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Pro-reitoria de Desenvolvimento
Diretoria de EAD / PUCweb
Professor José Affonso Dallegrave Neto
Cecovi – Centro de Combate à Violência Infantil - PUCPR/PUCweb
Análise do Trabalho Infantil no Contexto Nacional e a Lei do Menor Aprendiz 4
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Conforme já foi dito, o tempo de serviço do para aqueles ofícios que demandam
empregado-aprendiz que laborou antes dos formação profissional, mas que se
16 anos, ou seja, dos 14 aos 16 anos enquadram como trabalho perigoso,
incompletos, é computado normalmente para insalubre ou são realizados em horário
fins previdenciários e de aposentadoria. Do noturno.
contrário, a norma especial de tutela ao
adolescente seria interpretada em seu próprio Doravante, tais atividades poderão ser
prejuízo, o que é inadmissível. objeto de aprendizagem em contratos
celebrados com aprendizes entre 18 e 24
1. O aluno-aprendiz que recebeu salário anos, sem qualquer ofensa à proibição
pode ter o tempo relativo ao período que contida no artigo 7.º, XXXIII, da CF.
estudou em escola de formação
profissional reconhecido e averbado como Reza o inciso trinta e três do artigo 7.º, da CF:
tempo de serviço. “proibição de trabalho noturno, perigoso ou
insalubre a menores de 18 anos e de qualquer
2. A vedação constitucional do trabalho ao trabalho a menores de 16 anos, salvo na
menor de 14 anos (art. 7.º, XXXIII, CF) não condição de aprendiz, a partir de 14 anos.
se constitui óbice ao reconhecimento do
tempo efetivamente trabalhado para fins Quanto ao ponto negativo dessa majoração
previdenciários. É que a norma se erige em etária, aponte-se o desvirtuamento desse
tutela em favor do menor, não podendo, contrato especial originalmente admitido
evidentemente, prejudicá-lo. para inserir o adolescente no mercado de
trabalho. Se o adolescente de até 18 anos
3. Apelação e remessa oficial não-providas. vê de forma otimista a celebração de
contrato de aprendizagem com pagamento
(TRF 1.ª R. – AC 200001000469455 – MG de salário-mínimo/hora, o mesmo não se dá
– 2.ª T. Supl. – Rel. Juiz Fed. Conv. Carlos com aqueles jovens maiores de 18 anos
Alberto Simões de Tomaz – DJU que, geralmente, preferirão abrir mão da
09/12/2004, p. 68). profissionalização adquirida para receberem
salário em valor (um pouco) maior que
Por força da Lei 11.180/05, o contrato de aquele pago ao aprendiz.
aprendizagem só poderá ser celebrado
dentro da faixa etária dos 14 aos 24 anos; o
que vale dizer que o aprendiz que completar Registre ementa abordando a aplicação do
24 anos deverá ter o seu contrato óbice constitucional para o aprendiz antes da
rescindido, sob pena de conversão em Lei 11.180/05: “O inciso trinta e três do artigo
contrato de trabalho por tempo 7.º da Constituição da República veda que o
indeterminado. Os aprendizes portadores de menor aprendiz exerça trabalho perigoso.
Portanto, a Lei 10.097/00, no que alterou a
deficiência não estão sujeitos ao limite
redação do artigo 429 da CLT, não pode
máximo de idade, conforme dispõe a nova obrigar a agravante a empregar e matricular
redação do artigo 428, § 5.º, e artigo 433, nos cursos dos serviços nacionais de
ambos da CLT. aprendizagem um determinado número de
aprendizes, sob pena de uma violação frontal
Essa majoração de idade-limite, de 18 para àquele preceito constitucional, não sendo
24 anos, enseja uma crítica positiva e outra possível uma compatibilização do contexto
negativa. A vantagem está na possibilidade normativo de regência. Assim, mercê da
de contratar aprendizes maiores de 18 anos vedação constitucional a que os menores
sejam expostos a condições perigosas de
trabalho, não se afigura razoável que também
TRF 4.ª R. – AI 01/04/2003. 029322-0 – 3.ª T. –
a aprendizagem prática, além da teórica,
Rel. Des. Fed. Luiz Carlos de Castro Lugon –
fique a cargo da entidade de ensino que atua
DJU 03/12/2003, p. 738 - JCF.7 JCF.7.XXXIII
na respectiva área.
JCLT.429.
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Um está imbricado no outro, uma vez que só Não se ignore que o artigo 29 da CLT
se adentra no mercado de trabalho o impõe ao empregador a anotação de
profissional qualificado. Em outras palavras, todas as condições especiais existentes
no atual mercado competitivo, a empresa só em sua CTPS.
contrata o empregado qualificado.
A inobservância de qualquer uma dessas
Nos termos do § 1.º do artigo 428 da CLT, a
formalidades legais caracterizará nulidade
validade do contrato de aprendizagem
negocial (art. 166, IV, V e VI do CC*) e fraude
pressupõe a comprovação de matrícula e de
à lei trabalhista (art. 9.º da CLT), implicando a
frequência do aprendiz à escola (caso não
conversão do contrato formal de aprendiz em
tenha concluído o Ensino Fundamental) e a
contrato de emprego regido pela CLT:
inscrição em programa de aprendizagem
desenvolvido sob a orientação de entidade
qualificada em formação técnico-profissional Para que se configure o contrato de
metódica. Em relação ao aprendiz portador aprendizagem, nos termos do Decreto-Lei n.
de deficiência mental, a comprovação de 8.622/46 e do Decreto n. 31.546/52, é
imprescindível que o menor aprendiz seja
escolaridade deve levar em conta, sobretudo,
submetido à formação profissional metódica,
as habilidades relacionadas com a condição que não restou atendida pela
profissionalização que for objeto do contrato. reclamada. Disso, resulta que, na hipótese, o
contrato firmado pelas partes constitui-se em
contrato de trabalho normal, sem prazo
Nesse sentido, reza o § 6.º do artigo 428 da determinado (TRT, 4.ª. Região, 4.ª. Turma,
CLT: “Para os fins do contrato de Rel. Teresinha Maria Delfina Signori Correia,
aprendizagem, a comprovação da RO 616.022/94-8, dec. 06/06/2000).
escolaridade de aprendiz portador de
deficiência mental deve considerar,
sobretudo, as habilidades e competências
relacionadas com a profissionalização.
* Art.166 “É nulo o negócio jurídico quando: IV) não revestir a forma prescrita em lei; V) for
preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para sua validade; VI) tiver por
objetivo fraudar lei imperativa”.
7. Remuneração e duração
da aprendizagem Nesse sentido, registre-se a seguinte
ementa: “Não se reputa contrário a lei ou
a princípio geral de direito estabelecer,
espontaneamente, em sede coletiva,
A nova redação do artigo 428 da CLT, dada condições econômicas das quais se
pela Lei 10.097/00, estatui em seu parágrafo excluam os menores aprendizes. É que
segundo que ao menor aprendiz é garantido não resulta da idade a discriminação
o pagamento de salário-mínimo/hora, salvo imposta, mas sim do fato de não
condição mais favorável. haverem alcançado ainda o domínio da
profissão, daí porque nem mesmo a lei
lhes assegura os mesmos direitos que os
A expressão “salvo condição mais favorável” demais trabalhadores.”
refere-se a uma condição expressa que
decorra do contrato ou de norma coletiva.
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São normas tutelares especiais plenamente Todas essas atividades são computadas
aplicáveis ao contrato especial do aprendiz, como jornadas efetivas de trabalho para os
não havendo que falar em ofensa ao efeitos do artigo 432 da CLT, in verbis:
tratamento isonômico. Não se olvide que o
princípio da isonomia, além de pugnar pelo Artigo 432 – A duração do trabalho do
tratamento igual aos iguais, pressupõe aprendiz não excederá de seis horas diárias,
tratamento desigual aos desiguais na medida sendo vedadas a prorrogação e a
de sua desigualdade, como é o caso do compensação de jornada.
empregado-aprendiz. § 1.º – O limite previsto neste artigo poderá
ser de até oito horas diárias para os
De forma geral, as vantagens previstas nos aprendizes que já tiverem completado o
instrumentos normativos da categoria (art. Ensino Fundamental, se nelas forem
7.º, XXXVI, CF) se aplicam aos aprendizes, computadas as horas destinadas à
exceto naquelas questões taxativas em que o aprendizagem teórica.
legislador permitiu tratamento diferenciado
(valor salarial e FGTS). Para essas situações
A melhor exegese desse dispositivo legal
de lei, eventual tratamento mais benéfico
deve considerar a dicção do § 1.º do artigo
deverá ser objeto de norma coletiva
428 da CLT:
expressa:
Ementa extraída da obra citada de Caio Como se vê, o legislador exige que o
Franco Santo, p. 95. aprendiz demonstre ter concluído o Ensino
Fundamental ou que nele esteja matriculado
Considerando que o valor do salário-mínimo e frequentando as aulas. Nesse caso, a
editado anualmente pelo Governo Federal duração máxima do contrato de
leva em conta a carga de 8 horas diárias e 44 aprendizagem deverá ser de seis horas
semanais (art. 7.º, IV e XIII, da CF), tem-se diárias. Contudo, para aqueles que já
que o valor do salário-mínimo/hora é aquele concluíram o Ensino Fundamental, a duração
resultante desse valor cheio dividido por 220 máxima do trabalho do aprendiz é de oito
(divisor previsto no art. 64 da CLT). Assim, horas diárias.
para o valor de R$380,00 temos o valor do
salário-mínimo/hora equivalente a R$1,72 (ou Em ambos os casos, a remuneração do
seja R$380,00/220 = 1,72). aprendiz sempre incluirá as horas destinadas
às lições teóricas, uma vez que o objeto do
O empregador deverá remunerar o aprendiz contrato de aprendizagem é justamente a
tanto em relação às horas destinadas às formação técnico-profissional, a qual
aulas teóricas de formação técnico- compreende, de forma interligada e supletiva,
profissional quanto às horas práticas aulas teóricas e práticas.
realizadas em prol do empregador.
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O parágrafo 1.º do artigo 429 da CLT dispõe Instrução Normativa n. 26, em seu artigo 1.º,
que as frações de unidade, no cálculo da § 5.º, incisos VI e VII do MTE exclui da quota
percentagem de que trata o caput, darão legal as funções caracterizadas como de
lugar à admissão de um aprendiz. Assim, por direção, gerência ou de confiança (art. 62, II,
exemplo um estabelecimento que tenha 24 da CLT) e aquelas prestadas sob o regime de
empregados com função que demanda trabalho temporário (Lei 6.019/74). Também
formação profissional deverá contratar no encontram-se alijadas da quota legal todas as
mínimo 5% de aprendizes, o que equivale a funções que exijam habilitação profissional de
1,2 (5% de 24 = 1,2). Ora. Aplicando-se essa nível técnico ou superior (inciso III):
regra de que as frações de unidade dão lugar
à contratação de um aprendiz, nesse caso, o
estabelecimento deverá admitir dois O cálculo da quantidade de aprendizes a
aprendizes. serem contratados terá por base o número
total de empregados em todas as funções
existentes no estabelecimento que
As frações de unidade inferior a 1 (um)
demandem formação profissional, excluindo-
isentam o empregador da contratação de se aquelas que exijam “habilitação
aprendiz, sob pena de criarmos exegese profissional de nível técnico ou superior"
absurda como a do estabelecimento com (Inteligência da IN n. 26, art. 1.º, do MTE).
apenas um empregado com função Assim, para efeitos desse critério, estão
qualificada que tenha que contratar um incluídos todos os empregados cuja formação
aprendiz para a mesma função, uma vez que organizada fundamentalmente visar à
5% de 1 é 0,05, ou seja, fração de unidade preparação dos jovens para a escolha de um
que implicaria a contratação de um aprendiz. ofício ou de um ramo de formação,
Dentro dessa interpretação absurda, a familiarizando-os com os materiais, os
simples regra de fração multiplicaria o utensílios e as normas de trabalho próprios
percentual mínimo de 5% para 100%, de um conjunto de atividades profissionais.
Por isso, também devem ser excluídos do
conforme o exemplo imaginado, em que 1
cálculo da percentagem aqueles
(um) empregado qualificado exigirá a trabalhadores que exercem atividades
contratação de 1 (um) aprendiz, ou seja incompatíveis com o trabalho de aprendizes,
100% do total. Por certo não foi essa a mens como os motoristas de caminhão.
legis da regra em exame que pretendeu dar à (TRT 12.ª R. – RO-V 00110-2003-012-12-00-7 –
fração apenas a função de arredondamento e (12.577/04) – Florianópolis – 2.ª T. – Rel. Juiz
nunca de multiplicação dos valores. Garibaldi Tadeu Pereira Ferreira – J. 15/10/04).
Contudo, a partir da nova redação dada ao No ano 2000, através da Lei 10.097, houve
parágrafo primeiro do artigo 428 da CLT, a uma verdadeira reforma jurídica na regulação
validade do contrato de aprendiz está do contrato de trabalho do aprendiz. O ponto
condicionada a “inscrição em programa de mais significativo foi a possibilidade de o
aprendizagem desenvolvido sob a orientação programa de aprendizagem ser desenvolvido
de entidade qualificada em formação técnico- por Escolas Técnicas de Educação ou por
profissional metódica”. (Redação dada pela entidades sem fins lucrativos. Isso só é
Lei 10.097/00). possível nos casos de omissão ou
insuficiência de vagas ofertadas por um dos
Em caso de descumprimento de tais respectivos Serviços Nacionais de
imposições legais, a empresa estará sujeita a Aprendizagem (Senai, Senac, Senat, Senar
aplicação de multa administrativa por parte do ou Sescoop).
auditor fiscal do MTE, além de ser chamada
pelo Ministério Público do Trabalho para Nesse sentido, transcreva-se o que dispõe a
firmar termo de ajuste de conduta que vise CLT:
dar cumprimento a esse direito social.
Artigo 430 Na hipótese de os Serviços
Nacionais de Aprendizagens não
Em que pese o artigo 429 da CLT impor que
oferecerem cursos ou vagas suficientes
“os estabelecimentos de qualquer natureza”
para atender à demanda dos
são obrigados a contratar aprendizes, há
estabelecimentos, esta poderá ser suprida
parcela da doutrina que exclui desse ônus os
por outras entidades qualificadas em
empregadores constituídos em profissionais
formação técnico-profissional metódica, a
liberais, entidades beneficentes ou sem fins
saber:
lucrativos ou associações recreativas.
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Esta prática já demonstrou fantásticos Destarte, não se pode negar que a ampliação
resultados, pois os Programas de dada pelo legislador para possibilitar a
Aprendizagem devem se desenvolver em contratação de aprendizes através de
cenários laborais devidamente equipados e entidades sem fins lucrativos pautou-se em
com experiências concretas de trabalho. motivação lídima e histórica, máxime para
Tanto as máquinas quanto o trabalho suprir as carências de cursos e fortalecer os
propriamente dito, por vezes, não se podem Programas de Aprendizagem.
obter sem pesados ônus para as entidades
do Terceiro Setor. Destarte, o aprendizado
teórico fica complementado pela ARRUDA, Hélio Mário de. O Novo
indispensável experiência prática que as Contrato de Aprendizagem (Lei n.
empresas oferecem. 10.097/00). Trabalho em Revista Encarte
de Doutrina: O Trabalho, n. 52,
Estas, de outra parte, têm atendida a sua Junho/2001, p. 1.233.
demanda de mão-de-obra qualificada com a
supervisão do sistema S ou das próprias Ademais, a prática tem demonstrado que tais
entidades sem fins lucrativos, aos quais ONGs, que têm por objetivo a assistência à
cabe o acompanhamento profissionalizante educação profissional de adolescente, via de
do jovem trabalhador. regra, são mais acuradas no compromisso de
atingir os objetivos do Programa de
A experiência prática demonstrou, ademais, Aprendizagem do que os Serviços Nacionais
que a ideia da aprendizagem metódica no de Aprendizagem mantidos e pertencentes às
próprio emprego não atingiu bons Confederações Nacionais dos Empregadores.
resultados.
A jurisprudência também vê com bons olhos a
Assim, buscou-se dar cumprimento à intermediação das entidades sem fins
determinação constitucional de garantir a lucrativos para a contração de aprendizes:
profissionalização de adolescentes, com
envolvimento da empresa, da sociedade civil Quando a Empresa Brasileira de Correios e
– por meio do Terceiro Setor – e do Estado, Telégrafos (EBTC) celebra convênio com
eis que são outorgadas às entidades do associação de bairros para receber em suas
Terceiro Setor isenções sobre a folha de dependências menor carente na qualidade de
pagamento de seus funcionários (art. 55 da adolescente aprendiz, não está agindo de
Lei 8.212/91. modo fraudulento, no intuito de desvirtuar a
aplicação dos preceitos contidos na CLT. A
bem da verdade, a EBCT está participando
de programa social, pautado em trabalho
FONSECA, Ricardo Tadeu Marques da. A educativo, que, nos termos do artigo 68,
Reforma no Instituto da Aprendizagem no parágrafo 1.º da Lei n. 8.069/90, entendido
Brasil: anotações sobre a Lei 10.097/00. como "a atividade laboral em que as
Trabalho em Revista. Encarte de exigências pedagógicas relativas ao
Doutrina: O Trabalho. n. 49, março/2001, desenvolvimento pessoal e social do
p. 1.153. educando prevalecem sobre o aspecto
produtivo.
O autor complementa sua ideia assim: “Com
isso, o Estado incentiva a contratação de
aprendizes, sem incidência de encargos
previdenciários, patronais ou Imposto de TRT 3.ª R. – RO 10.862/02 – 2.ª T. – Rel.
Renda, desde que tais aprendizes sejam Juiz Fernando Antônio de Menezes Lopes
contratados por intermédio dessas entidades – DJMG 09/10/02.
sem fins lucrativos”.
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A hipótese do aludido inciso III, do artigo 16 Aos contratos por prazo determinado que
da IN 26 (ausência injustificada à escola), contiverem cláusula assecuratória do direito
deverá ser comprovada através da recíproco de rescisão antes de expirado o
termo ajustado, aplicam-se, caso seja
apresentação de declaração do exercido tal direito por qualquer das partes,
estabelecimento de ensino regular. os princípios que regem a rescisão dos
contratos por prazo indeterminado.
Boa parcela da jurisprudência vem
sinalizando que, fora dessas hipóteses, fica
vedada a dispensa arbitrária ou sem justa
causa do empregado aprendiz: Nesse sentido, sustenta Ricardo Tadeu
Marques da Fonseca. Obra citada, p.
Goza o menor aprendiz, durante todo o 1153.
período de aprendizagem, de estabilidade
provisória, não podendo o empregador
rescindir o contrato antes do seu termo, a não Considerando que o aprendiz detém
ser por justa causa incluída a específica do estabilidade provisória no emprego, tal
artigo 432, § 2.º da CLT. prerrogativa (art. 481, CLT) aplica-se apenas
(TRT, 2.ª Região, RO n. 02950468033/95. quando a rescisão antecipada for de iniciativa
Rel. Wilma Nogueira de Araújo Vaz da Silva, do empregado ou nas hipóteses dos incisos I
28/04/97). e III do artigo 16 da IN n. 26 acima transcrita.
Referências bibliográficas
ARRUDA, Hélio Mário de. O Novo Contrato de Aprendizagem (Lei n. 10.097/00). Trabalho
em Revista, Encarte de Doutrina. O Trabalho, n. 52, Junho/2001, p. 1.233.
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 1993.
FONSECA, Ricardo Tadeu Marques da. A Idade Mínima para o Trabalho. Proteção ou
desamparo. In Trabalho em Revista. n. 200, Março/99. Curitiba: Decisório Trabalhista, p.
587-588.
LEITE, Júlio Cesar do Prado. Idade Mínima para o Trabalho. Alteração constitucional. In:
Jornal Trabalhista 16-765/5, Brasília, Consulex, 21/06/99.
MIRANDA. Francisco Cavalcante Pontes de. Tratado de Direito Privado. vol. 4. Rio de
Janeiro: Borsoi, 1964.
PROSCURCIN, Pedro. A Quarteirização da Aprendizagem. In: Revista LTr, vol. 71, n. 07,
julho de 2007.
SILVA, Eliana Regina de Paula; Frediani, Yone. O Trabalho Infantil no Brasil Após o Advento
do Estatuto da Criança e do Adolescente/90. Revista da Pós-Graduação, v. 1, 2007, p. 27-
35.
VIDOTTI. Tércio José. Breves Anotações a Respeito das Alterações Promovidas pela Lei n.
10.097/00 no Contrato de Aprendizagem. Direito do Trabalho, Março/2003, vol. 104, p. 23
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