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Prémio Leaders & Achievers-Flecha Diamante 2017 PMR Africa

o
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Antigos dirigentes do Moza na mira do

log
Banco de Moçambique

ció
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io
ár

Edil interino de Nampula reage ao despacho de Namashulua


Di

RESULTADOS PROVISÓRIOS DO ESCRUTÍNIO


CONCURSO 48
TOTOBOLA
3—12 CERTOS—60.370,00MT
PREVISÃO DE JACKPOT—716.401,04MT
TOTOLOTO E JOKER
VALOR PARA 1º PRÉMIO—250.000,00MT O NATAL AINDA DEMORA MAS A LOTARIA DO
NATAL JÁ CHEGOU. 
Boa Sorte a Todos
2
TEMA
TEMADA
DASEMANA
SEMANA Savana 01-12-2017

Banco central sem sono

Antigos dirigentes do Moza sob investigação


- argumentação do BM questionada

o
Por Armando Nhantumbo

U m ano depois da interven- puníveis com multa de 10 a 100 mi-

log
ção do Banco de Moçam- lhões de Metic
Meticais ou de 40 a 400
bique (BM) sobre o Moza, milhões de Meticais, consoante seja
os dirigentes do “banco ge- aplicada a pessoa singular ou colec-
nuinamente moçambicano”, até à tiva, respectivamente.
data da deterioração insustentável Já no artigo 107, a Lei actualizada
dos seus indicadores prudenciais, refere-se a infracções que consti-
estão agora a ser investigados. Um
tuem contravenções especialmente
processo contravencional do BM, a
graves, que são puníveis com mul-
que o SAVANA teve acesso, reve-
ta de 20 a 200 milhões de meticais

ció
la “várias irregularidades passíveis
de punição”, que podem ter con- quando se trate de pessoas singu-
duzido o Moza ao descalabro que lares ou de 100 a 1000 milhões de
obrigou o regulador a atacar a 30 de Meticais, quando se trate de pessoas
Setembro de 2016, um dia de má colectivas.
memória para os accionistas mo- Prakash Ratilal Luís Magaço Ibrahimo Ibrahimo É no artigo 107, sobre contraven-
çambicanos da instituição de crédi- ções especialmente graves, que
to. Porém, fontes ligadas à anterior dos antigos órgãos sociais do Moza apenas nas situações em que exista rante nossas insistências, acabou consta o grosso das irregularidades
direcção rebatem a argumentação têm um prazo de 10 dias da data da uma sólida relação da confiança en- por se distanciar.
distanciar detectadas pela supervisão do BM
do BM e afiançaram ao jornal que
as irregularidades detectadas já fo-
ram sanadas.

Na mira do BM estão os membros


dos anteriores órgãos sociais do
Moza, nomeadamente, o Conselho
notificação para, querendo, apre-
sentar por escrito a sua defesa, sob
pena de condenação.
Uma vez que o BM não tem ini-
ciativa penal, o banco regulador
deverá, eventualmente, remeter os
processos contravencionais ao Mi-
so
tre o banco e o importador.
“A título de exemplo, em 28 de
Abril de 2014, a NBC Repre-
sentações efectuou a OPE n°
10823497OPE/2014, com uma
transferência no valor de ZAR
(Rand) 6.756.465, 48, mesmo
“Não tenho informações nenhu-
mas”, disse ele que assinou o pro-
cesso contravencional n° 18/DSP/
DIIC/SÃO/2017, em nosso poder.

As contravenções são
graves
na antiga direcção do Moza, como
a prática, pelos detentores de par-
ticipações qualificadas, de actos que
impeçam ou dificultem de forma
grave, uma gestão sã e prudente da
entidade em causa; de infracções às
nistério Público (MP) para dar o sem ter regularizado a docu- A Lei n° 15/99, de 1 de Novembro, normas sobre conflitos de interes-
de Administração (CA), a Comis-
devido seguimento. mentação referente à OPE n° actualizada pela Lei n° 9/2004, de ses; a inexistência de contabilidade
são Executiva (CE), o Conselho
7131612OPE/2013, datada de 18 organizada; a omissão da comuni-
um
Fiscal (CF) e a Assembleia Geral 21 de Julho, alegadamente atro-
(AG), depois do sismo de grande As irregularidades que de Novembro de 2013: Okanga pelada pelos antigos dirigentes do cação imediata ao BM da impossi-
magnitude que se abateu sobre a arruinaram o Moza? Representações; Amazon Narke- Moza, de acordo com constatações bilidade de cumprimento de obri-
instituição financeira criada com A inspecção realizada entre finais ting, Lda” lê-se no processo contra- do BM, é a lei que regula o esta- gações em que se encontre ou corra
capitais, maioritariamente, moçam- de 2014 e princípios de 2015 cons- vencional. belecimento e o exercício da acti- risco de se encontrar, bem como a
bicanos, num mercado dominado tatou incumprimento do dever de Mas as “irregularidades passíveis de vidade das instituições de crédito comunicação desta impossibilidade
pelo capital estrangeiro. elaboração, pelo Moza, de políticas, punição”, detectadas pela supervi- e das Sociedades Financeiras em com omissão das informações re-
O CA e a CE do Moza, suspensos procedimentos, limites e indicado- são do BM, não param por aí. In- Moçambique. queridas pela lei, incluindo o não
no âmbito de “medidas extraordi- res que norteassem e assistissem nas cluem a exposição do Moza ao risco cumprimento de determinações do
No seu artigo 106, a Lei actualizada
nárias de saneamento para salva- actividades de gestão do risco ope- de taxa de juro decorrente da ine-
em 2004 refere-se a infracções tidas BM ditadas especificamente para o
guardar as condições normais de racional. Isto significa que, segundo polític aprovadas pelo
xistência de políticas
como contravenções gerais, que são caso individualmente considerado.
funcionamento do sistema bancá- o BM, à data dos factos, a antiga CA, que orientassem a gestão deste
de

rio”, conforme argumentou o BM, direcção do Moza não procedeu à risco e inexistência duma políti-

“Irregularidades foram sanadas”


aquando da intervenção do último identificação e mensuração do risco ca formal de pricing dos produtos,

O
dia de Setembro do ano passado, operacional, que são a base da im- quer de cr
crédito, quer de depósito.
eram encabeçados, respectivamen- plementação de controlo de risco. Detectaram ainda a exposição do
A inspecção detectou ainda o in- Moza ao risco da taxa de câmbio SAVANA sabe que, por mas anotou que, a inspecção
te, por Prakash Ratilal e Ibrahimo
cumprimento do dever de apro- decorr
decorrente da inexistência de po- exemplo, a antiga vogal seguinte, realizada em finais de
Ibrahimo, nomes sonantes na banca
vação, pelo CA, de políticas que lític específicas aprovadas pelo
líticas do Conselho Fiscal do 2015 e princípios de 2016, não
nacional.
orientassem a gestão de liquidez do CA que norteassem a gestão deste Moza, Paula de Lima encontrou as irregularidades de-
Foi no âmbito duma inspecção rea-
Moza, a inexistência de limites in- risco, a exposição do Moza ao ris- Ferreira, foi notificada a 22 de tectadas na inspecção anterior,
lizada entre 17 de Outubro de 2014
ternos e de indicadores específicos co de tecnologias de informação Novembro de 2017. porque já haviam sido já sanadas.
e 27 de Fevereiro de 2015, que os
io

de alerta para aviso prévio de risco decorrente da inexistência de po- Por sua vez, Ibrahimo Ibrahimo, A fonte refere que os membros
supervisores do BM constataram o
de liquidez, o que propiciava inefi- líticas específicas aprovadas pelo outro dos inquiridos, disse-nos, dos antigos órgãos sociais vão
que descrevem como várias irregu-
laridades passíveis de punição. cácia no seu acompanhamento, bem CA que norteassem a gestão deste quarta-feira, não ter recebido pedir ao BM toda a documen-
A inspecção foi realizada ainda no como a inexistência de um plano de risco, a exposição do Moza ao risco qualquer notificação. “Não re- tação respeitante à segunda ins-
reinado do governador Ernesto contingência que orientasse a ges- de reputação decorrente da ausên- cebi nada, estou fora do país há pecção para provar que sanaram
cerca de uma semana”, respon-
ár

Gove, mas só agora, com o BM sob tão, face à situação de escassez de cia de políticas aprovadas pelo CA as irregularidades antes de deixar
dor Rogério
os auspícios do governador liquidez. que norteassem a gestão deste risco, deu. o Moza.
Zandamela, é que foram accionados O BM fundamenta ainda os pro- bem como a falta de fiscalização de Enquanto isso, Prakash Ratilal, “O que sucede é que não levaram
encionais.
os processos contravencionais. cessos contravencionais com a práticas de gestão deste risco pelo quando contactado pelo nosso esses documentos e só podem
Ernesto Gove, hoje proclamado, exposição do Moza ao risco de CA. Jornal, na tarde desta quarta- arguir depois de terem acesso a
acriticamente, como um “agricultor compliance devido a outras várias “Estes factos violam o estabelecido -feira, disse estar ocupado, mas esses documentos”, disse.
que retornaria a chamada na De acordo com a fonte, os an-
Di

de sucesso” em Inharrime, na pro- irregularidades, nomeadamente, a no Aviso n° 4/GBM/2013, de 18 de


víncia de Inhambane, foi sempre falta de aprovação de normativos Setembro, que estabelece as Direc- primeira oportunidade. Até ao tigos órgãos sociais vão pedir,
tido como um governador bastante de gestão do risco de compliance, a trizes de Gestão de Risco (DGR), fecho da edição não registámos ainda esta semana, ao BM, todos
maleável politicamente, o que sem- inexistência de política que regesse o Regulamento da Lei Cambial, o a sua reacção os documentos da auditoria de
pre condicionou a sua actuação no a gestão de conflito de interesses, artigo vigésimo dos estatutos da so- Próximo à hora do fecho do jor- 2015/2016 e, na mesma carta,
sector bancário. a falta de fiscalização das práticas ciedade e constituem contravenções nal, uma fonte próxima da antiga solicitar a extensão do prazo de
Aliás, foi com Gove que o “Nosso de gestão desse risco, cabendo à puníveis nos termos dos artigos 106 direcção do Moza confirmou- 10 dias para permitir que apre-
Banco”, uma instituição financeira Comissão Executiva a definição, e 107 da Lei n° 15/99, de 1 de No- -nos que todos os elementos sentem as suas defesas.
ligada à elite da Frelimo, viu todos execução e controlo das políticas vembro, com actualizações feitas pertencentes aos antigos órgãos O nosso interlocutor disse não
os seus indicadores prudenciais a se referentes a este risco, a falta de im- pela Lei n° 9/2004, de 21 de Julho”, sociais do banco estão visados perceber a medida do regulador
deteriorarem, sob olhar impávido plementação das recomendações do lê-se no processo contravencional pelos processos do BM. e considera ridículo que os pro-
do regulador, até que caiu no cata- BM, resultantes da inspecção ante- assinado pelo director de supervisão A fonte, que falou sob condição cessos visem até a AG, que não
clismo que obrigou o governador rior, bem como a inobservância do bancária no BM, Pinto Fulane. de anonimato, confirmou que a dirige nenhuma acção executiva,
Zandamela a encerrar o “saco azul estabelecido na alínea b), do n° 4, do Fulane, quando contactado pelo inspecção realizada em finais de senão as de presidir às reuniões
dos camaradas”. artigo 20, do Regulamento da Lei SAVANA, começou por alegar que 2014 e princípios de 2015 de- do órgão. “É absolutamente ridí-
Sobre os processos contravencio- Cambial, sobre a realização de ope- não podia falar do assunto porque tectou irregularidades no Moza, culo”, sentenciou.
nais, agora em curso, os membros rações de pagamento antecipado se encontrava fora do país, mas pe-
Savana 01-12-2017
TEMA
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DA SEMANA 3
o

Aeroportos de Moçambique, E.P.


log

Modernidade, Segurança e Qualidade


No Relatório e Contas de 2016, “2.1 Membros do Conselho de Administração” publicado no jornal Apos a correção:
Savana do dia 24 de Novembro de 2017 na pagina nº 8 do Suplemento Publicitário, efectuamos a
seguinte correção: 2,1 Membros do Conselho de Administração
Antes da correção: Dr. Emmanuel Chaves
Presidente do Conselho
2,1 Membros do Conselho de Administração de Administração
ció

Dr. Emmanuel Chaves


Presidente do Conselho
de Administração
Dr. João Zengueza Arq. Alberto Nhantumbo Dr. Artur Magalhães Dra. Palmira Chilundo
Administrador do Pelouro Administrador do Pelouro de Administrador Administradora
dos Recursos Humanos Engenharia e Manutenção do Peloudo Financeiro do Pelouro Comercial
Dr. João Zengueza Dr. Alberto Nhantumbo Dr. Artur Magalhães Dra. Palmira Chilundo
Administrador do Pelouro Administrador do Pelouro de Administrador Administradora
dos Recursos Humanos Engenharia e Manutenção do Peloudo Financeiro do Pelouro Comercial
so
Eng. Martins Matola Luciano Guambe
Administrador Repre-
Eng. Martins Matola Luciano Guambe
Administrador Repre-
Administrador sentante do Ministério
Administrador sentante do Ministério dos Trabalhadores da Economia e Finanças
dos Trabalhadores da Economia e Finanças
2.2. Membros Conselho do Fiscal 2.2. Membros Conselho do Fiscal
um
Dra. Ana Maria Alves Henrique Gamito Dr. Adelino Buque Dra. Ana Maria Alves
Dr. Alfredo Gamito Dr. Adelino Buque Vogal Vogal
Presidente do Conselho Fiscal Vogal Presidente do Conselho Fiscal Vogal
de
io
ár
Di
4
TEMA DA SEMANA Savana 01-12-2017

Pagamento da dívida refém do desfecho


das negociações

o
Por Argunaldo Nhampossa

O Pr imeiro-ministro, finais do próximo ano a área me-

log
Carlos Agostinho do tropolitana de Maputo não tenha
Rosário, explicou esta mais problema de transportes.
quarta-feira, aos deputa- Em jeito de insistência, o MDM
dos da Assembleia da República criticou o executivo por atacar so-
(AR), que o governo não pagará mente os problemas de transporte
o serviço da dívida decorrente público urbano da área metropoli-
dos avales e garantias atribuídas tana de Maputo e não do resto do
pelo Estado moçambicano às país.
empresas EMATUM, MAM e Quanto às restrições no abasteci-

ció
Proíndicus, enquanto decorrem mento de água nas zonas de Ma-
as negociações com os credores puto, Matola e Boane, numa altura
internacionais, bem como os trâ- em que nos aproximamos da qua-
mites processuais a nível da Pro- dra festiva, questão apresentada
curadoria-geral da República. pela bancada da Frelimo, o minis-

Júlia Manhiça
tro das Obras Públicas, Habitação
A posição do Governo foi trans- e Recursos Hídricos, Carlos Bone-
mitida aos deputados, nesta quar- te, advertiu para o uso racional das
“Havia pessoas com mágoa de que lhes tirei de onde comiam”, Alice Mabota.
ta-feira, na Assembleia da Repú-
blica (AR), na sessão dedicada às
perguntas das três bancadas parla-
mentares.
Foi a bancada parlamentar da Re-
namo, o maior partido da oposição,
que levantou a controversa questão
Maleiane reagia, deste modo, às
críticas da CTA, que consideravam
injusto aquele dispositivo, uma vez
que “cobrava muito” às Pequenas e
Médias Empresas (PME´s) numa
so
taxa do Imposto sobre a Produção
Mineira, a partir do décimo pri-
meiro ano da produção.

Aeronave de luxo
Agastada com o caos existente no
tes que prevê levar avante um sis-
tema integrado de transportes para
resolver o actual problema.
A referida estratégia passa pela
utilização de quatro modais de
água, até que a situação hidrológi-
ca no país e na vizinha Suazilândia
seja favorável.
Apesar de Bonete ter falado de
grandes investimentos na reac-
tivação de 22 sistemas de água e
abertura de 46 novos furos em di-
altura em que enfrentam inúme- Transporte (rodoviário, marítimo,
sobre as dívidas ocultas, contraídas ras dificuldades e “cobra pouco” às sistema de transportes públicos de ferentes bairros, sem deixar de lado
ao arrepio das normas vigentes no ferroviário e aéreo) para a curto
multinacionais que, teoricamente, passageiros, a bancada parlamen- a instalação da conduta adutora
prazo conferir dignidade às popu-
um
país pela administração Armando detêm uma pujança financeira. tar do Movimento Democrático na barragem de Corumana para
Guebuza. de Moçambique (MDM) ques- lações. reforçar o abastecimento de água
A CTA ameaçou levar a cabo uma
Sem entrar em detalhes do que tionou os critérios de definição das Falou da chegada em Dezembro a região do grande Maputo que
campanha de protestos contra o
já foi ou não pago, Carlos Agos- prioridades do governo, ao adqui- de 150 autocarros de um pacote de deixará de depende unicamente
aperto das PME´s e isenção das
tinho do Rosário explicou que o rir avião de segmento executivo 300, no arranque no mesmo mês dos Pequenos Libombos, a breve
multinacionais.
executivo continua a dialogar com para as elites, enquanto o povo é da primeira fase do projecto me- trecho a situação mostra-se preo-
Maleiane diz que é falso que o sec-
credores internacionais rumo à re- transportado como se de gado se trobus, sendo que espera que até cupante.
tor petrolífero e de minas irá bene-
negociação da dívida, de modo que tratasse.
ficiar de isenções por 30 anos.
o seu pagamento não prejudique a Nisto, o titular da pasta de Trans-
Disse que as multinacionais estão
operacionalização do Programa
Quinquenal do Governo.
sujeitas ao pagamento do IRPC e, portes e Comunicações, Carlos
Mesquita, voltou a repetir a ex-
Plano de desenvolvimento da Anadarko
Governo adiou decisão
por sua vez, os seus trabalhadores
Deste modo, considera o PM que
de

são tributados o IRPS. plicação já anteriormente dada.


enquanto decorre o diálogo com os Recordou que o Fundo de De-
“Podemos discutir o imposto de

O
credores e os trâmites processuais senvolvimento dos Transportes e
produção das petrolíferas, visto
na Procuradoria-geral da Repúbli- Comunicações (FTC) é dotado de
que a Assembleia da República Governo moçambica- Anadarko. Fontes na área do gás
ca, para o desfecho do assunto, o autonomia administrativa e finan-
solicitou, aquando da aprovação no ainda não concluiu e petróleo familiares com o pro-
executivo vai congelar o pagamen- ceira e por isso tem a finalidade de
to da dívida. da lei, a eliminação de 50% de des- a discussão em torno jecto moçambicano acreditam
financiar projectos estratégicos do
Acrescentou que é neste contexto conto, alegando que os critérios de do Plano de Desenvol- que o comportamento do execu-
sector de transportes e comunica-
que o serviço da dívida, decorrente justificação não estão claros”, disse. vimento da Área 1, onde o con- tivo de Maputo pode estar rela-
ções.
da emissão dos avales e garantias Recentemente, o parlamento sórcio liderado pela multinacio- cionado com lobby da Shell para
Foi nesta linha, acrescentou, que a
io

por parte do Estado aos emprésti- aprovou a Lei referente ao Regi- nal norte-americana Anadarko poder comprar o gás a preço re-
pedido da LAM, com vista a re-
mos concedidos às empresas Ema- me Específico de Tributação e de vai produzir gás natural. duzido. Os mesmos especialistas
forçar a sua frota, dadas as novas
tum, Proíndicus e Mozambique Benefícios Fiscais da Actividade fazem notar que o gás a extrair
dinâmicas do mercado, o FTC
Mineira, que no seu artigo 58 es- O Conselho de Ministros “ainda ao largo da costa de Moçam-
Asset Management (MAM), não apoiou o processo de aquisição de
tabelece o seguinte: não concluiu” a análise do plano bique não tem outros compo-
foi inscrito na proposta do Orça- duas aeronaves Bombardier Q400,
ár

1. É concedida a estabilidade fiscal, de desenvolvimento da Anada- nentes comercializáveis – como


mento do Estado para 2018, que em regime de leasing, para aumen-
relativamente à incidência, taxas e rko, disse o vice-ministro dos o condensado abundante em
dentroo de dias será submetida a tar a frota do serviço comercial. O
benefícios fiscais, previstos no re- Recursos Minerais e Energia, Pande e Temane – e tem custos
debate na AR. Fundo financiou ainda a aquisição
gime fiscal aplicável, ao titular do Augusto Fernando, citado pelo elevados de exploração dada a
Recorde-se que, desde o ano pas- da aeronave Bombardier Chal-
direito de exercício de operações portal de notícias Zitamar. O profundidade a que se encontra
sado, o governo moçambicano não leger para aluguer, isto depois de
mineiras, desde a atribuição do tí- adiamento, ao que o SAVANA (entre 1500 a 2000 metros).
tem honrado com o seu compro- tomar em consideração todos os
apurou, verificou-se esta semana A Anadarko e os outros parcei-
Di

misso com os credores no que diz tulo e até 10 anos a contar do início pressupostos de rentabilidade do
da produção comercial, sem afec- em sessão do Conselho de Mi- ros no consórcio ainda terão de
respeito ao pagamento do serviço projecto. No entanto, Bombardier
tar os pressupostos de viabilidade e nistros. garantir a venda de pelo menos
da dívida. Trata-se de um proces- Challeger foi usado pelo Presiden- O Plano de Desenvolvimento é 75% dos 12 milhões de tonela-
so que iniciou mesmo depois de de rentabilidade do projecto. te da República, Filipe Nyusi, na essencial para que a Anadarko das anuais de Gás Natural Li-
ter renegociado o pagamento da O número dois do mesmo artigo sua recente deslocação à Harare tome a Decisão Final de Inves- quefeito (GNL) para convencer
dívida da EMATUM de USD850 refere que: A estabilidade a que se para tomar parte da cerimónia de timento (DFI), que irá implicar os bancos a financiar o projecto.
milhões. refere o número anterior torna-se tomada de posse de Emmerson um investimento de 20 mil mi- O consórcio dirigido pela mul-
efectiva mediante o investimento Mnangagwa. lhões de dólares na Península tinacional italiana Eni tomou
Governo nega 30 anos de comprovado do montante equiva- Mesquita frisou que, apesar da- de Afungi, província de Cabo no primeiro trimestre do ano
isenções lente a USD 100 milhões. Por úl- queles investimentos, as frotas da Delgado. em curso a DFI, preparando-se
No entanto, o ministro da Econo- timo, o número três aponta que o LAM/MEX continuam exíguas. Ao que o SAVANA apurou, os agora para a criação de condi-
mia e Finanças, Adriano Maleia- período de estabilidade fiscal pre- O ministro dos Transportes e Co- atrasos governamentais estão ções logísticas visando o início
ne, negou a atribuição pelo execu- visto no número 1 do presente ar- municações referiu que o governo a ser recebidos com um “misto da produção de GNL, ainda
tivo moçambicano de 30 anos de tigo pode ser estendido até ao ter- está focado na implementação da de reticências e nervosismo” por sem data concreta.
isenções fiscais às operadoras pe- mo da concessão inicial, mediante estratégia para o desenvolvimento parte de alguns executivos da
trolíferas no país, ENI e Anadarko. o pagamento de 2% adicionais à integrado do sistema de transpor-
Savana 01-12-2017
TEMA
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DA SEMANA 5
6
SOCIEDADE Savana 01-12-2017
Autárquicas de 2018 e gerais de 2019
Parlamento Juvenil concerta posições para eleições
Q uando faltam cerca de de mil jovens, representando os o país. ça, as sessões irão,
cipal linha de força, PJ, incluindo relatórios de pro-
o

10 meses para as eleições mais diversos extractos da socie- Para além dos próximos pleitos igualmente, apreciar os instru- gresso e financeiro de 2017 e pers-
autárquicas de 2018 e dade, oriundos um pouco por todo eleitorais, que constituem a prin- mentos governativos internos do pectivar o desempenho para 2018.
menos de dois anos para
as gerais de 2019, o Parlamento
log

Juvenil (PJ), a mais vibrante orga-


nização de advocacia pelas causas
da juventude em Moçambique,
começa a mexer-se com olhos
postos para aqueles pleitos.
Não está claro ainda em que irá
consistir a participação do PJ nas
ció

eleições de 2018 e 2019, mas a


organização está à procura de um
modelo de participação diferente
dos pleitos anteriores, em que se
limitou a observar as eleições.
Para já, de 4 a 12 de Dezembro
corrente, a organização irá realizar,
à escala nacional, 10 sessões pro-
so

vinciais, para concertação de posi-


cionamentos, que culminarão com
uma Sessão Nacional que reunirá
jovens oriundos das 11 províncias
do país para adoptarem um mani-
festo político da juventude para as
eleições de 2018 e de 2019, bem
como uma posição dos jovens face
um

ao contexto político, económico e


social do país.
É da Sessão Nacional, que deverá
decorrer algures em Maputo, de
de
Salomão Muchanga, presidente do PJ
15 a 16, que sairá o posicionamen-
io
to final do PJ para as próximas
eleições, consideradas que forem
as posições a serem expressas pelos
jovens de todo o país nas sessões
provinciais.
ár
Nem mais, de acordo com um
comunicado daquele movimento
da sociedade civil, emitido esta
quinta-feira, as sessões decorrerão
sob o lema “está na hora, é agora”
e terão “um foco especial para as
Di
eleições autárquicas de 2018 e ge-
rais de 2019”.
Ainda de acordo com o comunica-
do, as sessões, que visam auscultar
os jovens, com particular atenção
para mulheres, sobre as exigências
face à previsão do contexto polí-
tico, económico e social de 2018
para definir prioridades de acção,
enquadram-se no pilar III do Pla-
no Estratégico 2015-2019, que é
sobre capacitação e desenvolvi-
mento institucional.
Tomarão parte das sessões cerca
Savana 01-12-2017
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SOCIEDADE 7
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SOCIEDADE Savana 01-12-2017

Família do galo junta-se em Nampula no meio de turbulência e divisões

Membros pedem abertura de espaço de diálogo


- Silvério Ronguane diz que Daviz Simango é candidato natural

o
Por Raúl Senda

A cidade de Nampula acolhe, tido já não é mais criança e deve-se situação”, disse.
para sair desta situaç

log
a partir da próxima terça- comportar como pessoa adulta. Há Segundo Bismark, para que isso
-feira, 05, o segundo Con- que mudar a forma como os conflitos aconteça, é preciso fazer reformas
gresso do Movimento De- internos são geridos pela direcção e profundas.
mocrático de Moçambique (MDM), deve haver maior coordenação entre Bismark acredita que o MDM que
a terceira maior força política com 17 os órgãos, acrescenta Mondlane. sairá deste congresso terá grande in-
deputados na Assembleia da Repú- “Se o MDM quer ser uma verdadeira fluência no desempenho do partido
blica (AR). alternativa, quer ser um partido sério, na eleição intercalar de Nampula.
quer convencer o povo moçambica- “Precisamos de reformular os órgãos
A reunião, que tem o término pre- no deve saber reconhecer seus erros, do partido no sentido de devolver
visto para dia 08, conta com mais de

ció
reflectir e mudar a forma de ser e de esperança no seio daqueles simpati-
1300 participantes entre delegados e estar. O caso Amurane foi o exemplo zantes que de alguma forma foram
convidados nacionais e estrangeiros. da deficiência da democracia interna contaminados por esta febre que se
Segundo o porta-voz da organização, no seio do partido”, elucidou. abateu sobre o partido em Nampula”.
Sande Carmona, o encontro, que irá Fernando Bismark espera que os es-
custar ao partido cerca de 35 mi- Coligação com a Renamo tatutos e os regulamentos sejam blin-
lhões de meticais, vai dentre vários Sublinha que a crise de Nampula dados no sentido de conferir maior
assuntos avaliar a situação interna do Família MDM junta-se em Nampula, pensando na reconquista da simpatia macua atingiu proporções alarmantes por disciplina dentro do MDM porque
MDM, definir estratégias para a sua com o seu slogan que apregoa um e de maior abertura para o diálogo falta de diálogo na organização por- uma organização sem disciplina par-
participação nos próximos desafios Moçambique para Todos. interno. que, com maior abertura ao diálogo a tidária não vai a lado nenhum.
eleitorais, perfis dos candidatos para
concorrerem à presidência dos 53
municípios, nas eleições autárquicas
de 2018.
O Congresso vai ainda debater a es-
truturação, organização interna, paz,
reconciliação, políticas de participa-
Aponta-se a crise de Nampula como
o exemplo concreto da incapacidade
de gestão de crises da parte da direc-
ção do partido. Estas fraquezas resul-
tam da falta de espaço para o diálogo
no seio do MDM.
Venâncio Mondlane, deputado do
so
“Espero que os dirigentes do parti-
do deixem os delegados expor suas
opiniões, ideias e pontos de vista sem
barreiras. O partido deve levar com
seriedade as opiniões dos delegados.
O MDM deve sair deste Congresso
mais unido, democratizado, organi-
clivagem teria sido minimizado.
Termina a sua análise referindo que,
desde a sua génese, o MDM tem
defendido valores como tolerância,
inclusão, harmonia, abertura e espaço
para todos, porém, no caso concreto
de Nampula, esses princípios faltam e
Diz que Daviz Simango deve conti-
nuar por ser uma figura aglutinadora
e consensual.
Silvério Roguane, também deputa-
do do MDM na AR, espera ver um
partido muito mais forte após o Con-
gresso.
ção e desenvolvimento da juventude MDM, recordou que a reunião mais zado, tolerante a críticas e que a voz o silêncio da direcção do partido roça Para Ronguane, os assuntos do
e da mulher, justiça e protecção social importante do seu partido realiza-se da maioria prevaleça sobre interesses conivência. MDM não devem ser discutidos na
um
e política de gestão ambiental. numa altura em que a organização individuais”, apelou. Mondlane diz que, apesar de não ter rua, mas dentro dos órgãos e esta é
De acordo com Carmona, a reunião tem três pleitos eleitorais pela frente. Nota que, no modelo actual, em que apoio do partido, vai apelar à coliga- uma oportunidade única para os de-
de Nampula vai ainda analisar a go- Segundo Mondlane, estes desafios o presidente tem espaço para indicar ção entre o MDM e a Renamo. legados exporem suas preocupações.
vernação, partilha e desenvolvimento devem fazer com que o partido tome pessoas, da sua confiança, para inte- Por seu turno, Fernando Bismark de- “Espero que os delegados façam a sua
económico, inclusivo, políticas sociais a magna reunião como um momento grar órgãos do partido dilui a demo- seja que o partido saia do Congresso justiça, discutam ideias construtivas,
e desenvolvimento do capital huma- de afirmação e de amadurecimento cracia dentro da organização. mais fortalecido. tenham espaço de, sem pressão, expor
no, mudanças climáticas e política político. Sublinha que o MDM existe há oito “Como sabe, os últimos aconteci- suas ideias e pensamentos.
externa. Mondlane espera que o Congresso anos, tem 16 deputados na AR e mentos de Nampula criaram uma Ronguane diz que, para a província
Na agenda, em nenhum momento seja uma oportunidade para o apro- governa quatro autarquias. Isso, se- nódoa em pano branco e é preciso de Maputo, Simango é candidato
consta a homenagem à figura de Ma- fundamento da democracia acia interna gundo Mondlane, mostra que o par- que o MDM encontre mecanismos natural para a presidência do partido.
hamudo Amurane, edil de Nampula,
assassinado a 04 de Outubro, numa
Edil interino de Nampula reage despacho de Namashulua

“Querem me intimidar”
altura em que andava em clivagens
de

com a direcção do MDM.


Dentre os convidados, alista-se o par-
tido Frelimo, que até ao fecho da nos-
sa edição ainda não tinha respondido
ao convite, o partido Renamo que
Por Raúl Senda

A
confirmou a presença e que será re-
presentado pelo deputado Jerónimo
Malagueta. Do estrangeiro vêm os mérico da Costa Iemenle, to e arrogância e ordena o órgão que dores e directores indisciplinados e
representantes da UNITA, CASA- presidente interino do mu- paute pela legalidade e disciplina no desobedientes herdados do executivo
-CE, de Angola, Aliança Democráti- nicípio de Nampula, classi- exercício das suas competências, sob de Amurane e que o seu antecessor,
io

ca e o partido dos Combatentes pela fica a decisão da ministra de pena de lhe serem aplicadas sanções Manuel Tocova, foi abrigado a man-
Liberdade Económica da África do Administração Estatal e Função Pú- severas preconizadas na lei. ter pelo TA da província de Nampula.
Sul, Chadema da Tanzânia e outros blica, Carmelita Namashulua, de in- O edil interino diz que assumiu a A decisão de Iemenle é amplamente
movimentos políticos da Europa. timidatória e de abuso de autoridade. gestão do município para o bem dos reprovada por Venâncio Mondlane,
Para além de chancelar a permanência munícipes e, ao removê-lo daquela deputado do MDM e quadro sénior
ár

de Daviz Simango como presidente Iemenle diz que os membr


membros dos ór- posição, o governo quer assaltar o po- do partido.
do partido e candidato à presidência gãos autárquicos resultam da eleição der municipal de Nampula e entregar Para Mondlane, sob ponto de vista
da Repúblicaa nas eleições gerais de dos munícipes, sendo que é à lei e ilegitimamente à Frelimo. político, há exageros da parte dos edis
2019, a reunião vai confirmar a saí- ao eleitora
eleitorado que devem obediência Américo Iemenle sublinha que a sua interinos.
da de Maria Moreno da organização. e não entende o porquê da ministra remoção do cargo representará humi- O parlamentar é da opinião de que o
Também será eleita a nova Comissão Namashulua intrometer-se no dia-a- lhação aos munícipes que confiaram a período de gestão deveria ser de paz,
Política e o Conselho Nacional que -dia da gestão do município. governação da sua cidade ao MDM. harmonia, estabilidade, calma, re-
Di

passará de 60 para 80 membros. O edil interino fez estas declarações Sublinhou que o município de Nam- conciliação e do apaziguamento das
ao SAVANA quando reagia à carta pula respondeu o oficio da ministra Américo Iemenle emoções que surgiram após a morte
Apelo à abertura do espaço de Carmelita Namashulua que deter- chamando-a à consciência para a urbanização e meio ambiente; pro- de Amurane. Sublinha que o partido
do diálogo mina a anulação do acto de tomada observância da lei e ao respeito pela tecção municipal e fiscalização; obras está a cometer grandes erros.
O conclave do galo reúne-se numa de posse de Iemenle, no cargo de vontade dos munícipes de Nampula. e manutenção e a direcção de urbani- “Não estou de acordo com estas exo-
altura em que a organização está a presidente interino do Município de Refere que, caso o governo insista na zação e terras. Esta decisão também nerações. Sobretudo por questões
passar momentos conturbados, que Nampula. decisão de suspender o acto de posse, atingiu a todos os chefes dos postos de tempo. Uma das marcas que di-
se agudizaram com o assassinato do Na sua argumentação, a governante recorrerá à justiça para a reposição da administrativos municipais. ferenciam um dirigente dos outros é
edil de Nampula. diz que a Assembleia Municipal de legalidade. Confrontado pelo SAVANA, Ie- a capacidade de gestão, de harmonia,
Vozes contestatárias ao modelo de Nampula, na qualidade de órgão fis- menle recusou comentar as exonera- de ponderação e de conviver com o
gestão de Daviz Simango são cada calizador e garante da legalidade, tem Passos de Tocova ções referindo que falaria depois de diferente. Foi um cálculo mal feito,
vez mais comuns. Figuras como o fi- vindo a atropelar e ignorar a lei e de- Seguindo os passos de Manuel Toco- explicar os munícipes de Nampula as não ficou bem para a imagem do par-
nado Mahumudo Amurane, Manuel mais recomendações emanadas pelo va e ignorando o acórdão do Tribunal razões dos afastamentos. tido. Era possível com aquele grupo
de Araújo, Maria Moreno e Venâncio órgão de tutela das autarquias locais. Administrativo (TA), Américo Ie- No entanto, semana passada, Iemen- de vereadores encontrar-se um meio
Mondlane têm se queixado publica- Para a ministra, o comportamento menle exonerou, nesta segunda-feira, le contou ao SAVANA que estava a termo e gerir-se o município até à to-
mente da falta de democracia interna da Assembleia Municipal constitui os vereadores das áreas de promoção ser complicado trabalhar sem poder mada de posse do novo presidente”,
no seio do MDM, facto que choca um acto de desobediência, desrespei- económica e feiras; infra-estruturas, decisório e com uma equipa de verea- lamentou.
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INTERNACIONAL
SOCIEDADE
INTERNACIONAL
Savana 01-12-2017

Zimbabwe: o nascimento de uma nova nação


E
Por Fernando Gonçalves
m 1995, 15 anos depois da parlamentares programadas para
independência do Zimba- Junho do mesmo ano, o pânico to-

o
bwe, o país foi assolado por mou conta da elite gov
governativa, que
um escândalo de cujas con- reagiu com uma acção generalizada
sequências económicas se pode de violência contra supostos opo-

log
dizer que foi o nascimento da pro- sitores do regime. Muitos destes
longada crise que culminou com o foram raptados, e em alguns casos
derrube do Presidente Robert Mu- torturados até à morte. Num dos
gabe, na semana passada. incidentes mais cruéis dessa épo-
O escândalo tinha a ver com di- ca, no dia 15 de Abril de 2000, o
nheiro que se destinava a pagar motorista de Morgan Tsvangirai,
compensações a antigos combaten- Tichaona Chiminya, e uma jovem
tes da luta de libertação nacional, activista do MDC, Talent Mabika,
mas que havia sido desviado para morreram carbonizados dentro da
beneficiar a elite governativa do viatura em que seguiam, depois de

ció
país. Destacadas figuras do parti- esta ter sido incendiada por milícias
do governamental, a Zanu-PF e da Zanu-PF.
do governo, incluindo familiares A violência política foi conduzida
próximos de Mugabe, montaram em paralelo com a invasão contra
um esquema fraudulento, na base propriedades pertencentes a agri-
do qual reivindicavam uma deter- cultores brancos, aquilo que mais
minada percentagem de deficiência tarde veio a ser oficializado como
física adquirida durante a guerra. um programa de reforma agrária.
Em função disso se determinava o Foi também nesta fase que Mugabe
valor que deveriam receber como
compensação. Alguns eram tão jo-
vens que a sua idade não permitia
que tivessem participado na luta.

O elevado número de membros do


Confrontado com o facto de que
quase a totalidade do seu governo
tinha sido apanhado com as mãos
sujas, Mugabe tomou uma decisão
que foi considerada como tendo
desta região.
so
Emmerson Mnangagwa anunciou uma nova era para o Zimbábwe
os derrubar e que operavam a partir

Mas mal Kabila se instalou no po-


der em Kinshasa, começou a movi-
sinais visíveis de estar a tomar uma
rota catastrófica. Em 1999, o país
registou o seu primeiro ciclo de
crescimento negativo, que viria a ser
recuperou os veteranos da luta de
libertação nacional que havia aban-
donado depois da independência, os
quais, enquadrados na polícia, nas
forças armadas e nos serviços secre-
tos passaram a funcionar como uma
força de choque contra a oposição.
governo, do parlamento e das forças mentar-se no sentido de se tornar o normal por muitos anos além.
de defesa e segurança que haviam sido um dos maiores atentados con- autónomo, facto que não foi do Para alguns sectores da sociedade As sanções que hoje são referencia-
beneficiado do esquema levou uma tra a economia do Zimbabwe. Deu agrado dos seus antigos aliados Paul zimbabweana, a decisão do governo das como a principal causa do des-
um
deputada a questionar se o governo ordens ao então ministro das Fi- Kagame e Yoweri Museveni. Em de enviar tropas para o estrangeiro, calabro económico do Zimbabwe
estava em condições de funcionar, nanças, Herbert Murerwa, para que resposta, estes transferiram o apoio sem a anuência do parlamento, era foram impostas como resposta a
dado que se supunha que a maior atribuísse a cada um dos combaten- militar que prestavam a Kabila para consequência directa de uma lacuna este ambiente generalizado de vio-
parte dos seus membros estavam tes 50 mil dólares zimbabweanos uma força de guerrilha que a partir na constituição, a qual não impunha lação dos direitos humanos.
doentes. (então equivalente a 5 mil dólares do leste do Congo passou a lançar tal exigência ao governo. Os receios do regime quanto à im-
Um médico de nome Chenjerai americanos) à cabeça. Cada um dos ataques contra o novo governo em A solução residia, de acordo com plantação e popularidade da oposi-
Hunzvi, formado na Polónia, é que estimados 70 mil combatentes pas- Kinshasa. esses sectores, numa revisão cons- ção não eram injustificados. Tendo
passava os atestados no seu consul- saria, desde então, a receber tam- Pouco tempo depois da derrota de titucional que obrigasse o governo nascido em Outubro de 1999, e
tório privado, obviamente cobran- bém uma pensãoo mensal vitalícia de Mobutu, numa cimeira em Lilon- a solicitar autorização parlamentar estando a participar pela primeira
do uma taxa pelo serviço prestado. weanos.
2 mil dólares zimbabweanos. gwe, no Malawi, e depois de uma para envolver tropas zimbabweanas vez num processo eleitoral, foi sig-
Hunzvi, que morreu em 2001, viria longa discussão, a SADC decidira numa guerra fora das fronteiras na- nificativo que nas eleições de Junho
mais tarde a ser eleito líder da Asso- “Sexta-feira negra” admitir a RDC como membro de cionais. de 2000 o MDC tenha conseguido
de

ciação dos Veteranos, uma organi- O esforço financeiro imediato desta pleno direito.
dir conquistar 57 do total de 120 assen-
zação até então desconhecida. decisão era de 350 milhões de dó- Foi assim que a agressão do Rwan- Referendo tos sujeitos à eleição no parlamento.
A descoberta do escândalo criou lares. Este montante não constava da e do Uganda contra a RDC Foi neste contexto que em Dezem- A Zanu-PF só conseguiu suplantar
um grande mal-estar no seio dos do orçamento do Estado, numa tornou-se assunto de agenda para bro de 1998, no Salão Nobre da de forma substancial este equilí-
verdadeiros combatentes, muitos altura em que o Zimbabwe estava a SAD
SADC. Universidade do Zimbabwe, nasceu brio, graças aos 30 deputados a que
deles em estado de completo aban- a observar restrições nas despesas, No dia 18 Agosto de 1998, minis- a Assembleia Nacional Constituin- o Presidente da República tinha o
dono, e sem meios de subsistência. impostas ao abrigo de um acordo de tros de defesa da SADC estiveram te (NCA), uma coligação de orga- direito de nomear, de acordo com a
O fundo havia sido estabelecido financiamento assina
assinado no início reunidos em Harare para deliberar nizações da sociedade civil, dos sin- constituição de então.
para o seu benefício, mas eram os dos anos 1990 com o FMI. sobre como a região deveria reagir dicatos e das igrejas, que lançavam Os duros golpes infligidos contra
menos necessitados, os que dele be- O dia em que esta decisão foi anun- em relação à situação na RDC. No um movimento em prol de uma a economia do Zimbabwe, aliados
io

neficiavam. ciada, 17 de Novembro de 1997, final do encontro, foi anunciado que nova constituição para o Zimba- à má governação e ainda ao isola-
Os combatentes reagiram com uma passou a ser conhecido por “Sexta- era decisão da SADC tentar ajudar bwe. A nova plataforma era dirigida mento internacional a que estava
série de manifestações que abala- -Feira Negra”, com a moeda nacio- a resolver o conflito pela via diplo- por um coordenador nacional, ten- sujeito, nunca permitiram que o
ram fortemente a estrutura política nal a desvalorizar, em poucas horas, mática, mas que se punha de lado do como chefe da equipa de traba- país voltasse a ter uma vida normal.
do governo. Numa dessas manifes- em 72 por cento face ao dólar ame- qualquer intervenção militar por lho Morgan Tsvangirai, então Se- A acção militar de 14 de Novem-
ár

tações, vaiaram o Presidente Muga- ricano. parte da organização. cretário Geral da Confederação dos bro, que conduziu ao afastamento
be durante as comemorações do dia Mas isto era apenas o começo de Mas mal os ministros entraram nos Sindicatos do Zimbabwe (ZCTU). do Presidente Robert Mugabe na
dos Heróis, tornando praticamente uma viragem económica que culmi- aviões, de regresso aos seus países, Inicialmente, o governo foi hostil semana passada, foi o culminar de
inaudível o seu discurso na ocasião. naria, em 2009, com o desapareci- Mugabe convocou uma conferência perante esta iniciativa, mas como um longo e contínuo processo de
Chegaram mesmo a marchar para zimbabweano.
mento do dólar zimbab de imprensa onde anunciou que o era do seu interesse redigir uma degradação do sistema político, que
o palácio presidencial, onde o con- Quando se esperava que ainda era seu país iria juntar-se a Angola e nova constituição que substituísse a é a principal causa da catástrofe
Di

tingente de segurança encarregou- possível resgatar a economia, uma Namíbia numa intervenção militar de Lancaster House, acabou por re- económica e social em que o país se
-se de os impedir de entrar para um outra decisão do governo veio pio- directa na RDC. conhecer a inevitabilidade do pro- encontra.
encontroo com Mugabe.
Mugabe rar uma situação já de si grave. Esta decisão teve implicações muito cesso. Por isso lançou uma iniciativa Com todas as lições aprendidas
Pressionado, Mugabe viu-se obri- Em Julho de 1997, Laurent Kabila graves na economia do Zimbabwe, paralela, tentando construir uma ao longo dos últimos vinte anos, o
gado a nomear uma comissão judi- tinha conseguido derrubar o regime que não partilhando directamente nova constituição que espelhasse novo governo do Presidente Em-
cial de inquérito,, chefiada pelo Juiz cleptocrático de Mobutu Sese Seko, uma fronteira com a RDC, tinha de unicamente a visão da Zanu-PF. merson Mnangagwa não tem outra
Godffrey Chidyausiku. Os resul- no então Zaire, com a ajuda direc- depender da boa vontade da Zâm- Quando o projecto da nova consti- alternativa se não tornar melhor a
tados deste inquérito nunca foram ta do Rwanda e do Uganda. O país bia para o sobrevoo do seu espaço tuição foi submetido a um referen- vida dos zimbabweanos, incluindo
tornados públicos. passou a chamar-se República De- aéreo para o abastecimento das suas do, em Fevereiro de 2000, a maioria os mais de 3 milhões que se estima
Em 2001, quando o então presiden- mocrática do Congo. tropas no Congo. A certo ponto, dos zimbabweanos votaram contra, que tenham abandonado o país à
te do Supremo Tribunal, Anthony O Rwanda e o Uganda acreditavam estimou-se que o Zimbabwe gas- considerando que o documento não procura de melhores condições de
Gubbay, e alguns dos seus colegas que um novo governo em Kinshasa tava com a guerra do Congo cerca espelhava na plenitude os seus an- vida. Seria inconcebível que o país
manifestaram o seu desagrado pela iria oferecer a cooperação necessária de 1 milhão de dólares por dia. Se seios. viesse a estar pior do que já esteve.
interferência executiva no judiciá- para salvaguardar os seus interesses este valor corresponde à verdade ou A derrota no referendo foi a pri- Quando se chama a este momento
rio, ele foi substituído por Chidyau- estratégicos no leste do Congo, in- não, o facto é que foi a partir desta meira indicação de que Mugabe e uma nova era, pode se acrescentar,
siku, que permaneceu no cargo até à cluindo suster as incursões de mo- intervenção militar que a economia o seu partido já tinham perdido a de facto, tratar-se do nascimento de
sua morte em Maio de 2017. vimentos rebeldes que procuravam do Zimbabwe começou a mostrar confiança popular. Com eleições uma nova nação.
Savana 01-12-2017
DIVULGAÇÃO
SOCIEDADE
INTERNACIONAL
13

Mnangagwa dá três meses para a devolução de fundos


N um dos seus primeiros ac-
tos oficiais desde que as-
sumiu o poder na última
sexta-feira, o novo Presi-
na África do Sul, Dubai e Hong
Knog, para além de inúmeras pro-
priedades dentro do Zimbabwe.
Ainda na terça-feira, o parlamento

o
dente do Zimbabwe, Emmerson do Zimbabwe anunciou a revoga-
Mnangagwa, emitiu um decreto ção do mandato de cinco deputa-
concedendo uma moratória de dos da Zanu-PF, expulsos do par-
tido na sequência do golpe militar
três meses para que sejam repa-

log
de 14 de Novembro.
triados todos os fundos e bens ile-
De entre eles estão os antigos mi-
galmente exportados do país.
nistros do ensino superior, Jona-
than Moyo; das Finanças, Ignatius
O período de amnistia decorre de Chombo; e dos governos locais,
1 de Dezembro a 28 de Feverei- Saviour Kasukuwere. Os outros são
ro de 2018, e cobre indivíduos e a antiga governadora da província
empresas. Findo este período, os de Manicaland, Mandiitawepi
indivíduos ou entidades que não Chimene, e o líder da organiza-

ció
cumprirem com a ordem serão de- ção juvenil da Zanu-PF, Kudzanai
tidos e julgados de acordo com as Chipanga.
leis do país. Na segunda-feira, Mnangagwa
Numa declaração na terça-feira, dissolveu o antigo governo do Pre-
Mnangagwa disse que a operação sidente Mugabe, nomeando apenas
levada a cabo pelos militares, e que a título temporário os ministros
das Finanças, Patrick Chinasmasa,
culminou com o derrube do Pre-
e dos Negócios Estrangeiros, Sim-
sidente Robert Mugabe, tinha re- Mnangagwa anunciou que iria formar um governo reduzido, que não vai tolerar o burocratismo
barashe Mbengegwi.
velado casos de elevadas somas de
dinheiro e outros bens que haviam
sido ilegalmente exportados por
indivíduos e entidades colectivas.
“É desnecessário dizer que tais
más práticas constituem sérios cri-
mes económicos contra o povo do
cretários permanentes de todos os
ministérios.
Acrescentou que os que pretende-
rem colaborar com esta directiva
do governo deverão entrar em con-
tacto com o Banco Central.
Dados do Banco de Reserva do
2015 e 2017. so
para países como as Maurícias, Ex-
tremo Oriente e Botswana, entre

Suspeita-se que parte considerável


destes fundos pertençaa a antigos
membros do governo acusados
de serem os “criminosos” a que os
Grace encontra-se actualmente
envolvida num litígio com um ho-
mem de negócios de nacionalidade
libanesa, de quem ela havia enco-
mendado um anel no valor de 1,4
menda
milhões de dólares, para assinalar o
vigésimo aniversário do seu casa-
No encontro com os secretários
permanentes, Mnangagwa anun-
ciou que iria formar um governo
reduzido, que não vai tolerar o bu-
rocratismo.
A prioridade do novo governo é
restabelecer o bom funcionamento
Zimbabwe, e que o governo nun- Zimbabwe (RBZ) indicam que militares se referiram como tendo mento co
com Robert Mugabe. da economia e as relações entre o
ca irá tolerar”, disse Mnangagwa, pelo menos 3 biliões de dólares capturado o governo de Mugabe, Grace é tida ainda como sen- Zimbabwe e a comunidade inter-
um
durante um encontro com os se- terão sido ilegalmente exportados luindo a esposa deste, Grace.
incluindo do proprietária de casas de luxo nacional.

1938-2017

Morreu Belmiro de Azevedo, um empresário “inovador”


Um dos mais importantes empresários portugueses, Belmiro de Azevedo foi líder histórico da Sonae e o homem que criou o PÚBLICO.

B
de

elmiro Mendes de Aze- accionistas que elegeu o filho, Paulo de criar problemas para defender os de continuar a desenvolver. E dei-
vedo, 79 anos, morreu Azevedo, para o mesmo lugar — acu- seus pontos de vista. Recordo que se a xou uma equipa de profissionais
nesta quarta-feira. Foi mulando com o cargo de presidente OPA da Sonae à PT tivesse vingado, por ele treinados. Deixa ainda
sucessivamente conside- do conselho de administração, que não tínhamos tido as angústias que uma importante fundação com
rado um dos empresários mais partilha com Ângelo Paupério. No seu estamos a ter com o que se passou na assinalável trabalho na área da
ricos do mundo – a última clas- discurso de despedida da vida profis- PT. Por outro lado, o engenheiro Bel- educação e a ele se deve a criação
sificação da revista Forbes colo- sional, ao fim de 50 anos, deixou um miro mostrou sempre grandes preo- do PÚBLICO, com um perfil de
cava-o, em 2016, entre os 1100 testemunho positivo: “Tivemos mui- cupações em termos da formação dos total independência.“
maiores do mundo.  tos sucessos durante esta história, em gestores do seu grupo e acho que a So- Também o economista Fernan-
que aprendi que, para prosperar, temos nae esteve no fim do século XX como do Costa Lima, ex-presidente da
A sua carreira começou na Efa- de estar em constante processo de mu- escola de gestores e de empresários, CMVM, não quis deixar de ma-
io

nor, que se tornaria mais tarde na dança e de melhoria contínua”. como esteve o grupo CUF, em Portu- nifestar o seu pesar pela morte de
sua holding pessoal, mudando-se Nas últimas duas décadas, o empre- gal, até meados do século XX. Belmiro Belmiro de Azevedo: “Se tivesse
pouco depois para a Sonae – que sário foi agraciado com vários títulos, de Azevedo fez algo muito raro nos de resumir o que penso do enge-
viria a liderar a partir de 1974, em Portugal e lá fora. Exemplo disso grandes grupos económicos: ajudou nheiro, diria que foi uma pessoa
tornando-se sócio maioritário o grau de comendador da Ordem do fundo do coração uma grande estima os seus quadros técnicos a formarem de grande carácter e uma deter-
e uma grande amizade”, frisou ainda
ár

a meio da década de 1980. Foi Mérito Civil de Espanha em 1999, o novas empresas, fora do grupo Sonae, minação inabalável, a defender as
com ele que a empresa estendeu grau de comendador da Ordem Na- Vicente Jorge Silva sobre a morte do tornando-se assim empresários. A isto suas convicções. É esta a imagem
a sua actividade da produção de cional do Cruzeiro do Sul, no Brasil, empresário. chama-se intra-empreendedorismo. que retenho dele.”
laminite,, um termolaminado de- em 2000, e a Grã-Cruz da Ordem do Em declarações ao PÚBLICO, o diri- Finalmente, soube programar a sua Quanto ao ex-presidente da Galp,
corativo à base de papel, a áreas Infante D. Henrique, a mais alta con- gente do PS e ex-ministro das Obras sucessão, começando por deixar de Manuel Ferreira de Oliveira sa-
tão diversas como a madeira, a decoração atribuída em Portugal, a 5 Públicas, Jorge Coelho, recorda: ”Co- ser executivo, passando a Chairman e lienta: “O engenheiro Belmiro de
cados, comércio
dos hipermercados, de Janeiro de 2006 — concedida ainda nheci-o durante décadas e lidei com depois afastando-se. O grupo está em Azevedo foi um Homem gran-
Di

especializado, media e telecomu- pelo Presidente Jorge Sampaio. ele algumas vezes. Considero que foi boas mãos”. de, que soube sempre seleccionar
nicações. Comandou também a o empresário com a visão mais inova- O ex-presidente da Fundação Gul- os melhores e a quem sempre
empresa no caminho da interna- Reacções de pesar dora e moderna de economia portu- benkian e ex-presidente da Galp e da proporcionou oportunidades de
cionalização, levando-a a mais de sucedem-se guesa. Em segundo lugar, saliento que CGD, Rui Vilar lembra: “Fui amigo crescimento profissional difíceis
70 países e empregando mais de São muitas as reacções à morte de foi ele que transportou para a gestão do engenheiro Belmiro de Azevedo de igualar; dotado de uma grande
50 mil pessoas. Belmiro de Azevedo. Vicente Jorge a componente de recursos humanos desde muito cedo, desde os bancos do capacidade de articulação estra-
Em paralelo com a actividade Silva, um dos fundadores do PÚBLI- com grande êxito. É alguém que nos Liceu Alexandre Herculano, no Porto, tégica e de uma capacidade de
empresarial, criou, em 1991, a CO, recorda-o com “muita saudade deixa e que teve um peso extraordiná- onde fomos colegas desde o primeiro execução invulgar. Alguém que
Fundação Belmiro de Azevedo, e muita estima”, nomeadamente em rio no país”, sublinha. ano. É com pesar que o vejo partir. Foi fica entre nós como um exemplo
dedicada ao mecenato nas áreas relação ao período em que o jorna- Já o ex-ministro da Indústria e da um grande amigo, uma pessoa muito a estudar e como um promotor
da Educação, das Artes, da Cul- lista colaborou com o empresário na Energia, ex-presidente da CGD e do corajosa e frontal, com uma visão de incansável do bom governo cor-
tura e da Solidariedade. fundação do jornal. “Houve, na altu- BIC Portugal (agora Eurobic),   Luís futuro rara no nosso país e que pelo porativo.”
Belmiro de Azevedo, nascido em ra, um entendimento perfeito”, disse Mira Amaral afirma que: “Foi uma seu trabalho se tornou no maior em- O corpo do empresário Belmiro
1938 em Tuias, Marco de Cana- em declarações à RTP .“Deixa-me grande empresário privado português presário das últimas décadas, deixando de Azevedo vai para a Igreja de
veses, deixou em Abril de 2015 bastante triste, bastante afectado. Eu, com notável independência em rela- um grupo diversificado e sólido, que Cristo Rei, em Nevogilde, na Foz.
o cargo de chairman do grupo sem estar em contacto regular com ção ao poder político, dizendo sem- os seu filhos, sabiamente educados e O funeral realiza-se na quinta-
Sonae, numa assembleia-geral de Belmiro de Azevedo, tinha por ele do pre o que pensava e não se coibindo formados por ele, estão em condições -feira. (Publico.pt)
14 Savana 01-12-2017
NO CENTRO DO FURACÃO Savana 01-12-2017 15

Extracção de Recursos Minerais


A história de um povo que colocou em xeque o grande capital
- mineradora só voltará a operar mediante satisfação das exigências populares

É
Por Armando Nhantumbo
até aqui o mais paradig- em alusão à Tantalum Mineração, a Para agravar o martírio, a localidade
mático exemplo, no país, empresa de capitais canadianos que, não tem ambulância e, se a da sede

o
Retomada? Só com benefícios
de como a frustração po- até à data dos levantamentos popu- distrital estiver indisponível, a regra
pular pode deitar a baixo lares, explorava a mina de Muiane. é “cada um por si e Deus por todos”.

g
investimentos mineiros se eles Aliás, o SAVANA esteve, recen- “Cada um se arranja”, conta o chefe

para a comunidade!
não beneficiarem as comunida- temente, em Muiane e constatou da localidade.
des locais. No distrito de Gilé, a que, naquela pacata localidade, falta Deslocar-se no interior de Muiane

o E
norte da província da Zambézia, quase de tudo. A água, por exem- é uma obra, à semelhança de todo o

l
há uma história de uma popula- plo, esse líquido precioso para a distrito de Gilé, cuja rede viária está
ção enfurecida que decidiu dar vida humana, não chega para os praticamente intransitável.
É a difícil realidade de uma loca- ncurralada, a Tantalum Mineração não teve prego, a população exigiu e a empresa viu-se obriga-

ó
um “basta” ao saque de recursos mais de 20 mil habitantes daquela outra saída senão sentar e negociar com as da a aceitar que assegurará priorizar as comunidades
lidade rica de recursos minerais

i
minerais. Munida de picaretas, localidade [de acordo com dados comunidades, o que culminou com a assina- locais, em função das suas habilidades, nas novas ad-
catanas entre outros instrumentos preliminares do Censo de 2017]. A que, entretanto, nunca trouxeram
tura de um Memorando de Entendimento missões de trabalhadores para o quadro pessoal da
contundentes, a comunidade da falta de água é mais dramática nos benefícios para o desenvolvimento
(ME) no qual a empresa compromete-se a desenvol-

c
sócio-económico local, como pre- Tantalum.
localidade de Muiane, nome que povoados, onde a população dispu- ver diversas actividades em benefício da população A empresa deverá ainda alocar uma viatura ou duas
coniza a legislação mineira.
deriva de um monte local rico de ta riachos com animais. local. motorizadas ao Posto Policial de Muiane; apoiar as

o
minérios, tomou e vandalizou, em Numa terra abençoada de minérios, Escolas Primárias da localidade com chapas de zinco,
Novembro de 2015, as instalações as crianças estudam nas mais pre- Basta! Para já, mesmo se a licença de exploração for reno- cimento de construção e carteiras num período de 24
e os equipamentos da Tantalum cárias condições, em salas de aulas Cansada de ver os recursos a saírem vada, a empresa, ao que preconiza o ME a que o SA- meses depois do reinício das actividades de explo-

s
Mineração. Dois anos depois, a construídas de estacas e adobe, num sem benefícios locais, a população VANA teve acesso, só voltará a operar mediante a ração mineira; aquisição de meios de compensação
mineradora continua paralisada e esforço dos pais e/ou encarregados de Muiane decidiu tomar a mina entrega de uma ambulância ao centro de saúde local, para os deficientes físicos necessitados e apoiar na
a pagar o preço de no passado ter de educação. para, ela própria, extrair os miné- que é uma das exigências da população. limpeza da sede da localidade, mediante a disponibi-
rios, através do garimpo. No documento, aprovado em Fevereiro deste ano, lização de alguns equipamentos de trabalho.
marginalizado os nativos. Até o chefe da localidade aponta
Foi em Novembro de 2015 que as- entre a comunidade, a empresa e o Governo distri- As comunidades exigiram ainda e a empresa compro-
para essas salas com desprezo. “A O povo saiu a rua para saudar os militares

m
saltaram e vandalizaram as instala- tal de Gilé, a Tantalum Mineração sujeita-se, dentre meteu-se a construir um parque infantil e um clube
Situado a cerca de 500 km de localidade até que tem 10ª clas-
ções da Tantalum Mineração. Era a várias obrigações, a construir infra-estruturas sociais
Quelimane, a capital provincial da se, mas como edifício, essa esco- de diversão para jovens e a montagem da respectiva
segunda paralisação em sete anos, para as comunidades locais.
aparelhagem de som, uma tela gigante e a respectiva

u
Zambézia, Muiane perfaz as esta- la secundária nem dá para dizer. Trata-se, por exemplo, de três salas de aulas, apetre-
visto que, quando a mina reabriu, antena parabólica para a projecção de filmes.
tísticas das povoações moçambica- É aquela casota ali com três salas. chadas com carteiras e o respectivo bloco adminis-
em 2008, os cerca de 800 trabalha- E para supervisionar o cumprimento das obrigações
nas ricas de recursos minerais, mas Aquela é que é a nossa escola se- dores da antiga empresa, a Mina trativo, na Escola Secundária, com a execução em 24
que não beneficiam da sua explo- cundária”, lamenta. plasmadas no ME, foi criado um Comité de Media-
Gerais de Moçambique (Magma), meses depois do reinício das actividades da empresa;
ção e Gestão de Conflitos, que servirá de intermediá-

e
ração que, regra geral, enriquece às Trata-se de um cenário que se re- iniciaram reivindicações sobre seus reabilitação do pequeno sistema de água existente na
rio entre as partes e cujo funcionamento será finan-
multinacionais e seus aliados locais, pete no ensino primário, onde as direitos laborais, até que, em 2014, localidade e aumento de mais furos de água potável
em alguns povoados, bem como equipar o centro de ciado pela Tantalum Mineração, através da alocação
nomeadamente, a elite política na- crianças também estudam em sa- com o apoio da população local, to-

d
saúde com camas, colchões, carrinhas e outros uten- de uma verba mensal de 70 mil meticais.
cional. las construídas a material precário maram de assalto as instalações da
sílios hospitalares. O Governo de Gilé vê no ME o início duma nova
Depois de uma paralisação duran- e em risco de ruir, a qualquer mo- Tantalum Mineração. Muiane, o monte donde a população também quer comer “[Essas actividades] são do cumprimento obrigatório era em Muiane.
te a guerra dos 16 anos, a mina de mento. A situação torna-se mais E a terceira vez foi de vez. A fúria “Agora está claro o que fica para as comunidades
Muiane viria a reabrir, em 2008, caótica ainda nos dias chuvosos, em popular, que para além das van- caro para a empresa. Para além da “A empresa quase não beneficiava frisando que “a população quer uma nefícios da actividade, incluindo os da empresa Tantalum Mineração Limitada, num pe-

ir o
ríodo de cinco anos”, preconiza o ME. como benefícios e a responsabilidade social da em-
mas durante os cerca de 10 anos, os que praticamente as aulas ficam pa- dalizações obrigou os gestores da vandalização total de infra-estrutu- a população em nada”, corrobora empresa que faça qualquer coisa”. benefícios para as comunidades, a presa”, precisou Luís Moiane, secretário permanente
Mas a lista das exigências das comunidades não pára
nativos nunca viram os benefícios ralisadas. empresa a se refugiarem na vizinha ras, como as instalações da empresa, Armando Amisse, o chefe da loca- Aliás, agora a empresa reconhe- fonte disse que nunca houve tempo no Governo distrital.
por aí. Para além da ambulância, que deve incluir
da extracção do ouro, tantalite, tur- O centro de saúde local também província de Nampula, teve como a comunidade incendiou duas má- lidade. ce que a falta de benefícios é dos para se gerar lucro, porque sempre Por sua vez, a população obrigou-se, através do re-
uma quota mensal para combustível e lubrificantes,
malina e quartzo, entre outras pe- se debate com carências de todo o pretexto a morte de um garimpeiro quinas buldózer, uma pá escavadora São depoimentos que, nas entre- principais motivos que enfurece a houve paralisações, lembrando que, antes do reinício das suas actividades de exploração ferido ME, a respeitar a área da concessão e o pa-
dras preciosas e semi-preciosas que tipo e, em caso de pequenas com- que foi atingido por uma bala dis- e destruíram o equipamento usado linhas, denunciam as razões dos população de Muiane, pelo que já cerca de um ano antes da vandali- mineira, a comunidade de Muiane exige que a Tan- trimónio da Tantalum, a não desenvolver actividades

á
ali ocorrem. plicações, os pacientes devem ser parada por um agente de segurança, pela empresa para a selecção do mi- levantamentos populares contra a se refere a uma “efectiva e correcta talum monte também um sistema de painéis solares que interfiram ou ponham em risco o curso normal
zação, as operações foram ensom-

i
“Aqui nunca existiu responsabilida- evacuados para a vila sede, que dis- numa operação contra o garimpo nério tantalite.
tantalite Tantalum Mineração, como confir- resolução” para “evitar o surgimento no centro de saúde local, incluindo a construção de das actividades da empresa, bem como denunciar a
bradas pela greve dos trabalhadores
de social da empresa”, afirma o che- ta a 65 km, numa rua de circulação ilegal. Estimam-se em USD 10 milhões de novas situações de conflito”, no- um muro de vedação. extracção e comercialização ilegal dos recursos mine-
ma o chefe da localidade. da antiga Magma.
fe da localidade, Armando Amisse, bastante difícil. Estava assim dado o tiro que sairia os prejuízos causados pela acção meadamente, através de uma série E porque um dos problemas de Muiane é o desem- rais da área concessionada.
“Isso [a falta de benefícios para as “A trabalhar assim não há espaço

D
popular,
popular que obrigou o encera- de compromissos que assumiu pe-
comunidades] não se pode excluir para lucros, trabalhamos só para
mento de actividades por parte da rante a comunidade local.
porque, afinal de contas, se você está salários” reage, sem esconder impa-
empresa que, em poucas horas, viu
em casa de alguém e não contribui ciência com a demora do Governo
todos os seus equipamentos e infra-
em nada, mas a comer, certamente, “Perdemos tudo” – Tantalum na aprovação da licença para a re-
-estruturas reduzidos a cinzas.
que o dono pode vir um dia a dizer Mineração tomada das actividades, lá vai quase
Dois anos depois, a empresa con- Depois das escaramuças, os ges-
tinua paralisada e a averbar prejuí- ´ó amigo, isso é demais´”, precisou, um ano.
tores da Tantalum Mineração fa-
zos de manutenção. Os vestígios zem das tripas o coração, enquanto
da vandalização ainda são visíveis, aguardam pela renovação da licen-
com os destroços a documentarem ça para a retomada das actividades,
o quanto custa a fúria popular. desde Fevereiro último.
O SAVANA foi ao terreno para Neste momento, a empresa está a
entender a sensibilidade da comu- pagar trabalhadores, na sua maioria
nidade em relação à empresa e não pessoal de segurança que, para além
é para menos. Do cidadão comum das actuais instalações, tomam con-
às estruturas locais, o sentimento é ta da mina contra o garimpo.
de revolta contra uma empresa que Sem precisar os custos de manuten-
é vista como “exploradora”. ção, Breh Hargreaves, da direcção
“Nada fizeram até aqui”, dispara da Tantalum, queixa-se em como
Joaquim Assane. “estamos há dois anos sem traba-
“Nem fontes de água, nem a rea- lhar, mas a pagarmos pessoas”.
bilitação do hospital que tinham É com mágoas que se lembra das
garantido, nada disso fizeram”, de- Armando Amisse, chefe da localidade vandalizações. “Perdemos tudo”, Breh Hargreaves, da direcção da É nestas três salas que se resume a Escola Secundária de Muiane, uma localidade rica de minérios
Os vestígios da vandalização, pela população, do equipamento e instalações da Tantalum Mineração sabafa Marta Dinis. de Muiane conta. Questionado sobre os be- Tantalum
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PUBLICIDADE Savana 01-12-2017

ORÇAMENTO DO ESTADO PARA


O ANO 2018: OBSERVAÇÕES E

o
Novembro de 2017 PERGUNTAS DA SOCIEDADE CIVIL

log
O Fórum de Monitoria do Orçamento (FMO), plataforma político e a prática. Exploramos melhor este aspecto em em 2018. Contudo, o financiamento aos sectores de defesa
da sociedade civil composta por 18 organizações parágrafos subsequentes. e soberania parece comum em Estados cujos governos
interessadas na monitoria e influência das finanças são impopulares. Até o ano passado a justificativa
públicas nacionais, analisou a proposta do Orçamento do Embora a desvalorização do metical tenha o potencial de assente na recente tensão militar, para incrementos neste
Estado para 2018, que o Governo submeteu à Assembleia melhorar a competitividade do sector agrícola, este sector sector, poderia ser aceite mas num contexto em que as
da República. Segue um breve sumário dos resultados do precisa de apoio para poder fazer uso dessa oportunidade. negociações com a Renamo se mostram num estágio
estudo e a lista completa das observações, preocupações bastante avançado, se tivéssemos de interpretar estas

ció
e perguntas ao governo que resultam da análise. Por outro lado, historicamente o sector de água e dotação diríamos que o governo parece céptico sobre seu
saneamento tem recebido as mais baixas dotações da provável desfecho.
O estudo completo está disponível, para download, no componente interna, resultando tanto do efeito perverso
sítio http: // www.fmo.org.mz da ajuda externa ao sector, quanto da contradição entre Olhando para o investimento com fundos externos,
o discurso político e a prática. Com efeito, subsistem encontraram-se algumas surpresas. O Fundo de Estradas
A proposta de orçamento posiciona-se num ambiente antigos problemas tais como inúmeros centros de saúde, é o maior beneficiário de fundos externos: 24 mil milhões
económico diferente dos anos passados, o que faz maternidades, escolas e comunidades inteiras sem de meticais. Este valor representa 57% do total do
com que as dotações previstas não sejam facilmente uma única fonte de água potável, o que propicia graves investimento externo a nível central. A este montante
comparáveis com aquelas dos anos anteriores se não for violações de direitos humanos dos pacientes, alunos, dos acresce-se os 13 mil milhões para acordos de retrocessão,
eliminada a componente da inflação. O Produto Interno trabalhadores dos sectores, homens e mulheres; muitos valor no qual as estradas têm um grande peso. A estrada
Bruto (PIB) está previsto que cresça em 5,3%, abaixo da
taxa de crescimento observada até 2015. O Governo conta
com receitas internas de apenas 22,5% do PIB; o rácio
receitas / PIB já tinha atingido 29,7% em 2014. Projecta-
se que as Receitas do Estado (são as receitas internas
antes do crédito interno) cresçam em 19,6% em termos
nominais. No entanto, com uma inflação projectada de
11,9%, o crescimento real é menor. A estimativa da receita
destes têm de caminhar mais de 10 quilómetros para
ir buscar água para beber e limpeza geral da unidade
sanitária e higiene pessoal. No entanto, a alocação
proposta para o sector de Água e Saneamento é a mais
baixa dos últimos 10 anos,, em termos reais. Além do mais,
na proposta do OE 2018, 71% dos recursos do sector
são provenientes de fontes externas. A provisão de água
e saneamento ao povo moçambicano parece ser uma
so Beira-Machipanda é o maior empreendimento nesta
categoria. Vimos dois problemas com estes montantes.
Primeiro, questionamos o peso das estradas no total que
não parece alinhado com as estratégias. Segundo, são cada
vez mais créditos não concessionais que financiam estes
investimentos. A dívida deve ser amortizada começando
dentro de poucos anos e os juros não são bonificados.
Em princípio, e em alguns casos com grandes valores,
interna no ano 2018 parece-nos demasiado optimista, prioridade apenas dos doadores. espera-se que o serviço destes créditos seja financiado
pois não se consegue confirmar o valor indicado na com o dinheiro cobrado nas portagens. Contudo, levanta-
proposta do orçamento usando os pressupostos indicados Ao analisar-se o peso dos sectores da educação e saúde se a questão de saber-se se, dada a escassez de recursos
um
na Fundamentação do Orçamento. Para além disso, as no envelope dos recursos internos disponível verifica-se financeiros, faz sentido privilegiar o investimento em
estimativas de receitas dos anos anteriores (2015 e 2016) uma conclusão mista. Por exemplo, em preços constantes, infraestruturas de estradas e electricidade em detrimento
jamais foram alcançadas. a saúde sofreu uma redução da sua modesta alocação da criação de condições para que as populações tenham,
e a educação muito mais, principalmente porque os por exemplo, acesso a bens de primeira necessidade,
Ao mesmo tempo, os juros sobre a dívida interna e externa ementos anuais dos salários apenas compensam uma
incrementos transporte condigno, medicamentos e fontes de água.
por pagar, incluindo as amortizações dos empréstimos parte da inflação e isto com atraso. O reverso da moeda
externos, continuam a um nível alto e tendencialmente tem a ver com o facto de, não obstante, verificar-se que No estudo, também se analisaram aspectos mais
crescente. Por outro lado, os juros sobre a dívida interna a parte do orçamento interno canalizado para estes específicos. Verificou-se que a alocação para viaturas a
estão a aumentar de forma exponencial, o valor passa de dois sectores estar a aumentar ligeiramente, indicando favor de instituições do Estado aumentará em 50% para
8,9 mil milhões em 2017 para 19,8 mil milhões de meticais com isso certa preocupação em protege-los, em termos 450 milhões de meticais em 2018. Para subsídios e demais
em 2018. Ao mesmo tempo, há uma redução dos juros concretos este suposto esforço será diluído pelo bloqueio despesas para dirigentes cessantes, 360 milhões de
sobre a dívida externa de 18 mil milhões em 2017 para à contratação de novos professores, o que incidirá, meticais são previstos. Estão previstos 4.000 milhões para
apenas 13 mil milhões de meticais em 2018, talvez porque sobremaneira, na deterioração do rácio professor/alunos as eleições autárquicas em 2018 e mais 1.000 milhões para
de

os 18 mil milhões de 2017 incluíam uma provisão para e comprometerá a qualidade de ensino que já é bastante a preparação das eleições gerais em 2019. Um valor de 350
ATUM que afinal não foram pagos.
juros sobre a divida EMATUM fraca, conforme documentado nos estudos efectuados milhões de meticais é consignado aos partidos políticos.
pelo Banco Mundial1. Não seria este o caso de relaxar-se provisoriamente
Em preços constantes, a receita interna disponível depois algumas regalias concedidas aos titulares de cargos
da dedução do serviço o da dívida, mas reforçada pelo públicos e canalizar esses recursos para sectores como a
crédito interno previsto, aumentará ligeiramente em Despesa Interna na Educação Geral, Saúde educação e saúde?
relação ao ano 2017, mas fica significativamente abaixo em % da receita interna disponível
dos montantes disponíveis nos anos 2014 até 2016, como 25% Nem os mapas, nem a Fundamentação do OE 2018 fazem
% da receita interna disponível

ilustra o gráfico abaixo. 20% menção a qualquer serviço das dividas ocultas ou ilícitas
da EMATUM, Proíndicus e MAM. Parece que não foram
Receita interna disponível a preços constantes
15%
tomados em conta. No entanto, convém que o Governo
io

200.000 10% confirme se, de facto, a proposta do orçamento acautelava


180.000
estas dívidas.
5%
160.000
Milhões de MT de 2016

140.000 0% É boa prática a proposta de um orçamento mencionar


120.000
2014 2015 2016 2017 2018 os riscos e as obrigações eventuais que podem colocar
realizado realizado realozado actualizado proposta
100.000 em causa os pressupostos e dotações constantes do
Educação Geral Saúde
orçamento. Saliente-se o facto de que esta proposta não
ár

80.000
60.000 menciona, em lugar algum, estas eventuais obrigações,
40.000 Outros sectores perderam em termos de peso da receita que podem acontecer se, por exemplo, empresas públicas
20.000 interna disponível. Há que mencionar, em particular, os essenciais precisarem de injecção de capital (as TDM por
0 distritos e municípios. Uma grande parte dos orçamentos exemplo) ou o Governo se sentir obrigado a pagar juros
2012 2013 rev 2014 rev 2015 2016 rev 2017 2018
distritais tem a ver com a educação e a saúde (veja- e amortizações sobre os empréstimos ocultos como
se o gráfico acima) Na mesma lógica, reduzir-se-ão as consequência de renegociação do crédito da EMATUM e
O envelope de recursos internos disponível baixou na alocações para os investimentos distritais de iniciativa das garantias em relação aos empréstimos Proíndicus e
Di

tendência, com uma pequena recuperação em 2018. A local, com grande impacto no incipiente estímulo MAM.
questão que emerge é: de que forma esta redução será ao emprego e nas mais diversificadas estratégias de
distribuída através dos sectores. Os discursos e estratégias sobrevivência. Isto contrasta com os esforços do Governo Por conseguinte, o orçamento deve expressar o
parece indicar para a necessidade de evitar redução dos em tornar os distritos e municípios como verdadeiros comprimisso ético e moral de um governo preocupado
recursos disponíveis aos sectores sociais (educação, pólos de desenvolvimento. em cumprir o pacto social, mesmo em momentos de
saúde, acção social e água e saneamento em particular, crise. Com efeito, constitui um paradoxo a previsão que
e outros sectores), dado o seu carácter prioritário. O Um dos vencedores no exercício de distribuição dos indica a aquisição de mais viaturas em 2018 (450milhoes
Governo promete manter os níveis de alocação de pelo recursos limitados são as pensões. O seu peso continua de meticais) quando esses recursos poderiam serviria para
menos 60% dos recursos para estes sectores, pelo seu a crescer e as pensões absorverão 8,0% da receita construir cerca de 4000 blocos de sanitários públicos ou
impacto directo na redução da pobreza e melhoria das interna disponível em 2018. Outro vencedor é um grupo cerca de 700 sistemas convencionais de abastecimento
condições de vida. Contudo, quando comparadas, numa de sectores de soberania e segurança (Presidência, de água em unidades sanitárias necessitadas destas
série de quatro anos, desde 2014, as despesas do sector Casa Militar, SISE, defesa, forças armadas, embaixadas, infraestruturas. No sector da educação, este valor serviria
da soberania (presidência,segurança, defesa e interior) Ministério do Interior e polícia), que absorvem cada vez para construir cerca de 250 salas de aulas, principalmente
com as da educação e saúde, estes dois últimos sectores mais dos recursos internos: 13,5% em 2014 e agora 14,1% nas províncias e distritos mais pobres do país.
tendem a cair, contrastando com o primeiro. Este padrão
suscita dúvidas sobre o alinhamento entre o discurso 1. World Bank. 2015. Mozambique Service Delivery Indicators : Education.
Washington, DC. © World Bank. https://openknowledge.worldbank.org/
handle/10986/21917 License: CC BY 3.0 IGO.”
1 de 6 Pág 1 | Maputo, Novembro de 2017
Savana 01-12-2017
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Novembro de 2017

Ademais, a redução da despesa, como consequência h) A longa história da dívida do Estado junto às empresas país tem uma das mais elevadas taxas de fecalismo a céu
da crise, não deveria significar a penalização do por reembolsos do IVA ainda constitui desafio que mina o aberto e apenas metade da população tem acesso a fontes

o
consumidor mas sim a sua protecção. O conjunto de crescimento das pequenas e médias empresas nacionais. de água melhoradas.. O impacto disso é visível nas altas
medidas económico-financeiras para proteger o cidadão Há planos que visam a progressiva amortização desta taxas de incidência da malária, da desnutrição crónica e
devem estender-se à restituição do IVA às pequenas e dívida e, se sim, onde se encontram espelhados os das doenças diarreicas que figuram nas principais causas
médias empresas, sem que isso implique a utilização respectivos valores no orçamento? de morte no país. O que explica a baixa priorização deste

log
desenfreada do crédito interno. A tributação dos mega sector? É preocupante que este sector seja quase que
projectos constitui uma flagrante oportunidade de captar i) A Proposta de Lei do Orçamento define o montante completamente dependente de fontes externas.
recursosos ociosas que teriam o condão de mitigar os de 30.850 milhões de meticais (cerca de 475 milhões
efeitos da crise na população moçambicana. de dólares) como tecto das garantias. Importa às 6. O orçamento de investimento no sector da saúde é
organizações da sociedade civil saber que garantias o bastante diminuto. No entanto, segundo a proposta
Governo prevê conceder. do PES, pretende-se construir 14 hospitais distritais,

Perguntas ao Governo j) As bases da fixação particularmente das dotações para


encargos da dívida pública e as operações financeiras
2 hospitais gerais e 1 hospital provincial. Será que as
dotações vão permitir estas construções e recuperar os
atrasos relativos ao indicador de número de distritos com
A análise resultou em várias observações e perguntas que passivas nos parecem pouco claras, e estes pagamentos hospital?
foram apresentadas à Assembleia da República, através da são capazes de ser influenciados por parâmetros fora do

ció
Comissão do Plano e Orçamento (CPO), e, através desta, ao controle directo do Governo. Por isso, sugerimos que a AR 7. Segundo a proposta do orçamento 2018, não haverá
Governo. As questões apresentadas, às quais o Governo insista para que a Lei do Orçamento incluía um parágrafo mais subsídios aos produtos (transporte público, farinha,
providenciou respostas, foram: que impeça a redistribuição de excedentes orçamentais pão). Os subsídios vão reduzir de 2,7 mil milhões de
destas linhas paraa outros fins sem a autorização explícita MT em 2017 para apenas 0,7 mil milhões em 2018. Que
a) As Receitas do Estado, em percentagem do PIB, estão a da AR ou da CPO,, e que qualquer poupança nestas linhas subsídios serão descontinuados e quais continuam? Que
decrescer. Desde 2014, a percentagem caiu de 29,7% para deva servir apenas para reduzir o crédito interno ou medidas o governo vai tomar para mitigar o impacto
os actuais 22,5%. Quais são os pressupostos que justificam paraa pagar os atrasados. Deveria ser vedado o uso de tal negativo dos cortes dos subsídios para a população com
esta redução? poupança para reforço de despesas de funcionamento ou poucos recursos?
investimento.
b) A estimativa do PIB para o ano 2018 não se verifica 8. Dos inúmeros indicadores de resultados do PQG/PES,
usando os pressupostos sobre o crescimento real do PIB e
a taxa de inflação. O valor indicado é maior relativamente
ao resultado do cálculo. É possível que tenha ocorrido um
erro. Contudo, interessa ao FMO saber se, de facto, tal erro
tem impacto sobre o volume das receitas, que podem
baixar por cerca de 10.000 milhões de MT ($154 milhões).

c) Segundo a proposta do OE 2018, a provisão para juros


so
k) Sugerimos que o Tribuna Administrativo faça (ou
mande fazer) uma apreciação da viabilidade das PPPs que
estão a construir estradas, financiadas por empréstimos
de retrocessão. Há razão para questionar se estes
investimentos são rentáveis. Verificar se as modalidades
de concursos obedecem às regras estabelecidas para
concursos públicos seria o segundo enfoque.
certos indicadores são priorizados e listados no PES anual.
Como é que esta priorização é feita? Por exemplo, no PQG,
ajudar os alunos com dificuldades de aprendizagem é
um indicador fundamental da educação; no entanto, este
indicador não é priorizado na Proposta do PES de 2018.
Em que se baseia o processo de priorização para inclusão
no PES anual?

internos vai aumentar de 8,9 mil milhões de meticais 9. Está previsto que a dívida interna cresça de 20 mil
em 2017 para 19,8 mil milhões em 2018. A justificação
constante do documento da Fundamentação – maior Questões Adicionais milhões MT para 128 mil milhões MT. Sabe-se, através
da CGE 2016, que a dívida cresceu principalmente por
um
volume de dívida, maior taxa de juro – não é convincente. causa do aumento dos bilhetes e obrigações do Tesouro.
Que outras justificações existem para esta estimativa? 1. O peso do orçamento alocado aos sectores prioritários Entretanto, aparece uma linha com “outros” que contém,
em 2018 é menor do que em 2017, apesar do facto de segundo a nota abaixo da tabela 29 na página 71, “dívida
d) A Sociedade Civil moçambicana gostaria de saber se que o peso do serviço da dívida e operações financeira assumida pelo Estado”. Interessa-nos saber quais são essas
a proposta do OE 2018 contém qualquer provisão para não mudou no mesmo período. Isto significa que os dívidas.
amortizações ou juros relativos aos empréstimos da sectores não-prioritários (Soberania, Defesa e Segurança:
EMATUM, Proíndicus e MAM. Presidência, Casa Militar, SISE, Forças Armadas, Embaixadas, 10. O Governo prevê que as receitas fiscais cresçam em
Ministério do Interior e Polícia) foram priorizados. O que 20% de 2017 para 2018, de 186 mil milhões de meticais
e) As alocações feitas aos distritos, para investimentos em explica este facto? para 223 mil milhões. Recentemente, o Governador do
infraestruturas de iniciativa local em 2018, estão muito Banco de Moçambique mostrou pouca confiança na
abaixo dos montantes alocados em 2014, 2015 e 2016, em 2. A alocação proposta aos sectores económicos e capacidade do país em alcançar a meta e compensar
termos nominais e particularmente em preços constantes. sociais (dentro dos quais estão saúde, educação e água e a redução da ajuda externa. Como é que o governo
Que racional orientou esta redução drástica? saneamento) é inferior, em termos reais, ao orçamento de pretende aumentar as receitas em 20% com crescimento
de

2017 e aos níveis de despesa de 2013 e 2014. A alta inflação económico de apenas 5%? Será que a projecção inclui
f ) O OE faz provisão para empréstimos de retrocessão no e a depreciação do metical tem drasticamente reduzido o receitas esperadas de impostos sobre mais-valias?
valor de 13 mil milhões de meticais. A Fundamentação poder de compra dos fundos para estes sectores. Mesmo
apresenta alguns projectos de construção de estradas com as maiores alocações em termos nominais, compra- 11. Pela primeira vez desde 2014, Moçambique terá que
que serão financiadas por via desta dotação. Contudo, se menos bens e serviços com o mesmo valor. Será que pagar mais para o serviço da dívida interna do que para
não indica valores para os projectos, e temos dúvidas se estes sectores não vão perder a sua capacidade de manter a dívida externa. As condições da dívida externa são mais
a lista apresentada na Fundamentação está completa. os níveis mínimos de provisão de serviços básicos aos ou menos conhecidas. Contudo, as OSC gostariam de
Seria possível colocar à disposição do público a lista cidadãos? Que estratégia o Governo vai adoptar para saber quais são as condições da dívida interna?
completa e pormenorizada, com valores, dos projectos garantir a manutenção da qualidade destes serviços?
que se pretende financiar por via de PPPs e acordos 12. Por que motivos o OE2018 não faz menção ao Cenário
de retrocessão? Também interessam as condições dos 3. O Governo tem enfatizado a necessidade de melhorar o Fiscal de Médio Prazo? Pergunta-se se este instrumento
io

créditos que o Governo está a passar às PPPs e o impacto rácio aluno-professor no ensino primário, sendo esta uma ainda existe ou simplesmente não foi usado para orientar
total aos futuros orçamentos em termos de amortizações meta do próprio Governo (PQG e mesmo no PES 2018). a produção do OE2018. E qual é a visão do Governo em
e juros,
os, bem como seu impacto social e económico. Contudo, prevê-se um corte no recrutamento de novos relação ao CFMP como um instrumento de previsão e
professores em 2018 para um quarto do número dos anos programação macro fiscal?
Ainda neste contexto, interessa também saber como anteriores. As OSC consideram inaceitável a proposta de
se justifica a inclusão da estrada Beira-Machipanda nos contratar apenas 221 professores que terão de fazer face a 13. O orçamento pode ter que cobrir despesas eventuais
avultadas. O pagamento de juros sobre o empréstimo
ár

acordos de retrocessão (segundo a lista constante na mais de 3 milhões de novos alunos inscritos para 2018. A
Fundamentação) enquanto a mesma estrada também solução assente na mobilidade dos funcionários públicos EMATUM seria um exemplo, reforços a empresas estatais
aparece como investimento com financiamento externo não parece prática se considerarmos as desarticulações seria outro. Sugerimos que a Assembleia insista na
de acima de $200 milhões? sectoriais e pouca fluidez nos processos de tomada apresentação dum texto e duma tabela sobre este assunto.
de decisão no aparelho estatal, sem mencionar as
g) Os acordos de retrocessão referem-se a projectos, capacidades pedagógicas destes que serão mobilizados; 14. A Proposta do OE 2018 não menciona as receitas que
principalmente em infraestruturas, levados a cabo por Baixar o número de professores por contratar seria têm origem no imposto sobre as mais-valias. Como serão
entidades fora do governo; normalmente, são empresas deitar abaixo todas as pequenas conquistas do sector da geridas as receitas proveniente das mais-valias?
Di

paraestatais ou, recentemente, parcerias público-privadas. educação, ganhos esses que podiam garantir a melhoria
Estes acordos são investimentos públicos, embora com da qualidade de ensino e aprendizagem 15. A Proposta do OE 2018 traz informação sobre novos
outra modalidade. Por isso, juntamos o investimento investimentos públicos comparado aos anos anteriores. O
normal (por via das entidades do Governo, contabilizado 4. Será que o Governo não está a considerar, neste FMO exige transparência e informação sobre os planos do
como despesa de investimento) e estes acordos. Este total momento de consolidação fiscal e austeridade, governo na área de investimento público.
pode chegar a 38,6 mil milhões de meticais, um valor suspender algumas regalias e subsídios concedidos a
que representa 63% da soma do investimento externo altos individualidades detentoras de cargos públicos 16. Informação sobre as despesas por funções do governo
total mais os acordos de retrocessão. Em comparação, as e redirecionar esses recursos para sectores de grande não aparece na Proposta do OE2018. Alguma razão em
alocações de fundos externos aos sectores da educação e impacto na vida dos moçambicanos (como por exemplo particular?
saúde são muito pequenas. o sector da educação, podendo-se assim contratar pelo
menos os 8.000 professores que costuma contratar 17. Que medidas o Governo vai tomar para garantir
Será que o peso de 63% para infraestruturas de transporte anualmente)? transparência na forma como os recursos para as eleições
e energia reflete às prioridades do Programa do Governo serão geridos?
e toma em conta as necessidades e expectativas da 5. A alocação proposta para o sector de Água e
população? Achamos que não, mas interessa a posição do Saneamento é a mais baixa dos últimos 10 anos em
Governo. termos reais. Este facto é muito preocupante, dado que o

2 de 6 Pág 2 | Maputo, Novembro de 2017


18
OPINIÃO Savana 01-12-2017

Cartoon
EDITORIAL
2VJRYHUQRVSDVVDPRVSRYRVÀFDP

D urante a semana em que o futuro do Zimbabwe permanecia incerto, en-


quanto o recém deposto Presidente Robert Mugabe se recusava a entregar
o poder que já tinha perdido, zimbabweanos de todos os quadrantes faziam
um vigoroso apelo para que a SADC se mantivesse afastada do problema, e

o
permitir que fossem eles próprios a resolvê-lo.
Através de cartazes e de discursos, gritavam bem alto a sua mensagem, demonstran-
do a sua falta de confiança para com esta organização regional.
E não foi sem razão que assim o fizeram. Por diversas ocasiões, nos últimos cerca de

log
20 anos, quando o grito de pedido de socorro era para a SADC intervir no sentido de
ajudar o povo do Zimbabwe a aliviar-se do seu sofrimento, a resposta da organização
regional foi de olhar para o lado, encolher os ombros e evocar o princípio da não
interferência externa para justificar a sua indiferença.
“Quando queríamos que a SADC interviesse, para dizer a Mugabe para governar o
país como deve ser, a SADC não fez nada”, disse um cidadão zimbabweano durante
a manifestação de 18 de Novembro, em apoio à acção dos militares para pôr fim ao
regime de Mugabe.
Acrescentava o mesmo cidadão, que “quando o nosso povo estava a ser brutalizado,
durante as convulsões políticas de 2008, a SADC não fez nada (...) Agora que esta-
mos a lidar com um indivíduo, para o benefício de milhões, é que querem intervir. A Depois do Black Friday
Fri

ció
nossa mensagem é clara: deixem-nos lidar com Mugabe”.
Durante a mesma manifestação, um outro cidadão empunhava um cartaz com as
seguintes palavras: “SADC e UA mantenham-se fora do nosso problema. Isto é o
que queremos como Zimbabwe; Mugabe fora!!!”
Mesmo com esta mensagem clara e desambígua, na última sexta-feira, lá estiveram
em peso presidentes de países da SADC para testemunhar o render da guarda no
Zimbabwe; o momento de celebração da vitória do povo zimbabweano, na sua épica
luta contra a má governação, violência e repressão generalizada.
E a mensagem para todos os estadistas que quiseram se fazer presentes na cerimónia

Ma ensai
de investidura do novo presidente foi clara e bem audível. De todos eles, somente o
Presidente Ian Khama, do Botswana, foi efusivamente aplaudido à entrada no Está-
dio Nacional, onde decorreu a cerimónia.
so
N
E porquê Ian Khama? Porque durante todos estes anos de desespero foi o único líder
africano que se atreveu a abrir a boca e condenar os excessos da governação de Mu-
gabe. Foi o único que ousou levantar a sua voz e chamar pelo seu próprio nome, o que a Mafalala respirava-se um de carvão, e outros arremates a isso cia como um grande laboratório
estava a acontecer no Zimbabwe. Os outros encobertaram a sua cobardia no manto necessários.
necessár onde se engendravam namoricos
ar tépido impregnado de
da conveniência do discurso da não interferência nos assuntos internos de outros
um subtil cheiro a penas Pelo meu lado, e uma vez que não ou se desfaziam outros anterior-
países. Este é um princípio sagrado na condução das relações internacionais, mas a
de galinha queimadas. Era podia contar com o apoio de ne- mente firmados. Todos iam, mais
sua aplicabilidade se torna questionável quando em causa está a violação sistemática
sábado,
do, o dia chegava ao fim e, no nhuma mãe e nem sequer com o de ou menos firmemente, dissimula-
dos direitos humanos de cidadãos indefesos.
uma irmã mais velha, arranjei-me damente ou não, com o propósito
um
Pelo seu silêncio, a maioria dos governos da SADC tornaram-se cúmplices das atro- silêncio resguardado dos quintais,
cidades que estavam a ser cometidas no Zimbabwe. como sempre me arranjava nessas ou de arranjar um novo amor ou
as meninas entregavam-se estoi- de reforçar amores antigos, ou, em
Nunca se exigiu da SADC uma intervenção física para impedir as grosseiras vio- circunstâncias: pela manhã, lavei
camente ao ritual de frisagem do o meu par de sapatilhas brancas, casos extremos, de declarar o rom-
lações de direitos humanos que ocorriam naquele país. Mas a organização, e em
cabelo. A oficina era simples: sen- pelas quais passei depois um pó de pimento definitivo. Seja como for,
conformidade com o disposto no seu próprio Tratado, tinha a obrigação de fazer
saber que não tolerava os maus tratos que estavam a ser cometidos contra o povo tadas em cima de bancos baixos, giz branco, tendo-as depois posto a e passando por cima do que possa
do Zimbabwe. de pernas esticadas para frente, secar no telhado da casa de madei- ser o peso da palavra, aquilo acaba-
A SADC não só foi incapaz de censurar Mugabe pelos actos hediondos que cometia tinham ao lado um fogareiro com ra e zinco. Lavei o meu único par va por ser um bom lugar de jogos
contra o seu próprio povo, como também em certos casos se tornou conivente. carvão em brasa, em cima do qual de calças e uma camisa, engomei- de alcova.
Quando Mugabe não gostou de um decisão do Tribunal da SADC, um órgão legal- se encontrava um pente de ferro -os pessoalmente, e por isso me dei No domingo, quando o dono do
mente constituído ao abrigo do Tratado desta organização, em vez de lhe fazerem ver o tempo de passear pelo bairro ao gira-discos anunciou a última mú-
amanhado artesanalmente, com
que as decisões do tribunal eram de cumprimento obrigatório, aliaram-se a ele numa longo da tarde, enquanto o Txove- sica, por volta das 7 da tarde, eu
vergonhosa campanha que culminou com a destruição do tribunal. cabo de madeira. Ainda mais ao la Kwatsi, personagem ex-líbris da olhei para a Guida, ela olhou para
de

Quando em 2008, Mugabe subverteu a legislação eleitoral do país, impondo-se no lado, um recipiente raso conten- paisagem humana da Mafalala, se mim e falámos, com essa troca de
poder mesmo depois de ter perdido as eleições, a SADC, no lugar de lhe mostrar o do restos de óleo de cozinha pelo encarregava de encher o reservató- olhares, mais do que poderíamos
seu próprio código de conduta sobre eleições livres, justas e transparentes e persuadi- qual já tinham passado magumba, rio de 100 litros que tínhamos em ter falado por mil palavras. De res-
-lo a entregar o poder ao justo vencedor, preferiu apadrinhar uma fantochada que chamussas ou badjias. Esse óleo casa. Era o seu modo de ganhar a to, não éramos os únicos. Por isso,
culminou com um governo de unidade. vida. O Txovela Kwatsi, homem a última música era de todas a mais
era usado para untar o cabelo, que
Foi uma manobra para permitir a Mugabe ganhar o tempo necessário para se reor- sempre de tronco nu, descalço, mexida. Ninguém dançava abra-
ganizar e melhor preparar a monstruosa fraude eleitoral de 2013. era depois penteado, não antes de
se aquecer o pente ao rubro no vestia-se de capulana e cobrava, çado ou enlaçado. Era para nos
Os últimos acontecimentos no Zimbabwe devem servir de uma lição quanto ao facto mexermos e darmos vazão à nossa
fogareiro. Era um jogo arriscado, por cada lata de 20 litros cheia para
de que nenhum povo está condenado a ser subjugado para a eternidade.
despejar na nossa casa, 20 centavos. alegria ou tristeza interior.
Parte da razão que levou a maioria dos Estados da SADC a adoptarem uma atitude porque se, por qualquer descui- Tudo a postos, portanto, para o úl- À saída, e como já era de esperar,
de condescendência em relação a Mugabe foi um certo corporativismo, que se prende do, o pente em brasa entrasse em timo golpe de ma ensai da Suhu- vimos à porta da casa da Suhura o
io

com a ideia de que qualquer um deles poderia, a qualquer momento, ver-se envolvido contacto com a pele, contraíam-se
numa situação idêntica. Mas acima de tudo foi resultado de um diagnóstico errado ra. Como o próprio nome pode irmão mais novo da Guida. Apres-
sobre as verdadeiras causas do conflito interno no Zimbabwe, e das dinâmicas que
ferimentos de considerável gravi- sugerir, uma vez que ma ensai é sei-me a passar duas moedas, uma
estavam em evolução dentro da própria Zanu-PF. dade. Mas era um risco que valia a uma tradução ronga do termo por- de 1 escudo e outra de 50 centavos,
Muitos aceitaram, sem qualquer sentido crítico, a propaganda de que Mugabe estava pena correr. tuguês “ensaios”, estas sessões de para a mão da Guida e ela já sabia o
a ser vítima de uma conspiração ocidental devido à sua postura radical em defesa dos No dia seguinte, a tarde estava des- dança que se organizavam todas as que fazer. Encaminhou-se rapida-
ár

interesses a vasta maioria dos africanos. Ou que os partidos da oposição (notavel- tinada à última sessão de ma ensai tardes de domingo, um mês e meio mente para o irmão, passou-lhe as
mente o MDC) que lutavam por uma transformação positiva no seu país, eram uma ou mesmo dois antes de alguém moedas para a mão e disse – “Não
para o casamento da Suhura, jo-
extensão de interesses estrangeiros apostados em remover do poder os  chamados do nosso grupo de jovens contrair digas nada ao papá, eu venho já.”
vem que se iria iniciar na vida de casamento, destinavam-se teori- Fomos à zona mais escura do beco,
es na África Austral.
partidos libertadores
Só que como a verdade encontra sempre uma forma de se revelar, Mugabe foi der- lar daí a duas semanas. Na verda- camente a que os pares se acos- onde nos beijámos longamente e
rubado pelos seus próprios camaradas. Não foi nenhuma expedição de qualquer uma de, os preparativos começavam um tumassem aos pares de dança uns passámos as mãos por tudo o que
potência ocidental, ou partidos da oposição. Derrubaram-no quando se aperceberam pouco antes, desde o amanhecer dos outros, a fim de que no dia do eram os nossos corpos.
Di

do seu plano megalómano de transformar o Zimbabwe numa dinastia, onde o poder de sábado, com as idas e vindas ao casamento não houvesse tropeços Desses tempos, passados agora
se transfere por laços familiares. fontanário público para acarretar nem passos mal dados. Isto era no quase 60 anos, lembro-me de te-
E para a SADC, espera-se que tenha ficado a lição; os países pertencem aos povos, água e garantir a reserva para os plano teórico. rem sido aqueles em que, na minha
não aos governos. dois dias subsequentes, a lavagem Todavia, o ma ensai serviu duran- vida, gozei do sono mais profundo
e o engomar de roupa com ferros te todo o tempo da sua existên- e mais tranquilo.

KOk NAM Editor Executivo: Ivone Soares, Luis Guevane, João


Mosca, Paulo Mubalo (Desporto).
Distribuição:
Miguel Bila
Director Emérito Francisco Carmona
(franciscocarmona@mediacoop.co.mz) Colaboradores: (824576190 / 840135281)
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Fernando B. de Lima (presidente) Aunício Silva (Nampula) (incluindo via e-mail e PDF)
e Naita Ussene Redacção: Eugénio Arão (Inhambane)
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)RWRJUDÀD Hermenegildo Timana. Telefone: (+258) 825 847050821
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Savana 01-12-2017
OPINIÃO 19

O não tão terrível futuro do trabalho


Por Zia Qureshi

A evolução do trabalho deve


ser vista como um processo
termos globais (cerca de dois mil
milhões).
Diante disto, a evolução do trabalho
deve ser vista como um processo de
que têm as competências certas po-
dem exigir.
canismos de trabalho em constante
evolução, incluindo ao crescimento

o
de ajustamento dinâmico, Mas previsões igualmente terríveis ajustamento dinâmico, e não como Para enfrentar essas deficiências, os da chamada “gig economy” [modelo
e não como um processo de destruição de empregos em larga um processo fundamentalmente programas de educação e formação de trabalho em que as pessoas têm
fundamentalmente destrutivo que escala e desemprego estrutural pro- destrutivo que devemos procurar devem ser renovados e expandidos. pequenos empregos e não um em-
vocado pela tecnologia acompanha- Com o antigo percurso de “apren- prego formal]. Aqui, já foram apre-

log
devemos procurar abrandar. abrandar. Criar barreiras à inovação,
O futuro do trabalho é um tema ram os principais episódios de au- como impostos sobre robôs, que der, trabalhar, reformar-se” a dar lu- sentadas várias propostas, incluindo
quente hoje em dia. Inspirou um tomação, inclusive por renomados alguns propuseram como forma gar a um processo de aprendizagem um rendimento básico universal,
número aparentemente interminá- economistas. John Maynard Keynes de aliviar a pressão sobre os traba- contínua - um processo reforçado que está a ser testado actualmente
vel de análises, comentários e con- apresentou uma; Wassily Leontief lhadores, seria contraproducente. elhecimento da força de
pelo envelhecimento na Finlândia e em algumas jurisdi-
ferências e destacou-se nas reuniões outra. Nenhuma se materializou. Em vez disso, as medidas devem trabalho em muitas economias - as ções subnacionais, como Ontário,
anuais do Fundo Monetário Inter- Em vez disso, a mudança tecnológi- concentrar-se em dar aos trabalha- opções para a requalificação e edu- Cana
Canadá; um imposto negativo so-
ca actuou como um poderoso motor cação ao longo da vida devem ser bre o rendimento; e vários tipos de
nacional e do Banco Mundial. Por dores as competências de nível su-
de crescimento da produtividade e
uma boa razão: as novas tecnologias perior que um mercado de trabalho ampliadas. contas portáteis de segurança social
do emprego.
– nomeadamente a digitalização, a em mudança exige e em apoiá-los Isso exigirá inovações no conteúdo, que agrupam os benefícios dos tra-

ció
Um dos principais motivos é que
robótica e a inteligência artificial durante o processo de ajustamento. realização e financiamento da for- balhadores.
as inovações tecnológicas que des-
- têm grandes implicações para o Até agora, a educação e a forma- mação, bem como novos modelos Em ambas as frentes, França está a
troem alguns empregos existentes
emprego. Mas, ao contrário do que também criam outros novos. En- ção estão a perder a corrida com a cerias público-privadas. O
para parcerias dar um exemplo positivo. No início
é dito muitas vezes, a história pode quanto as novas tecnologias redu- tecnologia. A escassez de compe- potencial das soluções viabilizadas deste ano, o país lançou uma “conta
ter um final feliz. zem a procura por trabalhadores tências técnicas e de nível superior pela tecnologia deve ser aprovei- de actividade pessoal” portátil, que
O debate actual inclina-se fre- com qualificações médias e baixas exigidas pelas novas tecnologias é tado, apoiado por uma base mais permite que os trabalhadores acu-
quentemente para o melodrama, em empregos de rotina, como tra- parcialmente responsável pelo pa- sólida de literacia digital. Num mo- mulem direitos de formação em
anunciando um futuro em que as balhos administrativos e produ- radoxo da crescente tecnologia e do mento de crescente desigualdade vários empregos, em vez de acumu-
máquinas expulsam os humanos ção repetitiva, também aumentam abrandamento do crescimento da - nos EUA, por exemplo, as desi- larem esses direitos apenas numa
do mercado de trabalho. De acor-
do com algumas estimativas som-
brias, 47% dos empregos estão em
risco nos Estados Unidos; 57% nos
países da OCDE; dois terços nas
economias em desenvolvimento; e
a procura por trabalhadores mais
qualificados em áreas técnicas,
criativas e de gestão. Uma análise
recente estima que as novas tarefas
e cargos explicam cerca de metade
do crescimento recente do emprego
so
produtividade nas economias avan-
çadas: a escassez de competências
restringiu a difusão das inovações.
Os desequilíbrios entre oferta e
procura também alimentaram a de-
sigualdade de rendimentos, aumen-
gualdades na frequência do ensino
superior por nível de rendimento
familiar aumentaram - um forte
compromisso com a melhoria do
acesso aos economicamente desfa-
vorecidos também é vital.
Ao mesmo tempo, os países devem
posição ou empresa específica. A
administração do presidente Em-
manuel Macron está agora a realizar
reformas para as rígidas protecções
do trabalho em França, a fim de au-
mentar a flexibilidade do mercado
de trabalho. A prossecução dessas
metade de todos os empregos em nos EUA. tando o prémio salarial que aqueles
facilitar a capacidade dos trabalha- iniciativas em simultâneo permiti-
dores de mudar de emprego através rá ao país capturar as sinergias das

Os limites da diplomacia do
um
de reformas nos seus mercados de reformas e facilitar o ajustamento
trabalho e redes de segurança so- para os trabalhadores.
cial. Isso significa mudar o foco das As mudanças tecnológicas con-

Papa Francisco
políticas retrogadas do mercado tinuarão a representar desafios
de trabalho, que procuram prote- importantes para os mercados de
ger os trabalhadores nos empregos trabalho em todas as economias, tal
existentes, para medidas orientadas como aconteceu no passado. Mas,
para o futuro, como mecanismos de com políticas inteligentes e orienta-
Por João Carlos Barradas

F
seguros inovadores e políticas acti- das para o futuro, podemos encarar
vas para o mercado de trabalho. esses desafios de frente - e garantir
rancisco é a última vítima das compelido ao silêncio sobre o confli- expansão demográfica do catolicismo Além disso, os contratos sociais que o futuro do trabalho é um tra-
violências em Myanmar ao to em Rakhine onde se concentra a - predominante em dois estados: o baseados em relacionamentos em- balho melhor.
de

escusar-se a apelos públicos maioria dos muçulmanos de Myan- tradicional bastião católico das Filipi- pregado-empregador formais e de  
contra a perseguição da mino- mar,, cerca de 3 a 4% dos mais de 50 nas e o recém-convertido e indepen-
longo prazo precisam de ser revis- *Zia Qureshi, antigo director de eco-
ria muçulmana rohingya na primeira milhões de habitantes. dente Timor-Leste - em contraponto
visita papal à antiga Birmânia.  A exaltação marcial de virtudes bu- à sangria nas comunidades do Médio
tos, tornando os benefícios como nomia do desenvolvimento do Banco
O louvor da paz, da democracia e distas por movimentos nacionalistas Oriente. a reforma e os cuidados de saúde Mundial, é membro sénior não
unidade nacional no respeito pela bamar (birmaneses), com conivência Contudo
Contudo, o drama rohingya levou mais portáteis e adaptados a me- residente da Brookings Institution.
riqueza singular das diferentes tradi- es, tornou-se uma ameaça
dos militares, Francisco a assumir atitudes equívo-
ções religiosas foi o recurso de Fran- para as minorias, incluindo os cerca cas, desagradando a muçulmanos e
cisco para acomodar susceptibilida- de 700 mil católicos de Myanmar e budistas, em prejuízo da credibilida-
des políticas. mais de três
ês milhões de protestantes. de global da diplomacia da Santa Sé
O Papa seguiu o conselho expresso A esmagadora maioria dos crentes e da posição das minorias católicas.
io

à Rádio Vaticano pelo arcebispo de católicos e protestantes pertence às Visto de Pequim, o passo em falso do
Yangoon, Charles Maung Bo, que minorias Chin, Kachin, Karen, Kwa e Papa Francisco pode reforçar intran-
advertiu para o risco de uma eventual Naga, em conflito com o poder cen- sigências nas arrastadas negociações
Email: carlosserra_maputo@yahoo.com
declaração sobre o conflito rohingya tral dominado pelos bamar budistas para restabelecimento de relações di- Portal: http://oficinadesociologia.blogspot.com
poder agravar as ameaças a uma “de- desde a independência em 1948. plomáticas rompidas em 1951.
556
Luta e apropriação
mocracia ainda muito frágil”. A passagem de Francisco por Myan- Uma das vias para romper com Tai-
ár

O primeiro cardeal de Myanmar, mar acabou por evidenciar a fragili- wan e reconhecer Pequim obriga,

Q
criado precisamente por Francisco dade política da Igreja católica local e por exemplo, a Santa Sé a aceitar
há dois anos, considerou, ainda, “algo a incapacidade para tentar mediar um os bispos proclamados pelo regime
exagerada” a reacção da “comunida- conflito que opõe, sobretudo, grupos comunista para a sua igreja oficial, a uando, através dos mais variados meios de luta, um grupo
de internacional” ao que classificou de confissão muçulmana e budista. Associação Católica Patriótica Chi- ataca uma determinada ordem social e, portanto, questiona
como a “resposta muito violenta” dos No Bangladesh, onde se encontram nesa, se a República Popular admitir, o grupo que a rege através do Estado, ataca igualmente as
militares aos ataques de “militantes refugiados mais de 600 mil rohingya, por sua vez, a legitimidade dos bispos categorias analíticas pelas quais o grupo reinante homo-
Di

rohingya”. pouco pesa a palavra do Papa, con- nomeados no Vaticano. loga, justifica e procura eternizar a sua ordem social e as relações
A Santa Sé estabeleceu relações di- gregando a Igreja menos de 400 mil Um compromisso sobre a direcção sociais dominantes.
plomáticas com Naypyitaw em Maio, católicos entre 160 milhões de habi- espiritual dos estimados 10 milhões
Se proventura o grupo atacante consegue vencer e desalojar o grupo
na sequência da recepção no Vatica- tantes, esmagadoramente sunitas.  de crentes católicos na China, edu-
no de Aung San Suu Kyi, líder do Em terra muçulmana - a braços cação e proselitismo religiosos é, no rival e se apodera da gestão do Estado, tudo fará para esquecer a
Governo desde o ano passado, mas, com o radicalismo jihadista sunita entanto, questão fulcral no Vaticano e estrutura e as características do combate anterior, munindo-se do
esta monção, o recrudescer da violên- em conflito sobretudo com a mino- tema secundário em Pequim. mesmo tipo de categorias analíticas que combateu.
cia contra os rohingya - tidos como ria hindu, xiitas e ahmmadiya - di- Avançar com alguma iniciativa di- É neste sentido que o novo grupo social dominante defenderá com
usurpadores muçulmanos bengalis - ficilmente o Papa poderá escapar à plomática significativa a curto prazo veemência a comunhão social, a ordem, a paz, a neutralidade, a uni-
apanhou em falso o Papa.  questão rohingya e a pronunciar-se em que a Santa Sé consiga fazer va- dade, etc., dotando as janelas pelas quais olha o mundo - quer dizer,
Na alocução dominical de 27 de sobre o acordo esboçado este mês ler toda a sua influência e experiên- a ordem estabelecida - com a naturalidade das coisas necessárias e
Agosto, na Praça de S. Pedro, o Papa entre Bangladesh e Myanmar para cia seria a melhor forma de o Papa eternas.
solidarizara-se com “os irmãos e ir- repatriação de refugiados que é omis- Francisco ultrapassar um fiasco que
mãs rohingya “ e denunciara a perse- so quanto a condições de restabele- deixou a claro a limitada capacidade
guição que desencadeou a fuga destes cimento dos rohingya, garantias de de manobra em terras onde predomi- Nota: Por lamentável erro de paginação, o fungulamaso na edição
muçulmanos para o vizinho Bangla- segurança e estatuto legal. nam tradições alheias ao catolicismo. passada saiu com o número 554 ao invés de 555. Pelo erro, as nos-
desh. A diplomacia vaticana aspira a maior sas desculpas.
Chegado a Yangoon, Francisco viu-se influência na Ásia para consolidar a (jornaldenegocios.pt)
20
OPINIÃO Savana 01-12-2017

A queda de Robert Mugabe: revolução ou desordem?


Por Fredson Guilengue

O s acontecimentos que acabam


de levar à tão celebrada resigna-
Zimbabwe, o mais preocupante ainda são
as verdadeiras motivações por detrás des-
do ponto de vista político e económico, do
efectivo controlo do poder por parte de
militares transição de poder
es que qualquer transiç
no país devesse passar pelo seu grupo.

o
ção de Robert Gabriel Mugabe, te golpe, fundamentalmente, o mecanismo Robert Mugabe, pois eram o seu elemen- Com este acto golpista, os militares reco-
da presidência da República do de acesso e de controlo de poder que este to de forte repressão e sustentação política. locaram-se, estrategicamente, no centro do
Zimbabwe, mais representam uma desor- mesmo golpe pretende cristalizar no Zim- Mas, por outro lado, para que na história xadrez político no país.

log
dem institucional de consenso alargado do babwe. O que está em curso no Zimbabwe do Zimbabwe “novas páginas” se abrissem Mesmo assim, cabe agora interrogar até
que uma revolução popular democrática. é uma desordem institucional de apoio (tendo o actual regime no centro) era pre- que ponto, com a resignação de Robert
Para ficar claro, e devidamente registado, alargado e não, necessariamente, como se ciso garantir que o passado fosse “enterra- Mugabe, estão, finalmente, criadas as con-
nos annales da história do Zimbabwe e do pretende fazer parecer, uma revolta popular do” com Mugabe. Era essencial transmitir dições para o florescimento da estabilidade
resto do Mundo, é importante reter que o democrática, com resultados numa poten- ao povo a ilusão de uma nova era. Aliás, tal política e do desenvolvimento económico
que levou à queda de Mugabe foi um golpe cial ou numa efectiva mudança de regime. como nas palavras de Giuseppe di Lam- no Zimbabwe. Era Mugabe, de facto, o
militar, e não uma revolta popular, em tan- pedusa, “é preciso que tudo mude para que
Isto é, no sentido mais marxista-democrá- único ou apenas a face mais visível da de-
tudo permaneça como está”. E neste aspec-
to que tal. Não foi o povo do Zimbabwe a tico da coisa, Zimbabwe não está diante da sestabilização política e sócio-económica?
to, avaliando pelas diversas manifestações
desencadear uma insurreição em que recla- substituição do governo de uma classe pelo No entanto, tal como se deu em Portugal,

ció
de alegria, em verdade seja dito, os golpis-
mava para si o poder político e económico governo de outra classe, como corolário de tas foram sagazes. embora não ter sido iniciativa popular, o
do seu país. O poder no Zimbabwe não foi uma efectiva acção das massas populares. Para que os serviços de defesa e seguran- golpe do Zimbabwe pode vir a ser a con-
disputado, nem banalizado nas ruas, pelo O facto é que Mugabe foi “destronado” ça do Zimbabwe continuassem a desfrutar junção crítica que deverá favorecer a ne-
junç
seu povo, mas sim “transferido” – no senti- por um astuto golpe militar, um pouco à dos privilégios políticos, sociais e económi- cessária mudança no país. Para que a elite
do de mantido -, suavemente, de uma mão moda da suavidade da revolução de Abril cos actuais tornava-se determinante que a actual permaneça no poder, tal como está
para outra, do mesmo corpo, por força de em Portugal, sem corpos nem sangue, ain- ão do poder passasse pelo seu grupo.
transição precisamente a acontecer em Angola, devi-
ameaça do poder de fogo que os militares e da que esse golpe militar tenha encontrado Era determinante garantir que o por não do a sua elevada impopularidade (mais vi-
os serviços de segurança representam. suporte no seio da população do Zimba- apasse. Mnangagwa, um “crocodilo”
os escapasse. sível na sua liderança), a estratégia a seguir
Sem qualquer intenção aqui de se discu-
tir a popularidade ou impopularidade de
Robert Mugabe, entendo como funda-
mental reiterar que Mugabe foi de facto,
e de direito, golpeado. Entendo ainda que,
recusar a ocorrência do golpe legitimaria,
bwe, como largamente reportado, por al-
guma imprensa local e internacional. Mas
que foi golpe foi, e não se pode negar que
não foi nas ruas de Harare onde Mugabe
caiu.
so
da luta de libertação do Zimbabwe, passa-
ria a ser assim o elemento de garantia da
continuidade. Por conseguinte, o Presiden-
te Emmerson Mnangagwa pouco ou nada
representa, do ponto de vista de algum tipo
de mudança radical no Zimbabwe, mas as-
deverá passar por dar, ao povo, amostras
significativas de rotura em relação ao seu
passado, principalmente, nas questões que
vinham sendo objecto de elevada contesta-
ção popular, como por exemplo, a corrup-
ção, a questão da reforma agrária, a gestão
implicitamente, a existência de uma revo- Mas por que golpear? segura o mais importante, que é a perma-
nência do actual regime no poder.
macro-económica e a transparência. Tal
lução popular que na realidade nunca teve Porque o golpe era a única via capaz de como o Presidente Guebuza se predispôs
O golpe, num contexto de prolongada con-
lugar, dificultando, assim, a compreensão instalar o caos que justificasse que a transi- à chegada ao poder, um dia, à combater o
um
vivência forçada entre o povo e a ZANU
dos verdadeiros factos no terreno. Para ção do poder significasse, nada mais e nada -PF era a única forma efectiva de manter deixa andar nas instituições públicas em
obstruir uma percepção generalizada sobre menos, que a permanência da ZANU-PF a elite actual no poder. Qualquer modelo Moçambique.
a existência do golpe, assistiu-se a mano- e dos serviços de defesa e segurança no po- de transição que envolvesse a escolha do Todavia, a solução final para o Zimbabwe
bras, (que ainda continuam) provenientes der no Zimbabwe – manter o regime do cidadão seria (e ainda é) desastrosa para o seria, como para muitos dos nossos países,
do interior da União Nacional Africana dia. Este golpe encontra lógica na crescen- regime. de uma liderança fresca, descomprometida
do Zimbabwe – Frente Patriótica (ZANU te deterioração da capacidade directa de O mais importante a reter neste contexto com actual regime e desligada do passado
-PF), dos serviços de defesa e segurança, liderança de Robert Mugabe, devido, fun- todo é o facto de golpe de estado do Zim- de forte repressão e violência, como formas
assim como do parlamento do Zimbabwe, damentalmente, à sua avançada idade, que babwe ter, como consequência, a reafirma- de controlo e de manutenção no poder.
de legitimar a acção dos golpistas, aos há muito vinha criando enorme ansiedade ção de um modelo de transição de poder Uma liderança que esteja, ao mesmo tem-
olhos tanto do povo do Zimbabwe, assim e incerteza no seio do poder militar e no em que este, para ser aceite e legítimo, te- po, concentrada em redireccionar o país
como da comunidade internacional. Era partido no poder, sobre o seu próprio futu- nha necessária e obrigatoriamente, de ter para a caminhada da estabilidade política,
de

fundamental para o regime não transitar ro pós-Mugabe. de permanecer nas mãos ou sob o controlo democracia e inclusão socioeconómica.
de um governo, já bastante desacreditado, Os serviços de defesa e segurança do Zim- das chefias militares e não da classe políti- Mas, sobre o verdadeiro futuro do Zimba-
para outro, totalmente ilegítimo. babwe, que hoje golpeiam Robert Muga- ca. Aliás, este facto já era de conhecimen- bwe só mesmo o futuro sabe... Boa sorte
É neste contexto que, para o futuro do be foram sempre os maiores beneficiários, to público, pois sempre foi reiterado pelos vizinho.

SACO AZUL Por Luís Guevane


io

O poder em João Lourenço


N
ár

o Zimbabwe Robert Mugabe pouco abonatórios sobre Zuma – actual Pre- presente sobre se o Presidente da República der. Entretanto, este cenário não signifi-
foi obrigado a libertar-se e a li- sidente da SAD
SADC e da África do Sul. deve ser necessariamente Presidente do seu ca impossibilidade de sobreposição dos
bertar ao seu próprio povo. Na De Angola veio a surpresa. As análises e pre- partido (no poder). Há sectores que julgam dois poderes numa situação de existência
região austral de África, o Pre- visões políticas apontavam para a existência que não e outros que sim. Neste debate, por de um Estado apartidário. Ser somente
sidente do Botswana, Ian Khama, foi o de um João Lourenço ( JLo) que não passasse enquanto, o actual PR de Angola, tem estado PR e deixar os destinos do partido em
único que reagiu alinhado com os seus de Nyusi, dadas algumas semelhanças na as- a demonstrar que o que está em causa não é o outras mãos pode, em algum momen-
Di

censão dos mesmos. Entretanto, contra todas facto de se ser PR e, simultaneamente, Presi- to, desequilibrar as rotinas governativas
princípios e seu entendimento de de-
as previsões, fomos assistindo a uma espécie dente do partido no poder, mas sim a perso- e elevar significativamente os níveis de
mocracia e liberdade. Da Pérola do Ín- de “marcação do território” por parte do novo nalidade do indivíduo. Um indivíduo pode ser
dico o silêncio só foi quebrado quando stress. Entretanto, este “medo” pode não
Presidente de Angola. Com essa “marcação”, somente PR e ter o poder sob controlo. Ou
a poeira passou, felicitando Emmerson se colocar se se perceber a importância e
caracterizada por mexidas de vulto na So- ser PR e Presidente do partido no poder e,
os ganhos da equidistância entre o par-
Mnangagwa e revelando os ofícios de nangol, no Banco Central, nos ministérios, mesmo assim, não ter em suas mãos a essên-
tido e o Estado no estrito cumprimento
uma diplomacia exageradamente cau- nas chefias militares, JLo espera “moralizar” cia do poder que os seus compatriotas acre-
a sociedade angolana da qual fazem parte ditam que tem. Com o tempo percebem que da Constituição da República. Se este
telosa. “Exageradamente” porque estava
os membros do seu partido. Como o povo na prática tem um poder meramente formal, for o desafio político e técnico de João
tudo muito claro quanto à irreversibili- Lourenço, PR de Angola, então, terá
diz, Presidente da República não é para ser ainda que seja um PR turbo, um “corta fitas”
dade da situação de Mugabe. Do lado pela frente as incontornáveis resistências
mandado, é para mandar! É o actor princi- imparável. Paralelemente, um outro debate
da SADC é suposto ter transpirado de um país que nunca soube governar de
pal. Quando ele próprio leva isto ao extremo, pode oferecer conteúdo limpo ao primeiro: é
qualquer coisa sobre a questão da cons- torna-se ditador. sobre o desacorrentamento do Estado pelos outra forma. É doloroso, porém neces-
titucionalidade da mudança. Mas, a me- Zédu parece comungar a mesma percepção partidos ditos libertadores. A “sobreposição” sário, desmantelar o partido do Estado.
lhor reacção parece ter vindo das ruas de que JLo tem sobre o exercício do poder. E poderá continuar a “fazer sentido” enquanto o Esperam por este desmantelamento An-
Harare, através de cartazes com dizeres neste ponto vale relembrar o debate sempre Estado se mantiver refém do partido no po- gola, Moçambique, Zimbabwe e outros.
Savana 01-12-2017
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DESPORTO Savana 01-12-2017

Presidente da Federação Moçambicana de Natação faz o balanço de 2017 e fala sobre a situação da Piscina Olímpica do Zimpeto

“A indisponibilidade da Piscina é um grande


revés para a natação”

o
Por Abílio Maolela

log
presidente da Federação Neste universo, quantas já foram momento, do polo aquático
ao momento
Moçambicana de Nata- recuperadas? e da natação sincronizada. Que
ção (FMN), Fernando -Nós fazemos o levantamento comentário faz?
comentár
Miguel, manifestou, re- dos problemas que as piscinas têm -De facto, há muitas actividades
centemente, a sua preocupação paraa melhor orientar os parceiros que não foram realizadas dentro
com o encerramento prolongado que investem na sua recuperação. deste mandato. Encontramos
da Piscina Olímpica do Zimpe- Também trabalhamos com os uma situação contrária ao que tí-
to [piscina principal], devido aos municípios, clubes e Associações

ció
nhamos definido e tivemos de re-
trabalhos de reabilitação. para a identificação dos parceiros definir as estratégias. Entretanto,
Em entrevista ao nosso jornal, que irão trabalhar na reabilitação
da situação actual há muito que
Fernando Miguel disse que a dessas piscinas. O exemplo disso
constante indisponibilidade da fizemos e que nos deixa bastante
é o que está a acontecer na cidade
Piscina Olímpica do Zimpeto encorajados.
de Maputo, onde a Piscina da Es-
é “um grande revés” para a mo- cola Secundária Estrela Vermelha Mas, a que condições se refere?
dalidade, na medida em que o está sendo intervencionada pelo -Encontramos dificuldades sérias
seu elenco tinha programado, ao Clube Tubarões. na própria natação, assim como
longo do mandato, a realização,
naquele recinto, de competições
internacionais. Por outro lado, o
timoneiro da modalidade saudá-
vel mostra-se preocupado com as
máquinas ali montadas porque
“receamos que as mesmas ve- objectivo, que era inscrever atletas
so
nais”, Fernando Miguel
Tínhamos actividades de for-
“A indisponibilidade da Pis-
cina Olímpica é um grande
“A indisponibilidade [da Piscina] é um grande revés para aquilo revés”
que era as nossas perspectivas para as competições internacio- Este ano, o governo voltou a
encer a Piscina Olímpica do
encerar
Zimpeto, devido aos trabalhos
no país. Na natação, encontramos
ausência de pessoal capacitado.
Há sítios, onde temos piscinas,
mas que não temos pessoal capa-
citado e muito menos prática da
natação. Portanto, tivemos gran-
de reabilitação. Passados mais de des dificuldades para massificar a
nham a danificar-se por não esta- com marcas elegíveis para con- mação e de acompanhamento
seis meses, em que estágio está modalidade, tanto a natação pura,
rem em funcionamento”. correr as bolsas olímpicas e, neste dos filiados, mas que não foram
este processo? assim como o polo aquático, a
um
Numa conversa de quase 40 mi- momento, estamos à espera dos realizadas. Também tínhamos
-Trabalhamos com o MJD no natação sincronizada e de águas
nutos, o presidente da FMN pas- resultados. Também conseguimos programado a aquisição de equi-
qualificar um atleta (Érico Cuna) pamentos para as piscinas e para sentido de disponibilizar a pis- abertas, devido à falta de pessoas
sou, em revista, o ano de 2017,
para os jogos mundiais da juven- a Federação, mas acabamos por cina dos 50 metros, mas ainda de capacitadas para dinamizar es-
tendo o considerado como difícil
porque a sua agremiação funcio- tude. não realizar por falta de fundos. não foi aberta porque, segundo o sas actividades. Contratamos um
nou com um orçamento inferior Este ano foi caracterizado pelo Não foi possível também con- Ministro [Alberto Nkutumula], técnico cubano para a introdução
ao previsto, devido à crise finan- agravamento da situação finan- tratar pessoal para a capacitação havia dificuldades para continuar do polo aquático, mas só tivemos
ceira que o país atravessa. Revela ceira do país, com algumas em- institucional. com todo o projecto de reabilita- a piscina do Zimpeto durante
também que, devido a esta situa- presas a encerrarem as portas e ção. Portanto, os trabalhos con- dois meses. Também fica difícil
ção, ainda não definiu os parceiros outras a despedir trabalhadores. “Agora envolvemos ONG’s tinuam e ainda não temos data introduzir o polo aquático nos
para dinamizar as activida- para a conclusão do processo. As
para o próximo ano, o que deixa Como foi gerida esta situação na des” clubes devido à disponibilidade
de

aquela Federação numa situação vossa modalidade? questões que perigavam a entrada de piscinas para realizar essa ac-
E para 2018, o que está sendo fei- de pessoas dentro da piscina fo-
delicada. -Não foi fácil. Sofremos muitos inverter o cenário?
to para inv tividade.
A um ano do fim do seu mandato, cortes orçamentais, sobretudo no ram resolvidas, mas a reabilitação
-Estamos a trabalhar para encon- Será que o polo aquático é um
Fernando Miguel dá nota positi- que tange à comparticipação do ainda não terminou.
trar parceiros, mas está a ser difí- projecto exclusivo da Federação
va ao seu trabalho, mas reconhece Estado. Por isso, algumas activi- Mas, como a FMN se sente com
cil. Os nossos habituais parceiros para não ser implementado nos
não ter cumprido a maior parte dades não foram realizadas, ape- esta situação, uma vez que a na-
ainda estão com muitas dificulda- clubes?
das suas promessas e justifica que sar da comparticipação dos nos- tação fica órfã da sua principal
des para abraçarem ou apoiarem -Todos nós (FMN, Associações e
tal deveu-se ao facto de ter en- sos parceiros. Apenas realizamos infra-estrutura…
a modalidade. Agora mudamos Clubes) partilhamos a mesma vi-
contrado uma “situação contrária as actividades mais importantes, -Olhamos para esta situação com
a abordagem, envolvemos orga- são. Mas, do momento, que que-
muita preocupação, na medida
io

ao que tínhamos definido”, tanto que são os campeonatos nacio- nizações não-governamentais,
na natação, assim como ao nível nais, tanto de massificação, assim em que todos os planos que fi- remos começar do zero, é difícil
instituições internacionais e em-
do país. como de alta competição. Tam- zemos para este mandato tinham começar a disciplina nos clubes.
baixadas para vermos se podemos
Acompanhe, de seguida, os ex- bém levamos uma campanha de em conta a disponibilidade da É mais fácil encontrar essa so-
dinamizar as nossas actividades.
certos editados da entrevista com inspecção das piscinas para saber- Temos consciência de que o pró- Piscina do Zimpeto. Entretanto, lução a partir das Associações,
mos qual é a real situação das pis- a indisponibilidade é um grande como fizemos na natação pura,
ár

Fernando Miguel! ximo ano será muito mais difí-


cinas no nosso país, na qual con- cil ainda e estamos a sentir isso revés para aquilo que era as nos- onde começamos das associações.
O ano de 2017 caminha para a seguimos abarcar toda a zona sul porque até esta altura do ano, sas perspectivas para as compe- E o que a FMN está a fazer de
sua recta final. Que balanço a e as províncias e Manica e Sofala. normalmente, tínhamos definido tições internacionais. Tínhamos modo a resolver este problema?
FMN faz deste ano? Que Orçamento tinha sido pre- os nossos parceiros para as activi- agendado algumas competições -Estamos a trabalhar com o
-Em termos de programas, co- visto para este ano e quanto este- dades do ano seguinte, mas ainda regionais, mas que não foram treinador cubano (ainda está
Di

meçamos com o campeonato na- ve disponível? não definimos nenhum parceiro. realizadas, o que faz com que a em Maputo). Não foi possível
cional do verão, que decorreu na -Para 2017, tínhamos programa- Falou de um programa de ins- natação moçambicana saia a per- lhe enquadrar na perspectiva de
Piscina do Zimpeto, o que nos do um Orçamento de 17 milhões pecção das piscinas levado a cabo der. Portanto, temos manifestado trabalhar na massificação desta
permitiu usar as marcas registadas de meticais, três vindo do Estado este ano. Em que situação encon- essa preocupação junto do go-
disciplina, no Zimpeto. A ago-
nas competições internacionais. e os restantes dos parceiros. Mas, tram-se as infra-estruturas? verno e este tem garantido estar
ra a visão é reaproveitar a ele o
Tivemos campeonatos nacionais o Estado só nos alocou 700 mil -Podemos considerar que esta- a trabalhar para pôr a piscina em
máximo possível para deixar ficar
do inverno, na Beira; capacitação meticais e os parceiros ajudaram- mos bem porque temos piscinas funcionamento. Outra questão
que nos preocupa muito são as conhecimento nessas disciplinas.
de juízes-cronometristas; e tam- -nos com quatro milhões de me- viáveis, apesar de carecerem de
bém participamos na competição ticais. uma intervenção muito séria (pis- máquinas ali montadas porque Estamos a trabalhar com ele para
regional, realizada em Bulawayo Isto é, o dinheiro que esteve dis- cinas da Namaacha, Chókwè e de receamos que as mesmas venham capacitar as nossas Universidades
(Zimbabwe), assim como nos ponível não cobriu nem a metade Inhambane). Ainda não estão a danificar-se por não estarem em nessas matérias, mas o processo
campeonatos mundiais de piscina das vossas despesas. Que estraté- numa situação de inviabilidade, funcionamento. de aprovação dos curricula está
longa, em juniores, nos Estados gias desenharam para compensar apenas carecem de investimento. Está a um ano do fim do seu man- sendo lento, até porque ainda é
Unidos da América e de piscina este défice? Inspeccionamos nove piscinas, dato e os praticantes da modali- difícil encontrar um treinador de
longa em absoluto, em Budapeste -Um dos grandes cortes foi a sendo quatro da província de dade contestam o seu trabalho, natação nas nossas Faculdades de
(Hungria). Conseguimos o nosso assistência aos nossos filiados. Manica. destacando a não introdução, até Educação Física.
Savana 01-12-2017
DESPORTO
DESPORTO 23

StarTimes
transmite
mundial

o
de clubes

log
O operador de televisão
digital paga, StarTi-
mes, adquiriu, de for-
ma exclusiva e para a
região da África Subsaariana,

ció
os direitos de transmissão do
Campeonato do Mundo de
Clubes, de 2017 e 2018, a de-
correr nos Emirados Árabes
Unidos.

A ser disputado entre 6 e 16


de Dezembro próximo, a com-
petição contará com a partici-
pação de seis campeões inter-
nacionais, em representação
das seis confederações conti-
so
nentais e do campeão nacional
dos Emirados Árabes Unidos.
um
Até ao momento, apenas cin-
co equipas qualificaram-se
para o maior evento mundial
de futebol, ao nível de clu-
bes, destacando-se o campeão
africano, Wydad Casablanca
(Marrocos) e o campeão euro-
peu, Real Madrid.
As oito partidas, que vão cor-
de

porizar a competição, serão


transmitidas, em directo, no
canal ST World Football, da
StarTimes, a principal opera-
dora de televisão digital, em
África, atendendo a mais de
10 milhões de subscritores,
io

através de suas plataformas


DTT e DTH.
O Director de Operações da
StarTimes Media Division,
Vincent Yu, manifestou o seu
ár

entusiasmo por “oferecer o


único torneio mundial de clu-
bes, de forma exclusiva” aos
seus subscritores.
es. Acrescen-
Di

tou ainda que trata-se de uma


“oportunidade única” para os
fãs de futebol de ver as melho-
res equipas de cada continente.
Realçar que o Real Madrid
é o campeão em título, após
derrotar, em 2016, em Tóquio,
o Kashima Antlers ( Japão),
por 4-2, após prolongamento.
Com este triunfo, os “meren-
gues” garantiram o seu quinto
título mundial (contando com
a Taça Intercontinental).
24
CULTURA Savana 01-12-2017

É uma coisa que nunca aconteceu


M aputo acolhe de 6 a
10 de Dezembro o
Mozambique Mu-
fora. Portanto, está aí uma grande
chance”, destaca João Carlos. Os
membros do júrii têm a possibili-
E ao crescerem assim nestes cir-
cuitos, pôr o nome de Moçambi-
que é absolutamente fundamen-

o
sic Meeting (MMM dade de divulgar o nome de Mo- tal. Se a música moçambicana
Festival), no Centro Cultural çambique pelo mundo. “Temos estiver presente nestes festivais as
Franco-Moçambicano, Núcleo aqui uma panóplia de delegados pessoas vão falar. É assim que as
de Arte e Gil Vicente. O evento que vêm comparar, promover e coisas funcionam. Se os artistas

log
musical inovador, que propor- falar de Moçambique. Sincera- forem para o exterior as
nacionais for
ciona aos artistas moçambicanos mente é uma coisa que nunca pessoas vão falar de Moçambique
a possibilidade de actuarem para aconteceu. Não se trata de puxar e terão interesse em saber o que
audiências que vão incluir produ- os galões para nós. É uma verda- mais há em Moçambique. E isso
tores e outros intervenientes in- de. Nunca aconteceu um evento se reflecte no turismo a longo pra-
ternacionais da indústria musical, destes”, frisa Luís Moreira. zo”, frisa.
podendo resultar em convites, É difícil levar os artistas para os Muitos artistas reclamaram não
contratos para a participação de melhores festivais que acontecem
terem tido conhecimento do
artistas nacionais em festivais ou no mundo. “Já se tentou muita

ció
evento. “Houve uma inscrição
a edição em marcas de renome. coisa. Alguns produtores fizeram
aberta online durantes alguns me-
“Este evento é particular e úni- um trabalho digno neste país de
levar artistas para fora, mas são ses. É claro que isso não foi publi-
co em Moçambique. Estamos a
casos insolados. Um e outro tive- citado no geral mas a informação
falar de um festival que pretende
ram impacto, mas poucos grupos estava disponível. Nem todos os
promover o artista nacional para
conseguiram ir além esporadi- artistas tiveram conhecimento,
o mundo.
camente. Criar raízes no mundo mas os que tiveram conhecimento
que se diz global ainda ninguém inscreveram-se. Mas para os pró-
“Nasce de um resultado natural António Marcos é um dos artistas a participar no evento
conseguiu. E é isso que pretende- ximos anos terá mais adesão. É
por festivais. Para ver se consegui-
mos pôr os nossos artistas no mapa
musical do mundo. Para alguns é
fácil por questões económicas ou
porque estão no ponto geográfico
estratégico. Nós não estamos nem
numa, nem por outra. Estamos
confundir com um concurso. Não
é para escolher quem ganha. Por-
tanto, há muitos grupos que não
foram seleccionados mas tem um
nível para serem. Não foram por-
que só há 17 lugares e foram 91
so
Temos um pouco de tudo. São
pessoas que compram e vendem
shows, para representar os artistas
mos. Estar num circuito em que
não haja dúvidas que ao entrar
não saem.
lógico que agora é que se vai dar
importância de um evento des-
ses”, finaliza.

geograficamente muito longe. So- artistas que submeteram as infor-


mos um país com poucos recursos mações necessárias”.
um
até agora canalizados particular- Os organizadores consideram
mente para cultura. Não tem sido que é uma oportunidade para os
fácil para qualquer artista dar um artistas. “Mais-valias são enormes
salto e pertencer ao mundo global e todas aquelas que podemos pen-
da música”, explica Luís Moreira. sar. Temos, por exemplo, o repre-
João Carlos Schwalbach, por sua sentante da discográficaa reconhe-
vez, acrescentou: “não se pode cida no mundo do Peter Gabriel.

SOMAS repudia violação


de

de Mural no CEA
A Sociedade Moçambica-
na dos Direitos do Au-
tor (SOMAS) repudia
as obras de canalização
tana e do povovo moçambicano.
Nascido em Matalane, Distrito de
Marracuene, Província de Maputo,
a 06 de Junho de 1936, Malangata-
io

realizadas no Mural do Centro de na Valente Ngwenya, morre aos 74


Estudos Africanos, da Universida- anos no Hospital Pedro Hispano,
de Eduardo Mondlane, principal e em Matosinhos, Portugal. Consti-
mais antiga universidade pública tui um ícone da arte e da cultura do
do país. povo moçambicano, artista plástico
e poeta, conhecido além-fronteiras.
ár

A SOMAS considera a colocação Com um legado ligado a causas so-


de furos e tubagem da casa de ba- ciais e culturais, entre tantos outros
nho,, levada a cabo no Mural do ar- acontecimentos, em 1961, aos 25
tista Malangatana, um acto de vio- anos, fez a sua primeira exposição
lação ao direito do autor, para além individual no então Banco Na-
de denotar falta de cultura, de civis- cional Ultramarino, tendo sido na
Di

mo institucional e de respeito para altura indiciado de ser membro do


com as artes, não apenas da parte Partido Frelimo e, por conseguinte,
do CEA, mas da própria UEM. detido em 1966 e em 1971.
Um desrespeito que urge repudiar No Pós-independência, é eleito
e exigir responsabilidades, não ape- deputado pelo partido Frelimo, em
nas disciplinares, mas o respectivo 1990 e em 1998, para a Assembleia
procedimento criminal pelo Minis- Municipal de Maputo.
tério Público. Entre vários prémios e homena-
Segundo a SOMAS, é exactamen- gens, Malangatana foi em 1997
te nesta universidade, detentora de nomeado pela UNESCO com o
um inestimável património cultu- prémio “artista pela Paz”, tendo-lhe
ral, e que se espera ser a instituição sido entregue o prémio Claus e, em
que cultiva e mantém viva a memó- 2010, recebeu o título de Doutora-
ria de Malangatana, que ocorre a mento Honoris Causa, pela Uni-
mais gritante e horripilante viola- versidade de Évora, em Portugal.
ção à cultura e legado de Malanga- A.S
Dobra por aqui
g o
CO DO SAVANA Nº 1246 ‡ DE DEZEMBRO DE 2017
SUPLEMENTO HUMORÍSTICO

ól o
c i
s o
u m
d e
ir o
D iá
ESTE É O DESERTO DO SAHARA... ....E ESTE É O DE NACALA.
2 Savana 01-12-2017 SUPLEMENTO Savana 01-12-2017 3

g o
ól o
c i
s o
u m
d e
ir o
D iá O Príncipe Harry anuncia noivado com uma Afro-Americana.
O vovô Harry fez de mim um legítimo sucessor à Coroa inglesa
Savana 01-12-2017
OPINIÃO 27

Abdul Sulemane (Texto)


Júlia Manhiça (Fotos)

o
Não há maneira

log
O s investidores estrangeiros não escondem a sua indignação com a
forma como a Procuradoria está a tratar o assunto das dívidas ocul-
tas. Para estes, as pessoas que contraíram estas dívidas são conhe-
cidas e devem ser responsabilizadas. Mas o que assistimos é uma
inércia por parte das instituições que deviam levar avante a resolução deste
problema que está a tornar a vida dos moçambicanos mais cara. O povo está

ció
a sofrer por um problema causado por um grupo de pessoas.
Não estamos a ver nada de concreto por parte dessas pesssoas que contraíram
as dívidas para que esta situação seja resolvida.
Quando este assunto volta novamente à tona, essas figuras fazem vista gros-
sa aos factos. Será que de alguma forma estão a dar cobertura para os que
cometeram estas falcatruas? Vejam como a Procuradora Geral da República,
Beatriz Buchile, mostra o seu desagrado quando a instituição que dirige é
acusada de não estar a fazer nada de substancial em torno das dívidas ocul-
tas, perante um olhar vago de Adelino Muchanga, presidente do Tribunal
Supremo. No entanto, Adelino Muchanga sussura que é melhor limpar a
boca quando tiver de falar sobre este assunto. O acto sortiu efeito e Beatriz
Buchile limpa a boca.
Quando não temos algo para dizer melhor é ficarmos calados. É uma arte
ficar calado mesmo tendo algo para dizer. Evita que entrem moscas. Mes-
so
mo que a mente faça força para a boca desempenhar o seu papel. Foi o que
fizeram os governadores da província da Zambézia e Sofala, Abdul Razak e
Helena Taípo como testemhunha a imagem.
um
Quando a boca não se quer calar fazem um esforço redobrado para nunca
correr o risco de falar alto sobre determinados assuntos. É melhor prevenir
do que remediar. É o que estão a fazer Dixon Chongo e Godinho Alves.
Enquanto um luta para cerrar a boca, o outro veda a boca e os olhos.
Nisso tudo podemos encontrar aqueles que ficam num à-vontade. Não têm
receios de expor os seus posicionamentos sobre os mais diversificados assun-
tos. Podemos considerar esses como sendo figuras que têm alguma liberdade
comparado aos outros.
Dizemos isso por estas duas últimas imagens. Na penúltima imagem está
o Presidente da Associação Moçambicana dos Bancos, Teotónio Comiche,
de

numa conversa acompanhada de risada com o antigo reitor da UEM, Padre


Couto.
Quem diria que poderíamos ver uma imagem semelhante a está última. Nor-
malmente, os cargos destas duas figuras têm sido antagónicas. Sabemos que
muitas vezes a atitude da polícia perante algumas situações tem sido conde-
nada pela sociedade. Os advogados muitas vezes mostram seu descontenta-
mento perante o comportamento da polícia.
Mas aqui somos confrontados
ntados com a imagem onde aparece o novo Coman-
dante-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino
io

Rafael, a partilhar um sorriso com o Bastonário da Ordem dos Advogados


de Moçambique,, Flávio Prazeres Lopes Menete.
Pelo que estamos a ver, o bastonário está a dar jus ao seu nome ao partilhar
prazeres de risos com o homem forte da polícia nacional. É preciso esquecer
em algum momento os cargos que ocupam e deliciar-se com algo mais gos-
toso da vida que é o sorriso. A vida é curta. Não há maneira.
ár
Di
À HORA DO FECHO
www.savana.co.mz EF%F[FNCSPEFt"/099*7t/o 1247
z- se
IMAGEM DA SEMANA Ilec Vilanculos Di z- s e . . . Di

t "DPTTBEP QPS QSPCJEBEFT  QSPDVSBEPSFT F B BTTPDJBÎÍP EF QBSF


QBSFT 
P YFSJGF EB  EF 4FUFNCSP NBOUÏN PT DBOPT EPT TFVT QJTUPMÜFT
RVFOUFTFGVNFHBOUFT®RVFJNBSPVQBBUJOHJVPTØSHÍPTTPDJBJTEP
RVFOUFTFGVNFHBOUFT®RVFJNBSPVQBBUJOHJVPTØSHÍPTTPDJBJT
CBODPNBJTNPÎBNCJDBOPEBQSBÎBF QBSBRVFOJOHVÏNmRVFBSJS 
CBODPNBJTNPÎBNCJDBOPEBQSBÎBF QBSBRVFOJOHVÏNmRVFBSJS
impôs pesadas multas a nove dos players locais que se deslumbraram

o
DPNVNNBDIPEFUVSCBOUF#SJODBEFJSBUFNIPSB

t & QBSB MIF BNFOJ[BS P SJDUVT GBDJBM  FTUÈ QSFWJTUB B DIFHBEB
DIFHBEB QBSB
FTUBTFYUBGFJSBVNBEFMFHBÎÍPEFCSBEBTEF8BTIJOHUPO%$RVF

log
WFNDÈBOBMJTBSPTQSPHSFTTPTGFJUPTOBTSFGPSNBTEBFDPOPNJB%F
WFNDÈBOBMJTBSPTQSPHSFTTPTGFJUPTOBTSFGPSNBTEBFDPOPNJB
política monetária a resultados palpáveis, mas no ministério dos
EJOIFJSPT OPRVFUPDBBSFGPSNBTmTDBJT BTDPJTBTBOEBNCFNN
EJOIFJSPT OPRVFUPDBBSFGPSNBTmTDBJT BTDPJTBTBOEBNCFNNBJT
MFOUBNFOUF PRVFQPEFQFSJHBSPTiKPHPTEFDPNQVUBEPSwBRVFTF
MFOUBNFOUF PRVFQPEFQFSJHBSPTiKPHPTEFDPNQVUBEPSwBRVFT
ado o banco central.
tem dedicado

&OPDJUBEPNJOJTUÏSJP PUJUVMBSQPEFSBQJEBNFOUFQBTTBSEFMBOÎB
t &OPDJUBEPNJOJTUÏSJP PUJUVMBSQPEFSBQJEBNFOUFQBTTBSEF
QFSGVNF B MBOÎB WFOFOP ² JNQPTTÓWFM MFWBS B TÏSJP P EJTDVSTP
da descida das taxas de juro nos bancos comerciais quando as
FNQSFTBTQÞCMJDBTDPOUSBUBNEFQØTJUPTBDJNBEPTFBTSFTFSW
FNQSFTBTQÞCMJDBTDPOUSBUBNEFQØTJUPTBDJNBEPTFBTSFTFSWBT

ció
PCSJHBUØSJBT BOEBN QFMPT  /ÍP Ï QPS BDBTP RVF P SFMBUØSJP
TPCSFBCBODBMPDBMBOPUBVNBEFTDJEBESÈTUJDBOPDSÏEJUP²CF
TPCSFBCBODBMPDBMBOPUBVNBEFTDJEBESÈTUJDBOPDSÏEJUP²CFN
NBJTDPOGPSUÈWFMBQPTUBSFNCJMIFUFTEPUFTPVSP FYBDUBNFOUFQB
NBJTDPOGPSUÈWFMBQPTUBSFNCJMIFUFTEPUFTPVSP FYBDUBNFOUFQBSB
financiar a despesa do Estado.

t "JOEB QFMB CBJYB EB DBQJUBM  RVBOEP TF EFJUBN DPOUBT Ë WJEB EP
RVFGB[FSDPNBCPMTBEPTDFSFBJT FOUSBFNDFOBPVUSBJOTUJUVJ
RVFGB[FSDPNBCPMTBEPTDFSFBJT FOUSBFNDFOBPVUSBJOTUJUVJÎÍP
RVFBUÏNFTFTGB[JBPNFTNPQBSBPTBSNB[ÏOTRVFP"1*&GB[JB
QBSB BT DBTBT /FTUF DBTP QBSB EJTUSJCVJS RVPUBT QBSB B DPNQSB EF
Estudo relaciona redução de depósitos com os casos “Moza” e “Nosso Banco”

Mão dura do BM assustou depositantes


-BCI lidera quota de mercado
so GFJKÍPCØFS PUBMRVFPTJOEJBOPTGB[FNRVFOÍPRVFSFNDPNQSBS
GFJKÍPCØFS PUBMRVFPTJOEJBOPTGB[FNRVFOÍPRVFSFNDPNQSBS
0TPQFSBEPSFTJOUFSSPHBNTFTFFTUÍPOBFDPOPNJBEFNFSDBEPPV
voltaram aos tempos socialistas da agricom?

t & QPS GBMBS EF GFJKÍPCPFS  VN HSVQP EF EJOÉNJDPT PQFSBEPSFT
PQFSBEPSFT
FDPOØNJDPT  MÈ QBSB BT CBOEBT EF /BDBMB  WJSPV BT DPTUBT BP lobby

A
QSFEBEPS NPOUBEP OP GBNJHFSBEP UFSNJOBM FTQFDJBM DBÎB OÓRVFJT 
e decidiu proceder ao empacotamento de contentores em pleno
intervenção do Banco Central Meticais, ou seja, partiu de 257 biliões tervenientes do sector com mais liqui-
QPSUP 'PSBN  DPOUFOUPSFT OVNB TFNBOB 0 DIJOPDB  RVF Ï P
no Moza Banco fez com que em 2014 para 320 biliões em 2015, o EF[ BVNFOUBSBN BT TVBT QBSUJDJQBÎÜFT
UFTUBEFGFSSPEPMPCCZGSFM FTUÈEFDBSBËCBOEBFRVFSWFOEFSP
os depósitos conhecessem um que equivale a um aumento de 44 bi- FNCJMIFUFTFPCSJHBÎÜFTEPUFTPVSP
um
tímido aumento no mercado liões de Meticais. QSPKFDUP  NBJT VN IPUFM EF  RVBSUPT ËT NPTDBT B VN QPQVMBS
0FTUVEPBDSFTDFOUBRVFP.P[B#BODP  general do bureau político. Em matéria de impopularidade, o tal
bancário nacional, tendo apenas regis-
tado 14 biliões de Meticais em 2016, OBTVBÞMUJNBBQBSJÎÍP EFUJOIBEFQØTJ-
BCI lidera UFSNJOBMDPNQFUFVOIBBVOIBDPNBLVEVNCBy
um número “fraco”, segundo o relató- UPTOPWBMPSEFCJMJÜFT0BVNFOUP 0#$*MJEFSBPTFDUPSCBODÈSJPOPRVF
rio da KPMG lançado nesta segunda- EPT EFQØTJUPT GPJ JHVBMNFOUF BGFDUBEP respeita ao valor dos activos totais, de- t &OBTUFSSBTEP/PSUF GPJBOVODJBEPNBJTVNOFHØDJPEB$IJOB
-feira. QFMB SFUJSBEB EB MJDFOÎB CBODÈSJB EP QØTJUPT  FNQSÏTUJNPT F BEJBOUBNFOUPT  &NCPBWFSEBEF PMIPTFNCJDPËQBSUF BNPMBÏOJQØOJDB0TOPTTPT
/PTTP#BODP4"RVFEFUJOIBVNUPUBM JOT-
QFSEFOEP QBSB P #*. OB MJTUB EF JOT QBUSÓDJPTEB"NÏSJDBEP4VM RVFGBMBNQPSUVHVÐTDPNTPUBRVFEF
Segundo a pesquisa sobre o sector ban- EFEFQØTJUPTOPWBMPSEFCJMJÜFTEF UJUVJÎÜFT CBODÈSJBT RVF NBJT MVDSBSBN telenovela, conseguiram 2,73 bis em verdinhas.
cário elaborada pela KPMG, firma de Meticais em 31 de Dezembro de 2015. &N UFSNPT EF BDUJWPT  P #$* EFUJOIB
consultoria e auditoria, juntamente com /B WFSEBEF  P RVF BDPOUFDFV Ï RVF em 2016 cerca de 143.4 mil milhões de t 0VUSP IPNFN EP /PSUF FTUÈ FN UFTUF QBSB QSPWBS BP QBÓT F
B"TTPDJBÎÍP.PÎBNCJDBOBEF#BODPT quando as pessoas ficaram a saber da meticais, contra 133.7 mil milhões do
metic BP NVOEP RVF OP TFV DPSBÎÍP DBCFN UPEPT PT NPÎBNCJDBOPT
".#
 P UPUBM EPT EFQØTJUPT SFHJTUPV JOUFSWFOÎÍPEP#BODP$FOUSBMBP.P[B #*. F  NJM NJMIÜFT EP 4UBOEBSE Trata-se do engenheiro do planalto que recentemente anunciou a
um aumento de 323 biliões de Meticais #BODP  VN CBODP RVF FSB DPOTJEFSBEP #BOL 0 #$*  #*. F 4UBOEBSE #BOL EJTQPOJCJMJ[BÎÍPEFRVPUBTQBSBNPÎBNCJDBOPTFN$BIPSB#BTTB
de

em 31 de Dezembro de 2015 para 337 estável e que no ano anterior teria cres- NBOUJWFSBN BT NFTNBT QPTJÎÜFT BTTV BTTV- &TQFSBTFQPSUSBOTQBSÐODJBFRVFOÍPFOUSFNBQFOBTPTNFTNPT
biliões de Meticais até 31 de Dezembro cido astronomicamente cerca de 600%, DPNQPSUB-
NJEBT FN  0 NFTNP DPNQPSUB vencedores de sempre, os empresários de cartões vermelhos. Já
de 2016. PNFEPGF[DPNRVFOÍPTFSFBMJ[BTTFN mento acontece na rubrica “emprésti- BHPSB RVBOEPÏGFJUBBTFHVOEBFNJTTÍPEFBDÎÜFTEBRVFMBFNQSFTB
i0 BVNFOUP OPT EFQØTJUPT GPJ FOGSB- EFQØTJUPT  BUÏ QPSRVF NFTFT BOUFT  VN NPTFBEJBOUBNFOUPTwFOPTiEFQØTJUPTw
de gás que todos os anos distribui chorudos dividendos?
RVFDJEPQFMBOÍPQBSUJDJQBÎÍPEP.P[B PVUSP CBODP DPNFSDJBM  i/PTTP #BODPw /PFOUBOUP P#*. RVFEVSBOUFWÈSJPT
#BODPOBQFTRVJTBEFTUFBOPw EJ[BQFT- IBWJBMIFTJEPSFUJSBEPBMJDFOÎB liderou a quota do mercado, é líder
anos lider
t "JOEBOP/PSUF PQBSUJEPEPHBMPDPOUJOVBOVNUJSPUFJPCBCBMB[B
RVJTBEFDBSÈDUFSFDPOØNJDPmOBODFJSP 0FTUVEPBDSFTDFOUBRVFFNCPSBUFOIB na rubrica que tem que ver com os lu-
TPCSF PT TFVT QSØQSJPT QÏT $PNP P5PDPWJTNP WFJP QBSB mDBS  P
que tem como finalidade a partilha de havido uma melhoria significativa nas DSPT SFMFHBOEPQBSBBTFHVOEBQPTJÎÍP
seu sucessor mal se viu no poleiro, tratou de exonerar uns tantos
JOGPSNBÎÍPFEBSVNNFMIPSDPOIFDJ- UBYBTEFKVSPBQØTPBVNFOUPEBTUBYBT P4UBOEBSE#BOLFP#$*
WFSFBEPSFT NFTNPDPNKVSJTQSVEÐODJBSFDFOUF1BSFDFRVFBMHVÏN
NFOUP TPCSF B FWPMVÎÍP EPT QSJODJQBJT de políticas monetárias pelos bancos /P UPDBOUF Ë SFOUBCJMJEBEF EF GVOEPT
QSØQSJPT  B MJEFSBOÎB WBJ QBSB P 4UBO-
WBJQFSEFSBQBDJÐODJBOBDBQJUBMEPTNBDVBT
io

JOEJDBEPSFTEBBDUJWJEBEFDPNFOGPRVF DPNFSDJBJT  TÍP NVJUP CBJYBT SFMBUJWB-


SFMBUJWB
na solidez, qualidade, rentabilidade e mente aos aumentos nas taxas de em- EBSE#BOL NBOUFWFPMVHBS
TFHVJOEP
EP#*. FNFTUBWBFNRVBSUP
F t  1BSFDF RVF B GB[FS SJNB DPN B DBOÎÍP BOEB OP BS B EFNPDSBDJB
EJNFOTÍP BTTFHVSBOEPBUSBOTQBSÐODJB  QSÏTUJNPFBPOÓWFMEFJOnBÎÍP
EP#BODPÁOJDP ‹FN
0#$* OB «GSJDB "VTUSBM  PT QPEFSPTPT SFDFOUFT QBTTBN QPS QSPGVOEB
DPOTJTUÐODJBFDSFEJCJMJEBEFEBBDUVBÎÍP 0 #BODP $PNFSDJBM EF *OWFTUJNFOUPT
RVFEPVTFOBRVJOUBQPTJÎÍP EFQPJTEF NVEBOÎB/PQBÓTEPTLBNCBT *TBCFMJUB BNVMIFSNBJTQPEFSPTBEF
EPTFDUPSEPTFDUPSOPNFSDBEP0TQFT- #$*
 #BODP *OUFSOBDJPOBM EF .P .P-
quisadores enviaram questionários para ÎBNCJRVF #*.
 F P 4UBOEBSE#BOL ter estado em terceiro em 2015. «GSJDB UFNRVFSFDPSSFSBPfacebook para publicitar os seus pontos de
WJTUB/P;JN OBBOUJHBDPVUBEBEPUJP#PC BRVFMFTRVFBOEBSBNB
ár

19 bancos comerciais registados em continuam a dominar o mercado com /PJUFNi3ÈDJPEF4PMWBCJMJEBEFw VN


.PÎBNCJRVF NBTSFDFCFSBNSFTQPTUBT EPTEFQØTJUPT DPOUSBEPJHVBM JOEJDBEPS QSVEFODJBM RVF GB[ EBOÎBS NBOEBSBNPMBQBSBPFYUFSJPSUÐNUSÐTNFTFTQBSBGB[FSSFUPSOBSBP
EFJOTUJUVJÎÜFTCBODÈSJBT período anterior
anterior. muitos executivos de bancos, a lideran- país. Palavra de crocodilo.
0TEFQØTJUPTUPUBJTFNEF%F[FN-
0TEFQØTJUPTUPUBJTFNEF%F[FN 0UPUBMEFFNQSÏTUJNPTFBEJBOUBNFO-
0UPUBMEFFNQSÏTUJNPTFBEJBOUBNFO ÎBWBJQBSB4PDSFNP#BODPEF.JDSP-
CSP EF  GPSBN EF  CJMJÜFT EF tos representa 60% do total de activos mOBOÎBT  DPN   DPOUSB  Em voz baixa
.FUJDBJT FN DPNQBSBÎÍP DPN  EP TFDUPS FN  0VUSPT BDUJWPT EF  &N   B MJEFSBOÎB FTUBWB t " DPOGFEFSBÎÍP EPT FNQSFTÈSJPT  OVN QBTTP JOVTJUBEP  EJ[ RVF
biliões de Meticais a 31 de Dezembro compreendem investimentos dos ban- DPN B 4PDJÏUÏ (ÏOÏSBMF .PÎBNCJ- EFDJEJVQSFTDJOEJSEPTVCTÓEJPEP&TUBEP3FTUBTBCFSTFBTDFOUSBJT
Di

de 2013, o que representa um aumento DPTFNCJMIFUFTFPCSJHBÎÍPEPUFTPVSP  RVF 


 RVFEBOEPTF FN  TJOEJDBJT RVF BNFBÎBSBN HSFWF TF P  'PS DPSUBEP
 F UBOUBT
de 40 biliões. propriedade e equipamento e contas de OB PJUBWB QPTJÎÍP 
 0 #BODP PVUSBT BHSFNJBÎÜFT BCPMFUBEBT Ë NÍP EP 0SÎBNFOUP EF &TUBEP
+ÈOPBOPTFHVJOUF PUPUBMEPTEFQØTJUPT DPNQFOTBÎÍP 5FSSB NBOUFWF B TFHVOEB QPTJÎÍP DPN EFDJEFNEBSQBTTPJEÐOUJDP
registou um aumento de 63 biliões de 0FTUVEPTBMJFOUBRVFPTQSJODJQBJTJO-
0FTUVEPTBMJFOUBRVFPTQSJODJQBJTJO 37.26%. Em 2015 estava nos 52.33%.
Savana 01-12-2017 1
EVENTOS

EVENTOS

Bloco a bloco
0DSXWRGH'H]HPEURGH‡$12;;,9‡1o 1247

o
log
A nova fábrica de blocos e pavês da Casa do Gaiato foi
inaugurada no domingo passado, na Rua da Mozal,
em Boane
Boane. O novo espaço é fruto de uma parceria

ció
com uma empresa moçambicana e do espírito em-
preendedor, um dos marcos da Casa do Gaiato.

“Transferimos a nossa máquina industrial para blocos e pa-


vês - que nos foi doada pela Casa do Gaiato de Portugal –
para uma zona mais comercial”, conta-nos com orgulho João
Paulo, 29 anos, responsável da nova unidade fabril, “e depois
do processo de credenciação junto do Laboratório de En-

so genharia Civil, estamos qualificados para vender”. A fábrica


tem uma capacidade de produção de 6.000 pavés/dia e 4000
blocos/dia.
João Paulo trabalha com mais seis jovens, todos eles vindos
da Casa do Gaiato: todos aprenderam a técnica de fazer blo-
cos e pavês com o saudoso padre José Maria Ferreira Costa,
falecido em 2016.
A Mecwide-Moçambique colocou à disposição espaço, ins-
talações, inertes, esperança e coragem – mesmo numa con-
um
juntura económica difícil - para este projecto. A localização
mais “interessante” para o mercado vem garantir uma maior
visibilidade. O negócio, que serve para a sustentabilidade da
Casa do Gaiato, garante trabalho aos jovens homens, filhos
dessa Casa, neste momento de crise ocupacional. Não é por
acaso que o parceiro do projecto decidiu inaugurar no “Dia
do Sorriso”!

As actividades dessa instituição que veio ser reaberta em 1991


quando o antigo Presidente Joaquim Chissano chamou de
volta a Moçambique o padre José Maria – que construiu pe-
dra a pedra, juntamente com as pessoas das aldeias em volta
de

e benfeitores, as casas, as salas de aula, o ambulatório médico,


a belíssima capela - são sempre orientadas proporcionando
aquilo que é melhor para o desenvolvimento de cada rapaz:
saúde, alimentação, estudos, formação profissional, emprego,
férias, tempos livres e cultura, num regime de autogoverno,
“obra de rapazes, para rapazes, pelos rapazes”. Uma espécie
de república de meninos.
“Os mais velhos tomam conta dos mais novos e cada um de
nós, para além de estudar, tem tarefas específicas para a sua
io

idade. Todos nós passamos pelos vários sectores de activida-


des da nossa casa: tirar os papéis do chão, cuidar dos animais
pequenos, trabalhar na machamba, conduzir tractores, cuidar
da mecânica, enfim tudo que é trabalho desta grande casa”,
diz João Paulo que é também quem ensaia e anima os grupos
ár

de dança da Casa do Gaiato.


Os rapazes trabalham nos vários sectores de forma rotativa.
Para além de desenvolver o gosto e a responsabilidade, isto
facilita a orientação pedagógica do seu futuro.
“Aprendi a fazer blocos no Gaiato. E vejo, com gratidão, que
o ensinamento do nosso pai Zé Maria continua a alimentar
Di

as nossas vidas com esta nova fábrica. Bloco a bloco construir


o nosso presente e sonhar o nosso futuro”.
(Paola Rolletta)
2 Savana 01-12-2017
EVENTOS

“Deveríamos ter mais electricistas que engenheiros”,


Narciso Matos
O Reitor da Universida-
de Politécnica, Narciso
Disse ainda que,, no ensino secun-
dário,
io, pode-se constatar que exis- nacional, Narciso Matos asseve-

o
Matos, defendeu a ne- tem cerca de um milhão e meio a rou: “não podemos estar a mul-
cessidade premente da dois milhões de jovens e no en- tiplicar uma quimera,
quimer multiplicar
implementação de iniciativas sino primário temos os restantes uma mentira. Querer dar a ideia

log
arrojadas no sector da Educação, dez ou doze milhões. de que há escola para todos, mas
para corrigir o sistema nacional “Ao passar do ensino primário que essa escola não forma pessoas
de ensino, de modo a que possa paraa o secundário, temos uma que de facto podem transformar
crescer com equilíbrio. perda enorme de talento, aconte- as nossas vidas”.
cendo o mesmo ao passar do en- Defendeu a necessidade de se
Narciso Matos fez este pronun- sino secundário geral para o ensi- alocar mais recursos na Educa-
ciamento, ao dissertar, na semana no técnico-professional e para o ção, assim como na Saúde. “Te-
passada, no painel sobre o “Ca- ensino universitário, onde a situa- nho consciência de que o bolo é
pital Humano e a Economia do ção se repete”, afirmou, sugerindo pequeno. Mas será que está a ser,

ció
Conhecimento”, do II Fórum adequadamente, distribuído de
a necessidade de se corrigir esta
MOZEFO, uma plataforma de acordo com essa nossa convicção,
situação, que levanta várias ques-
debate em prol de um crescimen- de que o capital humano é deter-
tões relacionadas com o acesso
to acelerado e inclusivo, que reú- minante para o nosso crescimen-
em si muito reduzido. No ensino to mais electricistas, carpinteiros, universal e à equidade, no País.
ne os sectores público e privado e to?”, questionou.
superior, ao nível universitário, serralheiros, pedreiros do que os Num outro desenvolvimento, o
a sociedade civil. Na sua opinião, o País devia de-
existem cerca de 150 mil jovens, engenheiros que estamos a cons- Reitor da Universidade Politéc-
“Temos 17 milhões de crianças e sejar ter algumas instituições
jovens nos ensinos primário e se- um número que também é muito truir”. nica apontou: “todos os moçam-
educacionais que sejam um farol:
pequeno para as necessidades do Ressalvou que não pretende dizer bicanos têm direito à Educação.
cundário. Ao desagregar esses ca-
pitais humanos e olharmos com
mais atenção, vemos o que é que
tem de ser corrigido”, referiu.
Actualmente, conforme indicou,
ao nível do ensino técnico-pro-
fissional, no País, existem cerca
País.
“Em termos comparativos, temos,
por exemplo, 150 mil generais e
100 mil soldados: significa que
este exército tem de ser corri-
gido”, realçou Narciso Matos,
so
com isto que os engenheiros se-
jam muitos. Na verdade, segundo
explicou, os 150 mil representam
um em cada mil moçambicanos,
enquanto na região austral afri-
cana há cerca de quatro em cada
Mas têm direito a uma boa Edu-
cação. Não têm direito apenas a
poderem
poder ir à escola. E há consen-
so hoje na nossa sociedade que há
muitas fraquezas nos vários níveis
de ensino”.
ensino
“Pelo menos uma ou duas univer-
sidades públicas que sejam aqui-
lo que nós aspiramos no nosso
País e que seriam os viveiros que
formam cientistas e educadores.
Quando nós pensamos em boas
escolas primárias, hoje pensamos
de 100 mil jovens, um número ajuntando: “deveríamos ter mui- 100 cidadãos. Em relação à qualidade do ensino em escolas privadas”, concluiu.
um

Incubadora de Negócios junta Multichoice


150 desenvolvedores de software reabilita Escola
Ngungunhana
A
de

A
Incubadora de Negó- ticos, com as boas práticas de área das tecnologias de informa-
cios do Standard Bank, desenvolvimento de softwares, ção e comunicação”.
na cidade de Maputo, bem como com a gestão de pro- Na qualidade de participante, Multichoice proce- este apoio da Multichoice
acolheu no sábado, 25 jectos de softwares”. Anaid Macaringue, um desen- deu na semana finda Moçambique vai melhorar o
de Novembro, a terceira edição Intervindo
vindo na qualidade de an- volvedor de tecnologias oriundo à entrega da escola processo de ensino e apren-
do Google Developers Group da província de Gaza, falou da primária Ngun- dizagem na medida em que
fitriã, a responsável pela Incuba-
importância do GDG DevFest gunhana na Matola, na se- já proporciona um ambiente
(GDG) DevFest Maputo 2017, dora de Negócios do Standard
Maputo 2017, dando destaque quência da reabilitação que mais confortável, tendo refe-
o maior festival de tecnologia Bank, Sasha Vieira, referiu que
aos temas abordados: “Gostei efectuou naquela instituição. rido que o apoio na vedação
io

para desenvolvedores de soft- esta instituição financeira, cen-


muito dos assuntos que foram foi um grande avanço para
ware em Moçambique. tenária no País, apoia a realiza-
aqui tratados. Assimilei muitas No âmbito da sua Respon- segurança dos alunos, uma
ção do GDG DevFest Maputo sabilidade Social, a Multi- vez que os malfeitores entra-
O evento
vento juntou, na mesma sala, 2017, no estrito cumprimento coisas boas dos oradores bastante
experientes e que, sem dúvidas, choice Moçambique sen- vam facilmente para o recin-
150 programadores e entusias- da sua estratégia de incentivar o sibilizou-se com o estado to escolar.
irão ajudar-me a crescer no ramo
ár

tas na área de desenvolvimento tecnológico.


empreendedorismo tecnológico
empreendedor avançado de degradação da Por seu turno, a Multichoice
de softwares, oriundos de vários “Somos um banco inovador e da criação de interfaces para pá-
ginas de internet e da criação de escola, tendo avançado com Moçambique considera que
pontos do País, que durante 10 queremos continuar a identifi- obras de melhoria do edifí- o seu projecto de Responsa-
soluções tecnológicas”, assumiu.
horas discutiram temas relacio- car talentos na área tecnológica, cio. A reabilitação consistiu bilidade Social visa o desen-
“O GDG DevFest Maputo
nados com as tecnologias mais acreditando que eles se destacam na colocação de vedação, re- volvimento do capital Hu-
2017 foi igualmente importante
utilizadas na actualidade. neste tipo de iniciativas”, expli- paração da cobertura, canali- mano, actuando nas áreas de
Di

porque deu-me a oportunidade


Falando da iniciativa, o líder do cou Sasha Vieira, assumindo que zação, eletricidade, carpinta- educação, saúde e jornalismo,
de colher ideias que me moti-
GDG Maputo, Osvaldo Maria, é uma honra para o Standard vam a criar soluções tecnológi- ria e pintura geral. pois são o factor vital para o
explicou que a mesma tem por Bank acolher o GDG DevFest De acordo com o Director da desenvolvimento de uma so-
cas, tendo em vista desenvolver
objectivo reunir os jovens desen- Maputo 2017. escola, Conceição Custódio, ciedade.
a província de Gaza”, manifestou
volvedores e outras pessoas que Num outro desenvolvimento, Anaid Macaringue.
trabalham com as tecnologias Sasha Vieira destacou a impor- Importa referir que esta terceira
para conhecerem as últimas ten-
dências tecnológicas.
tância da Incubadora de Negó-
cios do Standard Bank, sobre a
edição do GDG DevFest Ma-
puto 2017 foi a mais concorrida
Beira e Dondo
No que concerne aos temas qual assegurou tratar-se de um de todas, com um total de 150 Caros assinantes do jornal SAVANA
abordados, o líder do GDG Ma- lugar onde “apoiamos os jovens inscritos. Na primeira, o registo Pede-se o favor de contactar os nossos escritórios da sede-Ma-
puto referiu que o evento contou desenvolvedores e programado- foi de 100 participantes e 120 na puto pelos Nºs 21 301737, 82 3171100, 84 3171100 ou pelo e-mail:
com a participação de 20 ora- res, enriquecendo os seus conhe- segunda. Para além das palestras, admc@mediacoop.co.mz para tratar de assuntos de vosso interesse.
dores que abordaram assuntos cimentos sobre as tecnologias e o evento ficou marcado por uma
relacionados com “a segurança aplicativos em desenvolvimento, exposição de aplicativos de de- A Direccao
cibernética e sistemas informá- bem como a sua formação na senvolvedores moçambicanos.
Savana 01-12-2017 3
EVENTOS

INSTITUTO SUPERIOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

EDITAL

o
CANDIDATURA AO

log
MESTRADO EM SEGURANÇA MARÍTIMA
(Sob a coordenação científica do Professor Almirante, Rodolfo Codina Diaz, da Pontifícia Universidade Católica de Valparaíso - PUCV
PUCV - Chile)

Torna-se público que se encontram abertas inscrições para a primeira edição


ão do curso de Mestrado em Segurança Marítima, com início
início a 02 de Abril de 2018,
na cidade de Maputo, Rua dos Desportistas, Prédio Jat V-1, 2º andar.

1. Requisitos de admissão

ció
Podem candidatar – se ao Mestrado em Segurança Marítima:
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Marítima ou Direito, em universidades nacionais ou estrangeiras, reconhecidas pela entidade moçambicana competente.
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R5-./(.-5+/5.("'5)(&/ù)5 #(#./,5'5#ð(#-5)&###-5)/5'5#ð(#-5 #&#.,-65'5)/.,-5#(-.#./#éċ-55(-#()5-/*,#),65,)("#-5
pela entidade moçambicana competente.
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2. Estrutura e Duração do Curso

O Mestrado em Segurança Marítima, com recurso a métodos de ensino–aprendizagem


no estudante.
so
evereiro e 23 de Março de 2018.
condição de frequentarem o Curso de reorientação Académica, entre 12 de Fevereiro 2018

endizagem interactivos, irá privilegiar uma formação teóri


teórica e prática, centrada

O curso compreende 4 semestres (2 anos) durante os quais serão leccionados os módulos constantes do quadro infra, em regime presencial e termina, como
um
forma de obtenção do mestrado, com a apresentação de uma dissertação, no quarto semestre.

Anos
1º Ano 2º Ano
Lectivos

 Introdução à Administração Marítima  Regimes, Políticas e Estratégias de


 Estado e Segurança Internacional Segurança Marítima
Iº Semestre

 Direito do Mar  Economia e Serviços Marítimos


 Metodologia de pesquisa  Conflitos, Disputas e Diplomacia
de

Marítimas
 Seminário de Dissertação
 Direito Marítimo  Dissertação
IIº Semestre

 Mar, Poder e Estratégia


 Segurança Marítima
 Mar, Territórios e Comunidades
Costeiras
io

3. Procedimentos para candidatura


Os (as) candidatos (as) deverão apresentar os seguintes documentos:
ár

3.1 Carta explicativa da motivação da candidatura,GLULJLGDDR([PR6HQKRU'LUHFWRU&LHQWtÀFR


3.2 Formulário de inscrição ao curso devidamente preenchido DVHUREWLGRQRORFDOGHLQVFULomRRXQRSRUWDORÀFLDOGR,65, 
3.3 'XDV&ySLDVGRFHUWLÀFDGRGH/LFHQFLDWXUDRXHTXLYDOHQWH DSHQDVXPDGHYHUiVHUDXWHQWLFDGD 
'XDV&ySLDVGRFHUWLÀFDGRGH/LFHQFLDWXUDRXHTXLYDOHQWH
'XDVFDUWDVGHUHFRPHQGDomRSRUSURÀVVLRQDLVFRPRQtYHOGH
'XDVFDUWDVGHUHFRPHQGDomRSRUSURÀVVLRQDLVFRPRQtYHOGHGRXWRUDPHQWRRXSRUHQWLGDGHVLGyQHDVTXHWHQKDPVLGRGRFHQWHVGR
FDQGLGDWRDRQtYHOGH/LFHQFLDWXUD IRUPXOiULRSUySULRDVHURE
FDQGLGDWRDRQtYHOGH/LFHQFLDWXUD IRUPXOiULRSUySULRDVHUREWLGRQRORFDOGHLQVFULomRRXQRSRUWDORÀFLDOGR,65, 
Di

3.5 Curriculum VitaeGHYLGDPHQWHDVVLQDGR


3.6 Fotocópia autenticada do BI ou do Passaporte
3.7 Declaração do NUIT
3.8 $QWHSURMHFWRGHSHVTXLVDSDUD'LVVHUWDomR
$QWHSURMHFWRGHSHVTXLVDSDUD'LVVHUWDomR PRGHORSUySULRDVHUREWLGRQRORFDOGHLQVFULomRRXQRVLWHRÀFLDOGR,65, 
3.9 No acto da candidatura, para efectivação da mesma deverá ser entregue o comprovativo de depósito ou pagamento via POS da Ta
Taxa de
FDQGLGDWXUDQRYDORUGH0WV TXDWURPLOPHWLFDLV 

4. Informações e Contactos
4XDLVTXHULQIRUPDo}HVVREUHRFXUVRGHPHVWUDGRSRGHPVHUREWLGDVQR Departamento de Pós-graduação na rua dos desportistas, Prédio
Jat V, 2ºandar.
7HOHPyYHO
Email:dpgisri@gmail.com Website : www.isri.ac.mz
4 Savana 01-12-2017
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Savana 01-12-2017 5
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Novembro de 2017 | Este Suplemento pertence ao INGC e não pode ser comercializado em separado

o
log
ció
so
MAIS DE 1.5 MILHÃO DE PESSOAS ASSISTIDAS
um

PR defende produção
resiliente à seca
de
io

O Presidente da República (PR), lembrou que a seca não só afec- denciar comida e água a milhares países do mundo durante os pró- em algumas áreas do mundo,
Filipe Nyusi instou aos moçambi- ta o sul e o centro do país, como de pessoas nas áreas afectadas. ximos 15 anos, isto é, até 2030. incluindo nos trópicos e subtró-
canos, em especial residente nas também outras regiões da África “A água deve chegar, quer O Objectivo número 13, refere- picos. As pessoas mais pobres e
ár

zonas propensas à seca, a optar e do mundo, sendo por isso um por via de tanques, quer através -se à necessidade de tomada de vulneráveis são as mais afectadas
pelas zonas baixas para a pro- problema global que requer o da abertura de furos onde seja medidas urgentes para comba- pelo aquecimento.
dução de comida e ao cultivo de envolvimento das comunidades possível”, orientou o Chefe do ter a mudança climática e seus No seu discurso oficial, na sec-
culturas resilientes à seca, uma na busca de soluções para o fe- Estado. impactos. Refere este objectivo, ção das Nações Unidas, o Presi-
experiência genuinamente nova, nómeno. “A nossa agenda é o Entretanto, em Setembro de que cada uma das últimas três dente da República reiterou o
na esfera nacional. desenvolvimento. O nosso jogo 2016, mais de 150 líderes mun- décadas tem sido mais quente compromisso do Governo mo-
Di

O mais alto magistrado da Na- é desenvolver Moçambique e diais, incluindo o Chefe do Esta- na superfície da Terra do que a çambicano, de continuar exem-
ção moçambicana, que fez esta não destruí-lo”, explicou Filipe do moçambicano, adoptaram anterior, desde 1850. No hemis- plarmente a cooperar com as Na-
exortação durante as visitas de Nyusi, pedindo união entre os formalmente uma nova agenda fério Norte, o período entre 1983 ções Unidas para o cumprimento
trabalho a vários distritos afecta- moçambicanos em prol do tra- de desenvolvimento sustentável, e 2012 foi provavelmente o mais destes objectivos.
dos pela seca, em 2015-2016 en- balho árduo. durante a 71ª Reunião da Assem- quente dos últimos 1.400 anos. Como consequência directa
corajou a população a engajar-se Na senda de esforços para bleia geral das Nações Unidas, De 1880 a 2012, a temperatura das mudanças climáticas que se
afincadamente nas actividades combater o impacto negativo da em Nova York. média global aumentou 0,85ºC. fazem sentir na região Austral de
agrícolas, produzindo culturas seca, o Chefe do Estado orientou Esta agenda é formada por 17 Sem nenhuma acção, a média África, nos últimos três anos, as
resistentes à seca, para garantir a ao seu executivo a avançar, de Objectivos de Desenvolvimento de temperatura mundial deve regiões sul e centro de Moçambi-
segurança alimentar no país. imediato, com medidas enérgi- Sustentável (ODS), que devem aumentar 3ºC até o final do sé- que viveram um drama de seca
Na altura, o Chefe do Estado cas e mais incisivas para provi- ser implementados por todos os culo 21, aumentando ainda mais severa e prolongada.

Parceiros:
6 Savana 01-12-2017
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28
02 Publicidade —ƒ”–ƒǦˆ‡‹”ƒͲʹ†‡—–—„”‘†‡ʹͲͳ͹NOVEMBRO DE 2017
PANO DE FUNDO 3~EOLFR
Conjugação de esforços foi crucial para mitigação do impacto da seca
Os anos 2015 e 2016 coloca- zonas afectadas pela seca; e reali- ração dos Planos de Contingência
ram grandes desafios ao Governo zação da campanha de solidarie- quer nas acções de resposta.
moçambicano, devido à seca que dade interna para as vítimas das Para viver de perto a situação e
assolou as regiões sul e centro do calamidades naturais, com vista a prestar solidariedade as vítimas, o

o
país, afectando 1.500.000 pesso- mobilizar apoio de moçambicano Primeiro-Ministro, visitou as pro-
as. Na altura, o Primeiro-ministro, para moçambicanos. víncias afectadas, nomeadamen-
Carlos Agostinho do Rosário, Na altura, o PM anunciou que o te Maputo, Gaza, Inhambane,
visitou as regiões afectadas e pe- orçamento para fazer face às ne- Manica Tete, Sofala e Zambézia,

log
rante os factos vividos no terreno, cessidades decorrentes do aumen- tendo realizado encontros em vá-
tomou medidas concretas sendo to do número de afectados, em rias comunidades.
de destacar a assistência alimen- relação ao Plano de Contingência, Até finais de 2016, o Governo
tar à população, com destaque proviria do Orçamento do Estado anunciava alguma satisfação pe-
para as crianças em idade escolar, e de recursos a mobilizar no âmbi- los níveis de assistência prestada
idosos e pessoas necessitadas, to da campanha de solidariedade às vítimas. "Estamos satisfeitos
beneficiando um total de 240.867 nacional, em curso, sendo os rema- porque constatamos que esforços
pessoas. nescentes provenientes dos parcei- locais foram feitos para fazer face
A outra medida crucial que sal- a seca. Os governos distritais e

ció
ros de cooperação internacional
vou vidas, foi a provisão de água que trabalham com o Governo na empresários trabalharam em con-
potável para o consumo humano componente de gestão de risco de junto para minorar o sofrimento",
e abeberamento de animais nas desastres naturais, quer na elabo- disse o Primeiro-ministro.

NUM ESFORÇO CONJUGADO COM O GOVERNO

Parceiros respondem à seca


Em situações de emergência
os parceiros de cooperação atra-
vés da equipa humanitária nacio-
nal contribuem para atender as
so
saneamento, Nutrição, Educação
(lanche escolar), actividades de
resiliência, entre outras.
Os principais doadores e con-
A satisfação da resposta aos
afectados a tempo e hora; a dis-
tribuição de sementes melho-
radas; disponibilização de água,
conduzida pelos parceiros foi em
estreita coordenação e colabora-
ção com as autoridades gover-
namentais assim como com as
necessidades da população afec- tribuintes para a resposta à seca através de reabilitação e abertura comunidades afectadas.
tada complementando os esfor- foram, os Estados Unidos da de novas fontes de abastecimen- A resposta à seca que asso-
ços do Governo. A equipa huma- América (EUA), Reino Unido, Or- to, assim como a distribuição de lou o país nos últimos 2 anos
um
nitária nacional é composta pelas ganização das Nações Unidas certeza para o tratamento de trouxe lições importantes para
agências das Nações Unidas, Or- (ONU), União Europeia (UE), Ale- água; assistidas crianças com o sistema de Gestão de Risco de
ganizações Não Governamentais manha, Suécia, Japão, Irlanda, desnutrição agudo, através de desastres nomeadamente i) a
internacionais e nacionais, Cruz Áustria, Austrália, Canadá, Itália, suplementos alimentares. necessidade de aperfeiçoar os
Vermelha de Moçambique e do- Suíça, China, Banco Mundial e Deste modo, os parceiros de mecanismos de aviso prévio do
adores. Banco africano de desenvolvi- cooperação contribuíram para fenómeno seco; ii) revisão dos
Desde a activação do alerta mento. o alívio do sofrimento da popu- critérios para activação do alerta
vermelho em Abril de 2016, cerca Num esforço conjugado com o lação afectada evitando a dete- vermelho para o caso de seca; iii)
de 67% dos recursos mobilizados sistência alimentar e 33% para os Governo moçambicano, conse- rioração da situação e perdas de opções de modalidades de assis-
foram para a componente de as- sectores de Agricultura, água e guiu-se os seguintes resultados: vida. A assistência humanitária tência alimentar entre outras.
de

RECUPERAÇÃO PÓS SECA


Maputo incrementa produção agropecuária
A seca que se registou em 2015 para garantir o incremento da registar níveis satisfatórios na tura, através do uso de sistemas
e 2016, nas regiões sul e centro produção, mesmo perante um produção agropecuária, disse que minimizem os gastos com
do país, foi superada através do cenário de mudanças climáticas, que das medidas tomadas cons- água, para além de disseminar
io

aumento da produção agrícola e caracterizado pela frequência do ta o apoio aos camponeses em conhecimentos sobre as mu-
repovoamento da população bo- fenómeno de estiagem. semente e a aquisição e distri- danças climáticas nos serviços
vina, principalmente no distrito Outras medidas consistem buição de animais para o repo- de extensão.
da Namaacha, segundo o gover- em melhorar o acesso ao crédito voamento da população bovina, Está em curso igualmente a
nador da província de Maputo, agrário e à disseminação de infor- principalmente em Namaacha. construção e reabilitação de
Raimundo Diomba. mação climática junto dos vários Actualmente, numa altura em regadios, represas e diques em
ár

A província de Maputo se pro- actores da cadeia de produção, que se prepara o lançamento da vários pontos da província, para
pôs como desafios identificar para inverter o impacto da seca próxima época agrícola, na pro- além da multiplicação e produ-
e fornecer culturas tolerantes à prolongada e da estiagem. víncia de Maputo está a investir- ção da rama de batata-doce de
seca, bem como promover a pro- O governador Raimundo -se na irrigação, por ser crucial polpa alaranjada para melhorar
dução em ambiente protegido Diomba, cuja província está a no desenvolvimento da agricul- a dieta alimentar da população.
Di

Medidas para assegurar água


Assim, com vista a assegurar tir de Fevereiro de 2017 até ao fim tura no vale do Umbelúzi. A partir informação sobre a previsão climá- pacidade de Armazenamento de
água até a próxima época chu- da época chuvosa; incremento de 1 de Outubro de 2017, que é tica sazonal para a época chuvosa 1 200 milhões de m3 e NPA 117m.
vosa (2017/18), foram tomadas das descargas de 1.5m3/s para o fim da época fresca, a descarga 2017/2018. A Barragem foi construída na dé-
medidas a partir da barragem de 2.5m3/s, a partir de 5 de Abril de passará a ser 2.0 m3/s, apenas para Estas medidas visam satisfazer cada de oitenta no rio Sabié, um
Corumana, sendo de destacar a 2017, sendo que este regime pre- satisfazer as necessidades do abas- em 80% as demandas de água afluente do Incomáti, com objec-
interrupção de alocação de água valeceu até 30 de Setembro de tecimento doméstico. para o consumo básico até ao iní- tivo de: Garantir água para irriga-
para agricultura e produção de 2017. Desta descarga, 2.0m3/s A disponibilização da água para cio da próxima época chuvosa. ção do médio e baixo Incomáti
energia, a redução das descargas estão alocados ao abastecimento a agricultura no período pós épo- A Barragem de Corumana lo- (36 000 ha); Geração de energia
de 2.3 m³/s para 1.9 m³/5, de 15 a humano, aos residentes das cida- ca fresca, está condicionada as caliza-se no Distrito de Moamba, eléctrica (14.5 MW) e Controlo das
31 de Janeiro de 2017; Redução des de Maputo, Matola e Vila de condições do armazenamento da a cerca de 90 Km à Noroeste da cheias e manutenção dos caudais
de descargas para 1.5m³/s, a par- Boane, e 0.5 m3/s para a agricul- albufeira em Outubro de 2017, e a Cidade de Maputo. Tem uma ca- ambientais.
Savana 01-12-2017 7
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3~EOLFR
NOVEMBRO DE 2017 PANO DE FUNDO
—ƒ”–ƒǦˆ‡‹”ƒͲʹ†‡—–—„”‘†‡ʹͲͳ͹ Publicidade 29
03

NA PROVÍNCIA DE GAZA
Medidas estancam o pior
Segundo a Governadora da Pro- viu-se obrigado a redobrar esfor-
víncia de Gaza, Stela Zeca Pinto, ços, visando a instalação de infra-

o
tratou-se de um grande exercício, -estruturas resilientes à seca cíclica.
mas com o envolvimento de todos Nessa perspectiva, foi criado na
foi possível salvar vidas. sede de Ndindiza um campo ex-
Fez parte de medidas tomadas perimental que é regado por um

log
pelo Governo de Gaza, a constru- dos furos com captação solar que
ção de infra-estruturas resilientes possui baixa salinidade.
a seca, como sistemas de abaste- Indicou ainda que na vila sede
cimento multifuncionais para o do distrito, Ndindiza, foi instalada
abeberamento de gado e para o uma represa escavada, com a ca-
consumo humano, que usam pai- pacidade para o encaixe de cerca
néis solares. de 90 mil metros cúbicos de água
O governo da província de Gaza, Nos distritos de Chigubo e Guija da chuva.
uniu esforços para a busca de solu- foram montados 10 sistemas, ex- distrito de Chokwé, explicou que a abastecimento e, o exercício feito Outras medidas privilegiadas

ció
ções contra a estiagem que asso- periência que está a ser replicada seca afectou mais de 42 mil famí- após seca, foi a abertura de fontes pelo governo distrital, resumiram-
lou as regiões sul e centro do país, em toda a zona norte da província lias naquele distrito, durante o pe- de água naquelas comunidades". -se na promoção de feiras agro-
sendo os distrito de Chokwé, Guija, de Gaza e cada sistema multifun- ríodo 2015-2016, e uma das lições "Também houve um grande -pecuárias e distribuição de víveres
Chicualacuala Mabalane, Massin- cional está orçada em 2,5 milhões aprendidas foi que em tempos esforço por parte de alguns agri- alimentares, para cerca de 30 mil
gir e Chigubo os mais devastados. de meticais. difícil há muita solidariedade entre cultores que fizeram grandes habitantes. É que a população de
As medidas tomadas foram As medidas incluem ainda a as pessoas. Por exemplo, havia em- escavações à beira dos rios para Chigubo dedica-se não só à pro-
desde a disponibilização de ajuda capacitação de criadores de gado presários que levavam água em conseguir água para irrigação das dução agrícola, mas também à
alimentar, abastecimento de água para a produção do campi gigan- camiões cisternas, da cidade para suas machambas e, sem olhar para criação de gado e este constitui a
em todas as aldeias afectadas, com
o apoio de parceiros locais, incluin-
do empresários, confissões religio-
sas e pessoas singulares que eram
tocadas pela situação.
te, produção de blocos de sais mi-
nerais e venda de palha seca para
alimentação do gado, o que redu-
ziu a morte destes animais.
Por sua vez, o administrador do
so
as aldeias, em grandes distâncias.
"Nessa altura o Governo distrital
teve que garantir o abastecimento
de cerca de 16 comunidades em
água, que não tinham fontes de
laços de familiaridade, ajudavam
com a sua produção todas as pes-
soas que estavam ao seu redor.
Já em Chigubo, com a situação
de estiagem, o Governo do distrito
bandeira do distrito. Actualmente,
o efectivo bovino ronda os 30.826
animais, e há também 45.862 ca-
prinos, 33.350 ovinos, 8.121 suínos
e cerca de 84 mil galináceos.

Inhambane responde em tempo útil


um
O governo de Inhambane, na re- rante o período em análise, ficaram insumos agrícolas e reabilitação de A maioria das actividades desta
gião sul de Moçambique, liderado muito assolados pelo fenómeno. cerca de uma centena de fontes de organização resume-se na distri-
por Daniel Tchapo, conseguiu dar O programa de resposta à seca abastecimento de água. buição de kits de alimentos e de
vazão à seca que se abateu nos últi- foi implementado pelo Instituto “O projecto foi oportuno porque higiene, incluindo tendas para as fa-
mos dois anos, através de adopção Nacional de Gestão de Calami- ajudou a população a melhorar a mílias que nas épocas de vendavais,
de várias medidas mitigação, em dades (INGC) em parceria com a sua condição de vida”, disse Salo- perderam as suas habitações.
coordenação com vários parceiros. COSACA, Consórcio Humanitário, mão Tembe. Ainda no rol das acções de mitiga-
O programa de mitigação privile- que envolve quatro organizações Ainda para minimizar os efeitos ção à seca, o Executivo de Inhamba-
giou assistência directa aos afecta- não-governamentais que operam da seca o Governo contou com o ne implementou algumas estraté-
dos em produtos alimentares e in- no país, nomeadamente Save the apoio da ADRA, uma organização gias identificadas, nomeadamente,
centivou as comunidades a terem Children, Oxfam, Care International humanitária às crises, que esteve a prática de uma agricultura de con-
de

que intensificar a produção nas e Concern. no terreno a prestar ajuda aos afec- servação aproveitando no máximo
zonas baixas e apostar em culturas O representante dos parceiros de tados pela seca e as suas acções de a pouca água que cai e a mobilizar a
resilientes à seca. cooperação, Salomão Tembe, dis- emergência estavam focalizadas população para o corte e venda de
O programa de emergência abran- escassez de água e alimentos, nos se na época que para a operacio- para o distrito de Vilankulos respon- estacas, produção e venda de car-
geu mais de setenta e cinco mil e distritos de Govuro, Panda, Funha- nalização do projecto, o governo dendo à falta de alimentos, provo- vão vegetal, lenha e mel e comer-
quinhentas pessoas afectadas pela louro, Mabote e Homoíne que, du- britânico apoiou a na aquisição de cada pela seca sistemática. cialização de castanha de caju.

SOFALA E TETE
io

Medidas enérgicas
Nas províncias de Sofala e Tete, com a finalidade de avaliar o im- para a venda e troca de produtos
o Governo decidiu avançar com pacto e estudar medidas visando para a aquisição de outros.
ár

metidas enérgicas e mais incisi- mitigar os efeitos da seca no sul e A governadora de Sofala, Hele-
vas no sentido de, o mais urgente centro e das inundações que, na na Taipo saudou a solidariedade
possível, se providenciar os meios altura, afectavam o norte do país. interna que permitiu minorar o
de subsistência aos concidadãos Também foram realizados encon- sofrimento devido à fome, mas
afectados pela seca. Apesar do tros entre os governos provinciais lembrou que tal atitude não era so-
quadro aterrador, os governos da- e distritais, incluindo representan- lução definitiva, tendo orientado,
Di

quelas províncias, por via das mais tes de organizações de produto- por isso, as estruturas do Governo
variadas instituições e até mesmo res e outros operadores do sector para, a vários níveis, mobilizar a po-
de parceiros de cooperação, se agrário, para a divulgação de me- pulação da província e o sector pri-
desdobraram para fazer face à situ- didas de mitigação e das recomen- vado, particularmente, com vista
ação. Aliás, existe até uma estraté- dações agro-técnicas feitas pelo a apostarem nas épocas agrícolas
gia de mitigação que teve que ser governo central. seguintes.
implementada aos mais variados Foram igualmente reforçadas as Por outro lado, instruiu os quadros
níveis. çar com estas medidas, para salvar provisões de sementes para fazer áreas das zonas baixas, aproveita- do governo, a todos os níveis, em
A água para a população e abe- o grosso da população afectada face às re-sementeiras da primeira mento dos cursos naturais de água Sofala, para a necessidade de con-
beramento de gado devia che- não só naquelas duas províncias, época, bem como a diversificação e sistemas de rega de baixo custo, tinuarem a implementar o Plano
gar, quer por via de tanques, quer como nas outras das regiões cen- da produção com outros produtos aproveitamento de sistemas de Económico e Social de 2016, cujas
através de abertura de furos, onde tro e sul do país. Depois seguiu-se agrários (culturas perenes, criação irrigação existentes e o reforço de acções visam contribuir para o al-
houvesse condições. Ao mais alto ao envio, por orientação do Chefe de animais de pequeno porte). investimentos para a provisão de cance progressivo dos objectivos
nível, o governo se reuniu para de Estado, de membros do Conse- Tanto em Sofala como em Tete, foi kits de uso múltiplo de água e a de cada uma das cinco prioridades
analisar a situação e decidiu avan- lho de Ministros para as províncias, massificado ainda a utilização das promoção de feiras agropecuárias do Programa Quinquenal.
8 Savana 01-12-2017
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EVENTOS

30
04 Sociedade —ƒ”–ƒǦˆ‡‹”ƒͲʹ†‡—–—„”‘†‡ʹͲͳ͹NOVEMBRO DE 2017
PANO DE FUNDO 3~EOLFR
NA PROVÍNCIA DA ZAMBÉZIA

Assistidas mais de 225 mil famílias


Pouco mais de 225 mil famílias fo- o maior do continente africano,
ram assistidas pelo governo, através não escapou a intempérie que

o
do Instituto Nacional de Gestão de afectou as comunidades que se
Calamidades (INGC), durante o pe- encontram longe das zonas ribei-
ríodo de estiagem que, nos últimos rinhas. “Nessa altura, por causa da

log
três anos, afectou a quase totalida- seca, essas comunidades tiveram
de as províncias das regiões sul e maior dificuldade para desenvol-
centro do país. ver a agricultura e o INGC foi obri-
A informação foi avançada pelo res- gado a intervir, dando apoio ne-
pectivo governador, Abdul Razak, cessário, para salvar vidas”, frisou o
que referiu que, a favor destas fa- governante, acrescentando, que a
mílias, o INGC mobilizou, junto dos intervenção do INGC contou com
seus parceiros, vários recursos para vários parceiros de cooperação
garantir a sua subsistência. que ficaram sensibilizados com a

ció
Razak disse que apesar de a pro- situação e contribuíram com os
víncia da Zambézia ser atravessada seus recursos para a melhoria da
pelo rio Zambéze que, por sinal, é qualidade de vida.

Manica incentiva culturas resilientes a seca


No contexto da mitigação do Outras medidas tomadas pelo tou cento e treze mil famílias que positivamente, o que contribuiu
impacto severo da seca, o Gover- Governo de Manica, para salvar vi- para além de passarem fome agu- para a melhoria de produção
no de Manica, no centro do país,
sob liderança de Alberto Mon-
dlane, introduziu várias medidas
com destaque para o incentivo de
culturas resilientes a seca.
Para uma melhor resposta, o
so
das, consistiram na distribuição de
lanche escolar e de alimentos em
coordenação com parceiros na-
cionais e internacionais. Também
foram abertas mais fontes de água,
aproveitamento de cursos naturais
da, perderam muitas cabeças de
gado por falta de pasto, segundo
dados avançados pelo delegado
do INGC em Manica, Teixeira Al-
meida.
Segundo o delegado as co-
a nível daquela província. Para
além da aposta nas culturas re-
sistentes à seca, às comunidades
daquela província, durante o pe-
ríodo de estiagem, foram incen-
tivadas a conservar os produtos
Governo mobilizou extensionis- de água e sistemas de rega de bai- munidades foram dotadas de da última campanha agrária.
tas que trabalharam e continuam xo custo. Para transmitir mensa- conhecimentos para contornar a Em Manica, os distritos de Guro,
a trabalhar com os camponeses gens de solidariedade e medidas seca e inundações que têm afec- Tambara, Macossa, Machaze e
um
que se encontram nas zonas de tomadas pelo governo face a seca, tado ciclicamente o país, apon- Mossurize são os que têm sido
risco, ao nível daquela província, o Governador da província visitou tando a produção de culturas ciclicamente afectados por fe-
que na esfera de produção de os distritos afectados. resistentes, como uma das solu- nómenos extremos, deixando a
cereais, ocupa quase o lugar ci- Ao longo daquele período de ções ao problema. A este desafio, população e o gado carente de
meiro. dois anos, a seca em Manica afec- as comunidades responderam bens alimentares.

Governo apoia criadores de Namaacha


Alguns criadores baseados no dis- dizimou parte das suas cabeças detalhando ainda que desse fundo
trito de Namaacha, na província do de gado, causando enormes pre- beneficiaram outros criadores, por-
de

Maputo receberam em tempo da juizos ao seu investimento. “Na que o governo acompanhava o seu
severa seca, apoio directo do go- altura, estava tudo seco. As cultu- sofrimento e queria que o mesmo
verno que ainda construiu alguns ras dos camponeses minguavam fosse minimizado.
sistemas de abastecimento de água e não havia pastos para o gado”, Por seu turno, o edil de Namaacha,
para o abastecimento humano e disse, acrescentando que “foi um Jorge Tinga, disse que o recurso ao
abeberamento de gado. momento difícil e, acima de tudo, sistema multifuncional e à camiões
Entre os beneficiários de ajuda, doloroso, porque para manter o cisternas, foram alternativas encon-
destaca-se Rui José de Carvalho, gado vivo, os criadores tinham tradas para garantir o abastecimen-
um dos criadores de gado no po- que recorrer a outras alternativas, to de água à algumas localidades e
io

voado de Impaputo, localidade agravando-se o custo de produ- povoados daquela zona fronteiriça.
de Goba, distrito de Namaacha, ção animal na zona”. Mesmo sem precisar de números, o
em Maputo, que disse ter recebi- A fonte, indica que, durante o perí- presidente daquela autarquia avan-
do ajuda do governo depois de odo de estiagem, perdeu mais de to, revela que, beneficiou-se de um mil meticais que aplicou na aquisi- çou ainda que, o sistema foi cons-
ter sido afectado pela seca que 10 cabeças de gado. Nesse contex- fundo do governo no valor de 300 ção de comida e água para o gado, truído graças ao apoio do INGC.
ár

Crianças recebem comida nas escolas


O lanche escolar é outro dos pro- do PMA em Moçambique, que
gramas, que visa também man- tinha esperança de ver a situação
Di

ter as crianças na escola, onde melhor, até inicio de 2017, o que


são alimentadas e recebem um efectivamente, foi conseguido.
cabaz com comida para a famí- "No geral, há melhorias e, pro-
lia. O PAM tem igualmente um vavelmente, haverá necessidade
programa de apoio "às pessoas humanitária de escala menor
mais afectadas pela desnutrição onde a colheita não for suficien-
aguda", que prevê a doação de te, mas de um modo geral 2017 é
um "cabaz com alimentos forti- um ano melhor ", declarou.
ficados", destinando-se às mães Karin Manente sublinhou, por
(grávidas e lactantes) e às crian- outro lado, que "a fome e a des-
ças até aos 5 anos de idade. nutrição são questões multissec-
"Com esta acção conseguimos toriais", pelo que se deve reforçar
fazer com que o problema de o trabalho a nível sectorial e a
fome não se deteriorasse", disse nível de parcerias", como o PAM
Karin Manente, representante tem feito habitualmente.
Savana 01-12-2017 9
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EVENTOS

“A melhor forma de prever o futuro é criá-lo”


(PEDL[DGDGR5HLQRGRV3DtVHV%DL[RVODQoDD,QFXEDGRUD2UDQJH&RUQHUV

+i WUrV DQRV DTXDQGR GD PLQKD FKHJDGD j 0RoDPELTXH TXDQGRVHWUDWDGHFRQGLo}HVJHUDLVSDUDDSURPRomRGRFOLPD


FRQVWDWHLTXHDPDLRULDGRVMRYHQVQmRYLDFRPERQVROKRVR de empreendedorismo.
empreendedorismo como porta de entrada para o mercado 1RV~OWLPRVDQRVR*RYHUQRGRV3DtVHV%DL[RVGHVHQYROYHXD

o
GHWUDEDOKR'HVWHPRGRRVHVWXGDQWHVSUHIHULDPSURFXUDU ´$JHQGD GH$X[tOLR DR &RPpUFLRµ QD TXDO SURPRYHPRV XP
HPSUHJRHPJUDQGHVHPSUHVDVRXHPLQVWLWXLo}HVGR(VWD- crescimento sustentável e inclusivo em todo o mundo. Uma
GRDOJRTXHKRMHpGLIHUHQWH(VWDPXGDQoDGHPHQWDOLGDGH PDQHLUDGHFRQVHJXLUPRVHVWDSURPRomRpHVWLPXODQGRRHP-
tem sido impulsionada por eventos como a Semana Global SUHHQGHGRULVPR$FUHGLWDPRV ÀUPHPHQWH TXH LQYHVWLU HP MR-

log
GH(PSUHHQGHGRULVPRDTXDOWHPGHVSHUWDGRPXLWDDWHQ- YHQVHPSUHHQGHGRUHVHHPPXOKHUHVHPSUHHQGHGRUDVpLQYHV-
omRHFRQWULEXtGRSDUDTXHDSHUFHSomRVREUHRHPSUHHQGH- WLUQXPIXWXURPHOKRU5HÀURPHHVSHFLÀFDPHQWHjVPXOKHUHV
GRULVPRHVWHMDJUDGXDOPHQWHDPXGDU SRUTXHDVPXOKHUHVHPSUHHQGHGRUDVLPSXOVLRQDPDHFRQRPLD
$ PHX YHU HVWD PXGDQoD GH SHUFHSomR p GH H[WUHPD LP- HPXLWDVYH]HVUHLQYHVWHPGRVVHXVJDQKRVQDVVXDVIDPt-
SRUWkQFLDSRLVXPGRVHOHPHQWRVFRPXQVQDPDLRULDGRV lias e comunidades. São as verdadeiras agentes da mudança.
SDtVHVDIULFDQRVpRIDFWRGHH[LVWLUXPDSRSXODomRPDLRUL- Pascalle Grotenhuis, Embaixadora do Rei- 1RV~OWLPRVGRLVDQRVD(PEDL[DGDGRV3DtVHV%DL[RVWHPHV-
no dos Países Baixos em Moçambique)
WDULDPHQWHMRYHPFRPSRXFDRXQHQKXPDSHUVSHWLYDGHVHU WDGR PXLWR DFWLYD QD SURPRomR GR HPSUHHQGHGRULVPR MRYHP
DEVRUYLGDSHORPHUFDGRGHWUDEDOKR,QIHOL]PHQWHHVWDWHQGrQFLDWHQGHDDXPHQWDU H IHPLQLQR e QHVWH TXDGUR TXH HVWRX PXLWR RUJXOKRVD GH DQXQFLD DQXQFLDU D DEHU-
QRVSUy[LPRVDQRV(P0RoDPELTXHWHPRVXPDSRSXODomRMRYHPTXHUHSUHVHQWD WXUDGR2UDQJH&RUQHUV0DSXWRXPDLQFXEDGRUDGHHPSUHVDVSDUD
WXUDGR2UDQJH&RUQHUV0DSXWRXPDLQFXEDGRUDGHHPSUHVDVSDUDMRYHQV

ció
PDLVGHGDSRSXODomRVHQGRTXHPDLVGHGHVWHVMRYHQVHVWmRGHVHPSUHJD- HPSUHHQGHGRUHVPRoDPELFDQRVTXHLUiIXQFLRQDUQDVLQVWDODo}HV
HPSUHHQGHGRUHVPRoDPELFDQRVTXHLUiIXQFLRQDUQDVLQVWDODo}HVGDQRVVD
GRV(VWHVQ~PHURVVmRSUHRFXSDQWHV6HTXLVHUPRVXPIXWXURPHOKRUSDUD0RoDP- (PEDL[DGDHP0DSXWR
ELTXHJDUDQWLUTXHHVWHJUXSRSRVVDSDUWLFLSDUQDHFRQRPLDpFUXFLDO(OHVSUHFLVDP 22UDQJH&RUQHUVMiH[LVWHQDÉIULFDGR6XOHIXWXUDPHQWHHPP
22UDQJH&RUQHUVMiH[LVWHQDÉIULFDGR6XOHIXWXUDPHQWHHPPXLWRVRXWURV
SDtVHVGRFRQWLQHQWHDIULFDQR-XQWDPHQWHFRPRVQRVVRVSDUFHLURV6KHOO+HL-
VHUYLVWRVFRPRXPGLYLGHQGRHFRQyPLFR3UHFLVDPRVUHGX]LURGHVHTXLOtEULRHQWUH SDtVHVGRFRQWLQHQWHDIULFDQR-XQWDPHQWHFRPRVQRVVRVSDUFHLU
a demanda do mercado e o número de graduados. QHNHQ%DQF$%&HGDHPSUHVDVRFLDOPRoDPELFDQDLGHDLD/DEHVWDPRVHP-
QHNHQ%DQF$%&HGDHPSUHVDVRFLDOPRoDPELFDQDLGHDLD/DEHVW
7RUQDUVHHPSUHHQGHGRUSHUPLWHTXHHVWHVMRYHQVWRPHPDVUpGHDVGRVHXSUySULR SHQKDGRV HP FRQWULEXLU SDUD R HPSRGHUDPHQWR GD MXYHQWXGH PRoDPE PRoDPELFD-
GHVWLQR (OHV SRGHP VHU RV FULDGRUHV GH VROXo}HV GLVUXSWLYDV TXH WUDQVIRUPDP R QD3RUFRQVHJXLQWHQRÀQDOGHVWHDQRFRPHoDUHPRVDVHOHFFLRQ
QD3RUFRQVHJXLQWHQRÀQDOGHVWHDQRFRPHoDUHPRVDVHOHFFLRQDUMRYHQV
futuro e o nosso mundo. Eles podem tornar-se a força motriz do crescimento eco- SURWHQFLDLVHPSUHHQGHGRUHVSDUDRSURJUDPD2UDQJH&RUQHUV$,Q
SURWHQFLDLVHPSUHHQGHGRUHVSDUDRSURJUDPD2UDQJH&RUQHUV$,QFXEDGRUD
2UDQJH&RUQHUVSURSRUFLRQDUiIRUPDomRRULHQWDomRHDFRPSDQKDPHQWRGHV-
QyPLFRHP0RoDPELTXHQmRVySHODJHUDomRGHDXWRHPSUHJRPDVWDPEpPSHOD 2UDQJH&RUQHUVSURSRUFLRQDUiIRUPDomRRULHQWDomRHDFRPSDQKDPH

so
FULDomRGHHPSUHJRSDUDRXWURVPRoDPELFDQRV(P0RoDPELTXHSDUDDOFDQoDUR WHVMRYHQVDWUDYpVGHXPSURJUDPDLQWHQVLYRGHVHLVPHVHV
2PHXOHPDpVHTXLVHUHVLUUiSLGRYDLVR]LQKR6HTXLVHUHVLUORQJHSUHFLVD-
2EMHFWLYR GH 'HVHQYROYLPHQWR 6XVWHQWiYHO ´1mR 'HL[DU 1LQJXpP 3DUD 7UiVµ p 2PHXOHPDpVHTXLVHUHVLUUiSLGRYDLVR]LQKR6HTXLVHUHVL
FUXFLDOHVWLPXODUDPHQWDOLGDGHHPSUHHQGHGRUDQRVMRYHQVPRWLYiORVDSHQVDUHP PRVWUDEDOKDUHFDPLQKDUMXQWRV4XHUHVMXQWDUWHDQyVSDUDFU
PRVWUDEDOKDUHFDPLQKDUMXQWRV4XHUHVMXQWDUWHDQyVSDUDFULDUXPPHOKRU
LQLFLDURVHXSUySULRQHJyFLRHDQWHFLSDURVGHVDÀRVVRFLRHFRQyPLFRVGH0RoDP- DPELHQWHSDUDRGHVHQYROYLPHQWRGHHPSUHHQGHGRUHVHP0RoDPELTXH
DPELHQWHSDUDRGHVHQYROYLPHQWRGHHPSUHHQGHGRUHVHP0RoDPELTXH"
ELTXH3UHFLVDPRVPRVWUDUOKHVTXHRHPSUHHQGHGRULVPRpXPDRSomRGHFDUUHLUD 3RGHPFRQWDUFRPLJR
YLiYHOHFRQÀiYHO
&RQWXGR D PXGDQoD QmR DFRQWHFH GH XP PRPHQWR SDUD R RXWUR$ PDLRULD DLRULD GRV
MRYHQVTXHDFWXDOPHQWHWHQWDPFRPHoDURVVHXVSUySULRVQHJyFLRVQHFHVVLWDPGH
QHFHVVLWDPGH
KDELOLGDGHVSUiWLFDVIRUPDomRDSRLRHUHFXUVRVTXHOKHVSHUPLWDPWUDQVIRUPDURV
WDPWUDQVIRUPDURV
um
VHXVVRQKRVHPUHDOLGDGH,VWRpFRQÀUPDGRSHODVHVWDWtVWLFDVGR%DQFR0XQGLDO
R%DQFR0XQGLDO
TXHGHPRVWUDPTXH0RoDPELTXHHVWiQDSRVLomRGHQWUHSDtVHVQRPXQGR VHVQRPXQGR

$(PEDL[DGDGR5HLQRGRV3DtVHV%DL[RVMXQWDVHDR3URJUDPDGH 5HVLOLrQFLD&OL-
$(PEDL[DGDGR5HLQRGRV3DtVHV%DL[RVMXQWDVHDR3URJUDPDGH5HVLOLrQFLD&OL HVLQGLFDWRVWUDEDOKDQGRMXQWRVSDUDFULDUHPSUHJRVWRUQDURFRPpUFLRPDLVMXVWR
HVLQGLFDWRVWUDEDOKDQGRMXQWRVSDUDFULDUHPSUHJRVWRUQDURF
PiWLFDGH0RoDPELTXHSDUDDSRLDUFRPXQLGDGHVDJUtFRODVHHPSUHVDVGHVHUYLoRV
PiWLFDGH0RoDPELTXHSDUDDSRLDUFRPXQLGDGHVDJUtFRODVHHPSUHV DVGHVHUYLoRV PDLVLQFOXVLYRHPDLVVXVWHQWiYHOSDUDDVJHUDo}HVYLQGRXUDV
de

de extensão.
,QLFLDQGRRžDQRGDIDVHSLORWRFRPSURGXWRUHVSDUDSURYDURFRQFHLWR
$GH1RYHPEURGHD(PEDL[DGDGR5HLQRGRV3DtVHV%DL[RVUHSUHVHQWDGD
$GH1RYHPEURGHD(PEDL[DGDGR5HLQRGRV3DtVHV%DL[RVUHSUHVHQWDGD 'HVGH R ODQoDPHQWR GR SURJUDPD GH UHVLOLrQFLD FOLPiWLFD HP  D ,'+ HQFR-
SHOD(PEDL[DGRUD3DVFDOOH*URWHQKXLVDVVLQRXXPDFRUGRGHWUrV DQRVGHFRQFHV-
SHOD(PEDL[DGRUD3DVFDOOH*URWHQKXLVDVVLQRXXPDFRUGRGHWUrVDQRVGHFRQFHV PHQGRX XP HVWXGR j HPSUHVD GH FRQVXOWRULD GH GHVHQYROYLPHQWR 'DOEHUJ D ÀP
VmRHÀQDQFLDPHQWRSDUDFRODERUDUFRPD,QLFLDWLYDGH&RPpUFLR6XVWHQWiYHO ,'+ 
VmRHÀQDQFLDPHQWRSDUDFRODERUDUFRPD,QLFLDWLYDGH&RPpUFLR 6XVWHQWiYHO ,'+  de capturar e validar a teoria da mudança e da intervenção proposta para o campo.
QDPHOKRUDULDGDUHVLOLrQFLDFOLPiWLFDGDVFRPXQLGDGHVDJUtFRODVHP0RoDPELTXH
QDPHOKRUDULDGDUHVLOLrQFLDFOLPiWLFDGDVFRPXQLGDGHVDJUtFRODVHP0RoDPELTXH (P1RYHPEURGHD,'+HVWDEHOHFHXSDUFHULDVFRPWUrVRUJDQL]Do}HVQRWiYHLV
LQFOXLQGR D 2ODP D  -)6 H D 3OH[XV EHP FRPR XPD LQVWLWXLomR GH FRQKHFLPHQWR
8PFDVRGHQHJyFLRVSDUDWRGRVLUSDUDDOpPGDDERUGDJHPGDFDGHLDGHYDORUSDUD
8PFDVRGHQHJyFLRVSDUDWRGRVLUSDUDDOpPGDDERUGDJHPGDFDGHLDGHYDORUSDUD $)352$SRLDQGRXPWRWDOGHFRPXQLGDGHVRVSURMHFWRVSLORWRIRUDPODQoDGRV
DMXGDUDVFRPXQLGDGHVDGHVHQYROYHUHPDUHVLOLrQFLD QDVSURYtQFLDVGH1LDVVD1DPSXODH&DER'HOJDGR(PD6DQDPRTXDUWR
SDUFHLURSULYDGRMXQWDVHDRSURMHWRSDUDLPSOHPHQWDUVHXSUySULRSURMHFWRSLORWR
io

(P SDUFHULD FRP XP FRQVyUFLR GH SURYHGRUHV GH VHUYLoRV GH H[WHQ
H[WHQVmR GR VHFWRU QDSURYtQFLDGH1DPSXODSHUPLWLQGRTXHRSURJUDPDDWHQGDDJULFXOWRUHV HV-
SULYDGRLQVWLWXLo}HVGHFRQKHFLPHQWRHFRQVXOWRUHVD,'+RIHU
SULYDGRLQVWLWXLo}HVGHFRQKHFLPHQWRHFRQVXOWRUHVD,'+RIHUHFHjVFRPXQLGDGHV perados).
DJUtFRODVXPSRUWIyOLRKROtVWLFRGHFDSLWDOHUHFXUVRVSDUDDMXGiORVDVDLUGRFLFORGD
DJUtFRODVXPSRUWIyOLRKROtVWLFRGHFDSLWDOHUHFXUVRVSDUDDMX GiORVDVDLUGRFLFORGD
SREUH]D(QUDL]DGRQRIRUQHFLPHQWRGHLQIUDHVWUXWXUDVGHiJXDH
SREUH]D(QUDL]DGRQRIRUQHFLPHQWRGHLQIUDHVWUXWXUDVGHiJXDHPSHTXHQDHVFDOD &RPRHQYROYHUVH"$SODWDIRUPDGH5HVLOLrQFLD&OLPiWLFD
UHFXUVRVFKDYHDLQWHUYHQomRGHVHQYROY
HDFHVVRjHQHUJLDFRPRUHFXUVRVFKDYHDLQWHUYHQomRGHVHQYROYHVROXo}HVFRRUGH - $ HODERUDomR EHP VXFHGLGD GHVVDV VROXo}HV VLVWHPiWLFDV UHTXHUHP XPD SDUFHULD
QDGDVWDLVFRPRDFHVVRDLQVXPRVIRUPDomRWHFQRORJLDHLQIRUPDo}HVSDUDFXOWX-
QDGDVWDLVFRPRDFHVVRDLQVXPRVIRUPDomRWHFQRORJLDHLQIRU FRPP~OWLSORVÀQDQFLDGRUHVJRYHUQRSDUFHLURVGHLPSOHPHQWDomRHRUJDQL]Do}HV
ár

UDVDOLPHQWDUHVFXOWXUDVGHUHQGLPHQWRVHFULDomRGHDQLPDLV
UDVDOLPHQWDUHVFXOWXUDVGHUHQGLPHQWRVHFULDomRGHDQLPDLV'RSURMHWRHVSHUD - SULYDGDVSDUDDERUGDURVGHVDÀRVFROHWLYDPHQWH3DUDDWLQJLUHVWHREMHFWLYRD,'+
UHVXOWDGR UHQGLPHQWRV
VH TXH WUDJD SDUD jV FRPXQLGDGHV YLVDGDV XP OHTXH GH UHVXOWDGRV está a gerir uma plataforma com vários intervenientes para facilitar uma visão cola-
GLYHUVLÀFDGRV PHOKRULD QD GLHWD DOLPHQWDU DJULFXOWXUD VXVWHQWiYHO
VXVWHQW H UHVLOLrQFLD D ERUDWLYDDEUDQJHQWHGLVFXWLURSURJUHVVRHLGHQWLÀFDURSRUWXQLGDGHVSDUDUHSOLFDU
FKRTXHVH[WHUQRV HH[SDQGLUDRQtYHOQDFLRQDO$VUHXQL}HVGDVSDUWHVLQWHUHVVDGDVVmRRUJDQL]DGDV
GXDVYH]HVSRUDQRHP0RoDPELTXHHDFWXDOPHQWHVmRDWHQGLGDVSRUUHSUHVHQWDQ-
2SURMHWRWDPEpPGHPRQVWUDUiFRPRRGHVHQYROYLPHQWRGDUHVLOLrQFLDGDVFRPX
2SURMHWRWDPEpPGHPRQVWUDUiFRPRRGHVHQYROYLPHQWRGDUHVLOLrQ - WHVGHPDLVGHRUJDQL]Do}HVGHVHFWRUHVFKDYH
Di

nidades agrícolas pode trazer efeitos positivos imediatos para as cadeias de valor. $SDUWLFLSDomRHVWiDEHUWDSDUDDVRUJDQL]Do}HVUHOHYDQWHVTXHGHVHMDPFRQWULEXLUH
&RQFHVVLRQiULDVSULYDGDVGHDOJRGmRTXHIRUQHFHPVHUYLoRVDRVS
&RQFHVVLRQiULDVSULYDGDVGHDOJRGmRTXHIRUQHFHPVHUYLoRVDRVSURGXWRUHVDOpP PDQWHUVHLQIRUPDGDVVREUHRVGHVHQYROYLPHQWRV3DUDSDUWLFLSDUEDVWDFRQWDFWDUD
GHVXDVFDGHLDVGHYDORUJDQKDPOHDOGDGHDFUHVFLGDPHOKRUHVFROKHLWDVHDXPHQWR
GHVXDVFDGHLDVGHYDORUJDQKDPOHDOGDGHDFUHVFLGDPHOKRUHVF
GHVXDVFDGHLDVGHYDORUJDQKDP OHDOGDGHDFUHVFLGDPHOKRUHVF 6UD(OHD3DSDHPPDQXHO papaemmanuel@idhtrade.org).
GDSURGXomRVXVWHQWiYHORXVHMDXPIRUQHFLPHQWRGHDOJRGmRHV
GDSURGXomRVXVWHQWiYHORXVHMDXPIRUQHFLPHQWRGHDOJRGmRHVWiYHOHJDUDQWLGR
(VWDDERUGDJHPLQRYDGRUDFHQWUDGDHDEUDQJHQWHFRPELQDQGRLQW
(VWDDERUGDJHPLQRYDGRUDFHQWUDGDHDEUDQJHQWHFRPELQDQGRLQWHUHVVHVSULYDGRV Quem somos nós
e públicos poderá emergir como modelo para outras cadeias de valor e para as co- $,'+HVWDEHOHFHSDUFHULDVS~EOLFDVSULYDGDVTXHLPSXOVLRQDPDWUDQVIRUPDomR
munidades em desenvolvimento no país. GRPHUFDGRSDUDDVXVWHQWDELOLGDGH)XQGDGDSHOR0LQLVWpULRGRV1HJyFLRV(VWUDQ-
JHLURVQRV3DtVHV%DL[RVD,'+FRQWULEXLFRPXPLPSDFWRJUDGXDOHHFRQRPLFD-
Ajuda através do comércio: Crescimento inclusivo para todos PHQWHYLiYHOQRV2EMHFWLYRVGH'HVHQYROYLPHQWR6XVWHQWiYHO$,'+MXQWDPHQWH
2V3DtVHV%DL[RVWHPVLGRXPGRVSULPHLURVSDtVHVDHVWDEHOHFHUXPDOLQKDPHQWR FRPHPSUHVDVGHSULPHLUDOLQKDHRUJDQL]Do}HVGDVRFLHGDGHFLYLOHPSUHJDVROX-
HQWUHDViUHDVGHSROtWLFDVGHDMXGDHRFRPpUFLR6HTXLVHUPRVDYDQoDUDDMXGDHR o}HVSDUDSURGXomRHFRPpUFLRDPELHQWDOPHQWHHVRFLDOPHQWHVXVWHQWiYHLVDORQJR
FRPpUFLRGHYHPFDPLQKDUGHPmRVGDGDV$,'+DSRLDDVHPSUHVDVDWRUQDUDVVXDV SUD]R$,'+RSHUDQRPHUFDGRJOREDOHPVHFWRUHVGH commodityGHVGHRFDIp
FDGHLDVGHSURGXomRLQWHUQDFLRQDLVPDLVVXVWHQWiYHLV$,'+IRLFULDGDFRPDSRLR H R FKi j DTXDFXOWXUD H D VRMD H LQFHQWLYD R LQYHVWLPHQWR FRQMXQWR HP PRGHORV
GRJRYHUQRGRV3DtVHV%DL[RVFRPRREMHWLYRGHLPSXOVLRQDURFRPpUFLRVXVWHQWi- LQRYDGRUHVGHSURGXomRHFRPpUFLRSDUDUHDOL]DUXPFUHVFLPHQWRYHUGHLQFOXVLYR
YHOHPSURGXWRVFRPRFDFDXDOJRGmRFKiFDIpVRMDHHOHWUyQLFRV2V3DtVHV%DL[RV JUDGXDO0DLVLQIRUPDo}HVQRVLWHZZZLGKWUDGHRUJ
DFUHGLWDPTXHSUHFLVDPRVGHWRGRVRVSDUFHLURVJRYHUQRHPSUHVDVVRFLHGDGHFLYLO
10 Savana 01-12-2017
EVENTOS

Árvore de Natal Ecológica


do bim ilumina Maputo COTUR distinguida pela TAP
A Cidade de Maputo ilumi-
nou-se para este Natal. A
Árvore de Natal Ecológi-
respeitando as melhores práticas de
tratamento deste tipo de materiais.
O objectivo desta iniciativa é des- A Agência de viagens
moçambicana Cotur
acaba de ser galar-
O evento juntou mais de 300
convidados, para premiar agen-
tes e fornecedores e apresentar a
mercado africano durante o
ano de 2017, tendo o prémio
sido entregue a Muhammad

o
doada pela Trans- nova carta de vinhos da compa- Abdullah, CEO da COTUR.
ca do Millennium bim é o pertar, na comunidade em geral, o portadora aérea de Portugal nhia. O “TAP Awards”, que irá ter
resultado da recolha e reciclagem espírito de responsabilidade am-
– TAP, companhia portuguesa Depois de ter sido reconheci- continuidade nos próximos
de 7000 garrafas de plástico que biental e incutir nos alunos novas
alunos e professores recolheram nas
de Bandeira. O prémio surge da pela South African Airways anos, é uma cerimónia em

log
formas de tratamento do lixo aler-
suas escolas, no âmbito do projecto tando-os para a importância do seu no âmbito da primeira edi- como melhor companhia para que a Companhia home-
Uma Cidade Limpa pra Mim. Com comportamento na adopção de boas ção dos “TAP Awards” que África Austral em 2010, desta nageia também Portugal e,
um total de 7 metros de altura, esta práticas ambientais e no seu papel decorreu na semana passada vez, a Cotur elevou o nome de designadamente, os sabores
árvore representa o trabalho colec- dinamizador para a mudança de há- nas caves da Real Companhia Moçambique no ramo do tu- portugueses que a TAP dá a
tivo das 10 escolas participantes no bitos nas suas casas. Velha, em Vila Nova de Gaia, rismo, ao ser distinguida como conhecer todos os dias a bor-
projecto. Esta é uma aposta do Banco na te- Portugal. maior Agência da TAP para o do.
mática da reciclagem e na sua im-
A Árvore de Natal Ecológica, que é portante influência para a limpeza
já uma tradição do Millennium bim da cidade e preservação do meio

ció
para esta época festiva, iluminará a ambiente, promovendo princípios
cidade a partir da Praça Travessa do de sustentabilidade: Reduzir, Reuti-
Zambeze, junto ao Museu de His- lizar e Reciclar.
tória Natural e ao Hotel Cardoso. Inserido no programa de Respon-
Em todas as escolas que participa- sabilidade Social do Banco “Mais
ram neste projecto, foram criados Moçambique pra Mim”, o projecto
Clubes do Ambiente, onde profes- “Uma Cidade Limpa pra Mim” teve
sores e alunos trabalharam o tema
da valorização e da conservação dos
o seu início em 2007 e, desde então,
contou com a participação de mais MUNICÍPIO DE MAPUTO
_____________
espaços públicos, assim como a cor-
recta triagem do lixo. Papel, latas e
plásticos foram tratados e reciclados
de 10800 alunos de escolas primá-
rias e secundárias das cidades de
Maputo, Matola, Vilanculos e Tete. so &216(/+2081,&,3$/
$'0,1,675$d®2'2',675,72081,&,3$/.$0$927$

Maputo acolhe simpósio $9,623Ô%/,&2


nacional sobre Género
um
20XQLFtSLRGH0DSXWRWHPFRQKHFLPHQWRTXH

D ecorreu nesta segunda-feira, Já a representante da ONU Mulhe-


RVFRQFHVVLRQiULRVGH'8$7QDVSDUFHODVTXHRX-
em Maputo, o lançamento
da 6ª edição da semana na-
res, Marie Laetitia Kayisire, consi-
dera que, apesar dos esforços do Go-
WURUD SHUWHQFHUDP j $VVRFLDomR GH 3URGXWRUHV
cional de Género na Univer- verno e dos parceiros de cooperação, 0DJXLJXDQH HVWmR D VHU LPSHGLGRV GH H[HFXWDU
RV VHXV SURMHFWRV GH LQIUDHVWUXWXUDV SRU LQGLYt-
sidade Eduardo Mondlane (UEM). ainda prevalece uma situação de vio-
Trata-se de um espaço de divulgação lação de direitos das mulheres e es-

GXRVTXHVHLGHQWLÀFDPFRPRVHQGRGD'LUHFomR
e debate sobre de pesquisas realiza- paços públicos, incluindo casamentos
das sobre temáticas de género, uma prematuros, colocando o país na 10ª

GDTXHOD$VVRFLDomR
iniciativa promovida pelo Centro de posição a nível mundial.
de

Coordenação de Assuntos de Géne- “Num país em desenvolvimento


ro (CeCAGe) da UEM, em parceria
com a Rede Hopem e a ONU Mu-
como Moçambique é ainda mais
importante abordar a questão de de-
&RPYLVWDDIDFLOLWDUDLQWHUYHQomRFRUUHFWLYD
lheres. sigualdades em diversos quadrantes VmRVROLFLWDGRVWRGRVRVSUHMXGLFDGRVSRUDTXHOH
grupo para darem a conhecer o facto por simples
O evento insere-se no âmbito dos 16 sociais entre homens e mulheres, para
dias de activismo de combate à vio- que ambos sexos trabalhem juntos
com vista a estancar este fenómeno”,
FDUWD j ([PD 9HUHDGRUD GR 'LVWULWR 0XQLFLSDO
lência contra a mulher, que se celebra
anualmente entre 25 de Novembro a disse Kayisire.

.D0DYRWDLQGLFDQGRRQRPHGR&RQFHVVLRQiULR
10 de Dezembro, representando um A representante da ONU Mulheres
movimento internacional de soli- explicou que, para responder estes
io

RWDOKmRHRXSDUFHODGHYHQGRLJXDOPHQWHUHODWDU
dariedade pela igualdade de género patr
desafios impostos pelo patriarcado,
sobre a necessidade de maior engaja- foi lançada ainda no âmbito do 16
mento dos homens e rapazes, como dias de activismo a campanha “Eles
por Elas”, como um movimento para FRPEUHYLGDGHRWLSRGHSHUWXUEDo}HVTXHHVWiD
ter.
parte activa e agentes de mudança
para a promoção e o alcance dos di- engajar homens e rapazes como par-
ár

3. A carta mencionada no parágrafo precedente


reitos das mulheres e raparigas. tes activas e agentes de mudança para
Moçambique registou entre 2014- promover a igualdade de género.
2016 um considerável aumento de Por sua vez, Júlio Langa, o coordena-
casos de violência doméstica, segun- dor nacional da Rede Hopem, referiu
que a organização que representa tem
SRGHUiVHUDVVLQDGDSHORSUySULRFRQFHVVLRQiULR
PDQGDWiULRRXIDPLOLDUDQH[DQGRWDPEpPFySLD
do dados do Instituto Nacional de
Estatísticaa (INE), que apontam que, estado a trabalhar com vista à pro-
no período em apreço, o número de moção da equidade de género, tendo
da nota de comunicação do despacho de conces-
Di

casos passou de mais de 23 para 25 citando alguns programas que vêm

VmRVHPSUHMXt]RGHLQGLFDomRGRQ~PHURGHWH-
mil, o que resultou também no au- sendo desenvolvidos pele rede desde
mento do rácio em cada 10 mil pes- 2009, nomeadamente, homens na
soas.
Falando na ocasião, Cidália Chaú-
cozinha, paternidade responsável, de-
bates televisivos, advocacia junto do lefone para contactos posteriores.
que, a ministra do Género, Criança governo e da sociedade com vista a
4. A carta informativa mencionada deverá ser en-
WUHJXHDR*DELQHWHGD([PD9HUHDGRUDGR'LVWUL-
e Acção Social, considerou que, com desconstruir as relações de género.
o lançamento da campanha contra a Langa acrescentou ainda que, no âm-
violência baseada no género, reafir- bito da campanha “Eles Por Elas”,
ma-se o compromisso do Governo a Hopem tem estado igualmente a WR0XQLFLSDO.D0DYRWDQRGHFXUVRGRVSUy[LPRV
para com a causa, daí que o executi-
vo tem estado a adoptar políticas, tal
como a Estratégia Nacional contra
influenciar e consciencializar os ho-
mens para que sejam protagonistas
no combate à violência baseada no
cinco dias e durante as horas normais de serviço.
Casamentos Prematuros, a Revisão género. Actualmente, a campanha

 0DSXWRGH1RYHPEURGH
da Política de Género, entre outros, conta com 200 homens a nível nacio-
como forma de responder estes de- nal e pretende atingir cerca de 20 mil
safios. até 2020.
Savana 01-12-2017 11
EVENTOS

$UUHQGDVH $JHQGD&XOWXUDO
ZOONA contribui para 8PD)ODW7LSRQD
$Y3DXOR6DPXHO
.DQNRPEDFRP
&DPSLVPR3UDLDGH;DL;DL
6iEDGRGH'H]HPEURjVK
*UDFH(YRUDH6ZLWDRYLYR
inclusão financeira no país
FDVDVGH%DQKR
XPDFR]LQKDJUDQGH
&LQH*LOEHUWR0HQGHV

F
HPIUHQWHD8QLYHUVLGDGH
$SROLWpFQLFD&RQWDFWRV 6H[WDV6iEDGRV'RPLQJRVH)HULDGRVK
6H[WDV6iEDGRV'RPLQJRVH)HULDGRVK
alar de inclusão financeira de expansão e cobertura de todo o 
³-RJRGH,QWULJDV´

o
em Moçambique, é falar da território nacional, bem como de- 
start up ZOONA Moçam- senvolver um conjunto de parcerias
0DSXWR:DWHUIURQW
bique. Em Moçambique
desde 2016, em parceria com o
estratégicas para o alcance destas
9HQGHVH 7RGDV6H[WDVK

log
metas.
)ODW D YHQGD WLSR  FUX]D
Ecobank, esta é uma start up afri-
cana que criou um mecanismo de
Segundo um comunicado de im- PHQWR HQWUH $Y +R &KL 0LQ H -DQWDU'DQFDQWHFRP$OH[DQGUH0D]X]H
prensa da ZOONA, esta reflecte *XHUUD3RSXODUQRTXDUWRDQGDU
transferência de dinheiro, mais fá- sobre a sua estratégia e refere que a VHP LQWHUPHGLiULR FRQWDFWR 7RGRV6iEDGRVK
7RGRV6iEDGRVK
cil, rápida e segura, sem se preen- mesma vem reforçar o compromis-  SUHoR  0~VLFDFRP=p%DUDWDRX)HUQDQGR/XtV
cher qualquer tipo de formulários QHJRFLiYHLV
ou abrir uma conta bancária, nem
so de estar cada vez mais próximo
das comunidades rurais, ao desen-
7HUUHQRVHP,17$.$SHU
WR GR ),3$* ;  WHUUH
&KHIV5HVWDXUDQWH
sequer ter um dispositivo móvel.
Recentemente, a mesma anunciou
volver soluções financeiras ajusta- QRV FRQWDFWRSUHoR 7RGDV6H[WDVK0~VLFDDRYLYR
a redução das tarifas para o envio das a este segmento, promovendo a 07QHJRFLiYHLV

ció
melhoria das condições de vida das

9LVLWHDJRUDH
de dinheiro, bem como a possibi-
lidade de compra de recargas das populações. $/8*$6('83/(;
redes móveis Vodacom, Mcel, e Lançada em 2009, a ZOONA con- $OXJDVH GXSOH[ 7
Movitel em qualquer agente. ta hoje com inúmeras histórias de
FRP P GLVSRQtYHLV
Com uma rede de 250 agentes
sucesso na Zâmbia e no Malawi
onde a empresa tem mais de 1.500 QRVGRLVSLVRV PDQWHQKDWHLQIRUPDGR
operacionais espalhados em mais
de 50 cidades, vilas e localidades,
agentes e criou cerca de 2.500 pos-
tos de trabalho, contando com uma
3URQWRSDUDKDELWDU:&
H FR]LQKD UHQRYDGDV QR  LQWHJULGDGH LQGHSHQGrQFLD
equipa unida pela paixão e pela EDLUURGD3RODQD
KWWSVZZZVDYDQDFRP]
a ZOONA desafia-se a chegar
aos 350 agentes em 2018, estando
para isso a apostar numa estratégia
vontade de contribuir para uma
transformação positiva em África. so
&RQWDFWR

MFW no Festival
We Love Summer
um

A cidade de Maputo aco-


lhe, no próximo dia 09 de
Dezembro, o “Festival We
Love Summer”, um evento
que pretende celebrar o verão e que
vai contar com a presença de Djs
Ministério da cultura e Turismo
e tem como principais patrocina-
dores J24, Millennium BIM, Hei-
neken e Olmeca.
We Love Summer é um festival de
Verão, fundado na cidade do Cabo,
na África do Sul. Anualmente tem
sul-africanos Mad Ozy, Camilo B2
recebido 2.000 pessoas durante a
de

(E.O.D. e Acizzy) Supaman TMO


ODV, BRETT AITKEN Rude e sua temporada com o objectivo de
Dj moçambicano, Pedro White. celebrar o verão.
Refira-se que, para além de escalar
a cidade de Cape Town, o festival já
Para além deste repertório de Djs, escalou as cidades de Roma e Joa-
junta-se ao espetáculo o Mozambi- nesburgo, contribuindo muito para
que Fashion Week (MFW) que irá o intercâmbio cultural e turístico
abrilhantar o espectáculo com um entre músicos da região, bem como
desfile para celebrar o verão. a troca de experiências entre dife-
io

O Festival conta com o apoio do rentes países.

Lançado “Projecto
ár

Teresinha - Uma vida


em Moçambique”
Di

F oi lançado quarta-feira, em
Maputo,, o “Projecto Tere-
sinha - Uma vida em Mo-
çambique” que é na verdade
uma exposição literária e fotográ-
fica, que nasceu do sonho de Lisié
numa parede da farmácia daquela
unidade hospitalar, construída de
raiz pelos autores do projecto.
De acordo com Lisié Champier e
Mariano Silva, foi escolhido àque-
le local, por ser onde a maioria dos
pacientes passam algum tempo
Champier e Mariano Silva, de re-
latar a história de vida de uma mu- sentados à espera de serem aten-
didos. Os autores querem com este
lher em Moçambique.
gesto proporcionar aos pacientes
um momento de espera mais posi-
São ao todo 20 obras, que serão tivo, possibilitando que desfrutem
doadas ao Hospital Central de de uma exposição combinada de
Maputo (HCM), para exposição poesia e fotografia. (Redacção)
12 Savana 01-12-2017
EVENTOS

Alunos disputam olimpíada sobre seus direitos


E nquanto o mundo celebrava,
semana finda, a passagem
dos 28 anos da ratificação,
pela Assembleia geral Na-
A Escola Primária Completa de
Magude sede, que acolheu o evento,
levou a melhor ao se sagrar a grande
vencedora. Na segunda posição es-
teve a Escola Primária de Unguche,
o projecto, que vai no seu segundo
ano, continua sendo o próximo de-
safio para promover uma partici-
pação efectiva da cidadania para o
los e já houve formação de docentes
e alunos nas escolas abrangidas pelo
projecto.
Quem também manifestou satisfa-
três anos.
Burckel disse que o nível de co-
nhecimento dos participantes me-
lhorou bastante e espera que ajuda

o
ções Unidas, da Convenção sobre desenvolvimento. ção pela performance dos alunos foi na mudança de comportamento.
os Direitos da Criança, cerca de 70 enquanto que na terceira e quarta Para tal, em parceria com o Ministé- Laurence Burckel, chefe da equipa Apontou como principal desafio a
alunos provenientes de 30 escolas posições estiveram as Escolas Pri- rio da Educação e Desenvolvimento do Programa de Apoio aos Actores continuidade da disseminação dos
do distrito de Magude disputavam márias de Mawandla e Xipene. Humano, os conceitos de cidadania não Estatais (PAANE), financiado- conteúdos depois de terminado o
Maria Mulhovo, que foi uma das

log
a final sobre o nível do conheci- estão sendo integrados nos currícu- ra do projecto que tem duração de financiamento
financiamento.
mento dos conteúdos do documen- vencedoras, reconheceu que o con-
to. curso foi renhido, desde a primeira
fase até à finalíssima e congratulou
Era o culminar do concurso que o apoio dos familiares e professores
que muito fizeram para que fosse
teve o seu arranque em Março do
uma das vencedoras.
presente ano, cuja primeira fase foi
Louvou a iniciativa por considerar
disputada a nível de cada uma das
que vai ajudar muitos colegas seus a
escolas contempladas.
conhecerem os seus direitos e deve-
Para a final, foram seleccionados

ció
res, mas também vai motivar muitas
dois alunos por cada escola, de crianças a permanecerem na escola.
modo a mostrarem os seus níveis Já Kwise Didi, que ficou em segun-
de conhecimento sobre os direitos do lugar, em representação da escola
e deveres das crianças. E para per- primária de Mawandla, reconheceu
mitir uma maior participação da a importância do concurso para
pequenada, o concurso decorreu promoção dos direitos de crianças,
também via rádio comunitária local. principalmente em distritos como
De forma interactiva, os participan- Magude onde muitos adultos os
tes tiravam da urna cupões com as desconhecem.
questões que incidem sobre os seus
direitos e deveres que de seguida
era respondidas. O concurso era
intercalado por momentos cultu-
rais como forma de permitir que
os petizes fizessem as necessárias
concertações para convencer o jura-
Por sua vez, Ramos Nhanchichaio,
oficial de programas da Associação
Moçambicana para o Desenvolvi-
mento Concertado (AMDEC), im-
plementadora da iniciativa, faz um
balanço positivo do concurso, apon-
tando que o nível dos resultados
so
do, constituído por professores, que mostra que os conceitos foram as-
tem o domínio sobre os temas. similados. Segundo Nhanchichaio,
um

Zapatero destaca
importância do CISM
em Moçambique
de

N o âmbito da sua visita a


Moçambique para partici-
par do Fórum MOZEFO
2017, o antigo Presidente
do Governo Espanhol, José Luís
Zapatero, visitou, na semana pas-
sada, o Centro de Investigação em
tão importante como é o caso da
saúde”, defendeu.
De acordo com Eusébio Macete,
Director do CISM, “mesmo numa
situação económica difícil, a coo-
peração espanhola considerou Mo-
çambique como um país prioritário
Saúde de Manhiça (CISM), um e o CISM no âmbito da coopera-
io

projecto visionário que tem apoio ção com Moçambique. Esta visita
da Cooperação Espanhola. Em simboliza o acreditar no projecto”,
Manhiça Zapatero visitou o CISM, garantiu.
assim como o Hospital Distrital da O Centro de Investigação em Saú-
Manhiça, a, onde parte das interven- de de Manhiça (CISM) foi criado
ções CISM tem lugar. Ainda na sua em 1996 com o objectivo de im-
ár

estadia teve a oportunidade de inte- pulsionar e conduzir investigação


ragir com os médicos, investigado- biomédica em áreas prioritárias de
res e toda uma equipa que garante a saúde. Desde a sua criação, o Centro
execução das acções do CISM. desenvolveu-se seguindo a orien-
tação de um Programa de Coope-
ração Bilateral entre os Governos
A aposta na investigação científica e
Di

de Moçambique e de Espanha e
na luta para a erradicação de doen- com o apoio do Hospital Clínic da
ças junto das populações mais vul- Universitat de Barcelona (por via
neráveis foi sempre uma estratégia da Fundação Clínic per la Recerca
que entrou e continua a entrar em Biomédica).
concordância com a visão de José O Centro tem contribuído para
Luís Zapatero. Sendo assim, o go- a melhoria do conhecimento das
vernante recorda que foi responsável doenças prioritárias em Moçam-
pelo reforço do apoio de Espanha bique e de outros países da África
ao CISM durante o seu mandato Subsariana. Além das actividades
à frente do governo daquele país mais conhecidas no âmbito do de-
europeu. Zapatero garantiu: “o pro- senvolvimento de ferramentas de
gresso dos países está relacionado tratamento e prevenção da malária,
com a investigação, pelo que quero o Centro tem vindo a fazer nos úl-
felicitar os investigadores do CISM timos anos um trabalho de pesquisa
por um trabalho tão importante. crescente em outras doenças priori-
Este Centro melhora Moçambique tárias como as infecções respirató-
de uma forma decisiva num campo rias, as diarreias e o HIV/SIDA.

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