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CURSO ON-LINE - RACIOCÍNIO LÓGICO P/ ABIN 1

PROFESSOR: VÍTOR MENEZES

AULA 3 – Lógica de argumentação e diagramas lógicos


I LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO . ........................................................................................................... 6
1 Análise de argumentos por meio da tabela verdade. . .............................................................................. 6
2 Técnica 1: eliminando linhas com premissas falsas . .............................................................................. 11
3 Técnica 2: análise de trás para frente . . ................................................................................................... 31
4 Técnica 3: a premissa adicional . . ............................................................................................................. 36
II DIAGRAMAS LÓGICOS . ........................................................................................................................ 41
1 Como desenhar os diagramas . . ................................................................................................................ 41
2 Negação de proposições com quantificadores . . ....................................................................................... 59
3 Símbolos dos quantificadores. . ................................................................................................................. 62
III LEITURA OPCIONAL: REGRAS DE INFERÊNCIA . ........................................................................ 65
IV LISTA DAS QUESTÕES DE CONCURSO . . ......................................................................................... 76
V GABARITO DAS QUESTÕES DE CONCURSO . ................................................................................. 87

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Antes de iniciarmos a aula de hoje, gostaria de fazer uma correção.


No enunciado da questão 24 da aula 1, acabei escrevendo os símbolos lógicos de forma
trocada. O símbolo lógico do “e”, na verdade, é ∧ . E o símbolo lógico do “Ou”, na verdade, é
∨ .

Agora um complemento para a aula 2.


Vimos na aula passada que podemos usar diagramas para representar o número de elementos
de certos conjuntos. Vimos também que devemos ter atenção especial com as intersecções,
para não contar seus elementos em duplicidade.
Pois bem. Existem casos em que os conjuntos são mutuamente excludentes (não há
intersecção). Neste caso, pode ser melhor usarmos tabelas em vez de diagramas.
Como eu não achei questões do CESPE sobre isso, nós não abordamos.
Segue um exemplo de questão de outra banca a respeito:

EC 1. Assembléia Legislativa de São Paulo 2010 [FCC]


Do total de Agentes que trabalham em certo setor da Assembleia Legislativa de São Paulo,
sabe-se que, se fossem excluídos os
− do sexo feminino, restariam 15 Agentes;
− do sexo masculino, restariam 12 Agentes;
− que usam óculos, restariam 16 Agentes;
− que são do sexo feminino ou usam óculos, restariam 9 Agentes.
Com base nessas informações, o número de Agentes desse setor que são do sexo masculino e
não usam óculos é
(A) 5
(B) 6
(C) 7
(D) 8
(E) 9

Resolução.
Agora, observem que há conjuntos que são mutuamente excludentes. Não é possível termos
um homem que, ao mesmo tempo, seja mulher. Nem uma pessoa que usa óculos e, ao mesmo
tempo, não use óculos. Por isso, não precisamos desenhar algumas das intsersecções, pois
elas são inexistentes.
Vamos reescrever as informações de maneira que facilite a leitura.
1 - se fossem excluídos os do sexo feminino, restariam 15 Agentes;
Excluindo-se as mulheres, quem sobra? Sobram os homens. Isto significa que são 15 agentes
do sexo masculino.

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2 - se fossem excluídos os do sexo masculino, restariam 12 Agentes;


Isto significa que são 12 mulheres.

3 - se fossem excluídos os que usam óculos, restariam 16 Agentes;


Isto significa que 16 agentes não usam óculos.

4 - se fossem excluídos os que são do sexo feminino ou usam óculos, restariam 9 Agentes.
Disto, concluímos que são 9 agentes do sexo masculino que não usam óculos.
Isto já é suficiente para marcarmos a letra E.
Gabarito: E
Notem que, apenas com a informação 4, já poderíamos achar a resposta certa.
Bom, de todo modo, para treinarmos, vamos calcular quantas pessoas há em cada grupo
(homens/mulheres/usam óculos/não usam óculos).
Como já dissemos, nem todos os conjuntos têm intersecção entre si. Isto facilita um pouco as
coisas. Podemos dispensar o diagrama. Em vez disso, vamos usar uma tabela, que dá conta do
recado.
Não usam óculos Usam óculos
Homens
Mulheres
Vamos agora preencher a tabela, iniciando da informação 4, pois se refere a uma intersecção.
- 9 agentes do sexo masculino não usam óculos.
Não usam óculos Usam óculos
Homens 9
Mulheres
Da informação 1, temos que são 15 homens. Já alocamos 9. Faltam 6.
Não usam óculos Usam óculos
Homens 9 6
Mulheres
Da informação 3, sabemos que 16 agentes não usam óculos. Já alocamos 9. Faltam 7.
Não usam óculos Usam óculos
Homens 9 6
Mulheres 7
Da informação 2, sabemos que são 12 mulheres. Já alocamos 7. Faltam 5.
Não usam óculos Usam óculos
Homens 9 6
Mulheres 7 5

Muito bem.

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Só que o Sandro, que está fazendo este curso, achou uma questão do CESPE que trata
exatamente disso:

EC 2. MPS 2009 [CESPE]


O INSS pagou, no dia 24 de novembro, terça-feira, a segunda parcela do 13.º salário. Os
segurados devem ficar atentos, pois a contribuição do imposto de renda relativa ao 13.º salário
foi descontada na segunda parcela. A primeira parcela, referente a 50% do benefício, foi paga
em agosto deste ano. O pagamento foi feito de acordo com o calendário normal do INSS.
Naquele dia, puderam sacar os beneficiários que ganharam até um salário mínimo e tinham
cartão de benefício com final 1. Até o dia 30 de novembro, foram pagos os benefícios de
quem ganha até um salário mínimo e tinha cartão de benefício com final de 1 a 5. De 1.º a 7
de dezembro, puderam sacar os segurados que ganharam acima do mínimo e o restante dos
que receberam o piso previdenciário. De acordo com as informações apresentadas no texto
acima, julgue os itens a seguir.
Se, entre os 22.082 segurados do Amapá, metade tinha cartão com final de 1 a 5, 18.000
segurados ganharam até um salário mínimo e 2.000 segurados receberam acima do mínimo
com cartões de final diferente de 1 a 5, então mais de 13.100 beneficiários só puderam sacar
sua parcela após o dia 1.º de dezembro.

Resolução:
A questão é muito semelhante à anterior.
Vejam que uma pessoa pode ganhar até um salário mínimo, ou pode ganhar mais de um
salário mínimo. Mas não existe quem esteja nos dois grupos ao mesmo tempo.
De igual modo, ou uma pessoa tem cartão com final de 1 a 5, ou ela tem cartão com final de 6
a 0. Não é possível (salvo em casos de fraude) que a pessoa esteja nos dois grupos ao mesmo
tempo.
Então podemos dispensar o diagrama e usar uma tabela.
Até 1 salário Mais de 1 salário Total
Cartão 1 – 5
Cartão 6 – 0
Total
Sabemos que o total de segurados é 22.082.
Até 1 salário Mais de 1 salário Total
Cartão 1 – 5
Cartão 6 – 0
Total 22.082
Metade tem cartão com final de 1 a 5.
Até 1 salário Mais de 1 salário Total
Cartão 1 – 5 11.041
Cartão 6 – 0
Total 22.082
18.000 ganham até 1 salário mínimo.

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Até 1 salário Mais de 1 salário Total


Cartão 1 – 5 11.041
Cartão 6 – 0
Total 18.000 22.082
Fazendo a diferença entre 22.082 e 18.000, podemos achar quantas pessoas recebem mais de
1 salário.
Até 1 salário Mais de 1 salário Total
Cartão 1 – 5 11.041
Cartão 6 – 0
Total 18.000 4.082 22.082
Fazendo a diferença entre 22.082 e 11.041, podemos achar quantas pessoas têm cartão final 6
– 0.
Até 1 salário Mais de 1 salário Total
Cartão 1 – 5 11.041
Cartão 6 – 0 11.041
Total 18.000 4.082 22.082
2.000 recebem acima do mínimo com cartão final 6 – 0.
Até 1 salário Mais de 1 salário Total
Cartão 1 – 5 11.041
Cartão 6 – 0 2.000 11.041
Total 18.000 4.082 22.082
Fazendo a diferença entre 4.082 e 2.000, podemos preencher a célula em amarelo abaixo:
Até 1 salário Mais de 1 salário Total
Cartão 1 – 5 2.082 11.041
Cartão 6 – 0 2.000 11.041
Total 18.000 4.082 22.082
Pela diferença entre 11.041 e 2.082, podemos achar a célula em amarelo abaixo:
Até 1 salário Mais de 1 salário Total
Cartão 1 – 5 8.959 2.082 11.041
Cartão 6 – 0 2.000 11.041
Total 18.000 4.082 22.082
Finalmente, pela diferença entre 18.000 e 8.959, temos:
Até 1 salário Mais de 1 salário Total
Cartão 1 – 5 8.959 2.082 11.041
Cartão 6 – 0 9.041 2.000 11.041
Total 18.000 4.082 22.082
Os 8.959 com cartão final de 1 a 5 e que recebem até 1 salário puderam sacar seu benefício
antes do dia 1º de dezembro.
Consequentemente, a quantidade de pessoas que só pode sacar seu benefício após 1º de
dezembro é:
22.082 − 8.959 = 13.123
Este número, de fato, é maior que 13.100. Logo, o item está certo.
Gabarito: certo

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Este foi o gabarito oficial.


Na minha opinião, a questão teve um enunciado um tanto quanto impreciso. O que podemos
afirmar é que 13.123 pessoas só puderam sacar seu benefício a partir do dia 1º de dezembro
(e não depois do dia 1º de dezembro).
Certamente, lá, durante a prova, não é para sair brigando com o enunciado. É mais fácil deixar
estas imprecisões de lado e pronto.
Sandro, obrigado pela questão! Espero que a resolução acima tenha ajudado.

Vamos finalmente à aula de hoje!

I LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
1 Análise de argumentos por meio da tabela verdade.

EC 3. Serpro 2001 [ESAF]


Considere o seguinte argumento: “Se Soninha sorri, Sílvia é miss simpatia. Ora, Soninha não
sorri. Logo, Sílvia não é miss simpatia”. Este não é um argumento logicamente válido, uma
vez que:
a) a conclusão não é decorrência necessária das premissas.
b) a segunda premissa não é decorrência lógica da primeira.
c) a primeira premissa pode ser falsa, embora a segunda possa ser verdadeira.
d) a segunda premissa pode ser falsa, embora a primeira possa ser verdadeira.
e) o argumento só é válido se Soninha na realidade não sorri.

Resolução:
Um argumento é uma afirmação de que uma dada sequência de premissas tem como
consequência lógica uma conclusão. No caso, estamos afirmando que as duas premissas
fornecidas suportam logicamente a conclusão.
Vamos detalhar o argumento fornecido:

Primeira premissa: Se Soninha sorri, então Sílvia é miss simpatia.


Segunda Premissa: Soninha não sorri.
Conclusão: Sílvia não é miss simpatia.

Um argumento pode ser classificado em válido e inválido. Para fazer a análise do argumento,
nós consideramos que todas as premissas sejam verdadeiras. Sempre! Não interessa qual seja
a premissa!
A tarefa de avaliar se uma premissa é realmente verdadeira é das outras ciências (física,
química, biologia etc). Na lógica, só estamos interessados na forma do argumento. O que nós

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analisaremos é se o argumento está bem construído, bem formulado, isto é, se as premissas,


de fato, suportam a conclusão.
Assim, partimos do pressuposto de que as premissas são verdadeiras. Se, considerando as
premissas verdadeiras, a conclusão necessariamente também for verdadeira, então o
argumento é válido. Caso contrário, se existir um caso em que todas as premissas são
verdadeiras e a conclusão for falsa, então o argumento é inválido.
Por fim, se não for possível que todas as premissas sejam simultaneamente verdadeiras, então
o argumento é inconsistente. Um argumento inconsistente é, também, válido. Como no
argumento inconsistente não existe linha da tabela verdade em que as premissas são
verdadeiras e a conclusão é falsa, então ele é considerado válido.
Por hora, veremos como analisar a validade de um argumento por meio da tabela verdade. O
método da tabela verdade é o método mais importante de análise de argumentos. Ao mesmo
tempo, é o método que deve ser evitado, por ser o mais demorado!
Pergunta: Professor, se devo evitar usar tabela verdade, pra que é que vamos estudar tal
método?
O detalhe é que entender bem o método da tabela verdade facilita muito o aprendizado dos
outros métodos, que veremos mais adiante.
Nesta questão, temos:
1ª Premissa: Se Soninha sorri, Silvia é miss simpatia.
2ª Premissa: Soninha não sorri.
Conclusão: Silvia não é miss simpatia.

A questão já adiantou que o argumento não é válido. Já facilitou a nossa vida. Mas, mesmo
que a questão não tivesse dado esta dica, poderíamos concluir isso usando a tabela verdade.
Vamos ver o porquê disso.
Vamos dar nomes às proposições.
p: Soninha sorri
q: Silvia é miss simpatia.

Este argumento pode ser representado assim:


p→q
~ p
~q
Usamos um traço horizontal para separar as premissas da conclusão. Outra forma de
representar o mesmo argumento seria assim:
p → q , ~p |---- (~q)
O símbolo “|----” também é usado para separar as premissas da conclusão.
Agora vamos fazer uma tabela verdade incluindo todas as premissas e a conclusão.

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premissa conclusão premissa


p ~p q ~q p→q
V F V F V
V F F V F
F V V F V
F V F V V
Nas linhas destacadas em vermelho, as duas premissas são verdadeiras.
Na terceira linha, as duas premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa. Graças a esta linha,
o argumento é inválido. Isto porque existe um caso em que todas as premissas são verdadeiras
e a conclusão é falsa.
É claro que nem precisávamos checar se o argumento era ou não válido. O exercício já disse
isso pra gente. Só aproveitamos a questão para ver como analisar um argumento com a tabela
verdade.
Ok, agora vamos para as alternativas.
Letra A: a conclusão não é decorrência necessária das premissas.
Correto. É exatamente o conceito de um argumento inválido. Num argumento inválido, as
premissas não acarretam na conclusão. O fato de as premissas serem verdadeiras não garante
que a conclusão também seja.

Letra B: a segunda premissa não é decorrência lógica da primeira.


Em um argumento (seja ele válido ou inválido), não precisa haver qualquer relação entre as
premissas.
As premissas são independentes entre si. E, além disso, são sempre consideradas verdadeiras.

Letra C: a primeira premissa pode ser falsa, embora a segunda possa ser verdadeira.
Premissas são, por definição, verdadeiras.

Letra D: a segunda premissa pode ser falsa, embora a primeira possa ser verdadeira.
Novamente, as premissas são justamente aquilo que consideramos verdadeiro. Em lógica, não
nos cabe julgar a veracidade das premissas. Isto acontece em outros ramos da Ciência.
Na análise de argumentos, sempre partimos do pressuposto de que as premissas são
verdadeiras.

Letra E: o argumento só é válido se Soninha na realidade não sorri.


Aparentemente, esta alternativa quer dizer que os argumentos precisam de alguma
correspondência com o mundo real. Aprendemos que esta necessidade não existe. Mesmo que
no mundo real Soninha sorrisse, o argumento ainda seria inválido, pela forma com que foi
construído.
Isso é importante: em lógica podemos chegar a conclusões que seriam absurdas no mundo
real.

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E isso não seria problema algum. Nosso trabalho é apenas avaliar a forma do argumento,
pouco importando se a conclusão é realmente verdadeira ou não.

Exemplo:
Primeira premissa: Se o gato não late, então o triângulo tem três lados.
Segunda premissa: O triângulo não tem três lados.
Conclusão: O gato late.

Notem que:
- no mundo real, a segunda premissa é absurda (todo triângulo tem três lados)
- no mundo real, a conclusão é igualmente absurda (gato não late, gato mia).
Nada disso importa.
A tarefa de avaliar a validade das premissas é das outras ciências. Aqui a gente só avalia se a
conclusão decorre logicamente das premissas.
Considerando as premissas verdadeiras, a conclusão também será. Com isso, este argumento
acima é válido, pois está bem construído (em sua forma).
De modo semelhante, mesmo que uma conclusão seja correta (no mundo real), isso não
significa que o argumento seja válido.
Gabarito: A

Resumindo: como analisar argumentos com a tabela verdade?


É simples.
Primeiro – fazemos uma tabela verdade contendo todas as premissas e a conclusão.
Olhamos para as linhas em que todas as premissas são verdadeiras.
Se, nestas linhas, a conclusão também for verdadeira, o argumento é válido.
Caso contrário, é inválido.

EC 4. BB 2008 [CESPE]
Se o valor lógico da proposição “Se as operações de crédito no país aumentam, então os
bancos ganham muito dinheiro” é V, então é correto concluir que o valor lógico da proposição
“Se os bancos não ganham muito dinheiro, então as operações de crédito no país não
aumentam” é também V

Resolução.
Agora temos um argumento com uma única premissa.
Premissa: Se as operações de crédito no país aumentam, então os bancos ganham muito
dinheiro.

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Conclusão: Se os bancos não ganham muito dinheiro, então as operações de crédito no país
não aumentam.

Vamos dar nomes às proposições.


c: operações de crédito no país aumentam
b: bancos ganham muito dinheiro.

Ficamos com:
Premissa: c → b
Conclusão: ~ b →~ c
Fazendo a tabela verdade:
premissa conclusão
c b c→b ~ b →~ c
V V V V
V F F F
F V V V
F F V V
Observe que em todas as linhas em que a premissa é verdadeira, a conclusão também é. Logo,
a conclusão decorre da premissa. Ou ainda, dado que a premissa é verdadeira, é correto
afirmar que a conclusão também é.
Pergunta: precisávamos ter feito a tabela verdade para ver que a conclusão decorre da
premissa?

Não, não precisávamos!


Neste caso, observe que a premissa e a conclusão são proposições equivalentes (lembram da
aula 1? num condicional, podemos inverter as parcelas, negando-as).
Ora, se são proposições equivalentes, então o fato de uma delas ser verdadeira garante que a
outra também seja.
Resumindo: sempre que a conclusão for equivalente a uma das premissas, o argumento é
válido.
Gabarito: certo

Agora veremos algumas técnicas para análise de argumentos.


É importante dizer que, se vocês forem ver algum livro de lógica, não encontrarão nada sobre
tais técnicas. Ou seja: formalmente, elas “não existem”, digamos assim. Os livros falam só no
método da tabela-verdade, no condicional associado ao argumento, e nas regras de inferência.
O que a gente faz aqui é adaptar estas ferramentas para concurso. E aí, para cada adaptação, a
gente criou um nome, ok?

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2 Técnica 1: eliminando linhas com premissas falsas

A primeira técnica para análise de argumentos que veremos nesta aula ainda será baseada em
tabelas-verdade. Mas a ideia é dar uma otimizada no processo, para não perdermos muito
tempo.
Para exemplificar, vamos retomar o EC 3.
O enunciado era:

Considere o seguinte argumento: “Se Soninha sorri, Sílvia é miss simpatia. Ora, Soninha não
sorri. Logo, Sílvia não é miss simpatia”. Este não é um argumento logicamente válido, uma
vez que:
a) a conclusão não é decorrência necessária das premissas.
b) a segunda premissa não é decorrência lógica da primeira.
c) a primeira premissa pode ser falsa, embora a segunda possa ser verdadeira.
d) a segunda premissa pode ser falsa, embora a primeira possa ser verdadeira.
e) o argumento só é válido se Soninha na realidade não sorri.

Temos:
1ª Premissa: Se Soninha sorri, Silvia é miss simpatia.
2ª Premissa: Soninha não sorri.
Conclusão: Silvia não é miss simpatia.

Vamos dar nomes às proposições.


p: Soninha sorri
q: Silvia é miss simpatia.
Na primeira vez que nós resolvemos, nós montamos a seguinte tabela verdade:
premissa conclusão premissa
p ~p q ~q p→q
V F V F V
V F F V F
F V V F V
F V F V V
Aí, analisamos as duas últimas linhas, em que todas as premissas são verdadeiras. Só nessas
linhas é que nós fizemos a análise da conclusão.
Ou seja, as duas primeiras linhas foram totalmente irrelevantes para a análise do argumento.
Por quê?
Porque, nelas, pelo menos uma das premissas era falsa. E pra gente isso não pode. Pra gente,
as premissas são sempre verdadeiras.

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Aí vem a grande dica: se as duas primeiras linhas eram irrelevantes, nem precisávamos perder
tempo montando tais linhas!!!
Neste exemplo que acabamos de ver, até que não deu tanto trabalho fazer todas as linhas da
tabela verdade. Contudo, quando o número de premissas for grande, isso faz muita diferença.
Vejamos um exemplo.

EP 1 Classifique o argumento abaixo em válido ou inválido


Premissas:
1 – Se Manuel vai ao mercado, então Cláudia vai ao cinema.
2 – Cláudia vai ao cinema ou Pedro vai ao porto.
3 – Beatriz vai ao boliche e Suelen vai ao shopping.
4 – Suelen não vai ao shopping ou Pedro não vai ao porto.

Conclusão: Manuel não vai ao mercado.

Resolução.
Vamos dar nomes às proposições simples.
m: Manuel vai ao mercado.
c: Cláudia vai ao cinema.
p: Pedro vai ao porto.
b: Beatriz vai ao boliche
s: Suelen vai ao shopping

Pronto.
Agora, se fôssemos fazer a tabela verdade completa, teríamos 32 linhas!!!
Isso mesmo!!
Vimos na aula 1 que, se temos n proposições simples, a tabela verdade terá 2n linhas.
Ora, se temos, neste caso, 5 proposições simples, isso significa 25 = 32 linhas.
premissa premissa premissa premissa conclusão
p m c b s m→c c∨ p b∧s ~ s∨ ~ p ~m

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V V V V V
V V V V F
V V V F V
V V V F F
V V F V V
V V F V F
V V F F V
V V F F F
V F V V V
V F V V F
V F V F V
V F V F F
V F F V V
V F F V F
V F F F V
V F F F F
F V V V V
F V V V F
F V V F V
F V V F F
F V F V V
F V F V F
F V F F V
F V F F F
F F V V V
F F V V F
F F V F V
F F V F F
F F F V V
F F F V F
F F F F V
F F F F F

E aí?
Vamos perder esse tempo todo, fazendo 32 linhas?
Não, é claro que não.

O que fazer?
Bom, pra ganharmos tempo, só vamos montar as linhas em que todas as premissas são
verdadeiras.
Para facilitar nosso trabalho, vamos procurar por “premissas fáceis”.
O que é uma “premissa fácil”?
É uma premissa que apresenta um único caso de verdadeiro.

Vamos analisar a primeira premissa:


1 – Se Manuel vai ao mercado, então Cláudia vai ao cinema.
Para que ela seja verdadeira, podemos ter as seguintes situações:
- Manuel vai o mercado e Cláudia vai ao cinema.

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- Manuel não vai ao mercado e Cláudia vai ao cinema.


- Manuel não vai ao mercado e Cláudia não vai ao cinema.

É muito caso pra gente analisar! São muitas as situações que tornam a premissa acima
verdadeira. Isso não ajuda muito a gente.
Vamos pular esta premissa.

Vamos direto para a terceira premissa:


3 – Beatriz vai ao boliche e Suelen vai ao shopping.
Opa!!! Agora a coisa melhorou.
Acima temos um conectivo “e”. Há um único caso em que a proposição composta com a
conjunção é verdadeira: quando as duas parcelas são verdadeiras.
Logo, o único caso em que a proposição acima é verdadeira é quando Beatriz vai ao boliche e
Suelen vai ao shopping.
Portanto, para que a terceira premissa seja verdadeira, devemos ter, obrigatoriamente:
b: Verdadeiro
s: Verdadeiro.
Isso já facilita muito as coisas. Se fôssemos fazer uma nova tabela verdade, atentando para a
restrição acima (de que b e s devem ser verdadeiras), o número de linhas já diminuiria muito.
Vejam:
premissa premissa premissa premissa conclusão
b s p m c m→c c∨ p b∧s ~ s∨ ~ p ~m
V V V V V
V V V V F
V V V F V
V V V F F
V V F V V
V V F V F
V V F F V
V V F F F
Para construir a tabela acima, formamos todas as combinações de valores lógicos para “p”,
“m” e “c”.
Para “b” e “s” aí nem precisamos nos preocupar, pois são sempre verdadeiras.
Repetindo: fixamos o valor lógico de b e s. São sempre verdadeiros!!!
Fizemos assim porque todas as premissas devem ser verdadeiras. E a única forma de a terceira
premissa ser verdadeira é se “b” e “s” forem verdadeiras.
Ou seja, já sabemos que:
b: tem que ser verdadeiro
s: tem que ser verdadeiro

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Ok, a tabela-verdade agora ficou bem menor. Mas não vamos preenchê-la ainda. Vamos
tentar reduzir ainda mais.
Vamos para a quarta premissa:
4 – Suelen não vai ao shopping ou Pedro não vai ao porto.
É uma premissa. Como qualquer premissa, deve ser verdadeira.
Temos um “ou”. Para que seja verdadeiro, pelo menos uma das parcelas deve ser verdadeira.
A primeira parcela, esta nós já sabemos alguma coisa sobre ela. Vimos que Suelen vai ao
shopping (“s” é verdadeiro).
A primeira parcela do “ou” diz que Suelen não vai ao shopping. Portanto, a primeira parcela
da disjunção é falsa.
Logo, para que a disjunção seja verdadeira, a segunda parcela será verdadeira. Ou seja,
acabamos de concluir que Pedro não vai ao porto (ou seja, “p” é falso).
Pedro não vai ao porto
p: Falso
Repetindo: o único modo de a quarta premissa ser verdadeira é se “p” for falso.
Portanto, já podemos descartar as linhas da tabela verdade em que “p” é verdadeiro.
Nossa tabela verdade ficaria assim:
premissa premissa premissa premissa conclusão
b s p m c m→c c∨ p b∧s ~ s∨ ~ p ~m
V V F V V
V V F V F
V V F F V
V V F F F

Vamos agora para a segunda premissa:


2 – Cláudia vai ao cinema ou Pedro vai ao porto.
A segunda parcela do “ou” é falsa. Isto porque nós já vimos que Pedro não vai ao porto.
Deste modo, para que o “Ou” seja verdadeiro, a primeira parcela deve ser verdadeira.
Logo, Cláudia vai ao cinema.
c: deve ser verdadeiro.
Muito bem, agora nossa tabela verdade fica ainda mais reduzida:
premissa premissa premissa premissa conclusão
b s p m c m→c c∨ p b∧s ~ s∨ ~ p ~m
V V F V V
V V F F V

Vamos para a primeira premissa:


1 – Se Manuel vai ao mercado, então Cláudia vai ao cinema.

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A segunda parcela deste condicional é verdadeira (já vimos que Cláudia vai ao cinema). Com
isso, automaticamente, o condicional será verdadeiro, independente do valor lógico da
primeira parcela.
Assim, não interessa o valor lógico de m. Qualquer que seja, a primeira premissa será
verdadeira.
Deste modo, não conseguimos excluir mais linhas da nossa tabela verdade. Ela ficará da
forma como vimos acima.
premissa premissa premissa premissa conclusão
b s p m c m→c c∨ p b∧s ~ s∨ ~ p ~m
V V F V V
V V F F V
Vamos agora completar nossa tabela verdade.
Quanto às premissas, todas elas são verdadeiras. Isso mesmo!
Ora, nós fomos retirando todos os casos que tornavam as premissas falsas. Logo, nos casos
restantes, todas as premissas são verdadeiras.
premissa premissa premissa premissa conclusão
b s p m c m→c c∨ p b∧s ~ s ∨ ~ p ~m
V V F V V V V V V
V V F F V V V V V
Assim, só montamos as linhas que interessam: só aquelas em que todas as premissas são
verdadeiras.
Nestas linhas, vamos analisar a conclusão.
premissa premissa premissa premissa conclusão
b s p m c m→c c∨ p b∧s ~ s∨ ~ p ~m
V V F V V V V V V F
V V F F V V V V V V
Vejam que existe um caso de premissas verdadeiras e conclusão falsa.

Resposta: argumento inválido.

Com esta técnica, em vez de montarmos 32 linhas, montamos apenas 2. Isso facilita muito as
coisas.
Em muitas ocasiões, vocês verão que bastará montar uma única linha.
Então a dica é:

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1ª Técnica
Elimine as linhas que tornam as premissas falsas.
Isso será facilitado se houver premissas fáceis (com um único caso de verdadeiro).

Exemplo:
- premissas com proposições simples
- premissas com conectivo “e”.

Vamos ver mais exercícios, para praticarmos.

EC 5. TRE MG 2009 [CESPE]


Um argumento é uma afirmação na qual uma dada seqüência finita – p1, p2, ..., pn - de
proposições tem como conseqüência uma proposição final q. A esse respeito, considere o
seguinte argumento.
· Ou Paulo fica em casa, ou ele vai ao cinema.
· Se Paulo fica em casa, então faz o jantar.
· Se Paulo faz o jantar, ele vai dormir tarde.
· Se Paulo dorme tarde, ele não acorda cedo.
· Se Paulo não acorda cedo, ele chega atrasado ao seu trabalho.
Sabendo-se que Paulo não chegou atrasado ao seu trabalho, de acordo com as regras de
raciocínio lógico, é correto deduzir-se que Paulo:
a) ficou em casa.
b) foi ao cinema.
c) fez o jantar.
d) dormiu tarde.
e) não acordou cedo.

Resolução.
O argumento do enunciado é:
p1: Ou Paulo fica em casa, ou ele vai ao cinema.
p2: Se Paulo fica em casa, então faz o jantar.
p3: Se Paulo faz o jantar, ele vai dormir tarde.
p4: Se Paulo dorme tarde, ele não acorda cedo.
p5: Se Paulo não acorda cedo, ele chega atrasado ao seu trabalho.
p6: Paulo não chegou atrasado ao trabalho
q: ?
São seis premissas e uma conclusão, ainda desconhecida. A pergunta é: qual a conclusão para
que o argumento seja válido?

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Vamos dar nomes às proposições simples:


c: Paulo fica em casa
s: Paulo vai ao cinema
j: Paulo faz o jantar
d: Paulo vai dormir tarde
a: Paulo acorda cedo
t: Paulo chega atrasado ao trabalho
Na letra A, o argumento é:
c∨s
c→ j
j→d
d → (~ a)
(~ a ) → t
~t
c
Utilizamos um traço horizontal para separar as premissas da conclusão. Outra forma de
representar o mesmo argumento seria assim:
c∨s , c → j , j → d , d → (~ a) , (~ a) → t , ~ t |---- c
O símbolo “|----” também é usado para separar as premissas da conclusão.
E, aqui, fazer a tabela-verdade é algo impensável. São inúmeras proposições, a tabela ficaria
gigante.
Bom, então vamos adotar outra tática.
Observem só a última premissa. É uma proposição simples. Dá pra gente usar a técnica 1.
Vamos começar pela proposição mais simples (a sexta):
~t
Para que ela seja verdadeira, temos que t é falso.
t: falso
Vamos fazer uma lista com nossas conclusões.
proposição valor lógico
t FALSO
Agora que já sabemos o valor lógico de t, vamos procurar outra premissa que também
contenha t.
(~ a ) → t
O único caso em que um condicional é falso é quando a primeira parcela é verdadeira e a
segunda é falsa. Sabemos que t é falso (segunda parcela é falsa). Logo, para que essa premissa
seja verdadeira, necessariamente, ~ a deve ser falso.

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Se ~ a é falso, então a é verdadeiro.


proposição valor lógico
t FALSO
a VERDADEIRO
Vamos procurar por outra premissa que contenha a.
d → (~ a)
Temos um condicional em que a segunda parcela é falsa. Novamente, para que o condicional
seja verdadeiro, a primeira parcela deve ser falsa.
proposição valor lógico
t FALSO
a VERDADEIRO
d FALSO
Passemos para a seguinte premissa:
j→d
Sabemos que a segunda parcela do condicional é falsa. Conclusão: para que a premissa seja
verdadeira, a primeira parcela deve ser falsa.
proposição valor lógico
t FALSO
a VERDADEIRO
d FALSO
j FALSO
Agora vamos para:
c→ j
Outro condicional. A segunda parcela é falsa. Logo, a primeira parcela deve ser falsa para que
o condicional seja verdadeiro.
proposição valor lógico
t FALSO
a VERDADEIRO
d FALSO
j FALSO
c FALSO
Por fim:
c∨s
Temos um “ou exclusivo”. Para que ele seja verdadeiro, as duas parcelas devem ter valores
lógicos diferentes. Já sabemos que a primeira parcela é falsa. Logo, “s” deve ser verdadeiro.
proposição valor lógico
t FALSO
a VERDADEIRO
d FALSO
j FALSO
c FALSO
s VERDADEIRO

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Pronto. Já achamos o único caso em que todas as premissas são verdadeiras. É o caso em que
t, a, d, j, c, s são, respectivamente, falso, verdadeiro, falso, falso, falso, verdadeiro. Esta é a
única linha da tabela verdade que deve ser analisada.

Na letra A, a conclusão é: Paulo fica em casa ( c ).


Sabemos, do nosso quadro acima, que c é falso. Logo, a conclusão dada na letra A é falsa. Ou
seja, quando todas as premissas são verdadeiras, a conclusão apresentada na letra A é falsa.
Logo, o argumento é inválido.

Letra B.
Conclusão: Paulo foi ao cinema (s).
Do quadro acima, sabemos que s é verdadeira. Logo, o argumento é válido. Ou seja, quando
todas as premissas são verdadeiras, a conclusão também é.
Gabarito: B

EC 6. TCE AC 2008 [CESPE]


- César é o presidente do tribunal de contas e Tito é um conselheiro.
- César não é o presidente do tribunal de contas ou Adriano impõe penas disciplinares na
forma da lei.
- Se Adriano é o vice-presidente do tribunal de contas, então Tito não é o corregedor.
Com base nas definições apresentadas no texto acima, assinale a opção em que a proposição
apresentada, junto com essas premissas, forma um argumento correto.
a) Adriano não é o vice-presidente do tribunal de contas.
b) Se César é o presidente do tribunal de contas, então Adriano não é o corregedor.
c) Se Tito é corregedor, então Adriano é o vice-presidente do tribunal de contas.
d) Tito não é o corregedor.
e) Adriano impõe penas disciplinares na forma da lei.

Resolução:
Foram dadas três premissas. Para gente, as premissas sempre são consideradas verdadeiras.
Podemos, como na questão anterior, dar nome a cada proposição simples. Contudo, vou optar
por algo diferente. Vou trabalhar direto com as orações originais mesmo, sem empregar
simbologia alguma.
A primeira premissa é:
César é o presidente do TC e Tito é um conselheiro.
A proposição composta é formada por um conectivo “e”. Para que ela seja verdadeira, as duas
parcelas devem ser verdadeiras. Logo, César deve ser presidente do TC e Tito deve ser um
conselheiro.

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Conclusões
César é o presidente do TC.
Tito é um conselheiro.
A segunda premissa é:
César não é o presidente do tribunal de contas ou Adriano impõe penas disciplinares na forma
da lei.
Agora o conectivo é um “ou”. Para que ele seja verdadeiro, pelo menos uma das parcelas deve
ser verdadeira. Já sabemos que a primeira parcela é falsa (pois César é presidente do TC).
Logo, a segunda parcela deve ser verdadeira. Portanto, Adriano impõe penas disciplinares na
forma da lei.
Conclusões
César é o presidente do TC.
Tito é um conselheiro.
Adriano impõe penas disciplinares na forma da lei.
E podemos parar por aqui. Já sabemos que a conclusão apresentada na letra “E” é correta.
Gabarito: E

EC 7. TCE AC 2009 [CESPE]


Considere que as seguintes afirmações sejam verdadeiras:
• Se é noite e não chove, então Paulo vai ao cinema.
• Se não faz frio ou Paulo vai ao cinema, então Márcia vai ao cinema.
Considerando que, em determinada noite, Márcia não foi ao cinema, é correto afirmar que,
nessa noite,
A não fez frio, Paulo não foi ao cinema e choveu.
B fez frio, Paulo foi ao cinema e choveu.
C fez frio, Paulo não foi ao cinema e choveu.
D fez frio, Paulo não foi ao cinema e não choveu.
E não fez frio, Paulo foi ao cinema e não choveu.

Resolução.
Premissas:
1 – Se é noite e não chove, então Paulo vai ao cinema
2 – Se não faz frio ou Paulo vai ao cinema, então Márcia vai ao cinema.
3 – Márcia não foi ao cinema e é noite.

Vamos dar nomes às proposições.


n: É noite
c: Chove

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p: Paulo vai ao cinema


f: Faz frio
m: Márcia vai ao cinema.

A última premissa é uma proposição mais fácil de ser analisada, pois tem um único caso de
verdadeiro (é uma conjunção). Isso já nos remete à técnica 1.
Para que a terceira premissa seja verdadeira, temos:
Márcia não foi ao cinema e é noite.
Ou seja:
proposição valor lógico
m F
n V

Vamos para a segunda premissa:


(~ f ∨ p ) → m
Temos um condicional em que o conseqüente é falso (pois já sabemos que Márcia não foi ao
cinema).
Para que o condicional seja verdadeiro, o antecedente deve ser falso. Logo:
(~ f ∨ p ) é falso.
Para que o “ou” seja falso, suas duas parcelas devem ser falsas.
Portanto:
· ~ f é falso; logo, f é verdadeiro.
· p é falso
Ou seja, descobrimos que faz frio e Paulo não vai ao cinema.
proposição valor lógico
m F
n V
f V
p F
Agora vamos para a primeira premissa.
( n ∧ ~ c) → p
O conseqüente é falso. Portanto, o antecedente também deve ser falso, para que a premissa
seja verdadeira.
O antecedente é formado por uma conjunção: (n∧ ~ c)
A primeira parcela da conjunção é verdadeira (pois é noite).
Para que a conjunção seja falsa, a segunda parcela deve ser falsa. Temos:
~c é falso. Logo, c é verdadeiro.
proposição valor lógico

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PROFESSOR: VÍTOR MENEZES

m F
n V
f V
p F
c V
Pronto. Esta é a única linha da tabela verdade em que todas as premissas são verdadeiras. É a
linha em que as proposições m, n, f, p, c são, respectivamente, F, V, V, F, V.
É nesta linha que temos que analisar a conclusão.

Com base nos valores lógicos da tabela acima, concluímos que o exposto na alternativa C é
correto.
Gabarito: C

EC 8. CGE PB 2006 [CESPE]


A controladoria geral (CG) de determinado estado realizou e concluiu, em 2007, 11 auditorias
operacionais e 42 inspeções; emitiu 217 pareceres técnicos, sendo 74 referentes a licitações de
obras, 68 referentes a análises de prestação de contas, 71 referentes a análises de rescisão de
contrato de trabalho; o restante desses pareceres referiam-se a orientações e outros assuntos.

Proposições são sentenças que podem ser julgadas como verdadeiras — V — ou falsas — F
—, mas não como ambas. Considerando que todas as proposições contidas no texto acima são
verdadeiras e supondo também que a proposição “Se não foi produzido relatório final, então
não foram realizadas e concluídas 42 inspeções” seja verdadeira, assinale a opção que, por
conseqüência dessas premissas, é uma proposição verdadeira.
a) Se foi produzido relatório final, então foram realizadas e concluídas 42 inspeções.
b) Foi produzido relatório final.
c) Foram realizadas e concluídas mais de 42 inspeções.
d) Foi produzido relatório final se e somente se foram realizadas e concluídas 42 inspeções.
e) Não foram realizadas nem concluídas 42 inspeções, mas foi produzido relatório final

Resolução:
Vamos dar nomes às proposições simples relacionadas com as alternativas.
p: A CG realizou e concluiu 42 inspeções
q: Foi produzido o relatório final.
Nosso argumento é:
p
~ q →~ p
?
A interrogação indica que a conclusão ainda é desconhecida.

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PROFESSOR: VÍTOR MENEZES

Segundo o texto, foram realizadas e concluídas 42 inspeções.


Proposição Valor lógico
p Verdadeiro
Todas as premissas devem ser verdadeiras.
Na segunda premissa temos um condicional em que a segunda parcela é falsa. Para que o
condicional seja verdadeiro, a primeira parcela deve ser, também, falsa.
Portanto: ~ q é falso (e q é verdadeiro).
Proposição Valor lógico
p Verdadeiro
q Verdadeiro

Letra A.
Conclusão:
Se foi produzido o relatório final, então foram realizadas e concluídas 42 inspeções.
Temos um condicional em que as duas parcelas são verdadeiras. Portanto, a conclusão é
verdadeira. Ou seja, o argumento é válido.
Aí vai o candidato e marca a letra A. Só que, no gabarito definitivo, a resposta foi letra B.
Por que a letra A está errada?
Resposta: não faço idéia. Pra mim, ela está correta.
Para não deixar dúvidas, vamos construir a tabela-verdade.

premissa premissa conclusão


p q ~ p ~q ~ q →~ p q→ p
V V F F V V
V F F V F V
F V V F V F
F F V V V V
Vamos focar nas linhas em que todas as premissas são verdadeiras.
premissa premissa conclusão
p q ~ p ~q ~ q →~ p q→ p
V V F F V V
V F F V F V
F V V F V F
F F V V V V
Na única linha em que todas as premissas são verdadeiras, a conclusão também é. Logo, o
argumento é válido.

Letra B.
Conclusão:
Foi produzido o relatório final.

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PROFESSOR: VÍTOR MENEZES

Esta conclusão está correta. Na única linha em que todas as premissas são verdadeiras, nós
temos:
Proposição Valor lógico
p Verdadeiro
q Verdadeiro
De fato, podemos concluir que foi produzido o relatório final. A letra B também está correta.
Esta alternativa foi dada como gabarito.

Letra C.
Conclusão:
Foram realizadas e concluídas mais de 42 inspeções.
Conclusão errada. O texto em nenhum momento afirma que foram realizadas mais de 42
inspeções.

Letra D.
Conclusão:
Foi produzido relatório final se e somente se foram realizadas e concluídas 42 inspeções.
Temos um bicondicional em que as duas parcelas são verdadeiras. Logo, o bicondicional
também é verdadeiro. Portanto, o argumento está válido. Novamente, não sei por que a banca
considerou esta alternativa errada.
Apenas para complementar, vamos fazer a tabela verdade.
premissa premissa conclusão
p q ~ p ~q ~ q →~ p q↔ p
V V F F V V
V F F V F F
F V V F V F
F F V V V V
Agora vamos analisar a(s) linha(s) da tabela-verdade em que todas as premissas são
verdadeiras.
premissa premissa conclusão
p q ~ p ~q ~ q →~ p q↔ p
V V F F V V
V F F V F F
F V V F V F
F F V V V V
Na minha opinião, a letra D também está correta.

Letra E.
Conclusão:
Não foram realizadas nem concluídas 42 inspeções, mas foi produzido o relatório final.

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PROFESSOR: VÍTOR MENEZES

Aqui temos uma proposição com conectivo “e”. A segunda parcela é verdadeira (pois foi
produzido o relatório final). A primeira parcela é falsa, pois foram realizadas 42 inspeções e
foram concluídas 42 inspeções. Logo, a conclusão não está correta. Na linha da tabela-
verdade em que todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é falsa. O argumento é
inválido.
Gabarito: B (obs: na minha opinião, a questão deveria ter sido anulada)

EC 9. POLICIA FEDERAL 2009 [CESPE]


Considere que as proposições da sequência a seguir sejam verdadeiras.
Se Fred é policial, então ele tem porte de arma.
Fred mora em São Paulo ou ele é engenheiro.
Se Fred é engenheiro, então ele faz cálculos estruturais.
Fred não tem porte de arma.
Se Fred mora em São Paulo, então ele é policial.
Nesse caso, é correto inferir que a proposição “Fred não mora em São Paulo” é uma
conclusão verdadeira com base nessa sequência.

Resolução.
A proposição mais fácil é a quarta, pois é uma proposição simples. Como ela é uma premissa,
ela é verdadeira.

Fred não tem porte de arma.

Vamos procurar agora qual a proposição que também fala sobre porte de arma. Observem a
primeira premissa:
Se Fred é policial, então ele tem porte de arma.
Temos um condicional em que a segunda parcela é falsa. Para que o condicional seja
verdadeiro, a primeira parcela também deve ser falsa.
Fred não tem porte de arma.
Fred não é policial
Vamos para a quinta premissa:
Se Fred mora em São Paulo, então ele é policial.
Temos um condicional em que a segunda parcela é falsa. Para que o condicional seja
verdadeiro, a primeira parcela também deve ser falsa.
Fred não tem porte de arma.
Fred não é policial
Fred não mora em São Paulo
Nesse ponto já dava para responder à questão. Vamos, contudo, continuar analisando as
demais premissas.
A segunda premissa é:

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PROFESSOR: VÍTOR MENEZES

Fred mora em São Paulo ou ele é engenheiro.


Temos um “ou” em que a primeira parcela é falsa. Para que o “ou” seja verdadeiro, a segunda
parcela deve ser verdadeira.
Fred não tem porte de arma.
Fred não é policial
Fred não mora em São Paulo
Fred é engenheiro
Terceira premissa:
Se Fred é engenheiro, então ele faz cálculos estruturais.
Temos um condicional em que o primeiro termo é verdadeiro. Para que o condicional seja
verdadeiro, a segunda parcela deve ser verdadeira.
Fred não tem porte de arma.
Fred não é policial
Fred não mora em São Paulo
Fred é engenheiro
Fred faz cálculos estruturais

A conclusão nos diz que Fred não mora em São Paulo, o que está de acordo com nossas
conclusões. Logo, o argumento é válido. Ou seja, as premissas suportam a conclusão.
Gabarito: certo

EC 10. TRT 17 REGIÃO 2009 [CESPE]


Uma dedução é uma sequência de proposições em que algumas são premissas e as demais são
conclusões. Uma dedução é denominada válida quando tanto as premissas quanto as
conclusões são verdadeiras. Suponha que as seguintes premissas sejam verdadeiras.
I Se os processos estavam sobre a bandeja, então o juiz os analisou.
II O juiz estava lendo os processos em seu escritório ou ele estava lendo os processos na sala
de audiências.
III Se o juiz estava lendo os processos em seu escritório, então os processos estavam sobre a
mesa.
IV O juiz não analisou os processos.
V Se o juiz estava lendo os processos na sala de audiências, então os processos estavam sobre
a bandeja.
A partir do texto e das informações e premissas acima, é correto afirmar que a proposição
1. “Se o juiz não estava lendo os processos em seu escritório, então ele estava lendo os
processos na sala de audiências” é uma conclusão verdadeira.
2. “Se os processos não estavam sobre a mesa, então o juiz estava lendo os processos na sala
de audiências” não é uma conclusão verdadeira.
3. “Os processos não estavam sobre bandeja” é uma conclusão verdadeira.
4. “Se o juiz analisou os processos, então ele não esteve no escritório” é uma conclusão
verdadeira.

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PROFESSOR: VÍTOR MENEZES

Resolução.
Todas as premissas fornecidas devem ser consideradas verdadeiras. A mais simples para
analisarmos é a IV, pois se trata de uma proposição simples.
O juiz não analisou os processos.
Ela deve ser verdadeira. Logo:
1 O Juiz não analisou os processos.
Agora vamos para a primeira premissa:
Se os processos estavam sobre a bandeja, então o juiz os analisou.
A segunda parcela do condicional é falsa. Para que o condicional seja verdadeiro, a primeira
parcela também deve ser falsa. Portanto:
1 O Juiz não analisou os processos.
2 Os processos não estavam sobre a bandeja
Agora vamos para a quinta premissa:
Se o juiz estava lendo os processos na sala de audiências, então os processos estavam sobre a
bandeja.
A segunda parcela do condicional é falsa (ver segunda conclusão da tabela acima). Para que o
condicional seja verdadeiro, a primeira parcela deve ser falsa.
1 O Juiz não analisou os processos.
2 Os processos não estavam sobre a bandeja
3 O juiz não estava lendo os processos na sala de audiências
Segunda premissa:
O juiz estava lendo os processos em seu escritório ou ele estava lendo os processos na sala de
audiências.
A segunda parcela do “ou” é falsa (ver conclusão 3 da tabela acima). Para que o “ou” seja
verdadeiro, a primeira parcela deve ser verdadeira.
1 O Juiz não analisou os processos.
2 Os processos não estavam sobre a bandeja
3 O juiz não estava lendo os processos na sala de audiências
4 O juiz estava lendo os processos em seu escritório
Terceira premissa:
Se o juiz estava lendo os processos em seu escritório, então os processos estavam sobre a
mesa.
A primeira parcela do condicional é verdadeira (ver conclusão 4). Para que o condicional seja
verdadeiro, a segunda parcela também deve ser verdadeira.
1 O Juiz não analisou os processos.
2 Os processos não estavam sobre a bandeja
3 O juiz não estava lendo os processos na sala de audiências
4 O juiz estava lendo os processos em seu escritório
5 Os processos estavam sobre a mesa
Agora podemos analisar cada item.
Primeiro item.
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“Se o juiz não estava lendo os processos em seu escritório, então ele estava lendo os processos
na sala de audiências”.
Temos um condicional em que a primeira parcela é falsa. Isso já faz com que o condicional
inteiro seja verdadeiro.
Gabarito: certo

Segundo item.
“Se os processos não estavam sobre a mesa, então o juiz estava lendo os processos na sala de
audiências”.
A primeira parcela do condicional é falsa, o que faz com que a proposição composta seja
verdadeira. Como a questão afirmou justamente o contrário, o item está errado.
Gabarito: errado.

Terceiro item.
“Os processos não estavam sobre bandeja”
Proposição correta, conforme conclusão 2 da tabela.
Gabarito: certo

Quarto item.
“Se o juiz analisou os processos, então ele não esteve no escritório.”
A primeira parcela do condicional é falsa, o que faz com que o condicional seja verdadeiro.
Gabarito: certo.

EC 11. TRE MT 2009 [CESPE]


Paulo e sua esposa Maria são políticos e pretendem se candidatar a cargos eletivos nas
próximas eleições. Em uma conversa em família, eles decidiram que:
- Maria se candidatará ao cargo de deputado estadual se, e somente se, Paulo não se
candidatar ao cargo de deputado estadual;
- se Paulo não se candidatar ao cargo de deputado estadual, então ele se candidatará ao cargo
de deputado federal ou senador;
- Paulo se candidatará ao cargo de senador se, e somente se, seu irmão o ajudar
financeiramente na campanha eleitoral.
De acordo com essas decisões, se Paulo não se candidatar ao cargo de deputado estadual nem
ao de senador, então, necessariamente,
A Maria será candidata ao cargo de deputado estadual, Paulo será candidato ao cargo de
deputado federal e terá ajuda financeira do irmão em sua campanha eleitoral.
B Maria será candidata ao cargo de deputada estadual, Paulo será candidato ao cargo de
deputado federal e não terá ajuda financeira do irmão em sua campanha eleitoral.

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C Maria não será candidata ao cargo de deputado estadual, Paulo será candidato ao cargo de
deputado federal e terá ajuda financeira do irmão em sua campanha eleitoral.
D Maria não será candidata ao cargo de deputado estadual, Paulo será candidato ao cargo de
deputado federal e não terá ajuda financeira do irmão em sua campanha eleitoral.
E Maria não será candidata ao cargo de deputado estadual e Paulo não será candidato ao cargo
de deputado federal.

Resolução.
Premissas:
1 - Maria se candidatará ao cargo de deputado estadual se, e somente se, Paulo não se
candidatar ao cargo de deputado estadual;
2 - se Paulo não se candidatar ao cargo de deputado estadual, então ele se candidatará ao
cargo de deputado federal ou senador;
3 - Paulo se candidatará ao cargo de senador se, e somente se, seu irmão o ajudar
financeiramente na campanha eleitoral.
4 – Paulo não se candidatou ao cargo de deputado estadual nem ao de senador.

Para que a quarta premissa seja verdadeira, temos:


Paulo não se candidatou a deputado estadual
Paulo não se candidatou a senador.

Vamos para a terceira premissa. Temos um bicondicional. A primeira parcela é falsa, pois
Paulo não se candidatou a senador. Para que o bicondicional seja verdadeiro, a segunda
parcela também deve ser falsa.
Paulo não se candidatou a deputado estadual
Paulo não se candidatou a senador.
Seu irmão não ajudou financeiramente na campanha.

Vamos para a segunda premissa:


2 - se (Paulo não se candidatar ao cargo de deputado estadual), então ((ele se candidatará ao
cargo de deputado federal) ou (senador));

Temos um condicional em que a primeira parcela é verdadeira (pois Paulo não se candidatou
a deputado estadual).
A segunda parcela também deve ser verdadeira, para que o condicional seja verdadeiro.

Na segunda parcela temos uma disjunção formada por:


- Paulo se candidata a deputado federal
- Paulo se candidata a senador.

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A segunda parcela da disjunção é falsa (pois Paulo não se candidata a senador). Para que a
disjunção seja verdadeira, a primeira parcela deve ser verdadeira.
Paulo não se candidatou a deputado estadual
Paulo não se candidatou a senador.
Seu irmão não ajudou financeiramente na campanha.
Paulo se candidata a deputado federal

Primeira premissa:
1 - Maria se candidatará ao cargo de deputado estadual se, e somente se, Paulo não se
candidatar ao cargo de deputado estadual;

A segunda parcela do bicondicional é verdadeira. A primeira parcela também deve ser


verdadeira para que o bicondicional seja verdadeiro. Logo, Maria se candidata a deputado
estadual.
Paulo não se candidatou a deputado estadual
Paulo não se candidatou a senador.
Seu irmão não ajudou financeiramente na campanha.
Paulo se candidata a deputado federal
Maria se candidata a deputado estadual
Gabarito: B

3 Técnica 2: análise de trás para frente

EC 12. TCE AC 2008 [CESPE]


Considere que as proposições abaixo sejam premissas de determinado argumento:
- Se Roberto é brasileiro, então Roberto tem plena liberdade de associação.
- Roberto não tem plena liberdade de associação ou Magnólia foi obrigada a associar-se.
- Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Magnólia não foi obrigada a
associar-se.
Assinale a opção que correspondente à proposição que é verdadeira por consequência da
veracidade dessas premissas.
a) Roberto não é brasileiro nem tem plena liberdade de associação.
b) Se Roberto é brasileiro, então Carlos interpretou corretamente a legislação.
c) Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Roberto é brasileiro.
d) Carlos interpretou corretamente a legislação ou Magnólia foi obrigada a associar-se.
e) Se Magnólia foi obrigada a associar-se, então Roberto não tem plena liberdade de
associação.

Resolução:
Reparem que as premissas não são “fáceis”. Não temos proposições simples, nem conjunções.

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Ou seja, não dá para usar a técnica 1.


Poderíamos usar a tabela verdade para analisar o argumento?
Sem dúvidas.
Mas atentem para o seguinte: nesse caso, temos 4 proposições simples. A tabela verdade seria
bem grande (teria muitas linhas).

Deste modo, é complicado partir das premissas para vermos o que é que dá para concluir. É
complicado partir das premissas para ver qual a conclusão possível.
Ora, se está difícil partir das premissas, vamos fazer o caminho contrário. Vamos então para a
análise “de trás pra frente”.
Isso mesmo. Iremos de “trás para frente”. Partiremos da conclusão. Faremos com que a
conclusão seja falsa. Caso, fazendo com que a conclusão seja falsa, achemos uma situação em
que todas as premissas sejam verdadeiras, então o argumento é inválido. Ou seja, estamos
justamente determinando a linha da tabela-verdade em que as premissas são verdadeiras e a
conclusão é falsa. ´
Repetindo:
1 – “forçaremos” a conclusão a ser falsa
2 – tentaremos fazer com que as premissas sejam verdadeiras
Se conseguirmos, o argumento é inválido (há uma situação de premissas verdadeiras e
conclusão falsa). Nós identificaremos a linha da tabela verdade que fura o argumento, que o
torna inválido.
Se não conseguirmos, é porque esta linha não existe. Ou seja, não existe um caso de premissas
verdadeiras e conclusão falsa. Com isso, o argumento é válido.

Letra A.
Conclusão: Roberto não é brasileiro e Roberto não tem plena liberdade de associação.
Nessa nossa tática de ir de “trás para frente”, a pior alternativa para analisarmos é a letra A.
Nela, nós temos um “e”. Queremos forçar o caso em que a conclusão é falsa. Só que há três
linhas da tabela verdade do “e” que fazem com que a proposição composta seja falsa. É muito
caso para analisar.
Vamos pular para a letra B.

Letra B.
Conclusão: Se Roberto é brasileiro, então Carlos interpretou corretamente a legislação.
Queremos forçar a conclusão a ser falsa. Temos um “se... então”. Ele só é falso quando a
primeira parcela é verdadeira e a segunda é falsa. Logo:
Conclusões
1 Roberto é brasileiro
2 Carlos não interpretou corretamente a legislação
Vamos agora tentar fazer com que as premissas sejam verdadeiras.

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Primeira premissa:
Se Roberto é brasileiro, então Roberto tem plena liberdade de associação.
Queremos que o condicional seja verdadeiro. Sabemos que a primeira parcela é verdadeira,
pois Roberto é brasileiro. Logo, para que o condicional seja verdadeiro, a segunda parcela
deve ser verdadeira.
Conclusões
1 Roberto é brasileiro
2 Carlos não interpretou corretamente a legislação
3 Roberto tem plena liberdade de associação
Vamos para a segunda premissa:
Roberto não tem plena liberdade de associação ou Magnólia foi obrigada a associar-se.
Temos um “ou”. A primeira parcela é falsa (ver conclusão 3). Logo, para que a premissa seja
verdadeira, a segunda parcela deve ser verdadeira. Ou seja, Magnólia foi obrigada a associar-
se.
Conclusões
1 Roberto é brasileiro
2 Carlos não interpretou corretamente a legislação
3 Roberto tem plena liberdade de associação
4 Magnólia foi obrigada a associar-se
Terceira premissa:
Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Magnólia não foi obrigada a
associar-se.
Outro condicional. A primeira parcela é verdadeira (ver conclusão 2). A segunda parcela é
falsa (ver conclusão 4). Logo, a terceira premissa é falsa.
Ou seja, não atingimos nosso objetivo. Não conseguimos achar um caso em que a conclusão é
falsa e todas as premissas são verdadeiras. Logo, esse é o argumento válido.
Gabarito: B

2ª Técnica
Force a conclusão a ser falsa.
Tente fazer com que as premissas sejam verdadeiras.
Se conseguir, o argumento é inválido.
→ Se não conseguir, o argumento é válido.
Isso é útil se a conclusão tiver um único caso de falso. Isto ocorrerá se a conclusão for:
- uma proposição simples
- uma conjunção
- um condicional

EC 13. PREFEITURA DE VILA VELHA 2008 [CESPE]


Considere que as proposições listadas abaixo sejam todas V.
I Se Clara não é policial, então João não é analista de sistemas.

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II Se Lucas não é policial, então Elias é contador.


III Clara é policial.
Supondo que cada pessoa citada tenha somente uma profissão, então está correto concluir que
a proposição “João é contador” é verdadeira.

Resolução.
As proposições I, II e III são tomadas como verdadeiras. Ou seja, são nossas premissas.
Partindo delas, queremos saber se é possível concluir que João é contador.

Observem que a terceira premissa é uma proposição simples. Isso nos remete à técnica 1.
Vamos, então, iniciar pela terceira premissa, que é uma proposição simples. Para que ela seja
verdadeira, temos:
Clara é policial.
Para continuar aplicando a técnica 1, teríamos que usar esta informação em outra premissa
que falasse de Clara, para podermos tirar novas conclusões.
Se vocês tentarem usar esta informação nas demais premissas, verão que não conseguirão
descobrir muita coisa.
Ou seja, apesar de o argumento possuir uma premissa simples, ela não foi suficiente pra gente
eliminar diversas linhas da tabela verdade (técnica 1).

Precisamos de outra estratégia.


Observem que a conclusão é uma proposição simples (João é contador).
Quando isso acontece, a conclusão tem um único caso de falso. Isso nos remete à aplicação da
técnica 2.

Vamos forçar a conclusão a ser falsa. Para que ela seja falsa, devemos ter:
João não é contador.

Agora vamos tentar fazer com que as premissas sejam verdadeiras.


Vamos para a terceira premissa. Para que ela seja verdadeira, Clara deve ser policial.
João não é contador.
Clara é policial
Vamos para a primeira premissa: Se Clara não é policial, então João não é analista de
sistemas.
Temos um condicional em que o antecedente é falso. Isso já garante que a primeira premissa
seja verdadeira.
Vamos para a segunda premissa: Se Lucas não é policial, então Elias é contador.

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Há várias formas de esta premissa ser verdadeira. Um exemplo ocorre quando Elias é
contador. Desta forma, o conseqüente é verdadeiro, garantindo que o condicional seja
verdadeiro.
João não é contador.
Clara é policial
Elias é contador
Ou seja, encontramos uma linha da tabela verdade que faz com que a conclusão seja falsa e
todas as premissas sejam verdadeiras.
Esta linha já é suficiente para dizermos que o argumento é inválido.
Em outras palavras, as premissas fornecidas não permitem concluir que João é contador. As
premissas não suportam a conclusão.
Gabarito: errado.

EC 14. POLICIA FEDERAL 2009 [CESPE]


Considere as proposições A, B e C a seguir.
A: Se Jane é policial federal ou procuradora de justiça, então Jane foi aprovada em concurso
público.
B: Jane foi aprovada em concurso público.
C: Jane é policial federal ou procuradora de justiça.
Nesse caso, se A e B forem V, então C também será V.

Resolução.
No fundo, o que o exercício nos deu foi um argumento. As proposições “A” e “B” são as
premissas. A proposição “C” é a conclusão.
O exercício afirma que, se “A” e “B” são verdadeiras, então “C” também é. Ou seja, o
exercício afirma que o argumento fornecido é válido.

Vamos fazer a análise do argumento. Vamos “de trás para frente”. Começamos forçando a
conclusão a ser falsa. A conclusão é:
C: Jane é policial federal ou procuradora de justiça.
Para que o “ou” seja falso, as duas parcelas devem ser falsas. Logo:

Conclusões
Jane não é policial federal
Jane não é procuradora de justiça
Vamos ver se conseguimos fazer as premissas serem verdadeiras.
A primeira premissa é:
Se Jane é policial federal ou procuradora de justiça, então Jane foi aprovada em concurso
público.

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Esta premissa já é, de cara, verdadeira, pois a primeira parcela do condicional é falsa (Jane
não é policial federal).
A segunda premissa é:
Jane foi aprovada em concurso público.
Para que ela seja verdadeira, Jane não deve ter sido aprovada em concurso.

Conclusões
Jane não é policial federal
Jane não é procuradora de justiça
Jane não foi aprovada em concurso público
Pronto!
Conseguimos achar um caso em que todas as premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa.
É o caso em que Jane não é policial, não é procuradora de justiça e não foi aprovada em
concurso público. Logo, o argumento é inválido. Ou seja, as premissas não suportam a
conclusão.
Gabarito: errado

4 Técnica 3: a premissa adicional


Considere o seguinte argumento:
a, b, c |---- d → e
A conclusão dele é um condicional. As premissas são a, b, c e a conclusão é “d → e”.
Muito bem. Sempre que a conclusão for um condicional, nós ganhamos uma premissa
adicional.
A conclusão era “ d → e ”.
Nós podemos pegar a proposição d e passar para o lado das premissas. Fica assim:
a, b, c, d |---- e
Ou seja, os dois argumentos dados acima são “equivalentes”. Analisar qualquer um deles dá
no mesmo.
Inicialmente nós tínhamos um argumento em que a conclusão era o condicional “ d → e ”.
Nós podemos trazer a proposição “d” para o lado das premissas. Nós ganhamos uma
premissa adicional!!!

Vamos usar isso na letra B do EC 12.


Lembrando, as premissas eram:
- Se Roberto é brasileiro, então Roberto tem plena liberdade de associação.
- Roberto não tem plena liberdade de associação ou Magnólia foi obrigada a associar-se.
- Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Magnólia não foi obrigada a
associar-se.
E a conclusão exposta na letra B era:

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Se Roberto é brasileiro, então Carlos interpretou corretamente a legislação.

Para testar a validade desse argumento, podemos contar com a premissa adicional. Agora as
premissas são:
- Se Roberto é brasileiro, então Roberto tem plena liberdade de associação.
- Roberto não tem plena liberdade de associação ou Magnólia foi obrigada a associar-se.
- Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Magnólia não foi obrigada a
associar-se.
- Roberto é brasileiro (premissa adicional)
E a conclusão passa a ser:
Carlos interpretou corretamente a legislação.
E, assim, não precisamos fazer o nosso método “de trás pra frente”. Podemos seguir o rumo
natural das coisas. Podemos partir das premissas. Agora, será bem mais fácil tirar conclusões
imediatas.
Por quê?
Porque acabamos de ganhar uma premissa “fácil”. É uma proposição simples.
Da quarta premissa, temos que Roberto é brasileiro.
Conclusões
1 Roberto é brasileiro
Vamos para a primeira premissa. Queremos que ela seja verdadeira. Sabemos que a primeira
parcela é verdadeira (ver conclusão 1). Logo, a segunda parcela também deve ser verdadeira.
Conclusões
1 Roberto é brasileiro
2 Roberto tem liberdade de associação
Vamos para a segunda premissa. Temos um “ou”. Sabemos que sua primeira parcela é falsa
(pois Roberto tem plena liberdade de associação). Para que o “ou” seja verdadeiro, a segunda
parcela deve ser verdadeira. Logo, Magnólia foi obrigada a se associar.
Conclusões
1 Roberto é brasileiro
2 Roberto tem liberdade de associação
3 Magnólia foi obrigada a associar-se
Vamos para a terceira premissa. Temos um condicional. A segunda parcela é falsa. Logo, a
primeira parcela deve ser falsa. Portanto, Carlos interpretou corretamente a legislação.
Conclusões
1 Roberto é brasileiro
2 Roberto tem liberdade de associação
3 Magnólia foi obrigada a associar-se
4 Carlos interpretou corretamente a legislação

Ou seja, realmente podemos concluir que Carlos interpretou corretamente a legislação. A


alternativa está correta.

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Vamos aproveitar a oportunidade e analisar as demais alternativas da questão.


Letra C.
A conclusão apontada é:
Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Roberto é brasileiro.
Vamos adotar a tática da premissa adicional. Nosso argumento passa a ser:

Premissas:
- Se Roberto é brasileiro, então Roberto tem plena liberdade de associação.
- Roberto não tem plena liberdade de associação ou Magnólia foi obrigada a associar-se.
- Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Magnólia não foi obrigada a
associar-se.
- Carlos não interpretou corretamente a legislação (premissa adicional)

Conclusão:
Roberto é brasileiro.

Da quarta premissa, temos que Carlos não interpretou corretamente a legislação.


Conclusões
1 Carlos não interpretou corretamente a legislação

Vamos para a terceira premissa. Temos um condicional em que a primeira parcela é


verdadeira. Para que o condicional seja verdadeiro, a segunda parcela deve ser verdadeira.
Conclusões
1 Carlos não interpretou corretamente a legislação
2 Magnólia não foi obrigada a associar-se
Vamos para a segunda premissa. Temos um “ou” em que a segunda parcela é falsa. Para que o
“ou” seja verdadeiro, a primeira parcela deve ser verdadeira.
Conclusões
1 Carlos não interpretou corretamente a legislação
2 Magnólia não foi obrigada a associar-se
3 Roberto não tem plena liberdade de associação
Primeira premissa. É um condicional em que a segunda parcela é falsa. Logo, a primeira
parcela deve ser falsa, para que a proposição composta seja verdadeira.
Conclusões
1 Carlos não interpretou corretamente a legislação
2 Magnólia não foi obrigada a associar-se
3 Roberto não tem plena liberdade de associação
4 Roberto não é brasileiro.
Logo, está errada a conclusão apresentada, de que Roberto é brasileiro.

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Letra D.
Conclusão:
Carlos interpretou corretamente a legislação ou Magnólia foi obrigada a associar-se.
Agora, a conclusão não está mais na forma de um condicional. Assim, não podemos mais usar
a dica da “premissa adicional”.
Ah, mas a conclusão é uma disjunção. Ela apresenta um único caso de falso. Podemos usar
outra técnica que estudamos.
Para testar a validade desse argumento, vamos, novamente, ir de “trás pra frente”. Vamos
forçar a conclusão a ser falsa.
Para que a conclusão seja falsa, as duas parcelas do “ou” devem ser falsas.
Conclusões
1 Carlos não interpretou corretamente a legislação
2 Magnólia não foi obrigada a associar-se
Vamos para a segunda premissa. Temos um “ou” em que a segunda parcela é falsa. Para que o
“ou” seja verdadeiro, a primeira parcela deve ser verdadeira.
Conclusões
1 Carlos não interpretou corretamente a legislação
2 Magnólia não foi obrigada a associar-se
3 Roberto não tem plena liberdade de associação
Primeira premissa. É um condicional em que a segunda parcela é falsa. Logo, a primeira
parcela deve ser falsa, para que a proposição composta seja verdadeira.
Conclusões
1 Carlos não interpretou corretamente a legislação
2 Magnólia não foi obrigada a associar-se
3 Roberto não tem plena liberdade de associação
4 Roberto não é brasileiro.
Terceira premissa. É um condicional em que as duas parcelas são verdadeiras (ver conclusões
1 e 2).
Pronto. Achamos um caso em que todas as premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa.
Na situação indicada no quadro acima, temos a veracidade das premissas e a falsidade da
conclusão. Achamos a linha da tabela-verdade que “fura” nosso argumento, que faz com que
ele seja inválido.

Letra E.
Outra vez, temos uma conclusão na forma de um condicional. Podemos utilizar a técnica da
“premissa adicional”.
Nosso argumento passa a ser:
Premissas:
- Se Roberto é brasileiro, então Roberto tem plena liberdade de associação.
- Roberto não tem plena liberdade de associação ou Magnólia foi obrigada a associar-se.
- Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Magnólia não foi obrigada a
associar-se.

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- Magnólia foi obrigada a associar-se (premissa adicional)

Conclusão:
Roberto não tem plena liberdade de associação.

Vamos verificar sua validade.


Da premissa adicional, temos que Magnólia foi obrigada a associar-se.
Conclusões
1 Magnólia foi obrigada a associar-se

Terceira premissa. Temos um condicional em que a segunda parcela é falsa. Logo, a primeira
parcela deve ser falsa, para que o condicional seja verdadeiro.
Conclusões
1 Magnólia foi obrigada a associar-se
2 Carlos interpretou corretamente a legislação
Segunda premissa. Temos um “ou” em que a segunda parcela é verdadeira. Logo, a segunda
premissa já é verdadeira. O Roberto pode ter ou não plena liberdade de associação. Tanto faz.
De um jeito ou de outro, a segunda premissa é verdadeira.

Primeira premissa.
Como não sabemos que se Roberto tem ou não liberdade de associação, então há várias
formas de a primeira premissa ser verdadeira. Temos os seguintes casos:
1 – Roberto é brasileiro e Roberto tem plena liberdade de associação
2 – Roberto não é brasileiro e Roberto tem pela liberdade de associação
3 – Roberto não é brasileiro e Roberto não tem plena liberdade de associação.

Nesses três casos, a primeira premissa é verdadeira.


Observem atentamente os dois primeiros casos, destacados em vermelho:
1 – Roberto é brasileiro e Roberto tem plena liberdade de associação
2 – Roberto não é brasileiro e Roberto tem pela liberdade de associação
3 – Roberto não é brasileiro e Roberto não tem plena liberdade de associação.

Eles correspondem a duas linhas da tabela-verdade em que a conclusão é falsa. Logo, é


possível termos todas as premissas verdadeiras e a conclusão falsa. Portanto, o argumento é
inválido.

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3ª Técnica
Sempre que a conclusão for um condicional, do tipo d → e , você pode fazer o seguinte:

- considere a proposição “d” como uma premissa adicional
- a conclusão passa a ser formada apenas pela proposição “e”.

II DIAGRAMAS LÓGICOS

Uma sentença aberta é uma sentença que possui pelo menos uma variável.
Exemplo:
x+3>5
Acima temos uma sentença aberta. Ela possui a variável x. Cada valor de x dá origem a uma
proposição, que pode ser julgada em V ou F. Isso é o que caracteriza uma sentença aberta. É o
fato de ela poder dar origem a diversas proposições, conforme o valor assumido pela variável.
A sentença x + 3 > 5 , por si só, não é uma proposição. Ela não pode, de imediato, ser julgada
em V ou F. Cada valor de x vai dar origem a uma proposição que, aí sim, poderá ser julgada.
Pois bem, é muito comum que a partir de uma sentença aberta sejam formuladas proposições,
por meio de quantificadores. Quando um quantificador incide sobre uma variável, aí temos
uma proposição, que pode ser julgada em V ou F.
A partir do exemplo acima, vamos criar uma outra frase:
Existe valor de x tal que x + 3 > 5 .
Ah, agora mudou tudo. A palavra “existe” é um quantificador. Podemos pensar que ela é
sinônimo de “algum”. Ou seja, afirma-se que algum x obedece a “ x + 3 > 5 ”. Ou seja, afirma-
se que existe pelo menos um valor de x que satisfaz x + 3 > 5 .
Essa segunda sentença é uma proposição. Apesar de apresentar uma variável, ela já pode ser
julgada de imediato. No caso, sabemos que é verdadeira.
Os quantificadores são geralmente indicados por palavras como: todo, algum, nenhum etc.
Argumentos que envolvem proposições deste tipo são mais facilmente estudados por meio de
diagramas, que representam os diversos conjuntos de possibilidades.

1 Como desenhar os diagramas


EP 2 Represente os diagramas lógicos para as seguintes proposições:

a) Todo dragão é um animal com mais de 15 metros de altura.


b) Algum brasileiro fala espanhol.
c) Algum brasileiro não fala espanhol.
d) Nenhum dragão é dinossauro.

Resolução.

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Existem proposições que apresentam os chamados quantificadores (todo, algum, nenhum).


Quando temos um argumento em que as proposições apresentam quantificadores, a tabela
verdade se mostra insuficiente para a análise do argumento.
Neste caso, é muito útil utilizarmos os diagramas lógicos. Esses tais diagramas são desenhos
esquemáticos que representam as proposições.
Fazer os desenhos é bem simples. Vamos lá!

Letra A: todo dragão é um animal com mais de 15 metros de altura.


Neste caso, dizemos que o conjunto dos dragões está contido no conjunto dos animais com
mais de 15 metros de altura (ou ainda, o conjunto dos dragões está dentro do conjunto dos
animais com mais de 15 metros).
Assim:

Dizendo de forma diferente: o conjunto dos dragões é um subconjunto do conjunto dos


animais com mais de 15 metros de altura.

Reparem que este quantificador nos traz algumas certezas e algumas incertezas. Para ficar
mais claro, vejamos outra forma de representar os mesmos conjuntos:
A frase é:
Todo dragão é um animal com mais de 15 metros de altura.
Isso nos dá certeza de que não há dragões fora do conjunto dos animais com mais de 15
metros de altura.

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É a região cinza da figura acima. Nesta aula, vamos usar a cor cinza para indicar que não há
elementos na região.
Agora, simplesmente dizer que “todo dragão é um animal com mais de 15 metros de altura”
não nos dá certeza de que existem dragões, nem de que há animais com mais de 15 metros de
altura. São as “regiões de incerteza”, destacadas em amarelo na figura acima.
Ou seja, nas regiões em amarelo, não sabemos se há ou não elementos.
Esta proposição em especial foi dada porque, no mundo real, de fato, não há dragões.
Também não há animais com mais de 15 metros de altura.
Apesar disso, é correto dizer que “todo dragão é um animal com mais de 15 metros de altura”.
Ora, se existem zero dragões, então, de fato, todos estes “zero” dragões têm mais de 15
metros de altura.

Letra b:
“Algum brasileiro fala espanhol”
Este quantificador também nos traz algumas incertezas. Vejam como fica o desenho:

Quando dizemos que alguns brasileiros falam espanhol, nós temos a certeza que os dois
conjuntos se tocam. E mais que isso: na intersecção, há pelo menos um elemento.
Ou seja, existe pelo menos uma pessoa que é brasileira e, além disso, fala espanhol.

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Isso nos dá a certeza de que, na região marcada com um (X) na figura abaixo, existe pelo
menos uma pessoa:

Quanto às demais regiões do diagrama, não sabemos se correspondem a algum indivíduo. São
“regiões de incerteza”, representadas em amarelo:

Não sabemos se há brasileiros que não falam espanhol (região 1 da figura). Também não
sabemos se há pessoas que falam espanhol e não são brasileiras (região 2 da figura).

Letra c:
Alguns brasileiros não falam espanhol
A análise é bem semelhante à da letra B.
O diagrama é o mesmo. A única coisa que muda é a “região de incerteza”.
Agora, temos certeza de que existem brasileiros que não falam espanhol. É a região marcada
com um (X) ma figura abaixo:

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Não temos certeza se há pessoas que são brasileiras e falam espanhol (região 1). Também não
sabemos se há pessoas que não são brasileiras e falam espanhol (região 2).

Letra d:
Nenhum dragão é dinossauro.
Neste caso, estamos afirmando que o conjunto dos dragões não apresenta intersecção com o
conjunto dos dinossauros.
Assim:

Novamente: dizemos que não há intersecção entre os dois conjuntos.


Assim como nos casos anteriores, temos algumas incertezas.

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A única certeza que temos é que não há intersecção entre os conjuntos. É a região cinza da
figura acima. Pintamos de cinza par indicar ausência de elementos.
Contudo, simplesmente dizer que “nenhum dragão é dinossauro” não garante qualquer coisa
sobre a existência de elementos dentro do conjunto dos dragões (região 1 da figura), ou dentro
do conjunto dos dinossauros (região 2).
Não temos certeza se existem dragões. Nem se existem dinossauros. Apenas temos certeza de
que não há dragões que também sejam dinossauros.
Esta proposição em especial foi utilizada porque, no mundo real, atualmente, não existem
dinossauros. Também não existem dragões. Deste modo, realmente é correto dizer que
nenhum dragão é dinossauro.
Com isso não estamos afirmando a existência de qualquer um destes dois tipos de criatura.

Nesta primeira explicação, deixei em amarelo as regiões de incerteza, para poder chamar
melhor a atenção para elas.
Muito bem. Nos demais exercícios, para não sobrecarregar muito as imagens (e não gastar
muito a tinta de vossas impressoras), vou deixar as “regiões de incerteza” em branco, em vez
de amarelo.
Só quando eu quiser chamar a atenção para alguma região de incerteza em partícular, aí eu
pinto de amarelo, ok?

Então, para relembrar todos os desenhos, vamos ver mais alguns exemplos.

EP 3 Represente os diagramas para as seguintes proposições:

a) Algum corintiano não é flamenguista


b) Nenhum palmeirense é vascaíno
c) Algum são paulino é botafoguense
d) Todo santista é fluminense.

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Resolução.
Letra A:

A região com um (X) é aquela em que temos certeza de que há algum elemento. Nas demais,
não temos certeza.

Letra B:

Só temos certeza de que não há elementos na intersecção. Por isso, pintamos com cinza para
indicar a ausência de elementos na região.
Outra opção seria desenhar os conjuntos totalmente separados:

Letra C:

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Só temos certeza de que há elementos na intersecção. Por isso marcamos com um (X). Nas
demais regiões, em branco, não sabemos se há elementos.

Letra D:

Só sabemos que não existem santistas fora do conjunto vermelho. Por isso a região foi pintada
com cinza, para indicar a ausência de elementos.
Uma outra possibilidade seria colocar um conjunto dentro do outro:

Resumindo:
- “todo” e “nenhum” só nos dão certeza sobre regiões cinzas (em que não há elementos)
- “algum” só nos dá certeza sobre região com (X) – ou seja, região que contém um elemento.

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EC 15. MPOG 2009 [ESAF]


Considerando as seguintes proposições: “Alguns filósofos são matemáticos” e “não é verdade
que algum poeta é matemático”, pode-se concluir apenas que:
a) algum filósofo é poeta.
b) algum poeta é filósofo.
c) nenhum poeta é filósofo.
d) nenhum filósofo é poeta.
e) algum filósofo não é poeta.

Resolução:
As premissas envolvem filósofos, matemáticos e poetas.

Premissas:
1) Alguns filósofos são matemáticos
2) Não é verdade que algum poeta é matemático.

Da primeira premissa, temos que existem elementos na intersecção entre filósofos e


matemáticos.

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A segunda premissa nos diz que: “Não é verdade que algum poeta é matemático”.
Em outras palavras, é falso que: algum poeta é matemático.
Assim, a negação disso é verdadeira.
Mais adiante, nós aprenderemos a negar uma proposição com “algum”.
Por hora, fica a informação de que a negação de “algum poeta é matemático” é “nenhum
poeta é matemático”

Ou seja, no fundo, a segunda premissa nos diz que “nenhum poeta é matemático”.
Isso nos garante que não há elementos na intersecção entre poetas e matemáticos. Precisamos
pintar a região correspondente de cinza.

Vejamos cada uma das alternativas.


a) algum filósofo é poeta – não temos como garantir isso.
A intersecção entre os conjuntos verde e preto está em branco: é uma região de incerteza. Não
sabemos se existem ou não elementos ali.
b) algum poeta é filósofo – análise idêntica à da letra “a”.

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c) nenhum poeta é filósofo – novamente, não temos certeza sobre a intersecção entre os
conjuntos verde e preto. Pode ser que contenha algum elemento ou não.
d) nenhum filósofo é poeta – análise idêntica à da letra “c”.
e) algum filósofo não é poeta. – esta conclusão é válida. Basta ver a região assinalada com um
(X). Nela, temos o indicativo de que existem elementos dentro do conjunto preto, que estão
fora do conjunto verde.
Gabarito: E

EC 16. SEBRAE 2008 [CESPE]


Considere as seguintes proposições:
I - Todos os cidadãos brasileiros têm garantido o direito de herança.
II - Joaquina não tem garantido o direito de herança.
III - Todos aqueles que têm direito de herança são cidadãos de muita sorte.

Supondo que todas essas proposições sejam verdadeiras, é correto concluir logicamente que
1. Joaquina não é cidadã brasileira.
2. todos os que têm direito de herança são cidadãos brasileiros.
3. se Joaquina não é cidadã brasileira, então Joaquina não é de muita sorte.

Resolução:
Da primeira proposição, temos que o conjunto dos brasileiros está dentro do conjunto das
pessoas com direito de herança:

Da segunda proposição, sabemos que Joaquina não pertence ao conjunto das pessoas que têm
garantido o direito de herança.

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Da terceira proposição, temos que o conjunto das pessoas que têm garantido o direito de
herança está dentro do conjunto dos cidadãos de muita sorte. Aqui, temos duas possibilidades:
Joaquina pode estar incluída ou não no conjunto dos cidadãos de muita sorte:
Primeira opção:

Segunda opção:

Vamos aos itens.


Primeiro item.

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Afirma-se que Joaquina não é brasileira. De fato, segundo nossos desenhos acima, isso é
correto. Ou seja, tomando como verdadeiras as proposições dadas no comando da questão,
concluímos que Joaquina não é brasileira. Ou seja, as premissas suportam a conclusão a que
se chegou.
Gabarito: Certo.

Segundo item.
Afirma-se que todos os que têm garantido direito de herança são brasileiros. Isso é falso. O
enunciado não nos permite concluir isso. É perfeitamente possível que existam pessoas dentro
do conjunto vermelho que não estejam dentro do conjunto verde. Nesta situação, todas as
premissas seriam verdadeiras e a conclusão seria falsa.
As premissas não são suficientes para que cheguemos nessa conclusão.
Gabarito: errado.

Terceiro item.
Conclusão:
Se Joaquina não é cidadã brasileira, então Joaquina não é de muita sorte.
Temos um condicional em que o primeiro termo é verdadeiro. Quanto ao segundo termo, não
temos como saber se ele é verdadeiro ou falso.
As premissas não foram suficientes para sabermos se Joaquina tem muita sorte ou não. Não
temos como afirmar se ela está dentro ou fora do conjunto azul.
Logo, as premissas não nos permitem afirmar que a segunda parcela do condicional seja
verdadeira. Ora, se ela pode ser falsa, fazendo com que o condicional seja falso, então é
porque as premissas não suportam a conclusão.
Gabarito: errado.

EC 17. CGE PB 2006 [CESPE]


Considere as proposições:
I - Ninguém será considerado culpado ou condenado sem julgamento.
II - Todos os cidadãos brasileiros têm garantido o direito de herança.

Suponha que sejam verdadeiras as seguintes proposições.


III - Joaquina não tem garantido o direito de herança.
IV - Todos aqueles que têm direito de herança são cidadãos de muita sorte.
Se III e IV acima, e II, do texto, são premissas de um argumento, assinale a opção
correspondente à "conclusão", que forma com essas premissas um argumento válido.
a) Joaquina não é cidadã de muita sorte.
b) Todos os que têm direito de herança são cidadãos brasileiros.

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c) Joaquina não é cidadã brasileira.


d) Ou todos não têm direito de herança ou todos não são cidadãos brasileiros.
e) Se Joaquina não é cidadã brasileira, então Joaquina não é de muita sorte.

Resolução:
O enunciado é muito semelhante ao anterior.
Premissas:
Todos os cidadãos brasileiros têm garantido o direito de herança.
Joaquina não tem garantido o direito de herança.
Todos aqueles que têm direito de herança são cidadãos de muita sorte.

Representando todas essas premissas por meio de um desenho, nós temos duas opções.
Primeira opção:

Segunda opção:

Letra A:
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Conclusão: Joaquina não é cidadã de muita sorte.


O argumento com esta conclusão é inválido. Chegamos a duas opções para o diagrama. Na
segunda delas, Joaquina é cidadã de muita sorte. Ou seja, existe uma situação em que as
premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa.

Letra B.
É perfeitamente possível que existam pessoas dentro do conjunto vermelho que não
pertençam ao conjunto verde. A conclusão não é suportada pelas premissas.

Letra C.
Alternativa correta. Nas duas opções a que chegamos, realmente, que Joaquina não é cidadã
brasileira.
Gabarito: C

EC 18. TRT 1ª REGIÃO 2008 [CESPE]


Uma sentença que possa ser julgada como verdadeira — V — ou falsa — F — é denominada
proposição. Para facilitar o processo dedutivo, as proposições são freqüentemente
simbolizadas. Considere como proposições básicas as proposições simbolizadas por letras
maiúsculas do alfabeto, tais como, A, B, P, Q, etc. Proposições compostas são formadas
usando-se símbolos lógicos. São proposições compostas expressões da forma P ∨ Q que têm
valor lógico V somente quando P e Q são V, caso contrário vale F, e são lidas como “P e Q”;
expressões da forma P ∧ Q têm valor lógico F somente quando P e Q são F, caso contrário
valem V, e são lidas como “P ou Q”; expressões da forma P → Q têm valor lógico F somente
quando P é V e Q é F, caso contrário valem V, e são lidas como “se P então Q”. Expressões
da forma ¬P simbolizam a negação de P, e são F quando P é V, e é V quando P é F.
Tendo em vista as informações do texto I, considere que sejam verdadeiras as proposições: (I)
Todos advogados ingressam no tribunal por concurso público; (II) José ingressou no tribunal
por concurso público; e (III) João não é advogado ou João não ingressou no tribunal por
concurso público. Nesse caso, também é verdadeira a proposição:
a) José é advogado.
b) João não é advogado.
c) Se José não ingressou no tribunal por concurso público, então José é advogado.
d) João não ingressou no tribunal por concurso público.
e) José ingressou no tribunal por concurso público e João é advogado.

Resolução:
Premissas:
(I) Todos advogados ingressam no tribunal por concurso público;
(II) José ingressou no tribunal por concurso público;
(III) João não é advogado ou João não ingressou no tribunal por concurso público.

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Letra A:
Afirma-se que José é advogado. Essa conclusão não é suportada pelas premissas. Sabemos
que todos os advogados ingressaram no tribunal por concurso público. Assim, o conjunto dos
advogados do tribunal está contido no conjunto dos servidores do tribunal que ingressaram
por concurso público.
Contudo, o fato de José ter ingressado por concurso não nos permite concluir que seja
advogado. Isso porque é perfeitamente possível a seguinte configuração:

O diagrama acima representa uma situação que satisfaz a todas as premissas (premissas
verdadeiras) e frustra a nossa conclusão. Logo, o argumento pretendido não é válido. As
premissas não suportam a conclusão de que José seja advogado.

Letra B.
De igual modo, também não podemos concluir que José não seja advogado. Basta verificar o
desenho abaixo.

Na situação acima representada, todas as premissas foram obedecidas (são verdadeiras) e a


conclusão de que José não é advogado é falsa. Outro argumento inválido.

Letra C.
Conclusão:
Se José não ingressou no tribunal por concurso público, então José é advogado.

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Temos um condicional em que a primeira parcela é falsa. Logo, pouco importa o que diz a
segunda parcela. O condicional, de cara, já é verdadeiro.
Portanto, se as premissas forem verdadeiras (o que significa que José ingressou no tribunal
por concurso – ver premissa II), automaticamente a conclusão é verdadeira. Temos um
argumento válido. As premissas suportam a conclusão.
Gabarito: C.

EC 19. IPEA 2008 [CESPE]


Tendo como base o texto, julgue os itens seguintes, a respeito de lógica.
1 - Considere que as proposições “Alguns flamenguistas são vascaínos” e “Nenhum
botafoguense é vascaíno” sejam valoradas como V. Nesse caso, também será valorada como
V a seguinte proposição: “Algum flamenguista não é botafoguense”.
2 - Considere o argumento formado pelas proposições A: “Todo número inteiro é par”; B:
“Nenhum número par é primo”; C: “Nenhum número inteiro é primo”, em que A e B são as
premissas e C é a conclusão. Nesse caso, é correto afirmar que o argumento é um argumento
válido.

Resolução.
Por mais absurdo que seja afirmar que um flamenguista é vascaíno, ou que todo número
inteiro é par, pra gente, pelo simples fato de tais proposições serem premissas, elas são
verdadeiras. Então desenhamos os diagramas, considerando as premissas, e avaliamos se as
conclusões são verdadeiras.

Primeiro item.
Vou desenhar logo o diagrama completo, representando todas as premissas.

De fato, é correto concluir que algum flamenguista não é botafoguense. Basta notar a região
assinalada com um (x). Nela, temos flamenguistas que não são botafoguenses.

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Gabarito: certo.

No segundo item, temos:

De acordo com o diagrama, realmente concluímos que nenhum inteiro é primo.


Gabarito: certo.

EC 20. MCT 2008 [CESPE]


Com base nas informações do texto, julgue o item que segue.
1. Considere as seguintes proposições.
A: Os funcionários da prefeitura falam inglês;
B: Quem fala inglês é inteligente;
C: Os fofoqueiros não são inteligentes;
D: Algum fofoqueiro é funcionário da prefeitura.
Nesse caso, considerando as proposições A, B e C como premissas de um argumento e D
como a conclusão, então o argumento é um argumento válido.

Resolução.
O diagrama representando as premissas fica:

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Podemos ver que a conclusão exposta em D é falsa. A conclusão não decorre das premissas.
O argumento é inválido.
Gabarito: errado

2 Negação de proposições com quantificadores

Um tipo de questão cobrado em provas pede a negação de proposições que apresentam


quantificadores.
Exemplo:
p: Todo brasileiro fala espanhol.
Como fazemos para negar esta proposição acima?
Basta pensar assim: quando é que esta proposição será falsa?
Para que ela seja falsa, basta que exista um brasileiro que não fale espanhol.
Há duas formas de dizer isso:
~p: Algum brasileiro não fala espanhol.
ou ainda:
~p: Nem todo brasileiro fala espanhol.
Outro exemplo:
q: Algum brasileiro fala espanhol
Para negar esta proposição, novamente, basta pensar nos casos em que ela é falsa.
Ela será falsa se nenhum brasileiro falar espanhol.
~q: Nenhum brasileiro fala espanhol.
Outra forma de dizer isso é:
~q: Todo brasileiro não fala espanhol.
A tabela abaixo resume tudo:
Proposição original Negação
Nem todo brasileiro fala espanhol.
Todo brasileiro fala espanhol
Algum brasileiro não fala espanhol
Nenhum brasileiro fala espanhol.
Algum brasileiro fala espanhol.
Todo brasileiro não fala espanhol

EC 21. SEBRAE 2008 [CESPE]


Julgue os itens a seguir:
1. Toda proposição lógica pode assumir no mínimo dois valores lógicos.
2. A negação da proposição “2 + 5 = 9” é a proposição “2 + 5 = 7”.
3. A proposição “Ninguém ensina a ninguém” é um exemplo de sentença aberta.

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4. A proposição “João viajou para Paris e Roberto viajou para Roma” é um exemplo de
proposição formada por duas proposições simples relacionadas por um conectivo de
conjunção.
5. A negação da proposição “Ninguém aqui é brasiliense” é a proposição “Todos aqui são
brasilienses”.

Primeiro item.
Uma proposição só pode ser ou verdadeira ou falsa. Ela só pode assumir um único valor
lógico.
Gabarito: Errado.

Segundo item.
Negar uma igualdade é o mesmo que afirmar uma diferença. Assim, a negação de:
2+5=9
é:
2+5≠ 9
Muita gente confunde isso. Só porque “ 2 + 5 = 9 ” e “ 2 + 5 = 7 ” têm valores lógicos
diferentes não significa que uma é a negação da outra. Se assim fosse, poderíamos dizer que
“O sol é amarelo” é a negação de “ 2 + 5 = 9 ”, só porque uma proposição é verdadeira e a
outra é falsa.
Gabarito: errado.

Terceiro item.
Uma sentença aberta é uma sentença que possui pelo menos uma variável.
Exemplo:
x+3>5
Acima temos uma sentença aberta. Ela possui a variável x. Cada valor de x dá origem a uma
proposição, que pode ser julgada em V ou F. Isso é o que caracteriza uma sentença aberta. É o
fato de ela poder dar origem a diversas proposições, conforme o valor assumido pela variável.
Já na sentença fornecida, temos:
Ninguém ensina a ninguém.
Já vimos que a inserção de quantificadores possibilita o julgamento em verdadeiro ou falso.
Ou seja, temos uma proposição.
Gabarito: errado.

Quarto item.
A proposição apresenta o conectivo “e”, que recebe o nome de conjunção.
Gabarito: certo.

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Quinto item.
Pretende-se negar a seguinte proposição:
Ninguém aqui é brasiliense.
A negação disso é:
Alguém aqui é brasiliense.
Gabarito: errado.

EC 22. CGE PB 2006 [CESPE]


Considere as proposições:
I - Ninguém será considerado culpado ou condenado sem julgamento.
II - Todos os cidadãos brasileiros têm garantido o direito de herança.

Assinale a opção correspondente à proposição logicamente equivalente à negação da


proposição I do texto.
a) Existe alguém que será considerado culpado ou condenado sem julgamento.
b) Todos serão considerados culpados e condenados sem julgamento.
c) Existe alguém que não será considerado culpado nem condenado sem julgamento.
d) Todos serão considerados não-culpados enquanto não forem julgados.
e) Não existe alguém que não será considerado culpado ou não será julgado.

Resolução:
Proposição: Ninguém será considerado culpado ou condenado sem julgamento.
Lá no exemplo dos brasileiros que falam espanhol, vimos que para negar uma proposição que
começa com “nenhum”, nós trocamos por “algum”.
Analogamente, para negar uma proposição com o quantificador “ninguém”, nós o trocamos
por “alguém”.
Negação: Alguém será considerado culpado ou condenado sem julgamento.
Gabarito: A

EC 23. BB 2008 [CESPE]


A negação da proposição “Existe banco brasileiro que fica com mais de 32 dólares de cada
100 dólares investidos” pode ser assim redigida: “Nenhum banco brasileiro fica com mais de
32 dólares de cada 100 dólares investidos.”

Resolução.
Queremos negar a seguinte proposição:

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“Existe banco brasileiro que fica com mais de 32 dólares de cada 100 dólares investidos”.

Basta pensarmos assim: quando é que esta proposição será falsa?


Quando não existir banco que fique com esse dinheiro.
Ou ainda, quando nenhum banco ficar com esse dinheiro.
Podemos escrever isso de duas formas:
- Não existe banco brasileiro que fique com mais de 32 dólares de cada 100 dólares
investidos.
- Nenhum banco brasileiro fica com mais de 32 dólares de cada 100 dólares investidos.
Gabarito: Certo

3 Símbolos dos quantificadores


Os quantificadores recebem nomes e símbolos especiais.
O quantificador universal é simbolizado por: ∀ .
Ele indica que todos os elementos do conjunto satisfazem a uma dada sentença aberta.
Considere a sentença aberta:
p(x): x é paranaense.
A sentença aberta é indicada por p(x). Estamos indicando que o seu valor lógico depende da
variável, que está entre parêntesis.
Agora, vamos considerar o conjunto formado por todos os curitibanos. Vamos chamá-lo de
conjunto A. Todos os elementos do conjunto dos curitibanos satisfazem a sentença acima. Ou
seja, se substituirmos x por qualquer elemento do conjunto A, nós daremos origem a uma
proposição verdadeira.
Podemos afirmar que:
Todo curitibano é paranaense.
Em símbolos:
∀x ∈ A : p( x)
Estamos dizendo que qualquer x pertencente a A satisfaz a sentença aberta. Ou seja, todos os
curitibanos são paranaenses.
O quantificador existencial é simbolizado por: ∃ .
Ele indica que existe pelo menos um elemento do conjunto que satisfaz à sentença aberta.
Considere a seguinte sentença aberta:
q(x) : x é um país do hemisfério sul.
x é uma variável. Ele pode ser substituído por qualquer país.
Seja B o conjunto dos países da América. Neste conjunto, temos alguns elementos que
satisfazem a sentença aberta (exemplo: Chile, Uruguai). E temos outros que não satisfazem
(como o Canadá e o México). Podemos dizer que:
Algum país da América é um país do hemisfério sul.

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PROFESSOR: VÍTOR MENEZES

Em símbolos:
∃x ∈ B : q( x)
Estamos afirmando que existe um elemento de B que satisfaz à sentença aberta.

Por fim, temos o quantificador de existência e unicidade ( ∃!).


Considere a seguinte sentença aberta:
r (x) : A seleção de futebol do país x é campeã mundial de futebol.
Seja C o conjunto dos países língua portuguesa (Brasil, Portugal, Angola etc).
Dos elementos do conjunto C, só um satisfaz a sentença aberta. Se x for substituído por
Brasil, aí temos uma proposição verdadeira. Nesse caso, dizemos que:
Existe um único país de língua portuguesa cuja seleção é campeã mundial de futebol.
Em símbolos:
∃! x ∈ C : r ( x)
Estamos afirmando que um único elemento de C satisfaz à sentença aberta.

EC 24. SERPRO 2005 [CESPE]


Considere a seguinte argumentação lógica:
Todo psiquiatra é médico.
Nenhum engenheiro de software é médico.
Portanto, nenhum psiquiatra é engenheiro de software.
Denote por x um indivíduo qualquer e simbolize por P(x) o fato de o indivíduo ser psiquiatra,
por M(x) o fato de ele ser médico, e por E(x) o fato de ser engenheiro de software. Nesse
contexto e com base na argumentação lógica, julgue os itens seguintes.
1. A argumentação lógica pode ser simbolizada por
(∀x)( P ( x) → M ( x))
¬(∃x)( E ( x) ∧ M ( x))
¬(∃X )( P( x) ∧ E ( x))

2. A forma simbólica ¬(∃x)( E ( x) ∧ M ( x)) é logicamente equivalente a


(∀x)(¬E ( x) ∧ ¬M ( x)) .

Resolução.
Reparem que a simbologia apresentada foi diferente da que estudamos. Como exemplo,
vamos avaliar a seguinte proposição:
(∀x)( P( x) → M ( x))

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Ela indica que qualquer x pertencente a um determinado conjunto satisfaz à seguinte


proposição: “Se ele é psiquiatra, então é médico”.
Estamos afirmando que, para qualquer x pertencente ao conjunto, podemos dizer que se ele é
psiquiatra, então é médico. Isso é o mesmo que dizer que, neste conjunto, todo psiquiatra é
médico.
Outro exemplo:
“Todo flamenguista é sofredor”
é o mesmo que dizer:
“Para qualquer torcedor, se ele é flamenguista, então é sofredor”
São equivalentes as seguintes proposições:
→ “Todo flamenguista é sofredor”
“Para qualquer torcedor, se ele é flamenguista, então é sofredor”
No quadro acima temos formas ligeiramente diferentes de dizer a mesma coisa. Na primeira
frase, temos uma utilização comum no nosso dia a dia. Na segunda, temos uma estrutura que
traduz a utilização da simbologia lógica (com os conectivos “e”, “ou”, “se... então”).
Deste modo, as proposições apresentadas no enunciado podem ser “traduzidas” assim:
Proposições em símbolos “Tradução” em palavras “Tradução” em linguajar
mais comum
(∀x)( P ( x) → M ( x)) Qualquer que seja x, se ele é Todo psiquiatra é médico.
psiquiatra, então é médico.
¬(∃x)( E ( x) ∧ M ( x)) Não existe x tal que ele seja Nenhum engenheiro é
engenheiro e médico. médico (ou nenhum médico é
engenheiro).
¬(∃x)( P( x) ∧ E ( x)) Não existe x tal que ele seja Nenhum psiquiatra é
psiquiatra e engenheiro. engenheiro.
(∀x)(¬E ( x) ∧ ¬M ( x)) Qualquer que seja x, ele não Todas as pessoas não são
é engenheiro e não é médico engenheiras e não são
médicas.
Outro detalhe importante: nessa simbologia adotada, não ficou claro com qual conjunto
estamos trabalhando. É como se o exercício supusesse que já saibamos de que conjunto se
trata. Poderia ser, por exemplo, o conjunto dos moradores da cidade de Taubaté. Ou o
conjunto dos habitantes da Inglaterra. Ou qualquer outro conjunto.
Primeiro item.
Conforme a “tradução” indicada na tabela acima, de fato, a simbologia adotada representa o
argumento indicado.
Gabarito: certo

Segundo item.
A primeira proposição é:
¬(∃x)( E ( x) ∧ M ( x))
Ela pode ser traduzida por:
“Nenhum engenheiro é médico”
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A segunda proposição é:
(∀x)(¬E ( x) ∧ ¬M ( x))
Ela pode ser traduzida por:
Todas as pessoas não são engenheiras e não são médicas.
As duas proposições não são equivalentes. Na primeira delas, não estamos descartando a
possibilidade de, no conjunto trabalhado, existirem médicos e existirem engenheiros. Só o que
a proposição nos diz é que não existe uma pessoa que atue nas duas profissões ao mesmo
tempo.
A segunda proposição nos diz que, nesse conjunto de pessoas, não há engenheiros e não há
médicos.
Gabarito: errado.

EC 25. TCE RN 2009 [CESPE]


A negação da proposição ( ∃ x)( x + 3 = 25 ) pode ser expressa corretamente por
(∀x)( x + 3 ≠ 25) ).

Resolução.
Vamos passar a simbologia para palavras.
( ∃ x)( x + 3 = 25 ) ⇒ Existe algum x tal que x + 3 = 25 .
Queremos achar a negação desta proposição.
Basta pensar assim: quando é que esta proposição é falsa?
Quando, para qualquer x, a igualdade não ocorrer.
Ou seja:
Para qualquer x, x + 3 ≠ 25 .
Em símbolos: (∀x)( x + 3 ≠ 25)
Gabarito: certo

III LEITURA OPCIONAL: REGRAS DE INFERÊNCIA


Outra ferramenta para a análise da validade de um argumento consiste na aplicação das
chamadas regras de inferência. É certamente a ferramenta mais poderosa, que possibilita uma
análise de argumentos com maior rapidez.
Sua grande desvantagem é: não é sistemática.
Não tem receita de bolo. Exige um certo jogo de cintura.
Assim, para concurso, creio que não vale a pena estudá-las a fundo. Os argumentos que caem
são sempre “analisáveis” por meio das técnicas que estudamos acima.
Em provas da ESAF, particularmente, ainda se vê questões onde a aplicação da idéia das
regras de inferência é muito útil. Isso não é o caso do CESPE, que cobra questões analisáveis
pelas técnicas já estudadas.

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Então eu vou apenas comentá-las rapidamente e mostrar um exemplo da sua utilização.


Regras de inferência são argumentos válidos tidos como “básicos”, de uso corrente. São
também chamados de argumentos fundamentais. Eles são utilizados para executar passos ao
longo da verificação da validade de um argumento maior.
As regras de inferência são:
1 – Regra da adição:
p
p∨q
2 – Regra de simplificação:
p∧q
p
3 – Regra da conjunção.
p
q
p∧q
4 – Regra da absorção.
p→q
p → ( p ∧ q)

5 – Regra Modus Ponens


p→q
p
q
6 – Regra Modus Tollens
p→q
~q
~ p
7 – Regra do Silogismo Disjuntivo
p∨q
~q
p
8 – Regra do Silogismo Hipotético

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p→q
q→r
p→r

9 – Regra do Dilema Construtivo


p→q
r→s
p∨r
q∨s
10 – Regra do Dilema Destrutivo.
p→q
r→s
~ q∨ ~ s
~ p∨ ~ r
Não vou ficar colocando a demonstração da validade de todos esses argumentos. Apenas para
exemplificar, vejamos a Modus Tollens.
p→q
~q
~ p
conclusão premissa premissa
p q ~p ~q p→q
V V F F V
V F F V F
F V V F V
F F V V V
Na única linha em que todas as premissas são verdadeiras, a conclusão também é. Logo, o
argumento é válido.
Outro exemplo: Modus Ponens
p→q
p
q
premissa conclusão premissa
p q p→q
V V V
V F F
F V V
F F V
Na única linha em que todas as premissas são verdadeiras, a conclusão também é. O
argumento, novamente, é válido.
Então fica só o registro de que existem estas regras de inferência.

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Acho que não é muito produtivo ficar explorando muito esse tipo de ferramenta. Apenas para
não passar totalmente em branco, vamos ver um exemplo.

EP 4 Verifique a validade do seguinte argumento:


p→q
q→r
s→t
s∨ p
t∨r
Resolução:
A partir das duas primeiras premissas, podemos usar o Silogismo Hipotético para inferir
p→r:
p→q
q→r
p→r
Agora, considerando que p → r , temos:
p→r
s→t
s∨ p
Aplicando o dilema construtivo, podemos inferir que: t ∨ r .
Portanto, o argumento é válido.
Partimos de combinações das premissas e, usando algumas regras de inferência, chegamos à
conclusão pretendida.
Vejamos uma questão do CESPE a respeito.

EC 26. TCE ES 2004 [CESPE]


A Lógica Proposicional Clássica (LPC) é a lógica das proposições dadas por fórmulas a que
são atribuídos os julgamentos verdadeiros ou falsos, mas nunca ambos. Uma fórmula é
indicada por uma letra proposicional P, Q, R etc. e, a partir dessas, novas fórmulas são
construídas por aplicação dos conectivos lógicos, ou seja, com o operador negação ( ¬ )
constroem-se fórmulas da forma ¬P (lê-se: não P) e com o operador implicação ( → )
constroem-se fórmulas da forma P → Q (lê-se: P implica Q). Parêntesis devem ser usados
para garantir a leitura e interpretação das fórmulas. Com esses dois conectivos, pode-se
representar qualquer fórmula da LPC. A única regra de inferência da LPC é:
P
P→Q
Q

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significando que, na presença das premissas (fórmulas) P e P → Q , deduz-se Q. Os


esquemas de axiomas são apenas três, dados pelas fórmulas enumeradas abaixo.
I - P → (Q → P)
II - ( P → (Q → R)) → (( P → Q) → ( P → R))
III - (¬P → ¬Q) → (Q → P)
Uma dedução de F = Fn na LPC é uma seqüência finita de fórmulas F1, F2, ..., Fn −1 , Fn em
que, para cada i, tem-se que Fi é um axioma, ou é colocada como premissa, ou é obtida de
duas Fj anteriores por aplicação da única regra de inferência da LPC acima citada. Nesse caso,
denota-se S |---- F (lê-se: F é dedutível de S), em que S é o conjunto das premissas.
Uma dedução F1, F2, ..., Fn −1 , Fn é válida se e somente se o conjunto de fórmulas
Δ = {F1 , F2 ,..., Fn −1 , ¬Fn } não é satisfazível, ou seja, não existe uma valoração que torne
verdadeiras, simultaneamente, todas as fórmulas de Δ .
Considere a seguinte seqüência de fórmulas:
F1 : ¬P → (¬Q → ¬P )
F2 : (¬Q → ¬P ) → ( P → Q )
.
.
.
Fk : P → Q
Considerando as informações acima, julgue os itens seguintes.
1. É possível completar a seqüência F1, F2, ..., Fk para algum número natural k, de modo a
concluir que S |---- ( P → Q ), em que S = {¬P}.
2. A seqüência de fórmulas abaixo é uma dedução válida.
F1 : P → (( P → Q ) → Q )
F2 : (( P → Q ) → Q ) → (¬Q → ¬( P → Q ))
F3 : P → (¬Q → ¬( P → Q))

Resolução:
Exercício com um enunciado extremamente grande, que talvez assuste.
Primeiro item.
A premissa é: ¬P . A conclusão a que se pretende chegar é: P → Q .
Como você vai checar se esse argumento é válido, aí vai da sua preferência. Você pode usar o
que o exercício explicou ou pode usar qualquer outro método que já aprendemos.
Vamos verificar a validade por meio da tabela-verdade:

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premissa conclusão
P Q ¬P P→Q
V V F V
V F F F
F V V V
F F V V
Em todas as linhas em que a premissa é verdadeira, a conclusão também é. Logo, o argumento
é válido. Deste modo, com certeza, partindo de S (= conjunto das premissas), é possível
chegar à conclusão. A premissa acarreta na conclusão.

Outra forma: vamos forçar a conclusão a ser falsa (técnica 2). O único caso em que um
condicional é falso é quando sua primeira parcela é verdadeira e a segunda é falsa. Logo, P
deve ser verdadeiro e Q deve ser falso.
Se P é verdadeiro, a nossa única premissa ( ¬P ) deve ser falsa. Logo, não conseguimos achar
um caso em que a premissa é verdadeira e a conclusão é falsa. Novamente, o argumento é
válido.

Outra forma: podemos usar a premissa adicional (técnica 3). Como a conclusão é um
condicional, podemos passar o seu antecedente para o lado das premissas.
Nossas premissas agora ficam: P e ¬P .
Temos um argumento inconsistente, em que não é possível que todas as premissas sejam
válidas ao mesmo tempo. Todo argumento inconsistente é válido.

Outra forma: usar as informações do exercício. Foram dadas as seguintes fórmulas:


F1 : ¬P → (¬Q → ¬P )
F2 : (¬Q → ¬P ) → ( P → Q )

Podemos obter F3, a partir de F1 e da premissa.


¬P → (¬Q → ¬P )
¬P
¬Q → ¬P
Trata-se da regra do Modus Ponens, que foi o que o exercício chamou de “única regra de
inferência”.
F3 : ¬Q → ¬P
De F2 e F3, a partir da Modus Ponens, chegamos a:
(¬Q → ¬P ) → ( P → Q)
¬Q → ¬P
P→Q

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Gabarito: Certo.

Segundo item.
As fórmulas dadas são:
F1 : P → (( P → Q ) → Q )
F2 : (( P → Q ) → Q ) → (¬Q → ¬( P → Q ))
F3 : P → (¬Q → ¬( P → Q))

Uma seqüência de fórmulas pode ser utilizada para realizar uma dedução, ou seja, para
mostrar que um conjunto de premissas suporta uma conclusão.
Segundo a definição dada no próprio exercício, para que esta seqüência seja uma dedução
válida, o conjunto Δ = {F1 , F2 , ¬F3 } não pode ser satisfazível, ou seja, não deve existir uma
valoração que torne todas essas fórmulas verdadeiras.
Observem que F1 e F3 são equivalentes. São dois condicionais. Em ambos, o antecedente é P.
O que muda é o conseqüente.
O conseqüente de F1 é: (( P → Q) → Q) .
Sabemos que, num condicional, podemos inverter as parcelas e nega-las. Logo,
(( P → Q) → Q) é equivalente a ¬Q → ¬( P → Q) .
Portanto, os conseqüentes das duas parcelas são equivalentes, o que faz com que F1 e F3
sejam equivalentes. Logo, a negação de F3 terá, necessariamente, valor oposto ao de F1, não
sendo possível que ambas sejam verdadeiras ao mesmo tempo.
Deste modo, o conjunto Δ = {F1 , F2 , ¬F3 } não é satisfazível. Por isso a seqüência dada é
válida.
Gabarito: Certo.

Sinceramente: não vale a pena gravar as regras de inferência.


Mas é útil aproveitar a sua idéia: combinar duas ou mais premissas para formar proposições
mais simples de serem analisadas.
No caso do CESPE, até que esta ferramenta não é tão importante.
Por isso, vou dar alguns exemplos de questões da ESAF em que aplicamos esta idéia.

EC 27. MTE 2003 [ESAF]


Se não durmo, bebo. Se estou furioso, durmo. Se durmo, não estou furioso. Se não estou
furioso, não bebo. Logo,
a) não durmo, estou furioso e não bebo
b) durmo, estou furioso e não bebo
c) não durmo, estou furioso e bebo

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d) durmo, não estou furioso e não bebo


e) não durmo, não estou furioso e bebo.

Resolução.
Premissas:
1 - Se não durmo, bebo.
2 - Se estou furioso, durmo.
3 - Se durmo, não estou furioso.
4 - Se não estou furioso, não bebo.

Num condicional, podemos inverter as parcelas, negado-as. Com esta ideia, a segunda
premissa pode ser reescrita assim:
5 - Se não durmo, então não estou furioso.
Esta é a nossa “quinta premissa”. Temos certeza de que é verdadeira, pois é decorrente de
uma das premissas fornecidas pelo enunciado.

Vamos analisar as premissas 3 e 5:


3 - Se durmo, não estou furioso.
5 - Se não durmo, então não estou furioso.

O que temos? Se eu durmo, então não estou furioso. Por outro lado, se eu não durmo, também
não estou furioso. Ou seja, pouco importa se eu durmo ou não. De um jeito ou de outro, sei
que não estou furioso.
Não estou furioso.
Premissa 4:
4 - Se não estou furioso, não bebo.
A primeira parcela do condicional é verdadeira. Para que o condicional seja verdadeiro, a
segunda parcela também deve ser verdadeira.
Não bebo.
1 - Se não durmo, bebo.
O consequente é falso. Para que o condicional seja verdadeiro, o antecedente deve ser falso.
Durmo.
Pronto. Sabemos que eu não estou furioso, não bebo e durmo.
Gabarito: D

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EC 28. STN 2005 [ESAF]


Se Pedro não bebe, ele visita Ana. Se Pedro bebe, ele lê poesias. Se Pedro não visita Ana, ele
não lê poesias. Se Pedro lê poesias, ele não visita Ana. Segue-se, portanto que, Pedro:
a) bebe, visita Ana, não lê poesias.
b) não bebe, visita Ana, não lê poesias.
c) bebe, não visita Ana, lê poesias.
d) não bebe, não visita Ana, não lê poesias.
e) não bebe, não visita Ana, lê poesias.

Resolução.
Vamos combinar premissas para formar outras, mais simples.
Olhe atentamente para as informações 3 e 4.
3 – Se Pedro não visita Ana, ele não lê poesias.
4 – Se Pedro lê poesias, ele não visita Ana.

Podemos usar a propriedade (p → q = ~q → ~p) do condicional e inverter (com as devidas


negações) uma das afirmações. Veja
3 – Se Pedro não visita Ana, ele não lê poesias.
4 – Se Pedro visita Ana, ele não lê poesias.

Oras, as informações dizem que, se ele visita Ana, ele não lê poesias. E, se não visita Ana,
também não lê poesias. Só posso concluir que ele nunca lê poesias (visitando Ana ou não).
Conclusão: Pedro não lê poesias.
A informação 2 diz:
2 – Se Pedro bebe, ele lê poesias.
O consequente é falso. Assim, o antecedente deve ser falso, para que o condicional seja
verdadeiro.
Conclusão: Pedro não bebe.
A informação 1 diz:
1 – Se Pedro não bebe, ele visita Ana.
Sabemos que Pedro não bebe. Isso já é suficiente para concluirmos que ele visita Ana.
Logo: Pedro visita Ana.

Conclusão: Pedro não bebe, visita Ana e não lê poesias.


Gabarito: B

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Apesar de não ser necessário decorar as regras de inferência, como dissemos acima, é bem útil
entender a idéia.
E, se vocês notarem bem, algumas regras de inferência são bem simples, bem assimiláveis,
bem tranquilas de serem checadas.
Como exemplo, vejamos a regra da adição:
p
p∨q
É fácil perceber que este argumento é válido. Se p for verdadeiro, com certeza a proposição
p ∨ q também será. Ou seja, a premissa verdadeira garante a conclusão verdadeira. A
conclusão decorre da premissa.
Isto pode ser útil, por exemplo, para reconhecer tautologias.

EC 29. MTE 1998 [ESAF]


Um exemplo de tautologia é:
a) se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo
b) se João é alto, então João é alto e Guilherme é gordo
c) se João é alto ou Guilherme é gordo, então Guilherme é gordo
d) se João é alto ou Guilherme é gordo, então João é alto e Guilherme é gordo
e) se João é alto ou não é alto, então Guilherme é gordo

Observem a proposição da letra A:


“Se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo”.

Lembram-se dos condicionais associados a argumentos?


Pois é, este condicional é associado ao seguinte argumento:

Premissa: João é alto


Conclusão: João é alto ou Guilherme é gordo.

Este argumento é válido. Se a premissa for verdadeira, então a conclusão também será. Com
certeza. Aliás, este é um dos argumentos básicos, de uso corrente, utilizado nas regras de
inferência (regra da adição).
Ora, se o argumento é válido, então o condicional a ele associado é tautológico. Logo, a
proposição “Se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo” é uma tautologia. Nem
precisou fazer tabela verdade para chegarmos a esta conclusão.
Gabarito: A

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EC 30. SEBRAE 2008 [CESPE]


Julgue o item a seguir:
A proposição [(P → Q) ∧ (Q → R)] → (P → R) é uma tautologia.

Resolução:
Uma opção para verificar se a proposição dada acima é tautológica é efetivamente fazer a
tabela-verdade. Você verá que a última coluna, correspondente a P → R , será sempre
verdadeira.
Caso você tenha gravado as regras de inferência, você perceberá uma solução bem mais
rápida. Basta lembrar de um dos argumentos básicos, o silogismo hipotético:
p→q
q→r
p→r

Esse argumento é válido. Portanto, o condicional a ele associado é tautológico. Ou seja, se


formarmos um condicional em que o antecedente é a conjunção das premissas e o
conseqüente é a conclusão, esse condicional é uma tautologia. E foi exatamente isso que a
questão fez.
Logo, [(P → Q) ∧ (Q → R)] → (P → R) é uma tautologia, pois trata-se de um condicional
associado a um argumento válido.
Gabarito: certo.

EC 31. CAPES 2008 [CESGRANRIO]


Chama-se tautologia à proposição composta que possui valor lógico verdadeiro, quaisquer
que sejam os valores lógicos das proposições que a compõem. Sejam p e q proposições
simples e ~p e ~q as suas respectivas negações. Em cada uma das alternativas abaixo, há uma
proposição composta, formada por p e q. Qual corresponde a uma tautologia?
(A) p ∨ q
(B) p ∧ ~ q
(C) ( p ∨ q) → ~ p ∧ q
(D) ( p ∨ q) → p ∧ q
(E) ( p ∧ q) → ( p ∨ q )

Resolução.
Uma forma mais demorada de resolução seria fazer a tabela verdade para todas as
alternativas, para ver qual delas traz, na última coluna, apenas valores lógicos verdadeiros.
Uma forma mais rápida de resolução é procurar por argumentos válidos.

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Observem que a letra “E” traz uma condicional associada a um argumento válido. Sempre que
a proposição p ∧ q for verdadeira, necessariamente, a proposição p ∨ q também será. Logo,
o argumento
p∧q
p∨q
é válido. Portanto, o condicional a ele associado ( ( p ∧ q) → ( p ∨ q ) ) é tautológico.

Outra forma de análise:


Basta que p seja verdadeiro para que possamos concluir p ∨ q . Trata-se da regra de inferência
da adição. Logo, o argumento:
p∧q
p∨q
é válido. Portanto, o condicional a ele associado ( ( p ∧ q) → ( p ∨ q ) ) é tautológico.

Outra forma de análise:


De p ∧ q , por meio da simplificação, chegamos a p.
De p, por meio da adição, chegamos a p ∨ q .
Logo, o argumento:
p∧q
p∨q
é válido. Portanto, o condicional a ele associado ( ( p ∧ q) → ( p ∨ q) ) é tautológico.
Gabarito: E.
Encerramos aqui nossa aula.
Bons estudos!
Vítor.

IV LISTA DAS QUESTÕES DE CONCURSO


EC 1. Assembléia Legislativa de São Paulo 2010 [FCC]
Do total de Agentes que trabalham em certo setor da Assembleia Legislativa de São Paulo,
sabe-se que, se fossem excluídos os
− do sexo feminino, restariam 15 Agentes;
− do sexo masculino, restariam 12 Agentes;
− que usam óculos, restariam 16 Agentes;
− que são do sexo feminino ou usam óculos, restariam 9 Agentes.
Com base nessas informações, o número de Agentes desse setor que são do sexo masculino e
não usam óculos é

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(A) 5
(B) 6
(C) 7
(D) 8
(E) 9

EC 2. MPS 2009 [CESPE]


O INSS pagou, no dia 24 de novembro, terça-feira, a segunda parcela do 13.º salário. Os
segurados devem ficar atentos, pois a contribuição do imposto de renda relativa ao 13.º salário
foi descontada na segunda parcela. A primeira parcela, referente a 50% do benefício, foi paga
em agosto deste ano. O pagamento foi feito de acordo com o calendário normal do INSS.
Naquele dia, puderam sacar os beneficiários que ganharam até um salário mínimo e tinham
cartão de benefício com final 1. Até o dia 30 de novembro, foram pagos os benefícios de
quem ganha até um salário mínimo e tinha cartão de benefício com final de 1 a 5. De 1.º a 7
de dezembro, puderam sacar os segurados que ganharam acima do mínimo e o restante dos
que receberam o piso previdenciário. De acordo com as informações apresentadas no texto
acima, julgue os itens a seguir.
Se, entre os 22.082 segurados do Amapá, metade tinha cartão com final de 1 a 5, 18.000
segurados ganharam até um salário mínimo e 2.000 segurados receberam acima do mínimo
com cartões de final diferente de 1 a 5, então mais de 13.100 beneficiários só puderam sacar
sua parcela após o dia 1.º de dezembro.

EC 3. Serpro 2001 [ESAF]


Considere o seguinte argumento: “Se Soninha sorri, Sílvia é miss simpatia. Ora, Soninha não
sorri. Logo, Sílvia não é miss simpatia”. Este não é um argumento logicamente válido, uma
vez que:
a) a conclusão não é decorrência necessária das premissas.
b) a segunda premissa não é decorrência lógica da primeira.
c) a primeira premissa pode ser falsa, embora a segunda possa ser verdadeira.
d) a segunda premissa pode ser falsa, embora a primeira possa ser verdadeira.
e) o argumento só é válido se Soninha na realidade não sorri.

EC 4. BB 2008 [CESPE]
Se o valor lógico da proposição “Se as operações de crédito no país aumentam, então os
bancos ganham muito dinheiro” é V, então é correto concluir que o valor lógico da proposição
“Se os bancos não ganham muito dinheiro, então as operações de crédito no país não
aumentam” é também V

EC 5. TRE MG 2009 [CESPE]


Um argumento é uma afirmação na qual uma dada seqüência finita – p1, p2, ..., pn - de
proposições tem como conseqüência uma proposição final q. A esse respeito, considere o
seguinte argumento.

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· Ou Paulo fica em casa, ou ele vai ao cinema.


· Se Paulo fica em casa, então faz o jantar.
· Se Paulo faz o jantar, ele vai dormir tarde.
· Se Paulo dorme tarde, ele não acorda cedo.
· Se Paulo não acorda cedo, ele chega atrasado ao seu trabalho.
Sabendo-se que Paulo não chegou atrasado ao seu trabalho, de acordo com as regras de
raciocínio lógico, é correto deduzir-se que Paulo:
a) ficou em casa.
b) foi ao cinema.
c) fez o jantar.
d) dormiu tarde.
e) não acordou cedo.

EC 6. TCE AC 2008 [CESPE]


- César é o presidente do tribunal de contas e Tito é um conselheiro.
- César não é o presidente do tribunal de contas ou Adriano impõe penas disciplinares na
forma da lei.
- Se Adriano é o vice-presidente do tribunal de contas, então Tito não é o corregedor.
Com base nas definições apresentadas no texto acima, assinale a opção em que a proposição
apresentada, junto com essas premissas, forma um argumento correto.
a) Adriano não é o vice-presidente do tribunal de contas.
b) Se César é o presidente do tribunal de contas, então Adriano não é o corregedor.
c) Se Tito é corregedor, então Adriano é o vice-presidente do tribunal de contas.
d) Tito não é o corregedor.
e) Adriano impõe penas disciplinares na forma da lei.
EC 7. TCE AC 2009 [CESPE]
Considere que as seguintes afirmações sejam verdadeiras:
• Se é noite e não chove, então Paulo vai ao cinema.
• Se não faz frio ou Paulo vai ao cinema, então Márcia vai ao cinema.
Considerando que, em determinada noite, Márcia não foi ao cinema, é correto afirmar que,
nessa noite,
A não fez frio, Paulo não foi ao cinema e choveu.
B fez frio, Paulo foi ao cinema e choveu.
C fez frio, Paulo não foi ao cinema e choveu.
D fez frio, Paulo não foi ao cinema e não choveu.
E não fez frio, Paulo foi ao cinema e não choveu.

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EC 8. CGE PB 2006 [CESPE]


A controladoria geral (CG) de determinado estado realizou e concluiu, em 2007, 11 auditorias
operacionais e 42 inspeções; emitiu 217 pareceres técnicos, sendo 74 referentes a licitações de
obras, 68 referentes a análises de prestação de contas, 71 referentes a análises de rescisão de
contrato de trabalho; o restante desses pareceres referiam-se a orientações e outros assuntos.

Proposições são sentenças que podem ser julgadas como verdadeiras — V — ou falsas — F
—, mas não como ambas. Considerando que todas as proposições contidas no texto acima são
verdadeiras e supondo também que a proposição “Se não foi produzido relatório final, então
não foram realizadas e concluídas 42 inspeções” seja verdadeira, assinale a opção que, por
conseqüência dessas premissas, é uma proposição verdadeira.
a) Se foi produzido relatório final, então foram realizadas e concluídas 42 inspeções.
b) Foi produzido relatório final.
c) Foram realizadas e concluídas mais de 42 inspeções.
d) Foi produzido relatório final se e somente se foram realizadas e concluídas 42 inspeções.
e) Não foram realizadas nem concluídas 42 inspeções, mas foi produzido relatório final
EC 9. POLICIA FEDERAL 2009 [CESPE]
Considere que as proposições da sequência a seguir sejam verdadeiras.
Se Fred é policial, então ele tem porte de arma.
Fred mora em São Paulo ou ele é engenheiro.
Se Fred é engenheiro, então ele faz cálculos estruturais.
Fred não tem porte de arma.
Se Fred mora em São Paulo, então ele é policial.
Nesse caso, é correto inferir que a proposição “Fred não mora em São Paulo” é uma
conclusão verdadeira com base nessa sequência.
EC 10. TRT 17 REGIÃO 2009 [CESPE]
Uma dedução é uma sequência de proposições em que algumas são premissas e as demais são
conclusões. Uma dedução é denominada válida quando tanto as premissas quanto as
conclusões são verdadeiras. Suponha que as seguintes premissas sejam verdadeiras.
I Se os processos estavam sobre a bandeja, então o juiz os analisou.
II O juiz estava lendo os processos em seu escritório ou ele estava lendo os processos na sala
de audiências.
III Se o juiz estava lendo os processos em seu escritório, então os processos estavam sobre a
mesa.
IV O juiz não analisou os processos.
V Se o juiz estava lendo os processos na sala de audiências, então os processos estavam sobre
a bandeja.
A partir do texto e das informações e premissas acima, é correto afirmar que a proposição

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1. “Se o juiz não estava lendo os processos em seu escritório, então ele estava lendo os
processos na sala de audiências” é uma conclusão verdadeira.
2. “Se os processos não estavam sobre a mesa, então o juiz estava lendo os processos na sala
de audiências” não é uma conclusão verdadeira.
3. “Os processos não estavam sobre bandeja” é uma conclusão verdadeira.
4. “Se o juiz analisou os processos, então ele não esteve no escritório” é uma conclusão
verdadeira.
EC 11. TRE MT 2009 [CESPE]
Paulo e sua esposa Maria são políticos e pretendem se candidatar a cargos eletivos nas
próximas eleições. Em uma conversa em família, eles decidiram que:
- Maria se candidatará ao cargo de deputado estadual se, e somente se, Paulo não se
candidatar ao cargo de deputado estadual;
- se Paulo não se candidatar ao cargo de deputado estadual, então ele se candidatará ao cargo
de deputado federal ou senador;
- Paulo se candidatará ao cargo de senador se, e somente se, seu irmão o ajudar
financeiramente na campanha eleitoral.
De acordo com essas decisões, se Paulo não se candidatar ao cargo de deputado estadual nem
ao de senador, então, necessariamente,
A Maria será candidata ao cargo de deputado estadual, Paulo será candidato ao cargo de
deputado federal e terá ajuda financeira do irmão em sua campanha eleitoral.
B Maria será candidata ao cargo de deputada estadual, Paulo será candidato ao cargo de
deputado federal e não terá ajuda financeira do irmão em sua campanha eleitoral.
C Maria não será candidata ao cargo de deputado estadual, Paulo será candidato ao cargo de
deputado federal e terá ajuda financeira do irmão em sua campanha eleitoral.
D Maria não será candidata ao cargo de deputado estadual, Paulo será candidato ao cargo de
deputado federal e não terá ajuda financeira do irmão em sua campanha eleitoral.
E Maria não será candidata ao cargo de deputado estadual e Paulo não será candidato ao cargo
de deputado federal.

EC 12. TCE AC 2008 [CESPE]


Considere que as proposições abaixo sejam premissas de determinado argumento:
- Se Roberto é brasileiro, então Roberto tem plena liberdade de associação.
- Roberto não tem plena liberdade de associação ou Magnólia foi obrigada a associar-se.
- Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Magnólia não foi obrigada a
associar-se.
Assinale a opção que correspondente à proposição que é verdadeira por consequência da
veracidade dessas premissas.
a) Roberto não é brasileiro nem tem plena liberdade de associação.
b) Se Roberto é brasileiro, então Carlos interpretou corretamente a legislação.
c) Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Roberto é brasileiro.

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d) Carlos interpretou corretamente a legislação ou Magnólia foi obrigada a associar-se.


e) Se Magnólia foi obrigada a associar-se, então Roberto não tem plena liberdade de
associação.
EC 13. PREFEITURA DE VILA VELHA 2008 [CESPE]

Considere que as proposições listadas abaixo sejam todas V.


I Se Clara não é policial, então João não é analista de sistemas.
II Se Lucas não é policial, então Elias é contador.
III Clara é policial.
Supondo que cada pessoa citada tenha somente uma profissão, então está correto concluir que
a proposição “João é contador” é verdadeira.

EC 14. POLICIA FEDERAL 2009 [CESPE]


Considere as proposições A, B e C a seguir.
A: Se Jane é policial federal ou procuradora de justiça, então Jane foi aprovada em concurso
público.
B: Jane foi aprovada em concurso público.
C: Jane é policial federal ou procuradora de justiça.
Nesse caso, se A e B forem V, então C também será V.
EC 15. MPOG 2009 [ESAF]
Considerando as seguintes proposições: “Alguns filósofos são matemáticos” e “não é verdade
que algum poeta é matemático”, pode-se concluir apenas que:
a) algum filósofo é poeta.
b) algum poeta é filósofo.
c) nenhum poeta é filósofo.
d) nenhum filósofo é poeta.
e) algum filósofo não é poeta.
EC 16. SEBRAE 2008 [CESPE]
Considere as seguintes proposições:
I - Todos os cidadãos brasileiros têm garantido o direito de herança.
II - Joaquina não tem garantido o direito de herança.
III - Todos aqueles que têm direito de herança são cidadãos de muita sorte.

EC 17. CGE PB 2006 [CESPE]


Considere as proposições:
I - Ninguém será considerado culpado ou condenado sem julgamento.

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II - Todos os cidadãos brasileiros têm garantido o direito de herança.

Suponha que sejam verdadeiras as seguintes proposições.


III - Joaquina não tem garantido o direito de herança.
IV - Todos aqueles que têm direito de herança são cidadãos de muita sorte.
Se III e IV acima, e II, do texto, são premissas de um argumento, assinale a opção
correspondente à "conclusão", que forma com essas premissas um argumento válido.
a) Joaquina não é cidadã de muita sorte.
b) Todos os que têm direito de herança são cidadãos brasileiros.
c) Joaquina não é cidadã brasileira.
d) Ou todos não têm direito de herança ou todos não são cidadãos brasileiros.
e) Se Joaquina não é cidadã brasileira, então Joaquina não é de muita sorte.
EC 18. TRT 1ª REGIÃO 2008 [CESPE]
Uma sentença que possa ser julgada como verdadeira — V — ou falsa — F — é denominada
proposição. Para facilitar o processo dedutivo, as proposições são freqüentemente
simbolizadas. Considere como proposições básicas as proposições simbolizadas por letras
maiúsculas do alfabeto, tais como, A, B, P, Q, etc. Proposições compostas são formadas
usando-se símbolos lógicos. São proposições compostas expressões da forma P ∨ Q que têm
valor lógico V somente quando P e Q são V, caso contrário vale F, e são lidas como “P e Q”;
expressões da forma P ∧ Q têm valor lógico F somente quando P e Q são F, caso contrário
valem V, e são lidas como “P ou Q”; expressões da forma P → Q têm valor lógico F somente
quando P é V e Q é F, caso contrário valem V, e são lidas como “se P então Q”. Expressões
da forma ¬P simbolizam a negação de P, e são F quando P é V, e é V quando P é F.
Tendo em vista as informações do texto I, considere que sejam verdadeiras as proposições: (I)
Todos advogados ingressam no tribunal por concurso público; (II) José ingressou no tribunal
por concurso público; e (III) João não é advogado ou João não ingressou no tribunal por
concurso público. Nesse caso, também é verdadeira a proposição:
a) José é advogado.
b) João não é advogado.
c) Se José não ingressou no tribunal por concurso público, então José é advogado.
d) João não ingressou no tribunal por concurso público.
e) José ingressou no tribunal por concurso público e João é advogado.

EC 19. IPEA 2008 [CESPE]


Tendo como base o texto, julgue os itens seguintes, a respeito de lógica.
1 - Considere que as proposições “Alguns flamenguistas são vascaínos” e “Nenhum
botafoguense é vascaíno” sejam valoradas como V. Nesse caso, também será valorada como
V a seguinte proposição: “Algum flamenguista não é botafoguense”.
2 - Considere o argumento formado pelas proposições A: “Todo número inteiro é par”; B:
“Nenhum número par é primo”; C: “Nenhum número inteiro é primo”, em que A e B são as

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premissas e C é a conclusão. Nesse caso, é correto afirmar que o argumento é um argumento


válido.

EC 20. MCT 2008 [CESPE]


Com base nas informações do texto, julgue o item que segue.
1. Considere as seguintes proposições.
A: Os funcionários da prefeitura falam inglês;
B: Quem fala inglês é inteligente;
C: Os fofoqueiros não são inteligentes;
D: Algum fofoqueiro é funcionário da prefeitura.
Nesse caso, considerando as proposições A, B e C como premissas de um argumento e D
como a conclusão, então o argumento é um argumento válido.
EC 21. SEBRAE 2008 [CESPE]
Julgue os itens a seguir:
1. Toda proposição lógica pode assumir no mínimo dois valores lógicos.
2. A negação da proposição “2 + 5 = 9” é a proposição “2 + 5 = 7”.
3. A proposição “Ninguém ensina a ninguém” é um exemplo de sentença aberta.
4. A proposição “João viajou para Paris e Roberto viajou para Roma” é um exemplo de
proposição formada por duas proposições simples relacionadas por um conectivo de
conjunção.
5. A negação da proposição “Ninguém aqui é brasiliense” é a proposição “Todos aqui são
brasilienses”.

EC 22. CGE PB 2006 [CESPE]


Considere as proposições:
I - Ninguém será considerado culpado ou condenado sem julgamento.
II - Todos os cidadãos brasileiros têm garantido o direito de herança.

Assinale a opção correspondente à proposição logicamente equivalente à negação da


proposição I do texto.
a) Existe alguém que será considerado culpado ou condenado sem julgamento.
b) Todos serão considerados culpados e condenados sem julgamento.
c) Existe alguém que não será considerado culpado nem condenado sem julgamento.
d) Todos serão considerados não-culpados enquanto não forem julgados.
e) Não existe alguém que não será considerado culpado ou não será julgado.

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EC 23. BB 2008 [CESPE]


A negação da proposição “Existe banco brasileiro que fica com mais de 32 dólares de cada
100 dólares investidos” pode ser assim redigida: “Nenhum banco brasileiro fica com mais de
32 dólares de cada 100 dólares investidos

EC 24. SERPRO 2005 [CESPE]


Considere a seguinte argumentação lógica:
Todo psiquiatra é médico.
Nenhum engenheiro de software é médico.
Portanto, nenhum psiquiatra é engenheiro de software.
Denote por x um indivíduo qualquer e simbolize por P(x) o fato de o indivíduo ser psiquiatra,
por M(x) o fato de ele ser médico, e por E(x) o fato de ser engenheiro de software. Nesse
contexto e com base na argumentação lógica, julgue os itens seguintes.
1. A argumentação lógica pode ser simbolizada por
(∀x)( P ( x) → M ( x))
¬(∃x)( E ( x) ∧ M ( x))
¬(∃X )( P( x) ∧ E ( x))

2. A forma simbólica ¬(∃x)( E ( x) ∧ M ( x)) é logicamente equivalente a


(∀x)(¬E ( x) ∧ ¬M ( x)) .

EC 25. TCE RN 2009 [CESPE]


A negação da proposição ( ∃ x)( x + 3 = 25 ) pode ser expressa corretamente por
(∀x)( x + 3 ≠ 25) ).

EC 26. TCE ES 2004 [CESPE]


A Lógica Proposicional Clássica (LPC) é a lógica das proposições dadas por fórmulas a que
são atribuídos os julgamentos verdadeiros ou falsos, mas nunca ambos. Uma fórmula é
indicada por uma letra proposicional P, Q, R etc. e, a partir dessas, novas fórmulas são
construídas por aplicação dos conectivos lógicos, ou seja, com o operador negação ( ¬ )
constroem-se fórmulas da forma ¬P (lê-se: não P) e com o operador implicação ( → )
constroem-se fórmulas da forma P → Q (lê-se: P implica Q). Parêntesis devem ser usados
para garantir a leitura e interpretação das fórmulas. Com esses dois conectivos, pode-se
representar qualquer fórmula da LPC. A única regra de inferência da LPC é:
P
P→Q
Q

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significando que, na presença das premissas (fórmulas) P e P → Q , deduz-se Q. Os


esquemas de axiomas são apenas três, dados pelas fórmulas enumeradas abaixo.
I - P → (Q → P)
II - ( P → (Q → R)) → (( P → Q) → ( P → R))
III - (¬P → ¬Q) → (Q → P)
Uma dedução de F = Fn na LPC é uma seqüência finita de fórmulas F1, F2, ..., Fn −1 , Fn em
que, para cada i, tem-se que Fi é um axioma, ou é colocada como premissa, ou é obtida de
duas Fj anteriores por aplicação da única regra de inferência da LPC acima citada. Nesse caso,
denota-se S |---- F (lê-se: F é dedutível de S), em que S é o conjunto das premissas.
Uma dedução F1, F2, ..., Fn −1 , Fn é válida se e somente se o conjunto de fórmulas
Δ = {F1 , F2 ,..., Fn −1 , ¬Fn } não é satisfazível, ou seja, não existe uma valoração que torne
verdadeiras, simultaneamente, todas as fórmulas de Δ .
Considere a seguinte seqüência de fórmulas:
F1 : ¬P → (¬Q → ¬P )
F2 : (¬Q → ¬P ) → ( P → Q )
.
.
.
Fk : P → Q
Considerando as informações acima, julgue os itens seguintes.
1. É possível completar a seqüência F1, F2, ..., Fk para algum número natural k, de modo a
concluir que S |---- ( P → Q ), em que S = {¬P}.
2. A seqüência de fórmulas abaixo é uma dedução válida.
F1 : P → (( P → Q ) → Q )
F2 : (( P → Q ) → Q ) → (¬Q → ¬( P → Q ))
F3 : P → (¬Q → ¬( P → Q))
EC 27. MTE 2003 [ESAF]
Se não durmo, bebo. Se estou furioso, durmo. Se durmo, não estou furioso. Se não estou
furioso, não bebo. Logo,
a) não durmo, estou furioso e não bebo
b) durmo, estou furioso e não bebo
c) não durmo, estou furioso e bebo
d) durmo, não estou furioso e não bebo
e) não durmo, não estou furioso e bebo.

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EC 28. STN 2005 [ESAF]


Se Pedro não bebe, ele visita Ana. Se Pedro bebe, ele lê poesias. Se Pedro não visita Ana, ele
não lê poesias. Se Pedro lê poesias, ele não visita Ana. Segue-se, portanto que, Pedro:
a) bebe, visita Ana, não lê poesias.
b) não bebe, visita Ana, não lê poesias.
c) bebe, não visita Ana, lê poesias.
d) não bebe, não visita Ana, não lê poesias.
e) não bebe, não visita Ana, lê poesias.
EC 29. MTE 1998 [ESAF]
Um exemplo de tautologia é:
a) se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo
b) se João é alto, então João é alto e Guilherme é gordo
c) se João é alto ou Guilherme é gordo, então Guilherme é gordo
d) se João é alto ou Guilherme é gordo, então João é alto e Guilherme é gordo
e) se João é alto ou não é alto, então Guilherme é gordo
EC 30. SEBRAE 2008 [CESPE]
Julgue o item a seguir:
A proposição [(P → Q) ∧ (Q → R)] → (P → R) é uma tautologia.

EC 31. CAPES 2008 [CESGRANRIO]


Chama-se tautologia à proposição composta que possui valor lógico verdadeiro, quaisquer
que sejam os valores lógicos das proposições que a compõem. Sejam p e q proposições
simples e ~p e ~q as suas respectivas negações. Em cada uma das alternativas abaixo, há uma
proposição composta, formada por p e q. Qual corresponde a uma tautologia?
(A) p ∨ q
(B) p ∧ ~ q
(C) ( p ∨ q) → ~ p ∧ q
(D) ( p ∨ q) → p ∧ q
(E) ( p ∧ q) → ( p ∨ q)

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V GABARITO DAS QUESTÕES DE CONCURSO

1 e
2 certo
3 a
4 certo
5 b
6 e
7 c
8 b
9 certo
10 ceto errado certo certo
11 b
12 b
13 errado
14 errado
15 e
16 certo errado errado
17 c
18 c
19 certo certo
20 errado
21 errado errado errado certo errado
22 a
23 certo
24 certo errado
25 certo
26 certo certo
27 d
28 b
29 a
30 certo
31 e

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