Vous êtes sur la page 1sur 31
Programa da esti de Vesripo pe Notva, apresentada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em 28 de dezembro de 1943. Os Comediantes APRESENTAM Vestido de Noiva tragédia de NELSON RODRIGUES Mise-en-scene e diregao: T. Arquitetura cénica ¢ figurino jembinski Santa Rosa ‘Modelo do vestido de noiva: Sra. Inga Vargas ALAIDE Mme. Cuesst , PEDRO, 0 namorado, homem de capa ¢ limpador Loci Par DE ALAfDE Mie pe ALAIDE ‘Miz Do NAMORADO D. Laura 4 REPORTERES 3 MULHERES MULHER INATUAL E MULHER DO ‘TELEFONE HOMENS INATUAIS Mépicos ‘MEDICO DE SERVICO E SPEAKER Rapaz Do.cAFE . JORNALEIROS Lina Grey (Evangelina Guinle) Auristela Aratiio Carlos Perry Stela Perry Otavio Graca Melo Maria B. Leite Luiza B. Leite Sans Leontina Kneese Armando Couto Alvaro Alberto Brutus Pedreira Carlos Melo Virginia de Souza Neto Maria Sarli Edelweiss Stela Graga Melo Isaac Paschoal Armando Couto Brutus Pedreira Alvaro Alberto Darcy dos Reis Luiz Paulo Brutus Pedreira Nelio Braga Meninos da Casa do Pequeno Jornaleiro Mutter pa “Pact®Ncia” (Iupanar) Dangarina (Iupanar) ‘TerceiRa MULHER (lupanar) ‘Quatro Pequenos Jornaleitos. PERSONAGENS ALAfDE Lécia PEDRO MapaME CLesst (cocote de 1905) MULHER DE VEU Primero REPORTER (Pimenta) SEGUNDO REPORTER ‘TercEIRO REPORTER Quarto REPORTER HOMEM INATUAL Muiwer INATUAL Stcunvo Homent INATUAL © Livpapor (cara de Pedro) HoMem DE Capa (cara de Pedro) NAMORADO E ASSASSINO DE CLEsst (cara de Pedro) Lerrora po “Drdnio pa Nore” Gasrio (pai de Alafde e de Licia) D. Licts (mae de Alafde e de Licia) D. Laura (sogra de Alaide e de Liicia) PRIMEIRO MéDICO ‘SEGUNDO MEDICO TERCEIRO MEDIco ‘Quarto Mépico e PRIMEIRO ATO (Cenério — dividido em 3 planos: 1.° plano: alucinagéo; 2.° plano: ‘meméria; 3.° plano: realidade. Quatro arcos no plano da meméria; duas escadas laterais. Trevas.) Micxorons — Buzina de automével. Rumor de derrapagem vio- lenta, Som de vidracas partidas. Silencio. Assisténcia, Siléncio, Voz pe AtatpE (microfone) — Clessi... Clessi.. (Luz em resistencia no plano da alucinagdo. 3 mesas, 3 mu- Theres escandalosamente pintadas, com vestidos berrantes € compridos. Decotes. Duas delas dancam ao som de uma vi- trola invisivel, dando uma vaga sugestao lésbica. Alaide, uma jovem senhora, vestida com sobriedade ¢ bom gosto, ‘aparece no centro da cena. Vestido cinzento e uma bolsa vermelha.) ALAiDE (nervosa) — Quero falar com Madame Clessi! Ela esté? (Fala a 1:4 muther que, numa das trés mesas, faz “paciéncia”. A mulher nido responde.) ALAibE (com angiistia) — Madame Clessi esti — pode-me dizer? ALAlpE (com ar ingénuo) — Nao responde! (com docura) Nio quer responder? (Siléncio da outra.) AtaipE (hesitante) — Entio perguntarei (pausa) iquela ali. (Corre para as mulheres que dancam.) 109 ALA‘DE — Desculpe. Madame Clessi. Ela esté? (2.4 mulher também nao responde.) ALAIDE (sempre doce) — Ab! também no responde? (Hesita, Otha para cada uma das mutheres. Passa um homem, empregado da casa, camisa de malandro. Carrega wma vas- soura de borracha e wm pano de chao. O mesmo cavalheiro aparece em toda a peca, com roupas e personélidades dife- rentes. Alatde corre para ele.) ALAIDE (amdvel) — Podia-me dizer se madame (0 homem apressa 0 passo € desaparece.) ALAtDE (num desapontamento infantil) — Fugiu de mim! (no meio da cena, dirigindo-se a todas, meio agressiva) Eu nao quero nada demais. $6 saber se Madame Clessi estél (A 38 mulher deixa de dancar e vai mudar o disco da vitrola. Faz toda a mimica de quem escothe um disco, que ninguém vé, coloca-o na vitrola também invisivel. Um samba coinci- dindo com este tiltimo movimento. A 2.4 mulher aproxima-se lenta, de Alatée.) 1.8 MULHER (misteriosa) — Madame Clessi? ALAIDE (numa alegria evidente) — Oh! Gragas a Deus! Madame Clessi, sim, 2.8 MuLuer (voz mdscula) — Uma que morreu? AaibE (espantada, olhando para todas) — Morreu? 2.8 MULHER (para as outras) — Nao morreu? 1. Muiuer (a que joga “paciéncia”) — Morreu. Assassinada. 3.8 MuLuter (com voz lenta e velada) — Madame Clessi morreu! (brusca e violenta) Agora, saia! ALAiDE (recuando) — & mentira, Madame Clessi nao morreu, (othando para as mulheres) Que € que estio me olhando? (noutro tom) Nao adianta, porque eu néo acredito! 2.8 MULHER — Morreu, sim. Foi enterrada de branco. Eu vi, Ataibr — Mas ela nao podia ser enterrads: de branco! Nao pode ser. 110 1.* MULHER — Estava bonita. Parecia uma noiva. AtalpE (excitada) — Noiva? (com exaltacdo) Nova — ela? (tem um riso entrecortado, histérico) Madame Clessi, noiva! (o riso, em crescendo, transjorma-se em soluco) Parem com essa misica! Que coisa! (Misica cortada. Iumina-se 0 plano da realidade. Quatro telejones, em cena, falando ao mesmo tempo. Excitacdo.) PiMENTA — E 0 Diétio? Reparor — E. Piwewta — Aqui é 0 Pimenta, Carioca-RePOnTER — E A Noite? PiMenta — Um automével acaba de pegar uma mulher. Repator D’A Norte — O que & que ha? Pimenta — Aqui na Gléria, perto do relégio. Cantoca-RerortER — Uma senhora foi atropelada. Reparor po Dikio — Na Gl6ria, perto do rel6gio? Repator DA Norte — Onde? Cartoca-REPORTER — Na Gl6ria. PIMENTA — A Assisténcia jé Ievou. Cantoca-RePORTER — Mais ou menos no relégio. Atravessou na frente do bonde. Repator D'A Norte — Relégio. Pimenta — O chofer fugiu. Repator DE Didrio — O.K. Cartoca-RePOrtER — O chofer meteu o pé. PIMENTA — Bonita, bem vestida, Repator D’A Notre — Morreu? Cartoca-REP6RTER — Ainda ndo, Mas vai (Trevas. Humina-se 0 plano da alucinagao.) ALAIDE (trazendo, de braco, a 1. mulher, para um canto) — Aque- le homem ali. Quem é? (Indica um homem que acaba de entrar e que fica olhando para Alaide.) i

Vous aimerez peut-être aussi