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Governo vai criar laboratório para

projectos inovadores na
Administração Pública
SANDRA RODRIGUES  16/02/2016 ­ 10:07

Dez anos depois, o cartão do cidadão vai entrar numa nova fase, um
“upgrade”, com novas funcionalidades. Em 2017, haverá um
Orçamento Participativo na Administração Central.

“A verdadeira reforma do Estado é a que se faz quando se é permanentemente
inovador”, defende Maria Manuel Leitão Marques DANIEL ROCHA

O Governo vai criar um laboratório que sirva de incubadora para
projectos inovadores a aplicar na Administração Pública. A medida, para
avançar durante este ano, quer poupar tempo e diminuir o risco de falhar
quando chegar a hora de colocar no terreno procedimentos “amigos do
cidadão”. A “verdadeira reforma do Estado”, avança a ministra da
Presidência e da Modernização Administrativa para a qual, sublinha,
“não é preciso construir um edifício, nem contratar pessoas”.

Definir uma política de promoção da partilha de serviços como, por
exemplo, a centralização de comunicações (móveis e dados) para todas as
entidades tuteladas pela Presidência do Conselho de Ministros e a criação
de centros de competências (nas áreas jurídica e das tecnologias de
informação e comunicação) são outras medidas a implementar e
conseguir assim poupanças na ordem dos 150 mil euros. Para avançar
com esta “reforma do Estado”, a ministra tem um orçamento de 400 mil
euros através da Agência para a Modernização Administrativa.

“Essa ideia da reforma do Estado que se faz por milagre através de um
documento de 100, 200 ou 500 páginas é uma ilusão. A verdadeira
reforma do Estado é aquela que se faz quando se é permanentemente
inovador”, assinala Maria Manuel Leitão.

Para a governante, a inovação começa pela experimentação e pela prova
de conceito. E dá como exemplo o cartão do cidadão lançado pela própria
há dez anos. “Num espaço criado para o efeito, reunimos empresas e
todas as entidades públicas necessárias para criar um cartão integrado.
Antes de avançarmos para o projecto­piloto, que começou na ilha do
Faial, provámos que o conceito era viável porque fizemos a demonstração
de como o tínhamos de fazer e o resultado que seria obtido”, um caminho
que, destaca, “poupou tempo e diminuiu o risco de falhar”.

Agora, chegou a hora de um “upgrade” do cartão. “Vamos olhar para
novas funcionalidades e outras formas de usar a vertente electrónica. O
cartão faz dez anos e já merece uma atenção especial”, assinala.

“É com esta noção que vamos criar este laboratório, com uma estrutura
muito leve, para podermos experimentar previamente ideias inovadoras
que poderão depois ser aplicadas quer ao nível da Administração Central,
quer Local”, diz. Para tal, conta com as colaborações das entidades
privadas, universidades e centros de investigação.

“Esta cultura de experimentação não é típica da Administração Pública
mas deve ser cada vez mais incentivada por duas razões: primeiro porque
temos pouco dinheiro e quanto menos errar melhor; segundo, porque
precisamos de inovar mais porque a pressão sobre a despesa pública é
grande”, conclui.

A ministra da Presidência anuncia ainda que em Maio vão ser conhecidas
as primeiras medidas do Simplex, os respectivos prazos para as colocar
no terreno e as entidades que as vão concretizar. Uma das prioridades vai
ser a de organizar, por parte do Estado, a recepção de informação para
depois ser partilhada pelos serviços públicos.

Até lá, continua a volta nacional do Simplex, com a ministra a realçar que
a outra parte menos visível deste programa também está a ser feita numa
rede que envolve todos os ministérios. “É a vertente menos conhecida
mas é muito importante quando estamos a fazer este esforço de reduzir a 
despesa”, termina.

Empreendedorismo social 
A ministra da presidência e da Modernização Administrativa quer que
2017 fique marcado com a primeira experiência de um Orçamento
Participativo a ser implementado pela Administração Central. Maria
Manuel Leitão admite que ainda não há “trabalho intenso a ser feito
neste programa”, até porque o foco esteve na elaboração do Orçamento
de Estado e no relançamento do Simplex, mas que se trata de um
projecto “totalmente novo e que nos será caro”.

“Ainda estamos a desenhar o programa. Há muitas experiências de
orçamentos participativos a nível local a serem usadas cada vez mais por
municípios. Queremos transpor esta ideia para o nível nacional onde não
há nenhuma experiência”, refere, anunciando que este orçamento
participativo tanto poderá incidir numa área territorial como sectorial.

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COMENTÁRIOS

 OldVic
Em vez de mais uma estrutura burocrática decidida pelas cúpulas,
porque não começar por uma coisa extremamente simples: dotar os
serviços públicos de caixas de sugestões. Um universo de centenas de
16/02/2016 16:04 milhares de pessoas é capaz de gerar um volume de contribuições muito
grande, de onde se podem tirar ideias valiosas para a melhoria do
serviço público, com a vantagem adicional de motivar funcionários que
muitas vezes estão desmotivados por que se encontram impedidos de
fazer essa melhoria pelo controlo hierárquico.

 ricardo freitas
Errata: o Título deve ser emendado para "Governo vai criar laboratório
para tachos inovadores na Administração Pública"

16/02/2016 14:18

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