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EFICIÊNCIA E EFICÁCIA
Há certas palavras que ganham significado e conotação nova dependendo de onde são
usadas. No mundo da administração e Marketing isto é muito comum. São jargões
profissionais que são cunhados para traduzir ou sintetizar uma idéia, um modo de
pensar.
Um bom exemplo disto são as palavras eficiência e eficácia. Nos dicionários trata-se
de sinônimos, porém no dia-a-dia organizacional elas têm significados distintos.
Talvez tudo tenha começado por um novo conceito em um livro ou palestra sobre
gestão. Na verdade não sei a origem da distinção, o que sei é que tanto no Aurélio
quanto no Michaelis os dois termos são dados como sinônimos. Lá encontramos:
Eficiência: Ação, força, virtude de produzir um efeito; eficácia. Eficaz: Que age com
eficiência. Eficácia: Qualidade ou propriedade de eficaz; eficiência. Contudo, estas
duas palavras são usadas para designar duas formas diferentes de fazer. Eficiência, no
"dialeto" corporativo significa fazer certo. Enquanto eficácia traduz-se por fazer da
maneira certa. E nisto consiste uma grande diferença. Isto porque podemos alcançar
uma meta, porém despendendo um esforço e recursos maiores do que o necessário.
Sempre que somos eficazes somos eficientes, porém o inverso não é verdadeiro.
Enquanto a eficiência está ligada ao resultado, ao produto, ao objetivo final a eficácia
vai além. Está vinculada ao método ao como foi feito e não apenas se foi feito. A
verdade é que vemos hoje em dia muitos profissionais e empresas eficientes, mas
poucos eficazes. Na maioria das vezes cumprimos o que temos de fazer, porém de
uma forma que exige mais recursos, tempo e energia. O que podemos fazer então?
Primeiro estar aberto à mudança. Questionar como temos feito as coisas, nossos
métodos e estratégias. Precisamos não nos acomodar ao que sempre deu certo.
Acredite que mesmo que sempre tenha sido feito de um modo é bem provável que
possa ser melhorado. Segundo ponto: invista tempo estudando e planejando suas
ações. Você verá o quanto economizará depois. A eficácia exige planejamento,
organização. Parar para planejar irá lhe permitir ir muito mais rápido depois, ou pelo
menos evitar perdas de tempo maiores e retrabalho.
Diz uma história que certa vez um jovem lenhador resolveu desafiar o mestre
de seu vilarejo. Este homem era um senhor já de idade, mas muito respeitado em sua
profissão. Conhecia todas as técnicas e era quem tinha sempre a maior produção entre
os lenhadores.
O jovem, convencido de que era melhor do que ele fez o desafio. Nesta região, estes
desafios eram eventos que agitavam os moradores locais. Ser o melhor lenhador era
um título que conferia status, respeito e admiração. O jovem se preparou muito até o
dia marcado. Chegando, cumpriram todo o ritual que deveria anteceder à competição.
Cada qual deveria usar apenas um machado. Venceria aquele que cortasse mais
árvores num período de 8 horas. Cabe aqui um pequeno comentário. Para que a
história não tenha um sentido politicamente incorreto, ou seja, antiecológico. Vale
destacar que se tratava de um reflorestamento específico para fins industriais e que o
mesmo estava dentro das regras ambientais. Assim dito, foi iniciado o embate. Ambos
começaram a atividade com vigor.
Após um longo período, o lenhador mais jovem, ao olhar para trás viu o mestre
sentado. E continuou a labuta. Por várias vezes o mancebo ao olhar em direção ao
experiente lenhador o via sentado. Logo imaginou o cansaço do mesmo devido à
idade e que com isto a vitória seria fácil. Ao final do período estipulado, os juízes
foram contar o número de árvores que cada um havia derrubado. O sorriso do jovem
traduzia sua certeza de vitória. Porém, o mesmo se viu decepcionado ao ouvir o
resultado. Havia perdido por uma boa diferença. Inconformado questionou ao mestre
como poderia ter perdido se sempre que olhava para trás o via sentado. O
experimentado senhor disse-lhe: todas as vezes que me via sentando eu estava a
amolar meu machado.