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Porém, se a ponta (o tomador) não consegue pagar sua dívida inicial, ele dá
início a um ciclo de não-recebimento por parte dos compradores dos títulos. O
resultado: todo o mercado passa a ter medo de emprestar e comprar os "subprime", o
que termina por gerar uma crise de liquidez (retração de crédito).
O TAMANHO DA CRISE.
Calcula-se que a crise tenha pulverizado US$ 17 trilhões das Bolsas de Valores
no mundo todo até a semana passada. É muito dinheiro – equivale a
aproximadamente 13 vezes a economia brasileira e é mais do que a dos Estados
Unidos e a do Japão juntos.
Se tivesse parado por aí, a crise já seria histórica. Mas ela foi além: secou o mercado
de crédito mundial, derrubou o consumo nos Estados Unidos e congelou planos de
investimento em todos os países. A economia global travou.
O CUSTO DA CRISE.
O EFEITO DA GLOBALIZAÇÃO
Na América Latina, países como o Brasil vão sofrer com a falta de crédito e o
encolhimento do mercado de commodities.
A economia brasileira hoje é mais sólida do que até poucos anos atrás. A maior
parte da expansão do PIB brasileiro vem do mercado interno. Apenas cerca de 15%
vêm das exportações, área mais afetada pela crise. “O Brasil é muito voltado para o
mercado interno”, afirma o economista Ilan Goldfajn, ex-diretor do Banco Central. “Isso
torna o país menos sensível aos efeitos desta crise”. A confiança do investidor
estrangeiro no Brasil, que sempre causou instabilidade, não é mais um problema
grave.
O país tem US$ 206 bilhões em reservas, volume suficiente para pagar suas
dívidas. “Não vai haver desconfiança sobre a capacidade do Brasil de pagar algum
débito”, diz Goldfajn. “Nas crises anteriores, as reservas do Brasil equivaliam a lutar
com uma espingarda. Agora, o Brasil tem uma metralhadora M-16”, afirma um
economista de um dos maiores bancos do país. Além de ter como pagar, o Brasil deve
menos.
Anos atrás, crises como essa provocavam uma disparada no preço do dólar e
da dívida. Hoje, a dívida em dólar não só está zerada, como o Brasil mudou de lado –
é credor em dólares. “Em outros tempos, a esta hora o Brasil estaria um pandemônio”,
diz um economista.
O Brasil é atingido por tal crise, no entanto num ritmo bem menor do que as
crises no passado (apesar da intensidade dessa ser muito maior). Isso ocorre por uma
infinidade de razões que em conjunto corroboram para o distanciamento de nossa
economia da atual crise, algumas dessas razões são históricas outras mais atuais.
Algumas conjunturais outras mercadológicas. Enfim, vamos a alguns exemplos:
Existe ainda uma questão conjuntural na economia brasileira que não permite
que nossas instituições bancárias atuem em mercados externos de forma direta. Isso
protegeu nossas instituições, pois elas não foram afetadas diretamente com a crise
iniciada nos EUA, da forma com que as instituições européias e asiáticas (japonesas
principalmente) foram. Em outras palavras, nenhuma instituição com sede no Brasil se
envolveu de forma direta e indireta com as hipotecas nos EUA. Portanto todo o efeito
que nos assola (como a derrapada do iBovespa hoje), é indireto e tem haver com
expectativas dos agentes econômicos internacionais no que tange ao
redirecionamento em seus investimentos para tentar minimizar os seus prejuízos e
não por medo de inadimplência ou por desacordo com os pilares de nossa economia,
algo que ocorreu de forma insana e infundada à época do Governo FHC. Neste
quesito fica claro que mesmo o Brasil é atingido pela referida crise, porem de forma
muito mais indireta do que antes.
Enfim, estes são alguns pontos que explicam o nosso distanciamento da atual crise
mundial, que, como já havia dito, já é considerada a pior deste 1929. Mas mesmo
assim não somos imunes a ela.
De outra forma, não seria possível imigrantes ilegais conseguirem crédito sem
a devida documentação. Diz-se que alguns brasileiros que viviam nos EUA de forma
ilegal teriam conseguido obter empréstimos de até US$ 50 mil em dinheiro com lastro
em seus financiamentos imobiliários. Eles teriam voltado ao Brasil com o dinheiro no
bolso e abandonado os imóveis que haviam financiado lá.
O IMPACTO NA INFLAÇÃO.
PONTOS POSITIVOS
Paul comprou um apartamento, no começo dos anos 90, por 300.000 dólares
financiado em 30 anos. Em 2006 o apartamento do Paul passou a valer 1,1 milhão de
dólares. Aí, um banco perguntou pro Paul se ele não queria uma grana emprestada,
algo como 800.000 dólares, dando seu apartamento como garantia. Ele aceitou o
empréstimo, fez uma nova hipoteca e pegou os 800.000 dólares.
Com os 800.000 dólares. Paul, vendo que imóveis não paravam de valorizar,
comprou 3 casas em construção dando como entrada algo como 400.000 dólares. A
diferença, 400.000 dólares que Paul recebeu do banco, ele se comprometeu: comprou
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carro novo (alemão) pra ele, deu um carro (japonês) para cada filho e com o resto do
dinheiro comprou tv de plasma de 63 polegadas, 43 notebooks, 1634 cuecas. Tudo
financiado, tudo a crédito. A esposa do Paul, sentindo-se rica, sentou o dedo no cartão
de crédito.
O negócio era refinanciar a própria casa, usar o dinheiro para comprar outras
casas e revender com lucro. Fácil....parecia fácil.
Só que todo mundo teve a mesma idéia ao mesmo tempo. As taxas que o Paul
pagava começaram a subir (as taxas eram pós fixadas) e o Paul percebeu que seu
investimento em imóveis se transformara num desastre.
Milhões tiveram a mesma idéia do Paul. Tinha casa pra vender como nunca.
Aí as casas que o Paul comprou para revender ficaram prontas e ele tinha que
pagar uma grande parcela. Só que neste momento Paul achava que já teria revendido
as 3 casas mas, ou não havia compradores ou os que havia só pagariam um preço
muito menor que o Paul havia pago. Paul se danou. Começou a não pagar aos bancos
as hipotecas da casa que ele morava e das 3 casas que ele havia comprado como
investimento. Os bancos ficaram sem receber de milhões de especuladores iguais a
Paul.
Paul optou pela sobrevivência da família e tentou renegociar com os bancos que
não quiseram acordo. Paul entregou aos bancos as 3 casas que comprou como
investimento perdendo tudo que tinha investido. Paul quebrou. Ele e sua família
pararam de consumir...
Os preços dos imóveis eram uma bolha, um ciclo que não se sustentava, como
os esquemas de pirâmide, especulação pura. A inadimplência dos milhões de Pauls
atingiu fortemente os bancos americanos que perderam centenas de bilhões de
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O que começou com o Paul hoje afeta o mundo inteiro. A coisa pode estar apenas
começando. Só o tempo dirá.
Fonte: http://www.focusmode.net/2008/09/como-entender-crise-da-economia.html
Em 2009 o PIB brasileiro total deve desacelerar é possível que, com a crise, a
desaceleração seja maior. Hoje, todos os boletins prospectam um PIB médio de 3,70%
para 2009. Pode ser que a restrição externa do crédito derrube um pouco esse
número. Mas vale lembrar que isso ainda não está claro. Quanto à construção civil, o
PIB não deve cair porque o setor refletirá as decisões que já foram tomadas. Então
2009 ainda será um ano de crescimento muito forte para a construção devido a obras
já iniciadas mas que também ocorrendo varias paralisações devido à dificuldade de
conseguir credito para novas obras.
CONCLUSÃO.
Ainda e cedo para falar possível cenário para a construção civil em 2010, mas
as perspectivas continuam favoráveis. Toda essa tensão deverá ser atenuada. O País
continua com expectativas bastante positivas dadas pelo crescimento do seu mercado
doméstico. Além do crescimento da renda e do emprego, os investimentos em infra-
estrutura só devem crescer. A Copa do Mundo (que ocorrerá no Brasil em 2014)
também é outro fator positivo. Vale lembrar que os investimentos não serão apenas
em novos estádios, mas também em infra-estrutura urbana, que deverá ser
desenvolvida e fortalecida, o que impactará positivamente o nível de atividade do
setor.