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F ASCÍCU LO 5 / I lum inaç ão Eficien te Laerte Gomes, engenheiro pós-

graduado, com especializações na


Áustria e na Alemanha. Gerente da
Embraluz Sistemas de Iluminação,
laerte@embraluz.com.br

Capítulo II
Levantamento preliminar e cuidados a
serem tomados em um projeto

O primeiro passo de um projeto consiste no levantamento das desses usuários de que estão ficando com a pele bronzeada ou
características do local, desde os aspectos físicos até as características mesmo de que está muito “claro”, quando na realidade o alto
das pessoas que trabalham ou trabalharão no local. IRC (chega a 95% para novas lâmpadas fluorescente, próximo
A seguir veremos a busca destes aspectos: ao do sol que reproduz 100%) permite uma reprodução da cor
• Levantamento de pontos básicos, tais como comprimento, mais próxima à realidade, ou seja, quando exposto à luz natural.
largura, pé-direito, bem como verificar altura de suspensão das Quanto a ficar mais “claro”, muitas vezes o iluminamento do
luminárias, altura de divisórias e altura do plano de trabalho. Esta ambiente está em um patamar inferior ao exigido pela norma
última apesar de definida na norma “Iluminância de Interiores” – (em função de depreciação dos equipamentos e luminárias) e as
NBR 5413 – devemos atentar a necessidades específicas, tais como pessoas se “acostumam” a realizar suas ações nestas condições.
plano de monitoramento de máquinas, iluminação clínica, dentre Quando é realizada a eficientização, o correto é que se aproveite
outras. para adequar o nível de iluminamento da Norma, com isso,
• As cores da parede, teto e piso, se possível levantamento do lay- muitas vezes as pessoas acham que estão expostas a um nível
out de móveis, máquinas dentre outros. de iluminamento excessivo. Para se ter uma idéia, a luz solar da
• Levantamento das atividades do local. qual sofremos ação, é dezenas de vezes superior ao iluminamento
• Tempo de funcionamento mensal do ambiente. médio necessário em um escritório – 500 lux. Em se tratando de
• Verificação do nível de iluminamento existente. uso normal, lâmpadas fluorescentes não causam danos à saúde.
• Tipo de fixação da luminária (sobrepor, embutir ou pendente).
• Verificar se existe acoplamentos para as luminárias que interfiram Duas ações proativas são
na realização de um conjunto ótico, tais como insuflamento e aplicáveis ao exposto, sendo
retorno de ar condicionado.
• Levantamento quantitativo de luminárias e tipo de luminárias • Participar aos usuários, por meio de informação e treinamentos
existentes bem como identificar a tecnologia de lâmpada e reator com relação aos resultados conseqüentes da eficientização. Neste,
utilizados. Partindo deste levantamento, chegamos ao total de além de apresentar os conceitos acima, seria importante introduzir
carga instalada. a cultura do uso racional da energia.
• Outro ponto importante seria a realização de um “case” no local
Alguns cuidados que devem ser observados reproduzindo as condições estabelecidas no projeto, em que o
cliente pode optar, por exemplo, por uma alteração na temperatura
Saindo um pouco da eficientização no aspecto Watts, de cor da lâmpada (3000 K/4000K/5000K para novas lâmpadas
devemos nos atentar a um ponto importante e pouco observado fluorescentes). A temperatura de cor é a grandeza que expressa
nestes processos, mais especificamente o impacto que a mudança a aparência de cor da luz, temperatura de cor menor proporciona
pode causar nos usuários, no que diz respeito à sensação que ao ambiente uma aparência mais quente enquanto que uma
o pacote de luz do novo sistema poderá causar. Não podemos temperatura de cor maior representa uma aparência mais fria.
esquecer que várias obras em condição de serem eficientizadas, Por se tratar de sensação, que difere de pessoa para pessoa, não
são equipadas por conjuntos de lâmpadas com baixo IRC (índice é possível adotar e formatar um padrão de temperatura de cor,
de reprodução de cores na faixa de 60%) e temperatura de cor mas sabe-se que nas regiões mais quentes os usuários preferem
maior que 5000 K. Alguns profissionais após trabalharem 10, uma temperatura de cor mais fria, em contrapartida, nas regiões
15 anos ou mais, sobre o efeito de sistemas de iluminação com mais frias prefere-se adotar temperatura de cor mais quente.
pacote de luz inferior, podem apresentar impressão equivocada Muitas vezes utiliza-se 4000K justamente por ser uma temperatura
do resultado final do projeto. Existem mitos levantados por alguns intermediária.

O SETOR ELÉTRICO
34 Agosto 2006
I l u m i n a ç ã o E f i c ie n t e
Características do aparelho a ser utilizado no projeto curva de distribuição luminosa, curva de ofuscamento (diagrama
de Söllner) e o arquivo para utilização em programa de cálculo
Além das características de lâmpadas e reatores apresentadas luminotécnico.
anteriormente, devemos nos atentar às características das
luminárias, pois é importante que o fabricante conheça e siga como Rendimento da Luminária
referência os preceitos apresentados na IEC-NBR60598. Apesar de É a relação entre o fluxo luminoso emitido por uma luminária,
ainda não ser compulsória, o fabricante que tem a preocupação de medido sob condições práticas especificadas, e a soma dos fluxos
aplicá-la, certamente está mais qualificado a fornecer um produto luminosos individuais das lâmpadas operando fora das luminárias
de melhor qualidade. Alguns pontos importantes: em condições também específicas, em suma a lâmpada tem 100%
de rendimento, ao ser aplicada a luminária, existirá uma perda,
Chapa de aço aplicado ao corpo quanto menor esta perda, maior será o rendimento da luminária.
• Quando aplicada a chapa de aço, deve ser tratada para evitar
a oxidação, independentemente se a pintura for líquida, a pó ou Curva de Distribuição Luminosa
tenha uma camada de prime em sua superfície, a proteção pode É a representação da Intensidade Luminosa em todos os ângulos
ser por galvanização ou fosfatização, e o fabricante deve indicar a em que ela é direcionada num plano. Esta curva indica se a lâmpada
garantia deste tratamento. ou luminária têm uma distribuição de luz concentrada, difusa,
simétrica, assimétrica etc. Deverá ser apresentada, no mínimo, em
Alumínio aplicado ao refletor dois planos, longitudinal e transversal. É muito importante que
• O ideal é que se trabalhe com alumínio anodizado brilhante de observemos o conjunto rendimento x distribuição, por exemplo,
alta pureza (importado), que no mínimo respeite uma reflexão total podemos ter uma luminária com 90% de rendimento, mas parte
de 86%, pureza de 99,85% e espessura de 0,3mm. A anodização, deste rendimento está situada em uma área que não nos interessa,
além de permitir à superfície uma reflexão especular, protege por exemplo, 30% de iluminação indireta e um teto de cor cinza
contra oxidação. escuro não serão muito úteis. A figura ao lado representa a Curva
• Existe uma opção no mercado de se trabalhar com alumínio de Intensidade Luminosa
laminado sem anodização (nacional), neste caso é importante
salientar que, no início do uso, o alumínio importado chega a ter um
105°
rendimento 20% superior ao nacional e, depois de algum tempo 105°

de uso, esta diferença aumenta em função do alumínio nacional


90° 90°
não possuir proteção contra oxidação que permita o mesmo nível
de reflexão especular do alumínio importado. 75° 75°

Porta-lâmpadas 60°
80
60°

• Ideal que o corpo seja de policarbonato com trava de segurança,


120
antivibratório, contatos de bronze fosforoso e sistema de dissipação
térmica entre a base da lâmpada e o corpo do porta-lâmpadas. 45°
160
45°

• Possuir passagem adequada para a fiação, de forma a permitir a


correta instalação dos equipamentos, como também que o fio não 200

se descasque.
• Possuir solução adequada para o aterramento da rede elétrica.
cd/klm
30° = 76% 30°
• Facilidade para instalação e manutenção
15° 0° 15°
• Os parafusos auto-atarraxantes C0-C180 C90-C270

• Uso adequado de parafusos e rebites Curva de Intensidade Luminosa


• Boa resistência mecânica.
• Boa dissipação de calor. Curva de ofuscamento (diagrama de Söllner)
Trata-se de uma curva que permite realizar uma avaliação do
Características do pacote de luz das luminárias controle de ofuscamento da luminária nos planos longitudinal e
transversal. O gráfico enquadra o comportamento da luminária
Para podermos realizar simulações e definir qual o melhor ótico a na área de ofuscamento mais crítica que se dá entre 45º e 85º, ou
ser utilizado em um projeto é necessário que o fabricante informe seja, nesta faixa é extraída uma relação entre a área luminosa da
as características luminotécnicas da luminária, realizado em um luminária e a intensidade luminosa gerada neste mesmo ponto,
laboratório de fotometria, sendo, as principais: rendimento, o resultado é expresso em cd/m². A figura abaixo representa o
Diagrama de Söllner.
O SETOR ELÉTRICO
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F ASCÍCU LO 5 / I lum inaç ão Eficien te
Arquivo para utilização em programa de cálculo luminotécnico

45º A fim de facilitar simulações e encontrar a melhor solução em um


85º
projeto, necessitamos utilizar um programa de cálculo luminotécnico.
Área de Alguns programas são comercializados, outros são distribuídos
ofuscamento
1,20 mts
gratuitamente através da Internet, mas ambos têm um ponto em
comum, necessitam de um arquivo que contenha as informações do
comportamento da luminária para poder realizar a simulação. Este
arquivo deve ser fornecido pelo fabricante da luminária, sendo que no
Área de ofuscamento Brasil, normalmente os fabricantes fornecem o arquivo no padrão IES
(IESNA - Illuminating Engineering Society of North America).
Classe Avaliação de ofuscamento para pacote luminoso nominal em lx
A A 1000 750 500 -- 300
1 B 2000 1500 1000 750 500 300 Estudo de caso 1 – Fábrica
2 D 2000 1000 500 300
3 E 2000 1000 500 300 Fábrica M. Mascarenhas (tecelagem) - 141 pçs
Luminária Existente
85° 8 • Lâmpada fluorescente tubular T10
6
Curva de densidade

75°
4 C0-C180 • 4x40W - reator eletromagnético (perda total 240W)
C90-C270

Fluxo luminoso
• Refletor na cor branca
65° 2
3600 lm • Sem aletas
55° • Nível de iluminamento médio de 300 geral e 1000 lux no tear
a
hs
• Temperatura de cor 5250K
45°
0,1 0,2 0,3 0,5 0,7 1 2 4 6 10 20 30 L (k cd/m²) • IRC 70 a 79
Diagrama de Söllner • Rendimento de 56%
• Refletor em chapa, pintura branca depreciada

O SETOR ELÉTRICO
36 Agosto 2006
135° 135°

150
125
120° 100 120°

75
105° 50 105°

90° 90°

75° 75°

60° 60°

Curva de intensidade
45° cd/klm 45°

30° 15° 0° 15° 30° Luminosa


C0-C180 C90-C270

Luminária nova
• Lâmpada fluorescente tubular T5
• 1x54W - reator eletrônico (perda total 59W)
• Refletor alumínio anodizado brilhante de alta pureza (importado)
• Sem aletas
• Nível de iluminamento médio de 300 lux geral e localizado
de 1000 lux no tear
• Temperatura de cor 4000K
• Rendimento de 82%
• IRC 85

105° 105°

90° 90°

75° 75°

60° 60°

200
45° 45°

300

Curva de Intensidade
cd/klm
30°

15° 0° 15°
30°
Luminosa
C0-C180 C90-C270

O SETOR ELÉTRICO O SETOR ELÉTRICO


Agosto 2006 37 Agosto 2006 37
F ASCÍCU LO 5 / I lum inaç ão Eficien te

Objetivo
Realizar um retrofitting da instalação substituindo as luminárias existentes por novas, de modo a:
• Melhorar a qualidade do pacote de luz
• Diminuir o consumo de energia
• Não perder o iluminamento atual

Luminária Existente Luminária Proposta

141pçs x 240W = 33,84KW


332pçs x 59W = 19.59KW
Custo R$0,00
Custo R$41.600,00
(sem considerar manutenção)

Funcionamento 24h/dia
(720 h/mês)
Custo KW/H R$0,15

Durabilidade 8.000h hs Durabilidade000 - 20.000 h


Custo mensal R$ 3.657,72 Custo mensal R$ 2.115,50

Diferença de custo R$ 1.542,22


Retorno investimento previsto 26 meses

Troca de Lâmpada 8000 h


(11meses) custo R$ 6.768,00
(22 meses) custo R$ 6.768,00

Retorno investimento previsto 18 meses

Os valores apresentados devem ser considerados como referências, visto que estão desatualizados.
Para a próxima edição estudaremos outros casos em que o conjunto utilizado é aproveitado na eficientização

Continua na próxima edição

O SETOR ELÉTRICO
38 Agosto 2006

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