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Câmara Municipal de Salvador do Estado da Bahia

SALVADOR-BA
Assistente: Assistente Legislativo Municipal
Edital Nº 01/2017

NB085-2017
DADOS DA OBRA

Título da obra: Câmara Municipal de Salvador do Estado da Bahia

Cargo: Assistente: Assistente Legislativo Municipal

(Baseado no Edital Nº 01/2017)

• Língua Portuguesa
• Legislação Específica
• Noções de Direito Administrativo
• Noções de Informática
• Noções Gerais de Administração

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Diagramação
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes

Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira

Capa
Joel Ferreira dos Santos

Editoração Eletrônica
Marlene Moreno
SUMÁRIO

Língua Portuguesa

Elementos de construção do texto e seu sentido: gênero do texto (literário e não literário, narrativo, descritivo e
argumentativo); interpretação e organização interna. ............................................................................................................................. 01
Semântica: sentido e emprego dos vocábulos; campos semânticos; emprego de tempos e modos dos verbos em
português. .................................................................................................................................................................................................................. 26
Morfologia: reconhecimento, emprego e sentido das classes gramaticais; processos de formação de palavras;
mecanismos de flexão dos nomes e verbos. ................................................................................................................................................ 36
Sintaxe: frase, oração e período; termos da oração; processos de coordenação e subordinação; concordância nominal e
verbal; transitividade e regência de nomes e verbos; padrões gerais de colocação pronominal no português; mecanismos
de coesão textual. ................................................................................................................................................................................................... 72
Ortografia. ................................................................................................................................................................................................................100
Acentuação gráfica. ..............................................................................................................................................................................................103
Emprego do sinal indicativo de crase. ..........................................................................................................................................................107
Pontuação. ................................................................................................................................................................................................................111
Estilística: figuras de linguagem. .....................................................................................................................................................................114
Reescrita de frases: substituição, deslocamento, paralelismo;.............................................................................................................114
Variação linguística: norma culta......................................................................................................................................................................120

Legislação Específica

Lei Orgânica do Município de Salvador........................................................................................................................................................... 01


Estatuto dos Servidores Públicos Civis de Salvador – Lei Complementar nº 01/91 e suas alterações posteriores........... 34

Noções de Direito Administrativo

Princípios informativos: expressos e implícitos............................................................................................................................................ 01


Administração Pública: normas constitucionais; direta e indireta; desconcentração e descentralização. Órgão público..........03
Agentes Públicos. Servidor público................................................................................................................................................................... 11
Atos administrativos: conceitos, requisitos, elementos, pressupostos, atributos, classificação, cassação, revogação,
anulação e convalidação. Vinculação e discricionariedade, ato administrativo nulo e anulável.............................................. 12
Poderes Administrativos: vinculado, discricionário, hierárquico, disciplinar, regulamentar e poder de polícia. Polícia
judiciária e Polícia administrativa. Uso e abuso de poder........................................................................................................................ 17
Licitação........................................................................................................................................................................................................................ 21
Contrato Administrativo........................................................................................................................................................................................ 59
Processo Administrativo........................................................................................................................................................................................ 61
Improbidade administrativa................................................................................................................................................................................. 70
Poder Legislativo: organização; atribuições e competências; processo legislativo; fiscalização contábil, financeira e
orçamentária.............................................................................................................................................................................................................. 82
Controle da Administração Pública................................................................................................................................................................... 94
SUMÁRIO

Noções de Informática

Componentes de um computador: processadores, memória e periféricos mais comuns; dispositivos de armazenagem


de dados; propriedades e características. ...................................................................................................................................................... 01
Arquivos digitais: documentos, planilhas, imagens, sons, vídeos; principais padrões e características. Arquivos
PDF..............................................................................................................................................................................................................22
Conhecimentos sobre sistema operacional Windows XP, 7 e 8: conceitos gerais, principais utilitários,
configurações...............................................................................................................................................................................................25
Editores de texto: funções de editoração básicas. Corretores ortográficos. Manipulação de arquivos: leitura e gravação;
controle de alterações; uso de senhas para proteção. Formatos para gravação. Impressão..................................................... 45
Planilhas: funções básicas de formatação; utilização de funções matemáticas, de busca, e outras de uso geral; criação e
manipulação de fórmulas; Gráficos mais comuns. Manipulação de arquivos: leitura e gravação. Recursos para impressão.
Importação e exportação de dados. Proteção de dados e planilhas.................................................................................................110
Internet: conceitos gerais e funcionamento. Endereçamento de recursos. Navegação segura: cuidados no uso
da Internet; ameaças; uso de senhas e criptografia; tokens e outros dispositivos de segurança; senhas fracas e
fortes............................................................................................................................................................................................... 165
Navegadores (browsers) e suas principais funções. Sites e links; buscas; salva de páginas. Google Chrome. Firefox.
Internet Explorer.....................................................................................................................................................................................................179
E-mail: utilização, caixas de entrada, endereços, cópias e outras funcionalidades. Webmail..................................................193
Transferência de arquivos e dados: upload, download, banda, velocidades de transmissão..................................................202
Pacotes de escritório: MS OFFICE 2010 BR (ou superior)e Libre Office 4 (ou superior).............................................................205

Noções Gerais de Administração

1. Habilidades e papéis do administrador; eficiência, eficácia e efetividade; níveis organizacionais; as funções


administrativas - planejamento, organização, direção e controle. ...................................................................................................... 01
2. Organização: princípios de organização, tipos de estrutura organizacional, centralização e descentralização; tipos de
departamentalização. ............................................................................................................................................................................................. 06
3. Controle: tipos de controle; controle por nível organizacional; ferramentas de controle...................................................... 10
LÍNGUA PORTUGUESA

Elementos de construção do texto e seu sentido: gênero do texto (literário e não literário, narrativo, descritivo e
argumentativo); interpretação e organização interna. ............................................................................................................................. 01
Semântica: sentido e emprego dos vocábulos; campos semânticos; emprego de tempos e modos dos verbos em
português. .................................................................................................................................................................................................................. 26
Morfologia: reconhecimento, emprego e sentido das classes gramaticais; processos de formação de palavras;
mecanismos de flexão dos nomes e verbos. ................................................................................................................................................ 36
Sintaxe: frase, oração e período; termos da oração; processos de coordenação e subordinação; concordância nominal e
verbal; transitividade e regência de nomes e verbos; padrões gerais de colocação pronominal no português; mecanismos
de coesão textual. ................................................................................................................................................................................................... 72
Ortografia. ................................................................................................................................................................................................................100
Acentuação gráfica. ..............................................................................................................................................................................................103
Emprego do sinal indicativo de crase. ..........................................................................................................................................................107
Pontuação. ................................................................................................................................................................................................................111
Estilística: figuras de linguagem. .....................................................................................................................................................................114
Reescrita de frases: substituição, deslocamento, paralelismo;.............................................................................................................114
variação linguística: norma culta......................................................................................................................................................................120
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação – na semântica (significado das palavras)


ELEMENTOS DE CONSTRUÇÃO DO TEXTO incluem--se: homônimos e parônimos, denotação e cono-
E SEU SENTIDO: GÊNERO DO TEXTO tação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
(LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO, NARRATIVO, gem, entre outros.
- Capacidade de observação e de síntese e
DESCRITIVO E ARGUMENTATIVO);
- Capacidade de raciocínio.
INTERPRETAÇÃO E ORGANIZAÇÃO INTERNA.
Interpretar X compreender

Interpretar significa
É muito comum, entre os candidatos a um cargo públi-
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
co, a preocupação com a interpretação de textos. Por isso, - Através do texto, infere-se que...
vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento - É possível deduzir que...
de responder às questões relacionadas a textos. - O autor permite concluir que...
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar Compreender significa
e decodificar ). - intelecção, entendimento, atenção ao que realmente
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. está escrito.
Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz - o texto diz que...
ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando con- - é sugerido pelo autor que...
dições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que ção...
o relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma - o narrador afirma...
frase for retirada de seu contexto original e analisada se-
paradamente, poderá ter um significado diferente daquele Erros de interpretação
inicial.
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência
rências diretas ou indiretas a outros autores através de ci- de erros de interpretação. Os mais frequentes são:
tações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. - Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai do con-
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma texto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.
principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias,
ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, - Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção
que levem ao esclarecimento das questões apresentadas apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um con-
na prova. junto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do
entendimento do tema desenvolvido.
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
- Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias con-
- Identificar – é reconhecer os elementos fundamen- trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
tais de uma argumentação, de um processo, de uma época cadas e, consequentemente, errando a questão.
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais Observação - Muitos pensam que há a ótica do es-
definem o tempo). critor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança prova de concurso, o que deve ser levado em consideração
ou de diferenças entre as situações do texto. é o que o autor diz e nada mais.
- Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado
com uma realidade, opinando a respeito. Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
- Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secun- relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
dárias em um só parágrafo. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
- Parafrasear – é reescrever o texto com outras pala- pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono-
vras. me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se
vai dizer e o que já foi dito.
Condições básicas para interpretar
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia
Fazem-se necessários: -a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e
- Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do
literários, estrutura do texto), leitura e prática; verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
texto) e semântico; semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante-
cedente.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os pronomes relativos são muito importantes na inter- No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo
pretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coe- reduzido no qual o menino detém sua atenção é
são. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe (A) fresta.
um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber: (B) marca.
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, (C) alma.
mas depende das condições da frase. (D) solidão.
- qual (neutro) idem ao anterior. (E) penumbra.
- quem (pessoa)
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois 2-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
o objeto possuído. PE/2012)
- como (modo) O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a
- onde (lugar) totalidade do universo, toda a sociedade, a história, a con-
quando (tempo) cepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo,
quanto (montante) que se estende a todas as coisas e à qual nada escapa. É,
de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em
Exemplo: todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do
Falou tudo QUANTO queria (correto) mundo.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o
aparecer o demonstrativo O ). Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo:
Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações).
Dicas para melhorar a interpretação de textos
Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente tex-
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do tual “O riso”.
assunto; ( ) CERTO ( ) ERRADO
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa
a leitura; 3-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2010)
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atin-
menos duas vezes; giu pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge
- Inferir; uma explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e
- Voltar ao texto quantas vezes precisar; generalizado de energia no final de 2009.
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elé-
autor; trica (ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa es-
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor
tatal Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de
compreensão;
900 km que separam Itaipu de São Paulo.
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada
Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de in-
questão;
vestimentos e também erros operacionais conspiraram para
- O autor defende ideias e você deve percebê-las.
produzir a mais séria falha do sistema de geração e distri-
buição de energia do país desde o traumático racionamento
Fonte:
de 2001.
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
gues/como-interpretar-textos Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adapta-
QUESTÕES ções).
Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas
1-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – FCC/2014 do texto acima apresentado, julgue os próximos itens.
- ADAPTADA) Atenção: Para responder à questão, considere A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18
o texto abaixo. estados do país” tem, nesse contexto, valor restritivo.
A marca da solidão ( ) CERTO ( ) ERRADO
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de
paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a 4-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de Um carteiro chega ao portão do hospício e grita:
penumbra na tarde quente. — Carta para o 9.326!!!
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den- Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está
tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com em
pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando pequenas branco, e um outro pergunta:
plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz — Quem te mandou essa carta?
de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a marca da — Minha irmã.
solidão na alma, o mundo cabe numa fresta. — Mas por que não está escrito nada?
(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janei- — Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando!
ro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47) Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com
adaptações).

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LÍNGUA PORTUGUESA

O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto E eu vou para a Ilha do Nanja.
acima decorre Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as
A) da identificação numérica atribuída ao louco. férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio
B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a cresce como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já estou
carta no hospício. vendo os pescadores com suas barcas de sardinha, e a moça
C) do fato de outro louco querer saber quem enviou à janela a namorar um moço na outra janela de outra ilha.
a carta. (Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende.
D) da explicação dada pelo louco para a carta em branco. Adaptado)
E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele.
*fissuras: fendas, rachaduras
5-) (DETRAN/RN – VISTORIADOR/EMPLACADOR – FGV
PROJETOS/2010) 6-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
– VUNESP/2013) No primeiro parágrafo, ao descrever a
Painel do leitor (Carta do leitor) maneira como se preparam para suas férias, a autora mos-
tra que seus amigos estão
Resgate no Chile (A) serenos.
(B) descuidados.
Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de (C) apreensivos.
salvamento de vidas, após 69 dias de permanência no fundo (D) indiferentes.
de uma mina de cobre e ouro no Chile. (E) relaxados.
Um a um os mineiros soterrados foram içados com
sucesso, mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cum- 7-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
primentando seus companheiros de trabalho. Não se pode – VUNESP/2013) De acordo com o texto, pode-se afirmar
esquecer a ajuda técnica e material que os Estados Unidos, que, assim como seus amigos, a autora viaja para
Canadá e China ofereceram à equipe chilena de salvamen- (A) visitar um lugar totalmente desconhecido.
to, num gesto humanitário que só enobrece esses países. E, (B) escapar do lugar em que está.
também, dos dois médicos e dois “socorristas” que, demons-
(C) reencontrar familiares queridos.
trando coragem e desprendimento, desceram na mina para
(D) praticar esportes radicais.
ajudar no salvamento.
(E) dedicar-se ao trabalho.
(Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – pai-
nel do leitor – 17/10/2010)
8-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
– VUNESP/2013) Ao descrever a Ilha do Nanja como um
Considerando o tipo textual apresentado, algumas ex-
lugar onde, “à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio
pressões demonstram o posicionamento pessoal do leitor
diante do fato por ele narrado. Tais marcas textuais podem cresce como um bosque” (último parágrafo), a autora su-
ser encontradas nos trechos a seguir, EXCETO: gere que viajará para um lugar
A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...” (A) repulsivo e populoso.
B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma (B) sombrio e desabitado.
mina de cobre e ouro no Chile.” (C) comercial e movimentado.
C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...” (D) bucólico e sossegado.
D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.” (E) opressivo e agitado.
E) “... demonstrando coragem e desprendimento, des-
ceram na mina...” 9-) (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013)
Grandes metrópoles em diversos países já aderiram. E
(DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO – o Brasil já está falando sobre isso. O pedágio urbano divide
VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder às opiniões e gera debates acalorados. Mas, afinal, o que é mais
questões de números 6 a 8. justo? O que fazer para desafogar a cidade de tantos carros?
Prepare-se para o debate que está apenas começando.
Férias na Ilha do Nanja (Adaptado de Superinteressante, dezembro2012, p.34)
Marque N(não) para os argumentos contra o pedágio
Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as urbano; marque S(sim) para os argumentos a favor do pe-
malas nos seus carros, olhando o céu para verem que tempo dágio urbano.
faz, pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas, ( ) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans-
fissuras* – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre porte público e estender as ciclovias.
as fissuras, as pedras soltas e as barreiras... ( ) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas cida-
Meus amigos partem para as suas férias, cansados de des, que não resolveu os problemas do trânsito.
tanto trabalho; de tanta luta com os motoristas da contra- ( ) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mun-
mão; enfim, cansados, cansados de serem obrigados a viver do vai ter que pensar bem antes de comprar um carro.
numa grande cidade, isto que já está sendo a negação da ( ) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacio-
própria vida. namento, revisão....e agora mais o pedágio?

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LÍNGUA PORTUGUESA

( ) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é 5-)


investido no transporte público. Em todas as alternativas há expressões que representam
( ) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pa- a opinião do autor: Assisti ao maior espetáculo da Terra /
gue pelo privilégio! Não se pode esquecer / gesto humanitário que só enobrece
( ) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio ur- / demonstrando coragem e desprendimento.
bano melhorou. RESPOSTA: “B”.

A ordem obtida é: 6-)


a) (S) (N) (N) (S) (S) (S) (N) “pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas,
b) (S) (N) (S) (N) (N) (S) (S) fissuras – sem falar em bandidos, milhões de bandidos en-
c) (N) (S) (S) (N) (S) (N) (S) tre as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...” = pensar
d) (S) (S) (N) (S) (N) (S) (N) nessas coisas, certamente, deixa-os apreensivos.
e) (N) (N) (S) (S) (N) (S) (N) RESPOSTA: “C”.

10-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ 7-)


– ADMINISTRADOR - UFPR/2013) Assinale a alternativa que Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = resposta
apresenta um dito popular que parafraseia o conteúdo ex- da própria autora!
presso no excerto: “Se você está em casa, não pode sair. Se RESPOSTA: “B”.
você está na rua, não pode entrar”.
a) “Se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come”. 8-)
b) “Quando o gato sai, os ratos fazem a festa”. Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim.
c) “Um dia da caça, o outro do caçador”. RESPOSTA: “D”.
d) “Manda quem pode, obedece quem precisa”.
9-)
(S) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans-
porte público e estender as ciclovias.
Resolução
(N) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas ci-
dades, que não resolveu os problemas do trânsito.
1-)
(S) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mun-
Com palavras do próprio texto responderemos: o mun-
do vai ter que pensar bem antes de comprar um carro.
do cabe numa fresta.
(N) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacio-
RESPOSTA: “A”.
namento, revisão....e agora mais o pedágio?
(N) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é
2-) investido no transporte público.
Vamos ao texto: O riso é tão universal como a serieda- (S) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pa-
de; ele abarca a totalidade do universo (...). Os termos rela- gue pelo privilégio!
cionam-se. O pronome “ele” retoma o sujeito “riso”. (S) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio ur-
RESPOSTA: “CERTO”. bano melhorou.
S - N - S - N - N - S - S
3-) RESPOSTA: “B”.
Voltemos ao texto: “depois do apagão que atingiu pelo
menos 1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por 10-)
“o qual”, portanto, trata-se de um pronome relativo (ora- Dentre as alternativas apresentadas, a que reafirma a
ção subordinada adjetiva). Quando há presença de vírgu- ideia do excerto (não há muita saída, não há escolhas) é: “Se
la, temos uma adjetiva explicativa (generaliza a informação você está em casa, não pode sair. Se você está na rua, não
da oração principal. A construção seria: “do apagão, que pode entrar”.
atingiu pelo menos 1800 cidades em 18 estados do país”); RESPOSTA: “A”.
quando não há, temos uma adjetiva restritiva (restringe, de-
limita a informação – como no caso do exercício). TIPOLOGIA TEXTUAL
RESPOSTA: “CERTO’.
Tipo textual é a forma como um texto se apresenta. As
4-) únicas tipologias existentes são: narração, descrição, dis-
Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais sertação ou exposição, informação e injunção. É impor-
aparece no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah, tante que não se confunda tipo textual com gênero textual.
porque nós brigamos e não estamos nos falando”.
RESPOSTA: “D”. Texto Narrativo - tipo textual em que se conta fatos
que ocorreram num determinado tempo e lugar, envolven-
do personagens e um narrador. Refere-se a objeto do mun-
do real ou fictício. Possui uma relação de anterioridade e
posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- expõe um fato, relaciona mudanças de situação, Texto Argumentativo - esse texto tem a função de
aponta antes, durante e depois dos acontecimentos (ge- persuadir o leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia im-
ralmente); posta pelo texto. É o tipo textual mais presente em mani-
- é um tipo de texto sequencial; festos e cartas abertas, e quando também mostra fatos para
- relato de fatos; embasar a argumentação, se torna um texto dissertativo-ar-
- presença de narrador, personagens, enredo, cenário, gumentativo.
tempo;
- apresentação de um conflito; Texto Injuntivo/Instrucional - indica como realizar uma
- uso de verbos de ação; ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e
- geralmente, é mesclada de descrições; comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os
- o diálogo direto é frequente. verbos são, na sua maioria, empregados no modo impera-
tivo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do
Texto Descritivo - um texto em que se faz um retrato futuro do presente do modo indicativo. Ex: Previsões do tem-
por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um po, receitas culinárias, manuais, leis, bula de remédio, con-
objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção venções, regras e eventos.
é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abor-
dagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou Narração
sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterio-
ridade. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da A Narração é um tipo de texto que relata uma história
personagem a que o texto refere. Nessa espécie textual as real, fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto nar-
coisas acontecem ao mesmo tempo. rativo apresenta personagens que atuam em um tempo e
- expõe características dos seres ou das coisas, apre- em um espaço, organizados por uma narração feita por um
senta uma visão; narrador. É uma série de fatos situados em um espaço e no
- é um tipo de texto figurativo; tempo, tendo mudança de um estado para outro, segundo
- retrato de pessoas, ambientes, objetos; relações de sequencialidade e causalidade, e não simultâ-
- predomínio de atributos; neos como na descrição. Expressa as relações entre os indiví-
duos, os conflitos e as ligações afetivas entre esses indivíduos
- uso de verbos de ligação;
e o mundo, utilizando situações que contêm essa vivência.
- frequente emprego de metáforas, comparações e
Todas as vezes que uma história é contada (é narrada),
outras figuras de linguagem;
o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e
- tem como resultado a imagem física ou psicológica.
com quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração
predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de ações;
Texto Dissertativo - a dissertação é um texto que ana-
assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo
lisa, interpreta, explica e avalia dados da realidade. Esse
de texto são os verbos de ação. O conjunto de ações que
tipo textual requer reflexão, pois as opiniões sobre os fatos compõem o texto narrativo, ou seja, a história que é contada
e a postura crítica em relação ao que se discute têm grande nesse tipo de texto recebe o nome de enredo.
importância. O texto dissertativo é temático, pois trata de As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas
análises e interpretações; o tempo explorado é o presente personagens, que são justamente as pessoas envolvidas no
no seu valor atemporal; é constituído por uma introdução episódio que está sendo contado. As personagens são iden-
onde o assunto a ser discutido é apresentado, seguido por tificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos substantivos
uma argumentação que caracteriza o ponto de vista do au- próprios.
tor sobre o assunto em evidência. Nesse tipo de texto a Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo
expressão das ideias, valores, crenças são claras, evidentes, sem querer) ele acaba contando “onde” (em que lugar)  as
pois é um tipo de texto que propõe a reflexão, o debate ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lu-
de ideias. A linguagem explorada é a denotativa, embora o gar onde ocorre uma ação ou ações  é chamado de espaço,
uso da conotação possa marcar um estilo pessoal. A obje- representado no texto pelos advérbios de lugar.
tividade é um fator importante, pois dá ao texto um valor Além de contar onde, o narrador também pode esclare-
universal, por isso geralmente o enunciador não aparece cer “quando” ocorreram as ações da história. Esse elemento
porque o mais importante é o assunto em questão e não da narrativa é o tempo, representado no texto narrativo atra-
quem fala dele. A ausência do emissor é importante para vés dos tempos verbais, mas principalmente pelos advérbios
que a ideia defendida torne algo partilhado entre muitas de tempo. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo:
pessoas, sendo admitido o emprego da 1ª pessoa do plural é ele que indica ao leitor “como” o fato narrado aconteceu.
- nós, pois esse não descaracteriza o discurso dissertativo. A história contada, por isso, passa por uma introdução
- expõe um tema, explica, avalia, classifica, analisa; (parte inicial da história, também chamada de prólogo),
- é um tipo de texto argumentativo. pelo desenvolvimento do enredo (é a história propria-
- defesa de um argumento: apresentação de uma tese mente dita, o meio, o “miolo” da narrativa, também cha-
que será defendida; desenvolvimento ou argumentação; mada de trama) e termina com a conclusão da história (é o
fechamento; final ou epílogo). Aquele que conta a história é o narrador, 
- predomínio da linguagem objetiva; que pode ser pessoal (narra em 1ª pessoa: Eu...) ou impes-
- prevalece a denotação. soal (narra em 3ª pessoa: Ele...).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos Observe que, no texto acima, há um conjunto de trans-
de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos formações de situação: ganhar um porquinho-da-índia é
substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes passar da situação de não ter o animalzinho para a de tê-lo;
do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas levá-lo para a sala ou para outros lugares é passar da situa-
pelos verbos, formando uma rede: a própria história contada. ção de ele estar debaixo do fogão para a de estar em outros
Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta lugares; ele não gostava: “queria era estar debaixo do fogão”
a história. implica a volta à situação anterior; “não fazia caso nenhum
das minhas ternurinhas” dá a entender que o menino passava
Elementos Estruturais (I): de uma situação de não ser terno com o animalzinho para
uma situação de ser; no último verso tem-se a passagem da
- Enredo: desenrolar dos acontecimentos. situação de não ter namorada para a de ter.
- Personagens: são seres que se movimentam, se rela- Verifica-se, pois, que nesse texto há um grande conjunto de
cionam e dão lugar à trama que se estabelece na ação. Reve- mudanças de situação. É isso que define o que se chama o com-
lam-se por meio de características físicas ou psicológicas. Os ponente narrativo do texto, ou seja, narrativa é uma mudança de
personagens podem ser lineares (previsíveis), complexos, tipos estado pela ação de alguma personagem, é uma transformação
sociais (trabalhador, estudante, burguês etc.) ou tipos huma- de situação. Mesmo que essa personagem não apareça no texto,
nos (o medroso, o tímido, o avarento etc.), heróis ou anti-he- ela está logicamente implícita. Assim, por exemplo, se o menino
róis, protagonistas ou antagonistas. ganhou um porquinho-da-índia, é porque alguém lhe deu o ani-
- Narrador: é quem conta a história. malzinho. Assim, há basicamente, dois tipos de mudança: aque-
- Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico. le em que alguém recebe alguma coisa (o menino passou a ter
- Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico: o o porquinho-da índia) e aquele alguém perde alguma coisa (o
tempo convencional (horas, dias, meses); Psicológico: o tem- porquinho perdia, a cada vez que o menino o levava para outro
po interior, subjetivo. lugar, o espaço confortável de debaixo do fogão). Assim, temos
dois tipos de narrativas: de aquisição e de privação.
Elementos Estruturais (II):
Existem três tipos de foco narrativo:
Personagens - Quem? Protagonista/Antagonista
Acontecimento - O quê? Fato - Narrador-personagem: é aquele que conta a história
Tempo - Quando? Época em que ocorreu o fato na qual é participante. Nesse caso ele é narrador e persona-
Espaço - Onde? Lugar onde ocorreu o fato gem ao mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa.
Modo - Como? De que forma ocorreu o fato - Narrador-observador: é aquele que conta a história
Causa - Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato como alguém que observa tudo que acontece e transmite ao
Resultado - previsível ou imprevisível. leitor, a história é contada em 3ª pessoa.
Final - Fechado ou Aberto. - Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enre-
do e as personagens, revelando seus pensamentos e senti-
Esses elementos estruturais combinam-se e articulam-se mentos íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes,
de tal forma, que não é possível compreendê-los isoladamen- aparece misturada com pensamentos dos personagens (dis-
te, como simples exemplos de uma narração. Há uma rela- curso indireto livre).
ção de implicação mútua entre eles, para garantir coerência e
verossimilhança à história narrada. Quanto aos elementos da Estrutura:
narrativa, esses não estão, obrigatoriamente sempre presentes
no discurso, exceto as personagens ou o fato a ser narrado. - Apresentação: é a parte do texto em que são apresen-
tados alguns personagens e expostas algumas circunstâncias
Exemplo: da história, como o momento e o lugar onde a ação se de-
senvolverá.
Porquinho-da-índia - Complicação: é a parte do texto em que se inicia pro-
priamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem,
Quando eu tinha seis anos conduzindo ao clímax.
Ganhei um porquinho-da-índía. - Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge
Que dor de coração me dava seu momento crítico, tornando o desfecho inevitável.
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão! - Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas
Levava ele pra sala ações dos personagens.
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava: Tipos de Personagens:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas... Os personagens têm muita importância na construção
- O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada. de um texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser
principais ou secundários, conforme o papel que desem-
Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 4ª ed. penham no enredo, podem ser apresentados direta ou in-
Rio de Janeiro, José Olympio, 1973, pág. 110. diretamente.

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A apresentação direta acontece quando o personagem Os três atravessam o salão, cuidadosamente, mas reso-
aparece de forma clara no texto, retratando suas característi- lutamente, e se dirigem para o cômodo dos fundos, onde
cas físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se dá há seis mesas desertas.
quando os personagens aparecem aos poucos e o leitor vai O rapaz de cabeça pelada vai ver o que eles querem. O
construindo a sua imagem com o desenrolar do enredo, ou homem pergunta em quanto fica uma cerveja, dois guara-
seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e do modo nás e dois pãezinhos.
como vai fazendo. __ Duzentos e vinte.
O preto concentra-se, aritmético, e confirma o pedido.
- Em 1ª pessoa: __Que tal o pão com molho? – sugere o rapaz.
__ Como?
Personagem Principal: há um “eu” participante que con- __ Passar o pão no molho da almôndega. Fica muito
ta a história e é o protagonista. Exemplo: mais gostoso.
O homem olha para os meninos.
“Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bambas, __ O preço é o mesmo – informa o rapaz.
o coração parecendo querer sair-me pela boca fora. Não me __ Está certo.
atrevia a descer à chácara, e passar ao quintal vizinho. Come- Os três sentam-se numa das mesas, de forma canhes-
cei a andar de um lado para outro, estacando para amparar- tra, como se o estivessem fazendo pela primeira vez na
me, e andava outra vez e estacava.” vida.
(Machado de Assis. Dom Casmurro) O rapaz de cabeça pelada traz as bebidas e os copos e,
em seguida, num pratinho, os dois pães com meia almôn-
Observador: é como se dissesse: É verdade, pode acredi- dega cada um. O homem e (mais do que ele) os meninos
tar, eu estava lá e vi. Exemplo: olham para dentro dos pães, enquanto o rapaz cúmplice
“Batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre teso se retira.
do Jango Jorge, um que foi capitão duma maloca de contra- Os meninos aguardam que a mão adulta leve solene
bandista que fez cancha nos banhados do Ibirocaí. o copo de cerveja até a boca, depois cada um prova o seu
Esse gaúcho desabotinado levou a existência inteira a cru- guaraná e morde o primeiro bocado do pão.
zar os campos da fronteira; à luz do Sol, no desmaiado da Lua, O homem toma a cerveja em pequenos goles, obser-
na escuridão das noites, na cerração das madrugadas...; ainda vando criteriosamente o menino mais velho e o menino
que chovesse reiúnos acolherados ou que ventasse como por mais novo absorvidos com o sanduíche e a bebida.
alma de padre, nunca errou vau, nunca perdeu atalho, nunca Eles não têm pressa. O grande homem e seus dois me-
desandou cruzada!... ninos. E permanecem para sempre, humanos e indestrutí-
(...) veis, sentados naquela mesa.
Aqui há poucos – coitado! – pousei no arranchamento (Wander Piroli)
dele. Casado ou doutro jeito, afamilhado. Não no víamos des-
de muito tempo. (...) Tipos de Discurso:
Fiquei verdeando, à espera, e fui dando um ajutório na
matança dos leitões e no tiramento dos assados com couro. Discurso Direto: o narrador passa a palavra diretamen-
(J. Simões Lopes Neto – Contrabandista) te para o personagem, sem a sua interferência. Exemplo:

- Em 3ª pessoa: Caso de Desquite

Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira pes- __ Vexame de incomodar o doutor (a mão trêmula na
soa. Exemplo: boca). Veja, doutor, este velho caducando. Bisavô, um neto
“Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a fanta- casado. Agora com mania de mulher. Todo velho é sem-
siaram de borboleta. Por isso não pôde defender-se. E saiu à vergonha.
rua com ar menos carnavalesco deste mundo, morrendo de __ Dobre a língua, mulher. O hominho é muito bom. Só
vergonha da malha de cetim, das asas e das antenas e, mais não me pise, fico uma jararaca.
ainda, da cara à mostra, sem máscara piedosa para disfarçar o __ Se quer sair de casa, doutor, pague uma pensão.
sentimento impreciso de ridículo.” __ Essa aí tem filho emancipado. Criei um por um, está
(Ilka Laurito. Sal do Lírico) bom? Ela não contribuiu com nada, doutor. Só deu de ma-
mar no primeiro mês.
Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história __Você desempregado, quem é que fazia roça?
como sendo vista por uma câmara ou filmadora. Exemplo: __ Isso naquele tempo. O hominho aqui se espalhava.
Fui jogado na estrada, doutor. Desde onze anos estou no
Festa mundo sem ninguém por mim. O céu lá em cima, noite e
dia o hominho aqui na carroça. Sempre o mais sacrificado,
Atrás do balcão, o rapaz de cabeça pelada e avental olha está bom?
o crioulão de roupa limpa e remendada, acompanhado de __ Se ficar doente, Severino, quem é que o atende?
dois meninos de tênis branco, um mais velho e outro mais __ O doutor já viu urubu comer defunto? Ninguém
novo, mas ambos com menos de dez anos. morre só. Sempre tem um cristão que enterra o pobre.

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