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Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFMG

Disciplina: Estudos Sociais do Espaço


Prof. Hamilton

Resenha sobre os temas:


Fim do sem fim
Sobre o céu da nossa casa
Turista Aprendiz

Rodolfo Magno Provetti

Agosto/ 2010
Brasil: terra a ser descoberta e a crise de identidade a partir do caos do
moderno
por: Rodolfo Magno Provetti

A globalização dos estilos, a necessidade de se encaixar na sociedade, a


padronização, o capitalismo gerando a falta de tempo, ou melhor, a valorização
do tempo, são fatos “aculturadores”, ou seja, tendem a tirar a origem da
sociedade cultural. Ou isso poderia ser só considerado como uma evolução
social recorrente a todo tempo?

Após vistos os 3 temas propostos na disciplina de Estudos sociais do espaço,


os quais são: O turista aprendiz, por Ronaldo Fraga; Sobre o céu de nossa casa,
por Lumini Fotografia; e o curta O fim do sem fim, abriram algumas perspectivas
sobre a cultura brasileira, e sua mudança constante, quanto as atitudes e
comportamentos que ainda são latentes no comportamento do brasileiro, mais
frequentemente no interior, onde a cultura do tempo não é tão divulgada e/ou
imposta.

Pelo ensaio fotográfico do Lumini Fotografia. Analisando pela perspectiva de


que eram retratações de um cotidiano de uma população brasileira,
provavelmente do nordeste, demonstra em algumas fotografias específicas o
contraste, entre o novo e o velho. De forma que o novo, o moderno, entra da
forma mais rude e exposta expressivamente aparente, dentro da aparência
simples de uma casa de adobe. É gritante a forma na qual a tecnologia abrange
a todas as famílias, e modifica de pouco a pouco a rotina não só dos brasileiros,
mas como de todos, tendendo por vezes o distanciamento entre as pessoas.

À um exemplo da maquina de lavar, destacada entre um ambiente simples,


paredes de madeira, com uma galinha se alimentando por perto. É um retrato do
contraste entre o arcaico e o novo, e a mecanização das tarefas, que o século
XX propõe, e tira funções e empregos de pessoas, viabilizando o tempo, o
trabalho, nos dizeres capitalistas onde “Tempo é dinheiro”. Retirando por vezes
a sociabilidade, ou seja, a convivência entre os indivíduos. Se tornando mais e
mais individuais.

A televisão também se mostra como potencial centro de entretenimento, todas


as crianças a volta, vidradas no que se passa no caixote eletrônico, não se pode
negar que a acessibilidade da tecnologia chega a todas as casas. E não se sabe
se é de fato benéfico esse acesso desregulado a tecnologia. Afinal, tudo em seu
excesso se torna prejudicial em algum ponto. As maneiras de viver são
modificadas a cada instante que a sociedade e a tecnologia evolui.

Ainda no ensaio fotográfico se percebe a necessidade de abordar a


simplicidade da arquitetura, do espaço, do convívio entre as pessoas mais
simples do território brasileiro, e o simples, nesse caso, não é sinônimo de
pobre. Consegue mostrar através de ótima qualidade fotográfica a beleza do
gene brasileiro, miscigenado, e também valorizá-lo.

Algo recorrente nos três temas propostos é a exaltação, não necessariamente


valorização da cultura brasileira. Seria como mostrar sistematicamente o que
poderia se dizer do brasileiro em si. Como por exemplo, o desfile de moda
apresentado por Ronaldo Fraga, onde mostram de formas modernas, arrojadas,
uma nova leitura da costura brasileira, as mesmas vestimentas, na maioria das
suas vezes, preenchidas com a simplicidade do branco encardido, ou bege. E
como dito por ele próprio, com o apoio de “artesãos de norte ao sul do Brasil”. O
que mostra toda uma pesquisa empírica sobre os costumes da costura popular
brasileira. Expondo e, por tanto, divulgando o viés cultural que o Brasil,
conhecido externamente como samba e futebol, como um país com cultura
desconhecida, que chega próximo, nesse caso da pesquisa da costura, com as
vestimentas usadas em vilarejos europeus. Ou seja, com uma característica
muito própria, baseada em algum fato relacionado com a sua regionalidade
única.

Quanto ao documentário, é abrangente numa visão não só da cultura brasileira,


mas pode ser encaixado em profissões em qualquer lugar do mundo. Tais
profissões que sem exigência de um estudo necessário, ou melhor, seu estudo
dado pela experiência provida pela vida, então tornam-se profissionais pelo
viver, conhecimentos nada científicos, apenas existenciais num primeiro
momento. O filme aborda, com trabalhadores mais velhos de profissões não
mais comuns, nem tanto necessárias nos tempos atuais, quais são o amolador
de facas, a parteira, o relojoeiro, o trabalhador dos trilhos de trem, dentre outras.

Apesar do desinteresse na cultura de se continuar com a profissão, dar um


seguimento duradouro à mesma, elas permanecem no imaginário da população.
A exemplo prático, todos sabem da existência e da importância de uma senhora
que fazia partos, numa cidade pequena. E por mais que este ofício esteja em
desuso permanecem no imaginário da população. Talvez com nostalgia de um
tempo visto como simplório e bom.

“O fim do sem fim” faz também uma crítica às novas profissões, ou melhor, as
substituições dos antigos serviços os quais provocavam alguma forma de
interação entre os habitantes de uma cidade. Como a exemplo o engraxate, por
mais que seja um trabalho prestado a alguém por outrem de importância menor,
gerava uma certa interação entre aqueles que vivam na urbe. Retirava a
sensação do tempo. E como retratado no próprio filme, quando se trata de
relógios, não havia a preocupação, que hoje tão clara, com o tempo, a
necessidade de se fazer algo, e permanecer sendo útil.

Além disso, o filme aborda também, inevitavelmente, o clichê trazido na maioria


dos temas quando se trata da modernização de serviços: a mecanização do
trabalho, o alto grau de instrução necessária, impessoalidade, por vezes
trazidas na prestação dos mesmos, e as consequências já abordadas ao
decorrer desse texto.

Após essa experiência proposta pelos três viés: a percepção do Brasil fica mais
aguçada, apesar de saber que o Brasil conta com uma miscigenação cultural
gigantesca e que pode haver várias matrizes de costumes ao longo do Brasil.
Porem se faz a mostrar um pouco, que nos pesares da modernidade atual, do
moderno que modificou uma série de setores sociais, a presença da cultura
advindas do arcaico, se mostra como cerne cultural, e sua importância na
manutenção da mesma para manter identidade na percepção do brasileiro, e
nas raízes de costumes que todos nascidos aqui devem ter conhecimento.

Por fim, os três temas propostos convergem no ponto em que tange a cultura
brasileira. Expõem os valores positivos, com seus aspectos, às vezes, afetados
pela modernidade. E dão esperança à nação, não no sentido positivista de
progresso, mas sim no sentimento de patriotismo quando se revela a cultura
gritante do povo brasileiro. Que a solução não seja importar a cura de um
método internacional e sim utilizar do conhecimento já criado com o tempo no
próprio local para então poder criar uma paisagem, quem sabe urbanística e
arquitetônica, no qual nós, brasileiros, possamos dizer com orgulho, o estilo
brasileiro de produzir espaço.
Referências:

Site Ronaldo fraga: http://www.ronaldofraga.com.br/port/index.html; acessado


em: 23/08/2010

Site Lumini Fotografia: http://luminifotografia.com.br/#/sol-no-ceu-da-nossa-


casa; acessado em: 23/08/2010

Crítica do filme “O fim do sem fim”:


http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/critica/ult569u404.shtml

O filme: Fim Do Sem Fim; Filmes do Estação, Beto Magalhães / Cao


Guimarães / Lucas Bambozzi

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