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GRUPO I
2. O que significa a afirmação que a função política stricto sensu resulta ser juridicamente
mais livre do que a actividade legislativa? (3 valores)
4. Uma norma constitucional preceptiva pode ser não exequível por si mesma? (3
valores)
GRUPO II
COTAÇÕES
13 de Fevereiro de 2014
GRUPO I
[3 x 3 val.]
GRUPO II
1. [3,5 val.]
i) ato de demissão do Governo: análise da sua validade no confronto dos artigos 133.º
g) e 195.º, n.º 2; ii) qualificação do nexo de responsabilidade entre Governo e PR como
uma situação de responsabilidade do tipo “institucional” e não política em sentido
estrito; iii) consequências na hipótese: inconstitucionalidade do decreto do PR, tendo
em conta os motivos estritamente políticos que foram invocados; iv) valia do a
pronúncia do Conselho de Estado: caráter não vinculativo (artigos 141.º e 145.º b)); v)
pretensão do PM do Governo cessante esbarra com o facto de o ato de dissolução se
traduzir num ato da função política stricto sensu e, por essa via, não sindicável
jurisdicionalmente – enquadramento da questão na teoria das funções do Estado e no
tipo de atos jurídico-públicos; vi) a aprovação do Decreto-Lei referido contraria o
disposto no artigo 186.º, n.º 5, já que, a partir da demissão, o Governo se encontrava
“em gestão”; vii) alcance dos limites fixados no artigo 186.º, n.º 5 e referência ao
princípio da proporcionalidade: aplicação ao caso.
2. [3,5 val.]
i) quorum deliberativo encontrava-se satisfeito: 116.º, n.º 2; ii) competência para a
aprovação de propostas de referendo: 115.º, n.º 1; iii) a matéria em causa não poderia
ser objeto de referendo, ex vi artigo 115.º, n.º 4 a), já que a eventual extinção do
Conselho de Estado implicaria uma revisão constitucional (a mesma solução resultaria
do n.º 3 do artigo 115.º, na medida em que a extinção do Conselho do Estado nunca
poderia ser alcançada através de tratado ou ato legislativo, mas sim por lei de revisão
constitucional); iv) a convocação imediata do referendo por parte do PR viola o n.º 8 do
artigo 115.º, que impõe o envio obrigatório da proposta para o Tribunal Constitucional;
v) a nomeação de um novo Governo por parte do PR: enquadramento genérico nos
termos do artigo 187.º, n.º 1 e 2 e 133.º f) e h); vi) hipóteses de governos de “iniciativa
presidencial” e discussão da questão tendo em conta o nexo de responsabilidade entre
Governo e PR e o limite fixado na parte final do artigo 187.º, n.º 1; vi) eventual
enquadramento da hipótese na modalidade dos “governos de iniciativa presidencial em
sentido próprio” (BLANCO DE MORAIS), atentos os fundamentos: valorização da
discussão do problema e de referências doutrinárias.
3. [2 val.]
i) procedimento genérico de entrada em funções de um Governo: nomeação – tomada
de posse - apresentação do Programa de Governo perante a AR, nos termos do artigo
192.º - até esse momento, verifica-se uma hipótese de “governo de gestão”, nos termos
e com os efeitos do artigo 186.º, n.º 5; ii) aplicação do regime do artigo 192.º, em
especial dos seus números 3 e 4; iii) apreciação da maioria e efeitos no caso: a votação
do voto de rejeição não provocou a demissão do Governo; iv) enquadramento do poder
de dissolução da AR por parte do PR: artigos 133.º e) e 172.º; v) margem de liberdade
no exercício dessa competência e confronto com as hipóteses de demissão do Governo.