ESTUDO DE UMA ANTENA DIPOLO ALIMENTADA PELO CENTRO

Josué Tadeu Borba1; Ângelo Antônio Leithold2

1
Professor Orientador
2
Acadêmico Pesquisador

Física / Laboratório de Física Moderna / Faculdades Integradas Espírita.

Resumo – As antenas dipolo são utilizadas em diversos tipos de emissões eletromagnéticas em

comprimentos de onda da radiofreqüência. O presente trabalho demonstra a praticidade do dipolo no
ensino do eletromagnetismo no laboratório de física.
Abstract - The dipole antennas are used in electromagnetic emissions in the wavelengths of radio
frequency. This study demonstrates the practicality of dipole for the teaching electromagnetism in
physics laboratory.

(Palavras-chave: antenas dipolo, eletromagnetismo, ensino, dipole antennas, electromagnetism,

education)

Introdução
A antena dipolo alimentada pelo centro
foi descoberta pelo físico alemão Heinrich
Rudolph Hertz (1857 - 1894), em torno de
1886 [1]. É considerada até a atualidade, do
ponto de vista prático e teórico, a mais simples
[2]. Através das experiências de Hertz, é
possível estudar uma antena de comprimento
bastante menor que uma onda, esta tem a sua
impedância muito semelhante a uma linha de
transmissão, é considerada um "dipolo
elementar", ou seja, é um condutor curto em
relação ao comprimento de onda utilizado.
Este, em si, tem uma passagem de
uma corrente elétrica alternada e emite
energia eletromagnética que é captada por
outra antena similar que induz uma tensão
elétrica nas extremidades internas de um
dipolo simples. É possível através de um casal
de antenas observar a onda eletromagnética
irradiada e recebida [1].
O presente artigo apresenta uma
experiência executada no LACEC (Laboratório
de Construção de Equipamentos Científicos da
UNIBEM), onde foi construída uma Antena
Dipolo Dobrado, acoplada à uma Linha de
Lecher, com a finalidade de demonstrar a
propagação de ondas eletromagnéticas
através da observação visual de uma lâmpada
acoplada em outra antena, receptora,
sintonizada na freqüência de ressonância da
transmissora [2].
Método
Foram utilizados um transceptor de
radiofreqüência que sintoniza a faixa de VHF
(30 – 300 MHz) com uma potência
transmissão de 50 Watts e sucatas diversas. A
antena transmissora é do tipo “dipolo
dobrado”, e foi montada com um cabo rígido
de cobre AWG-8, com dois metros de
comprimento, dobrado de forma a ter dois
segmentos em “C” dispostos frontalmente
invertidos entre si, conforme indica a Figura 1.
Figura 1: Dipolo Dobrado(Fonte: Os
autores)
A freqüência escolhida, devida
praticidade de corte e montagem das antenas,
foi 150 MHz (VHF - Very High Frequency), o
que dá um comprimento de onda aproximado
de dois metros. Foram utilizados dois
sensores, um de tensão, outro de corrente,
para verificar a transmissão máxima do sinal
de Radiofreqüência. O Dipolo Dobrado é uma
variação do Dipolo de 1/2 onda e tem uma
banda passante um pouco maior, o que não
atrapalha em nada a realização da
experiência. Outro detalhe é a impedância da
antena transmissora em torno de 300 ohms, o
que obrigou à construção de um transformador
de balanceamento 4:1 (BALUN), para casar a
impedância do transmissor (50 Ohms) à linha
de transmissão e à antena, conforme a Figura
2.
Figura 2: BALUN 4:1 (Fonte: Os autores)
Na Figura 3 está como se fez a
montagem do sistema de transmissão
composto pela antena dipolo dobrado (Antena
de prova) e a antena de recepção (Antena de
teste), composto pela antena dipolo simples,
ambas de ¼ de onda. Na receptora se
observa uma lâmpada de lanterna de 3 V / 0,1
W no seu centro [1].
Figura 3: Antenas de prova e de teste, dipolo
dobrado e dipolo simples, respectivamente(Fonte:
Os autores).
Resultados
As experiências mostraram que as
radiações eletromagnéticas no comprimento
de onda de 150 MHz se propagam a partir da
antena em quase todas as direções. Para
comprovação foram executados diversos
testes de rotação e giro da antena de testes
em relação à antena de provas.
A figura 4 mostra como foi executada
a experiência para verificar as direções de
propagação da radiação eletromagnética.
Figura 4 – No centro do círculo antena de teste
(Fonte: Os autores).
Ao girar a antena de testes, observou-se que à
medida em que era feito o movimento de
rotação, no sentido horizontal, a lâmpada ia
reduzindo seu brilho, para em seguida
aumentando novamente até atingir o brilho
máximo.
Discussões e Conclusões
A experiência, apesar de ter sido
executada com sucata (Menos o transceptor,
emprestado de terceiros), foi de grande valia.
Pôde ser observado comportamento de ambos
dipolos tridimensionalmente. Os testes
poderiam, se houvesse equipamentos
adequados ser muito mais completos. Poderia-
se, por exemplo, medir, ou pelo menos
calcular, o campo em torno das antenas. Com
geradores de RF, e osciloscópios funcionais,
haveria a possibilidade de levantar os
diagramas de fase, retangulares e polares das
antenas. Apesar das dificuldades, as
experiências foram produtivas e satisfatórias.
Poderão, em futuro próximo, inclusive ser
executadas por alunos de anos vindouros,
caso seja elaborado um roteiro experimental.
Referências
1. STUTZMAN, W. and WILEY, G. T.,
Antenna Theory and Design (2nd edition),
by, 1997. 670 Pg.
2. RIOS, L.G. e PERRI, E. B. ; Engenharia
de Antenas; Edgard Blücher- Instituto
Tecnológico de Aeronáutica, (1a edição)
1982