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DOSSI
Sociologias, Porto Alegre, ano 4, n 8, jul/dez 2002, p. 152-171
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nicio comentando, de modo muito breve, o sentido dos
termos que do ttulo ao presente texto.
Dos trs, o que diz respeito violncia , em minha
avaliao, o que acarreta mais problemas de definio.
Comeando ento por ele, gostaria de salientar que parti-
lho o conceito elaborado por Yves Michaud para quem
h violncia quando, numa situao de interao um
ou vrios atores agem de maneira direta ou indireta,
macia ou esparsa, causando danos a uma ou mais
pessoas em graus variveis, seja em sua integridade f-
sica, seja em sua integridade moral, em suas posses,
ou em suas participaes simblicas e culturais
(Michaud, Y, 1989, p. 11).
Esse conceito, de natureza operacional, no chega a ser totalmente
isento de ambigidades, sendo a primeira delas a impreciso sobre a
intencionalidade ou no do agente. Ser a intencionalidade do ato condi-
o sine qua non para a existncia de violncia? Ser a premeditao um
requerimento para a existncia de intencionalidade? A definio no che-
ga a esclarecer totalmente essas dvidas. Embora se possa admitir que sim,
que estes seriam requerimentos necessrios para que se possa concluir
21,4%
sim
78,6%
Tabela 1.
Tabela 2.
Tabela 3.
13,9%
conc orda
86,1%
4,4%
no
8,9%
sim
86,7%
Tabela 4.
sim
46,0%
no
54,0%
Tabela 5.
"A existncia de cenas de violncia
na TV motivo suficiente para que
voc mude de canal ou desligue o seu
aparelho?"
sim no Total
Idade 15 a 24 35,9% 64,1% 100,0%
25 a 44 46,7% 53,3% 100,0%
acima de 45 59,4% 40,6% 100,0%
Total 46,0% 54,0% 100,0%
Tabela 6.
Tabela 7.
"A e xist n cia d e ce n a s d e vio l n cia
n a TV mo tivo su fici en te p a ra q u e
vo c m ud e d e ca n a l o u d e sli gu e o
se u a p a re lh o ? "
sim no T o ta l
Es co la rid a d e a t 1 g ra u 4 9 ,8% 5 0 ,2% 1 0 0 ,0%
ca om
t 2plegto
ra u 4 5 ,3% 5 4 ,7% 1 0 0 ,0%
csuom
p eprio
le to
r 3 9 ,7% 6 0 ,3% 1 0 0 ,0%
T o ta l 4 6 ,1% 5 3 ,9% 1 0 0 ,0%
Referncias
DURKHEIM, E. A diviso do trabalho social. Lisboa: Editorial Presena, 1984.
PORTO, M.S.G. A violncia entre a incluso e a excluso social. In: Tempo Social.
Revista de Sociologia da USP, v. 12, n. 1, So Paulo, maio de 2000.
Resumo
O artigo faz uma breve considerao inicial sobre os conceitos tratados,
conforme aparecem no ttulo, e, baseando-se em resultados de pesquisa, se detm
na anlise dos meios de massa enquanto varivel causal na produo da violncia
contempornea. Reconhecendo a existncia de estreitas relaes entre mdia e
violncia, enfatiza o carter plural do fenmeno e de suas causas, apontando para
os riscos de se diabolizar o papel da mdia responsabilizando-a, de modo unilate-
ral pela produo e/ou crescimento da violncia.