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"Toda unanimidade é burra" - dizia o escritor Nelson Rodrigues. Sem entrar no mérito
da afirmação, podemos pensar na vida cristã como ausência de unanimidade e, sim, a
presença constante de oposições. Não existe vida cristã sem oposições. Elas se
constituem sempre num desafio à prática autêntica do cristianismo.
Análise do texto
O relacionamento de Paulo com os cristãos de Corinto aconteceu por um bom período
(provavelmente 50-57 AD), e não foi uma questão tão simples assim. A leitura das
duas cartas que o apóstolo lhes escreveu mostra isso.
Na seção em apreço (II Co 1.12 a 2.13), Paulo está consciente de que havia certas
críticas a seu caráter e forma de atuar. Depois de uma palavra inicial, dando graças
pelo conforto divino (II Co 1.3-11), ele defende sua integridade pessoal (1.12-14) e
depois, justifica-se quanto à mudança de planos sobre sua viagem a Corinto (1.15 a
2.4). Finalmente, oferece e ensina o perdão ao seu ofensor (2.5-11).
O apóstolo começa a ser desafiado pela oposição dentro da própria Igreja. Ao visitar
Corinto, torna-se alvo de maldoso ataque pessoal disparado por um indivíduo que,
segundo ele, "causou tristeza não apenas a ele" (2.5).
Segundo nota de rodapé da Bíblia Vida Nova, "duas falhas eram atribuídas a Paulo: a)
leviandade ou inconstância; b) Inconsistência.”
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Diz ele: "Porque o Filho de Deus, Cristo Jesus, que foi por nosso intermédio anunciado
entre vós... não foi sim e não; mas sempre nele houve o sim " (II Co 1.19).
Nisso tudo, o desejo de Paulo é a paz da Igreja. Ele quer ver a reconciliação
restaurando a vida da comunidade e exorta os coríntios a reafirmarem seu amor pelo
ofensor, anulando assim qualquer possibilidade de ataque de Satanás sobre a
congregação, por meio desta questão (v. 11).
Como o apóstolo enfrentou o desafio das oposições? Podemos dizer que este desafio
é enfrentado das seguintes maneiras:
Devemos enfrentar o desafio das oposições com confiança nesta consciência. Num
viver santo e sincero diante de Deus, Paulo estava consciente que não estava
enganando ninguém; ele sempre procurava comportar-se de modo exemplar. Mais
tarde se defenderia, dizendo: "Porque nós não estamos, como tantos outros,
mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de
Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus" (II Co 2.17).
Essa integridade pessoal, essa consciência limpa foi usada por Paulo na luta contra
seus opositores e esta é uma arma, sem dúvida, eficaz ao enfrentarmos o desafio das
oposições. Este desafio nos leva a buscar uma consciência cristã, limpa e pura. É
preciso ter uma consciência tranquila diante de Deus, dos homens e de si mesmo.
O apóstolo se defende e enfrenta este desafio afirmando que suas palavras e sua
mensagem sempre foram coerentes. Ele não era inconsistente, pelo contrário, o seu
sim era sim e o seu não era não.
Segundo alguns eruditos, Paulo chega a afirmar isto sob juramento: "Antes, como
Deus é fiel, a nossa palavra para convosco não é sim e não" (v. 18).
Além de sua palavra pessoal, que foi questionada, a mensagem proclamada também
poderia ser, e o apóstolo sai em defesa da própria mensagem anunciada de um Cristo
que sempre manteve o seu sim, cumprindo suas promessas (v.19,20).
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Nosso Senhor Jesus Cristo enfrentou muito bem os seus adversários, com um
palavreado sério, coerente, fazendo calar seus adversários. Quando os principais
sacerdotes e fariseus mandaram guardas para prendê-lo e estes não o fizeram,
perguntaram aos guardas: "por que não o trouxeram?" A resposta foi: "Jamais alguém
falou como este homem" (Jo 7.45,46).
"O peixe morre pela boca", diz o ditado. Nós também poderemos sucumbir diante das
oposições se não observarmos, em nossa prática cristã, um palavreado coerente e em
harmonia com o evangelho de Cristo.
A segunda é "ungir" - "e nos ungiu, é Deus... ", que indica aqui um comissionamento
para uma obra específica.
A obra do Senhor Deus em nós é completa e é elemento essencial que auxilia nos
desafios que as oposições implementam dia a dia. É o Espírito de Deus que confirma
e unge aqueles que nele creem, e é a presença do Espírito que autentica e sela a
missão e a mensagem de cada um.
É a obra de Deus em nós que autentica nossas palavras, nosso procedimento, nossa
vida, e também garante nossa defesa perante qualquer adversário.
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