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Habilitação profissional de Técnico em: Enfermagem, Segurança

do Trabalho, Radiologia, Meio Ambiente, Automação e Química.

CURSO TÉCNICO DE AUTOMAÇÃO

MÓDULO III

HIGIENE,
SEGURANÇA DO TRABALHO E
COMBATE À INCÊNDIO

APOSTILA GERAL

SEMESTRE 2010/1

Disciplina: Higiene, Segurança do Trabalho e Combate a incêndio 1


Professor: Marcio Fanchiotti
Habilitação profissional de Técnico em: Enfermagem, Segurança
do Trabalho, Radiologia, Meio Ambiente, Automação e Química.
SUMÁRIO
Capitulo 1.0 - FUNDAMENTOS DA SEGURANÇA NO TRABALHO
1.1 –Introdução
1.2 - Principais fatores que causam os acidentes e doenças profissionais
1.3 – Definições importantes

Capitulo 2.0 – PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO


2.1 - Histórico do fogo
2.2 - Combustão
2.3 - Triângulo do fogo
2.3.1 - Tetraedro do fogo
2.3.2 - Combustível
2.3.3 - Fonte de Calor
2.3.4 - Comburente (Oxigênio – O2)
2.3.5 - Reação em Cadeia
2.4 - Produtos da Combustão
2.5 - Pontos Notáveis da Combustão
2.6 - Classes de incêndio
2.7 - Causas de incêndio
2.8 - Principais causas de incêndio
2.9 - Propagação do incêndio
2.10 - Métodos de extinção
2.11 - Agentes extintores de incêndio
2.12 - Extintor de Incêndio Portátil

3.0 – INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ÁREAS CLASSIFICADAS OU


POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS (EX)
3.1 – Atmosfera explosiva
3.2 - Áreas Classificadas (EX)
3.3 – Risco de explosão
3.4 – Limites de inflamabilidade
3.5 – Classe de temperatura
3.6 – Grupo dos gases
3.7 – Plano de áreas classificadas
3.8 – Uso de equipamentos elétricos em Áreas Classificadas (EX)
3.9 – Relação de alguns produtos que podem tornar uma Área Classificada (EX)

Cápitulo 04 – ELETRICIDADE E A NR-10.


4.1 - Objetivo e Campo de aplicação da NR-10;
4.2 - Choque Elétrico;
4.3 - Arco Elétrico
4.4 - Medidas de controle;
4.5 – Medidas de proteção coletiva;
4.6 – Medidade de proteção individual;
4.7 - Segurança em novos Projeto;
4.8 - Segurança na Montagem, Operação e Manutenção;
4.9 - Segurança em Instalações Desenergizadas;
4.10 - Segurança em Instalações Energizadas;
4.11 - Trabalho envolvendo alta tensão;
4.12 – Recomendações adicionais;
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LISTA DE SIGLAS
ASO Atestado de Saúde Ocupacional
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
CA Certificado de Aprovação
CAT Comunicação de Acidente do Trabalho
CBO Classificação Brasileira de Ocupações
CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CLT Consolidação das Leis do Trabalho
CTPP Comissão Tripartite Paritária Permanente
DORT Doença Osteomuscular Relativa ao Trabalho
DRT Delegacia Regional do Trabalho
EPC Equipamento de Proteção Coletiva
EPI Equipamento de Proteção Individual
FISPQ Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos
FUNDACENTRO Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho
GLP Gases Liquefeitos de Petróleo
INSS Instituto Nacional do Seguro Social
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
ISO International Organization for Standartization (Organização Intern. de Normalização)
LER Lesão por Esforços Repetitivos
MTE Ministério do Trabalho e Emprego
NBR Normas Brasileiras (da ABNT)
NR Norma Regulamentadora
PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
SAT Seguro de Acidentes do Trabalho
SESMT Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
SIPAT Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho
SSO Segurança e Saúde Ocupacional
SST Segurança e Saúde do Trabalho

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1.0 FUNDAMENTOS DA SEGURANÇA NO TRABALHO
1.1 –Introdução

“Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a


ausência de doenças, levando-se em conta que o homem é um ser que se distingue não
somente por suas atividades físicas, mas também por seus atributos mentais, espirituais e
morais e por sua adaptação ao meio em que vive.”
(Organização Mundial da Saúde).

Todos os seres humanos têm direito ao melhor estado de saúde, independente de


raça, religião, opinião política, condição econômica ou social.
As doenças podem ter as mais variadas causas, sendo umas geradas pela atividade
produtiva, conhecidas como doenças específicas, tais como silicose, asbestose, saturnismo,
etc.. e outras, as inespecíficas, que não possuem suas causas relacionadas diretamente
com o trabalho.
Os agentes causadores de doenças do trabalho podem ser físicos, químicos ou
biológicos. A exposição a agentes físicos – calor, ruído, radiações diversas -, a agentes
químicos – benzeno, asbesto, fumos metálicos, etc. – e a agentes biológicos – bactérias,
fungos, bacilos – causam doenças específicas do trabalho.
A atividade produtiva pode deixar o trabalhador exposto a esses agentes e, sem o
monitoramento e controle deles, causar doenças irreversíveis e até mesmo a morte.
Para evitar a ocorrência de doenças, a melhor maneira é a prevenção. Para tanto,
foram criadas leis que obrigam as empresas e os empresários a dedicarem atenção à saúde
de seus empregados, seja realizando os exames médicos (periódicos, admissionais,
demissionais, de retorno ao trabalho e de mudança de função), ou cumprindo o Programa
de Controle Médico de Saúde Ocupacional, que visa a dar melhores condições de trabalho
aos empregados, monitorando os problemas de saúde detectados ou, ainda, identificando
os locais de risco e adotando medidas para evitar a doença, realizando, também, a
educação sanitária, além de outras medidas.

1.2 - Principais fatores que causam os acidentes e doenças profissionais


Sob o ponto de vista prevencionista, causa de acidente é qualquer fato que, se
removido a tempo, teria evitado o acidente. Os acidentes são evitáveis, não surgem por
acaso e, portanto, são passíveis de prevenção.
Sabemos que os acidentes ocorrem por falha humana ou por fatores ambientais.

FALHA HUMANA – A falha humana, também chamada de Ato Inseguro, é definida


como sendo aquela que decorre da execução de tarefas de forma contrária às normas de
segurança. São os fatores pessoais que contribuem para a ocorrência de acidentes.
Os processos educativos, a repetição das inspeções, as campanhas e outros
recursos se prestarão a reduzir sensivelmente tais falhas, que podem ocorrer em virtude de:
- Inaptidão entre o homem e a função;
- Desconhecimento dos riscos da função e ou da forma de evitá-los;
- Desajustamento, motivado por:
- Seleção ineficaz;
- Falhas de treinamento;
- Problemas de relacionamento com a chefia ou companheiros;
- Política salarial e promocional imprópria;
- Clima de insegurança quanto à manutenção do emprego;
- Diversas características de personalidade.
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FATORES AMBIENTAIS – Os fatores ambientais (condições inseguras) de um local
de trabalho são as falhas físicas que comprometem a segurança do trabalho.
Exemplificando, podemos citar:
falta de iluminação;
ruídos em excesso;
falta de proteção nas partes móveis das máquinas;
falta de limpeza e ordem (asseio);
passagens e corredores obstruídos;
piso escorregadio;
proteção insuficiente ou ausente para o trabalhador.

CLASSIFICAÇÃO DOS FATORES AMBIENTAIS

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1.3 – Definições importantes

ACIDENTE SEM AFASTAMENTO: é o acidente em que o acidentado pode exercer


sua função normal, no mesmo dia do acidente ou no dia seguinte, no horário regulamentar.

ACIDENTE COM AFASTAMENTO: é o acidente em que o acidentado sofre uma


incapacidade temporária ou permanente que o impossibilita de retornar ao trabalho no
mesmo dia ou no dia seguinte ao acontecido. Pode até mesmo ocorrer a morte do
trabalhador.

ACIDENTE DE TRAJETO: é aquele que ocorre no percurso da residência para o


local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive
veículo de propriedade do segurado. É equiparado ao acidente do trabalho.

APOSENTADORIA ESPECIAL: aposentadoria devida a alguns empregados,


dependendo da exposição a agentes de riscos fora do limite de tolerância.

ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO (APR) :Trata-se de uma técnica de análise


prévia de riscos que tem como objetivo antecipar a previsão da ocorrência danosa para as
pessoas, processos, equipamentos e meio ambiente. É elaborada através do estudo,
questionamento, levantamento, detalhamento, criatividade, análise crítica e autocrítica, com
conseqüente estabelecimento de precauções técnicas necessárias para a execução das
tarefas (etapas de cada operação), de forma que o trabalhador tenha sempre o controle das
circunstâncias, por maiores que forem os riscos.
A Análise Preliminar de Risco é uma visão técnica antecipada do trabalho a ser
executado, que permite a identificação dos riscos envolvidos em cada passo da tarefa, e
ainda propicia condição para evitá-los ou conviver com eles em segurança.
Por se tratar de uma técnica aplicável à todas as atividades, uma grande virtude da
aplicação desta técnica de Análise Preliminar de Risco é o fato de promover e estimular o
trabalho em equipe e a responsabilidade solidária.

ATO INSEGURO: é o procedimento do homem que contraria as normas de


prevenção de acidentes. As atitudes contrárias aos procedimentos e/ou às normas de
segurança que o homem assume podem ou não ser deliberadas. Normalmente, quando
essas atitudes não são propositais, o homem deve estar sendo impelido por problemas
psicossociais. Exemplos de atos inseguros: não seguir normas de segurança, não
inspecionar máquinas e equipamentos com que vai trabalhar, usar caixotes como escada,
não usar E.P.I. (Equipamentos de Proteção Individual), fazer brincadeiras ou exibição,
ingerir bebidas alcoólicas antes ou durante o trabalho, etc.

CIPA: Comissão Interna de Prevenção de Acidente. Tem como objetivo a prevenção


de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do
trabalhador. É composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo
com o dimensionamento previsto, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos
normativos para setores econômicos específicos. A CIPA tem por atribuição identificar os

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riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de risco, com a participação do maior
número de trabalhadores, com assessoria do SESMT.

COMUNICAÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO -CAT: é um documento


obrigatório, que deve ser preenchido quando da ocorrência de um acidente do trabalho ou
de uma doença ocupacional, mesmo no caso em que não haja afastamento do trabalho,
devendo ser encaminhado à Previdência Social e se destina ao registro do tratamento
médico do acidentado. A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência
Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à
autoridade competente, sob pena de multa. Na falta de comunicação por parte da empresa,
podem formalizá-lo o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical
competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo
nestes casos o prazo acima previsto.

CONDIÇÕES DE TRABALHO: são as circunstâncias postas à disposição dos


trabalhadores para a realização de suas atividades laborais, representadas pelo meio
ambiente existente, máquinas e equipamentos, processos produtivos desenvolvidos, bem
como treinamentos específicos recebidos. Normalmente são classificados em: condições
de segurança: quando as situações em que os trabalhos são realizados estão livres da
probabilidade da ocorrência de acidentes; condições de insegurança ou condições
inseguras: quando as circunstâncias externas de que dependem as pessoas para realizar
seu trabalho são incompatíveis com ou contrárias às Normas de Segurança e Prevenção de
Acidentes. Exemplos: piso escorregadio, instalações elétricas precárias, iluminação
inadequada, falta de ordem e limpeza, etc. Como essas condições estão nos locais de
trabalho, podemos deduzir que foram instaladas por decisão e/ou mau comportamento de
pessoas que permitiram o desenvolvimento de situações de risco àqueles que lá
executavam suas atividades. Conclui-se, portanto, que as Condições Inseguras existentes
são, via de regra, geradas por problemas comportamentais do homem, independente do seu
nível hierárquico dentro da empresa.

DANO: é a severidade da lesão, ou perda física, funcional ou econômica, que podem


resultar se o controle sobre um risco é perdido.

DOENÇA OCUPACIONAL: doença adquirida, produzida ou desencadeada pelo


exercício do trabalho. Pode ser uma doença profissional ou uma doença do trabalho. Possui
como característica uma ação lenta e paulatina, diferentemente do acidente do trabalho, que
é um infortúnio com conseqüências imediatas. Por força da legislação, são equiparados.

ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO: é a ciência dedicada à


preservação da integridade física e da saúde do trabalhador realizando a prevenção de
acidentes através da análise de riscos dos locais de trabalho e das operações neles
realizadas. A sua atuação é na prevenção de acidentes do trabalho. E de sua competência,
por exemplo, quantificar os agentes existentes no ambiente de trabalho que servirá para
subsidiar o estudo do risco a que se expõem os trabalhadores.

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ERGONOMIA
É o estudo científico de adaptação dos instrumentos, condições e ambiente de
trabalho ás capacidades psicofisiológicas, antropométricas e biomecânicas do homem.
Ciência relacionada ao homem e seu trabalho, incluindo os fatores que afetam o uso
eficiente da energia humana. Estudo técnico da relação entre o trabalhador e o equipamento
de trabalho ou o meio em que ocorre esse trabalho. Ciência e tecnologia que tem como
objetivo o ajuste confortável e produtivo entre o ser humano e o trabalho. Estudo científico
de adaptação dos instrumentos, condições e ambiente de trabalho às capacidades
psicofisiológicas, antropométricas e biomecânicas do homem.

MEDICINA DO TRABALHO
Especialidade médica que lida com as relações entre a saúde dos homens e
mulheres trabalhadores e seu trabalho, visando não somente a prevenção das doenças e
dos acidentes do trabalho, mas a promoção da saúde e da qualidade de vida, através de
ações articuladas capazes de assegurar a saúde individual, nas dimensões física e mental,
e de propiciar uma saudável inter-relação das pessoas e destas com seu ambiente social,
particularmente, no trabalho.

2.0 – PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO


2.1 - Histórico do fogo
O nosso planeta já foi uma massa incandescente, que passou por um processo de
resfriamento, até chegar à formação que conhecemos. Dessa forma, o fogo existe desde o
início da formação da Terra, passando a coexistir com o homem depois do seu
aparecimento. Presume-se que os primeiros contatos, que os primitivos habitantes tiveram
com o fogo, foram através de manifestações naturais como os raios que provocam grandes
incêndios florestais.
Na sua evolução, o homem primitivo passou a utilizar o fogo como parte integrante
da sua vida. O fogo colhido dos eventos naturais e, mais tarde, obtido intencionalmente
através da fricção de pedras, foi utilizado na iluminação e aquecimento das cavernas e no
cozimento da sua comida. Nesse período, o homem dominava, plenamente, as técnicas de
obtenção do fogo tendo-o, porém, como um fenômeno sobrenatural.
O célebre filósofo e cientista Arquimedes, nos estudos sobre os elementos
fundamentais do planeta, ressaltou a importância do fogo, concluindo que eram quatro os
elementos: o ar, a água, a terra e o fogo.
No século XVIII, um célebre cientista francês, Antoine Lawrence Lavoisier, descobriu as
bases científicas do fogo. A principal experiência que forneceu a chave do “enigma” foi
colocar uma certa quantidade de mercúrio (Hg - o único metal que normalmente já é líquido)
dentro de um recipiente fechado, aquecendo-o. Quando a temperatura chegou a 300ºC, ao
observar o interior do frasco, encontrou um pó vermelho que pesava mais que o líquido
original. O cientista notou, ainda, que a quantidade de ar que havia no recipiente diminuíra
de 1/5, e que esse mesmo ar possuía o poder de apagar qualquer chama e matar. Concluiu
que a queima do mercúrio absorveu a parte do ar que nos permite respirar (essa mesma
parte que faz um combustível queimar: o oxigênio). Os 4/5 restantes eram nitrogênio (gás
que não queima), e o pó vermelhoera o óxido de mercúrio, ou seja, o resultado da reação do
oxigênio com o combustível.
Os seus estudos imutáveis, até os dias atuais, possibilitaram o surgimento de
estudos avançados no campo da Prevenção e Combate a Incêndio.

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2.2 - Combustão
Combustão é uma reação química, na qual uma substância combustível reage com o
oxigênio, ativada pelo calor (elevação de temperatura), emitindo energia luminosa (fogo),
mais calor e outros produtos.
A combustão pode ser classificada em:
a) Combustão Lenta: Ocorre quando a oxidação de uma determinada substância não
provoca liberação de energia luminosa nem aumento de temperatura. Ex: ferrugem,
respiração, etc.
b) Combustão Viva: Ocorre quando a reação química de oxidação libera energia
luminosa e calor sem aumento significativo de pressão no ambiente. Ex: Queima de
materiais comuns diversos.
c) Combustão Muito Viva: Ocorre quando a reação química de oxidação libera
energia e calor numa velocidade muito rápida com elevado aumento de pressão no
ambiente. Ex: Explosões de gás de cozinha, Dinamite, etc.

2.3 - Triângulo do fogo


O Triângulo do Fogo é uma forma didática, criada para melhor ilustrar a reação
química da combustão onde cada ponta do triângulo representa um elemento participante
desta reação.
Para que exista Fogo, 3 elementos são necessários: o combustível, o comburente
(Oxigênio) e a Fonte de Calor (Temperatura de Ignição).

2.3.1 - Tetraedro do fogo


Modernamente, foi acrescentado ao triângulo do fogo mais um elemento: A
REAÇÃO EM CADEIA, formando assim o tetraedro ou quadrado de fogo. Os combustíveis
após iniciar a combustão geram mais calor liberando mais gases ou vapores combustíveis,
sendo que os átomos livres são os responsáveis pela liberação de toda a energia
necessária para a reação em cadeia.

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2.3.2 - Combustível
É toda substância capaz de queimar, servindo de campo de propagação do fogo.
Para efeito prático as substâncias foram divididas em combustíveis e incombustíveis, sendo
a temperatura de 1000ºC para essa divisão, ou seja, os combustíveis queimam abaixo de
1000ºC, e os incombustíveis acima de 1000ºC, isto se deve ao fato de, teoricamente, todas
as substâncias poderem entrar em combustão (queimar).
Os materiais combustíveis maus condutores de calor, madeira por exemplo,
queimam com mais facilidade que os materiais bons condutores de calor como os metais.
Esse fato se deve a acumulação de calor em uma pequena zona, no caso dos materiais
maus condutores, fazendo com que a temperatura local se eleve mais facilmente, já nos
bons condutores, o calor é distribuído por todo material, fazendo com que a temperatura se
eleve mais lentamente.
Os combustíveis podem estar no estado sólido, liquido e gasoso, sendo que a
grande maioria precisa passar para o estado gasoso, para então se combinarem o
comburente e gerar uma combustão. Os combustíveis apresentam características conforme
o seu estado físico, conforme vemos abaixo:
Sólidos Ex: Madeira, Tecido, Papel, Mato, etc.
Líquidos Ex: Gasolina, Álcool Etílico, Acetona, etc.
Gasosos Ex: Acetileno, GLP, Hidrogênio, etc.

Combustíveis sólidos - A maioria dos combustíveis não queima no estado sólido,


sendo necessário transformar-se em vapores, para então reagir com o comburente, ou
ainda transformar-se em líquido para posteriormente em gases, para então queimarem.
Como exceção podemos citar o enxofre e os metais alcalinos (potássio, magnésio, cálcio,
etc...), que queimam diretamente no seu estado sólido e merecem atenção especial como
veremos mais a frente.

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Combustíveis líquidos - Os combustíveis líquidos, chamados de líquidos
inflamáveis, têm características particulares, como:
Não tem forma própria, assumindo a forma do recipiente que as contem;
-Se derramados, escorrem e se acumulam nas partes mais baixas;
-A maioria dos líquidos inflamáveis é mais leves que a água, sendo assim flutuam
sobre ela;
- Os líquidos derivados de petróleo têm pouca solubilidade em água;
- Na sua grande maioria são voláteis (liberam vapores a temperatura menores que
20ºC).

Combustíveis gasosos - Os gases não têm volume definido, tendendo,


rapidamente, a ocupar todo o recipiente em que está contido.

Para que haja a combustão, a mistura com o comburente deve ser uma mistura
ideal, isto é, não pode conter combustível demasiado (mistura rica) e nem quantidade
insuficiente do mesmo (mistura pobre).
Defini-se então para cada combustível os limite da sua mistura ideal, chamados de
limites de inflamabilidade, que estão dispostos a seguir:
- Limite inferior de inflamabilidade (LII) – é a concentração mínima de uma mistura
onde pode ocorrer a combustão.
- Limite superior de inflamabilidade (LSI) – é a concentração máxima de uma
mistura onde pode haver a combustão.

2.3.3 - Fonte de Calor


Calor é uma forma de energia que eleva a temperatura, gerada da transformação de
outra energia, através de processo físico ou químico. Pode ser descrito como uma condição
da matéria em movimento, isto é, movimentação ou vibração das moléculas que compõem a
matéria.
A energia de ativação serve como condição favorável para que haja a reação de
combustão, elevando a temperatura ambiente ou de forma pontual, proporcionando com
que o combustível reaja com o comburente em uma reação exotérmica.
Ao receber calor, o combustível se aquece até chegar a uma temperatura que
começa a desprender gases (os combustíveis inflamáveis normalmente já desprendem
gases a temperatura ambiente). Esses gases se misturam com o oxigênio do ar e em
contato com uma chama ou até mesmo uma centelha, dá início à queima.

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A energia de ativação pode provir de várias origens, como por exemplo:
Origem nuclear. Ex.: Fissão nuclear
Origem química. Ex.: Reação química(limalha de ferro + óleo)
Origem elétrica. Ex.: Resistência(aquecedor elétrico)
Origem mecânica. Ex.: Atrito

Efeitos fisiológicos do calor - O calor pode causar vários danos os seres humanos,
como exemplo podemos citar a desidratação, a insolação, fadiga, queimaduras e inúmeros
problemas no aparelho respiratório. A exposição de uma pessoa, ao calor, por tempo
prolongado, poderá acarretar na morte da mesma.

2.3.4 - Comburente (Oxigênio – O2)


É o elemento que reage com o combustível, participando da reação química da
combustão, possibilitando assim vida às chamas e intensidade a combustão. Como exemplo
de comburente podemos citar o gás cloro e o gás flúor. Porém o comburente mais comum é
o oxigênio, que é encontrado na quantidade de aproximadamente 21% na atmosfera. A
quantidade de oxigênio ditará o ritmo da combustão, sendo plena na concentração de 21% e
não existindo abaixo dos 4%, conforme dados abaixo:

Ar atmosférico 21 % Normal

Respiração do ser humano 21% Normal


16% Mínimo

Combustão 13% Mínimo para chamas


04% Mínimo para brasas

2.3.5 - Reação em Cadeia


A combustão é uma reação que se processa em cadeia, que após a partida inicial, é
mantida pelo calor produzido durante o processamento da reação.
A cadeia de reações, formada durante a combustão, propicia a formação de produtos
intermediários instáveis, principalmente radicais livres, prontos a se combinarem com outros
elementos, dando origem a novos radicais, ou finalmente, a corpos estáveis.
Conseqüentemente, sempre teremos a presença de radicais livres em uma combustão. A
estes radicais livres cabe a responsabilidade de transferir a energia necessária à
transformação da energia química em calorífica, decompondo as moléculas ainda intactas e,
desta vez, provocando a propagação do fogo numa verdadeira cadeia de reação.

2.4 - Produtos da Combustão

“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.


Lei de Lavoisier

Quando duas substâncias reagem quimicamente entre si, se transformam em outras


substâncias. Estes produtos finais resultantes da combustão, que dependerão do tipo do
combustível, normalmente são: Gás Carbônico (CO2), Monóxido de Carbono (CO), Fuligem,
Cinzas, Vapor d’água, mais Calor e Energia Luminosa.
Dependendo do combustível poderemos ter vários outros produtos, inclusive tóxicos
ou irritantes.

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Exemplos:
• PVC ................................................................ CO e Ácido Clorídrico (HCI)
• Isopor e Outros Plásticos ............................... CO
• Poliuretano ..................................................... CO e Gás Cianídrico (HCN)

Reação Química da Combustão

• A fumaça
É um dos produtos da combustão, sendo o resultado de uma combustão incompleta,
onde pequenas partículas sólidas se tornam visíveis. A fumaça varia de cor conforme o tipo
de combustão, como vemos a seguir:
Fumaça de cor branca – indica que a combustão é mais completa com rápido
consumo do combustível e boa quantidade de comburente;
Fumaça de cor negra – combustão que se desenvolve em altas temperaturas,
porém com deficiência de comburente;
Fumaça amarela, roxo ou violeta – presença de gases altamente tóxicos.

• Gases
São o resultado da modificação química do combustível, associado com o
comburente. A combustão produz, entre outros, monóxido de carbono (CO), dióxido de
carbono (CO2) e o acido cianídrico (HCN).

CO2: Em alta concentração provoca asfixia.


CO: Venenoso, podendo provocar morte.
Gás cianídrico: Altamente venenoso, provoca morte.

2.5 - Pontos Notáveis da Combustão


a) Ponto de Fulgor (Flash Point) - É a temperatura mínima, na qual o corpo combustível
começa a desprender vapores, que se incendeiam em contato com uma chama ou centelha
(agente ígneo), entretanto a chama não se mantém devido a insuficiência da quantidade de
vapores.

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b) Ponto de Combustão ou Inflamação (Fire Point) - É a temperatura mínima, na qual o
corpo combustível começa a desprender vapores, que se incendeiam em contato com uma
chama ou centelha (agente ígneo), e mantém-se queimando, mesmo com a retirada do
agente ígneo.

c) Ponto de Ignição - É a temperatura, na qual os gases desprendidos do combustível


entram em combustão apenas pelo contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer
outra chama ou centelha (agente ígneo).

2.6 - Classes de incêndio


• Classe A:
São incêndios que envolvem combustíveis sólidos comuns (geralmente de natureza
orgânica), e ainda, tem como características queimar em razão do seu volume (queimam em
superfície e profundidade) e deixar resíduos fibrosos (cinzas).

• Classe B:
São incêndios envolvendo líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis. É
caracterizado por não deixar resíduos e queimar apenas na superfície exposta (queimam só
em superfície ).

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• Classe C:
Qualquer incêndio envolvendo combustíveis energizados. Alguns combustíveis
energizados (aqueles que não possuem algum tipo de armazenador de energia) podem se
tornar classe A ou B, se for desligado da rede elétrica.

• Classe D:
Incêndios resultantes da combustão de metais pirofóricos, são ainda caracterizado
pela queima em altas temperaturas e reagirem com alguns agentes extintores
(principalmente a água).

• Classe E:
Incêndios resultantes de produtos radioativos.

Observação: Existe ainda uma classe de incêndio ainda não normalizada no Brasil.

• Classe K:
Incêndios resultantes de óleos ou gorduras animais saturadas em cozinhas, tanto
residenciais ou industriais. Utiliza-se os extintores de agente úmido Classe K, com uma
solução especial de Acetato de potássio diluída em água.
.

2.7 - Causas de incêndio


É de enorme interesse saber a origem dos incêndios quer para fins legais, quer para
fins estatísticos e prevencionistas. Daí a importância de preservar-se o local do incêndio,
procurando não destruir possíveis provas nas operações de combate. Dessa forma, os
peritos poderão determinar com maior facilidade a causa do incêndio.
Classificação das causas de incêndios
• Naturais
• Artificiais: Acidentais e Propositais

• Causas Naturais
Quando o incêndio é originado em razão dos fenômenos da natureza, que agem por
si só, completamente independente da vontade humana.

• Causas Artificiais
Quando o incêndio irrompe pela ação direta do homem, ou poderia ser por ele
evitado tomando-se as devidas medidas de precaução.
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Professor: Marcio Fanchiotti
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do Trabalho, Radiologia, Meio Ambiente, Automação e Química.
a) Acidental - Quando o incêndio é proveniente do descuido do homem, muito
embora ele não tenha intenção de provocar o acidente. Esta é a causa da maioria dos
incêndios.

b) Proposital - Quando o incêndio tem origem criminosa, ou seja, houve a intenção


de alguém em provocar o incêndio.

2.8 - Principais causas de incêndio


Os incêndios, a não ser quando causados pela ação das intempéries, são
decorrentes da falha humana, material ou ambas; como veremos a seguir :
1. Brincadeira de criança
2. Exaustores, Chaminé, Fogueira
3. Balões
4. Fogos de Artifícios
5. Displicência ao cozinhar
6. Descuido com fósforo
7. Velas, lamparinas, iluminação à chama aberta sobre móveis
8. Aparelhos Eletrodomésticos
9. Pontas de Cigarros
10. Vazamento de Gás Liqüefeito de Petróleo (G.L.P.):
11. Ignição ou Explosão de Produtos Químicos
12 - Instalações Elétricas Inadequadas
13. Trabalhos de Soldagens
14. Ação Criminosa

2.9 - Propagação do incêndio


O incêndio se propaga em virtude da transmissão do calor liberado pelo mesmo,
para outra parte do combustível ainda não incendiado, ou até mesmo para outro corpo
combustível distante, também não incendiado. Isto poderá ocorrer sob três formas:
Condução, Convecção e Irradiação.

- Condução
É a transferência de calor de um ponto para outro de forma contínua. Esta
transferência é feita de molécula a molécula sem que haja transporte da matéria de uma
região para outra. É o processo pelo qual o calor se propaga da chama para a mão, através
da barra de ferro.
- Convecção
É a transferência do calor de uma região para outra, através do transporte de matéria
(ar ou fumaça). Esta transferência se processa em decorrência da diferença de densidade
do ar, que ocorre com a absorção ou perda de calor. O ar quente sempre subirá. É o
processo pelo qual o calor se propaga nas galerias ou janelas dos edifícios em chamas.
- Irradiação
É a transferência do calor através de ondas eletromagnéticas, denominadas ondas
caloríficas ou calor radiante. Neste processo não há necessidade de suporte material nem
transporte de matéria. A irradiação passa por corpos transparentes como o vidro e fica
bloqueada em corpos opacos como a parede. Ex: O calor propagado de um prédio para
outro sem ligação física.

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2.10 - Métodos de extinção
Conhecido o Triângulo do Fogo, este só existirá quando estiverem presentes os três
elementos constituintes nas proporções definidas. Portanto, para extinguir o fogo basta
desfazer o Triângulo, isto é, retirar uma de suas pontas.
• Isolamento
Método de Extinção de Incêndio que consiste na retirada do Combustível.
• Abafamento
Método de Extinção de Incêndio que consiste na redução ou retirada do Oxigênio.
• Resfriamento
Método de Extinção de Incêndio que consiste na retirada parcial do calor (diminuição
da temperatura).

2.11 - Agentes extintores de incêndio


Existem vários agentes extintores, que atuam de maneira especifica sobre a
combustão, extinguindo o incêndio através de um ou mais métodos de extinção já citados.
Os agentes extintores devem ser utilizados de forma criteriosa, observando a sua
correta utilização e o tipo de classe de incêndio, tentando sempre que possível minimizar os
efeitos danosos do próprio agente extintor sobre materiais e equipamentos não atingidos
pelo incêndio.

• Água - É o agente extintor "universal". Como agente extintor a água age


principalmente por resfriamento e por abafamento, podendo paralelamente a este processo
agir por emulsificação e por diluição, segundo a maneira como é empregada.
Apesar de historicamente, por muitos anos, a água ter sido aplicada no combate a
incêndio sob a forma de jato pleno, hoje sabemos que a água apresenta um resultado
melhor quando aplicada sob a forma de jato chuveiro ou neblinado, pois absorve calor numa
velocidade muito maior, diminuindo consideravelmente a temperatura do incêndio
conseqüentemente extingüindo-o.
Quando se adiciona à água substâncias umectantes na proporção de 1% de
Gardinol, Maprofix, Duponal, Lissapol ou Arestec, ela aumenta sua eficiência nos combates
a incêndios da Classe A. À água assim tratada damos o nome de "água molhada". A sua
maior eficiência advém do fato do agente umectante reduzir a sua tensão superficial,
fazendo com que ela se espalhe mais e adquira maior poder de penetrabilidade, alcançando
o interior dos corpos em combustão.
A Água apresenta excelente resultado no combate a incêndios da Classe A, não
podendo ser utilizado na Classe C, pois conduz corrente elétrica.

• Espuma
É uma solução aquosa de baixa densidade e de forma contínua, constituída por um
aglomerado de bolhas de ar ou de um gás inerte. Podemos ter dois tipos clássicos de
espuma: Espuma Química e Espuma Mecânica.

Espuma Química - é resultante de uma reação química entre uma solução


composta por "água, sulfato de alumínio e alcaçuz" ou composta por "água e bicarbonato de
sódio" (está entrando em desuso, por vários problemas técnicos).

Espuma Mecânica - é formada por uma mistura de água com uma pequena
porcentagem (1% a 6%) de concentrado gerador de espuma e entrada forçada dear. Essa
mistura, ao ser submetida a uma turbulência, produz um aumento de volume da solução (de
10 a 100 vezes) formando a Espuma.

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Como agente extintor a espuma age principalmente por abafamento, tendo uma ação
secundária de resfriamento, face a existência da água na sua composição. Existem vários
tipos de espuma que atendem a tipos diferentes de combustíveis em chamas. Alguns tipos
especiais podem atender uma grande variedade de combustíveis.
A Espuma apresenta excelente resultado no combate a incêndios das Classes A e
B, não podendo ser utilizado na Classe C, pois conduz corrente elétrica.

• Pó químico seco (PQS) - É um grupo de agentes extintores de finíssimas


partículas sólidas, e tem como características não serem abrasivas, não serem tóxicas, mas
pode provocar asfixia se inalado em excesso. Também não conduz corrente elétrica, mas
tem o inconveniente de contaminar o ambiente sujando-o, podendo danificar inclusive
equipamentos eletrônicos. Desta forma, deve-se evitar sua utilização em ambiente que
possua estes equipamentos no seu interior e ainda dificultando a visualização do ambiente.
Atua por abafamento e quebra da reação em cadeia (assunto não abordado nesse
manual).
Os PQS são classificados conforme a sua correspondência com as classes de
incêndios, conforme as seguintes categorias:

Pó ABC – composto a base de fosfato monoamônico, sendo chamado de


polivalente, pois atua nas classes A, B e C;

Pó BC – à base de bicarbonato de sódio ou de potássio, indicados para incêndios


classes B e C;

Pó D – usado especificamente na classe D de incêndio, sendo a sua composição


variada, pois cada metal pirofórico terá um agente especifico, tendo por base a grafita
misturada com cloretos e carbonetos.

• Dióxido de Carbono (CO2 - Gás Carbônico) - É um gás incombustível, inodoro,


incolor, mais pesado que o ar, não é tóxico, mas sua ingestão provoca asfixia. Atua por
abafamento, dissipa-se rapidamente quando aplicado em locais abertos. Não conduz
corrente elétrica, nem suja o ambiente em que é utilizado.
O Dióxido de Carbono apresenta melhor resultado no combate a incêndios das
Classes B e C. Na Classe A apaga somente na superfície.

2.12 - Extintor de Incêndio Portátil


Geralmente, o gás propelente está acondicionado junto com a carga extintora (água,
pó químico, espuma mecânica), mantendo o aparelho pressurizado permanentemente ou
pressurizando o mesmo no momento da utilização.

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Dados Técnicos
1) Mangueira c/ Esguicho 5) Tubo Sifão
2) Gatilho 6) Recipiente
3) Alça para transporte 7) Manômetro
4) Pino de Segurança 8) Difusor

Técnicas de Utilização
• Identifique o Extintor através de sua aparência externa e etiqueta presa ao mesmo,
observando no manômetro se está carregado.
• Retire o Extintor do suporte preso a parede ou outro lugar em que esteja
acondicionado.
• Retire o lacre e o pino de segurança.
• Empunhe a mangueira para baixo e gire o volante da ampola externa no sentido
anti-horário (quando for extintor a pressurizar) e aperte o gatilho, rapidamente, a fim de
confirmar o agente extintor, neste momento afaste qualquer parte do corpo da trajetória da
tampa, caso esta seja projetada mediante o aumento da pressão no interior do aparelho.
• Transporte o Extintor até próximo do local sinistrado.
• Aperte o gatilho e direcione o jato para a base do fogo e movimente-o em forma de
"ziguezague" horizontal.

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3.0 – INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ÁREAS CLASSIFICADAS OU
POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS (EX)

3.1 – Atmosfera explosiva


Mistura explosiva de gases, vapores, poeiras inflamáveis e ar sob determinadas
condições de concentração, temperatura e pressão.

3.2 - Áreas Classificadas (EX)


Área Classificada é todo aquele espaço ou região tridimensional onde pode ocorrer
presença de gases e líquidos inflamáveis, que podem formar uma atmosfera inflamável
(explosiva). Tais atmosferas explosivas podem surgir em torno de equipamentos e
instalações de produção onde gases, líquidos e poeiras inflamáveis são armazenados,
processados ou manuseados.

3.3 – Risco de explosão


O risco de ignição de uma atmosfera existe se ocorrer simultaneamente:
- A presença de uma substância inflamável (em condições de operação normal ou
anormal);
- A substância inflamável encontra-se em um estado tal e em quantidade suficiente
para formar uma atmosfera explosiva;
- Existe uma fonte de ignição com energia elétrica ou térmica suficiente para causar
a ignição da atmosfera explosiva;
- Existe a possibilidade da atmosfera explosiva alcançar a fonte de ignição.

3.4 – Limites de inflamabilidade


Faixa de concentração da mistura gás/vapor da substância inflamável com O2 na
qual pode ocorrer combustão. Geralmente expressa em percentual por volume, referidas a
20ºC e a pressão de 1 bar.
LIMITE INFERIOR DE INFLAMABILIDADE (LII) - mistura pobre. Pouco produto
inflamável e muito oxigênio.
FAIXA DE INFLAMABILIDADE - mistura ideal. Relação volumétrica oxigênio-
produto inflamável
LIMITE SUPERIOR DE INFLAMABILIDADE (LSI) - mistura rica. Muito produto
inflamável e pouco oxigênio.

HIDROGÊNIO:
LEL = 4,0%
UEL = 75,6%

PROPANO:
LEL = 2,0%
UEL = 9,5%

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3.5 – Classe de temperatura
Utiliza-se sempre como referência a temperatura de ignição espontânea da
substância inflamável, sem que lhe seja aplicada chama. Este parâmetro limita a máxima
temperatura de superfície que pode ser desenvolvida por um equipamento.

Classes de temperatura dos equipamentos:


T1 (450 ºC); T2 (300 ºC); T3 (200 ºC); T4 (135 ºC); T5 (100 ºC); T6 (85 ºC)

Se temos:
Ts = Temperatura máxima na superfície do equipamento em operação/informação
marcada na placa do equipamento
Tig = Temperatura de Auto ignição do Gás

Sempre teremos que ter a seguinte condição:

Ts < Tig

É uma informação tão importante que é um dos itens de marcação obrigatória dos
equipamentos Ex.

3.6 – Grupo dos gases


O conceito de grupo é baseado nas circunstancias de que substâncias de um mesmo
grupo comportam-se de forma similar quando submetidas a um processo de combustão.

Grupo I : Industria de mineração subterrânea.


Grupo II : Industrias de superfície em geral (gás).
Grupo III : Industrias de superfície em geral (poeiras).

O grupo II possui uma particularidade, é dividido em sub-grupos: IIA; IIB e IIC. As


energias liberadas durante a explosão decrescem de IIC para IIA.

Equipamentos do grupo IIC podem ser usados para IIC, IIB e IIA
Equipamentos do grupo IIB podem ser usados para IIB e IIA.
Equipamentos do grupo IIA só podem ser usados para IIA
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Características de algumas substâncias inflamáveis

Substância Densidade Ponto de Lim. Inflam. (% vol) Temp. ign. Classe Grupo
(ar = 1) Fulgor (ºC) Inferior Superior (ºC) Temper.

Metano* 0,57 - 5,00 15,00 595 T1 IIA


Etano* 1,04 - 3,00 15,50 515 T1 IIA
Propano* 1,56 - 2,00 9,50 470 T1 IIA
Butano* 2,05 - 60 1,50 8,50 365 T2 IIA
Pentano 2,48 < - 20 1,40 8,00 285 T3 IIA
Hexano 2,79 - 21 1,20 7,40 233 T3 IIA
Octano 3,94 12 0,80 6,50 210 T3 IIA
Acetileno 0,90 - 1,50 100,00 305 T2 IIC
Hidrogênio 0,07 - 4,00 75,60 560 T1 IIC

3.7 – Plano de áreas classificadas


É o desenho que mostra a avaliação do GRAU DE RISCO de formação de atmosfera
potencialmente explosiva na instalação.
A avaliação do GRAU DE RISCO leva em conta:
1) O tipo de substância inflamável que pode estar presente no local;
2) Com que probabilidade (freqüência) essa substância pode estar presente no meio
externo;
3) Em que extensão essa probabilidade é esperada, ou seja, quais os limites da área
com risco da presença da mistura explosiva.

Assim, o plano de classificação de área é determinada por zonas de riscos, em


função da maior ou menor probabilidade de ocorrência de risco.

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ZONA 0 - a ocorrência de mistura inflamável é contínua ou existe por longos
períodos.

ZONA 1 - a ocorrência de mistura inflamável acontece em condições normais de


operação do equipamento de processo

ZONA 2 - a ocorrência de mistura inflamável é pouco provável de acontecer e


quando acontece é por curtos períodos, estando associada à operação anormal do
equipamento de processo.

3.8 – Uso de equipamentos elétricos em Áreas Classificadas (EX)

Equipamentos elétricos ou outros equipamentos que possam constituir-se numa


fonte de ignição não devem ser instalados em Áreas Classificadas, a menos que seja
estritamente essencial sua instalação neste local, para a operação.
Para que possam ser utilizados em Áreas Classificadas, os equipamentos e
dispositivos elétricos devem possuir características inerentes, com o mínimo risco de que
causem a inflamação do ambiente onde estão instalados. Para isto são utilizadas diversas
técnicas construtivas que são aplicadas de forma a reduzir o risco de explosão ou incêndio
provocado pela sua operação.
Todos os equipamentos que trabalham dentro de área classificada, devem ser
certificados pelo INMETRO, com selo com marcação identificando o mesmo. Segue
exemplo de marcação para equipamento que trabalhe em área classificada:

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Marcação EX conforme NBR 9518

Br Ex ia IIC T6

CERTIFICAÇÃO TEMPERATURA
Indica que a Certificação é Indica a classe de temperatura
Brasileira de superfície do equipamento
T1 (450º), T2 (300º), T3 (200º),
T4 (135º), T5 (100º), T6 (85º)

PROTEÇÃO GRUPO
Indica que o equipamento possui Indica o grupo para o qual o
algum tipo de proteção para equipamento foi construído
atmosfera potencialmente explosiva GRUPO IIC
GRUPO IIB
GRUPO IIA
TIPO DE PROTEÇÃO
Indica o tipo de proteção que o equipamento possui:
“d” – À prova de Explosão
“p” – Pressurizado
“m” – Encapsulado
“o” – Imerso em Óleo
“q” – Imerso em Areia
“e” – Segurança Aumentada
“ia” – Segurança Intrínseca, categoria “a”
“ib” – Segurança Intrínseca, categoria “b”
“n” – Não Acendível

MARCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS EX (ABNT)

1 – Identificação do fornecedor
2 – Identificação do modelo ou tipo
3 – Símbolos: BR-Ex, tipo de proteção, grupo do equipamento elétrico, classe de
temperatura e/ou temperatura máxima de superfície e marcações adicionais exigidas pela
norma específica para o respectivo tipo de proteção
4 – Nº do certificado, incluindo as letras "X" ou "U" quando aplicável

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3.9 – Relação de alguns produtos que podem tornar uma Área Classificada
(EX)

Gases ou vapores inflamáveis: Qualquer produto inflamável que possua ponto de


fulgor abaixo de 37,5° C na CNTP, tais como: gás aquecido, hidrocarbonetos, solventes,
cola, tintas, thinners, verniz, resinas, aditivos para produtos farmacêuticos, perfumes,
aromatizantes, produtos utilizados no tratamento de álcool e derivados.

Poeiras inflamáveis de: Algodão, alumino em pó, arroz, trigo, enxofre, semente de
cereais, carvão mineral, cacau, milho, papel, madeira etc.

3.10 – Cuidados especiais quanto ao uso de equipamentos em Área


Classificada (EX)
Lâmpadas - Luminária do tipo “Ex-d” (à prova de explosão) e “Ex-e” (segurança
aumentada) são certificadas para o tipo e potência da lâmpada indicada na plaqueta do
equipamento. Nenhuma lâmpada de tipo diferente ou de potência maior que a original
especificada poderá ser utilizada na substituição – lâmpada de maior potência poderá
causar aumento de temperatura, que pode ultrapassar a máxima temperatura superficial
admissível para a classe de temperatura da luminária, podendo torná-la inadequada para
uso em atmosferas explosivas, para a qual foi certificada.

Equipamentos – Cada equipamento é especificado para cada condição, pois cada


grupo de produto inflamável, possui energia liberada diferenciada no momento da explosão.
Assim, para retirar um equipamento de um ambiente e instalar em outro local, deve ser feito
uma análise prévia: Exemplo: Equipamento à prova de explosão para Grupo IIA (metano)
aplicado em área de Grupo IIC (sala de baterias);

4 – ELETRICIDADE E A NR-10
4.1 – Objetivo e Campo de aplicação da NR-10

Esta Norma Regulamentadora – NR estabelece os requisitos e condições mínimas


objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a
garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em
instalações elétricas e serviços com eletricidade.
Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo,
incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das
instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-
se as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou
omissão destas, as normas internacionais cabíveis.

4.2 - Choque elétrico


4.2.1 – Conceitos

Eletricidade
Eletricidade é uma manifestação de uma forma de energia associada a cargas elétricas,
paradas ou em movimento. O que possui cargas elétricas são os elétrons, partículas
minúsculas que giram em volta do núcleo dos átomos que formam as substâncias.

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Tensão – é a diferença de potencial elétrico entre dois pontos (volt).
Tensões nominais de distribuição:
Trifásica: 13.8 kv
Tensões nominais de distribuição baixa tensão:
Trifásica: 380/220 volt

Corrente elétrica – nos condutores os elétrons dos metais se movimentam de forma


desordenada em todas as direções pulando de um átomo para outro, quando aplica uma
diferença de potencial, nestes condutores, os elétrons movem-se de forma ordenada em um
sentido, tendo assim a corrente elétrica (amperes)

Choque elétrico - O choque elétrico é um estímulo rápido no corpo humano, ocasionado


pela passagem da corrente elétrica. Essa corrente circulará pelo corpo onde ele tornar-se
parte do circuito elétrico, onde há contato com uma diferença de potencial suficiente para
vencer a resistência elétrica oferecida pelo corpo.

4.2.2 – Efeitos da corrente elétrica


O efeito da corrente elétrica depende dos seguintes itens:
• Intensidade da corrente;
• Tempo de exposição;
• Percurso através do corpo humano;
• Condições orgânicas do indivíduo.

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Efeitos fisiológicos diretos da corrente elétrica

Efeitos fisiológicos indiretos da corrente elétrica

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Efeito Tempo X Corrente Elétrica

Zona  Nenhum efeito perceptível


Zona  Efeitos fisiológicos geralmente não danosos
Efeitos fisiológicos notáveis (parada cardíaca, parada respiratória,
Zona 
contrações musculares), geralmente reversíveis
Elevada probabilidade de efeitos fisiológicos graves e irreversíveis
Zona 
(fibrilação cardíaca, parada respiratória)

Percentual da corrente que passa pelo coração em


função do contato com a fonte de energia

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4.2.3 – Proteções contra choque elétrico

Contato Direto

- Isolar partes vivas.


- Colocar fora de alcance, através de: Barreiras, Obstáculos e Invólucros.

Contato Indireto

- Dispositivos de Seccionamento Automático (disjuntor, fusível);


- Condutor de aterramento (terra);
- Equipotencialização de malhas de aterramento;
- DR – Disjuntor Residual.

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4.2.4 – Descargas elétricas atmosféricas

4.3 - Arco elétrico

O arco elétrico caracteriza-se pelo fluxo de corrente elétrica através do ar, e


geralmente é produzido quando da conexão e desconexão de dispositivos elétricos ou em
caso de curto-circuito, provocando queimaduras de segundo ou terceiro grau.
Ele possui natureza explosiva, tem alto poder destrutivo e pode liberar energias
térmicas de até 30.000º C em uma fração de segundo.

IMPORTANTE!!!
ARCO ELÉTRICO ≠ CHOQUE ELÉTRICO
4.3.1 – Implicações do arco elétrico

A energia liberada pelo Arco elétrico, pode:


- Provocar incêndios e destruir equipamentos
- Queimar roupas (por ignição do tecido)
- Projetar materiais ionizados e vaporizar metais
- Emitir raios ultravioletas/infravermelhos
- Irradiar temperaturas que excedem o limite da pele humana = 1,2 cal/cm2

4.3.2 – Proteção contra arco elétrico

A roupa e os EPI’s devem ter a capacidade de dissipar a temperatura que incide na


sua face externa, de modo que, no contato com a pele, esta temperatura não exceda o limite
de tolerância da pele do usuário.

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Arco
El étrico

Pe le d o
Usuá rio

A energia térmica é dissipada da face externa para a face interna de cada camada
de tecido até chegar ao seu limite, de modo que, no contato com a pele, a energia incidente
não exceda 1,2cal/cm2.

Categoria Sistema de Proteção ATPV


de Risco Descrição da Roupa em cal/cm²
Matérias que não derretam, inflamáveis, com um tecido de
0 N/A
peso mínimo de 150g/m²
1 Blusa e calça, ou capa antichamas. 4
Roupas íntimas de algodão – Camisa de Mangas curtas e
2 8
bermuda normais e Calça e camisa antichamas
Roupas íntimas de algodão com Calça e camisa
3 antichamas com capa antichamas ou, cueca de cotton com 25
duas capas antichamas
Roupas íntimas de algodão com Calça e Camisa
4 40
antichamas com capa multicamadas de tecido antichama.
Fonte: NFPA 70E : 2004

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Exemplos de vestimentas à prova de arco elétrico

Categoria II Categoria IV

4.4 - Tipos de Medidas de Controle (10.2)

Em todas as intervenções em instalações elétricas devem ser adotadas medidas


preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos adicionais, mediante técnicas de
análise de risco (ex. APR), de forma a garantir a segurança e a saúde no trabalho.
As empresas estão obrigadas a manter Esquemas Unifilares atualizados das
instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema de
aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteção. (10.2.3)

Esquema Unifilar Esquema Multifilar

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Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW (que possuem
transformador dentro da empresa) devem constituir e manter o PRONTUÁRIO DE
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS, contendo, dos itens citados acima, no mínimo: (10.2.4)
a) Procedimentos e instruções técnicas relativas a NR-10 e descrição das medidas de
controle existentes;
b) Documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra descargas
atmosféricas e aterramentos elétricos;
c) Especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental,
aplicáveis conforme determina esta NR;
d) Documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação, autorização dos
trabalhadores e dos treinamentos realizados;

Qualificação = Cursos reconhecidos pelo MEC na área de eletricidade.


Habilitação = Deve possuir registro no órgão de classe – CREA
Capacitado = Treinado dentro da empresa, por profissional habilitado.

Obs.: Todo profissional capacitado, deve ter um profissional habilitado responsável


pelo mesmo.

e) Resultados dos testes de isolação elétrica nos equipamentos de proteção individual e


coletiva;

As empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do sistema


elétrico de potência – SEP (Alta tensão), devem acrescentar ao prontuário os documentos
(10.2.5):
a) descrição dos procedimentos para emergências;
b) certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual;
O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser organizado e mantido atualizado pelo
empregador ou pessoa formalmente designada pela empresa, devendo permanecer à
disposição dos trabalhadores envolvidos nas instalações e serviços em eletricidade. Devem
ser elaborados por Profissional Legalmente Habilitado (PLH) (10.2.6/ 10.2.7).

4.5 – Medidas de proteção coletiva (10.2.8)

Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser previstas e


adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva. Prioritariamente, a
DESENERGIZAÇÃO ELÉTRICA é a primeira opção.
Na impossibilidade de desenergização, devem ser utilizadas outras, tais como:
- isolação das partes vivas;
- obstáculos, barreiras, sinalização;
- sistema de seccionamento automático de alimentação;
- bloqueio do religador automático.

4.6 – Medidas de proteção individual (10.2.9)

Na impossibilidade do uso de Proteção Coletiva; Extra Baixa Tensão ou


desenergização das instalações; devem ser empregadas o uso de proteção individual
através de vestimentas adequadas que atendam os critérios :

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Condutibilidade;
Inflamabilidade;
Influências Externas.

Obs.: É proibido o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas
ou em suas proximidades.

4.7 – Segurança em novos projetos (10.3)

É obrigatório para os novos projetos de instalações elétricas :


- Dispositivos de desligamento de circuitos,
- Impedimento de reenergização,
- sinalização de advertência com indicação da condição operativa;
- Considerar o espaço seguro, para operação e manutenção;
- Se for tecnicamente viável e necessário, incorporar recursos fixos de aterramento
do circuito seccionado.
- Prever condições para a adoção de aterramento temporário.

4.7.1 – Memorial descritivo do projeto (10.3.9)

O memorial descritivo do projeto é , como o próprio nome diz, é um texto explicando


o projeto, os conceitos utilizados, normas adotadas, premissas, etc. Normalmente tem o
objetivo de explicitar, na forma de um texto, as informações mais importantes e que constam
do projeto completo e que, porém, devido ao volume de informações ser grande, não são
facilmente observáveis, principalmente para uma pessoa sem a formação técnica específica.
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Assim, o memorial descritivo do projeto de instalações elétricas deve conter, no
mínimo, os seguintes itens de segurança:
a) As características de proteção contra choques elétricos, queimaduras e outros
riscos adicionais;
b) Indicação de posição dos dispositivos de manobra dos circuitos elétricos: (Verde –
“D”, desligado e Vermelho - “L”, ligado);
c) Identificação de circuitos elétricos e equipamentos
d) Recomendações de restrições e advertências quanto ao acesso de pessoas aos
componentes das instalações;
e) Precauções aplicáveis em face das influências externas;

4.8 - Segurança na montagem, operação e manutenção.

Os equipamentos, dispositivos e ferramentas que possuam isolamento elétrico


devem estar adequados às tensões envolvidas, e serem inspecionados e testados de
acordo com as regulamentações existentes ou recomendações dos fabricantes.

IMPORTANTE: Os locais de serviços elétricos, compartimentos e invólucros de


equipamentos e instalações elétricas são exclusivos para essa finalidade, sendo
expressamente proibido utilizá-los para armazenamento ou guarda de quaisquer objetos.

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4.9 - Segurança em instalações elétricas desenergizadas.
Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas para
trabalho, obedecida a seqüência abaixo:
a) Seccionamento (desligamento da chave);
b) impedimento de reenergização (tranca com cadeado com chave única);

c) constatação da ausência de tensão;

Seqüência de verificação de ausência de tensão:


1- Ligar voltímetro e testar em fonte confiável de energia;
2- Verificar ausência de tensão no circuito seccionado;
3- Testar novamente o voltímetro em fonte confiável e desligar o mesmo.

Detector de tensão sem contato.

d) instalação de aterramento temporário;


e) proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada (Anexo I);

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f) instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

A instalação desenergizada deve ser mantida até a autorização para reenergização,


devendo ser reenergizada respeitando a seqüência de procedimentos abaixo:
a) retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;
b) retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo
de reenergização;
c) remoção do aterramento temporário e das proteções adicionais;
d) remoção da sinalização de impedimento de reenergização;
e) destravamento, se houver, e religamento dos dispositivos de seccionamento.

4.10 - Segurança em instalações elétricas energizadas

As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50 Volts em


corrente alternada ou superior a 120 Volts em corrente contínua somente podem ser
realizadas por trabalhadores que sejam Habilitados, Qualificados e/ ou capacitados.
Devendo receber treinamento de segurança para trabalhos com instalações elétricas
energizadas, com currículo mínimo, carga horária e demais determinações estabelecidas no
Anexo II desta NR.
As operações elementares como ligar e desligar circuitos elétricos, realizadas em
baixa tensão, com materiais e equipamentos elétricos em perfeito estado de conservação,
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adequados para operação, podem ser realizadas por qualquer pessoa não advertida.Devem
ser suspensos os serviços quando tais incorrerem em situações de perigo. E deverá haver
análise de risco (APR) para as diversas situações de operação e manobra.

4.11 - Trabalhos envolvendo alta tensão (AT)


Segundo a NR10 qualquer tensão alternada acima de 1000 Vac é considerada alta-
tensão.
As atividades na zona controlada só poderão ser feitas por profissional Habilitado
e/ou Qualificado, com o curso complementar (Pessoal que trabalha no SEP). E somente
poderão ser executados em dupla , nunca individualmente;
Deve sempre existir uma Ordem de Serviço para a realização do trabalho,
informando data e local, com assinatura do supervisor responsável. Sempre deve ser
elaborada uma APR (Análise Preliminar de Risco) e haver procedimentos específicos para a
atividade a ser realizada.

4.12 – Recomendações adicionais

Exemplos de EPI’s:
- Cabeça - capacete/ óculos / balaclave / protetor facial
- Membros superiores – luvas / luvas isoladas / luva
- Tronco – uniforme resistente a arco, de acordo com categoria.
- Membros inferiores – uniforme resistente a arco, e calçados ou botas de acordo
com o nível de tensão.

Exemplos de Ferramentas:
- Alicate isolado
– Detector de tensão ou multímetro para verificar ausência de tensão
- Vara de manobra

Cuidados com ferramentas elétricas portáteis


- Manuseio: Equipamento portátil deve ser manuseado de uma forma tal que não
cause danos. Os cabos elétricos flexíveis conectados aos equipamentos não devem ser
usados para levantar ou abaixar o equipamento, assim como cabos flexíveis não podem ser
fixados com grampos ou qualquer outro meio que possam vir a danificar a carcaça ou
isolamento.
- Inspeção visual : Fios elétricos e plugues conectados a equipamentos e extensões
devem ser inspecionados visualmente antes do uso e a cada turno quanto aos seus defeitos
perceptíveis: Pinos faltantes ou deformados; Dano na carcaça ou isolamento; Evidencia de
possível dano interno.

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Referências:
- http://www.cetestrio.com.br/forum/pdf/palestra_nr10.ppt
- http://www.mte.gov.br
- http://www.dgei.cbmerj.rj.gov.br
- http://www.cb.es.gov.br/
- http://www.fundacentro.gov.br
- http://www.segurancanotrabalho.eng.br

“Tudo é loucura ou sonho no começo, nada do que o homem fez no mundo teve
início de outra maneira.
Mas já tantos sonhos se realizaram, que não temos o direito de duvidar de nenhum”.
Monteiro Lobato

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