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Caso 05
RELATÓRIO
O Município de Águas do Tietê, que cobra o ITR, foi afetado pela enchente e enquadrou-se na
moratória da Lei nº 15.947/07. Contudo, não concorda com a concessão de tal moratória, já que tem
parte substancial de suas receitas decorrente da arrecadação do ISS e de repasse de receitas e, uma
vez concedida a moratória, o Município se verá desprovido de recursos que são fundamentais para a
recuperação de sua infra-estrutura, bem como para dar apoio à população vitimada pelas enchentes.
É o relatório.
VOTO.
- FISCO MUNICIPAL
De maneira sucinta, é importante expor que a moratória pode ser concedida em caráter individual
ou geral, e esta última encontra-se subdividida nas espécies autônoma e heterônoma., a última é
alvo de grandes divergências doutrinárias, possuindo correntes que defendem sua
inconstitucionalidade, enquanto outras defendem a constitucionalidade do referido dispositivo.
Neste sentido, o Fisco Municipal entende ser inconstitucional a moratória heterônoma, tal qual a
realizada nos moldes da Lei nº15.947/07, posto que a moratória heterônoma (a qual é a prevista
no art. 152, I, “b”): aquela concedida pela União quanto a tributos de competência dos Estados,
Distrito Federal e Municípios, pois se está retirando o minorando a autonomia dos munícipios, e, tal
possibilidade não foi excepcionada pela Constituição, ferindo de morte o pacto federativo.
Outrossim, o ISS é um imposto de competência municipal (tanto para instituir quanto cobrar o
Imposto), diferindo do ITR e demais impostos abrangidos pela moratória que são federais ou
estaduais. Ademais, o Fisco Municipal entende que no momento em que a União concedeu a
moratória com relação ao ISS, ela invadiu a competência do município de Águas do Tietê,
prejudicando inclusive a arrecadação do Município, que tem no ISS a maior parcela de sua receita.
FISCO FEDERAL