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POR QUE ESTUDAR... HISTOLOGIA?

Você tem, ou conhece alguém que tenha “pintinhas” na pele? Elas podem estar no rosto, nas
mãos, nas costas. Existem pintas de vários formatos, cores e tamanhos, e elas são mais
comuns em pessoas de pele clara. Algumas pintas surgem na infância e nos acompanham o
resto da vida, enquanto outras surgem repentinamente na idade adulta.

Você também deve ter ouvido que é importante ir ao médico para uma análise das pintas,
especialmente se uma aparecer de repente, ou se uma pintinha aumentar de tamanho e sofrer
alterações no seu formato. O que chamamos de “pinta” são na verdade crescimentos
irregulares de células da pele, que podem originar tumores. E, no caso da formação de tumor,
é importante saber se é benigno ou maligno. Um tumor maligno possui capacidade de
crescimento desordenado e pode apresentar metástase, isto é, as células tumorais podem
passar para a corrente sangüínea e serem transportadas para outras partes do corpo,
prejudicando outros tecidos.

Para saber se aquela pintinha é uma formação benigna (chamada pelos médicos de “nevo”),
ou se pode ser um tumor maligno da pele, ou melanoma, um pouco do material da pinta é
retirado para análise, num procedimento conhecido por biópsia. Neste exame, o material será
preparado para observação dos tecidos no microscópio, comparando -se com a distribuição
normal de células na pele.

A pele é formada pela epiderme e pela derme. A epiderme, em condições normais, é composta
de várias camadas de células e diversos tipos celulares. Entre a epiderme e a derme estão os
melanócitos, células que produzem o pigmento melanina, o qual dá cor à pele. No melanoma,
os melanócitos apresentam núcleos alterados e multiplicam-se constantemente por mitoses.
Forma-se então uma “massa” de melanócitos que comprime e destrói outras células da
epiderme e invade a derme, onde existem muitos vasos sangüíneos.

Esses melanócitos formam o tumor, que aumenta de tamanho e se expande pela pele,
geralmente na forma de um nódulo de contornos irregulares. Eles podem ou não produzir
melanina, por isso os melanomas nem sempre são totalmente escuros. Se essas células
tumorais atingirem os vasos sangüíneos da derme, elas podem se alojar em outros órgãos do
corpo, originando a metástase do tumor. Quanto mais cedo for o diagnóstico das “pintas”,
maior a chance de prevenção ou combate à formação dos melanomas.

E o diagnóstico só é possível porque conhecemos a arquitetura normal das células, não apenas
da pele, mas de todos os outros órgãos que constituem nosso organismo, e suas funções. O
estudo do arranjo e funções de um conjunto de células — os tecidos — caracteriza a
HISTOLOGIA.

O “estudo dos tecidos celulares” é uma ciência que teve início com o desenvolvimento de
microscópios e de técnicas de preparo para visualização de materiais biológicos, a partir do
século XVIII. Foram os primeiros estudos histológicos – pela observação de tecidos
provenientes de várias espécies de animais e plantas – que levaram à formulação da TEORIA
CELULAR, a qual estabelecia a célula como a unidade estrutural básica dos seres vivos.
A histologia estuda a arquitetura das células (ou seja, o modo como elas estão arranjadas no
tecido), a função de cada uma e a interação delas com o meio extracelular. Conhecer a
histologia permite definir a estrutura e função de um órgão e de um sistema. Por exemplo:
estudando os diversos tecidos que compõem o tubo digestório, descobrem-se quais são as
funções desse órgão e sua importância para o organismo.

A histologia é parte essencial da anatomia patológica

Conhecer o aspecto normal de um tecido é fundamental para se identificar estruturas


alteradas, que podem resultar em doenças. É o caso do melanoma maligno da pele, que já
discutimos. Uma modificação na estrutura de um tecido pode comprometer sua função,
comprometendo também o funcionamento do órgão, do sistema e até mesmo de todo o
organismo. Portanto, toda doença tem início a partir de células doentes.

Além disso, o estudo das patologias ajuda-nos a entender o porquê de certas estruturas do
nosso corpo apresentarem a forma e o arranjo que as caracterizam.

Vejamos outro exemplo:

A traquéia, que transporta o ar para os brônquios, é revestida por tecido epitelial do tipo
pseudo-estratificado, ciliado. Esse tecido é caracterizado pela presença de apenas uma
camada de células, mas como os núcleos dessas células ficam em alturas diferentes, a
observação no microscópio dá a impressão de ser um epitélio estratificado, com várias
camadas (por isso o nome “pseudo-estratificado”). As células desse epitélio possuem cílios e
entre elas existem células glandulares especiais, chamadas células caliciformes, que secretam
muco. Esse muco retém partículas estranhas que entram com o ar, com o movimento dos
cílios ele é enviado à garganta, para ser engolido ou eliminado do organismo.

Em fumantes, a quantidade de partículas inaladas pela fumaça é muito maior do que no ar, e
elas induzem uma alteração no epitélio da traquéia: as células ciliadas morrem e são
substituídas por outro tipo celular; surge no lugar um epitélio estratificado, formado por várias
camadas de células. Esse tipo de tecido epitelial é encontrado em regiões expostas ao atrito,
como é o caso da mucosa bucal. O hábito de fumar leva à produção excessiva de muco pelo
trato respiratório e conseqüentemente à tosse, para facilitar a eliminação desse material. O
epitélio estratificado, por ser mais resistente, tolera o atrito causado pela tosse contra a
superfície da traquéia. Entretanto, esse epitélio não tem a função protetora do epitélio
original, e permite que grandes partículas, inclusive bactérias, alcancem os pulmões, podendo
levar a diversas doenças pulmonares.

Esses e muitos outros casos podem ser compreendidos pela histologia. Além de ser importante
para a área médica, o estudo dos tecidos pode nos ajudar a entender melhor como funciona o
nosso corpo e como os aspectos celulares, bioquímicos, genéticos e anatômicos estão
interligados. Conhecendo um pouco de histologia também temos mais informações na hora de
tomar certas decisões que afetem nossa saúde: vale a pena tornar-se um fumante? Será que
eu devo fazer bronzeamento artificial ou ir à praia sem filtro solar?
OBS.: Não são todos os seres vivos que apresentam tecidos. Um “tecido” é um conjunto de
células que apresentam um arranjo e função específicos. Sendo assim, não podemos falar em
seres unicelulares com tecidos nem que todos os seres multicelulares possuem essa
organização. Por exemplo: as esponjas, as algas macroscópicas e muitos fungos, apesar da
multicelularidade, não apresentam tecidos verdadeiros.
Texto elaborado por Vivian Lavander Mendonça e Sônia Lopes
agosto de 2003

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