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ISSN 1414-4530

Universidade de São Paulo – USP


Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ
Divisão de Biblioteca e Documentação – DIBD

Rafael Pio

A Cultura do Caquizeiro
Série Produtor Rural – nº 22

Piracicaba
2003
2

Série Produtor Rural, nº 22

Divisão de Biblioteca e Documentação – DIBD


Av. Pádua Dias, 11 – Caixa Postal 9
Cep: 13.418-900 – Piracicaba – SP
e-mail: biblio@esalq.usp.br
http://dibd.esalq.usp.br

Revisão e Edição:
Eliana Maria Garcia

Editoração Eletrônica:
Serviço de Produções Gráficas – USP/ESALQ

Tiragem:
300 exemplares
3

Rafael Pio1

1
Engº Agrônomo, D.Sc., Prof. Adjunto Universidade Federal do Paraná - UFPR
rafaelpio@hotmail.com

A Cultura do Caquizeiro

Série Produtor Rural – nº 22

Piracicaba
2003
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1 PERFIL DA CULTURA

O caquizeiro (Diaspyros kaki L.) é um fruto delicado e degustado basicamente “in


natura”, concentrando boas quantidades de vitaminas A, B e C. O teor de açúcar, que
varia entre 14 e 18%, supera o da maioria das frutas. Além do consumo como fruta
fresca, o caqui pode ser industrializado no preparo de vinagre e caqui-passas.
Deve-se ressaltar que esta cultura é uma excelente alternativa na diversificação
de propriedades frutícolas, devido ser um fruto de grande aceitação popular e também
por ser uma planta bastante rústica, vigorosa e produtiva. Há relatos que o caquizeiro
pode produzir por até 40 anos, isso dependendo dos corretos tratamentos culturais e
fitossanitários.

2 ASPECTOS ECONÔMICOS

Os principais produtores mundiais de caqui são: Japão, China, Israel, Brasil,


Itália e França.

O caquizeiro é cultivado no Brasil principalmente nas regiões Sul e Sudeste, com


destaque para os Estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e nas regiões Sul
de Minas Gerais. No Estado de São Paulo, os municípios que se destacam na
produção de caqui são: Mogi das Cruzes, Guararema, Biritiba Mirim, Salesópolis,
Suzano e Santa Isabel. Outros municípios produtores são: Jacareí, Ibiúna,
Pindamonhangaba, Piedade, Pilar do Sul, São Miguel do Arcanjo, Capão Bonito,
Guapiara e Wenceslau Braz. O Estado de São Paulo possui cerca de 2000 ha
cultivados com caqui, sendo responsável por 92% das 43,7 mil toneladas de caqui
recebidas pelo Entreposto Terminal de São Paulo da CEAGESP, sendo a variedade
Rama Forte a mais comercializada (28 mil toneladas).
No mercado interno, o consumo de caqui está aumentando progressivamente
devido às suas qualidades e preços relativamente acessíveis. Nos últimos anos, houve
uma maior procura por frutos de caqui não taninosos, cujos frutos são de boa
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consistência, podendo atingir mercados mais distantes e serem cotados com melhores
preços. Já no mercado externo, o caqui possui grande aceitação, especialmente no
Japão, alcançando preços relativamente compensadores.
A colheita do caquizeiro ocorre de fevereiro a junho, com picos de produção nos
meses de março e abril. Vale ressaltar que os preços são relativamente menores nos
meses de pico de produção, devido a grande escassez de frutos no mercado neste
período. Caso o produtor consiga programar a produção fora dos picos de produção,
conseqüentemente conseguirá melhores preços.

3 CARACTERÍSTICAS DA PLANTA

O caquizeiro é uma planta de porte arbóreo que pode atingir até 12 metros de
altura, possuindo copa arredondada e ramificada. Apresenta um desenvolvimento inicial
lento, chegando a atingir a maturidade por volta de 7 a 8 anos, mas possuindo uma
durabilidade de dezenas de anos. As folhas são de coloração verde-brilhante e caem
no inverno (caducas). As gemas são inseridas nas axilas das folhas, são de formato
cônico e pontiagudas. As flores são de coloração branco-amareladas, surgindo nas
axilas das folhas no período da primavera e no verão. As flores masculinas são
pequenas (0,8 a 1,8 cm de comprimento) e encontram-se reunidas em cachos de três a
cinco flores; as femininas são maiores (1,5 a 2,5 cm de comprimento) e solitárias; as
hermafroditas, que são raras, surgem sempre associadas às flores masculinas. No
entanto, o caquizeiro pode, em alguns casos, ser considerado uma planta dióica
(produzem apenas flores masculinas ou femininas) e em outros casos monóicas (flores
de ambos os sexos).
Quanto à frutificação, algumas variedades possuem tendência de produção de
frutos partenocárpicos, ou seja, sem sementes. Os frutos do caquizeiro são de formatos
esféricos, levemente achatados, podendo ser de coloração amarelo-claro, amarelo-
escuro, laranja, vermelho, roxo-claro ou roxo-escuro. A polpa é viscosa de coloração
vermelho-alaranjada. As sementes, quando existentes, são achatadas e de coloração
castanha.
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4 CLIMA

É uma planta tipicamente de clima subtropical, com ampla adaptação a


diferentes regiões, podendo ser cultivado em regiões de clima temperado e tropical.
A precipitação anual da região deve variar entre 1000 a 1500 mm, sendo o
excesso de chuvas prejudicial para a planta.
Os ventos muito fortes prejudicam sua frutificação, devendo instalar quebra-
ventos para diminuir os danos, como espécies de eucalipto, grevílea, bananeira e capim
napier, realizando o tutoramento no plantio das mudas.

5 SOLO

O caquizeiro se desenvolve bem nos vários tipos de solo, desde que tenham boa
permeabilidade, drenagem e sejam bem profundos. Em solos arenosos, os frutos são
mais coloridos e doces, porém em solos mais argilosos, o desenvolvimento dos ramos
e frutos são maiores. Sendo assim, o ideal é o cultivo em solos areno-argilosos.

6 VARIEDADES

São muitas as variedades e os tipos de caquis existentes. Basicamente são


cultivados, no Brasil, três tipos de caqui: taninosos ou Shibugaki, não taninosos ou
Amagaki e variáveis.
A classificação das variedades de caqui é feita pela expressão do sexo e pela
adstringência do fruto até a colheita. Em relação à adstringência da polpa nas
variedades pertencentes ao grupo Shibugaki, a polpa é muito adstringente quando
verdes. Naquelas do grupo Variável, os frutos sem sementes são adstringentes,
enquanto aqueles com sementes podem exibir menor adstringência quanto maior o
número de sementes. Isso se deve ao fato das sementes maduras liberarem
substâncias (fenóis) que insolubilizam o tanino que é responsável pela adstringência,
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proporcionando a cor parda à polpa (Chocolate). Aqueles do grupo Amagaki, também


chamados de caquis doce, não apresentam adstringência.

Figura 1 – Caqui chocolate.

Figura 2 - Detalhe do caqui Shibugaki e Variável.


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6.1 Taninosos ou Shibugaki

São de coloração amarela quando maduros, podendo ou não ter sementes.

a) ‘Pomelo’ (IAC 6-22)

Esta é a variedade de maturação mais precoce. As plantas são vigorosas e


bastante produtivas e, apesar de possuir grande quantidade de flores masculinas, não
se presta como variedade polinizadora em razão da época em que ocorre sua florada.
Os frutos são grandes (160 g) e globulosos, com sabor agradável, apresentando o
inconveniente de possuírem muitas sementes.

b) ‘Rubi’ (IAC 8-4)

Esta é uma variedade precoce, bastante vigorosa e produtiva. Os frutos são de


tamanho médio (140 g) e de formato globuloso-achatados, com bom aspecto, excelente
sabor e sem sementes.

c) ‘Taubaté’

Essa é a variedade mais cultivada no Estado de São Paulo, porém está sendo
substituída pelo ‘Rama Forte’. Suas plantas são vigorosas e bastantes produtivas. Os
frutos são grandes (180 g), globulosos e de boa aparência. Apresentam o inconveniente
de quebrar os galhos facilmente perto da maturação, necessitando de escoramento,
tendência do rachamento da película do fruto e o defeito de amolecerem rapidamente
após a destanização. Podem ser utilizados para a produção de passas pelo
processamento industrial.

6.2 Não Taninosos ou Amagaki


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São os caquis doces ou não taninosos, de polpa firme e mais amarelos quando
maduros, podendo ou não terem sementes.

a) ‘Fuyu’

Esta é a variedade doce mais cultivada e a variedade mais importante, sendo o


caqui mais requisitado para a exportação. Suas plantas são de porte médio, com boa
produção, exigentes de clima ameno e tratos culturais específicos, para uma frutificação
regular e com qualidade superior. Esta variedade necessita de plantas polinizadoras,
ocorrendo queda de flores quando localizadas distantes das plantas polinizadoras. Os
frutos são grandes, globulosos-achatados, com polpa crocante, excelente qualidade e
boa conservação.

Figura 3 - Detalhe do caqui ‘Fuyu’.


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b) ‘Girô’

As plantas são de porte médio, com produção um pouco inferior as demais


variedades doces e bastante exigentes de tratos culturais adequados e clima ameno,
sem os quais não frutificam adequadamente. Seus frutos são grandes (180 g),
achatados, com polpa firme e saborosa.

c) ‘Fuyuhana’ (IAC 152-7)

Esta é a variedade mais recente dispostas para os caquicultores. As plantas


desta variedade são bastante produtivas, vigorosas e perfeitamente adaptadas às
condições da região Sul do Estado de Minas Gerais e São Paulo. Os frutos são de
tamanho médio (130 g), globuloso, firme e de sabor bastante agradável.

6.3 Variáveis

São os caquis que podem ser tanto ter polpa amarela e não possuir sementes
nem tanino, como ter polpa escura e possuir sementes e tanino.

a) ‘Kaoru’ (IAC 13-6)

As plantas são vigorosas e produtivas. Os frutos são grandes (180 g) e


globulosos, de sabor agradável e firme quando destanizados.

b) ‘Guiombo’

O caqui ‘Guiombo’ é conhecido popularmente como caqui chocolate. As plantas


desta variedade são bastante vigorosas e extremamente produtivas, de maturação
tardia e necessita de raleio dos frutos para a produção de frutos maiores. Os frutos são
de tamanho médio (140 g), formado oval e com polpa crocante, permanecendo firmes
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quando destanizados. Esta variedade pode ser utilizada para a produção de caqui-
passa.

Figura 4 - Detalhe do caqui ‘Guiombo’.

c) ‘Rama Forte’

Esta é uma variedade de caqui que vêm se expandindo bastante na região


Sudeste. A planta é vigorosa e bastante produtiva. Os frutos são de tamanho médio
(130 g), achatado, com polpa mole, taninosos na maioria das vezes, de sabor bastante
agradável e bem consistente, mesmo após o processo de destanização.
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Figura 5 - Detalhe do caqui ‘Rama Forte’.


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7 PROPAGAÇÃO

O método de propagação usual utilizado para a cultura do caqui é a enxertia, não


sendo viável a formação de caquizais através da utilização de mudas provenientes de
sementes ou estacas.

7.1 Porta-enxertos

São basicamente utilizadas duas espécies de caquis como porta-enxerto:

a) Caqui comum (Diospyrus kaki)

Este porta-enxerto é utilizado através da retirada de sementes das próprias


variedades comerciais. Apresentam sistema radicular pivotante, com poucas raízes
secundárias e, em razão desta estrutura radicular, se adaptam melhor aos terrenos
mais profundos e bem drenados, não tolerando solos rasos e úmidos.

b) Caqui americano (Diospyrus virginiana)

O caqui americano possui sistema radicular fasciculado, acomodando-se melhor


em solos rasos e úmidos, não sendo ideal utilizá-los em solos secos. Apresentam o
inconveniente de perfilharem muito. As mudas enxertadas sobre este porta-enxerto são
geralmente desuniformes em tamanho e vigor.

7.2 Formação da Muda

As sementes para a obtenção dos porta-enxertos devem ser colhidas de frutos


maduros, lavadas em água corrente para extração da muscilagem que as envolvem e
secas à sombra por 48 horas. De preferência, estas devem ser colocadas em seguida
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para germinarem ou armazenadas em local bem fresco até por duas semanas ou em
geladeira por até 4 meses.
A semeadura pode ser feita em canteiros bem preparados, com bastante matéria
orgânica e bem drenados, sendo dispostas em sulcos rasos (2 cm de profundidade), no
espaçamento de 20 x 2 cm, sendo regadas diariamente. Uma outra alternativa é a
semeadura diretamente em sacos plásticos de capacidade de 5 litros, colocando-se 2
sementes por recipiente, realizando-se o desbaste após a semeadura, deixando-se
apenas a planta mais vigorosa, permanecendo a muda até o momento de enxertia.
Deve-se utilizar substrato formado de uma parte de terra de barranco, uma de areia e
uma de matéria orgânica (esterco de curral curtido ou esterco de aviário), 1:1:1 v/v.
A enxertia é realizada quando o porta-enxerto estiver com um ano de idade,
preferencialmente nos meses de julho a agosto, utilizando-se a enxertia de garfagem
tipo fenda cheia ou borbulhia em janela aberta.

7.2.1 Enxertia de garfagem tipo fenda cheia

Para a realização da enxertia de garfagem tipo fenda cheia, deve-se utilizar


porta-enxertos com diâmetro superior a 1 cm, 15 cm acima da região do colo da planta.
Os garfos deve ser removidos de plantas vigorosas, tendo um ano de idade e
com 2 a 3 gemas, medindo-se em seguida o diâmetro do garfo com o do porta-enxerto,
na região de enxertia, devendo estes apresentarem mesmo diâmetro. Posteriormente,
decapitasse a região acima do local de enxertia no porta-enxerto e realiza-se um corte
reto no centro do porta-enxerto. Realiza-se dois cortes em bisel no garfo, em ambas as
faces, unindo-se o garfo com o porta-enxerto. Em seguida, realiza-se amarrio na região
de enxertia com fita plástica, cubrindo-se o enxerto com um saquinho plástico, para
evitar a dessecação e aumentar o pegamento.
As brotações que surgirem no porta-enxerto deverão ser eliminadas,
permanecendo no viveiro por mais 5 a 6 meses, sendo assim levadas para o local
definitivo.
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7.2.2 Enxertia borbulhia em janela aberta

Na realização da enxertia borbulhia em janela aberta, também se deve utilizar


porta-enxertos com diâmetro superior a 1 cm, 15 cm acima da região do colo.
Na região de enxertia, deve-se fazer uma abertura quadrada, superficialmente,
igual a uma janela. Retira-se do ramo da variedade copa, em volta de uma gema, um
quadrado igual à janela retirada do porta-enxerto, de mesmo diâmetro, colocando-se
posteriormente no corte realizado no porta-enxerto. Em seguida, realiza-se o amarrio na
região de enxertia com fita plástica, evitando-se passar a fita em cima da gema do
enxerto, decaptando-se o porta-enxerto 10 cm acima da enxertia, cubrindo-se
posteriormente o enxerto com um saquinho plástico, para evitar a desidratação e
aumentar o pegamento do enxerto.
Como descrito no método de enxertia de garfagem tipo fenda cheia, as brotações
que surgirem no porta-enxerto deverão ser eliminadas. Após o pegamento do enxerto,
corta-se o restante do porta-enxerto acima do enxerto, permanecendo a muda no
viveiro por mais 5 a 6 meses, sendo assim levadas para o local definitivo.
Caso seja feita a opção pela aquisição de mudas já formadas, sempre dar
preferência para viveiristas idôneos certificados, observando criteriosamente a
qualidade fitossanitária da muda.
Outros pontos cruciais no momento da aquisição da muda é quanto o tipo de
porta-enxerto utilizado, as condições climáticas do local de plantio, para assim optar por
variedades que se adaptem ao local e escolha de variedades em relação a aspectos
relacionados com a floração, verificando a necessidade do plantio de variedades
polinizadoras. Um outro aspecto a ser pensado antes da aquisição das mudas é sobre
o destino final da produção, se será comercializada como fruta fresca ou processada.

8 PREPARO DA ÁREA E PLANTIO

8.1 Preparo do Solo


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Após a definição do lugar de implantação do pomar, com base nos fatores


climáticos e na potencialidade da região para a caquicultura, a fase seguinte é o
preparo do solo.
As atividades de preparo do solo consistem na destoca, roçagem e enleiramento
do mato. Essas operações devem ser realizadas 5 a 6 meses antes do plantio. Em
seguida, deve ser realizada uma análise do solo, devendo-se retirar amostras nas
profundidades de 0 a 20 cm e amostras nas camadas de 20 a 40 cm, separadamente,
realizando-se uma análise para cada camada. A partir dos resultados, é possível
concluir sobre as necessidades da aplicação de corretivos (calagem e fosfatagem) e
fertilizantes.
Depois de realizada a análise do solo, realiza-se a aração 4 meses antes do
plantio, aplicando-se metade da quantidade de calcário necessário, em área total e
após 1 mês realiza-se a gradagem, aplicando-se junto a outra metade da quantidade de
calcário necessária. A aplicação de calcário deve elevar-se a saturação de bases a
70%.

8.2 Marcação das Covas e Espaçamento

As covas devem ser marcadas de acordo com a declividade do terreno,


procurando nivelá-las com certos cuidados, para assim não se obter um pomar
desuniforme e que dificulte os tratos culturais.
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Figura 6 - Marcação em nível.

O espaçamento de plantio varia em função da variedade a ser cultivada. Para as


variáveis do tipo taninoso e variável, cujas plantas são mais vigorosas, os
espaçamentos mais utilizados são 8 x 7 m (178 plantas/ha), 7 x 7 m (204 plantas/ha) e
7 x 6 m (238 plantas/ha). Já para as variedades do tipo não taninosos, cujas copas são
menos vigorosas, os espaçamentos mais utilizados são os de 7 x 6 m (238 plantas/ha),
6 x 6 m (277 plantas/ha) e 6 x 5 m (333 plantas/ha).

8.3 Abertura e Adubação das Covas

As covas devem ser preparadas 2 meses antes do plantio, com dimensões de 60


x 60 x 60 cm. Cada cova deve receber 20 litros de esterco de curral curtido ou 5 litros
de esterco de aviário curtido, 1 Kg de calcário dolomítico, 300 g de superfosfato simples
e 50 g de micronutrientes (FTE ou Fritas). Em geral, inverte-se as camadas do solo da
superfície (camada 1) e do fundo da cova (camada 2), aplicando-se metade do calcário
dolomítico com esterco de curral na camada 1 e a outra metade com os fertilizantes na
camada 2. Todos esses insumos devem ser bem misturados. Posteriormente, coloca-se
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primeiro a camada 1 e depois a camada 2, colocando-se uma estaca de bambu para


mascar a cova.

Figura 7 - Abertura, adubação e inversão das camadas da cova.

8.4 Plantio

O plantio do caqui para mudas tipo “raiz nua” deve ser realizado no período de
inverno e para as mudas “envasadas”, o plantio deve ser realizado no início da época
chuvosa. O plantio deve ser realizado nas horas mais frescas do dia ou em dias
nublados, com o solo bem úmido.
Deve-se usar régua de plantio para um bom alinhamento, ajustando-se a muda
na cova de modo que o colo da planta fique ligeiramente acima do nível do solo (5 cm).
Após o plantio, fazer uma “bacia” em torno da muda, com distância de 50 cm do tronco
e a seguir regar com abundância. Até que se inicie as chuvas, as regas deverão ser
repetidas com freqüência, para assegurar um bom pagamento da muda.
Recomenda-se utilizar cobertura morta como capim seco (sem sementes) ou
com palha, para reter a umidade do solo. Sessenta dias após plantio, recomenda-se
aplicar 150 g de sulfato de amônio/planta, repetindo-se essa operação após mais três
vezes, a cada dois meses.
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9 TRATOS CULTURAIS

9.1 Podas

9.1.1 Poda de Formação

A poda de formação tem a finalidade de formar o esqueleto básico da planta,


capaz de suportar elevadas cargas.
A muda é plantada em haste única, deixando no primeiro ano desenvolver-se
três ou quatro pernadas, radialmente e bem dispostas no tronco, distantes entre si de
10 a 15 cm, a partir de 50 cm do solo, eliminando-se os demais ramos rentes ao tronco.
No inverno seguinte, um ano após o plantio, essas pernadas são encurtadas a
30 cm, a fim de permitir a ramificações de brotações vigorosas, formando-se assim a
estrutura tipo “taça”. Em seguida, os ramos devem ser arqueados, amarrando-se uma
corda em uma estaca fincada no chão (inclinada 45º) e no ramo, puxando-se este com
cuidado até inclina-lo por 30º, lembrando-se de sempre colocar um pedaço de borracha
no local onde passará a corda no ramo, para assim evitar feridas na planta. Os ramos
devem ficar arqueados por 4 meses, eliminando-se todas as brotações que surgirem,
deixando-se apenas as brotações das extremidades, para assim futuramente se ter
uma copa baixa, o que facilita os tratos culturais e a colheita.

9.1.2 Poda de Inverno

As plantas devem ser podadas ao final do inverno, no período que saírem da


dormência, um pouco antes de iniciar o surgimento das brotações. A poda de
encurtamento dos ramos deve ser evitada nas plantas adultas, uma vez que a
frutificação ocorre sempre nos ramos do ano e os frutos se originam nas gemas
terminais dos ramos do ano anterior. O ponto mais importante da poda anual é
reconhecer as duas ou três gemas localizadas na extremidade dos ramos ao final da
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estação hibernal, que contem as gemas florais. Caso não seja feita a poda anual em
plantas adultas de caquizeiro, o excesso de ramos, que ocasionalmente irão promover
excesso de frutificação, promoverá quebra de galhos, resultando em prejuízos na
produção e arquitetura da planta.
Assim, a poda das plantas adultas deve se constituir num raleio de ramos,
devendo eliminar o excesso dos ramos, os ramos mal localizados, doentes e secos, os
quais são eliminados pela base. Vale ressaltar que nenhuma frutificação irá ocorrer
caso seja feita uma poda drástica e também podas muito severas, que podem reduzir a
frutificação, devido ao forçamento de um crescimento vegetativo excessivo.
Os frutos tendem a cair da planta precocemente se não receberem insolação
suficiente. Isso é importante para conduzir a planta ao longo das podas hibernais,
promovendo a formação de uma arquitetura de copa adequada, bem aberta e baixa, o
que também facilitará os tratos culturais e a colheita.
Desbrotas periódicas devem ser realizadas, pelo menos duas durante o ano,
eliminando-se os brotos em excesso.
Vale ressaltar que sempre após a realização da poda, deve-se pincelar o local
podado com pasta bordaleza, para assim evitar-se a contaminação da planta por
doenças e pragas.

9.2 Adubação

A correção do solo e a adubação adequada são fatores fundamentais para obter


qualidade, produtividade e frutas sadias, com boa conservação em pós-colheita. Para
que as aplicações de fertilizantes e corretivos atinjam esses objetivos, deve ser
considerado o máximo de informações sobre as condições de solo e da cultura.
Para adubar corretamente o pomar, é indispensável fazer as análises de solo e
foliar, as quais permitem conhecer as disponibilidades dos nutrientes no solo e o estado
nutricional da planta, devendo ser realizadas, preferencialmente, no mês de agosto.
Para a amostragem de solo, coletar a amostra de solo na camada de 0-20 cm,
na faixa da projeção da copa. Já para a análise foliar, deve-se coletar folhas recém-
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maduras, ou totalmente expandidas, recolhendo-se amostras de 25 plantas/talhão,


sendo 4 folhas/planta. O material coletado deve ser seco à sombra e transportado em
saco de papel. É recomendado um intervalo de 15 dias entre a pulverização foliar com
nutrientes e a coleta de amostras.

9.2.1 Adubação de formação e Adubação de produção

Nos primeiros cinco anos após o plantio, as adubações são realizadas em função
da idade da planta. A recomendação de adubação de formação para as plantas de
caquizeiro encontra-se na Tabela abaixo, devendo ser seguida à análise do solo,
correlacionando a mesma com a idade da planta.

Tabela 1. Quantidades anuais de nutrientes a serem fornecidos, por planta, de acordo com a análise do
solo e idade da planta.

Idade N P resina (mg/dm3) K+ trocável (mmolc/dm3)


0-12 13-30 > 30 0-1,5 1,6-3,0 > 3,0
Anos g/planta P2O5, g/planta K2O, g/planta
1-2 50 60 40 20 60 40 20
2-3 100 120 80 40 120 80 40
3-4 150 180 120 60 180 120 60
4-5 200 240 160 80 240 160 80
Fonte: Raij et al. (1996).

A partir do 6º ano após o plantio, as adubações são realizadas em função da


produtividade esperada, devendo ser seguida a Tabela abaixo.
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Tabela 2. Quantidades anuais de nutrientes a serem fornecidos, por área, de acordo com a análise do
solo e produtividade esperada.

Produtividade N P resina (mg/dm3) K+ trocável (mmolc/dm3)


esperada 0-12 13-30 > 30 0-1,5 1,6-3,0 > 3,0
ton/ha g/planta P2O5, Kg/ha K2O, Kg/ha
< 12 100 60 40 20 70 50 30
12-20 150 90 60 30 110 70 40
> 20 200 120 80 40 140 90 50
Fonte: Raij et al. (1996).

Após a colheita, recomenda-se distribuir 5 Kg de esterco de aviário curtido ou 15


Kg de esterco de curral curtido por planta, em coroa larga, acompanhando a projeção
da copa. As adubações com fósforo e potássio devem ser realizadas no final do período
hibernal, na dosagem anual. Porém, a adubação nitrogenada deve ser realizada no
início das brotações, dividindo a dosagem anual em 4 aplicações de 2 em 2 meses,
também na projeção da copa.

9.2.2 Adubação de pomares caseiros

Caso se tenha na propriedade apenas algumas plantas de caquizeiro, somente


para consumo interno, pode-se realizar a recomendação de adubação para pomares
caseiros de caquizeiro, segundo a recomendação da CATI (Coordenadoria de
Assistência Técnica Integral, do Estado de São Paulo).
Recomenda-se fazer uma mistura contendo 45 Kg de Nitrocálcio, 20 Kg de
Termofosfato com Boro e Zinco (Yorin Master) e 35 Kg de Cloreto de Potássio –
Fórmula 9 : 3,6 : 21. A quantidade a ser aplicada por ano/planta é em função da
produção, ou seja, quilos de frutos produzidos/planta vezes o fator de correção 0,04.

Exemplo: Quantidade produzida por planta: 100 Kg.


100 Kg x 0,04 = 4 Kg da mistura/ano/planta
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As adubações devem ser realizadas preferencialmente com solo úmido,


procurando parcelar a dosagem recomendada de cada adubo em 4 aplicações bem
distribuídas. Do plantio até o primeiro ao terceiro ano pós-plantio, recomenda-se aplicar
os fertilizantes ao redor da coroa, em toda a volta da planta, num raio de
aproximadamente 0,5 m. A partir do quarto ano, recomenda-se aplicar os adubos na
projeção da copa.
Recomenda-se o fornecimento de matéria orgânica para o caquizeiro, na ordem
de 10 Kg de esterco de aviário curtido ou 18 litros de esterco de curral curtido por
planta/ano, fornecidos após a colheita e distribuídos na projeção da copa.

Figura 8 - Local onde deve ser feita a adubação na planta de caquizeiro.


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9.3 Escoramento dos Ramos

Tem o objetivo de promover o suporte de elevadas cargas de frutos em plantas


adultas, para que suportem o peso dos frutos, evitando a quebra dos galhos mais
abertos e carregados. Deve ser realizado quando os frutos encontram-se ainda de
pequeno tamanho.
As escoras são fixadas no chão e, de preferência, na extremidade superior
devem ter uma forquilha, onde se apoiará o ramo a ser sustentado. Também pode ser
utilizado o escoramento por braçadeiras, onde os ramos mais fracos são sustentados
pelos mais fortes, por meio de arames.

9.4 Raleio dos Frutos

Após a queda natural dos frutos, se necessário, se faz a raleação dos frutos, que
tem o objetivo de melhorar a qualidade dos frutos remanescentes, propiciando assim a
formação de frutos maiores, mais vigorosos e com maior aceitação pelos
consumidores.
Deve-se eliminar os frutos menores, doentes, mal localizados (voltados para
cima), evitando assim a queima pelo sol. Os frutos devem ficar bem distanciados para
que não toquem um no outro quando atingirem o tamanho máximo.

9.5 Controle de Plantas Daninhas

Recomenda-se manter sob controle o mato no pomar, visando facilitar a colheita


e os tratos fitossanitários, além de evitar a concorrência por água, nutrientes e luz com
a cultura.
O controle das plantas daninhas pode ser feito com roçadeira nas entrelinhas de
plantio na época das chuvas. Na projeção da copa deve-se utilizar herbicidas, sendo
uma boa opção para a cultura. Caso não queira utilizar herbicida, as plantas devem ser
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“coroadas” com enxada, evitando-se cortar o tronco da planta e danificar as raízes, o


que pode favorecer a contaminação por patógenos.

10 CULTURAS INTERCALARES

Para reduzir os custos de implantação do pomar durante os primeiros anos,


pode-se plantar culturas intercalares de pequeno porte nas entrelinhas dos caquizeiros,
distantes de 1,5-2 m da linha de plantio. Essas culturas, no entanto, deverão ser
convenientemente adubadas, a fim que a concorrência seja reduzida ao mínimo.
Uma boa opção é o uso de leguminosas (feijão ‘carioca’, feijão de porco,
leucena, crotalaria e soja), pelo fato destas plantas fixarem nitrogênio atmosférico,
contribuindo para a redução dos adubos nitrogenados, normalmente fornecidos via
solo; ou outras culturas como abacaxi, amendoim, batata doce, mandioca e milho.
A partir do quinto ano, as culturas intercalares deverão ser suspensas, a fim de
não concorrerem com os caquizeiros.

11 IRRIGAÇÃO

O uso da irrigação tem se intensificado nos últimos anos. Esta prática aumenta a
produção e melhora a qualidade dos frutos. Os sistemas de irrigação mais utilizados
são os de aspersão e localizada (gotejamento e microaspersão), que aplica água, em
geral, abaixo da copa da planta, evitando assim o aparecimento de doenças na planta.
Sulcos e bacias de inundação temporária são outros métodos que podem ser utilizados.

12 QUEBRA DE DORMÊNCIA

Esta prática tem como objetivo permitir que a planta saia do período de
dormência ocasionado no período frio do ano (inverno). Deve-se pulverizar a planta
com Dormex (cianamida hidrogenada) a 2% mais 1% de óleo mineral, com
pulverizações dirigidas nas gemas produtivas e não nas gemas vegetativas, pois senão
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os ramos vegetativos brotarão antes dos ramos produtivos, podendo atrasar ainda mais
a produção.
A quebra de dormência deverá ser realizada prevendo-se que por volta dos 30
dias após o tratamento, ocorrerá o início da brotação, sendo uma prática inadequada
em regiões com riscos de geadas. A temperatura para a aplicação deverá estar por
volta de 18°C, não sendo eficiente o tratamento em temperaturas inferiores e sob
temperaturas altas, que provoca a queima das gemas.

13 DOENÇAS

13.1 Mancha das folhas (Cercospora kaki)

Esta é a principal doença que incide sobre as folhas do caquizeiro, se


caracterizando pelo aparecimento de lesões irregulares, de tamanho variado,
distribuídas por toda a folha. Esta doença é responsável pelo desfolhamento precoce
da planta, o que não é desejado por prejudicar a safra seguinte. O controle é feito
através do tratamento de inverno com calda sulfocálcica e, durante o período
vegetativo, através de pulverizações com fungicidas cúpricos.

13.2 Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides)

Esta doença atinge as folhas, ramos e frutos. Nas folhas, as lesões começam
sobre ou próximo às nervuras, na face inferior e geralmente a partir da ponta da folha,
promovendo o secamento da mesma. Já nos ramos, surgem manchas escuras e
deprimidas. Os maiores prejuízos são encontrados nos frutos, ocorrendo manchas
escuras e deprimidas, que podem atingir a polpa. O controle desta doença é feito
através do tratamento de inverno e da eliminação de ramos atacados durante o período
de repouso da planta, através de pulverizações com fungicidas cúpricos ou à base de
Mancozeb e Propineb.
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13.3 Galha da coroa (Agrobacterium tumefaciens)

É uma doença causada por uma bactéria que provoca o engrossamento do colo
e das raízes das plantas atacadas, dando um aspecto de galha. Aparece com maior
freqüência em viveiros de mudas e nos pomares plantados em terrenos úmidos e mal
drenados, sendo que as plantas atacadas mostram sintomas de murchamento. A única
medida de controle é a preventiva, utilizando mudas de qualidade e local de plantio bem
drenado.

13.4 Podridão das raízes (Rosellinia sp.)

Afetas as raízes do caquizeiro, surgindo com maior freqüência em pomares


instalados em terrenos recém desmatados ou muito ricos em matéria orgânica e
úmidos. As raízes atacadas apresentam-se escurecidas. Na copa da planta surgem
amarelecimentos das folhas, que secam lentamente, levando a morte da planta. É uma
doença de difícil controle, pois quando os sintomas se manifestam na copa da planta,
as raízes já foram todas atacadas.

14 PRAGAS

14.1 Mosca-das-frutas (Anastrepha spp. e Ceratitis capitata)

Estas moscas são as pragas que causam os maiores prejuízos na cultura do


caqui. O fruto atacado fica mole e apodrecido, apresentando geralmente uma mancha
circular marrom. O controle é realizado com a aplicação de iscas tóxicas, que consiste
em uma mistura composta por substância atrativa, proteína hidrolisada ou melaço, na
diluição de 5 e 10%, respectivamente e inseticida. Os inseticidas recomendados para
utilização em iscas tóxicas são: chlorpyriphos, deltamethrin, diazinon, dimetoato, ethion,
fenthion, parathion methyl e triclorfon.
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14.2 Lagarta do fruto (Hypocala andremona)

O inseto adulto é uma mariposa que faz a postura no cálice dos frutos. Após a
eclosão dos ovos, as lagartas de 35 mm de comprimento e coloração cinza-escuro com
estrias longitudinais amarelas, se alimentam do cálice do fruto, tornando-se imprestável
para a comercialização, de maturação irregular e sujeito ao ataque de podridões. O
controle deve ser realizado a partir da época de florescimento, quando se notar a
presença do inseto, através de pulverizações com inseticidas fosforados, como
malation, fention ou triclorfon.

14.3 Tripes (Heliothrips haemorrhoidalis)

É um inseto pequeno, de pouco mais de 1 mm de comprimento, de coloração


parda, com corpo estreito e asas franjadas. Ataca as folhas, provocando secamento e
posterior queda das mesmas. Nos frutos causam manchas que os inviabilizas
comercialmente. O controle deve ser realizado na época de florescimento, mais
especificamente quando começar a queda das pétalas, através de pulverizações com
inseticidas fosforados.

14.4 Cochonilha (Pseudococcus comstocki)

Inseto sugador com corpo coberto por secreção pulverulenta branca, mede cerca
de 3 mm de comprimento e 2 mm de largura. Ataca ramos e, principalmente, frutos, que
ficam depreciados para a comercialização. Nos ramos, o controle é feito através do
controle de inverno, por pulverizações com calda sulfocálcica ou inseticidas fosforados
associados com óleo mineral e nos frutos, com pulverizações com inseticidas
fosforados.

14.5 Besouro de Limeira (Leptaegeria sp.)


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O inseto adulto é um besouro de 7 a 10 mm de comprimento e coloração verde-


azulada brilhante, causando grande prejuízo à folhagem devido ao desfolhamento que
este causa. Normalmente, a ocorrência desta praga se dá nos meses de outubro a
fevereiro. Como medida de controle, deve-se pulverizar as plantas inseticidas
fosforados.

14.6 Lepidobroca (Leptaegeria sp.)

O inseto adulto é uma mariposa de coloração preta, com asas hialinas e cerca de
17 mm de envergadura. Suas lagartas apresentam coloração branco-amarelada e
quando completamente desenvolvidas, chegam a medir 30 mm de comprimento. Os
prejuízos advêm de galerias subcorticais que as lagartas constroem, podendo causar
secamento parcial ou total do caquizeiro. Os ramos atacados devem ser eliminados,
aplicando-se pastilhas de fosfina nas galerias.

14.7 Ácaro (Eriophyes diospyri)

Este ácaro mede cerca de 0,2 mm de comprimento, apresenta corpo afiliado e de


coloração esbranquiçada e, normalmente, vive debaixo do cálice dos frutos. O controle
pode ser realizado através de pulverizações com acaricidas específicos.

15 COLHEITA E DESTANIZAÇÃO

De um modo geral, uma planta inicia-se a produção por volta do terceiro ano de
idade, chegando a produzir cerca de 100 a 150 Kg de frutos por ano. A colheita dos
frutos deve ser realizada quando estes perdem a coloração esverdeada e adquirem
coloração amarelo-avermelhada, sendo a seguir transferidos para galpões onde serão
classificados e embalados.
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Figura 9 - Ponto de colheita do caquizeiro.

Todos os caquis do tipo shibugaki e os do tipo variável sem sementes


apresentam polpa taninosa, mesmo quando maduros e, em razão disto, uma vez
colhidos, precisam sofrer o processo de destanização para que seja eliminada a
adstringência, bastante desagradável ao paladar.
No caso de pequenas quantidades de frutos, o tratamento mais utilizado é a
aplicação de uma colher de chá de vinagre (ácido acético) ou álcool no cálice dos frutos
recém-colhidos e dispostos em tabuleiros ou bandejas. Após quatro dias a
adstringência é eliminada. Já no caso de culturas comerciais, o fruticultor deve estar
preparado para realizar a destanização em grandes quantidades de frutos, devendo
construir uma estufa ou câmara de maturação. As substâncias mais utilizadas na
destanização são o acetileno, monóxido de carbono resultante da combustão da
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serragem, vapores de álcool e etileno. Os caquis devem ser removidos após quatro
dias, chegando a ponto de maturação naturalmente.

16 CONSERVAÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO

Os caquis recém-colhidos podem ser armazenados em câmaras de


frigorificação. A conservação do caqui depende da variedade e do ponto de maturação,
devendo ser armazenados a temperaturas por volta de 5°C.
Os frutos são enviados para o mercado em diversos tipos de embalagens, sendo
mais utilizada a caixa tipo K, com capacidade 26 Kg de frutos, devendo ser dispostos
em camadas protegidas por um acolchoado de fita fina. Também pode ser utilizada a
meia caixa sem tampa, com capacidade de 12 Kg e que comporta 2 a 3 camadas de
frutos, separados da mesma forma que na caixa tipo K.
O caqui pode ser utilizado na industrialização, no preparo de passas de caqui,
que é um alimento muito nutritivo e de sabor bastante agradável e no preparo de
vinagre, obtendo-se cerca de 60 litros de vinagre para cada 100 Kg de caquis.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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de L. Propagação de plantas frutíferas de clima temperado. 2.ed. Pelotas:
UFPel, 1995. 178 p.

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1982. 385 p.

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produção. Guararema: CATI; Casa da Agricultura, s.d. a. 1v.

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