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NOTA PEDAGÓGICA

A Organização da Atenção Nutricional: enfrentando a obesidade

A nota pedagógica é um documento problematizador que facilita a articulação de


informações, a fixação de conceitos e apresenta algumas indicações de leitura.
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Para começar, alguns versos...

Cordel da Promoção da Saúde

A junção nasce para promoção fazer


Fuxico, crochet e vagonite faz a renda aparecer
E o dinheiro arrecadado
Faz a comunidade crescer
O encontro promovendo
Uma escuta pra valer
Acolhendo cada um
Para a demanda atender
É a equipe de saúde fazendo acontecer
Na unidade de saúde
Todo mundo é aprendiz
Todos viram mestres, é o que se diz
Reunido com artista e trabalhador
Para uma vida mais feliz!

(Autores: Alessandra Xavier Bueno e Mayna Yaçanã Borges de Ávila). Adaptado.

Depois de ler o Caso "Organização da Atenção Nutricional: enfrentando a obesidade",


reflita sobre as seguintes questões:

 Em termos práticos, o que é a Atenção Nutricional?


 Qual a importância da Atenção Nutricional no contexto da Atenção Básica?
 Qual o impacto causado pela Atenção Nutricional no contexto da saúde da
população do município relatado?
Atenção Nutricional – Uma construção compartilhada

Desde a Declaração de Alma-Ata, os cuidados primários à saúde são


considerados chave para que os povos alcancem um nível de saúde que lhes permita
levar uma vida social justa e economicamente produtiva (OMS,1978).
Os cuidados primários previstos na declaração envolvem diferentes setores e
aspectos relacionados ao desenvolvimento nacional e comunitário, como a agricultura,
a indústria, a produção de alimentos, a nutrição apropriada, entre outros.

Declaração de Alma-Ata

Considerada a primeira declaração internacional que despertou e enfatizou a


importância da atenção primária em saúde, a Declaração de Alma-Ata, formulada em
1978 durante a Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, dirigia-
se a todos os governos na busca da promoção da saúde a todos os povos. Para saber
mais acesse: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartas_promocao.pdf. A
Declaração de Alma-Ata, ratificada pela Carta de Ottawa em 1986, foram dois
documentos fundamentais para a elaboração da Política Nacional de Promoção da
Saúde.

Segundo a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), a alimentação e


nutrição surgem como requisitos básicos para a promoção e proteção da saúde,
possibilitando a afirmação plena do potencial de crescimento e do desenvolvimento
humano, com qualidade de vida e cidadania (Brasil, 2012).
Com vistas à promoção da alimentação adequada e saudável, as ações dos
profissionais de saúde devem ser orientadas pelo compromisso e conhecimento da
realidade epidemiológica local, que pode ser conhecida por meio de diferentes
pesquisas e inquéritos populacionais.

Pesquisas e inquéritos populacionais na área de alimentação e nutrição

Os inquéritos populacionais são definidos como pesquisas de base populacional,


abrangendo uma amostra representativa da população sob vigilância, e permitem a
obtenção de uma informação pontual da situação de saúde do grupo, incluindo a
temática de alimentação e nutrição. Dentre as pesquisas realizadas periodicamente no
país, que abordam aspectos da alimentação e nutrição, tem destaque as Pesquisas de
Orçamentos Familiares (POF), a Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças
crônicas por inquérito telefônico (VIGITEL) e a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar
(PENSE).

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Para saber mais acesse:
http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_vigilancia_alimentar.php?conteudo=inquerito
s

No que se refere à atuação do nutricionista no contexto da atenção à saúde,


suas responsabilidades têm como objetivo contribuir para o planejamento e
organização das ações de Atenção Nutricional (Brasil, 2009).
A Atenção Nutricional é a primeira diretriz da PNAN, que preconiza que a
Atenção Nutricional deve fazer parte do cuidado integral e ter a Atenção Básica como
coordenadora do cuidado. A Política também relaciona a Atenção Nutricional às ações
de diagnóstico, promoção da saúde, prevenção de doenças, tratamento, cuidado e
assistência nutricional. Em nível global, essas ações aplicam-se a todas as fases do
curso de vida e, portanto, a toda população. Já a nível mais específico, as ações
destinam-se a determinadas fases do curso de vida, compostas por diferentes
públicos: crianças, adolescentes, adultos e/ou idosos, bem como outros grupos de
indivíduos (Brasil, 2012).
Para cada ação, o foco pode ser coletivo (incidindo sobre um grupo/coletivo da
população), específico (de acordo com a fase de vida ou estado fisiológico) ou
individual. Dessa forma, a atenção nutricional está organizada segundo três unidades
prioritárias de ação, visando atender as principais necessidades de saúde da
população. As áreas prioritárias são: a comunidade, a família e o indivíduo (Brasil,
2012).
Ressalta-se a importância da organização da gestão dos cuidados relacionados
à alimentação e nutrição por meio de diferentes ações, com destaque para o
diagnóstico da situação alimentar e nutricional da população.
O diagnóstico pode ser realizado por diferentes formas. Nas unidades de saúde
são coletados dados para a Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN), possibilitando
constante avaliação e organização da Atenção Nutricional, de acordo com o perfil
alimentar e nutricional da população assistida (Brasil, 2008).

Vigilância Alimentar e Nutricional

Consiste na descrição contínua e na predição de tendências das condições de


alimentação e nutrição da população e de seus fatores determinantes. Ela deve ser
considerada a partir de um enfoque ampliado, que incorpore a vigilância nos serviços
de saúde e a integração de informações derivadas de sistemas de informação em
saúde, dos inquéritos populacionais, das chamadas nutricionais e da produção
científica.

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Os dados obtidos por meio das ações de Vigilância Alimentar e Nutricional são
registrados no SISVAN, um instrumento de apoio ao planejamento e monitoramento
de ações. As informações auxiliam a tomada de decisão, formulação ou reorientação
de ações (Brasil, 2004).
No município citado no caso didático, as informações do SISVAN mostram que
o problema de excesso de peso e obesidade acomete desde crianças até idosos. Assim,
a organização da Atenção Nutricional local foi planejada de forma articulada entre os
diferentes profissionais de saúde.

Rede de atenção à saúde das pessoas com doenças crônicas

A Portaria nº 424, de 19 de março de 2013, redefine as diretrizes para a organização da


prevenção e do tratamento do sobrepeso e obesidade como linha de cuidado
prioritária da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas. Para mais
informações, acesse o link http://brasilsus.com.br/legislacoes/gm/118324-424.html

Essa organização segue o recomendado pela PNAN, que propõe que a Atenção
Nutricional seja realizada no contexto de uma rede integrada de cuidados, de forma
transversal e com a participação de equipes multidisciplinares, respeitando-se as
atividades particulares dos diferentes profissionais que compõem as ações. Para isso,
faz-se necessária a elaboração de protocolos, manuais e normas técnicas que orientem
a organização dos cuidados relativos à Atenção Nutricional.
Tendo como referência os documentos elaborados pela própria equipe de
saúde, os profissionais responsáveis lançam mão de diferentes estratégias, dentre elas
a promoção da Alimentação Adequada e Saudável por meios de grupos de Educação
Alimentar e Nutricional, o treinamento e capacitação dos profissionais das diferentes
áreas da saúde e a articulação destes com os nutricionais.

Os quatro princípios que compõem o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional

1) SISTEMA: constitui-se na organização das atividades de forma padronizada,


complementar e/ou interdependente, com tarefas definidas. O sistema é responsável
pela recepção e transformação de dados em informação, que serão divulgadas à
sociedade e servirão como subsídio para ações de promoção à saúde, proteção e
prevenção. Por meio dessas ações, o sistema possibilita a identificação de grupos de
risco biologicamente vulneráveis e utiliza os resultados para o monitoramento da
saúde e nutrição da população.
2) VIGILÂNCIA: atividades realizadas rotineiramente, de forma continuada, que
consistem na observação, coleta, análise de dados e de informações.
3) ALIMENTAR: aspectos relacionados à produção, à comercialização e ao acesso aos
alimentos.
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4) NUTRICIONAL: refere-se ao estado nutricional do indivíduo, ou seja, está
intimamente relacionado ao acesso e à ingestão dos alimentos, bem como à utilização
biológica.

A experiência do referido município, com a criação dos Espaços de Apoio à


Atenção Primária (EAAP) mostra a importância da multidisciplinariedade na Atenção
Nutricional. Profissionais de diferentes áreas de conhecimento atuam em parceria,
compartilhando as práticas em saúde em territórios sob a responsabilidade integral.

Outros dispositivos/equipamentos da Rede de Atenção à Saúde

No caso apresentado, o município utilizou os EAAPs como espaços para realização da


atenção nutricional na Atenção Primária. No entanto, podem-se citar como outros
dispositivos/equipamentos da Rede de Atenção à Saúde, os próprios NASF, as equipes
de atenção domiciliar, os espaços públicos e/ou comunitários de lazer, as academias
da saúde, dentre outros que estiverem disponíveis no município. Também é
importante não perder de vista a articulação entre os níveis de atenção dos serviços de
saúde. Segundo definição do Ministério da Saúde, a atenção especializada de
média/alta complexidade é um conjunto de serviços ambulatoriais e hospitalares, além
de um apoio diagnóstico e terapêutico, dotados de maior densidade tecnológica que
os diferenciam da Atenção Primária à Saúde. O acesso e a interface entre estes
serviços apresentam-se como um importante desafio para os gestores do setor saúde,
inclusive no nível da organização da atenção nutricional. Para aprofundar seus
conhecimentos sobre o tema acesse o link
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/para_entender_gestao_sus_v.4.pdf

Além da multidisciplinariedade, que no caso didático abordado envolveu


profissionais e gestores da área da saúde, faz-se importante o estímulo à
intersetorialidade, que se destina a dialogar e buscar estratégias conjuntas com atores
de outras áreas, como a educação, com vistas ao desenvolvimento de ações de
educação alimentar e nutricional, estímulo ao desenvolvimento de práticas
alimentares saudáveis e promoção da alimentação adequada e saudável, a secretaria
de abastecimento, ou de esportes do município.

A multicausalidade da obesidade

Uma vez que a obesidade é um agravo de origem multicausal (fatores genéticos e


familiares, fatores demográficos, fatores socioculturais e biológicos), para a diminuição
da sua prevalência é fundamental a articulação do setor saúde com outros setores
públicos, já mencionados anteriormente, para o desenvolvimento de estratégias
conjuntas de intervenção. No entanto, cabe mencionar que, embora o enfrentamento

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desse agravo demande investimentos e iniciativas dos governos e organizações de
saúde nacionais e internacionais, as ações individuais também devem ser levadas em
conta, a partir da alteração de certos hábitos/estilos de vida e da integração e
manutenção dessas alterações ao longo da vida. Pensando nisso, o Ministério da Saúde
desenvolveu um portal que aborda assuntos envolvendo o auto cuidado,
disponibilizando cursos sobre o tema. Disponível no link
http://autocuidado.saude.gov.br/. Conheça, também, o Plano de ações estratégicas
para o Enfrentamento à DCNT 2011 – 2022. O objetivo do Plano é promover o
desenvolvimento e a implementação de políticas públicas efetivas, integradas,
sustentáveis e baseadas em evidências para a prevenção e o controle das DCNT e seus
fatores de risco e fortalecer os serviços de saúde voltados às doenças crônicas.

Essa construção coletiva representa, além de um espaço de educação


permanente da força de trabalho, uma oportunidade de fortalecimento das ações
desenvolvidas no âmbito da Atenção Nutricional, já que as demandas locais são
pactuadas, planejadas, discutidas e implementadas de forma dialogada.
Assim, vale a pena destacar o efeito que os Núcleos desempenharam na
valorização e no estímulo aos profissionais de saúde envolvidos com a atenção
nutricional no SUS. A iniciativa permitiu estreitar os vínculos entre as necessidades
sociais, as ações de formação e a prática profissional.
A implementação dos EAAPs, o desenvolvimento contínuo de oficinas de
treinamento com profissionais da atenção básica, bem como a realização de atividades
de educação alimentar e nutricional em grupos foram práticas determinantes para o
fortalecimento da Atenção Nutricional em âmbito local.
Agora que você terminou a leitura da Nota Pedagógica, observe seu ambiente
de trabalho e reflita sobre algumas questões:

 Como é organizada a Atenção Nutricional em seu município?


 Como ocorre a integração dos diferentes profissionais da Equipe de Saúde?
 De que modo as ações de Atenção Nutricional podem ser otimizadas a nível
local?
 Qual seu papel nesse contexto?

SUGESTÕES DE LEITURA:

Se quiser aprofundar seus conhecimentos sobre o tema da Atenção Nutricional,


acesse:

- Política Nacional de Alimentação e Nutrição

http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/pnan

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- Matriz de Ações de Alimentação e Nutrição na Atenção Básica de Saúde

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/matriz_alimentacao_nutricao.pdf

- Protocolos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN

http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/protocolo_sisvan.pdf

Caso queira conhecer um pouco melhor os atuais inquéritos e pesquisas populacionais


que abordem o tema Alimentação e Nutrição, acesse:

- Pesquisa de Orçamentos Familiares

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?id_pes
quisa=25

- Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito


Telefônico

http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/arquivos/pdf/2012/Ago/22/vigitel_2011
_final_0812.pdf

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Vigilância alimentar e nutricional - Sisvan: orientações básicas para a coleta,
processamento, análise de dados e informação em serviços de saúde. Série A.
Normas e Manuais Técnicos. Brasília, Ministério da Saúde; 2004.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Protocolos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutrição – SISVAN na
assistência à saúde. Série B. Textos básicos de saúde. Brasília, Ministério da Saúde;
2008.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Matriz de ações de alimentação e nutrição na Atenção Básica em Saúde.
Brasília, Ministério da Saúde; 2009.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Série B. Textos Básicos de Saúde.
Brasília, Ministério da Saúde; 2012.

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Organização Mundial da Saúde. Declaração de Alma-Ata. Conferência Internacional
sobre Cuidados Primários de Saúde - Alma-Ata. URSS, 6-12 de setembro de 1978.

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