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Complacência – Entenda por que o Brasil cresce menos do que pode

Na última década, o governo vem influenciando a economia com medidas incoerentes


enquanto anuncia, com convicção, seguir a fórmula do sucesso. Há pouco espaço para uma
reflexão mais profunda acerca das limitações do modelo econômico vigente, embora elas
possam estar apontando para épocas futuras mais sombrias. Com o livro " Complacência –
Entenda por que o Brasil cresce menos do que pode”(editora Campus), a ser lançado em 08
de abril, em São Paulo, os economistas Fabio Giambiagi e Alexandre Schwartsman buscam
expor algumas questões, para reflexão do leitor.

O livro surgiu de uma pergunta que perseguiu a dupla de economistas repetidas vezes nos
últimos anos: por que o Brasil ingressou em um período de baixo crescimento na década
atual, após o bom desempenho da economia na década passada? “O fracasso do modelo
estava anunciado”, respondem. "Até o começo da atual década, vivemos a "fase fácil" e, para
crescer, bastava injetar demanda na economia. Com o início da “etapa difícil”, quando foi
necessário expandir a capacidade de oferta, o governo falhou", ressalta Giambiagi. “O
crescimento rápido dos anos Lula foi um sonho interrompido, exatamente porque dormimos
durante boa parte deles”, complementa Schwartsman.

De partida, os autores revelam que o Brasil cresceu a uma média anual de 3,5 % entre 2002 e
2013. Neste mesmo período, as taxas médias de Chile, Colômbia e Peru foram de 4,6 %, 4,7 %
e 6,4 %, respectivamente, enquanto o vizinho Uruguai cresceu 5,1 % a.a. O motivo deste
desempenho medíocre, contudo, extravasa a razão do “cochilo” após a fase da bonança
mundial. Vai da ênfase excessiva no consumo, do intervencionismo exacerbado, do descaso
com os sinais de aumento da pressão inflacionária, do desleixo fiscal, ao abuso da
contabilidade criativa.

Mas foi o discurso oficial contestando a vulnerabilidade do Brasil – em forte contraste ao


mundo dos fatos reais - um fator decisivo que motivou os autores a fazer um diagnóstico
alternativo do cenário econômico e a explicá-lo a aos leitores - e não direcioná-lo unicamente
ao universo dos conhecedores do árido terreno da economia. Com uma narrativa leve e por
vezes com tiradas irônicas, Fabio Giambiagi e Alexandre Schwartsman oferecem
questionamentos ao discurso governista e às políticas seguidas nos últimos dez anos.
Garimparam ainda uma série de saborosas declarações de agentes políticos ligados à coalizão
governante reveladoras das resistências que nutrem em relação às regras do jogo do sistema
capitalista.

Para Fabio Giambiagi e Alexandre Schwartsman o divórcio entre a realidade e a percepção


talvez seja recorde no que diz respeito à questão fiscal no Brasil. Destacam que o Governo
Federal aumentou de forma alarmante a despesa primária – de 14 % a 23 % do PIB - entre
1991 e 2013, sem que houvesse alterações relevantes do investimento Federal (mantido a 1%
do PIB) “Este é o verdadeiro milagre brasileiro: o Governo consegue a proeza de promover um
aumento notável dos seus gastos sem, contudo, elevar o investimento, em particular o
investimento em infraestrutura” afirmam.
FUTURO
Para Giambiagi e Schwartsman, o nó górdio a ser desatado para possibilitar o crescimento
sustentável está na produtividade, no potencial produtivo de cada trabalhador. Pelos dados
de uma consultoria internacional citada no livro, entre 2001 e 2011 o Brasil teve uma evolução
da taxa da produtividade por homem ocupado de apenas 1,0 ponto. Na China foi de 9,9
pontos, na Índia 6,4 na Coréia 3,0 e na Rússia 1,8

Além de assinalar paradoxos e incongruências da política econômica brasileira, os autores


apontam possíveis saídas para os labirintos erguidos com propostas assertativas com vistas a
ganhos de competitividade, eficiência e produtividade, destacando-se:
 flexibilização dos compromissos referentes às regras de aquisição de produtos com
elevado conteúdo local;
 redução de alíquotas de importação, particularmente nas áreas de bens intermediários
e bens de capital;
 ampliação de acordos comerciais, para elevar tanto exportações como importações; e
 diminuição de impostos específicos que afetam mais intensamente a competitividade
da economia, o que requer uma racionalização prévia do gasto público.

Sublinhando os entraves nacionais, muitos dos quais sem resolução no curto prazo - os autores
ressaltam que o roteiro de reformas precisa ser perpetrado ou complementado e são
taxativos: “o Governo deve sacrificar parte de seu capital político para restaurar a credibilidade
na política econômica. Ignorar essa lição, politicamente é muito cômodo, mas não resolve. E
resultará em um futuro sombrio“.

Apresentação:

Complacência – Entenda por que o Brasil cresce menos do que pode


Fabio Giambiagi e Alexandre Schwartsman
Orelha: William Waack
Prefácio Eduardo Loyo
Contracapa: Fábio Barbosa
Editora Campus: 255 páginas
Preço sugerido:
Capítulos:
1. Esclerose
2. A narrativa
3. A falta que ela nos faz
4. O elefante na sala
5. Termômetro em terra de cegos
6. Poucos Bernardinhos
7. O monumento à ponte
8. A Finlândia não é aqui
9. O grande mito
10. “Pimba!”
11. Milagres não existem
12. A regra (não) é clara
13. A grande maldição
14. A tia doida ou “O Japão vai ser aqui”
15. O fim da vida fácil

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