. del Libertador 1902), que possui coleções
de móveis, esculturas, tapetes, porcelana e cristal. É
possível realizar visitas guiadas pelo museu e assistir
conferências sobre arquitetura. Funciona de terça a
domingo, das 14h às 19h. A entrada é grátis nas terças-
feiras e custa $2 nos outros dias.

SAN TELMO

San Telmo é um bairro de Buenos Aires cheio de historia


e personalidade. Foi, no começo do século XIX, morada
de parte da classe alta da cidade. No final do mesmo
século, devido a uma epidemia de febre amarela, seus
habitantes emigraram para onde hoje é o bairro da
Recoleta. Nos anos 70, começou a restauração de parte do
bairro, rica em estilos arquitetônicos, o que atraiu arte,
boemia e antiquários. Hoje, San Telmo é uma das maiores
referências no mercado de antiguidades na América do
Sul, com mais de 500 lojas que oferecem todo tipo de
objetos antigos e coleções.

23
Antigo bairro boêmio, aos domingos San Telmo abriga
sua famosa feira de antiguidades, com muito tango nas
ruas. É o bairro eleito por artistas e intelectuais, sede de
importantes antiquários e galerias de arte. Marque na sua
agenda: domingo (e só!) é dia de ir a San Telmo ver sua
feirinha. Não precisa comprar nada, mas vá, dê uma volta
entre as barracas, coma e beba por lá. Por ser ponto de
concentração turística, artistas se apresentam no meio da
feira, principalmente dançarinos de tango, os melhores
dançarinos de rua de Buenos Aires. Com eles você
aprenderá tudo sobre a dança típica da Argentina, e verá
belíssimas apresentações. E tudo de graça. Não é por
acaso que San Telmo abriga também uma das mais
tradicionais casas de tango de Buenos Aires, a El Viejo
Almacén, que oferece jantar e show. O bairro também tem
igrejas e museus para quem quiser esticar a visita após a
feirinha. A Feria de San Telmo acontece na Plaza
Dorrego, na rua Humberto Primo e na rua Defensa,
somente aos domingos, das 10h às 17h. Mais de 5 mil
pessoas visitam a feira a cada domingo.

De lá, pegue um táxi para a Recoleta, para ver sua feirinha


que também só funciona aos domingos.

BAIRRO RETIRO

O bairro Retiro tem dupla personalidade. Durante o dia,


vive o ritmo acelerado das lojas e escritórios de gigantes
corporações que se concentram por lá. Durante a noite,
suas ruas enchem-se de gente de todos os tipos,
transeuntes habituais, turistas, intelectuais, boêmios e
amantes da boa comida, que vêm atraídos pela grande

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variedade de restaurantes, bares e pubs. Restaurantes que
oferecem desde comida japonesa até pizzas e massas,
passando naturalmente pela típica culinária argentina. Os
bares e pubs são igualmente díspares, oferecendo a
possibilidade de escutar bandas ao vivo tocando rock, jazz,
música espanhola, eletrônica e, é claro, tango. Todos os
bares oferecem um happy hour em que durante uma a três
horas as bebidas e os petiscos são mais baratos e muitas
vezes paga-se um e bebem-se ou comem-se dois. É claro
que também existe um Retiro diurno para os turistas e para
os que gostam de andar calmamente pela cidade, pois
nesta zona estão sediados os melhores e mais caros hotéis
de Buenos Aires, numerosas galerias de arte e lojas que
oferecem produtos típicos argentinos. Tudo isso na
charmosa Av. Santa Fé.

O centro do bairro é facilmente reconhecível pela


belíssima Praça San Martin. Cenário de invasões inglesas
em 1806 e 1807, ali ficava a única praça de toros de
Buenos Aires. Hoje, abriga o imponente Palácio San
Martin, de arquitetura Francesa. Atravessando a rua, você
vai descobrir o contraste com o prédio das Relações
Exteriores, uma torre de vidro moderníssima. E, perto dali,
o Memorial dos Caídos, onde estão anotados os nomes dos
800 jovens argentinos que morreram durante a Guerra das
Malvinas. Paradoxalmente, há também a “Torre de los
Ingleses”, de estilo renascentista inglês, típica arquitetura
britânica, doada pela comunidade inglesa na Argentina, no
centenário da Revolução de 1816. Em frente, situa-se o
belíssimo edifício, também inglês, da Estação Retiro. E,
para terminar, pode-se avistar dali, na Av Alem, as torres
de vidro do edifício Kavannagh, o mais alto prédio da
América do Sul em 1936, com 32 andares.

25
PUERTO MADERO

Aqui ficava o antigo porto de Buenos Aires. Os antigos


armazéns foram convertidos em lojas, escritórios e num
grande centro de gastronomia, com cerca de 1km de
restaurantes, que conservam a antiga arquitetura.
Revitalizados há cerca de dez ou 12 anos, eles abrigam
atualmente o maior pólo de diversão portenha, que, para
alguns, já tira o posto da Recoleta. Com 43 restaurantes,
oito cinemas, uma casa noturna, 11 lanchonetes e cafés,
um museu, o Iate Clube, hotéis e uma bela vista do rio e
de novos pólos financeiros e residenciais de Buenos Aires,
Puerto Madero é hoje um ponto de encontro dos portenhos
(de dia ou na noite); desde executivos até funcionários. É
ideal para curtir a pé, visitando seus 5 diques que formam
o bairro. Lá também fica o prédio mais alto de Buenos
Aires (e da Argentina): o luxuoso complexo residencial
Torres El Faro, com 170 metros de altura. O bairro conta
ainda com um hotel da rede de luxo Hilton. Debruçado no
mar, ele tem hall com chão transparente que proporciona
tranqüilidade e conforto.

Puerto Madero tem até cassino, apesar de eles serem


proibidos na província de Buenos Aires. A história do
cassino é interessante: para driblar a lei, seus donos o
instalaram dentro de um navio. Lá, ele não fica sediado no
território de Buenos Aires, e, assim, responde às leis
marítimas, que permitem o jogo.

O museu do bairro é um barco, o “Buque Museo Fragata


Sarmiento”. Com mais de 100 anos de idade, faz parte da
história da Argentina. Foi um dos mais velozes da sua
época, e precisava de 90 tripulantes pra levantar suas

26
velas. Seu nome deve-se ao promotor da marinha,
educador, e presidente argentino, Domingo Faustino
Sarmiento. Ele pode ser visitado de segunda a domingo
das 9h às 21h; menores de 6 anos, grátis.

Logo em frente ao barco museu, no dique 3, está a


belíssima Ponde da Mulher. Obra do Arquiteto espanhol
Santiago Calatrava Valls. Representa, abstratamente, o
desenho de um dançarino e uma dançarina de tango. Tem
160 metros de comprimento e 39 metros de altura.

Há ainda em Puerto Madero a Reserva Ecológica


Costanera Sur, um ecossistema de 350 hectares no meio da
cidade, com lagoas, espécies animais e vegetais. Ela fica
aberta de terça a domingo, das 8h às 18h. Entrada franca.

LA BOCA

O bairro de La Boca, primeiro bairro dos italianos


(imigrantes genoveses que preferiram ficar perto do
porto), é um bairro pobre da cidade, a favela, que nasceu à
beira do porto, com as casas sendo construídas com chapas
de metal que sobravam dos navios, pintadas com restos de
tintas dos barcos. Assim nasceu, literalmente, o bairro
mais colorido de Buenos Aires. É muito bonito. Foi lá
também onde nasceram os dois principais times de futebol
da Argentina: o River Plate e o Boca Junior. No entanto,
com a ascensão e com o dinheiro ganho, o River Plate
abandonou o bairro e construiu seu estádio em um local
mais refinado da cidade, enquanto o Boca Juniors ficou,
com seu famoso estádio La Bombonera, que tem esse

27
nome porque seu formato lembra o de uma caixa de
bombons.

Famoso por suas casas multicoloridas, pelo clima


nostálgico de seus bares e pelos tangueiros que sempre
fazem apresentações ao ar livre, sua principal atração é a
rua Caminito, que inspirou o tango que imortalizou Carlos
Gardel. O bairro da Boca é um bom exemplo de
revitalização. Com ajuda do governo, algumas casas nas
ruas em volta da Caminito ganharam cores fortes e
identificação em qualquer lugar do mundo. Lá, tudo corre
bem. É um espaço turístico. Por estar na periferia de
Buenos Aires, o bairro não é aconselhável à noite. Tem
becos muito escuros e perigosos, uma linha de trem
assustadora e uma comunidade nem tanto amigável,
segundo dizem. No coração da Caminito, no entanto, a
arte é efervescente. Há artesanato, telas de artistas locais e
dançarinos de tango pelas ruas e performers que fazem
estátuas vivas para divertir o público. Nas redondezas da
rua, onde também é permitido ser turista, tem lojas que
vendem lembrancinhas, como chaveirinhos e coisas do
tipo para levar para casa, bares e cafés para sentar e
conversar. Próximo dali está o Estádio do Boca Juniors,
que pode ser visitado todos os dias, das 10h às 18h.
Aconselho pegar um Táxi para ir e para sair de La Boca. É
mais seguro.

28
BAIRRO DA RECOLETA

Na fundação de Buenos Aires, os padres franciscanos,


padres recolhidos (“recoletos”), construíram aí um
convento. Por isso o bairro se chama Recoleta.
Atualmente, é o bairro mais elegante da capital portenha,
com seus inúmeros cafés, mesas com guarda-sóis nas
calçadas, antiquários e muito agito. Este bairro lembra a
capital francesa, por causa de seu jeito de ser europeu e de
seus belíssimos prédios em estilo francês. É nesta parte da
cidade que as pessoas se vestem com muita elegância,
como em Paris. Vemos passar pelas ruas do bairro
senhoras elegantemente vestidas, fazendo-se acompanhar
de um pequeno cachorro, usando chapéu, vestindo Armani
e admirando Channel, enfim, autênticas parisienses em
plena América do Sul. É por isso que se diz que Buenos
Aires é a Paris sul-americana. A classe alta argentina
freqüenta ou reside no bairro, e consome os produtos
vendidos nas suas lojas. Caracterizado também pelos
grandes espaços verdes, pelas avenidas exclusivas, pelos
bares finos e restaurantes de primeira categoria, é a área
mais chique da cidade.

Mais que badalação, a Recoleta é também é um centro de


atração cultural, que integra museus e palácios. Para
muitos a atração pela Recoleta não passa pelo esnobismo
nem pelo luxo, mas pela feira artesanal que, aos domingos,
tem lugar na “Plaza Francia”, coração do bairro (onde
costumam acontecer também espetáculos ao ar livre).
Passeio obrigatório aos domingos – e um passeio clássico
de Buenos Aires –, a “Plaza Francia” também é o ponto de
encontro da juventude, que se reúne para fazer música.
Outra atração importante é a Igreja de Nossa Senhora do

29
Pilar, em frente ao cemitério, que é uma das igrejas mais
singelas da capital, com linhas barrocas e fachada pintada
de branco. Ela foi construída em 1732 pelos jesuítas e se
destinava às orações e práticas espirituais dos padres
franciscanos recolhidos. Há ainda, na mesma praça, o
Buenos Aires Design, primeiro centro comercial latino-
americano voltado exclusivamente para a arquitetura,
design e decoração. No terraço está o “Paseo del Pilar”,
repleto de restaurantes com mesinhas externas e com uma
bela vista para a Plaza Francia.

Comece seu passeio pela Recoleta pelo início da Av.


Alvear. Salte na estação San Martin, linha C do metrô, e
ande até lá. No início da avenida você encontrará O
Jockey Clube, a belíssima embaixada da França e o
belíssimo palácio do Mercosul. Mais em frente, em
direção à Plaza Francia, enquanto contempla os lindos
edifícios da rua, você passará pelo belíssimo Palácio
Duhau. Na Plaza Francia, curta a feirinha, o Buenos Aires
Design e o Centro Cultural Recoleta, onde acontecem
todos os tipos de shows, palestras e exposições sobre
movimentos de vanguarda. E não deixe de tomar um
sorvete na Freddo, sob as copas da Gomero, uma árvore
centenária, com uma copa de 50 metros de diâmetro e uns
20 metros de altura, bem em frente ao café La Biela, um
dos melhores da cidade.

Se quiser, conheça também o cemitério da Recoleta,


considerado o mais importante da Argentina pela
arquitetura dos monumentos e jazigos e declarado
monumento histórico nacional. É lá que descansa Evita. O
legendário cemitério tornou-se num dos mais destacados
do mundo. De arquitetura muito rica, insere-se na geração

30
de grandes e românticos cemitérios europeus do século
XIX, não ficando nada a dever ao Père Lachaise francês.
Há visitas guiadas que podem ser agendadas na frente do
cemitério. Você pode entrar à toa no local, mas
dificilmente vai encontrar os túmulos, pois o local é
imenso. As visitas duram 90 minutos e acontecem sempre
aos sábados e domingos, às 16h, com saída do portão
principal do cemitério. Se já estiver com fome, quiser
almoçar, e não estiver a fim de gastar muito nos
restaurantes chiques da região, recomendo o Carlitos, um
pequeno restaurante com cara de lanchonete, mas que
serviu uma carne muito melhor que a do Café Tortoni, e
muito mais barato. Fica na rua Guido, 1962 (4801-1112 /
4806-9265), e você paga em torno de $14 um prato
delicioso. A panqueca de doce de leite é MUITO boa.

Depois, desça pela Av. Pueyrredon, em direção à Av.


Figueroa Alcorta. Perto dali está o Museu Nacional de
Belas Artes (Av. Del Libertador 1473), o museu mais
importante da Argentina, que conta com variadas obras de
artistas nacionais e internacionais, como Rodin, Monet,
Renoir, El Greco e Goya, além de realizar exposições
temporárias. Pode ser visitado de terça a domingo das
12h30 às 19h30. Há visitas guiadas às 16h, 17h e 18h. E a
entrada é franca. Seguindo a Av. Figueroa Alcorta,
encontrará a belíssima Faculdade de Direito de Buenos
Aires é à sua frente a Floris Generica. Obra do arquiteto
Eduardo Catalano, trata-se de uma flor de metal gigante,
construída em aço inoxidável e alumínio que abre (de dia)
e fecha (à noite) as pétalas, como uma flor natural. Cada
pétala pesa 4 toneladas. Depois, atravesse a Plaza Urquiza,
em direção à Plaza Mitre e conheça a Biblioteca Nacional,
a maior do país, que funciona num edifício de estilo

31
racionalista, perto do monumento à Evita, e que tem em
seu acervo mais de 1.800.000 títulos. Perto dali, na Av. del
Libertador, 1902, encontra-se o Museu Nacional de Arte
Decorativa, com coleções de móveis, esculturas, tapetes,
porcelana e cristal. É possível realizar visitas guiadas pelo
museu e assistir conferências sobre arquitetura. Funciona
de terça a domingo, das 14h às 19h. A entrada é grátis nas
terças-feiras.

Voltando e seguindo ainda pela Av. Figueroa Alcorta,


você encontrará o Museu de Arte Latino-Americana de
Buenos Aires (Malba) (Av. Figueroa Alcorta, 3415).
Inaugurado no ano 2000 com base no acervo particular do
colecionador argentino Eduardo Constantini, o Malba é
visita obrigatória para todo o brasileiro. São mais de 222
peças, se constituindo como a mais completa visão da arte
do século 20 na América Latina. Os brasileiros estão em
peso no Malba: Tarsila com “Abapuru”, Lygia Clark,
Hélio Oiticica, Antônio Dias, Wanda Pimentel e Nelson
Leirner, entre outros. Há ainda quadros pintados pela
mexicana Frida Kahlo, inclusive seu auto-retrato, com um
macaco e um papagaio nos ombros, um de seus mais
famosos trabalhos, de 1942. O Malba oferece também
oficinas e eventos de literatura, cinema e cursos de
extensão cultural, além de ter um auditório para 270
pessoas, um restaurante anexo e uma loja com
reproduções e objetos de arte.

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LAS CAÑITAS E LA IMPRENTA

Há bem pouco tempo, Las Cañitas, um micro bairro


nascido dentro de Palermo, era o lugar da moda. A rua
Baez e as ruas vizinhas mostravam o que havia de novo
em balada e gastronomia, sempre com muita gente bonita.
Las Cañitas era alucinante. Dois anos e uma crise depois,
algumas cozinhas de autor deram lugar às parrillas (pastéis
de forno argentinos) e alguns bares “hypados” foram
substituídos por versões com cadeiras de plástico na
calçada. Esse pequeno declínio não foi suficiente para
acabar com o charme, a elegância e a disposição desse
micro bairro. A rua Baez ainda é um dos pontos mais
badalados da noite portenha. Perto dali, fica o Centro
Cultural Islâmico Rey Fahd. Inaugurado em setembro de
2000, em uma área de 3 hectares e meio, tem duas
mesquitas (uma para 1200 homens e outra para 400
mulheres), escolas, museu e outras organizações culturais
islâmicas (Av. Intendente Bullrich, 55).

Outro pedaço, a pouquíssimas quadras da Baez, roubou


um pouco os holofotes e a classe de Las Cañitas: o micro
bairro La Imprenta. A rua Migueletes e suas adjacências,
bem atrás do Hipódromo Argentino, vêm, lentamente, se
transformando em uma espécie de Upper West Side, em
Nova York. Suas ruas muito arborizadas, cheias de prédios
charmosos, viram surgir butiques interessantes,
restaurantes de sabores diferenciados e galerias de arte. O
point de La Imprenta é La Cuadra – literalmente, a quadra:
uma vila coberta, com lojas e galerias dos dois lados e um
lounge-café no meio, com música ambiente e revistas. À
tardinha, o morador dos arredores pára ali para tomar um
trago antes do jantar. Ou chega, despojadamente, para um

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passeio com os cachorros e um sorvete na Persicco, um
dos melhores de Buenos Aires. Próximo dali está o
Hipódromo Argentino. Obra de um arquiteto francês,
Fauré Dujarric, foi inaugurado em 1876. Em sua pista de
2410 metros rolam corridas para até 21 cavalos, entre
sexta e segunda-feira. O horário aproximado, das 14h30 às
21h, é estabelecido mensalmente, por isso é preciso
consultar por telefone (4778-2800). Av. del Libertador
com Dorrego, s/n. Em uma antiga fábrica de Belgrano, a
alguns passos de La Imprenta, está o shopping El Solar de
La Abadia, talvez o melhor da cidade, com mais de 100
lojas. Entre elas: Lacoste, Grimoldi, Dior, Mimo,
Masimundo, Daniel Hechter. Tem praça de alimentação,
com uma sorveteria Freddo e tudo, e cinemas (Rua Arce,
940, 4778-5000).

TIGRE & ZONA NORTE

Ao norte da cidade, na Grande Buenos Aires, existe uma


região chamada “Delta del Paraná”, “Delta del Tigre” ou
simplesmente Tigre, uma reserva natural formada por um
gigantesco conglomerado de ilhas. Oferecido na recepção
de todos os hotéis da cidade, o passeio ao Delta do Tigre,
no Rio Paraná, é um programa para sábado. Se você for
pelo hotel, no dia combinado, uma van o levará até a
estação de Maipú, de onde parte o “Tren de la Costa”. Um
trem turístico de passageiros que percorre a costa do Rio
da Prata para chegar ate o Delta do Tigre. Se quiser ir por
conta própria, vá até a estação do Retiro e pegue um trem
para Bartolome Mitre, que faz conexão com a estação de
Maipú. Veja o que é melhor: ir sozinho ou pelo hotel. Indo
por sua conta, pegando um trem no Retiro, você gastará,

34
até o Tigre, em torno de $20 por pessoa (ida e volta), sem
passeio de barco.

Pela janela do vagão do Tren de la Costa você vai


acompanhando a bela paisagem, enquanto passa pelos
principais distritos da Grande Buenos Aires, cujas
belíssimas estações de trem são em estilo inglês: San
Fernando, San Isidro, Vicente López entre outras. Pela
proximidade da capital, estas pequenas cidades são um
lugar privilegiado de moradia e turismo. San Fernando é a
capital nacional da náutica (a Argentina tem 44 campeões
mundiais de yachting). A mais famosa, e luxuosa, é San
Isidro, a capital nacional do Rugby, com importantes
clubes de expressão internacional. Lá existe uma bela feira
de artesanato nos finais de semana, um hipódromo e uma
belíssima igreja, a Catedral de San Isidro. Ela foi
construída em 1898, em estilo neogótico, composta de 3
naves em forma de cruz latina. Seu órgão francês data de
1906. A parada seguinte, e última, é na cidade de El Tigre.
Dali partem os barcos que fazem cruzeiros pelo
emaranhado de ilhas e deltas do rio. Na estação de Maipú
há um quiosque que oferece esses passeios de barco. Em
alguns casos, o almoço está incluso no preço. Do Tigre, os
barcos saem da “Estación Fluvial”. Os passeios mais
extensos podem durar desde um dia inteiro até um fim de
semana completo, com hospedagem e tudo mais.

No Tigre, funciona ainda o famoso mega Cassino


Trilenium, o maior da América Latina. Um prédio de 20
mil metros quadrados, com mais de 70 mesas de jogos
como roleta, Black Jack etc, e 1800 máquinas de moedas,
o terror dos aposentados. Ao seu lado, numa área de 15

35
hectares, funciona o parque de diversões Parque de la
Costa.

NOITE EM BUENOS AIRES

Buenos Aires, como toda cidade cosmopolita, oferece


várias opções para serem desfrutadas à noite. Muitos
turistas vão à cidade em busca de um bom espetáculo de
tango. Mas a noite portenha não se limita ao tango. Para os
jovens que desejam diversões mais contemporâneas, há
muitas opções de discotecas e bares. Na Recoleta, em um
convento abandonado, foi construído o Buenos Aires
Design, um shopping de decoração que abriga em suas
varandas um complexo gastronômico com vários tipos de
culinária. A partir das 2h, muitos desses restaurantes
oferecem música ao vivo, convidando os clientes a dançar.
Além disso, no local se estabeleceu o clássico Hard Rock
Café.

A capital portenha é, muitas vezes, européia até na


maneira de vestir. Se você for sair à noite, dependendo do
lugar, esqueça a dupla calça jeans e tênis. Em várias
danceterias há leões-de-chácara na porta para barrar quem
não está vestido à altura. Os turistas que vão a Buenos
Aires e pretendem conhecer sua noite devem saber, ainda,
que convém começar a jantar por volta de 21h, 22h ou até
mesmo 23h. Assim, se estiverem cansados, poderão fazer
uma “siesta” antes de sair para dançar ou tomar algo a
partir das 2h. As saídas podem durar toda a madrugada e
acabarem com um café-da-manhã restaurador com café,
leite e croissants (medialunas).

36
Em Palermo, abaixo de uma linha de trem, se desenvolveu
outro pólo noturno, “Los Arcos”, com cerca de dez
discotecas. De quinta a domingo, o local é “infernal”, não
que seja muito diferente nos outros dias da semana. Os
jovens (e os não tão jovens) argentinos parecem estar
sempre dispostos a “trasnochar” (virar a noite), sem se
importar com as poucas horas de sono que sobrarão antes
de começarem um novo dia de trabalho.

Uma nova moda portenha são os pubs irlandeses.


Próximos aos grandes prédios de escritórios
principalmente, oferecem happy-hour que ajudam a atrasar
a volta dos trabalhadores aos seus lares. Esses bares
permanecem abertos pelo menos até às 4h. Outro
conhecido ponto de encontro é a Costanera, sobre o rio da
Prata. Ali também se encontram discotecas e bares, alguns
com mesas de bilhar, pebolim e fliperamas.

Boliches, pistas de patins no gelo, karaokê, shows de


artistas nacionais e internacionais, importantes musicais ao
estilo da Broadway ao longo da Av. Corrientes, a rua dos
teatros, são outras das boas opções noturnas. A frase “a
cidade que nunca dorme” também pode se aplicar a
Buenos Aires, mesmo que pela manhã custe a despertar.

Algumas dicas de bares:

Dorrego (Dorrego, s/n, entre a av. del Libertador e a rua


Cerviño, 6774-2430) – O novo point. Une dança, música
e restaurante. Tem uma arquitetura formidável que
acompanha o hall de uma antiga estação ferroviária. Há
diferentes ambientes: na entrada, o lounge com um balcão
para tragos, uma cave com 1800 garrafas, depois um

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restaurante coberto por vidro - anti-ruído, claro -, outro
salão mais aconchegante e um espaço para amantes de
charutos. Atenção para a criatividade do cardápio - que vai
de sopa de abacate com truta defumada a foie gras sobre
uvas fritas.

Déjà Vu (Migueletes, 981, La Imprenta; 4775-7040) –


Déli com cara de Nova York em uma das ruas mais
charmosas da cidade. O forte são os sanduíches de
defumados, como salmão, presunto cru e pavina - o peito
de peru já é um clássico local. Os molhos são deliciosos e
as porções, generosas.

Em Las Cañitas, na rua Baez, as opções são muitas. Entre


elas, o bistrozinho De la Ostia (Báez, 216; tel. 4776-1106),
o Morelia (Báez, 260; tel. 4772-0329), o Eh! Santino
(Báez, 194; tel. 4779-9060), o Lotus Neo Thai (Ortega y
Gasset, 1782; tel. 4771-4449), o Soul Café (Báez, 246; tel.
4778-3115). E, a cinco minutos de táxi dali, em Belgrano,
o Sucre (Sucre, 676; tel. 4782-9082), o bar-restaurante-
lounge mais badalado do momento.

Bar 6 (Armenia, 1676, Palermo; 4833-6807) – Abre bem


cedinho, às 8 da manhã, quando o sol invade o ambiente e
é servido o café da manhã com tortas, alfajores, pães,
queijos, entre outras pequenas delícias. Na hora do
almoço, um cardápio leve chamado de Antipanico - de
saladas a carpaccios de salmão. À tarde, pode-se degustar
uma boa bebida. À noite, voltam as receitas leves.

Bar Uriarte (Uriarte, 1572, Palermo; 4834-6004) – Antes


de chegar ao restaurante, é preciso passar pela cozinha,
totalmente à vista. Ali se vê a preparação das trufas de

38
queijo, dos bries à milanesa, dos buccattini com polvo,
entre outras receitas da Itália mediterrânea. É um aperitivo
e tanto, que se completa com a infinidade de coquetéis,
cervejas importadas, vinhos e grappas servidas no bar.
Música boa, público de todas as idades e ambiente
agradável garantem a casa sempre cheia, no ponto para
uma boa paquera. Durante a semana, há menu de três
pratos com bebida.

El Verde (Reconquista 878, Centro) – Um pub de estilo


europeu com um ambiente cálido, amistoso e divertido.
Oferece almoços executivos e uma grande variedade de
cervejas, drinks e whiskies. Também serve excelentes
pratos de cozinha internacional durante todo o dia. Happy
hour das 19h às 21h. Shows ao vivo todas as noites.

La Nave de los Sueños (Suipacha 842, Centro) – Mais do


que um simples bar, este espaço jovem em formato de
living pop visa promover o encontro direto entre as
pessoas e a arte. Para isso dispõe de um microcine
dedicado à exibição de curtas e filmes alternativos, além
de difundir através de sua galeria os novos artistas locais.

The Shamrock (Rodríguez Peña 1220, Recoleta) – Foi o


primeiro pub irlandês a instalar-se em Buenos Aires e é
um bom lugar para encontrar estrangeiros. Ar tradicional,
cerveja Guinness e boa música. Todos os dias tem happy
hour até as 21h.

Buller Brewing Company (R.M.Ortiz 1827, Recoleta) – O


primeiro e único Brew Pub de Buenos Aires, onde é
possível provar até sete variedades de cerveja artesanal.

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Também funciona como restaurante, oferecendo desde
tira-gostos e pizzas até fondue de cerveja e frutos do mar.

El Living (M. T. de Alvear 1540, Recoleta) – Um lugar


para se sentir em casa - entre televisões e sofás - onde cada
recanto tem um ar diferente. Às vezes parece um
restaurante que serve deliciosos manjares, depois pode ser
um pub com bebidas que convidam a estender a noite e
ainda, quando muda o volume, vira uma discoteca.

Kilkenny (Marcelo T. de Alvear 399, Recoleta) – Bar e


restaurante com espírito de um pub de Dublin e o primeiro
da América Latina que conta com a licença da famosa
cerveja negra Guinness. Tem todas as bebidas alcólicas
imagináveis, com forte predomínio de cervejas e whiskys.

Hard Rock Cafe (Paseo del Pilar, Buenos Aires Design,


Recoleta) – Inaugurado em 1995 com um show de Sheryl
Crow, este Hard Rock é igual aos seus irmãos do mundo
todo. Na entrada fica a loja de merchandising e dentro do
restaurante tudo é rock'n'roll. À meia-noite costuma haver
shows ao vivo.

Locos por el Fútbol (Vicente López e Junín, Recoleta) –


Um lugar bastante interessante não só para eles mas
também para elas - gostem ou não de futebol - já que nesse
bar sempre tem um grupo de machos tomando cerveja
enquanto assistem os gols do Batistuta em um dos cinco
telões. Decorado em tons de laranja, com garçons e
garçonetes vestidos como os jogadores, em Locos por el
Fútbol pode-se almoçar ou jantar pratos rápidos. Também
dá para jogar sinuca ou navegar grátis pela Internet.

40
Depois da meia-noite, sempre tem alguém que se anima
para dançar.

Mundo Bizarro (Guatemala 4802, Palermo Viejo) – A


proposta deste bar fundado em 1997 é passar uma noite
com os melhores drinks, boa comida, a música ideal e
muita diversão.

Niceto Club (Niceto Vega 5510, Palermo Viejo) – Um


enorme recinto multifuncional onde é possível jantar,
tomar, dançar, presenciar shows de jazz e todo tipo de
eventos. A ambientação nova-iorquina, as festas temáticas,
o sushi e os exóticos pratos da cozinha internacional
completam o clima.

Wine Bar (Cabrera 4737, Palermo) – Tem os melhores


vinhos elaborados especialmente para a casa, com uma
variedade que agrada todos os paladares e que podem ser
consumido por taça. Pode-se acompanhar o vinho com
uma tábua de queijos e frios.

Gran Bar Danzon (Libertad 1161, Retiro) – Um elegante e


tradicional bar inglês onde se degustam raridades.
Excelentes drinks, cervejas variadas, whiskys importados,
licores diversos e cafés especiais. Para as refeições, a
especialidade é cozinha moderna e sushi.

Bar de los Mitos Argentinos (Humberto Primo 489, San


Telmo) – Um lugar cálido, ideal para beber e jogar
conversa fora. Nas noites de sexta e sábado costuma tocar
algum grupo ao vivo. A música predominante é blues e
rock.

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COMER EM BUENOS AIRES

É importante, antes de tudo, saber o horário das refeições.


O café da manhã é servido entre as 6h30 e 10h; o almoço
entre 12h e 15h; e o jantar a partir das 21h. Mas muitos
restaurantes são flexíveis em relação a esses horários. Na
dúvida, pergunte.

O café-da-manhã ou o lanchinho de fim de tarde típico dos


argentinos são as chamadas facturas, nome genérico usado
para designar os croissants (medialunas) e uma variedade
de pãezinhos doces, alguns recheados de doce de leite ou
marmelada. As medialunas são acompanhadas de chá ou
café com leite e porções de manteiga e geléia. Mais nada.
É praticamente impossível encontrar um café ou lanche
portenho que tenha frutas, pães salgados, queijo e
presunto.

A carne de vaca é por excelência a base alimentar dos


argentinos, pois é considerada a melhor do mundo. O
consumo per capita é de 80 quilos por ano, cinco vezes
mais que no Brasil. O churrasco (asado) é a forma mais
típica de prepará-la e constitui um verdadeiro ritual
quandoo família e amigos se reúnem nos fins de semana.
O mais difícil é entender o que é o que no meio de tantas
opções. O “asado de tira” é a nossa costela de boi, o “bife
de lomo” é o filé mignon, o “chorizo” é a lingüiça de
sangue, os “chinchulines” são as tripas e os “riñones”, os
rins. Uma opção bem mais sanguinolenta pode ser as
“mollejas”: a jugular do boi. Outra opção, principalmente
para os indecisos, é a “parrillada”, um pot-pourri de todas
as alternativas anteriores e mais algumas. Inclusive
correndo o risco de comer (e gostar) dos “cojones”, cuja

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tradução você fatalmente vai descobrir só depois de comer
– os colhões. Para os vegetarianos, uma boa notícia: a
carne vem acompanhada de alface, pepino e tomate. Mas
visitar a Argentina e não provar o famoso “bife de
chorizo” (diferente do chorizo simplesmente), que é o
nosso contrafilé cortado de uma maneira que só o
argentino sabe fazer, é como ir à Bahia e não comer
acarajé. Porém, no dia-a-dia, os portenhos preferem bifes à
milanesa por sua praticidade. Ah! O frango se chama
“pollo” (fala-se “podjo”). É importante ressaltar que em
restaurantes argentinos não existem arroz nem feijão. A
papa (batata) é o acompanhamento principal da culinária
portenha, junto com as saladas. Confira, nas dicas, o
vocabulário culinário local. :-)

De presença tão acentuada quanto as carnes, a cozinha


italiana e suas tradicionais massas (pastas) se destacam. A
variedade é grande, sendo que os mais populares são o
espaguete (fideos), nhoques e as deliciosas massas
recheadas como sorrentinos, canelones e lasanhas. Sem
esquecer a sempre salvadora pizza, que também conta uma
grande variedade de sabores. Buenos Aires tem
restaurantes de todos os tipos, do francês ao japonês, e
algumas casas brasileiras. Nos cafés, também são servidos
pratos rápidos, sopas e lanches que podem saciar a fome
em momentos de correria por causa das constantes visitas
à cidade. Neles, também é possível comer as deliciosas
empanadas argentinas (uma espécie de pastel de forno, de
massa leve) que podem ser recheadas com carne, frango,
presunto, queijo etc. Além dos cafés, há centenas de lojas
especializadas nesta iguaria. As melhores, para mim, são
as empanadas da Morita, cujas franquias se espalham pela
cidade (tel. 4839-0321 / 0617); a de quatro queijos é

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simplesmente divina. Outro dos pratos mais típicos é o
“matambre”, uma espécie de rocambole de carne recheado
com pimentas, ovos e vegetais que pode ser servido frio
ou quente. A cozinha regional também conta com
variedades como o “locro” (refogado de milho e carne de
porco) e a “carbonada” (ensopado de carne, legumes e
arroz).

Para refrescar, uma cerveja. A cerveja mais conhecida


(pelo jeito) é a Quilmes, que, dizem, é fraquinha,
fraquinha, pouca coisa melhor que a nossa Nova Schin. E
na Argentina não existem garrafas de 600ml, mas de
970ml. A saída para quem não quiser beber a Quilmes é a
conhecida Budweiser. Quanto aos vinhos, ele são tão
populares na Argentina quanto o chope é no Brasil. A
Argentina é uma das maiores produtoras de vinhos do
mundo e tem, a cada ano, aprimorado a qualidade. Os
vinhos da região de Mendoza, centro-oeste do país, são
especialmente bons. Duas boas sugestões: Weinert Cavas,
um cabernet de Mendoza bem encorpado ou Luigi Bosca,
melbec, menos corpo e muito perfume. A maior loja de
vinhos de Buenos Aires é a Savoy (rua Callao, 35). Um
drink característico do país é o clericó (conhecido como
sangria no Brasil), uma espécie de salada de frutas em
jarra, banhada em muito vinho e soda. Todo domingo, o
luxuoso hotel Four Seasons, na Recoleta, realiza um
“champagne brunch”. Numa mansão rococó anexa ao
hotel, chefes poliglotas postam-se por trás de oito estações
(saladas; frios; ostras e frutos do mar; italiana; mexicana;
asiática; argentina; e doces), enquanto a garçonete não
deixa secar sua taça de Chandon. $58 por pessoa. Isso
mesmo: 58 pesos, e não dólares; aproximadamente R$
40,00.

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Como sobremesa, o sorvete (helado) é obrigatório. Boa
parte das sorveterias mantém uma preparação artesanal, à
moda italiana, o que lhe confere um sabor inumano,
divino! As melhores são a FREDDO, a PERSICCO, a
VOLTA e a MUNCHIS. Ir a Buenos Aires e não provar
seus sorvetes é tão grave quanto não comer o bife de
chorizo. Há ainda como opção de sobremesa o alfajor
(também obrigatório), um doce tradicional (aparência de
pão de mel) muito popular na Argentina, que consiste em
dois discos redondos de massa, com uma forma que
lembra a um iô-iô, recheados geralmente com doce de leite
e envolvidos por chocolate branco ou ao leite, ou
merengue. Os mais famosos são os da marca HAVANNA,
cujas filiais espalham-se pela cidade.

Cafés

Buenos Aires tem tradição de cafés e confeitarias. Espaços


de convívio – alguns já foram redutos culturais –, neles se
conspirou contra os poderes instalados, fizeram-se
tertúlias literárias e hoje são locais de simples prática
social. Em alguns é possível ouvir e ver dançar tango, em
outros é mesmo possível dançá-lo. Uns recomendam as
suas próprias iguarias para acompanhar declamações de
poesia, outros vivem apenas do convívio citadino. Uns são
mais cafés do que outros, mas sempre com a mesma
feição: tornar o cidadão mais sociável e menos aglutinado
pela vida agitada.

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Os lindos cafés forrados de lambrís e os restaurantes da
Avenida Libertador, onde está o imperdível Tortoni, e os
cafés das ruas nos fundos da Recoleta (uma pequena
Paris), que não costumam ser freqüentados pelos turistas,
são muito animados. Constantemente cheios, neles, o
clichê é sempre o da pedida de um café cortado (com
pouco ou com muito leite) e uma medialuna (um
croissant). E ficar, se desejar, durante horas, lendo um
jornal ou um livro, vendo o povo passar, como nos cafés
franceses, sem ser incomodado pelos garçons.

Em alguns desses cafés e confeitarias basta-nos entrar para


termos a sensação de que o tempo não passou por aquele
lugar. Provas de que houve outras histórias, outros tempos,
outras emoções. É o caso do Café Tortoni e da Confeitaria
Ideal.

O velho Café Tortoni (Av. de Mayo 829, Centro) foi


fundado em 1858 e é o mais antigo do país, ocupando o
andar térreo de um edifício que é propriedade do Touring
Club Argentino. Entre as suas paredes cobertas de madeira
e junto às suas mesas de roble e mármore verde, sentaram-
se personagens ilustres como Alfonsina Storni, Carlos
Gardel, Frederico Garcia Lorca, Jorge Luís Borges,
Jacinto Benavente, Arturo Rubinstein entre outros;
homens de letras, artistas, parlamentares, transferiram as
suas personalidades para este tradicional café, inseparável
da história da cidade.

A Confeitaria Ideal (Suipacha, 384) é um lugar


igualmente típico, com um sentido vivo de tango e uma
mistura de sabores peculiar. Nela vive-se o espírito das
massas argentinas. A classe média e baixa dispõe de

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poucos recursos e recorre a locais como este para se
divertir. Um café e um passinho de dança parecem ser o
remédio para muitos males. É como estar num filme de
Bertolucci, onde, todas as tardes dança-se o verdadeiro
tango.

Além desses, há outros excelentes cafés e restaurantes


espalhados pela cidade:

Cafés Tradicionais:

La Paz (Av. Corrientes, 1593, Centro) – É um café famoso


por ter sido o centro de reunião dos intelectuais portenhos
na década de 70. Passou por uma remodelação para
adequar-se aos gostos atuais.

Richmond (Florida, 468, Centro) – É um café clássico da


Buenos Aires dos anos 50, decorado com poltronas de
couro, colunas, vidros e espelhos. No subsolo funciona um
salão de jogos.

Petit Colón (Libertad, 505, Centro) – Um lugar formal e


elegante, freqüentado de dia pelos advogados e
funcionários do poder judicial e de noite pelos
espectadores do Teatro Colón.

La Biela (Av. Quintana, 596, Recoleta) – Um lugar


freqüentado por gente abastada, alguns artistas e políticos.
Fica em frente à praça central da Recoleta, com mesinhas
na calçada. Boas bebidas, drinks e doces. Também servem
comidas rápidas.

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Café Victoria (Roberto M. Ortíz, 1865, Recoleta) – É o
concorrente do La Biela, igualmente freqüentado por
políticos e artistas. Tem um estilo formal e mesas ao ar
livre. Serve drinks, café-da-manhã e refeições especiais.

Café de la Paix (Av. Quintana, 595, Recoleta) – Clássico e


elegante, de atmosfera afrancesada, com toldos vermelhos
e mesinhas brancas no boulevard. Servem bons drinks e
doces.

Café Molière (Shopping Buenos Aires Design, Recoleta) –


Moderno e com uma vista agradável, também oferece
comidas rápidas. À noite costumam haver grupos musicais
ao vivo.

Café de la Feria (Pasaje Anselmo Aieta, 1095, San Telmo)


– Localizado em pleno coração de San Telmo, esse velho
casarão oferece um ambiente sedutor e uma boa variedade
de cafés especiais como o Parisino (grand marnier, café,
creme e casca de laranja).

Café Las Violetas (Av. Rivadavia, 3899, Almagro) – Um


lugar emblemático da belle époque portenha, recentemente
reciclado. Com suas janelas e portas de vidros curvos, seus
vitrais franceses e seus pisos de mármore italiano, é o
ambiente ideal para saborear tentadores doces e chás.

Cafés Literarios:

Librería del Nudo (Av. Corrientes, 1553, Centro) –


Combina a venda de livros e CDs com um café
tradicional. A livraria está aberta a partir das 9h30 e o café
funciona de 16h à meia-noite.

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Gandhi (Av. Corrientes, 1451, Centro) – Bar e livraria.
Nos fins de semana há shows musicais. Funciona de
segunda a quinta das 9h às 23h, sextas e sábados das 9h à
1h e domingos das 17h às 23h.

Clásica y Moderna (Av. Callao, 892, Recoleta) – Café e


livraria, onde funciona um piano bar à tarde. Aberto de
segunda a sábado das 7h às 3h.

Oceano (Jorge Luis Borges, 1985, Palermo) – Um café


com uma biblioteca de 3.500 exemplares. É um lugar bem
tranqüilo com música étnica ou instrumental.

Restaurantes:

Lola (Roberto M. Ortiz esquina com Guido, Recoleta; tel.


4802-3023) – De cozinha francesa, é o único
remanescente do tempo em que o bairro era a meca
gastronômica de Buenos Aires.

No Shopping Village Recoleta, a filial da rede La


Caballeriza (Vicente López, 2024; tel. 4806-3262) tem
boas carnes e bons preços.

La Querencia (Junín e Juncal, Recoleta) – Um lugar


ambientado no melhor estilo campestre e que oferece
pratos típicos da cozinha argentina a preços acessíveis.

Cabaña Las Lilas (Alicia Moreau de Justo, 516, Puerto


Madero; tel. 4313-1336) – É o braço argentino do grupo
paulistano Rubayat - com preços mais em conta que no
Brasil.

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La Caballeriza (Alicia Moreau de Justo, 580, Puerto
Madero; tel. 4514-4444) – Tem ambiente rústico e grelha
as carnes à moda uruguaia.

Montoya (Alicia Moreau de Justo, 152, Puerto Madero;


tel. 4315-3531) – Tem pratos leves e uma boa carta de
champanhes nacionais.

Asia de Cuba (Olga Cossenttini, 751, Puerto Madero; tel.


4894-1328) – Serve sushi em ambiente phillippe-
starckiano.

Epicureos (Soldado de La Independencia, 851, La


Imprenta; 4772-8108) – Vinoteca e restaurante com
assessoria permanente de um renomado sommelier local,
Raymundo Ferraris. Há mesas na varanda, pátio coberto e
um cigar room. Rolam noites especiais de degustação.

Grandfather (Jorge Newbery, 1641, La Imprenta; 4777-


5300) – Cozinha variada, de grill a massas. E tem boa
carta de vinhos nacionais, inclusive com reservas
especiais. Nos fins de semana, há shows ao vivo.

Il Gran Caruso (Gorostiaga, 1650, La Imprenta; 4777-


6633) – Reduto de estética nova-iorquina. Boa carta de
vinhos, muitos deles expostos. Ao fim da refeição,
experimente a sambuca com aroma de café.

La Corte (Arévalo, 2977, La Imprenta; 4775-0999) – Os


restaurantes mais modernos da cidade foram desenhados
pelo arquiteto Pablo Ciappori. É o caso do La Corte. Tem
um ambiente amplo, arejado, com mesas para
compartilhar. O forte da casa é a seleção de vinhos, que,

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para a felicidade dos degustadores, são servidos, também,
em taça. A culinária moderna é bem preparada.

La Stampa (Migueletes, 880, 1º-piso, La Imprenta; 4772-


4015 e 4776-2787) – Uma das melhores cantinas da
cidade. Faz parte da associação Ciao Italia, que reconhece
os melhores restaurantes fora da península. Felice e seu
filho Máxi preparam, há 14 anos, as pizzas e massas.
Experimente o cannelloncini de brócolis com ricota. O
cardápio inclui carnes, peixes e frangos. Ponto fraco: a
carta de vinhos.

Central (Costa Rica, 5644, 4776-7374) – Um dos


restaurantes quentes de Palermo Hollywood. Tem aqueles
ambientes modernos dos novai-orquinos: salão amplo, pé-
direito alto, decoração clara, piso de mármore, iluminação
parca, banheiros que não se consegue identificar o
gênero... e, claro, mesas “de refeitório” para dividir com
estranhos, altas. Também há outras, baixinhas, com sofás,
para quem não tem pressa de levantar. Boa música toma
conta do ambiente. A cozinha? Moderna, com técnicas de
todo o mundo. A salada de ervas raras, espinafre e aspargo
é uma boa entrada. Na seqüência, rolinhos de frango
defumado com cogumelo fresco, pêra e brie.

Christophe (Fitz Roy, 1994, Palermo; 4771-1155) –


Pioneiro na cozinha francesa no bairro, lembra um bistrô
parisiense. A começar pelo ambiente, com iluminação
suave durante o dia e velas à noite. Os detalhes são
primorosos - toalhas brancas, grandes taças de vinho e
talheres refinados. Não há cardápio - os pratos são
anotados em uma plaquinha e mudam diariamente. Mas
espere o melhor da culinária francesa: cordeiro, coelho,

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porco, sempre acompanhados de verduras e legumes
orgânicos. Aos sábados e domingos há um brunch com
café, sucos, tortas, iogurtes com frutas e cereais,
panquecas americanas e saladas.

Lele de Troya (Costa Rica, 4901, Palermo; 4832-272) –


Mostra de que a criatividade pode mascarar a
simplicidade. Cada cômodo de uma antiga casa do bairro,
e são vários, foi pintado de cores fortes. Salão amarelo-
ouro, salão vermelho, salão verde-bandeira. O festival é
tamanho que pouco se nota que os sofás são antigas camas
adaptadas. É tudo muito quente, cheio de vasos, de
detalhes: especial. Na cozinha, simples e à vista, são
preparadas receitas de família. O forno é de barro. No
menu, há desde pizzas até pescados rodeados de verduras
assadas. A adega é de boa qualidade.

Olsen (Gorriti, 5870, Palermo; 4776-7677) – Pratos


nórdicos à base de arenque, salmão defumado e presuntos
crus, sandubas originais e degustação de vodcas. O grande
salão de jantar, com mesas pomposas e partes de ferro,
tem uma lareira para as noites frias e abre-se para um belo
jardim nas noites quentes. Aos domingos serve um brunch
que, além dos pratos frios, inclui alguns pratos quentes e
vinhos – inclusive champanhe.

El Sanjuanino (Sánchez de Bustamante 1788, Palermo) –


Um lugar cálido e simples que oferece uma boa mostra da
culinária regional argentina. Destaque para as empanadas,
o locro e os tamales.

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Gourmet (Av. Las Heras 1958, Palermo) – Um lugar
moderno que oferece nada mais que empanadas. São 13
variedades de recheio para satisfazer todos os gostos.

Muy Argentino (Pueyrredón 1474, Palermo) – Este


restaurante é muito mais que uma churrascaria e as
porções aqui são generosas.

El Desnivel (Defensa 855, San Telmo) – Uma churrascaria


bem portenha, com pratos caseiros, abundantes, deliciosos.
O ambiente e os garçons são uma atração aparte. Fica
aberto até as 10 da noite e fecha nas segundas-feiras. Pela
quantidade de gente é muito comum que realizem listas de
espera.

Las Nazarenas (Reconquista 1132, Retiro) – Uma


churrascaria tradicional com grande variedade de carnes.
As porções de parrillada são abundantes e satisfazem
tranqüilamente duas pessoas.

COMPRAS EM BUENOS AIRES

Comprar é uma atividade gratificante em Buenos Aires


para nós, brasileiros. Com o Real valendo mais que o peso
argentino, vale a pena dar vazão aos mais recatados
instintos consumistas. O que costuma ser mais barato em
Buenos Aires que no Brasil: calçados, roupas de grife,
roupas e acessórios de couro, objetos de arte e decoração,
cosméticos, perfumes, CDs, DVDs e alguma coisa de
informática. Mas, em geral, eletrodomésticos e aparelhos
eletrônicos não compensam. Deixe para comprá-los no
Chile, a Miami sul americana. Na alimentação, traga

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vinhos e alfajores (doce típico), as preciosidades
argentinas. Os preços compensam.

A cidade dispõe de ótimas áreas de comércio, como


shoppings e ruas repletas de lojas e dezenas de Feiras de
artesanatos e antiguidades. A rua Florida é o coração do
comércio portenho e o paraíso das compras, ainda mais se
o cliente “chorar” e pedir um desconto do tipo “levo duas,
pago uma”. Eles aceitam. As fábricas de couro e as de
cashmere fazem mega-descontos, o que deixa tudo ainda
mais barato. Uma das mais recomendadas é a fábrica “El
Galpón de Boedo” (rua Colombres, 1354; tel. 4922-1054).

Com relação a objetos de arte e decoração, não se iluda


com as antiguidades da feira de San Telmo. Lá, eles
continuam “enfiando a faca”, mas, dependendo do acordo,
objetos de casa podem sair por um preço razoável.

Shoppings e centros comerciais:

O melhor, para mim, é o El Solar de La Abadia, que


funciona numa antiga fábrica de Belgrano (Arce, 940 –
Tel. 4778-5000). São mais de 100 lojas de todos os tipos.
Diferente do Alto Palermo, especializado em moda. Tem
ainda praça de alimentação e cinemas.

Em segundo lugar, o Alto Palermo Shopping (Av. Santa


Fé, 3200, Palermo – estação Bulnes, linha D do metrô).
Inaugurado em 1990, o Alto Palermo é um dos maiores
shoppings de Buenos Aires. Possui uma boa praça de
alimentação, duas salas de cinema e uma academia. A
moda portenha está bem representada nas mãos de John L.
Cook, Ona Saez, Kosyuko, Ayres, Akiabara, Prototype,

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entre outros. Quase ao lado do shopping, na esquina de
Bulmes e Beruti existe um complexo Cinemark com mais
12 salas.

O Buenos Aires Design (Pueyrredón 2501, Recoleta) é o


primeiro centro comercial latino-americano voltado
exclusivamente para a arquitetura, design e decoração.
Muito legal. Recomendo.

Ruas:

Rua Florida – É a rua de pedestres por excelência de


Buenos Aires, recheada de lojas de todos os tipos.

Av. Santa Fé – Do cruzamento com a Av. Callao em


diante, e a partir do Alto Palermo Shopping, tem uma
grande variedade de lojas de roupa e decoração com
preços menos turísticos.

As avenidas Alvear e Quintana, na Recoleta, são o destino


de compras mais finas e sofisticadas, concentrando
principalmente joalherias e butiques internacionais.

Palermo Viejo – É uma opção de compras alternativa, já


que nesse bairro predominam criações de jovens
designers, tanto em vestuário como em objetos para o lar.
A rua principal é Honduras, e vale a pena conferir de dia
ou de noite, porque ela também está cheia de modernos
barzinhos e restaurantes.

Av. Corrientes Do obelisco até o número 1700 há uma


infinidade de livrarias e cafés literários. Os preços são

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variados mas há lojas especializadas em vender livros
baratos, que podem sair apenas $ 2.

Once – Se a palavra de ordem é economizar, o trecho da


Av. Corrientes que vai de Callao a Pueyrredón tem várias
lojas de roupas, calçados e acessórios com venda no varejo
e no atacado.

Feiras:

Feria de San Telmo (Plaza Dorrego, San Telmo -


Domingos, das 10h às 18h.) É a mais famosa feira de
antiguidades da cidade, que reúne desde simples bijuterias
e roupas de época até gramofones, relógios e telefones
antigos. Geralmente há artistas de rua fazendo alguma
apresentação ou dançando tango. Ao redor da feira há
mais lojas de antiguidades e alguns bons cafés.

Parque Rivadavia (Rivadavia, 4800, Caballito -


Domingos, das 9h às 19h). Um pouco mais afastado do
centro, porém vale a pena uma visita se houver interesse
em uma feira mais cultural, que vende livros, revistas e
discos novos e usados.

Caminito (Lamadrid e Magallanes, La Boca -


Diariamente, das 10h às 18h). Quando passar pelo
Caminito, aproveite para dar uma olhada nas pinturas dos
artistas que aí as expõem, retratando o cotidiano do bairro.
Se gostar de alguma, pode ser uma ótima lembrança da
cidade. Também é possível encontrar aqui produtos
regionais típicos da Argentina.

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Plaza Francia (Recoleta - Sábados, domingos e feriados
das 11h às 18h). Peças em prata, cerâmica, couro e
artesanatos. Bastante freqüentada por turistas.

Plaza Manuel Belgrano (Juramento e Cuba, Belgrano -


Sábados e domingos das 10h às 20h). Uma feira mais
direcionada às artes plásticas, com exposições de jovens
artistas locais. À tarde há shows para crianças.

CULTURA EM BUENOS AIRES

A vida cultural da capital portenha satisfaz até os mais


exigentes. São mais de 25 museus, sejam de história, arte
ou cultura popular espalhados por toda a cidade. Tem
desde os tradicionais, encontrados em todas as capitais do
mundo, como o de Belas Artes e o de Arte Moderna, até
um museu dedicado a Eva Perón, a Evita. Visitar todos é
impossível, mas com boas indicações, você descobre quais
os que têm exposições permanentes mais interessantes ou
mostras temporárias das mais curiosas.

Todo brasileiro deve ir ao Museu de Arte Latino-


Americana de Buenos Aires (Malba) (Av. Figueroa
Alcorta, 3415, Recoleta). Inaugurado no ano 2000 com
base no acervo particular do colecionador argentino
Eduardo Constantini, são mais de 222 peças que formam a
mais completa visão da arte do século 20 na América
Latina. Os brasileiros estão em peso no Malba: Tarsila
com “Abapuru”, Lygia Clark, Hélio Oiticica, Antônio
Dias, Wanda Pimentel e Nelson Leirner, entre outros. Há
ainda quadros pintados pela mexicana Frida Kahlo,
inclusive seu auto-retrato, com um macaco e um papagaio

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nos ombros, um de seus mais famosos trabalhos, de 1942.
O Malba oferece também oficinas e eventos de literatura,
cinema e cursos de extensão cultural, além de ter um
auditório para 270 pessoas, um restaurante anexo e uma
loja com reproduções e objetos de arte.

Outro importante museu é o Museu Nacional de Belas


Artes (Av. Del Libertador 1473, Recoleta), um dos mais
importante da Argentina, que conta com variadas obras de
artistas nacionais e internacionais, como Rodin, Monet,
Renoir, El Greco e Goya, além de realizar exposições
temporárias. Pode ser visitado de terça a domingo das
12h30 às 19h30. Há visitas guiadas às 16h, 17h e 18h. E a
entrada é franca.

Há ainda o Museu Nacional de Arte Decorativa (Av. del


Libertador 1902, Palermo), que possui coleções de
móveis, esculturas, tapetes, porcelana e cristal. É possível
realizar visitas guiadas pelo museu e assistir conferências
sobre arquitetura. Funciona de terça a domingo, das 14h às
19h. A entrada é grátis nas terças-feiras.

Além do magnífico Teatro Colón, há cerca de outros 60


teatros em Buenos Aires. A maioria deles encontra-se na
Av. Corrientes, centro da atividade teatral portenha. As
peças vão desde musicais, passando por textos populares e
comédias, até adaptações de grandes obras internacionais.
O Teatro Municipal San Martín (Av. Corrientes, 1530) é
um dos mais importantes e tem preços acessíveis. Outro
destaque é o complexo teatral Paseo la Plaza (Av.
Corrientes, 1660), muito recomendado a qualquer hora do
dia ou da noite.

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Outros pontos culturais interessantes são o Centro Cultural
Recoleta (Junín 1930, Recoleta), onde acontecem todos os
tipos de shows, palestras e exposições sobre movimentos
de vanguarda. E a Biblioteca Nacional (Agüero 2502,
Recoleta), a maior do país, que funciona num edifício de
estilo racionalista, perto do monumento à Evita, e que tem
em seu acervo mais de 1.800.000 títulos.

Vale a pena lembrar também há mais livrarias em Buenos


Aires que no Brasil inteiro. Uma das melhores e mais
tradicionais é a El Ateneo, com quatro andares de livros,
que funciona num prédio belíssimo, onde antes era um
teatro. Fica na rua Florida, 340.

TANGO EM BUENOS AIRES

É praticamente impossível passar por Buenos Aires sem


entrar em contato com o tango. E não estou me referindo a
rua Florida, por exemplo, onde é certo esbarrar em um
casal dançando apaixonadamente, ou ao bairro portuário
da Boca ou San Telmo, onde ocorrem apresentações
constantes em via pública. Refiro-me às turísticas
apresentações de tango, tão famosas entre os turistas e
parte quase obrigatória dos pacotes de agências de viagem.

As principais tanguerias de Buenos Aires oferecem aos


turistas espetáculos de tango com muita pompa e glamour.
São lugares de alto nível e de preços afins. Em muitas
casas é possível jantar antes do show ou desfrutá-lo com
alguma bebida. Os espetáculos s\'e3o uma sucessão de
vários números artísticos, incluindo grupos instrumentais,
cantores e casais de dançarinos.

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Há uma infinidade de casas de shows na cidade. E os
estilos variam bastante. A maior, e mais cara, é a Senõr
Tango. Lá é possível encontrar turistas do Japão, Estados
Unidos, Alemanha, Brasil etc. O proprietário da casa,
Fernando Solera, muito simpático, faz questão de
cumprimentar os visitantes e cantar trechos de músicas em
todas as línguas, com direito até a piadinhas entre as
apresentações. São apresentadas quase todas as músicas
mais manjadas do público, como “La Cumparsita” e “Por
una cabeza”, tema do filme Perfume de Mulher. E também
há espaço para apresentações do que eles chamam de
tango moderno, com dançarinos jovens, muita fumaça e
sons e roupas de gosto duvidoso. Um “Crazy Horse”
menos exibicionista.

Menos badalado e mais acanhado, porém mais tradicional,


o El Viejo Almacén, em San Telmo, permite que o público
fique mais próximo do palco e acompanhe de perto os
movimentos da dança. Lá, o clima do local é muito mais
romântico e menos hollywoodiano que o Senõr Tango.
Existe uma terceira casa, chamada La Ventana, que, além
do tango, traz show de danças típicas argentinas. Reze,
porém, para pegar um lugar próximo ao palco, pois
algumas mesas ficam bem distantes; o torcicolo é quase
certo. Eu gostei muito, e recomendo, a Esquina Homero
Manzi, uma das mais tradicionais – e baratas – tanguerias
de Buenos Aires, muito recomendada pelos argentinos.
Ela fica na esquina das ruas San Juan e Boedo (a estação
Boedo do metrô, Linha E, deixa você literalmente na
porta). O espetáculo, com direito a jantar (que inclui
entrada, prato principal, sobremesa e bebidas) sai por $180
por pessoa. Mas há menus mais caros, se você desejar.

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Ir a Buenos Aires e não conhecer uma casa de tango é
como ir a Paris e não visitar seus cafés. O tango é a
música, dança e ritmo mais representativo de Buenos
Aires. Surgido no final do século passado, contribuiu para
o surgimento de algumas das maiores legendas da cultura
portenha, como Carlos Gardel, por exemplo. É quase uma
heresia visitar Buenos Aires e não conhecer uma de suas
inúmeras Casas de Tango. Se o jantar com show de tango
lhe parecer muito caro, pergunte quanto custa somente o
show. Come antes, num lugar mais barato e vá apenas para
ver o espetáculo.

Além das casas de tango, default para turistas, recomendo


visitar uma Milonga, um tipo de tangueria, com bailes
menos luxuosos e mais animados, freqüentados pelos
típicos portenhos. São lugares seguros e tranqüilos, onde é
possível fazer uma refeição leve vendo os casais dançar e,
inclusive, ter aulas de tango. Esses bailes não visam o
turismo mas podem terminar sendo uma experiência única.

Quem realmente deseja conhecer Buenos Aires não pode


deixar de passar uma noite bem portenha ao ritmo de uns
bons tangos e milongas. A maior oferta de tanguerias está
em San Telmo, embora também possa encontrar algumas
em La Boca, Recoleta e Puerto Madero.

Para um espetáculo com muitos dançarinos, reserve no


Viejo Almacén (Independencia esquina com Balcarce, San
Telmo; tel. 4307-6689). Para se sentir num lugar chique,
vá ao El Querandí (Peru esquina com Moreno, Montserrat;
tel. 5199-1770). Para ver tango de muito perto, prefira o
pequenino Bar Sur (Balcarce esquina com Estados Unidos,
San Telmo; tel. 4362-6086). Para gastar pouco, pegue um

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dos shows do Café Tortoni (av. de Mayo, 825; tel. 5411-
4342). Para ver gente (quase) como você dançando tango,
vá a uma milonga. A La Viruta reúne jovens (Armenia,
1366, Palermo Viejo; tel. 4774-6357); e o Nuevo Salón La
Argentina (Bartolomé Mitre, 1759; tel. 4371-6767), reúne
velhinhos que dançam ao som de uma orquestra ao vivo
aos sábados. Segue abaixo uma lista completa de
tanguerias e milongas, se ainda houver alguma dúvida. E,
lembre-se: sempre ligue antes e faça sua reserva, pois o
risco de encontrar as casas lotadas na hora é grande.

Se você vai à Buenos Aires entre Maio e Agosto de 2006,


saiba que está acontecendo na cidade um campeonato de
dançarinos de tango. Mais informações em
http://www.tangodata.com.ar/

Tanguerias

Esquina Homero Manzi (na esquina das ruas San Juan e


Boedo, estação Boedo do metrô, Linha E; tel. 4957-8488)
– Uma das mais tradicionais – e baratas – tanguerias de
Buenos Aires, muito recomendada pelos argentinos. O
espetáculo, com direito a jantar (que inclui entrada, prato
principal, sobremesa e bebidas) sai por $180 por pessoa.
Mas há menus mais caros, se você desejar.

Señor Tango (Av. Vieytes 1655, Barracas) –Todos os dias


há espetáculos. O jantar começa às 20h e o show às 22h.
Pode-se optar por assistir o show tomando champagne,
jantando ou ainda em sala VIP. Como a casa é muito
freqüentada é preciso fazer reserva (tel: 4303-0231/4).

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Michelangelo (Balcarce 433, San Telmo; tel. 4342-7007)
– Localizado num belíssimo edifício do século XIX,
oferece jantar e show de tango, com pratos elaborados
pelo chef Francis Mallmann. De segunda a quinta, o jantar
é às 20h30 e o show às 22h. Nas sextas e sábados o jantar
é servido às 21h30 e o show começa às 23h30.

El Viejo Almacén (Av. Independencia e Balcarce, San


Telmo; tel. 4307-6689 / 6919 / 7388) – É uma das
tanguerias mais tradicionais de Buenos Aires. Todos os
dias se realiza um jantar às 20h, com carnes argentinas e
comida internacional a la carte. O espetáculo começa às
22h e dura quase duas horas.

Café Tortoni (Av. De Mayo 829, Centro; tel. 4342-4328) –


O lugar portenho por excelência. Durante a primeira
metade do século XX foi refúgio de toda a intelectualidade
e boemia da cidade. Grandes personalidades argentinas e
estrangeiras visitaram seu salão. O Tortoni oferece muitos
espetáculos de tango e jazz nas sextas, sábados e
domingos a partir das 21h.

Esquina Carlos Gardel (Carlos Gardel 3200, Abasto; tel.


4867-6363) – É uma das tanguerias mais recentes de
Buenos Aires, porém localizada no tradicional bairro onde
Gardel se criou. O espetáculo é de excelente nível e dura
1h20.

Sabor a Tango (J. D. Perón 2535, Centro; tel. 4953-8700)


– Um verdadeiro palácio reaberto há poucos anos, que é
hoje mais um templo do tango em Buenos Aires. O jantar-
show é de excelente nível.

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Bar Sur (Estados Unidos 299, San Telmo; tel. 4362-6086)
– A proposta aqui são shows de tango não turísticos, que
mostrem uma imagem real da cultura portenha. O
ambiente é descontraído e o público pode pedir canções,
dançar e cantar com os artistas. Todos os dias dão
espetáculos sem parar de 20h a 4h.

El Querandí (Perú 302, Congreso; tel. 5199-1770) –


Restaurante tradicional dos anos trinta, declarado
monumento histórico. Ótima comida a la carte, que pode
ser acompanhada por um excelente show de tango. O
jantar é servido às 20h30 e o show começa às 22h15.

Casablanca (Balcarce 668, San Telmo; tel. 4331-4621) –


Show de tango e folclore argentino de ótimo nível para
turistas. Tem estacionamento privativo e gratuito. Os
espetáculos são de segunda a sexta às 22h e aos sábados às
21h e às 23h.

La Veda (Florida 1- Subsolo, Centro) – Oferecem jantar


com show de tango de primeiro nível. Embora a
especialidade do restaurante seja carne na brasa, pode-se
escolher outros pratos. Os espetáculos se realizam de terça
a sábado. O jantar é às 21h e o show começa às 22h30.

A Media Luz (Chile 316, San Telmo) – Espetáculos de


piano bar, tangos, baile e show. De segunda a sábado a
partir das 22h30.

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Milongas

La Viruta Tango (Fray J. S. M. de Oro 1872, Palermo; tel.


4774-6357) – É um dos lugares que estão na moda entre
os jovens seguidores do tango. Oferece um cardápio para
jantar nos dias de baile e, às vezes, há shows sem custo
adicional no preço da entrada. Os dias de baile são quartas
e sábados das 22h30 às 4h. As aulas de dança são nas
quartas, das 20h30 às 22h30, e nos sábados, das 21h30 às
23h30.

Parakultural Tangosalón (Perú 571, Monserrat) –


Funciona no Teatro Arlequines e pertence ao
“underground” tangueiro. Geralmente há shows, grupos,
orquestras e dançarinos. Os bailes são nas quartas e
domingos, das 23h às 4h. As aulas de dança, nas quartas,
das 20h30 às 23h, e nos domingos, das 20h às 23h.

C.C. Torquato Tasso (Defensa 1575, San Telmo) – É um


dos lugares mais freqüentados por jovens na faixa dos 25 a
35 anos e também por turistas. Tem uma ampla pista de
dança e bom sistema de som. Geralmente há shows ao
vivo e também dá para jantar ou tomar um drink. Os bailes
são nas sextas e domingos, das 23h ás 4h. As aulas de
tango são dadas nas sexta, das 20h30 ás 23h e nos
domingos, das 19h às 23h.

Re-Fa-Si (Humberto Primo 1783, San Telmo) – Um lugar


com grande atividade, freqüentado por jovens tangueiros.
Pode-se jantar e dançar a preços baixos. Os bailes são nas
quinta às 21h, nas sextas e sábados às 23h e nos domingos
às 21h30. As aulas são dadas nas quintas às 19h, sextas e
sábados às 21h e nos domingos às 19h.

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Shorthorn Hall (Guido 1965, Recoleta) – Um lugar
tradicional e refinado de Buenos Aires, freqüentado
majoritariamente por pessoas de idade. Os bailes são nas
quartas, das 19h à 1h, e nas sextas, das 22h às 3h. As aulas
são nas terças às 19h, nas sextas das 17h às 19h e das 19h
às 21h.

Confitería Ideal (Suipacha 384, Centro) – Este café, criado


a princípios do século XX, é um clássico da cidade. O
público em geral é de pessoas de idade. Em seu salão se
realizam bailes nas segundas, quartas e sextas, das 15h às
22h. Nos sábados se realiza a Milonga Ideal, das 23h ás
4h, e nos domingos está o Tango Club 21, com orquestra
das 18h às 24h. Pode-se tomar aulas nas segundas, quartas
e quintas, das 12h às 15h.

Volver (Av. Corrientes 837, Centro) – Localizado a


metros do Obelisco. Tem pista de madeira lustrada,
proporcionando um toque de luxo para os dançarinos. Os
bailes são nas sextas às 22h30, nos sábados às 23h30 e nos
domingos às 20h.

Palacio de Gobierno de la Ciudad de Buenos Aires


(Bolívar 191, Centro) – Entre as atividades culturais que a
prefeitura organiza, figuram bailes e aulas de tango com
entrada franca. Domingos às 18h no Salón Dorado.

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BUENOS AIRES EM 3 DIAS

1º Dia: Explore o Centro e o Retiro. Comece pela Praça


San Martín, depois entre na Rua Florida e vá em direção
ao centro, onde você encontrará as Galerias Pacífico, e a
suntuosa Livraria Ateneo. Volte pela Corrientes e suba em
direção à 9 de Julho. Você vai dar de cara com o Obelisco.
Vire à direita e dê um pulinho no Teatro Colón. Volte em
direção ao Obelisco e vire à esquerda na Avenida de
Mayo. No número 826 fica o Café Tortoni, onde você
pode pedir uma merengada, uma espécie de sorvete que é
a especialidade da casa para segurar a fome até o almoço.
Continuando na Av. de Mayo, chega-se à Praça de Mayo,
onde fica a Casa Rosada, sede do governo, o Cabildo,
palco da revolução de maio de 1810, e a Pirâmide de
Mayo. Contornando a praça, chega-se à Costaneira Sur.
Pare para almoçar ali, em Puerto Madero. Passe a tarde na
Recoleta se for sábado (ande por suas ruas, veja o Centro
Cultural, a feirinha da Plaza Francia, o Cemitério,
deixando por último a Floralis Genérica), ou em San
Telmo se for domingo (para ver a feira de antiguidades e
as apresentações de tango na rua). À noite, vá a um show
de tango.

2º Dia: Comece pelo bairro La Boca. Depois, vá para


Palermo para conhecer o bairro que ficou imortalizado
pelo escritor Jorge Luis Borges. Palermo está dividido em
três partes. Conheça duas delas: o lado Chico e o Viejo.
Palermo Chico é o pequeno setor de grandes mansões do
século 19. Palermo Viejo, é o local de agito do bairro. Na
hora do almoço, caminhe pela Migueletes em direção à
Jorge Newberry e almoce no La Cuadra (Jorge Newberry,
1651), um estábulo transformado em restaurante, que,

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segundo o dono, chegou a guardar o cavalo de Gardel.
Depois visite o Malba. Passe a tarde na Recoleta se for
sábado (veja o Centro Cultural, a feirinha da Plaza
Francia, o Cemitério, deixando por último a Floralis
Genérica), ou em San Telmo se for domingo (para ver a
feira de antiguidades e as apresentações de tango na rua).
À noite, vá jantar em Las Cañitas, na rua Baez.

3º Dia: Comece pela terceira, e maior, parte de Palermo:


os Bosques de Palermo, composto pelo zoológico, pelo
hipódromo e pelo Parque 3 de Febrero – o principal é o
jardim Japonês e o Rosedal. Passe a tarde na Recoleta se
for sábado (veja o Centro Cultural, a feirinha da Plaza
Francia, o Cemitério, deixando por último a Floralis
Genérica), ou em San Telmo se for domingo (para ver a
feira de antiguidades e as apresentações de tango na rua).
À noite, vá a uma Milonga.

Uma boa saída também, para qualquer dia, são as visitas


guiadas gratuitas promovidas pela prefeitura da cidade.
Informe-se sobre elas nos centros de informações
turísticas espalhados pela cidade (nos Aeroportos Ezeiza e
Jorge Newbery, na rua Florida, em Puerto Madero, na
Recoleta, no Retiro e em San Telmo; tel. 4313-0187).

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