Vous êtes sur la page 1sur 79
serids por cio, chamados de atone, qu so quai dos coma pars pelo narrator (27) Por otal se uiermos fazer uma sats erica social implies em El Bus, devero bservar que dis aspevosdominangs ms pesonagns pads dante ‘Nice, Plo pmo, ties prdominant as person ens dere larber, avare, corpo, apes es Homa, lsicadore nserapulosos oo ganancosos. Plo Sando, apace como falon, mentions ou ipsa Os tipos mais frequentemente criticados por Quevedo sio ox adniniuadoss cane. em todos 0 nl 6 cae o a ese, pasando pics gars circereirs eas = jusga, tue cles comupts, Ume noviads € ‘quovedana aos seudnntleti: abit, mesies de Sarina, posts ormaturgos Em ima fst, para Quevedo, fra arsoraia o mango se divide emo qe fingem sor Scenes sem 3° for or que vive 9 margom de toda Tos que #80 nat ‘aimente mau, Ifo 6, or jun © mourscos, Palos €4 tse dete cas catego, na medida em que, peer endo ama, pasta da prinira para a sega. ASS Sado, oh prsonagem decent mE! Barcn fora {conta O sto & um sobmndo que no ores sad ‘esss manera, como jl disses, Quevedo jutou 2 cavicaura picresc. com iso aceou em cel ro sc opto de otro feuo a imiagto dat lasts tas Tine pla chamadas bs, especialmente quo as So. toga aniburgtsa bases 8 “hons Emibora posse Uh Aud expato erco ele nio pia denuncat a inasgn Soil fundamen em que se aplava a dexguldade sem Contrarian sun propria classe, qu se baeave els. Mas, tmbora sia Senne dev, asim, fear apenas ns stim, fem aingr a casas, autor espelha cm Seu romance 8 ‘Stuoga dominant astinilads plo povo, Ese sbe que "sc ns Expanhe dvser amor fandamentimene ~ e talver tenet parecer O al agua" que ata Polos desde o berso, ange toda sociedad. A procura da eparén- (Senecessria para subir, o pfaro renega suas orgens¢ parte aera crt, qual um unverso defies alias & ree- Fidade hisrica parece dominar. Assim, talvez sem querer, {Quevedo nos permite ler uma dendncia maior que aquels Srstondide pela propria obra. Nesse sentido, cabera pensar este Quevedo, de acordo com ateoria de ksi Cordero, ‘Poodur na figura de dom Diego Coronel alguém rico 0 bas- ante para compar as aparencias necessrias a “esquecimen- to” de sua orgens,o romance estaria yotado para 0 se pra de condener burlesamente uma sociedad na qual subir Frere questto subotdinada apenas ao poder econdmico, ‘Com El Buscin 0 romance picareso clissico atinge 0 scu climax. As obras posterores éspanholas imiariam, sem ‘iperd-las, as és narratives em que o prcaro conta, de wes petspectivas diferentes, sua ant-herdica histria de marginal {gue quer subir a qualquer prego ROMANCE PICARESCO: CONCEITO E EXTENSAO. © problema da definigaio A primeira questo a ser debatida 20 se falar em “roman- ee piaresco"é, sem dvida, a da definigso do gener" o, por ‘conseguinie, da extensio que a ele deva ser atrbutda ‘Agravasse 0 problema quando a abordagem € realizada ‘no contexto brasileiro ena lingua portuguesa, gragas 20 fat0 4 0 gener ser alheio 8 tradiglo luso-brasilcira © 0 signi ficado que, em portugués, o temo “picaresco" possi numa Drimeira acepgao. Assim, © Novo Aurélio® registra como s- nnimos de piaresco “butiesco, cOmico, rifeulo”e iustra (© uso com uma citagdo de Afonso Arinos: "dava grandes Fisadas ouvindo de uma dame bisbilhotcirs anedotas © aven- tras picarescas de cetasenhore, de quem jfse lava a boca ‘pequcna”. Evidentement, af, 0 uso de “picaresco” nada tem ‘que ver com 0 que o temo evoca quando Usado em relagio ao gener literdro tradicional, mas apomta para um tipo de narrativa — burlesca, ebmica, dfcua ou, quig, picame — "lito ono "gn nm endo ap ara rere ‘auto quem our mor, ode sree soa ann “act Farr, AsrlioBuarge do Holds Nova donde da lingua portuguese (eave mans Ride Sct, Nova Prom 208 sem veo dretgcn ope er ge dee ome {Srotaponsasecularmens consid como pero. NS, wae Seis, bases a endnca de so fale lan vast Shovelas ou romance pearescos — em resem, algo dings até om subtidos de obras marivas? ~ quando entoauddo, is vezes, nto va aiém da comida Bur fesca ow malice. ieee gn gue nc ei io apresmento do pani amine peas rao hau seaazao sore gnc e, muito meno wma dingo lara Sra o pone etener por romance pcaresco, Conca ‘Cnt tmpouso nando sobre extnssoHstic do ‘Diversas ates conte pr 0, Em prio far o fato de ques # menos que se rdura 2 plearesta sta Suunfetago casi epanola dor solos XVIe XVI a Thome quantidadee dpe dab qe vers cricos Smt como “picasa omar mito ais tenava events sobvume ica defini. B, mesmo que nos items sobs cscs bd ums paso rengss Senses gue rovoctm x divergnca Jos extudiosos Sobre Ti segundo liga, como veremos seguir, enome iver de enon em rep sox elementos que evan Serlovados em conta par sc eterr um ence vaso Schr o romance plaresc, Em conseqdncla, nos tos dar remanve perso" mean geese, che zou Ser um concto moto ambi. im, Lae O Ajuda de menos (Novela pi- ot) Tus desma sre ‘edn esate mada, retgoizadas pot ua esrongem ata, gue poe meni Nada dee, spar do eb, A moda eet ue oe nos ope 20s ‘Um estudo precursor, a tese de doutoramento defendida por Claudio Guillén em Harvard, em 1953, jf apontava essa Aliiculdae: “Tae avlempis to define the picresque novel proper have usually boon hindered by two main difficulties! te failure tov limit the subject of ingury by. making geneic Alifrenstion and distinguishing the novelist orm Com uch related works asthe anaiomies of rogucry and the fallacy of assigning to the whole the guity ofthe part— for example, Ie psichology ofthe her, characteris of the structure or iypes of subetmatise”(p. 377)? A evolugio hist6rica do conceito Parece-nos interesante tragar, pela ordem cronoldgica, um resumo dos diversos conclios de “romance picaesco" ‘que, a longo do século XX, foram enunciados pelos erticos mais citados nos extudos mais conbecidos sobre a picaesca ‘A parle da, poderemos sinietizar esses concclos © conside- rata extensfo dada eles" The anaomica of raptery A comparative say the vine ad nature of pcoresque terre Cambige, Harvard Unive, ibs, mnves de dfinigh do mance pcan proptamente lta my vn de rg, neon iar em ve ar ‘dads Bocas mpossinsae de deli 9 wun so ive: Sano wo enbradifeeacages generics ea fater Sing ene ‘Stamens etalon salon, tu como anomie a alan ‘kgamr fli de struiaotodo 4 quae x pate por ‘etl spool o ery crc dente ou tipo ‘sro (radia de Repna Helen lias Alfano) *Consisrmon destecniio ag agar peeut histrico emmplto du ogso de “mane pears” oslo XVI ao adela SUR gue pale sr otnpanbado no niyo do Ermino Brea. © primero estado sistemético sobre a picaresea que merece ser considerado € 0 de Fonger De Haan, An utline (Of the novela picaresea in Spain’. Tal estud, embora publi ado em 1903 — e, por conseguins, posterior a0 livro {lissico de Chandler, de 1899 —, consiuiu a tese de dou- foramenso do autor, defendida em 189. Nele, De Haan, jé fo tu, limita explicitamente seu estudo ao romance pica- resco in Spain. Ou sea, implictamente admite a existéncia te romance picaresco fora da Espana. ‘Para Fonger De Haan um romance piaresco 6, de inicio, “ine autobiography of a picaro, a rogue, and in that form ‘sate upon te condone and persons of the ie hat gives iebint (pe D* ‘Um plcaro para ele seré “y member that bor a bad reputation, infact was ranked with the lowest people. He did nt work hard fora ing, spent “Scena y Wiad ee designaion noel pcwesen™(Cuadarnar pancamercoer, 34,199, pp 97-19). Brat hep no nce ne 1860, ange rt de Baovetrs Cai Aron {Ca neneapcoesa, de 840 he, pr soa vex ser pont part {lng De Hoa De Han, Foger en alin of he novela plcreca ‘Span Toe Hague ad Now Yor, 1903) 0 ims ator go soa fnntor ma desunente: Petrino lara 3 elo, gam Op cit De Haan ct des eto anterior abr, endo mas angola de Aiba, Chua, pr, tengo fe {cg one prea vs ecopand pefeeslamene tore dae. puss, que apna dis dr ins rlctonaor or De Hisan 0 Spe: © autor mencions também quatro hist de Hirt, senna dls de itr espanol A ttabogatn co pero, do malinea «aba forma te 4 rapt dae consign esau a Gpcs uc ov asa" (Ten- ‘agi de Regina Helena Eller Atuno), 1 —_ ‘what he could gon cating and drinking, and id not concern himself about Ronon” (pe 4)? Mais adiane, o autor funde ambas as definigdes numa s6, Nela, um romance piareseo “is the autobiography ofa person, real imaginary, who sitives by fair mens and by foul make a living, 40d In ‘olating his expoioncs la various clases of soci, points ‘ut the eve which came under bis observation.” 8)" Em seguids, De Haan adverte que essa deinigio 6 & apliesvel de modo mais rigoroso as mais tpicas manifests. (8es do género,jé qu. depois, a autobiografia nem sempre Serd considerada necesséra e, &s vezes, estar alé mesmo ausente a intengfosafrica. Embora, neste dtimo caso, ainda (que a sociedade retrstada paregasccitivel para 0 autor do romance, cla ¢ 140 md que 0 texo funciona como dendncia , desse modo, o aor acaba tragando uma stra socal que ‘inclu a si mesmo, Frank Wadeigh Chandler 60 autor do texto talvez mais cltado por todos os estudiosos da picaresca, ao menos na primeira metade do século XX: Romances of roguery: an ‘eplsody Inthe history of the novel. In two parts. Part, the plearesque novel in Span. Em seu livre, Chander se limi ta a0 estado da picaresca espanhoa, jf que o exame da pi ‘earesca no rstane da Europa devera ter sido objeto de uma "ts dvds gue tem ma epaaio: mu verdad, que est ‘anticado n Sane soa sitar, No bua wa part 9 ‘monty, guste © oe cnsegu pear em com eBebid, © ao se ‘reaps com sonra" (Talo de Regia Helena Ese Alls) VPs mubiograia de uma pessoa el ou imagining Tat [a fre he sch, artic rae ue pe cheat” CT Sag de Regi Helena Ele Alero). ‘Gum plaedigio de 1961 (Nove Yor, Bart Fal 208 segunda parte do trabalho, que munca chegou a ser publics. Ga No enianto, outro texto de Chandler, The literature of roquery, de 1907, em dois volumes, ira abranger estado Ga picaresca na Tnglatera, chegando até 0 séeulo XIX. ‘Chandler nfo nos coloea perante definighes. Limita-se ‘a identficaro pfearo como uinant-heré (p. 14) e 8 ente: {er o romance picaresco como uma autobiografia do mesmo (p45) caracterizada pela falta de plano (p. 16) e pela pre senga do humor (p. 17), sendo que o picaro seria um mero pretexto para a descriglo da sociedade (pp. $9-60). (O primeiro autor espanol que, segundo nos pare, deve ser considerado € Américo Castro em “Lo picaresco”™, texto datado de 1925.14 endo, ius erico sente a falta de uma ‘defini abrangente do romance picarsco. & diz Esta clase de obras, adem de waar do pearos nos otece ta iin del mundo gue puede ener uno de ess sujts ral Tograos, bellacos y ganosos de decir ml. De ah que sean fonclales tanto la forma autobiogéfiea como la técnica raturlis, El picro ve i vga plerescariet, 90 ree ot las ideat ni on ls valores idle, y se aera, por wa, a Tonic que para les vio seguro: lamatra yl ns [Ea consoovenci emoviva de al atu exe dsconteto, a ‘marge pesimismo (Guzmn de Alfarache) ola soma Yel sareasmo (Pabos el Busca)” (p. 230) {A seguir, Casto considera que 0 romance picaresco ¢ cessencialmente aquele realizado por Mateo Alemén. Diz 0 x ol mole fraguado ara contemplar de cienta manera ‘a vida hamang; en ell son exons i ene ata, ‘areter atobogrfic y postr la vita cone mal sabot {4 boca” (231) "In El penmionto de Cerne (G8, amplad y com naar se ur 9 Jo Rodrque Pols), Bens, Nope, 1972), pp 2 a 208 ——_— Pensa oertco qu, fora disso estarfamos nos afastando do romance piearesco. O herd desse tipo de naratva, para ele, encontra-se grodado a terra c, assim, contempla a Vida {e baixo para cima. Matco Alemdin tera apclado ts digres- bes monizantes para dar reales a seu relat, mas elas cons titufram uma salvacién arficisa y estbicamenteinfecunda desde el punio de vista det género novelesco (p. 231). (Quanto A extensdo do fendmeno, € evidente que Casto, ‘esse texto, tem em mente apenas o romance picaresco es- ppanholelissco,nio se preocupando com eventual deriva {6es ou manifestagdes desse modelo em outns litraturas. ‘Até aqui, 6 conccito de picaescavina Sendo estabele- ido em funedo da presenga de cert tipo de protagonisia — ‘uma personagem definida por sua “conduta”e sua origem € pelo Sendo erica da sua Visto da sosiedade —e pela forma utobiogrfiea, Esta ltima era a nica exigéncia deste tipo, feita com maior (Castro) ou menor (De Haan) rigor. [No entanto, os formalistas rustox se encaregaram de formular um conceito formal mals rigoroso do romance pi- caresco que, de algum modo, ssiematiza aquse subentendido fem catalogagbes, como a de certa crfica inglesa”, ou se antecipa a eolocagbes semethanes, como a de Warren. Num texto de V. Chklovski, "A eonstrugdo da novela e do roman- 2", eoetneo ao anterior de Castro, enconramos que 0 ator "Lama hr: Reader's Gude t rote Feton (Nove York © Londres 940 Allen, Wat: The ngs navel (engin Boas, 1958 Ps McComb Fs "Coun Patho tnd El Buactn io Notes and ‘Queries, New Seri, Il 1960, . 297. Apu Pacer, Alexander A. ernie andthe Deigu. The Pcaespc Nowlin Spin an Earpe 1981755 Edabargh Unie. Pot, 196. Chumos pla ado 20 ‘Spun: Las pear ot erature (Mai, Gres, 1979, 9. 35. ‘Pimnen: Mui Edwin The suctare ofthe nove (Conder, 169): Frnuek WA "Th def te Pearegto™ (Yearbook af omparaie ‘nl general erature 161967) Apu Ao, Gate A: aetactara see tvetaplcareca Cogs, Insite Cary Cao, 1977). p. 2 Wie Win noes) Tera da Wort — formals aoe (Pon Alege, Globo, 1970, 210 copde dois procedimentos utilizados para a construgio de romances: 0 enquadramentoe 0 picaresco, O enquadramento consis, pa o auto, no agrupamento de “muss novels n> ‘Selo de uma construgéo mais complexa, incluindo-as num ppadrio ou prondondo-as a0 mesmo tronco”. No picaresco, ‘fautas novelas, cada uma formando um todo, sucedem-se € ‘fo reunidas por uma personagem comum',E se ditinguem tem um papel neutro", uma ver que "slo petseguem ¢ ele mesmo Ago as busca"; out tipo seria © ‘aquclas “composigbes que ttam liga a agdo e © agente & ‘motive a avenuras™. A viagem em busca do emprego € uma fdas motivagoes mais freqenes do picaresco, como em “um. dos mais antigos romances espanhs: Lararillo de Tormes.” (pp. 225-226), Esse concito, embora interessane pelo plonerismo na procura de uma delimitagao formal da picarescae pea limi- {igo a este dhimo aspecio,é ainda amplo demals faz com ‘que, para 0 Seu autor, caibam nele obras alias 20 gener, como Don Quijote de ia Mancha. Poucos anos depois, em 1931, Marcel Bataillon se refer 2 picaresea e, embora nfo aerescentasse muito 208 oncelos de América Caso, iia deixar clara a posibilidade fe te estenderem of limites do g&nero para além das fron teias espanholas, Para cle, o romance piearesco no ¢ coisa spenas espana, mas européia embora a Espana tena sido fou ergo (p. 1). Lazarillo de Tormes funda 0 romance Dicaresco no seu duplo aspecto de eonfissio humorstica de fam piearo e de silira de diversas condigoes socials (p.5) Bazailon entende que a forma autobiogrica€ a esstacia do ‘nero, implicando ap mesmo tempo certo tom narrativo e ‘era vislo da humanidade, O romance picaesco nio exise "*ingaduton” me rman picarerque (Pris La Roeissnee a Lives 19), an ——— antes deter encontrado essa forma e delxaré de exstir, na medida em que a abandone. IE € 20 se defrontar com 0 tema da “dsporsto da heran- 6a picaresca” que Baallon resume seu eoncelto de romance picaresco. Diz ele: “Le gene, depuis ss dsbuts avait nde 8 développer en lu tun nouveau mode de satire en prose, en mEme tps qu'il ‘Usfaisit une curoslé sympathigue pour tout c2 Ui ull en marge dela sock repuereil etoni erie ual eomanesqus dela confession une vic aventureuse, fe cadre permetiant, par ldeaiiation de romancier avec fon hrs, 'aimation d crane philosophic i aecentae fourdement le primum vivre etree toute pretension hla soblest, Le roman pcaresque ext l-meme dans la mesure ‘0 i combine tout esia. Mas il Iu ext partculitement Ifcesure que la wie, gre aries anobiographige, alt ‘ue sous angle du guoux ball par les événemons Te réit adopt le ton cymique ou vengcut qui convent semblable vision” (p34) ‘Amético Castro serd, no texto de 1935, “Porspetiva de Ja novela piearesca™’, 0 responsivel pelo comego de una "60 glace, deve sou inion, tenders» desenolvr em vin sowo modo desta em prota a0 merino tmp qa ua ne Seep apuravese no modelarraneca da confi de oa ia ‘entrov, modo que permis pela Kenting Gora cont teu ett fiaapie ta flomfie qe conse gnetanene ‘primum sere ceseguse quer pte de bess, O rome pieteeo ¢ le meso names em qe combine is, Mat & Farclansonte nseorso pur ee garb vide gages 0 aio obigefico, sje vist sob © Aaglo 80 plcare saad pelos ‘continent, os snanalive doe om cco on vngave ee ‘nvm a uma tal vio Vie in Tac Cervantes (Madi, Tar, 1957), pp 6-10. a2 colocagto histrica mais apropriada do romance picaresco, ‘que, dessa mancira, jf nfo poderia ser tratado como un Conjunto Homogénea. Castro diz achar necessrio distingui ‘9 comego do géner0 — Lazarill de Tormes — sou desen- volvimento — Guzmdn de AYfarache — por perencerem a ois momentos histricos diferentes (p. 8). ‘Ao mesmo tempo, Casto enfaiza um aspecto pouco cexplieitado até enti! o carder antichedieo do piearo. Diz 0 “EI picaro es cl aninéoe y ln novela pcaresea nace sencillamente como una rectiGntntieroes, eh relaion on el derrumbamiento de la caallerta y de os mitot {pos y com la peculiar stuacion de vida que Se crearon los spatoles desdo fines dal siglo XV. La originalidad spalola consists en oponer al wadicién popalarizaa de To heroico, de la aventura tensa, una citca valyat, do ilostia vulgar" ¢p. 85). Para Castro, a austncia de herofsmo no para faz com que seja importante a gencalogia desi, que nfo quer se ‘mostrar como Ajo de algo mas como um hijo de tal. 1850 significa, segundo © autor, uma reagio literéria agressive contra las maneras del arte que tlenen como tema la vida noble y ascendente (p. 85) ‘Quanto 8s possibildades de coninuaeto da picaresc Casio parece no consideréla possivel,j& que di “fondo apuna una dea qu a plarssano sabe desea Jade hombre desndo de antecedents ques asa yuatien or sus propios mévios, el elfmade man." (86) ‘Com relago ao componente satrco-s ta que Lazarilo de Tormes condensa uma tendéncia saica ‘que no século XV havia dado origom a manifestagBes muito ‘iverss: as Coplas de la panadera, del Provincial e de Mingo Revulgo, ou a Danza de la muerte, 218, —— Em 1937, Miguel Herero Garclafardo que ele chama { “Nova interpreta de Ta novela picaresca"™. Possivel- ‘mente, alendo-se domais a Guzman de Alforacke, Herrero ‘Garcia formula uma teria que, emibora um povco peregrina, bastane reaciondria e genérca demas, merece ser conside- rida por tratar-se de uma tentativa de Concetuar a picaresca de stuf dentro da literatura. Sua tcora, sem divida, txclu a extensio da picaesca fora da Espanta e do momen- to histdrico em que aparece. Com eft, 0 aor constala que, fenquanto a Espanha produz o romance picaresco, o restante {4a Europa nto possut esse gener, porém produz uma gran- (8 quanidade de gravuras © quadros de temaica picaresca, Eee enfende que aquilo que na pintura€ pur divertimento, ro romance tem carder de admoestagSo, O romance picares- ‘co seri, assim, um semfo com alleragdo das proporgbes que ‘eompéen ese imo género: as describes das vcios ocupamn no romance maior expapo do que a dssertagBes morlizantes. ‘Assim sondo,o romance picaresco faz parte da ascetic, na ‘a modalidade de conissdes de pecadores esearmentados, ue, nest e380, s80 0s pieaos. Em 194i, Francesco. Maria Delogu publica sua Ineroducione alto studio det romaneipicaresch!®, Em Seu fads entre ‘2am base no fato de sorem formas de auobiograia de um ser abilicoe moralmente indéci,euja vida o expoe constante- mente aos evatares da fortuna, O autor considera impréprio lar em romans picaresci:etar-se-a chamando de romani cobras caentes de imaginagdo e fantasia, proprias da criago livre; usar-se-ia o conceito de plcareschi para designar obras aque tim antes um objetivo pedagégico-moralizane que a {tengo deexpor alive doterminagdo do protagonist (p. 11). ‘Reva de lag pate, XXIV, 1987, pp 348-362 Messin, Feta, 1941 [No ano seguine,apareceia wm manual de teoiaiterd- ria, 0 conccido texto de Austin Warren © René Wellck Theory of lteraure™. Nele,lemos: “nthe picaresque novel, th eronologial sequence is all ‘here itis happened and then that, The adventures, each fan incident, which might bo an indopondont tale, are ‘onnected by the figure ofthe Hera” (. 222)" Warren, o autor do eaptulo, tem em mente uma nogso {de romance picaresco que estariavinculads a0 “modo pica- resco” de consrugio do romance estabelecido pelos forma- as ru8s05, de eujestcorias alimenta-se, patlalmente, 0 manual de referencia. Assim, o cio alinhar-seia bquela fnogdo muito ampla de romance picaresco, propria da erica jingles, anteriommente mencionada sintomatco que Warren nfo cite um dnico romance plearesco em seu estud; mais ainda, nfo cita obras de autores ‘espanhbis — como acontece, em geral no livro — a no ser (© Don Quijote, de Cervantes (p. 225), tido como modelo de plot of the Journey. (© mencionado texto de Warren continua assim: “A more pilosopic novel ads to chronology the strctre ‘of caution, Te novel show a character dteioraing Improving in consequece of causes operating sealy over Period of time, Orin closely coneved plot, someing has Nova York, Hecou Brace and Co. 1988. 2 'Notomananpeareco, setae conlipice 6 ud: acon ‘sce depos ag A vena, endo cada uma idee ‘spin cna um como independcate, so eda el gure do Sosa" (rnucdo do Toot Pula Carmo la Welet, Renée Waren, ‘Aust: Teoria d erature Labo, Palas Euopa-Amdsic, 962, pam, ais ine, guia happened in ime: the station at do end i very aferent from that a the opening.” (p. 2227 PPerguntamo-nos: este dtimo parégrafo se refere também a0 romance picaresco? Qual seria essa more philosophic hovel! Uma variante denio do romance plcaesco ou ago mais complexo? Ou aquela segunda forma do modo picares- 0 de composito dos formalista? E qual seria esse roman. (2 que shows a character deteriorating or improving ete? Em sfntes, © autor sinda est falando em romance picares- co? Nio sendo assim, setia de lamentar uma litura muito Timitada do uma obra como Lazarillo de Tormes Em 1943, Angel Valbuena Prat publica sua colegto de romances pcarescos, No Esto prliminar, 0 autor no dé ‘uma definigdo do género, mas avanga na rela de ses ele ‘mentos caracteisicos, Assim, diz quo la tdenlea que mds caractrlea—en lo exerlor —se reflere alas aventuras de tun moto de muchos amos (p. 11). Valbwena Prat entende qu: "a teica de a picresca noes, en muchos de los ators [ile verdatererealismo velazqueto 0 cervantino, sino tina deformacion de Caricauresces, © simplemente por Ia uilatrliad de la si de as cosas por el protgonsta."(p. 20) Diz Valbuena Prat que, no romance picaresco, entra, en ‘ran parte, el elemento satirico (p. 23). E v8 como ostro ‘spectoinsepardvel do romance picaresco: ‘tratarcte cnfaulada slo eco no empo tng a in {mut fret do qu ra wo comegn" Tatu de Jone Pula Co Jn Welle Renée Waren, Assn ps et, 271) "La moe parce pails (ii, Agila, 13,2 tmoe) 216 “a unin de cay picaresa, de eisodios desgarrados © morals, y propéio de contarrestar el mal ejemplo con tun seems 0 Usgusieién conta Tos vicos™(p. 27) Finalmente, estaboloce diversos graus para essa unito: apicarsca Sem somes moralizanies — Lazarllo de Tormes, a perfeltafusto de ia piaresca — Gurmn de Alfarache: 4 mora mistura de morulizagdo e piearesca — La pleara ‘Justina (pp. 28-33). Viria, em seguida, outro manual lésico, publicado em 1948: Das sprachlicke Kunsiwerk: Elne Einfuhrung in die Lixeraurwissenschapt, de Wolfgang Kayser. O autor entende ‘que “a Espana nlo 36 foi a primeira a dar cunho, com 0 . Quixote, 20 romance de personagem, mas também, com 0 plcaresco, a0 romance de espago” (Ml, p. 267). Sogundo ele, fo romance picaresco no estamos, como seria no easo do romance de personagem, perante 0 porador de uma série de naratvas curs que chega a se tansformar em pfearo. No ‘assim, porque “a figura do pica fia destitufda de valor propio, Muias vezes, nem sequercheyaa sor uma individu Fidade uniomme” i, p. 267) 0 crco rejeita tanto a teria de que em Simplicissimus, por ele considerado “o romance talvez mais imponante da primeira onda de propagasao do nero picareseo”, a personagem protagonista soja ume fig ‘a fechada € de sipote, como a tese de que 0 romance seja representative do Z600r0 de evalugdo ou mesmo de forma- 0. A mesma negativa€atribufda ao Gil Blas. E afirma que: "0 que importa prcisameme & a exposiggo do. mundo malupo e abero.O caricer de mostico, a aig, €0prin- Cipio necessrio de constrago, e a abundincia de cents ‘petsonagens nova consi una crate nunca” tah p. 258) 10, erm, Franck, 1964. Camas pela duo a porugts 4e Paso Qin: Anz lerpretag de bra eda (Cai tea, Armtnio Amado, 1085, a7 [Na soqutncia, Wolfgang Kayser expe 0 qu entende ser ‘a tendénca do romance picaeseo em noes gor 0 864 aSsUNLO «, asim, prestar-se a continuagdes. Para o autor, 0 fecho das ‘svemuras com o retro paras solidso — que diz aparecer mutas vezes nos romances picarescos — pode ser facilmente ‘modiicado, como em Grinmelshausen (I, p. 268). Em segulda, o autor fala na “segunda onda de propagagto do género picaresco” que se desenvolve na Inglaterra (sé. XVII) € que passa dal para o Continente "Tampouco agora ganham os pedro a concretizae30 individual que sera dese esperar nessa época. Assim acontece, para 0 autor, com Tom Jones, de Fielding. Wilhelm Meister, de Goethe, e com a protagonist de Vanity Fair, de Tackeray, romances que, entendemos, © erfico inclui no género picaresco. E conclu “0 verdaeio plea, a dspto de todas as proczas de hers, funca se converte her, nem em iminoso por ait ries que cometa”™ (lp. 269) ‘Com isso, hd uma negagto de toda e qualquer individua- Hidade para 0s picaros, até daquela necesséria para serem {detiieados como ant-hers ‘O mals ineressante do live de Wolfgang Kayser 60 fato de que contegue falar em romance picaresco sem se refer Jamais a nenhum dos clisicos espanhdis, a nfo ser a Lazarilo de Tormes (p47) para tatar de outro assunto que ‘fo © nero, Dentro d= sua teria, Wolfgang Kayser enten- Ge que alm da autobiografia,o romance picaresco se define pela seriacto de aventuras de um protagonsta que no evo- fui. Em dima instincia,o romance picaresco ¢ uma pedra ‘no camino das pretensGes de Wolfgang Kayser de separar radicalmente generos e formas desses gencros, como os romances “de espago” ¢ “de personagem’” ‘Superadora dessa Visto erica Wo limitada é a do cls sco extudo de América Castro — “El Lazailo de Tormes" aie eo = datado de 1948, apesar de nele 0 autor no se preocupar com 0 problema dat possibildades de se expandiro conce to de remance picaresco para alm das fronieirasespantolas Castro diz que Lazarillo de Tormes se caraceriza pola forma autobiogric, nfo ublzada anteriomment, e que esta permite contemplat a intimidade da personagem desde el Incerior de su proplaexperlencla. Isso quebea uma tradigho ce redunda numa narrgdo fragmenta e aberta, que poderia fer objeto de continuagdo. J4 nto se est narrando um fcontecimento, mas uma vida E, em virude dessa inovas20, Lavarllo. de Tormes contibuia 4 formaglo do. genero chamado romance (p.107).* "A necessidade da autobiografia est apoiada, para Casto, no carder insignificante do protagonista, que no ‘oroee oui narrador que no ele mesmo. Assim ~~ eniende (© autor, referindo-se ao dito no "Prologo” de Lazarillo de Tormes — a personagem baja aparece numa atitude Violeta « agessva contra os aforunados herciros de nobles estado: ‘© tema da fome substitui 0 do amor e do esforgo. dos ‘ewaletos (p. 108). Finalmente (p. 109), Casto afirma que fa autonomta det personajes condicion indispensable para el género novela, cual se inlcié en Espana con La Celestina y ef Lazailo + adquiréplenitud de desarrollo con el Quijote de Cervantes. ‘Uma interpretagdo muito diferente viria, em 1950, de outro entico, J. Frutos Gémex de las Comtinas, com “EL anthro y su att vital (Sendo de la novela picaresca)” ‘ue igualmente parece limitar a picaresca a ser um géncro ‘acional espa, mas no como uma inovago iterdae sin ‘como uma varane da Hiteratura renascen * asogo a La vida de Lead de Tomes (Bo BW, Hes HE-Wilhams), Maton, 94H, Chamor pels teimpenae “EL ‘Lanse de"Teamee™ a Hala Cervantes. Mui, Tera, 1957, pp 10713, ™ Guedernos de Lteratra, VU, Ma, 1980, pp. 97-183. 219 © autor entende que o sistema natralisa renovado na Renascenga produz na literatura espanhola a novela pasion que canta ideal de uma existncia aheia 20s convenciona lismos sociais,e sua irmé menor, a picaresca (p. 97). A. Aierenga de uma para outra consstia em que, enquanto © Dasior vive de costas para a sociedade, 0 pearo € 0 homer, ‘atural que luta no seio de uma organizagio social que fs tign verbalmente(p. 98) Essa divergénca teria sua ergem no ato de que, enquanto a novela pastor procede do hua, nismmo naturalist italiano, «pleaesca surge da interpreaydo expantiola das doutinas de Erasno. Em sguida, o autor, com base num amplo conjunto de omances pcarescos, considerados camo um odo homogénco, analisa diversos aspectos que Ies seriam earactristicos, Seriam eles: o conexio social cua vitima ¢ 0 pearo e que € ‘denunciado por ete (p, 100-108); panicularmente,adendncis picaresca da vida comes como uma farsa (pp. 116-119) 4 hegaeHo, pelo pfcaro, dos valores consagrados pola soci. ade em que ele se movimenta (pp. 116-119) a ahimmagto, Belo ptcaro, da natureza, em oposigio & sociedade, como fonte da felicidade (pp. 119-124); as formas de vida do plearo (p. 124-134); a piearesca como um tipo de lluminismo naturalizado (pp. 134-139), Nas conlasBes (pp. 139-143), autor retoma suas iias iniciais econdena ofa de que la leyenda negra haja querido demiticar 0 prearo com a Espana, substituindo 0 aseta ¢ © fidalgo, Uma boa sintese de alguns dos aspectos do romance picaresco até aqui apontados seria dads, em 1953, por Samuel Gili y Gaya,em "Lanovelapcaresea ene siglo XVI" apesar 4de © autor — como acoatecia nommlmente entre os exlicos espanhois — nio apresentar maiores predcupagées com o& sspectos fomais do gener, e apesar de que aabe acetando 2 in DIAZ PLAIA, Guiteono (Dic) lori general de tar ‘ieraaras hpdnicas(Baresons, Bara, 1353), tm Hipp MO 20 ‘como vétida uma visto to estriado romance picaresco como aquela de Hearero Gara, que 0 eda a um sero ara Gill y Gaya, a nogdo de género implica que esse conjunto de romances, abrangendo obras desde Lacarilo de Tormes até meados do s6c. XVI, significoa o apareeimem e algo de novo e diferente (p. 81) As caroteisicas comuns a esse conjuo resem numa ‘mesma “esrutura”: a narragho autobiogrifica de uma vide vulgar, som direcionamento definido, euja preocupagio € sobreviver de qualquer maneira no meio de um mundo pouco estmavel. No hd um plano rigoroso: a unidade esté dada pela presenga constante do protagonist, Este ndo chega a se nas ‘bras ilciais, um delinguonteprofssonal. Vale-se de engas nos ¢ trapagas tem como armas a resignagdo 2 asides. O picaro de origem desoneos fica sovino aprende, rad «de muitos amos, tomas pessimistaeressentidoe seu relat 0 cartoza de sitira social. Carece de vida afetiva(p. 82), Es: plearo nfo tem olhas para o que & eleva er dessa mane, dé-nos uma vis fragmenta da realdads. O plea resco € uma aude periie a vida e © romance picaresto, & expresso desse posicinamento vital — ressentimeno ¢ pes. simismo — que poderd aprecer em ours cbs ¢géneros. resulad dessa atte sr 0 desengaio do séeulo XVI (p. 85). Finalmente, o autor vé © plcaro como um moralista & ‘ua maneira. As vezes, a ligto te depreende dos cxsmplos, Sem a necessidade de reflextes por parte do protagonista Wazaritio de Tormes, El Buscén, El diablo Cojuelo ¢ Extebanillo Gonzdles; er gutros casos, como nos de Aleman, Espine, Alalé Vater. 0 fear disera sobre tems ‘oralizantes para hacer triaca del veneno, ito é, liar 0 Picaresco como isea pura doutinar © corgi De 1955 data o'estudo de Emilio Carll, “La novela Plcaresea espaniola”, que, embora ehamado de estudio % In Batudion de literatura espaiota. (Santa Fé, Universidad Nacional dl Lora 1988), Inteligendsmo or Ricapito (Bibliografiarazonada y anotada de las obras maestras de la picarescaespafola, p. 79), N50 € senlo um resumo do que jd vinha sendo dio sobre a Picaresca na linha mais conteudtca, NEO aparece a preo- ‘eupagio com a projeeso da picaresea, mas sim com a pos- Sbilidade de que o romance picaresco possa ser confundido com a realidade espanhola (© autorenunca o que chama de caracterescomunes dos romances piarsscos: €um relao aobiogrifco,perspectiva ‘ue repereute na naragio; a vida do ptcaroaparcee narrada desde as origens,slude-se b sua gencalogia, o que the dé um feito determinista; 0 cendrio, que varia, estd centrado nas cldades 0 picaro alua numa relagao de dependéneia de uma Série de amos e umbém em liberdade, mas nfo vive de um Urabatho regula, liberdade Ihe permite a vagabundagem ou a doinguencia, mas cle nlo persistenela; asic de aventa- ‘as se focha som um ial feliz ov repeuso, © que sempre torna possivel uma continuacto; prevalece um sentido realista ou infra-realista Cintencionada y grotesca deformacién de ta realidad) da Vida; 0 pfearo earcce de grandes paixbes ox ‘irtudes; sua vida € impulsionada pela fome, que & eften- {ada com a rapaga depos, a trapaga Ihe serve para enfrenar umm universo de malfiae Tua sem trégua; 0 pfcarondo choga 40 crime e aponas circunstancialments esbarra na delingen- ia organizada; seu universo no inclu o amor, e a mulher, ‘quando aparoce, es ligada A traaga e 8s balxaspalxdes ¢, Finalmente, sia ocupa um lugar importante (pp. 66-69). De maior originaldade e repercussio seria 0 estudo dé Carlos Blanco Aguinaga, “Cervantes y la picaresc: notas Sobce dos tipos de realismo®, nascido de uma confertncia 4o 1986, ctalssimo por todos os estudiosos mas difcimente analisado de mancira mais erica, Blanco Aguinaga pare da necessidade dese fazer uma isingdo entre as uss formas naraivas que se opdem 3 In Nueva Revista de Filologla Hixpdnica, XI, 1957, pp. 313-342, 2 novela idealista: Cervantes, ou 0 realismo objetivo, € a areca, ov 0 reallsmo dopmitico ou de desengafo (p. 313). "Mis, depois, 0 autor coloca 0 fundamento de seu at ‘go, que contém 3 falha bisica: para ele, como modelo de picaesca é suficiente Guzmdn de Alfarache (9. 314). Pare- Eem-nos dspensiveis comentsrios a esse posicionamento que feduz um género a um texto; ou, mals ainda, a uma dnica Teitara de um texto literério muito ambiguo. (Com essa base, Blanco Aguinaga aponta 0s tragos ge- néricos da picaresca: 6a histria de um trotamundos que Sais suas necessidades mais elementarestrabalhando © ‘menos posstvl; sua voll, a humanidade nfo tem fins mais evades: plcaro é um ant-herbi; a historia é narradasem- pre ma forma autoblogrsfea; 0 pfcao € um vagabundo sol- {Uri ¢ na sua soliddo descobre a mentra dos demais portos — que acabaria po se tomar cléssico plo fato de Tie, pp. 157150. (Vision Autores) Homenaje @ Rodriguez Monto, (Madi, ees Ce Fe sesemana om eu ua i On de Mae sc digo oa tomes een er Ber te, ee ome ea Se a aa coopera ae Aa rh atte Es — ano ge Pa aie a ee oat ene Pel et ae ween eome we ont em 0° cao ene mec smo tree He fie, Lito Tomah eae Bo La ea oe oe oe “Tim erate a tm essays toward the theory of erry Ainory Pnceton,Pripsnen Un. Pes 197). ":inorg Un Pres 1957. Chues plated 2 pun Los icerorentaloratrs (Mal, redo, 1973). Nios ene de ‘ead rsebar eles de onbeidosepetanus scala Plo ‘So de Poker oe pram sr sl leds, Algumas a, como ¢ wists Cancer Coles cies a Los pares an la ertara de ‘Aender A Pareto Magne Rese, XL 1973, pp 46957), ‘ettn'prietemente Cotas i opie de Pkt ai e Salas, term opinado de modo semelhante para refor. ‘ar ua tese (pp. 13-17), Para Parker, “picaresca” nfo define uma extrutura, mas ‘apenas um tipo de argument (p28) E essa plcaresea abrange igualmente a Espanha e o restate da Europe aié 1753, Depols, hi romances com elementos picarescos, que podetiant se? chamados de “piearescos”, mas que no pertencem jé ‘radigdo iniciada com Guzmdn de AYaracke (p. 29). (0 livro de Parker, apesar da utlidade de sou cardter sbrangente, em provocado jstifcadas polemlcas. Seu prin cipal defeito € # confusdo etre 0 pcaro histico e 0 lte- "rio, © que 0 Teva a eliminar da plcaresca nada menos que Lazaro de Tormes ‘Um estudo interessante, por reiomar uma visto ampl 4a picaesca, 60 de Stuart Miler, The plearesque novel de 1967. 0 auioranuncia, jo info, que 6 seu propesito chegar ‘uma definigdo do gevero picaresco, se 6 que el existe. Para tanto se apia em oito romances: ts espanhdis: Lazaro de Tormes, Guzmn de Alfaracke ¢ El Busedn, um frances: Gil Blas; um alemo: ‘Simplicissimus; eres ingleses: The Unfortunate Traveller, Moll Flanders e Roderick Random, ‘odes pertencentes a0 perfodo consideradocldssico da plea. resca (1550-1750) pela maiorla doe erticos. Miller deeara {que sua colocapto & basicamente ahisérica, pois se propde 8 encontrar o que existe — se & que existe — de uniforme entre os romances picarescos. Dispto-se a dsixar de lado as sliferengas entre eles, bem como at relagdes dos textos com as respectivas épocas. Depols nega que ha estudos sabre 0 romance picaresco: 0s que exstem, para ele, dedicam-se 9 aspecios isolados do genero, a romances picarescos ou & Histdria da piaresca (pp. 3-5). ‘Ao chegar 2s suas conclusdes, Miller define o romance picaresco como “a novel with an episodic plot”. diz: ‘ievelnd, Pes of Cae Wont Reeve Univer, 1967 Se eee aceite ina slate of chaos” (p. 131)" ‘Base universo, no entender do autor, distingue-se do wor de outros génercs, até mesmo do romance reais, rie a trama dos motos € diferente nes demals gEncros, Porn gra diferenga espcifica da pcaresca ext, para Miler, no hort desse tipo de romances. Ele se caractriza por sua ne fom incerta, sua ransformagio num pfearo num mundo ohio ee picardia,o carter gratullo de sua picardia, sua ‘tSapaciaade de amar ou de scatr emogtes fortes, a incapa- ‘Mate de vincular sua personatidade a algo ila ou ideal ‘Ge condita, seu caosimterir, que se rfete em seus papéis protest su personae, que ape Mice no romance piearesco como 0 eflexo de oat ios ‘devcoberto mediante a tama dos motives. Dz o aur “The picatesue characte not merely a rogue, ad bis Clas personalise han any prely moral chaos. {Tres a tora lak of srt inthe wordt merely 2 ick ot etal or socal stetre”p. 131) continua: “the picresqve novel genealy limit its point of view 1 the plea. Ik may af may not be autobiographical, the ae ee Soe eeaenee ‘uremone ral Refceu otl ia dents ond 0 Tire ata de eratar nou soil” (Taupo de Regio Heese fle Alf. 23 sential thing is that the reader denies hse withthe olagonist and vicariously undergoes the shocks of his hao experience” (p 131)" Miller entende que 0 tipico estilo nfo ontodoxo inregular€ uitzado no romance picaresco para obter oefeito ‘desejad, Os comentirios do pcato ou do narador sobre as ‘experigncias vividas esclarecom e elaboram a visto. da ‘desordem universal refletida nos aspects mas dramtcos do romance. Sendo essa desordem universal e continua, no hi ‘como escapar dela, a nso sor pela more, Dessa mancira, 0 final de um romance picaresco & mais ou menos aberto (132). E, conclu 0 autor ‘The pcaesqu novel [x] ia geil distinct gene, We recog in ita group formal vec dice ward ots ot area” icumstanes Ror a oppy precursor of the realistic novel” (p. 132)" ba Com base nisso — que ele chama de “definigao” — Miller entende que ¢ possvel dstinguir por que certs romances, iniciis nfo so picarescos. Assim, ele elimina 0 Gt Blas, Diz também que, por meio dessa detinigso,& possvel fazer re- fertncia a0 que acontece cam 0 géner picaresco depois do perfodo clissico: 0 romance picarescodesaparcce na segunda meta do século XVII no XIX. Algumas obras dessa ca, “70 romance pcwesco gerne linia spot de vista 20 Po er abo ou ab; € esc que oo er ‘Nigue com optagnisnendrctamet ives pone a ‘tprenels ean (Trasugt de Regine licen Els fare), "0 romance plese consti um £Eef0 ferinameae ono Gel podcnos recone um grupo de reco fone Sa ses evita pci No se Regis Hsien Ele Alara), ca Js como pleases, nfo expe, par oar, 0 a sy dvd forma om que fr romance Mais ecentenente om “Que es picrismo?” in (Vos aso Badd ov yaa Unive Autom de Mali 1983p 121415), Moths tone seca a ar atrees,encindo © 27 Em 1968, Femando Lzaro Carrterapresentava, no It CCongresso da “Asociacion Intemacional de Hispanstas" um {exo chave para os estudos da picaresca: o seu “Para una revisién del concepio ‘Novela Plcaresca"™, ‘Ao anunciar que seu estudo se limitard ao romance pica- resco do Século de Ouro (p. 195), Lazaro Carrier estaia, audmitindo a possibilidade dese falar em romance picaresco fora dessecontexio, Depos, le eric as tenatvas de defini. ¢0 que alendem mais 0 conieddo que A morfologa, Enende ‘queesse mstodo habitual, indutiv, racasa em razdo de qu, ‘quanto maior o nimero de textos, maiores sero as diverge las conteusticas ene les. caso se partisse de wma dnica ‘obra, estarse-am eliminando muitasostzs (pp, 198-197), ‘Assim sendo, © autor peopse examina 0 enero NO seu processo de formagto. Nesse process, cada obra supers uma Jnovagio perante a mesma poética. Haveria, poranio, duas fases:a da constiuigho do enero ca da reriagzo 0o gener0 (pp. 197-199) Ou sea, a piearesca pra quando sn postica dsixa de ser operante para 0 eseritr (p. 201). Dentro dessa perspetiva para Lazaro Caretero romance picaresco surge como gnero quando Guemn de Alfarache Incorpora deliperadamente tagos visfveis de Lazarillo de Tormes. Esta base, tomada do primeiro ¢ ampliada pelo segundo, abranger: a) a auobiografia de wm desventarado sem eseripalos,narada como uma sucessto de pericies; b) 4 aniculagto da auobiografia mediante 0 servigo do protago- nist a diversos amos como pretexto para a erica ¢) 0 relato ‘como explicagdo de um estado final de deson (pp. 208-208), {0 conse Tor cua temas biscor del plariome: El dicate, 2 linge vergontove [gue aparetomente preetrming omportanisno mora ann de honor ue pet oe reprseniaa sini como hombre Ocrico anal dep a ponies ifr nrg “oar como fe prs no Se am (Garcelons, Arie, 197) pp 193229. Camon por Sa ia. 238 o_o seni enn i testi i ram te a at supra ame Sem tn deur utro trago decisivo para a confirmarto da base do Cee Pea oma Case z 0.72. tear Cancer, ods a8 caracerisias plearescas seen a ae eons So ecaee Sena ee en Sa ene ee nnes Serre ee ne ee aaa ee anes 29 novela picaresca en general. Essesprine(ps so, para Belic, © de viagem, o de servgo e a autobiografia (pp. 21-2), Para Belic, a autobiograia nto € obrigatoia no roman- «x plearesco. O romance pieareico & sempre relrospetivo ¢ 2 forma autobiogrdfica Ihe dd um eardtersubjetivo. Mas, em Fungo desse carter retrospective, existem dol planos © do pear store odo pearonarrado. A rela entre um e outro presenta doas varianes bésicas: harmonia (Lacarllo de Tormes) ou contradigio (Guzmdn de Alfarache). Mas, em ambos os casos, 0 narrador objtiva passado, Aigm disso, existe o plano do autor, cujarelapio com os outros vara de cord com a8 obras (pp. 29°20) Belic apds analisar ots textos basics da picaresca clissica eprovar que nfo carecem de composigio,afrma que a picaresea nfo existe uma “norma” de composigao propria- ‘mente dita. Os prnepios menelonados ni seria obigatrios , quando utilizados, podem ter formas e fungtes diferentes, ‘A mudanga ji se observa nas irs obras bdsieas, nas quai © ‘rincpio mats preservado é0 de viagem (pp. 53-54). Em seguida, Belic analisa outras obrat, La pleara Justina, Marcos’ de Obregon, El donado hablador Estebanillo Gonzalez, cujas composig&es classifica como ensartadoras,¢ esclarece que elas nfo pertencem & litha cldsica do género picaresco. Depols, analisa La hija. de Celestina © a catalogs como novela cortesana (p. 54-58). (© autor conclui que as obras maximas do romance Picaresco provam a vontade de composiguo dos seus autores (0p. 56-60). E, em nota de rodaps, divide a plcaresca em: ‘ulenticamentepicaresca: pseudopicaresca © antiplearesca Edward Lopes, na sua tes de 1970, “Principio y fun ciones en la novela picaresca espola"®,pioneia no Brasil, ‘os estudos sobre a picaresca, pare da tearia dos printpios ‘de composigdo, de Beli, tomados do J citad artigo desse Autor, de 1963. No entanto, além dos prineipios de viagem, Univeriade de St Pala, 1970 20 se ee ee tn a“ slas inclinaciones, del relacionamiento personal ¢ de la Se erence opche Sle et wl pak Se I ee a ns am rime Semen Loc Moe Taper peep aa et afrete etre mostrar’, a través de eapas, un proceso edueativo — flempee atodidicuco —, para la realidad de la vidn del rombre de pcos recursos dentro de an sociedad moder oy ‘Quanto 20 sentido, seria 0 de que “ot hombre es na mezcla de nada y cals, Ja sociedad es fale como foe valores quo simula estimar, el mundo es malo i id sl vale a pons pa Tos que se dedican a tpacear St lenoracto™ (9.253) Un fname par rca sna en vid sta novel pcssee apa de vist de frnctio Rice, pbeadosnicmente em 197. Nele fot sm chara defn romance pica, agra tags funda d nr etabele apes pss Se'var ene advert ors Tiny nen gue agra dt pnoagem ea ie de ans io um ago €o protege um elect de "Cl La novela piarsce ye pane de vista, (ecm 8m, ‘Burclont Sk Buty 1979), Fp. 14 m1 wsruggo de toda a piearesca(p. 98). Para Rico, 0 romance picaresco néo pode ser caracterizado exclusivamente. em Funeao do tipo Teal do ptcaro ou do arqustipo da plcaresea ‘quotidian, mas com base na personagem, na eratura Herd Fado plcato(p. 100) Besse her do romance pearesc ser 4 combinagio de um carter eum esquema ltr (p. 101), Rico considera que Lazarillo de Tormes revcla para ‘Mateo Alemdn 0 desenho bisico: a aulobiografia de un Indivfauo despeztvel,esrvtrada de acordo com um esque ‘a peculiar (p. 113). E, da superposigto de Lazarllo de Tormes 4 Guzman de Alfarache na conscitncia licrria do ‘momeno, surge a mate do romance picaresco, A descoberta do género significava a possibilidade de utilizar esse arcabougo como suporte de outros melos, dxtinado a outros Fins, embora se escoregasse pata resultados grotescos como em La pleara Justina 04 El Buscén (. 114), (ator essencial que converte © pfcaro em eriatura Ieriria€, para Rico, 0 Tato de ele essrever sua propria vid, isso tem Sentdo em Lazavilo de Tormes e emt Guzmdn de Aijarache, devido & necessdade de explicar a situag¥o final do protagonist, o que obrigou o narrador a uma grande coerencia. Mas esse recurso da autobiografa passou a ser uilizadoarficialment: assim acontece em La para Jurtina em El Buscdn, Esc hima é “una pésima novela picaresca”™ ; na sua e6piaanificial da rcela orginal de Lazarilo de Tormes ¢ de Guzmén de Alfarache, El Buscdn se Lorna suspelto de plégio (pp. 115-129). Para o autor, com La pfcara Justina ¢ El Buscén, que Fecham a etapa inial da plearesea (1599-1605), 0 romance picaresco entra numa v/a muerta © © enero dixa de ine- esar. Depois, a 1620, no hi romances picarescos, Jf que, fem seu entender, La hija de Celestina ¢ La desordenada Codicia de los bienes ajenos nao merecem esse r6tuo. O nero renasce, para Rico, entre 1620 ¢ 1626, mas apenas ‘Alcald Yate, com Ei donado habladar, sabe manier © nex0 Aautorator (pp. 129-132). 22 pepo de 1626, a opinito de Rico © afro nfo le Pete ato por ease A Exon Sino fino ego a fii learsc, eu Gans ca ts pr alo sabre st nisi co cocci sm aloe 134-15. Wa Riofnament, rsigi de Lari de Tormes «ce umn de Afarache vest fer com qv 0 geneto «Seat 0 eto cco Ivan, asin Pens © ese ort rela na naga da Tora a Fearn ccadcla do pero esiaco, as, do Dio saltagdo pr Lsuilo de Tomes por Guands Si jarace 0 romance modem. lice mos, Inplicient, pra Rico, nfo ht espao sara ur em rouance pleacico depois de Estbanlo Gor perese te em cons também um pequeno vo de senate ans Novela parte y pric de lt wanre sea Jac publica em 1978 © fone texts 62 197 ior neat "Ducane Snes 7150 autor focnficao romance pleresco 3 Un (ts! 0 poagonta va do deo de eu gr msioeds i concoia Gen wags real © cbVa, Teen tome ays conequete deco de agit Essa progres $i coniantzago mete sp roca da fade cases Ear don ts Flies, agua ease opimia no tom pssibdnes dears rea, Oproceseapicolico cavenan a ealdae bist fonciona como un Est - minico, Asm nao € una eae, Rat ea fang le apome ua tava detest sell ex Cine eve pm daar de ei 2931, ara Tad, ane de sn comsclenizas ¢ depois de suas agoes pcr, © prxagenits nfo pode sr chumado Mero ip, 2230) Pae Tan, o acre pcaresco exis Som Lari de Termes sa epost pr Ald of serum ginero © Quevedo o transforma novamente 20 se dis. lanclar de Guzndn de Alfarache ¢ voltar a Lazarillo de Tormes em seu El Buscdn. Com base nis, Taléns limita a Piceresca a essas tr obras. Das restanes, para ee, apenas © Extebanllo Gonzélez se aproxima do genero, Quanto is ‘outras,divide-as em parapicareseas — La para Justina, BY cologuio de los perros — e pseudopicarescas — todas 35, Mexico, FCE, 197, m alguns deses aventiroetoes bom pderan Assim, algayacominara empresa de “avai atom etava querer tal agua ode Bose om nova mas que se apolava em formulas anacr au ie peas reid exta-euopeia, Outosvilam aris micas peranga de rector 9 govemo de alguma ins, besos ctees Se sacepncina cma Has pian ashe gue wuspunha omar 2 AMEE ao er el i ems cn a eaalo; mtd pls haa mo tps sage navegte, © que sobrou no proceso colonia: {esos yn sto amo a ie ei ra a se aj mio se pongou astnte Ro papel gue a Conde ye. como horizons de plcarus, Mas isso esd Amt eo mimo, Rego, quando Pals. em El ‘Buscén, decide ir as {ndias, ¢ na histéria, quando Mateo aut onogue ptm, 20 Mesa © primeiro romance hispano-americano Wa Andica de ogu espanol ose exevrian sens sts pr apres no Meo ‘mattan te pins vues em 1816 pr obra cite Pemtne de Line (776182, eva © lo Et Perl Serta. © quan Yume 9 ven se ek en fre eu a fer come © ‘ar msn dx ncrportss a0 ext meat oa ad Xml ene qe seem near de Perillo Samiono cate ques sas fila daamens 1 mal ccs pant, ps a engl Nae on scan arson seo popu Goss nie, Ne sn elm Its spc inlay d Gaon de AVfrache, como perce oxo unten aroma de Lar epi 2 século XVIII e, mals concretamente,sproxima-se do mun de Gil Blas, de Lesage, Outra obra de Lizard, Don Cana de la Fachenda (1852), recupera também alguns aspects fy Picaescaclssica, mesmo qu hajanela uma imitagto cars 0 Don Quijote, de Cervantes. A histéria de Periquillo Pedro Sarmiento — quem esol ia eebe ose de Peiglo Samienio Vee pene nine gue dese process fa nei Maia de Sour am selina A peda mipca do dacuso — Jog «Inga fem am Macanana B00 Horizont, UFMG, 198), pp. 120-121. A ‘ne amb far a ponimacio postal da raped Misi J edad com Leterilo de Torment pp. 77-80 mes vie. 310 ‘outro trago da picaresa eldsica que vemos renovado em Macunaina 6 2 endéncia, nquela, & concatenagto do ‘ieurs0, como produto da linearidade da srie de aventura. Ss o pica clssico nfo eabem grandes digressdes quanto Pinefo. 14 na rapsédia marioandradina, embora se complete 8 clrulotpico da picarescaeldsic, hi virios momentos em Suc 0 "ner, de Scordo com sua fala de carte, perde de {Sa o projeto maior eintroduz deslocamentoslaierais som Sojetivo elaeo ou com objetivos apenas imediatos, dando ‘rigem, assim, a aventuras marginsis 2 historia. principal sso coincide com a relatvicade que as dimensbes de tempo e espago tm na raps6dia, oriundas do fato de esta ssumir 0 universo migico dos milos, conta a rigidez er ‘ol6glese especialmente geogrtica éapicaresca clissica FFinalmemte, temes que, como consequéncia deste dli- mo tra, Macunaima supera a narracto de cote “realist” prépria da picarsca cissica. Tanto as leis espaciais ou TEmporals quanto a causaidade obedecem &lgica prépria dos rilos. Assim Sendo, a linguagem meramente referencial toma- fe insuficiente para esse universo magico e Mario de Andrade jnagem. De acordo com ‘Coser entendemos que essa dimensto total da linguagem ‘fo € sendo a poesia, Macunaima 6, pis, um texto postico fo sentido mals amplo do temo, dimensdo que subjaz em relagio aos diversos estos aponiados no texto. "No que diz respeito ao protagonista, Macunafma supera © plcaro clissico naguilo que Antonio Candido diz de [Leonardo edo malando iterdto baslcio em geral, ou sea, na pritica da Ge Tose sobre e tema “lengua poet in I hombre y ‘ou lnguje (sn, Gros, 1977), pp, 201-207 TSE Bor, Aesop. el p37 asc pela asticia (mesmo quando ea tem por fina saf-lo de uma enrascada), manifesto um tmor plo jogo. fms que o afasta do pragmatsne dos pleats, ca man {rage visa quse sempre ao proveio ou a um problema cn ret, lesan Treqbcatemente erelos ha Sun solugdos = se tipo de astica, segundo Candido, parece ser mais prOprio de herds populares que de modelos eruditos. Nessa Tina, Macunaima possui um grau de critividade nem seme ie atingido pelo picao. 'No mesmo sentido, Macunafma nto se limita & comict- ‘dade propria da picaresca cissica. A superaglo,nesse caso, std na Incorporagdo do humor, esse recurso proprio da ‘odemidade que Schopenhauer define como ironia 30 con- trio, ou seja a ate de se ocular, por iris da burl, algo de profundament ssrio™, Obviamente, Macunaima est loge de fer a obra apenas de divenimento que, 2s vez, seria pos: svel ver em alguns romances picarescoscissicos, mesmo em El Buscdn, segundo crticos como Lézaro Carreter®. A fexibilidade propria do humor decorre da quebra, em ‘Macunaima, do maniquetsmo, ¢€tpica do malandro lteré- Ho ou neopicaro brasileiro. ‘Outra inovagto macunatmica encontra-s no terreno do «rotsmo.O picaroclissico padece nommalmente de uma auto- represslo sexual, propria de seu context histérico, que evo- Tu para misoginia 0u, 0 menos nas obras do neo, para forma impifctas ou explfeias do proxeneismo sustentador do mais tradicional machismo. Na picaresea clissica eros ‘equivale & colsificagio uiltéra da mulher, wansformada em 3 poe Taser Aol Origen de le leratura y del arte rmoderon I. El maviriomo, crs del’ Renacimieno, (Mud (Gtsdaramed 9317 ‘Ce Lez Caer, eran: “La oii det Buse in Suda Phltgic, Qt, Gedo, 19601963), Tl, pp. 319-38. 312 ‘mais um objeto adequado aos fins pragméticos do plearo. ‘Quanto a Macunaima, € desnecessiio fazer referénicia 20 eros onipresene € que se eoaduna com as tragos reno ‘adores do protagonista até agul apontado. Finalmente, na mesma linha, temos qv os pfcarosclés- sioos do ncleo evoluem do moro de cego, passando por fiversassubempreyos — o de erado, especalmente — ate ‘relative autnomia do delinguemte, Em dima instincia, em todos eles predomina a rejeigso a0 trabalho, haja vista que tle de nada serve como mecanismo de ascensio social ‘Macunafina leva isso mais longe e proclama o écio como principio. Seu jé clissico “ai, que preguiga!, Jonge de ser penas um ago negaiv, significa &colocacdo das bases do um tipo de organizagto social — uma “utopia” a olhos de

Vous aimerez peut-être aussi