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AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS NA ANÁLISE ESTRUTURAL DE UM EDIFÍCIO

EM CONCRETO ARMADO1

Filipe Medeiros Avelino2


Vinicius Ricardo Ramos Gonzales3
Hérbete Hálamo Rodrigues Caetano Davi4

RESUMO

O constante avanço tecnológico das últimas décadas teve um papel importante


na engenharia de estruturas, influenciando diretamente a maneira com que os projetos
são concebidos nos dias atuais, proporcionando aspectos positivos como agilidade e
possibilidade de análise de diversas alternativas estruturais. Diante das diversas
possibilidades no arranjo dos elementos estruturais e de suas propriedades físicas e
geométricas, este trabalho tem como objetivo a realização da análise estrutural de um
edifício com estrutura em concreto armado, verificando os parâmetros de
deslocamento horizontal, coeficiente 𝛾𝑧 , peso de aço, volume de concreto e taxa de
armadura, a partir da concepção de um modelo inicial e de alterações realizadas no
posicionamento e na inércia dos pilares, bem como nas ligações dos vínculos viga-
pilar. O projeto modelo deste estudo de caso trata-se de um edifício residencial
multifamiliar composto por térreo, oito pavimentos tipo, cobertura e reservatório
superior, totalizando em 2.348,48m² de área construída. Foi utilizado o software de
dimensionamento estrutural Eberick 2018 para lançamento da estrutura e obtenção
dos resultados dos parâmetros analisados.

Palavras-chave: Concreto armado. Análise estrutural. Engenharia Civil.

1 Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título
de bacharel em Engenharia Civil.
2 Graduando em Engenharia Civil pela Universidade Potiguar - filipemedeiros.a@hotmail.com.
3 Graduando em Engenharia Civil pela Universidade Potiguar - vinicius.gonzales@gmail.com.
4 Professor, graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Campina Grande e mestre

em Engenharia Civil e Ambiental pela Universidade Federal de Campina Grande. (Orientador) -


herbete.davi@unp.br.
2

1 INTRODUÇÃO

Para a engenharia de estruturas a evolução dos computadores possibilitou o


desenvolvimento de softwares de dimensionamento estrutural capazes de processar
uma grande quantidade de cálculos em minutos, prevendo de forma estimada os
efeitos das ações sobre uma estrutura, com base nos carregamentos aplicados e nas
propriedades dos materiais, dentre outras variáveis intrínsecas ao projeto.
A utilização de softwares para elaboração de projetos estruturais permite a
aplicação de procedimentos sofisticados que consideram a interação entre os vários
elementos estruturais, formando um pórtico tridimensional capaz de resistir a ação
simultânea de cargas verticais e horizontais, que são impostas durante toda vida útil
da estrutura.
A análise estrutural, uma das principais etapas na elaboração de um projeto, é
a fase de idealização do comportamento da estrutura, onde, este comportamento
pode ser compreendido por diversos parâmetros como deformações, deslocamentos,
estabilidade global da estrutura com avaliação dos efeitos de primeira e segunda
ordem, dentre outros.
Este trabalho tem como objetivo avaliar as influências em uma estrutura de
concreto armado decorrentes de alterações no posicionamento dos pilares, na inércia
e nas ligações dos vínculos viga-pilar, analisando parâmetros como deslocamento
horizontal, coeficiente 𝛾𝑧 , consumo de aço e de concreto dos elementos, bem como a
taxa de armadura, diante ações verticais e horizontais aplicadas na estrutura
concebida.
Serão apresentados ainda, critérios relativos a etapa de concepção estrutural,
no que diz respeito a definição da classe de agressividade ambiental, classe do
concreto, relação água/ cimento em massa, além da determinação da ação do vento
e carregamentos que atuam sobre a estrutura modelo.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ANÁLISE ESTRUTURAL


3

Segundo a NBR 6118 (2014), o objetivo da análise estrutural é determinar os


efeitos das ações em uma estrutura, com a finalidade de efetuar verificações de
estados limites últimos e de serviço. A análise estrutural permite estabelecer as
distribuições de esforços internos, tensões, deformações e deslocamentos, em uma
parte ou em toda a estrutura, para isso, deve ser considerada a influência de todas as
ações que possam produzir efeitos significativos para a segurança da estrutura,
levando-se em conta os possíveis estados limites últimos e os de serviço.
“A análise estrutural deve ser feita a partir de um modelo estrutural adequado
ao objetivo da análise. Em um projeto pode ser necessário mais de um modelo para
realizar as verificações” (ABNT NBR 6118, 2014, p. 82).

2.2 MODELO ESTRUTURAL

“Para se realizar a análise de uma estrutura através de um software de


dimensionamento é necessário adotar um modelo estrutural” (KIMURA, 2007, p. 114).

Figura 1 - Modelo estrutural x Estrutura real


Fonte: Kimura, 2007

“O modelo deve representar a geometria dos elementos estruturais, os


carregamentos atuantes, as condições de contorno, as características e respostas dos
materiais, sempre em função do objetivo específico da análise” (ABNT NBR 6118,
2014, p. 82).

2.2.1 Grelha somente de vigas


4

O modelo de grelha somente de vigas é direcionado a análise estrutural de um


determinado pavimento, que leva em consideração a comunicação entre todas as
vigas, que são tratadas como barras, que possuem uma seção definida por sua
geometria e um dado material. Neste modelo as lajes são desconsideradas, suas
cargas direcionadas às vigas são calculadas por área de influência.

Figura 2 - Caminhamento das ações no modelo de grelha de vigas


Fonte: Kimura, 2007

Em cada interseção entre as barras é definido um nó que possui três graus


de liberdade (uma translação e duas rotações), possibilitando a obtenção dos
deslocamentos e esforços (força cortante, momento fletor e torsor), oriundos
da aplicação de ações verticais, em todas as vigas do pavimento, bem como
a carga nos pilares por meio das reações de apoio (KIMURA, 2007, p. 117).

2.2.2 Grelha de vigas e lajes

O modelo de grelha de vigas e lajes é composto por barras dispostas na


horizontal que substituem as lajes e vigas do pavimento, formando assim uma grelha
sobre apoios simples.

Cada painel de laje é subdividido em diversos alinhamentos de barras,


usualmente posicionadas nas direções principal e secundária. Essa
subdivisão, também chamada discretização, faz com que cada barra
represente um trecho da laje. A distribuição dos esforços nas lajes e vigas é
feita automaticamente em cada nó da grelha, de acordo com a rigidez. Com
a utilização deste modelo não é possível analisar os efeitos das ações
horizontais na estrutura (KIMURA, 2007, p. 119).
5

Figura 3 - Discretização do pavimento


Fonte: Kimura, 2007

2.2.3 Pórtico Plano

Segundo Kimura (2007), este modelo é direcionado para análise do


comportamento global de um edifício num todo, e não somente para um único
pavimento, podendo admitir a aplicação de ações verticais e horizontais. Uma parte
da estrutura é analisada por barras dispostas em um mesmo plano vertical,
representando o conjunto de vigas e pilares de um mesmo alinhamento, onde cada
nó entre os elementos lineares possui três graus de liberdade, o que possibilita a
obtenção dos deslocamentos e esforços cortantes, momentos fletores e torsores, em
todas as vigas e pilares. As lajes não entram neste modelo.
Para FABRIZZI (2007), os pórticos planos são considerados uma boa solução
para edifícios de pequeno porte, que não possuem obrigatoriedade de elevadores, o
que inviabiliza utilizar modelos de análise que associarão os pórticos formados por
vigas e pilares ao núcleo de rigidez geralmente presentes nas caixas de elevadores e
escada.

Figura 4 - Modelo de pórtico plano


Fonte: Kimura, 2007
6

2.2.4 Pórtico espacial

“Consiste num modelo tridimensional composto por barras que representam


todos os pilares e vigas presentes num edifício, possibilitando uma avaliação bastante
completa e eficiente do comportamento global da estrutura” (KIMURA, 2007, p. 122).

Figura 5 - Modelo de pórtico espacial (tridimensional)


Fonte: Kimura, 2007

“Por se tratar de um modelo espacial, cada nó entre os elementos lineares


possui seis graus de liberdade: três translações (nas direções x, y e z) e três rotações
(em torno dos eixos x, y e z)” (BARBOZA, 2008, p. 108).

Figura 6 - Graus de liberdade de um nó no modelo pórtico espacial


Fonte: Kimura, 2007

De acordo com Fontes (2005), o modelo pórtico espacial é o mais completo


para a análise estrutural, por ter capacidade de determinar os momentos fletores,
torsores, esforços cortantes e normais, de todos os elementos. Afirma que seu uso é
adequado para a análise dos carregamentos verticais e horizontais, com aplicação
7

das forças em qualquer direção. A análise considera rotações devidas à torção, que
podem interferir nos esforços solicitantes finais.

2.3 MÉTODOS DE ANÁLISE ESTRUTURAL

Além da escolha do modelo para realização da análise estrutural de um projeto


é necessário definir qual ou quais métodos de análise serão utilizados na verificação
dos esforços.
Os métodos se diferenciam pelo comportamento dos materiais admitidos nos
elementos que constituem a estrutura. Esse comportamento reflete as deformações
causadas na estrutura devido os carregamentos, de acordo com a escolha do método.
A NBR 6118 (2014) caracteriza cinco tipos de análise para as estruturas de
concreto armado, sendo:

• Análise linear;
• Análise linear com redistribuição;
• Análise plástica;
• Análise não-linear;
• Análise através de modelos físicos.

A seguir, comenta-se os métodos de análise linear e análise não-linear.

2.3.1 Análise linear

Na análise linear os materiais admitem comportamento elástico-linear, isto é,


considera-se propriedade linear ao material, onde a deformação é proporcional a
intensidade da ação exercida na estrutura. No concreto esta consideração só é válida
até determinada força, onde, após esta, a relação de proporcionalidade não é mais
válida, saindo do regime linear.
8

Figura 7 - Comportamento linear


Fonte: Kimura, 2007

2.3.2 Análise não-linear

“Numa análise não-linear, a resposta da estrutura tem um comportamento


desproporcional ao acréscimo de cargas” (KIMURA, 2007, p. 461).

O comportamento não-linear ocorre por basicamente dois fatores, seja pela


alteração das propriedades dos materiais onde se denomina de não-linearidade física
(NLF), ou devido a alteração na geometria da estrutura, denominado de não-
linearidade geométrica (NLG).

Figura 8 - Comportamento não-linear


Fonte: Kimura, 2007

2.3.2.1 Não-linearidade física (NLF)

A não-linearidade física do concreto armado está relacionada ao


comportamento não-linear entre as tensões e deformações dos materiais constituintes
(agregado, cimento, água, aditivo e aço), desenvolvendo-se a partir da fissuração,
9

deformação plástica dos materiais (concreto e aço), escoamento da armadura,


fluência do concreto, entre outros.
“A sua consideração envolve a determinação da rigidez de cada elemento
estrutural, para cada seção transversal com variação da quantidade e da disposição
da armadura, e do grau de solicitação” (FONTES, 2005, p. 39).

b) não fissurado a) fissurado

Figura 9 - Redução da rigidez devido fissuração


Fonte: Kimura, 2007

A NBR 6118 (2014) permite considerar a NLF das estruturas de concreto


armado através da redução simplificada da rigidez de um elemento, adotando-se os
seguintes valores:

• Lajes: (𝐸𝐼)𝑠𝑒𝑐 = 0,3𝐸𝑐𝑖 𝐼𝑐


• Vigas: (𝐸𝐼)𝑠𝑒𝑐 = 0,4𝐸𝑐𝑖 𝐼𝑐 para 𝐴𝑠 ’ ≠ 𝐴𝑠 e
(𝐸𝐼)𝑠𝑒𝑐 = 0,5𝐸𝑐𝑖 𝐼𝑐 para 𝐴𝑠 ’ = 𝐴𝑠
• Pilares: (𝐸𝐼)𝑠𝑒𝑐 = 0,8𝐸𝑐𝑖 𝐼𝑐

Onde:
EI = Rigidez;
Eci = módulo de elasticidade ou módulo de deformação tangente inicial do
concreto;
Ic = Momento de inércia da seção de concreto;
As = área da seção transversal da armadura longitudinal de tração;
As’ = área da seção transversal da armadura longitudinal de compressão.
10

2.3.2.2 Não-linearidade geométrica (NLG)

“Quando se menciona a não-linearidade geométrica, está sendo considerada


aquela causada pela mudança da geometria da estrutura, ou seja, mudança de
posição da estrutura no espaço” (PINTO, 1997 apud MOCANYO, 2011, p.27).

No projeto de edifícios altos deve-se estar atento ao problema da NLG


quando a estrutura é solicitada simultaneamente pelo carregamento vertical
e pelas ações horizontais. Isso porque, o carregamento vertical agindo na
estrutura deslocada pode ocasionar o aparecimento de acréscimos de
esforços capazes de conduzi-la ao colapso (PINTO; RAMALHO, 2002, p.
183).

Figura 10 - Não-linearidade geométrica devido os efeitos de 2ªordem


Fonte: Kimura, 2007

2.4 ESTRUTURAS DE NÓS FIXOS E DE NÓS MÓVEIS

Segundo a NBR 6118 (2014), as estruturas consideradas de nós fixos são


aquelas onde os deslocamentos horizontais dos nós de ligação dos elementos são
pequenos, para isto, os efeitos globais de 2ª ordem da estrutura não devem
ultrapassar 10% dos esforços de 1ª ordem, podendo ser desprezados, levando em
consideração apenas os efeitos locais e localizados de 2ª ordem.
Já as estruturas classificadas como de nós móveis, são aquelas onde os
deslocamentos horizontais nos nós de ligação dos elementos são superiores a 10%
dos esforços de 1ª ordem. Nessas condições os efeitos globais de 2ª ordem devem
ser considerados na estrutura, além dos locais e localizados.
11

Figura 11 - Estrutura de nós móveis e de nós fixos


Fonte: Martins, 2008

Para efeitos de classificação da estrutura e verificação da possibilidade de


dispensa dos esforços globais de 2ª ordem, o parâmetro de instabilidade α e o
coeficiente 𝛾𝑧 podem ser utilizados sem que haja necessidade de se realizar muitos
cálculos.

2.5 COEFICIENTE GAMA-Z (𝛾𝑧 )

“O coeficiente 𝛾𝑧 é um parâmetro que avalia, de forma simples e bastante


eficiente, a estabilidade global de um edifício com estrutura de concreto armado”
(MONCAYO, 2011, p.32).
A utilização do coeficiente 𝛾𝑧 é válida para estruturas de no mínimo quatro
andares, podendo ser determinada a partir de resultados de uma análise linear de 1ª
ordem, considerando a não linearidade física de maneira aproximada, adotando os
valores de rigidez citados no subitem 2.3.2.1.
O valor do 𝛾𝑧 é obtido através da equação:

1
𝛾𝑧 = ∆𝑀𝑡𝑜𝑡,𝑑 eq.1
1− 𝑀1,𝑡𝑜𝑡,𝑑

Onde:
𝑀1, 𝑡𝑜𝑡, 𝑑 = momento de tombamento, ou seja, a soma dos momentos de todas
as forças horizontais da combinação considerada, com seus valores de cálculo, em
relação à base da estrutura;
12

∆𝑀𝑡𝑜𝑡, 𝑑 = soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na


estrutura, na combinação considerada, com seus valores de cálculo, pelos
deslocamentos horizontais de seus respectivos pontos de aplicação, obtidos da
análise de 1ª ordem.

O coeficiente 𝛾𝑧 é utilizado para verificação da possibilidade de dispensa dos


efeitos de 2ª ordem de uma dada estrutura e sua classificação, onde:

• 𝛾𝑧 ≤ 1,1 → estrutura de nós fixos


• 𝛾𝑧 > 1,1 → estrutura de nós móveis

Uma solução aproximada para determinar os esforços globais de 2ª ordem


numa análise não linear consiste na avaliação dos esforços finais partindo da
majoração dos esforços horizontais por 0,95𝛾𝑧 , porém, este processo só é válido para

𝛾𝑧 ≤ 1,3. Superado este valor, o cálculo dos esforços globais de 2ª ordem deve ser
realizado por métodos mais rigorosos, como por exemplo o processo P-Delta.

2.6 LIGAÇÕES VIGA-PILAR

Os esforços de flexão aos quais as vigas estão submetidas são transmitidos


aos pilares em diferentes níveis, de acordo com a ligação empregada nos vínculos
desses elementos.
Segundo Davi (2014), as ligações podem ser classificadas quanto ao nível de
restrição à rotação relativa entre os elementos, sendo elas rotuladas (flexíveis), semi-
rígidas e rígidas (engastes).
Nas ligações rotuladas a rotação não é impedida nas regiões dos apoios, onde
o momento fletor nessas regiões é nulo, atingindo o momento positivo máximo no vão.
As ligações semi-rígidas enrijecem os nós, impedindo parcialmente a rotação relativa
entre os elementos, diminuindo o momento fletor positivo no vão e passando a surgir
o momento negativo que será transmitido para o pilar. Por fim, as ligações rígidas, que
impedem ao máximo a rotação entre os elementos, atingindo seu momento negativo
máximo no nó.
13

Figura 12 - Transmissão de momentos nas ligações articuladas, semi-rígidas e rígidas


Fonte: Autores

A aplicação das ligações rígidas, semi-rígidas e rotuladas nos vínculos viga-


pilar deve ser feita com base numa análise criteriosa, uma vez que essas ligações
alteram completamente o desempenho na estabilidade global das estruturas.

3 METODOLOGIA

Para elaboração deste trabalho foram seguidos critérios e procedimentos


estabelecidos nas NBR’s 6118:2014 (Projeto de estruturas de concreto –
Procedimento), 6120:1980 (Cargas para o cálculo de estruturas de edificações),
6123:1988 (Forças devida ao vento em edificações), 8681:2003 (Ações e segurança
nas estruturas), bem como livros e artigos científicos devidamente citados no decorrer
deste.
Foi realizado quatro estudos de caso, denominados de caso 1, caso 2, caso 3
e caso 4, para um mesmo edifício com estrutura em concreto armado, efetuando
alterações na posição e na seção transversal dos pilares, bem como nas ligações
viga-pilar, afim de se analisar as influências causadas na estrutura e seu
comportamento devido essas alterações.
A estrutura foi submetida a esforços verticais e horizontais, conforme exposto
nos subitens 3.3.1 e 3.3.2, respectivamente. Foram tomados como parâmetros de
análise os deslocamentos horizontais, o coeficiente 𝛾𝑧 , o peso total de aço, o volume
de concreto e a taxa de armadura.
A análise foi realizada a partir da criação de um modelo de pórtico espacial,
sendo a estrutura formada por pilares e vigas, admitidos como elementos lineares
14

representados por seus eixos longitudinais. A modelagem das lajes de concreto dos
pavimentos foi realizada pelo processo da analogia de grelhas.
Foi utilizado o software de dimensionamento estrutural Eberick 2018 da AltoQi,
para modelagem, dimensionamento e obtenção dos esforços da estrutura.

3.1 EDIFÍCIO MODELO

O edifício modelo deste trabalho é composto por onze pavimentos em sua


totalidade, sendo um pavimento térreo (pilotis), oito pavimentos tipo, cobertura e
reservatório superior.
O empreendimento é destinado à uso residencial e possui quatro apartamentos
de 50,93 m² cada, por pavimento tipo, pé esquerdo de 2,80 metros, dimensões em
planta de 24,10 metros por 11,55 metros e altura total de 32,80 metros até as
fundações, compreendidos em 2.348,48 m² de área construída. Na figura 13 é
apresentado a planta arquitetônica do pavimento tipo.

Figura 13 - Planta arquitetônica do pavimento tipo


Fonte: Autores

Para a concepção deste projeto foi considerado, hipoteticamente, sua


localização como sendo na cidade do Natal/RN, para efeitos de classificação da
agressividade do ambiente, determinação da classe do concreto, cobrimento das
armaduras, bem como a velocidade básica do vento.
15

3.2 PARAMETRIZAÇÃO DO PROJETO – QUALIDADE E DURABILIDADE

A parametrização do projeto foi feita de acordo com os requisitos estabelecidos


pela NBR 6118 (2014), conforme os seguintes dados:

a) Vida útil de projeto:


I. 50 anos
b) Umidade Relativa do Ar:
I. 63 %
c) Agressividade ambiental:
I. classe III - Forte
d) Classe do concreto e resistência característica a compressão:
I. classe = C30
II. fck = 30 Mpa
e) Relação água/ cimento em massa:
I. a/c ≤ 0,55
f) Cobrimento das armaduras:
I. laje = 35 mm
II. viga, pilar e fundação = 40 mm
g) Diâmetro máximo do agregado:
I. dmáx = 19 mm

3.3 DETERMINAÇÃO DOS CARREGAMENTOS

De acordo com a NBR 6118 (2014) em seu item 11.2.1, todas ações5 com
capacidade de gerar efeitos significativos em uma estrutura devem ser consideradas
na análise.
Os carregamentos aplicados à estrutura deste trabalho encontram-se descritos
nos itens 3.3.1 e 3.3.2, sendo os mesmos aplicados nos quatro estudos de caso.

5 Segundo a NBR 8681 (2003), ações são causas que provocam esforços ou deformações nas
estruturas. Do ponto de vista prático, as forças e as deformações impostas pelas ações são
consideradas como se fossem as próprias ações. As deformações impostas são por vezes designadas
por ações indiretas e as forças, por ações diretas.
16

3.3.1 Carregamentos Verticais

Para as lajes, considerou-se uma carga acidental de uso de 200 kgf/m² e outra
de revestimento de 100 kgf/m². As vigas foram carregadas com alvenaria de bloco
cerâmico vazado de 14 cm de espessura até uma altura de 2,30 m (pé esquerdo
menos altura inicial da viga), com peso específico de 1.300 kgf/m³ conforme
preconizado pela NBR 6120 (1980), gerando uma carga de alvenaria de 418,60 kgf/m.

3.3.2 Carregamento Horizontal – Vento

Para a determinação da velocidade básica do vento, foi consultado o gráfico de


isopletas no Brasil que consta no item 5 da NBR 6123 (1988), conforme figura 14. A
velocidade básica do vento adotada para a região considerada neste projeto foi de 30
m/s, nas direções X e Y.

Figura 14 - Gráfico de isopletas no Brasil


Fonte: ABNT NBR 6123 (1988), p. 6

Os fatores 𝑆1 , 𝑆2 e 𝑆3 adotados, conforme estabelecido pela NBR 6123 (1988),


foram os seguintes:
17

a) fator 𝑆1 = 1,0 - terreno plano ou fracamente acidentado;

b) fator 𝑆2 = variável - categoria V, classe B;

c) fator 𝑆3 = 1,0 - grupo 2.

4 DESENVOLVIMENTO

O lançamento da estrutura foi realizado a partir da planta arquitetônica do


pavimento tipo (figura 13).
Inicialmente, para o caso 1, foram lançados 24 pilares retangulares, com seção
de 20x50 cm, posicionados de forma a aproveitar sua maior inércia na direção Y
(menor lado do edifício). As vigas foram lançadas continuamente sobre os apoios,
com seção retangular de 15x50 cm, ligações rígidas em todos os vínculos viga-pilar e
ligações flexíveis nos vínculos viga-viga. Por fim, lajes maciças com 12 cm de
espessura, engastadas entre sim e apoiadas sobre as vigas.

x
Figura 15 - Planta de forma do pavimento tipo (caso 1)
Fonte: Autores

O lançamento completo da estrutura pode ser verificado no pórtico 3D gerado


pelo Eberick, conforme figura 16.
18

Figura 16 - Pórtico 3D da estrutura (caso 1)


Fonte: Autores

A estrutura foi processada com determinação das flechas no pórtico, onde, o


software realizou o cálculo da estimativa das flechas no pórtico espacial considerando
a inércia da seção fissurada das vigas, obtendo deslocamentos mais expressivos que
se aproximam do modelo real.
Apresenta-se a seguir os resultados dos critérios de análise, conforme citado
no item 3, para cada um dos estudos de caso.

4.1 DESLOCAMENTO HORIZONTAL

4.1.1 Caso 1

Os resultados dos deslocamentos horizontais de cada pavimento da estrutura


modelada no caso 1, nos eixos X e Y, foram detalhados no gráfico 1.
19

ALTURA X DESLOCAMENTO HORIZONTAL - CASO 1


32,80 2,00
2,07
29,50 1,77
1,98

26,70 1,57
1,86
NÍVEL DO PAVIMENTO (m)

23,90 1,49
1,76

21,10 1,39
1,64

18,30 1,26
1,48

15,50 1,10
1,29

12,70 0,92
1,07

9,90 0,72
0,82

7,10 0,49
0,56

4,30 0,25
0,28

1,50 0,04
0,05

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25
DESLOCAMENTO HORIZONTAL (cm)

Deslocamento X Deslocamento Y
Gráfico 1 - Altura x Deslocamento horizontal - Caso 1
Fonte: Autores

Diante da análise dos resultados é possível verificar que os deslocamentos


horizontais máximos, localizados no topo da edificação, são da ordem de 2,00 cm e
2,07 cm, nos eixos X e Y respectivamente.
A estrutura configurada no caso 1 sofreu deslocamentos horizontais excessivos
em ambas as direções, sendo esses superiores aos limites estabelecidos na tabela
13.3 (limites para deslocamentos) da NBR 6118 (2014), para verificação em serviço
do estado-limite de deformações excessivas da estrutura. O deslocamento máximo
no topo da edificação deve ser verificado como sendo H/1700, onde H é a altura total
da edificação.
Com uma altura total (H) de 3.280 cm, o deslocamento limite para a estrutura
deste projeto modelo limita-se a 1,93 cm, onde, se ultrapassado, pode ocasionar mau
funcionamento dos elementos ligados a estrutura.
20

4.1.2 Caso 2

Neste caso, os pilares P3, P4, P9, P12, P13, P16, P21 e P22 foram
rotacionados em 90º, passando sua menor inércia para o sentido do eixo Y. A escolha
dos pilares foi feita com base nos esforços axiais, verificados através do modelo
elástico-axiais do Eberick, onde, os esforços foram menores nesses pilares em
relação aos outros.

Figura 17 - Planta de forma do pavimento tipo (caso 2)


Fonte: Autores

Após realizado as alterações, a estrutura foi reprocessada e os novos


deslocamentos horizontais obtidos foram representados no gráfico 2.
21

ALTURA X DESLOCAMENTO HORIZONTAL - CASO 2


32,80 1,63
2,33
29,50 1,39
2,24
26,70 1,24
2,13
NÍVEL DO PAVIMENTO (m)

23,90 1,17
2,04
21,10 1,08
1,90
18,30 0,98
1,73
15,50 0,85
1,51
12,70 0,71
1,26
9,90 0,54
0,97
7,10 0,37
0,65
4,30 0,18
0,32
1,50 0,03
0,05

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50
DESLOCAMENTO HORIZONTAL (cm)

Deslocamento X Deslocamento Y
Gráfico 2 - Altura x Deslocamento horizontal - Caso 2
Fonte: Autores

Com a rotação dos pilares o deslocamento horizontal no topo da estrutura


reduziu para 1,63 cm na direção X, porém, na direção Y o deslocamento elevou para
2,33 cm, continuando acima do limite estabelecido na verificação em serviço.
Este aumento no deslocamento em Y pode ser atribuído ao fato dos pilares
assumirem uma posição de inércia desfavorável a estrutura, passando a ficar com a
menor inércia no sentido de menor inércia do edifício, como pode-se verificar na figura
17.

4.1.3 Caso 3

Devido aos deslocamentos horizontais da estrutura no caso anterior não terem


sido satisfatórios, optou-se em retornar os pilares para suas posições iniciais,
conforme representado na figura 15. Partindo dessas considerações, elevou-se a
inércia de todos os pilares, atribuindo uma seção transversal de 20x70 cm para este
caso.
22

ALTURA X DESLOCAMENTO HORIZONTAL - CASO 3


32,80 1,74
1,46
29,50 1,54
1,38

26,70 1,38
1,30
NÍVEL DO PAVIMENTO (m)

23,90 1,30
1,22

21,10 1,20
1,13

18,30 1,08
1,01

15,50 0,93
0,87

12,70 0,77
0,71

9,90 0,59
0,53

7,10 0,39
0,35

4,30 0,19
0,17

1,50 0,03
0,03

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75


DESLOCAMENTO HORIZONTAL (cm)

Deslocamento X Deslocamento Y
Gráfico 3 - Altura x Deslocamento horizontal - Caso 3
Fonte: Autores

Com o aumento da inércia dos pilares, notou-se um melhor desempenho na


estabilidade da estrutura. Os deslocamentos no topo da estrutura reduziram para 1,74
cm na direção X e 1,46 cm na direção Y. Deste modo, a estrutura passa a atender o
limite para deslocamento horizontal, conforme estabelecido na tabela 13.3 da NBR
6118 (2014).

4.1.4 Caso 4

Partindo da modelagem definida no caso 3, prosseguiu-se com o caso 4,


realizando alterações nas ligações dos vínculos viga-pilar e viga-viga, afim de liberar
os nós da estrutura em pontos específicos. A figura 18 apresenta o esquema de
ligações aplicadas aos nós da estrutura no pavimento tipo.
23

SR SR
E E E E
P1 E P2 P3 P4 E P5 P6

E SR E E SR E

E E E SR SR E
E E E E
P7 P8 P9 P10 P11 P12
SR SR
E E SR SR

SR SR E E
SR SR
P13 P14 P15 P16 P17 P18
E E SR SR
E SR SR E E E

E SR SR SR SR E

P19 P20 E P21 P22 P23 E P24


E E E E E E
SR SR

SR V6 SR SR V7 A A V8 SR

A V15 A A V20 A

Legenda: E = Ligação rígida (engaste) P = Pilar


SR = Ligação semi-rígida V = Viga
A = Ligação rotulada (flexível) = Pilar a 90° deste sentido no projeto

Figura 18 - Esquema de ligações aplicadas no pavimento tipo


Fonte: Autores

Nessas condições, os resultados dos novos deslocamentos horizontais obtidos


foram representados no gráfico 4.
24

ALTURA X DESLOCAMENTO HORIZONTAL - CASO 4


32,80 1,82
1,61
29,50 1,60
1,53
26,70 1,42
1,46
NÍVEL DO PAVIMENTO (m)

23,90 1,35
1,37
21,10 1,25
1,26
18,30 1,12
1,12
15,50 0,98
0,96
12,70 0,81
0,78
9,90 0,62
0,59
7,10 0,41
0,38
4,30 0,20
0,18
1,50 0,03
0,03

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00


DESLOCAMENTO HORIZONTAL (cm)

Deslocamento X Deslocamento Y
Gráfico 4 - Altura x Deslocamento - Caso 4
Fonte: Autores

Ao analisar os resultados, verificou-se que os deslocamentos horizontais


máximos foram elevados para 1,82 cm na direção X e 1,61 cm na direção Y. Mesmo
com este aumento, os deslocamentos ficaram abaixo do limite de 1,93 cm em ambas
as direções.

4.2 COEFICIENTE GAMA-Z (𝛾𝑧 )

Para análise dos esforços globais de 2ª ordem foi considerado a não-


linearidade física de maneira aproximada, conforme admitido pela NBR 6118 (2014),
em seu item 15.5.3, por se tratar de uma estrutura reticulada com mais de quatro
pavimentos, tomando-se como rigidez dos elementos os seguintes valores:

a) lajes: 𝐸𝐼𝑠𝑒𝑐 = 0,3𝐸𝑐𝑖 𝐼𝑐


b) vigas: 𝐸𝐼𝑠𝑒𝑐 = 0,4𝐸𝑐𝑖 𝐼𝑐
c) pilares: 𝐸𝐼𝑠𝑒𝑐 = 0,8𝐸𝑐𝑖 𝐼𝑐
25

4.2.1 Caso 1

A análise do parâmetro coeficiente 𝛾𝑧 para o caso 1 seguiu os resultados


obtidos na modelagem inicial, descrita no item 4. Os valores críticos para o coeficiente
𝛾𝑧 , calculados nas direções X e Y, encontram-se expressos na tabela 1.

Tabela 1 – Coeficiente 𝛾𝑧 - Caso 1


Coeficiente Gama-Z
Eixo X Eixo Y
Momento de tombamento de cálculo
278,38 583,64
(tf.m)
Momento de 2a. ordem de cálculo
31,41 36,72
(tf.m)
Gama-Z 1,13 1,07
Fonte: Autores

A partir dos dados apresentados na tabela, nota-se que o coeficiente 𝛾𝑧 possui


valores iguais a 1,13 na direção X e 1,07 na direção Y. Neste modelo a estrutura passa
a ser classificada como de nós móveis (deslocável) na direção X, onde os esforços de
segunda ordem ultrapassaram 10% dos de primeira ordem, ou seja, 𝛾𝑧 > 1,1.
Deste modo, os efeitos de segunda ordem obrigatoriamente devem ser
considerados na estrutura, para dimensionamento de seus elementos, através de uma
análise que leve em consideração esses efeitos, como por exemplo o processo P-
Delta.

4.2.2 Caso 2

Após as modificações realizadas na modelagem da estrutura, conforme citado


no subitem 4.1.2, os novos valores críticos obtidos do coeficiente 𝛾𝑧 , calculados nas
direções X e Y, foram expressos na tabela 2.
26

Tabela 2 – Coeficiente 𝛾𝑧 - Caso 2


Coeficiente Gama-Z
Eixo X Eixo Y
Momento de tombamento de cálculo
278,38 583,64
(tf.m)
Momento de 2ª ordem de cálculo (tf.m) 24,37 42,71
Gama-Z 1,10 1,08
Fonte: Autores

Com base nos resultados, verificou-se que o coeficiente 𝛾𝑧 reduziu para 1,10

no eixo X e aumentou para 1,08 no eixo Y. Em ambas as direções o coeficiente 𝛾𝑧 é


≤ 1,1, ou seja, está dentro do limite de 10% dos esforços de primeira ordem. Assim,
toda a estrutura passa a ser classificada como de nós fixos (indeslocável), e os
esforços de segunda ordem poderiam ser desprezados, para efeito de
dimensionamento dos elementos.

4.2.3 Caso 3

Os novos valores críticos obtidos para o coeficiente 𝛾𝑧 , após o aumento da


seção dos pilares, foram representados na tabela 3.

Tabela 3 – Coeficiente 𝛾𝑧 - Caso 3


Coeficiente Gama-Z
Eixo X Eixo Y
Momento de tombamento de cálculo
278,38 583,64
(tf.m)
Momento de 2ª ordem de cálculo (tf.m) 27,26 25,31
Gama-Z 1,11 1,05
Fonte: Autores

Realizando uma comparação dos resultados deste parâmetro, em relação aos


do caso 1, onde a única diferença entre os modelos é a seção dos pilares, observou-
se que o coeficiente 𝛾𝑧 reduziu em ambas as direções. Esta redução pode ser
atribuída ao aumento da rigidez dos pilares e a diminuição dos deslocamentos
horizontais da estrutura nas direções X e Y.
27

4.2.4 Caso 4

Com as modificações citadas no subitem 4.1.4, verificou-se que não houve


alteração nos resultados deste parâmetro em relação ao caso anterior, conforme
valores apresentados na tabela 4 e comparados com a tabela 3.

Tabela 4 – Coeficiente 𝛾𝑧 - Caso 4


Coeficiente Gama-Z
Eixo X Eixo Y
Momento de tombamento de cálculo
278,38 583,64
(tf.m)
Momento de 2ª ordem de cálculo (tf.m) 28,36 28,16
Gama-Z 1,11 1,05
Fonte: Autores

Mesmo com o aumento do momento de 2ª ordem, a variação foi baixa, não


surtindo efeito nos resultados do coeficiente 𝛾𝑧 .

4.3 PESO DE AÇO E VOLUME DE CONCRETO (CONSUMO DE AÇO)

Para compreensão da análise deste parâmetro, é importante salientar que o


consumo de aço apresentado nas tabelas de resumo dos materiais, para os quatro
casos, originam-se das armaduras dimensionadas automaticamente pelo software,
com escolha das bitolas que proporcionam a área de aço mais próxima ao valor
calculado para cada um dos elementos estruturais, sem que fosse realizado qualquer
tipo de otimização no arranjo dessas armaduras, afim de satisfazer um melhor
comparativo entre os casos apresentados.

4.3.1 Caso 1

Os quantitativos de aço e concreto da estrutura modelada no caso 1 encontram-


se expressos na tabela 5.
28

Tabela 5 – Resumo de materiais – Caso 1


Vigas Pilares Lajes Total
CA50 7.486,2 4.891,4 15.088,8 27.466,4
Peso total aço
CA60 1.421,0 1.464,3 1.417,3 4.302,6
(kg)
Total 8.907,2 6.355,7 16.506,1 31.769,0
Volume
C30 127,1 64,4 235,5 427,1
concreto (m³)
Consumo de aço
70,1 98,6 70,1 74,4
(kgf/m³)
Fonte: Autores

4.3.2 Caso 2

Os quantitativos de aço e concreto da estrutura modelada no caso 2 encontram-


se expressos na tabela 6.

Tabela 6 – Resumo de materiais – Caso 2


Vigas Pilares Lajes Total
CA50 7.542,7 4.954,3 15.266,4 27.763,3
Peso total aço
CA60 1.430,3 1.352,2 1.422,2 4.204,7
(kg)
Total 8.972,9 6.306,4 16.688,6 31.967,9
Volume
C30 127,1 64,4 235,5 427,1
concreto (m³)
Consumo de aço
70,6 97,9 70,9 74,9
(kgf/m³)
Fonte: Autores

Pode-se verificar um aumento no consumo total de aço de 198,9 kg no caso 2


quando comparando o caso 1. A elevação do aço pode ser atribuída à rotação
realizada nos pilares. Observa-se na tabela 6, por exemplo, uma quantidade maior de
armadura longitudinal nos pilares para combater os maiores momentos.

4.3.3 Caso 3

Os quantitativos de aço e concreto da estrutura modelada no caso 3 encontram-


se expressos na tabela 7.
29

Tabela 7 – Resumo de materiais – Caso 3


Vigas Pilares Lajes Total
CA50 7.250,4 4.572,8 15.060,4 26.883,6
Peso total aço
CA60 1.393,5 2.004,9 1.401,3 4.799,7
(kg)
Total 8.643,8 6.577,7 16.461,8 31.683,3
Volume concreto
C-30 127,1 89,9 235,5 452,5
(m³)
Consumo de aço
68,0 73,2 69,9 70,2
(kgf/m³)
Fonte: Autores

Comparando a quantidade de aço e concreto deste caso com o caso 1, onde a


única diferença é a seção transversal dos pilares, verificou-se que, com este aumento
o peso total de aço das armaduras longitudinais dos pilares reduziu, passando de
4.891,4 kg para 4.572,8 kg. Com a elevação do volume de concreto e a redução do
consumo de aço, a taxa de armadura total deste caso também foi reduzida, passando
de 74,4 kgf/m³ para 70,2 kgf/m³.

4.3.4 Caso 4

Os quantitativos de aço e concreto da estrutura modelada no caso 4 encontram-


se expressos na tabela 8.

Tabela 8 – Resumo de materiais – Caso 4


Vigas Pilares Lajes Total
CA50 7.119,9 4.587,3 14.723,7 26.430,8
Peso total aço
CA60 1.355,1 2.045,1 1.292,1 4.692,4
(kg)
Total 8.475,0 6.632,4 16.015,8 31.123,2
Volume
C-30 127,1 89,9 235,5 452,5
concreto (m³)
Consumo de aço
66,7 73,8 68,0 68,8
(kgf/m³)
Fonte: Autores

As alterações aplicadas às ligações nos vínculos viga-pilar proporcionaram


uma redução de 560,1 kg no peso total de aço do caso 4. O volume de concreto
manteve-se o mesmo devido a seção dos elementos não sofrerem alteração, porém,
com a redução no peso do aço a taxa de armadura total também reduziu, neste caso
para 68,8 kgf/m³.
30

4.4 RESUMO DOS RESULTADOS

Os resultados dos parâmetros analisados encontram-se resumidos na tabela 9.

Tabela 9 - Resumo dos parâmetros analisados


Parâmetros analisados
Desl.
Casos horizontal Gama-Z Peso de aço CA-50 e CA-60 (kg) Vol. de Consumo
(cm) conc. de aço
(m³) (kgf/m³)
X Y X Y Vigas Pilares Lajes Total
Caso 1 2,00 2,07 1,13 1,07 8.907,2 6.355,7 16.506,1 31.769,0 427,1 74,4

Caso 2 1,63 2,33 1,10 1,08 8.972,9 6.306,4 16.688,6 31.967,9 427,1 74,9

Caso 3 1,74 1,46 1,11 1,05 8.643,8 6.577,7 16.461,8 31.683,3 452,5 70,2

Caso 4 1,82 1,61 1,11 1,05 8.475,0 6.632,4 16.015,8 31.123,2 452,5 68,8
Fonte: Autores

5 CONCLUSÃO

Conclui-se que a estrutura modelada no caso 1 sofreu deslocamentos


horizontais excessivos em ambas as direções, acima do limite estabelecido para
verificação em serviço, conforme preconizado pela tabela 13.3 da NBR 6118 (2014).
Deste modo, o coeficiente 𝛾𝑧 na direção X foi de 1,13, ultrapassando o limite de 10%
dos efeitos de 1ª ordem atuantes na estrutura, classificada assim como de nós móveis
(deslocável).
Quando os pilares foram rotacionados no caso 2, com a maior inércia atuando
na direção X, os deslocamentos horizontais e o coeficiente 𝛾𝑧 neste sentido
reduziram, por consequência, os mesmos parâmetros aumentaram na direção Y.
Neste caso, o deslocamento da estrutura em Y manteve-se acima do limite de 1,93
cm. Os valores do coeficiente 𝛾𝑧 não ultrapassaram 10% dos efeitos de 1ª ordem,
classificando assim a estrutura como de nós fixos. Ainda, a rotação dos pilares foi
responsável pelo aumento no peso de suas armaduras longitudinais, devido a
necessidade de uma quantidade maior de barras para combater os momentos,
consequentemente, este aumento do peso total de aço elevou a taxa de armadura.
Comparando os resultados do caso 3 com os do caso 1, verificou-se que com
o aumento da seção dos pilares, os deslocamentos horizontais e o coeficiente 𝛾𝑧
31

reduziram em ambas as direções, devido ao enrijecimento da estrutura, onde a rigidez


atribuída ao pilar é inversamente proporcional ao resultado do 𝛾𝑧 , assim como também
aos deslocamentos horizontais. Ainda, com aumento da seção transversal dos pilares
e com a redução dos deslocamentos, o peso do aço e a taxa de armadura também
reduziram.
Ao proporcionar maior liberdade nos nós da estrutura, atribuindo reduções na
rigidez dos vínculos viga-pilar, houve um aumento nos deslocamentos horizontais,
mas que se mantiveram abaixo do limite. Os resultados do coeficiente 𝛾𝑧 em ambas
as direções foram os mesmos, conservando a classificação da estrutura como de nós
móveis na direção X. Devido a diminuição na rigidez das ligações, conforme figura 18,
o peso total de aço foi reduzido, resultando a menor taxa de armadura entre os casos
analisados.

EVALUATION OF PARAMETERS IN THE STRUCTURAL ANALYSIS OF A


BUILDING IN THE ARMED CONCRETE.

ABSTRACT

The constant technological advances of the last decades have played an


important role in structural engineering, directly influencing the way structural designs
are conceived in the present, providing positive aspects such as agility and the
possibility of analyzing various structural alternatives. Considering the various
possibilities in the arrangement of the structural elements and their physical and
geometrical properties, this work has as objective the accomplishment of the structural
analysis of a building with structure in reinforced concrete, verifying the horizontal
displacement parameters, gamma-z coefficient, steel weight , concrete volume and
steel rate, from the design of the initial model and changes in the positioning and inertia
of the pillars, as well as in the pillar connections of the beam. The model project of this
case study is a multifamily residential building consisting of ground floor, eight type
floors, roof and upper reservoir, composed of 2,348.48 m² of built area. The Eberick
V8 Gold structural design software was used to launch the structure and obtain the
results of the analyzed parameters.

Keyword: Reinforced concrete. Structural analysis. Civil Engineering.


32

REFERÊNCIAS

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concreto – Procedimento - NBR 6118. Rio de Janeiro, ABNT, 2014, 238p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Ações e segurança nas


estruturas – Procedimento, NBR 8681. Rio de Janeiro, ABNT, 2003, 15p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Força devido ao vento em


edificações, NBR 6123. Rio de Janeiro, ABNT, 1988, 66p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Cargas para o cálculo de


estruturas de edificações, NBR 6120. Rio de Janeiro, ABNT, 1980, 6p.

BARBOZA, Marcos Robiati. Concepção e análise de estruturas de edifícios em


concreto armado. Bauru, Universidade Estadual Paulista – UNESP, Departamento
de Engenharia Civil, 2008, 161p.

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Carlos – USP, Departamento de Engenharia de Estruturas, 2005, 119p.

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Ed, 2008, 76p. Disponível em:
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MONCAYO, Winston Junior Z. Análise de segunda ordem global em edifícios com


estrutura de concreto armado. São Carlos, Escola de Engenharia de São Carlos –
USP, Departamento de Engenharia de Estruturas, 2011, 211p.

PINTO, R. S.; RAMALHO, Marcio Antonio. Não-linearidade física e geométrica no


projeto de edifícios usuais de concreto armado. Cadernos de Engenharias de
Estruturas, nº 19, Escola de Engenharia de São Carlos – USP, Departamento de
Engenharia de Estruturas, 2002, p. 171-206.

Natal/RN, artigo científico depositado em 07 de dezembro de 2017.

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