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O Movimento Monarquista Atual

O Brasil tem passado por uma ampliação do número de conservadores, ou


apoiadores de movimentos conservadores. Uma pesquisa realizada pelo IBOPE (2016),
em comparação com uma outra realizada em 2010, demonstra que em seis anos o
conservadorismo conquistou maior espaço em diversas faixas etárias, regiões, renda, sexo
e níveis educacionais.

Nessa perspectiva, o Instituto Paraná Pesquisas (2017) divulgou, em julho de


2017, uma pesquisa com relação a quantidade de brasileiros que apoiavam a volta da
monarquia no país. Foi demonstrado, assim, que 10,47% dos entrevistados são favoráveis
ao retorno de um Rei/Rainha ou Imperador/Imperatriz para o governo brasileiro.

Assim, pode-se perceber que a pesquisa não aponta para um aumento do número
de monarquistas no Brasil em comparação com o plebiscito realizado em 1993 no país.
Na ocasião, enquanto 66% dos votos válidos foram favoráveis à república, apenas um
pouco mais de 10% dos votos válidos foram para a forma monárquica de sistema de
governo (NÉMETH-TORRES, 2008).

É interessante como tal número não aumenta, ainda que, hoje, se tenha uma maior
atuação, ou ao menos visibilidade, do movimento monarquista. Sua aparição ocorre desde
as manifestações e protestos que ocorrem no país a partir do ano de 2013. Além disso,
sua presença na internet é relevante, com grupos intitulados como Pró-Monarquia,
Círculo Monárquico Brasileiro, o Instituto Brasileiro de Estudos Monárquicos, o Instituto
Brasil Imperial e o Causa Imperial (QUADROS, 2017).

Há, ainda, uma forte participação dos chamados “herdeiros” legítimos do trono,
como D. Luiz de Orleans e Bragança e D. Bertrand de Orleans e Bragança. Diversos
encontros monárquicos passam a ocorrer presencialmente no país nos últimos anos
estimulados pela presença e forte personalismo nessas duas figuras, além de apelo à
tradição e, principalmente, tentativa de capitanear uma população desiludida com as
diversas crises que ocorrem no Brasil (QUADROS, 2017).

Concluindo, apesar do aumento do conservadorismo da sociedade e, de fato, de


uma maior visibilidade e representatividade midiática do movimento monarquista, esse
parece não capitalizar de fato os grupos que protestam num campo mais liberal-
conservador. De qualquer forma, porém, seus encontros e atuação presente na internet
merecem atenção de pesquisadores e acadêmicos por sua possibilidade de servir como
“ovo da serpente” de uma sociedade que, talvez por ver a política com descredibilidade,
passa a buscar soluções e rupturas mais intensas.

Referências

IBOPE. Valores Pessoais. Dezembro, 2016. Disponível em:


<http://www.ibopeinteligencia.com/arquivos/JOB_1713_BRASIL%20-
%20Relat%C3%B3rio%20de%20tabelas%20(imprensa)-v2.pdf>. Acesso em: 05 dez
2017.

NÉMETH-TORRES, G.. A odisséia monarquista no Plebiscito Nacional de


1993. Revista Veredas da História, vol. 1, n. 1, 2008

PARANÁ PESQUISA. Pesquisa Brasil Web – Monarquia no Brasil. Junho,


2017. Disponível em: <http://www.paranapesquisas.com.br/pesquisas/pesquisa-brasil-
web-monarquia-no-brasil-junho-2017/>. Acesso em: 05 dez 2017.

QUADROS, Marcos Paulo Reis. Conservadorismo coroado: movimentos


monarquistas no Brasil atual. Estudos de Sociologia, v. 22, n. 42, 2017.

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