As 3 frases resumem o documento da seguinte forma:
1) O documento apresenta o histórico da Psicologia Social Comunitária no Brasil desde a década de 1970, quando surgiu a necessidade de uma abordagem contextualizada cultural e socialmente.
2) Discutem-se as questões teórico-metodológicas e políticas envolvidas nesta abordagem, focando em uma prática que promova a transformação das condições e relações das comunidades.
3) A Psicologia Social Comunitária distingue-se por
As 3 frases resumem o documento da seguinte forma:
1) O documento apresenta o histórico da Psicologia Social Comunitária no Brasil desde a década de 1970, quando surgiu a necessidade de uma abordagem contextualizada cultural e socialmente.
2) Discutem-se as questões teórico-metodológicas e políticas envolvidas nesta abordagem, focando em uma prática que promova a transformação das condições e relações das comunidades.
3) A Psicologia Social Comunitária distingue-se por
As 3 frases resumem o documento da seguinte forma:
1) O documento apresenta o histórico da Psicologia Social Comunitária no Brasil desde a década de 1970, quando surgiu a necessidade de uma abordagem contextualizada cultural e socialmente.
2) Discutem-se as questões teórico-metodológicas e políticas envolvidas nesta abordagem, focando em uma prática que promova a transformação das condições e relações das comunidades.
3) A Psicologia Social Comunitária distingue-se por
Maria Eduarda Paschoalini RA: 83797 Natalia Aparecida de Lima RA: 83199 Rassa Fernanda Pedro Bom RA: 83495 Perodo: 8 Semestre Turma B Prof.: Cristina Pinho
1. Apresente brevemente o histrico da Psicologia Social Comunitria,
incluindo os desafios e avanos/contribuies dos profissionais, at os dias de hoje. De acordo com Scarparo e Guareschi (2007), a profisso do psiclogo foi reconhecida no Brasil no ano de 1962. Alguns anos depois houve a ditadura no pas, em que acarretou algumas consequncias na profisso, principalmente sobre a individualidade do servio do psiclogo como, por exemplo, a prtica clnica. Na dcada de 70, aps esse perodo conflituoso, algumas prticas realizadas pelo profissional de psicologia em comunidades j podiam ser percebidas, especialmente no campo da sade mental e da educao. Alm disso, nessa poca havia um foco muito grande em relao s intervenes de cunho psiquitrico, em que as propostas eram voltadas para de reduo de psicopatologias e a promoo de adaptao de pessoas ao ambiente em que estavam inseridos, considerando sua cultura e a sociedade que esta pertence. Para Gis (2008) com a proposta de se realizar uma nova Psicologia Social, a expresso Psicologia Comunitria surge na Amrica Latina no ano de 1975, mas como isso ocorreu? Alguns profissionais de Psicologia de vrios pases da Amrica comeam a se preocupar com a carncia de resultados da tradicional Psicologia Social, cujo objetivo era estudos em grupos, voltadas para a reformulao de conduta, adequao sociais, as aes, entre outros, deixando de lado a cultura e os fatores scio-histricos que intervm em tais situaes. Com isso, diante necessidade de resolver as inmeras questes referentes s demandas scio-econmicos presentes at os dias de hoje de se levantar um questionamento acerca da ideologia e do trabalho do psiclogo social e das lutas de classes, inicia-se vrios questionamentos por partes desses mesmos profissionais em relao s suas posturas, atitudes e funcionamento dessa psicologia social tradicional. J no Brasil, segundo os autores Scarparo e Guareschi (2007), foram com o processo de insero dos Conselhos Regionais e Federais de Psicologia que surgiu necessidade de rever as teorias psicolgicas presentes na poca, considerando as ideologias e os valores presentes. Os profissionais comeam a indagar qual o papel e a responsabilidade dessa psicologia que estava sendo reproduzida frente aos problemas sociais e polticos presentes no pas, ento o foco dessa nova Psicologia social passou a ser a problematizao das relevncias sociais, fundamentando-se em novos conhecimentos e criticas sobre os processos histricos, sociais e tcnicos. Dessa forma, na dcada de 70 visava-se o uso do conhecimento psicolgico como instrumento e estratgia para realizar prticas em uma comunidade, originando mtodos preventivos, dinmicas e psicoterapias (SCARPARO e GUARESCHI, 2007). J em meados da dcada de 80, a Psicologia se interage diante as propostas da realizao de uma emancipao social, tendo como influencia o processo poltico e histrico em que o pas estava vivendo na poca. Assim, uma psicologia que abarque a universalidade, equidade e integralidade e a participao ativa das comunidades comea a aparecer e tinha o propsito de incluso, igualdade e cidadania e, tambm, possibilidades de fazer as coisas diferentes. De acordo com Gis (2008) essa nova Psicologia Social tinha como objetivo defender a diversidade cultural com foco em seu contexto, considerando as ideologias presentes. Foi dada uma ateno ao comprometimento do profissional de Psicologia perante os problemas sociais ademais ao fato de se considerar novos valores sociais e humanos que comeam a aparecer na dcada de 60 com os movimentos sociais, alm de novos estudos que comeam a surgir dentro da prpria Psicologia. A Psicologia, ento, teve um reconhecimento como profisso havia se tornado uma abordagem individualista e descontextualizada (SCARPARO e GUARESCHI, 2007). Os autores compreendem que o fato de enfrentar desafios que aparecem podem auxiliar a inveno de prticas, uma reflexo sobre essas prticas e o olhar cuidadoso sobre seus efeitos. Alm disso, ela atua dentro da poltica que, at os dias de hoje, muitos ainda visam o manejo e controle dos fatores, tentando explicar comportamentos e considerada uma cincia. Gis (1994, apud XIMENES, PAULA e BARROS, 2009) diz que a ideia de comunidade pode contribuir com diversas possibilidades de problematizao, alm de vivncias, solidariedade, pertencimento a um grupo, que no possui interesses individualistas, e crenas. A partir isso, estes autores afiram que com a criao da Psicologia Comunitria para atender s demandas das comunidades, importante ressaltar que ela uma rea da Psicologia Social que foca em estudar o psiquismo do cotidiano do lugar e/ou comunidade e visa favorecer o desenvolvimento da conscincia dos moradores e dos grupos e da comunidade. Conforme relata Ximenes, Paula e Barros (2009), esse campo da psicologia no tem como objetivo a prtica tradicional da psicologia, mas sim uma discusso e reflexo sobre direitos sociais e cidadania considerando a histria de vida, a singularidade, e as expresses de desigualdades sociais de cada sujeito. Sendo assim, segundo Arendt (1997), a Psicologia Social e Comunitria deve levar em considerao os fatores sociais, histricos, antropolgicos e polticos e superar a ideia da Psicologia Tradicional. Com isso, atualmente podemos encontrar uma nova Psicologia Comunitria, com a proposta de compreender inmeros fatores importantes demarcando seu campo de estudo e aplicao, tendo como proposta dois modelos, em que o primeiro est voltado ao desenvolvimento humano e da transformao social, levando em considerao o individuo e a comunidade diante a sua responsabilidade em relao construo de suas trajetrias prprias, baseando-se em uma ao feita no prprio local oriundo de uma conscientizao. Portanto, percebe-se que a Psicologia Comunitria demanda de vrias discusses, preocupaes, cuidados em realizar uma cincia sem levar em conta o etnocentrismo e certa arrogncia (GIS, 2008).
2) a expresso 'Psicologia Social Comunitria' pretende sintetizar uma opo
poltico-profissional por um tipo de prtica e pela produo de um conhecimento terico coerente a essa prtica (FREITAS, 2001, p.61). Com base neste trecho e nos demais textos, responda: quais so as principais questes terico-metodolgicas e polticas envolvidas nas intervenes em Psicologia Social Comunitria? Justifique sua resposta.
Fundamentando-se nas ideias trazidas por Freitas (2001), importante
ressaltar que no que diz respeito s questes terico-metodolgicas e polticas envolvidas nas intervenes em Psicologia Social Comunitria, estas foram se elucidando a partir da histria de seu surgimento e ao longo da construo de seu percurso, uma vez que possuem forte relao com a histria concreta social e poltica do continente latino-americano nos ltimos cinquenta anos. Isso significa que, segundo Freitas (2001), esse campo da psicologia j existia tanto na Europa quanto nos EUA, no entanto, a Psicologia Social Comunitria a qual nos referimos aqui, diz respeito a um campo que se consolidou no Brasil e na Amrica Latina concomitantemente histria desse contexto social e, portanto, apresenta caractersticas e razes condizentes com essa realidade. No entanto, Freitas (2001), aponta tambm que ao longo das dcadas de 70, 80 e 90, muitas prticas em comunidades passaram a ser realizadas por inmeros profissionais e isso se d at hoje; assim, importante que se compreenda que a Psicologia Social Comunitria pretende sintetizar uma opo poltico-profissional por um tipo de prtica e pela produo de um conhecimento terico coerente com essa prtica (FREITAS, pag. 61, 2001). Desta forma, Freitas (2001) traz que no porque um trabalho realizado com grupos e comunidades que automaticamente se trata de uma Psicologia Social Comunitria, uma vez que esta se desenvolveu com base nas experincias de um grupo de pesquisadores psiclogos latino-americanos com trabalhos comunitrios nos anos de 1960 1970 e que se opunham ao modo de fazer cincia da poca a partir da qual predominavam as explicaes psicologizantes e a-histricas sobre os fenmenos. Assim, a Psicologia Social Comunitria distingue-se pela relao que se estabelece entre profissional e comunidade, uma vez que a atuao nesta fundamenta-se na busca de que seus resultados possibilitem uma transformao concreta nas condies da comunidade e nas relaes estabelecidas, ou seja, o tipo de interveno psicossocial realizado implica em um compromisso poltico com os setores desfavorecidos da populao dirigido transformao das suas condies de marginalidade e excluso sociais (FREITAS, pag. 62, 2001). De acordo com Freitas (2001), outro fator importante que deve ser ressaltado no que se refere Psicologia Social Comunitria sua compreenso acerca dos fenmenos e processos psicossociais, que se d a partir de uma viso de homem fundamentada na Psicologia Social, crtica e histrica; esta se apoia nas teorias marxistas e os aspectos que suas categorias conceituais englobam, a partir dos quais passa-se a ser necessrio levar-se em considerao duas dimenses dependentes: a conscientizao e a participao. Segundo Zonta (2005), as aes para se estabelecer uma Psicologia social comunitria, deve levar em conta o processo de conscientizao, o desenvolvimento psicossocial da identidade do sujeito e a discusso da relao entre individual e o coletivo. Essas aes podem se concretizar atravs da participao no grupo de ao e reflexo, assim como a participao nas reivindicaes e na luta coletiva pela igualdade de direitos e consequentemente acabar com a injustia. Dessa forma, o sujeito garante sua expresso autnoma na sociedade. De acordo com Zonta (2005, pg. 48), a Psicologia social comunitria prope o desenvolvimento de uma conscincia crtica, possibilitando ao indivduo a percepo acerca de si no mundo, assim como a compreenso de como as determinaes so produzidas por essa sociedade injusta que impede a igualdade de direitos e oportunidades. Para que a Psicologia social comunitria, segundo Zonta (2005), no se reduza somente a um papel secundrio e prtico, necessrio levar em conta os contedos que se propem a articular com os objetivos da transformao social. fundamental que referenciamos o conhecimento de socializao e participao poltica, fenmenos de massa e movimentos sociais, a liderana, a representatividade, o poder e os sistemas polticos, os conflitos sociais, a ideologia poltica, entre outras coisas. Trata-se de uma Psicologia que compreende e se preocupa com as determinaes e no com a funcionalidade do comportamento, que considera as questes histricas e contextuais na constituio da subjetividade do sujeito, e que traz em seu contedo uma dimenso crtica, pois entende que a compreenso do contexto social crucial para entender as questes em que nossa subjetividade est submetida. Portanto, no meramente uma Psicologia que se preocupa com os bens materiais alcanados pela comunidade (saneamento bsico, creche, etc), mas sim o desenvolvimento psicossocial dos indivduos. Nesse sentido, o Psiclogo deve estar atento as determinaes existentes no contexto, para poder proporcionar reflexes por aproximaes sucessiva, pois para a Psicologia social comunitria, a conscincia acessada via compreenso de suas representaes sobre a realidade, enquanto construo social. (ZONTA, 2005, pg. 51) Concluindo, a Psicologia social comunitria utiliza o olhar como principal ferramenta para sua atuao, pois no se trata de um convencimento, mas sim de processo de conscientizao, tanto por parte do Psiclogo quanto dos indivduos em questo. Portanto, como aponta Freitas apud Montero (1998, 1994), a viso de homem e de mundo, assumidas e vividas pelos profissionais, que se constitui como aspecto crucial na criao ou determinao das possibilidades, pois atravs de seu olhar e de sua postura enquanto indivduo, que ser possvel criar e selecionar as estratgias de interveno.
REFERNCIAS
ARENDT, Ronald Joo Jacques. Psicologia comunitria: teoria e metodologia.
Psicologia: Reflexo e Crtica, v. 10, n. 1, 1997. Disponvel em: http://www.redalyc.org/pdf/188/18810103.pdf?origin=publication_detail
FREITAS, M. de F. Q. Insero na comunidade e anlise das necessidades:
reflexes sobre a prtica do psiclogo. Psicologia: Reflexo e Crtica, Porto Alegre, v. 1, n.11, 1998. Disponvel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102- 79721998000100011&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
GIS, Cezar Wagner de Lima. Psicologia comunitria. Universitas Cincias da
Sade, vol.01, n.02, pp.277-297. 2008. Disponvel em http://publicacoes.uniceub.br/index.php/cienciasaude/article/viewFile/511/332
SCARPARO, H., & GUARESCHI, N. (2007). Psicologia Social Comunitria e
XIMENES, V.M.; PAULA, L.R.C.; BARROS, J.P.P. Psicologia Comunitria e
Poltica de Assistncia Social: Dilogos Sobre Atuaes em Comunidades. Psicologia: Cincia e Profisso, 29 (4), p.686-699. 2009. Disponvel em: http://www.scielo.br/pdf/pcp/v29n4/v29n4a04.pdf
ZONTA, C. Principais questes terico-metodolgicas e polticas envolvidas
em intervenes de psicologia social comunitria. In: Fonseca, Dbora Cristina; Caneo, Luiz Carlos; Correr, Rinaldo (Org.). Prticas psicolgicas e reflexes dialogadas. So Paulo: Casa do Psiclogo, 2005. p.47-59. 150.195 P912p