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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL ADJUNTO


CIVEL

DA COMARCA DE ___________________ -

_______________________, brasileiro, solteiro, comerciante, portador da carteira de


identidade nº _________________ e inscrito no CPF/MF nº _______________,
residente e domiciliado sito a Rua ________________________________, vem,
perante Vossa Excelência, por meio de sua patrona, _________________________,
brasileira, solteira, advogada inscrita na OAB/SP sob o nº ______________, com
escritório na _______________________, local que indica para receber as intimações e
notificações de praxe, conforme artigo 287 do NCPC, , conforme instrumento de
mandado em anexo, vem perante V. Exa., com fulcro na Lei nº 9.099/95 e na Lei nº
8.078/90, propor a presente:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZATÓRIA

POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

em face LOJAS AMERICANAS S.A, com endereço comercial a Avenida do


descobrimento, S/N, Centro, Porto Seguro, Bahia, CEP: 45810-000, inscrição Estadual
nº 136509925 e CNPJ nº. 33.014.556/1231-90, LENOVO TECNOLOGIA BRASIL
LTDA. com endereço comercial sito a Est. Municipal, 200, LDT 334, Estrada Dos
Leites, Módulos 5 A 10, Chácara Alvorada, Indaiatuba, São Paulo, CEP: 13.337-200,
Inscrição Estadual nº 13337-200 e CNPJ nº. 07.275.920/0001-61 e pelos motivos abaixo
aduzidos. (nota fiscal anexa), pelos motivos abaixo aduzidos. (nota fiscal anexa).

DAS INTIMAÇÕES E/OU PUBLICAÇÕES

Inicialmente requer, sejam as futuras citações/intimações publicadas


EXCLUSIVAMENTE em nome de _____________________SANTOS,
________________, com endereço profissional a
_______________________________, com fulcro no art. 272, § 2º do CPC/2015, sob
pena de nulidade.

DOS FATOS

Conforme cópia dos documentos acostados aos autos, em 06/03/2017 o requerente


adquiriu em loja física da requerida na cidade de Porto Seguro - BA, durante viagem de
férias, 01 (uma) Aparelho celular da marca LENOVO, modelo VIBE K6 PLUS
32GB, (Nota fiscal em anexo), pelo valor de R$ 1.299,00 (mil duzentos e noventa e
nove reais).

O pagamento foi efetuado na data da compra (06/03/2017) a vista, por meio de cartão de
débito, conforme se verifica pela cópia do comprovante de pagamento em anexo

Ocorre que, em menos de 07 (sete) dias de uso o referido aparelho de telefone celular
começou a apresentar defeitos, consistente no não funcionamento dos botões de Touch
do celular, os quais dão todos os comandos, inviabilizando completamente a realização
e recebimentos de chamadas.
Surpreso com o ocorrido, já que se tratava de aparelho novo, fabricado por empresa
conceituada no ramo de telefonia celular, o requerente se viu obrigado a procurar a
primeira requerida no meio de sua viagem, para tentar resolver o problema,
solicitando a troca do produto, surpreendentemente teve o seu pedido negado, sob
alegação de que poderia se tratar de problemas de configuração.

O problema persistiu até que o autor, após 20 (vinte) dias, já em sua residência, na
cidade de Cabo Frio - RJ, contatou a 2ª ré através de número 0800 536 680, sendo
orientado pela atendente Thaís, através do protocolo nº 170412004337, a remeter via
correio o aparelho celular, para análise de assistência técnica, tal procedimento ocorreu
em 30/03/2017.

Importante informar a este juízo, em que pese a marca do aparelho ser LENOVO, a
assistência técnica ao qual o autor teve a remessa autorizada identificou-se como
MOTOROLA tendo em vista fusão realizada pelas marcas, daí serem as negativas de
resolução do problema do autor, todas em folhas de timbre da marca MOTOROLA.

A remessa do aparelho para a assistência técnica da segunda requerida ocorreu em


30/03/2017 e contou com diversas solicitações, sendo remetido diversos itens além do
aparelho telefônico, como nota fiscal, comprovante de pagamento, carregador do
aparelho.

Objetivando evitar maiores transtornos e resolver rapidamente a situação e agindo


sempre de boa fé o requerente remeteu o seu aparelho juntamente com a todas as
exigências, porém, gerando-se assim a primeira ordem de serviço, qual seja
WO4022081 (em anexo).

Para surpresa do Requerente, o aparelho foi devolvido sem qualquer reparo, com uma
carta da MOTOROLA/LENOVO, que somente informava "cupom fiscal incompleto".

Visando entender o ocorrido o autor entrou em contato com a segunda ré, porém a
alegação da assistência técnica era no sentido de que a nota fiscal enviada e o
comprovante de pagamento não serviriam realização do conserto do aparelho, uma vez
que o requerente deveria ter convertido a nota fiscal em NF-E (nota fiscal eletrônica),
exigência sem qualquer cabimento, pois, o autor remeteu todo os documentos que lhe
foram apresentados no ato da compra.

Por fim, a assistência solicitou que o autor efetuasse nova remessa, gerando-se os
protocolos de atendimento (170427011144 - Atendente Jéssica) e em segunda ligação
(170427011528).

O Autor em segunda tentativa de resolver o seu problema, seguindo todos os passos aos
quais foi instruído pela empresa, remeteu novamente o aparelho telefônico para a
assistência em 09/05/2017, abrindo-se uma nova ordem de serviço de nº WO3912391,
sendo informando ainda que deveria acompanhar a evolução do conserto através do site
www.motorola.com.br/meureparo.

O autor, sem qualquer andamento no site foi surpreendido com a devolução do aparelho
em sua residência pela segunda vez, com nova carta remetida pela Motorola/Lenovo
(documento em anexo), contendo a seguinte descrição: selo de IMEI "sem etiqueta de
imei/sem gaveta de imei", nenhuma outra explicação.

Surpreendido pela situação e verificando que tratava-se de expediente de má vontade, já


que tanto o EMEI quanto o cupom fiscal foram devidamente encaminhados para a
assistência técnica nas duas tentativas de reparo, o autor em 01/06/2017, as 16:45h.,
entrou em contato com a segunda empresa ré e tentou esclarecer o ocorrido, inclusive
fornecendo-lhes os números de IMEI que estavam junto ao aparelho, quais sejam,
IMEI1 351883081527438 e IMEI2 351883081527446 (atendente Carla e protocolo
170602008336).

Importa informar que a ligação foi encerrada abruptamente as 17:12h e que a atendente
da segunda requerida antes disso informou que o problema do requerente não seria
solucionado e que este procurasse os seus direitos, que as gravações poderiam ser
solicitadas, mas que só as entregaria com ordem judicial.

O autor em pesquisa a internet, verificou que o defeito apresentado por seu aparelho é
corriqueiro e conta com inúmeras reclamações no RECLAME AQUI, inclusive as
exigências para que se proceda com o reparo são utilizados com frequência para a não
realização do reparo para os outros consumidores. (segue em anexo)

Hoje, após meses de tentativa de uma resolução amigável e cumprimento de exigências


esdrúxulas, por parte das requeridas, o autor sentindo-se frustrado e verificando que não
há qualquer possibilidade de resolver o seu problema de forma amigável, o que tentou
até o último minuto, já que V. Exa. pode comprovar através dos documentos acostados a
quantidade de protocolos de atendimento que foram gerados nestas tentativas de
resolução.

Insta salientar, que o autor em pesquisa na internet, verificou que o vício do aparelho
telefônico ocorre de forma reiterada, existindo inúmeras reclamações no site
RECLAME AQUI, que relatam situações idênticas ao do autor e a mesma "desculpa"
por parte da segunda reclamada para que não efetue o reparo no aparelho. (documentos
em anexo)

Diante de tamanho desrespeito, desprezo e descaso demonstrado por meio de todas as


informações relatadas acima, agora trazidas a esse E. Juízo, cenário comum em
situações semelhantes nas relações de consumo, não vê o Requerente outra alternativa a
não ser socorrer-se da Justiça para ver o seu caso resolvido, certo de que as rés com isso
extrapolaram todos os limites do mero aborrecimento não restando alternativa senão,
propor a presente demanda pleiteando a restituição do valor supramencionado e
indenização por danos morais.

DO FUNDAMENTO JURÍDICO

DA RELAÇÃO DE CONSUMO

Têm-se no caso em análise uma relação de consumo, de acordo com os conceitos


trazidos nos artigos 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor, motivo pelo qual
devem ser aplicados os dispositivos do referido Diploma Legal.
DA FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO - DOS DIREITOS DO
CONSUMIDOR

O requerente como já descrito anteriormente, após adquirir a mercadoria, e efetuar o


pagamento, e mesmo após manter diversos contatos com as requeridas não consegui a
solução de seu problema, não podendo usufruir do bem adquirido.

Assim, as rés violaram os Princípios que regem as relações de consumo, constantes no


art. 4º, I, III e IV do CDC, quais sejam a boa fé, equidade, o equilíbrio contratual e o da
informação.

Quando um consumidor efetua uma compra, inconscientemente exige do fornecedor


que o produto esteja pronto para uso, e que este não possua nenhuma avaria ou algum
vício que lhe diminua o valor ou que o impossibilite de utilizá-lo normalmente.

É sabido que a responsabilidade por qualquer vício no produto refere-se a qualquer


defeito no próprio produto, seja de quantidade ou qualidade.

Desta forma, sempre que o produto adquirido se torne impróprio ou inadequado ao


consumo à que se destina, ou tenha o seu valor diminuído em virtude de eventual
defeito, caberá a exigência de substituição das partes viciadas, em 30 (TRINTA)
dias. Não sendo sanado tal defeito pelo fornecedor, nos termos do art. 18, § 1º, do
Código de Defesa do Consumidor, ao consumidor será possível optar por qualquer das
três alternativas que a lei lhe assegura, a saber:

1) a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;

2) a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de


eventuais perdas e danos;

3) o abatimento proporcional no preço.

No caso em tela, a assistência técnica, agindo no intuito de descaracterizar o direito do


consumidor previsto no artigo acima, devolveu, o produto por duas vezes de forma que
o autor ficasse fora do prazo estipulado em lei, sem efetuar o conserto e com uma
desculpa esfarrapada no sentido de que faltavam dados/documentos para a realização do
efetivo conserto, dados estes que foram devidamente passados pelo autor.

Desta forma, por mais que não seja cabível a aplicação do artigo 18 CDC, por culpa da
requerida, não se pode deixar de dar um provimento jurisdicional ao cliente, que tentou
de todas as formas possíveis solucionar o problema administrativamente.

Importante salientar a V. Exa. que por ter efetuado o pagamento a vista do valor do
aparelho, qual seja R$ 1.299,00 (mil duzentos e noventa e nove) o autor não pode em
todo esse período comprar novo aparelho, passando pelo constrangimento de ficar
pedindo aos amigos aparelhos emprestados para que pudesse continuar trabalhando.

Ora, no caso em tela, mesmo seguindo todo o procedimento previsto em lei o autor não
teve o seu problema sanado, de modo que a única medida legal cabível é a devolução do
valor ao Autor, posto que comprovado que este dentro do prazo de garantia efetuou
todos os procedimentos possíveis para sanar o problema.

Nesta situação específica, o esclarecedor ensinamento do ilustre Rizzatto Nunes que


expõe:

“O fornecedor não pode beneficiar-se da recontagem do prazo de 30 dias toda vez que o
produto retorna com o mesmo vício. Se isso fosse permitido o fornecedor poderia na
prática, manipulando o serviço de conserto, sempre prolongar indefinidamente a
resposta efetiva de saneamento. Bastaria fazer um conserto ‘cosmético’, superficial, que
levasse o consumidor a acreditar na solução do problema, e aguardar sua volta, quando,
então, mais 30 dias ter-se-iam para pensar e tentar solução (...) Quando muito e essa é
também nossa opinião, o prazo de 30 dias é o limite máximo que pode ser atingido
pela soma dos períodos mais curtos utilizados. Explicamos: se o produto foi
devolvido a primeira vez no décimo dia, depois retornou com o mesmo vício e se
gastaram nessa segunda tentativa de conserto mais 15 dias , na terceira vez em que o
produto voltar o fornecedor somente terá mais 5 dias para solucionar definitivamente o
problema, pois anteriormente despendeu 25 dias, sem ter levado o produto à adequação
esperada. (NUNES, Rizzatto. Curso de direito do Consumidor, Ed. Saraiva. 2005,
p.184-185). – gf. nosso.

“Ressalte-se que uma vez iniciado o curso do prazo para o saneamento do vício, ele
não se interrompe nem suspende – tem natureza decadencial. Mesmo que
devolvido ao consumidor antes do término do prazo, não solucionado o vício, não
há que se falar em novo prazo; pelo contrário, aquele prazo já iniciado segue até o seu
exaurimento – Rizzatto entende que o prazo, sendo um direito do fornecedor, deve ser
contado como a soma dos períodos em que o produto viciado esteve à sua guarda. É
claro que surgindo um novo vício, não relacionado, abre-se novo prazo para que seja
remediado esse vício, tão somente.”

Vale frisar, que o Requerente estando todo esse tempo sem seu parelho de telefone
celular – que, aliás, é essencial para o deslinde positivo de seu trabalho e contato com
seus clientes – não houve alternativa senão adquirir outro aparelho junto a parentes e
amigos até que as requeridas resolvam honrar com a sua obrigação.

A relação entre fornecedor e consumidor, que antigamente caracterizava-se por uma


relação igualitária, com a sociedade de consumo torna-se cada vez mais discrepante,
com grandes fornecedores, possuindo sólidos escritórios jurídicos e grande poder de
barganha e consumidores, vulneráveis nas relações de consumo, seja por práticas
comerciais abusivas ou por odiosos recursos de propagandas enganosas ou distorcidas
da realidade.

Desta forma, para qualquer estudo na seara de defesa do consumidor, devemos possuir
em mente sempre a vulnerabilidade do consumidor nas relações de consumo,
característica essencial consagrada pelo Código de Defesa do Consumidor, estando no
atual CDC, elencado como princípio básico, ex vi do art. 4º, I, da Lei 8.078/90.

DO DANO MORAL

Cumpre-nos esposar em breves linhas a respeito do dano moral:


A personalidade é um bem extra-patrimonial resguardado, acima de tudo, pela
Constituição Federal, dentre os direitos fundamentais e princípios da República
Federativa do Brasil, essencialmente por meio da dignidade da pessoa humana (CF, art.
1º, III).

A dignidade da pessoa humana abarca toda e qualquer proteção à pessoa, seja física,
seja psicológica. Tanto que dela decorrem os direitos individuais e dentre eles encontra-
se a proteção à personalidade, cabendo indenização em caso de dano, conforme
estabelece o art. 5º, inc. V:

Art. 5º

(...)

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização


por dano material, moral ou à imagem;

Consoante a este diploma legal encontra-se o Código de Defesa do Consumidor:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,


coletivos e difusos;

A responsabilidade das empresas ré é OBJETIVA, neste sentido, estabelece o art. 14 do


Código de Defesa do Consumidor que:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa,


pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à
prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre
sua fruição e riscos.

Assim, é indiscutível que a ré feriu os direitos do autor, ao agir com total descaso,
desrespeito e negligência, configurando má prestação de serviços, frustrando suas
expectativas quanto a aquisição do bem e lhe causando dano patrimonial, na
medida que ficou com o dinheiro pago pelo produto sem, que o autor possa
desfrutar de seu uso.

O autor jamais imaginaria que tal produto, com elevado valor e propaganda fosse
apresentar tamanho dissabor e frustração.

Necessário se faz tecer algumas poucas linhas sobre o dano moral. O ilustre professor
Carlos Alberto Bittar, ao se referir aos danos morais acentua que:

“Diz-se, então, morais os danos experimentados por algum titular de direito, seja em sua
esfera de consideração pessoal (intimidade, honra, afeição, segredo), seja na social
(reputação, conceito, consideração, identificação), por força de ações ou omissões,
injustas de outrem, tais como agressões infamantes ou humilhantes, discriminações
atentatórias, divulgação indevida de fato íntimo, cobrança vexatória de dívida e outras
tantas manifestações desairosas que podem surgir no relacionamento social.”
No caso vertente, é cristalino o grande abalo moral que sofreu o demandante diante dos
fatos narrados, haja vista que, como é cediço por todos, o aparelho de telefone celular,
constitui bem indispensável ao deslinde positivo das atividades profissionais, mormente
em se tratando de profissional que deve estar em constante contato com fornecedores e
que necessita fazer uso diário do referido aparelho para contatar com os seus clientes.

Ora, a recusa no conserto satisfatório do bem, ou no fornecimento de outro ou na


restituição do valor pago para aquisição de outro bem, como é o caso, privou o
demandante de usufruir de seu telefone celular recém adquirido, notadamente ficando
impedido de receber algumas informações úteis e necessárias seja relativa ao seu
trabalho, seja relativas a sua vida privada. Até porque, o requerente constantemente está
viajando a trabalho, não possuindo outro meio de comunicação próximo.

É certo também, que os aparelhos eletroeletrônicos são passíveis de vícios e defeitos.


Entretanto, o aparato consumerista prevê de forma expressa que, em ocorrendo o vício,
o produto deve ser consertado dentro de 30 dias, sob pena de o consumidor optar por
uma das soluções legais, como já bem explanado.

Agrava ainda mais a situação, o fato de uma empresa taxada de “idônea, preocupada
com os consumidores, com responsabilidade social”, fez do CDC tabula rasa não
reconhecendo a sua vigência e eficácia, pois passado o prazo de 30 dias para sanar o
problema do vício do produto não restituiu o valor ao autor ou entregou-lhe aparelho
novo, e gastou o tempo do autor fazendo com que este se dirigisse a correio e remetesse
o aparelho para a assistência técnica o devolvendo com "desculpa esfarrapada" para não
realizar o conserto, mesmo o autor informando que os dados solicitados se encontravam
junto ao aparelho remetido para a assistência.

Toda essa situação de frustração, somada ao período já transcorrido, causou grave


abalo emocional no autor da demanda. Os motivos geradores de tamanho transtorno são
inúmeros:

a) o autor pagou por um produto que usara por tempo ínfimo até que começasse a
apresentar defeitos, menos de 20 dias;

b) o fato de o aparelho ter ido para a Assistência Técnica e lá permanecer por inúmeros
dias em duas ocasiões, somando-se 30 dias sem que o problema tenha sido resolvido, e
com negativa baseada em documentos que a empresa por expediente de preguiça não
verificou junto ao aparelho remetido é causa de enorme prejuízo para o autor;

c) experimenta o autor uma atitude insuportável de desídia e descaso que o assola, pois
mesmo após inúmeras insistências para ver o seu problema resolvido
administrativamente, sempre fora tratado de forma inferiorizada e com total descaso,
tanto pela primeira quanto pela segunda empresa ré.

d) nos dias atuais, é inconcebível que aquele que trabalha em comércio, com vendas,
fique sem aparelho de telefone celular, pois dele necessita para ser encontrado por seus
clientes, ser contatado, familiares, dentre outras pessoas, e também o pleno exercício de
outros atos de sua vida privada; como de fato ocorreu e será demonstrado no curso da
instrução processual. Isto, por si só, induvidosamente, enseja danos morais ao autor,
colocando-o em condições de merecer uma reparação moral.
É sabido, Excelência, que o mero aborrecimento não causa qualquer dano moral. Porém,
no caso, longe está de se configurar um mero aborrecimento o sentimento de
impotência, raiva e descaso que aflige o Requerente, pois, é certo que, quando alguém
adquire um aparelho de telefone celular novo, o faz confiando de que o mesmo
funcionará adequadamente, atendendo aos fins mínimos a que se destina, sem
apresentar qualquer problema.

Entretanto, caso ocorra qualquer evento danoso ou defeito no referido bem, espera que o
mesmo seja solucionado, seja da forma que for, dentro do prazo legal, o que, em
hipótese alguma ocorreu na presente situação.

Além disso, após a frustração de ver que o bem apresentara vício, o qual decorreu por
culpa exclusiva das Rés, o demandante depositou sua confiança nos serviços de
manutenção prestados pela segunda empresa ré, o qual se demonstrou totalmente
ineficaz, pois não sanou o problema, mas, longe de tal solução, tampouco se apresentou
propícia a restituir-lhe um novo aparelho ou o respectivo valor pago.

Ora, o autor, ficou por certo tempo sem poder usufruir os benefícios trazidos por seu
aparelho de telefone celular que, aliás, possui uma conta com “plano fixo” e, por isso,
teve substanciais prejuízos por ter ficado todo o período demonstrado sem ter como
utilizar do aparelho e, ao mesmo tempo, pagando a conta no tocante a sua parcela fixa,
já que possuí contrato de 01 (um) ano a cumprir com a operadora vivo.

Se, se tratasse Excelência, de empresa de pequeno porte, sem estrutura econômico-


financeira para, de imediato dar solução ao problema, seria, a certo ponto, até
compreensível a mora em saná-lo. Entretanto, trata-se a fabricante de multinacional,
manifestamente bem equipada e com um sistema administrativo organizado, cujo lucro
mensal, com toda certeza, exorbita a casa dos seis dígitos.

Em virtude disso, inadmissível aceitar os atos, pode se dizer, ilícitos que ela vem
causando ao demandante.

Cumpre esclarecer que, no CDC, a garantia de segurança do produto ou serviço deve ser
interpretada enquanto reflexo do princípio geral do mesmo diploma legal, de proteção
da confiança (§ 1º, do art. 12), o qual possui estreita relação com a boa-fé objetiva do
CCB. Desse modo, ao adquirir um aparelho de telefone celular, põe-se o fabricante
submisso às consequências jurídicas, quando, na concretude do uso, frustrar-se aquela
perspectiva de maneira sucessiva/sequencial.

Segundo o Prof. Zelmo Denari (Cód. Bras. De Proteção do Consumidor, Forense


Universitária, 95, p. 103):

“entende-se por defeito ou vício de qualidade, a qualificação de desvalor atribuída a um


produto ou serviço por não corresponder à legítima expectativa do consumidor, quanto à
sua utilização ou fruição (falta de adequação), bem como por adicionar riscos à
integridade física (periculosidade) ou patrimonial (insegurança) do consumidor ou de
terceiro”.

Esclareça-se, também, que os constrangimentos de que foi vítima o Autor, não


representam aborrecimentos naturais do cotidiano, posto que, conforme vastamente
demonstrado, a segunda Requerida vem agindo de forma irresponsável, desrespeitosa,
inconseqüente, recusando-se a cumprir o dever imposto pelo ordenamento jurídico
consistente em reparar o aparelho, bem como, em ressarcir o Autor pelo valor pago.

Assim, não se pode admitir que um consumidor, vendo-se privado do seu patrimônio,
não mereça ser ressarcido pelo constrangimento sofrido, em que pese o caráter punitivo
da condenação por danos morais, visando-se, assim, a evitar que as Requeridas reeditem
o desrespeito observado no caso dos autos, pelo que, o valor da condenação deve ser
suficiente para esse fim específico.

A indenização consiste numa compensação, numa tentativa de substituir o sofrimento


por uma satisfação, além do aspecto retributivo e verdadeiramente punitivo no tocante
ao causador do dano que, vendo-se obrigado a indenizar os danos causados, certamente
entenderá que ainda se faz valer as normas editadas e vigentes em nosso ordenamento
jurídico.

Isto tudo revela que o ser humano tem uma esfera de valores próprios que são postos em
sua conduta não apenas em relação ao Estado, mas, também, na convivência com os
seus semelhantes. Respeitam-se, por isso mesmo, não apenas aqueles direitos que
repercutem no seu patrimônio material, de pronto aferível, mas aqueles direitos relativos
aos seus valores pessoais, que repercutem nos seus sentimentos, postos à luz diante dos
outros homens.

Assim sendo, restam fartamente configurados os danos morais sofridos pelo Autor,
razão ante a qual requer-se a condenação das empresas-Ré.

Presentes os requisitos ensejadores do dano moral, quais sejam, o dano sofrido, a culpa
exclusiva das rés e o nexo causal e a culpa, hão de ser arbitrados, a bem do demandante
e como forma de fazer valer o Estado Democrático de Direito, ressarcimento por danos
morais no importe de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), ou no importe que V. Exa. entender
por bem estipular.

DOS REQUERIMENTO:

Diante do exposto, requer a VOSSA EXCELÊNCIA:

A) A citação da empresa requerida, querendo, contestar a presente, devendo comparecer


nas audiências de conciliação e instrução/julgamento, sob pena de revelia e confissão
quanto à matéria de fato;

B) A determinação a inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC,
pela vulnerabilidade técnica do requerente.

C) Seja julgada PROCEDENTE a presente demanda, a fim de que condenar a empresa


requerida na devolução da quantia paga de R$ 1.299,00 (MIL DUZENTOS E
NOVENTA E NOVE REAIS), monetariamente corrigida, bem como os danos morais.
(pedir juros de mora tb)

D) Condenação das requeridas a pagar ao requerente indenização por danos morais em


valor não inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
DAS PROVAS

Requer indicar, na amplitude do art. 32 da lei 9099/95, as provas documental,


testemunhal e depoimento pessoal das partes.D

DO VALOR DA CAUSA

Nestes termos, dando-se à causa o valor de R$ 6.299,00 (seis mil duzentos e noventa e
nove reais).

local, 18 de Julho de 2017.

Pede e espera

deferimento.

ADVOGADO

OAB/XX XXX.XXX

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