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No mesmo mês, o Jornal do Brasil publica uma notícia na qual Miro Teixeira,
exministro das Comunicações, denuncia um esquema de propina no Congresso
Nacional.
Em maio de 2005, Veja traz na capa o funcionário dos Correios, Maurício Marinho,
recebendo propina.
O caso do mensalão pode ser visto sob essa ótica sem muito esforço, se
considerados os seguintes momentos:
Entendeu por conceder a ordem. O STF entendeu que o direito de instalar a CPI é um
direito subjetivo pb das minorias. Se esse recurso fosse cabível, quem ia julgar o
recurso seria o plenário que delibera por maioria. Logo, a decisão da maioria iria
substituir a decisão da minoria. Isso o STF não admite que a maioria dos membros da
casa enterrem a decisão da minoria de instalar a CPI. A CPI é instrumento das
minorias.
O STF admitiu investigação sobre fato conexo, ou seja, o fato conexo não é o fato
que deu ensejo àquela investigação, mas é o fato que mantém com relação a ele
uma conexão probatória. Fez isso na CPI do narcotráfico, em que não houve
investigação só do tráfico ilícito de substância entorpecente, houve investigação,
também, sobre tráfico ilícito de armas, de mulheres, sobre homicídios e sobre
grupos de extermínio, que não eram fatos que deram ensejo àquela investigação,
mas eram fatos conexos (conexão probatória entre eles).
Cabe CPI para investigar teor de sentença judicial? Não. Essa investigação não
pode incidir sobre matérias reservadas ao Judiciário – STF: princípio da reserva
constitucional da jurisdição (ex. CPI do Judiciário – excesso da CPI estava nos
meios investigatórios que foram utilizados – caso prático de desconsideração desse
limite). O controle externo do Judiciário já existe (ex. Presidente do STF nomeado
pelo Presidente da República é sabatinado pelo Senado Federal). O que está sendo
previsto agora é um reforço dele.
O que a CPI não pode investigar é o mérito das decisões judiciais, porque o mérito
é soberano. Em outras palavras, a CPI pode investigar atos judiciários, o que não
pode é investigar atos jurisdicionais (ato praticado pelo Judiciário no exercício típico
da sua função, que é jurisdicional). Então, quando o Judiciário pratica um ato
administrativo (ato judiciário), este pode ser objeto de controle externo. Mas
quando pratica um ato jurisdicional, só é cabível controle interno, através de
recurso, ação revisional, ação rescisória, etc.
Ele não fala ilícito penal, o que significa que abre o precedente para o ilícito civil.
Exemplo: duas pessoas conversam, uma grava. O assunto é improbidade
administrativa. O MP pode promover ACP com base nesta fita? Pode, segundo esta
última decisão do STF. Admissão da prova ilícita pro-societate.
Depois de uma disputa intensa com José Thomas Nono do PFL , o candidato
governista venceu por uma diferença de 15 votos no segundo turno e enterrou de
vez a oportunidade de alguns membros da oposição abrir um processo de
impeachment contra Lula.
Seção III
Da Responsabilidade do Presidente da República
Art. 85 – São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que
atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I – a existência da União;
V – a probidade na administração;
VI – a lei orçamentária;
Parágrafo único – Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as
normas de processo e julgamento.
Na platéia, palmas e emoção dos ministros que continuavam a sustentar que Lula
havia sido traído pelas mentiras contadas por Palocci.
Até que, numa segunda-feira, tudo veio abaixo, pois o então presidente da Caixa
Econômica Federal resolveu contar que o sigilo foi mesmo quebrado e que uma
cópia do extrato foi entregue a Palocci
O presidente da República demite Palocci, acusado de cometer um crime e de tê-
lo traído. Na saída, o presidente Lula faz uma cerimônia para homenagear o
traidor. Todas as homenagens foram para Palocci. Lula o chamou de
"companheiro" e de "irmão".
• Na noite daquele dia, Lula, que estava em viagem a Santa Catarina, foi
informado por um assessor que a Época publicaria a matéria com base no
extrato bancário de Francenildo Costa. Um pouco mais tarde, Márcio
Thomaz Bastos, que vinha de uma viagem a Rondônia, fez um pouso na
base aérea de Brasília, antes de decolar para São Paulo. Recebeu uma
cópia da notícia, veiculada no blog da revista. Achou que se tratava
de um fato alentador.
• Mudou de idéia no fim de semana, diante da comoção contra a violação.
Ferido éticamente, o Lula decide que agora a disputa eleitoral se dará num
ambiente de comparação entre os feitos dos oito anos de governo FHC e o seu
primeiro mandato.
Quatro anos mais tarde, ACM disse que Lula era um "rato gordo e etílico, cujos
furtos no Palácio do Planalto eu tenho denunciado no Congresso Nacional
Antes mesmo que se tenha uma resposta sem rodeios a essa pergunta, o simples
fato de a dúvida existir já atinge o presidente."
Será que os agentes políticos podem ser processados cumulativamente por ação
de improbidade e por crime de responsabilidade?
O Supremo decidiu que não, ele decidiu que os tipos são muito parecidos e significaria
bis in idem o cabimento de ambas as responsabilizações. Então o Supremo entender
que para os agentes públicos há um regime especial de responsabilização por infrações
por agentes administrativos, que é exatamente o regime de crime de responsabilidade.
Só que essa decisão do Supremo foi por uma maioria muito estreita, 1 ou 2 votos, e
agora com a mudança da composição da corte, há uma expectativa, principalmente do
MP, de reverter isso.
Pode, pois os juízos são diferentes. Uma coisa é o juízo político, da conveniência e
oportunidade da instalação do processo. Outra coisa e o juízo técnico-jurídico da
presença ou não dos requisitos para acatar a denúncia. Então o Supremo não está
vinculado à decisão da câmara. A câmara pode autorizar a instalação do processo e o
Supremo pode não receber a denúncia.
Crime de Responsabilidade:
Não tem natureza criminal, mas sim político-administrativa.
Cabe a câmara, por 2/3 dos seus membros, autorizar ou não a instalação do processo.
Então o Supremo pode até anular uma decisão do Senado, que por exemplo condenou
o Presidente da República por impeachment, se ele entender que este não teve
oportunidade de defesa.
Esse processo será presidido pelo Presidente do Supremo. E a decisão do Senado será
veiculada por uma resolução.
"Cada nação tem o governo que merece". A proposição, quase tão velha quanto a
política, é uma homenagem que o senso comum presta àqueles nos bastidores do
poder.
• 1 de janeiro – Lula dá uma entrevista à Globo e diz que os erros foram punidos
2) Cassação direitos políticos poderá dar-se nos casos de improbidade administrativa, c/ forma e
gradação previstas em lei.
4) Na prática de distintos atos pelo mesmo agente ou quando a mesma conduta subsumir-se em
mais de uma infração por improbidade, o agente responderá juntamente por crime de
responsabilidade e pela ação civil de improbidade administrativa. No entanto, a sentença
proferida na ação civil que reconheça a prática de improbidade administrativa não pode aplicar
cumulativamente as sanções previstas na Lei n° 8.429/92.
6) A suspensão, a perda dos direitos políticos e a proibição de contratar com o poder público são
sanções que apresentam delimitação temporal, tornando-se efetivas com o trânsito em julgado
da sentença condenatória proferida na ação civil de indenização por ato de improbidade.
7) A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos
bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso,
em favor da Pessoa Jurídica prejudicada pelo ilícito.
9) Caso o dano seja reparado antes de apurado as demais penas, ou o Ministério Público tenha
proposta transação penal, afastam-se a perda da função pública ou a suspensão dos direitos
políticos, dependendo do caso.
10) A Administração Pública só pode declarar a indisponibilidade dos bens do acusado após o
trânsito em julgado da sentença condenatória.
Definição de agente público por Celso Antônio Bandeira de Mello
Agentes políticos
- chefes do Executivo Federal, estadual e municipal
- membros do Legislativo, Magistratura, MP
- servidores públicos – estatutários (8.112/90) – cargo público
Funcionários públicos
- empregados públicos – celetistas (CLT) - emprego público
- servidores temporários – tempo determinado (Lei n° 8.745/93)
MOTIVO
Lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa do agente ou terceiro,
dar-se-á:
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
CUIDADO: A perda pelo agente público ou terceiro beneficiário dos bens ou valores
acrescidos ao patrimônio é sempre aplicada no caso de locupletamento sem causa
(enriquecimento ilícito); apesar desta punição também ocorrer nos atos quando
acarretam prejuízo ao erário esta não é obrigatória, pois não é parte do tipo penal, ou seja,
pode ocorrer ou não tal circunstância;
CASOS DE VIOLAÇÃO:
1) praticar ato com fim proibido em lei ou diverso do previsto;
DAS PENAS
RID = Ressarcimento Integral do Dano;
DEMISSÃO
Será demitido o agente que recusar-se a DECLARAR OS BENS no prazo, ou prestar
falsa declaração.
Declaração de bens
imóveis
móveis
dinheiro
títulos
ações e qualquer espécie bens e valores patrimoniais, no país ou exterior, de cônjuge ou
companheiro; (13 § 1°)
A sentença na AÇÃO CIVIL pode determinar:
a) pagamento (caso de reparação do dano);
b) reversão dos bens (caso de perdimento de bens havidos ilicitamente)
DO PROCESSO JUDICIAL
Qualquer pessoa pode representar à autoridade administrativa p/ investigação apurar ato de
improbidade;
Forma da PI: o juiz faz a NOTIFICAÇÃO DO REQUERIDO para em 15 dias se manifestar por
escrito; não é citação, ele ainda não é réu; após manifestação, o juiz poderá em 30 DIAS
mediante decisão fundamentada rejeitar a ação por: (17, §§ 7° e 8°)
- inexistência do ato de improbidade;
- improcedência da ação;
- inadequação da via eleita.
Recebida PI => réu citado para CONTESTAÇÃO (17, § 9°)
Fundados indícios de responsabilidade: Comissão => MP => JUIZ => SEQUESTRO DE BENS do
agente (Arts. 822 a 825 CPC)3; bens para garantir a execução; pode ocorrer constrição policial;
A AÇÃO PRINCIPAL
Características:
1) RITO ORDINÁRIO;
1) medida cautelar; não pode dispor da coisa; permanece com a propriedade e a posse;
2) medida cautelar; apreensão da coisa especificada; perde a posse, mas mantém propriedade;
3) perde a posse e a propriedade
O MP, se parte não for, atuará obrigatoriamente custus legis; (17, § 4°)
ESFERA CRIMINAL
- PREVENÇÃO: a ação prevenirá o juízo para todas as ações posteriores cuja mesma causa de
pedir ou mesmo objeto (evitar divergência de julgamento); (17, § 5°)
Obs.2: A indisponibilidade dos bens é declarada pelo juiz e não pela Administração (Art. 798 ss
CPC);
ATENÇÃO: O afastamento preventivo (20 par. único) ocorre com remuneração do agente e visa
impedir irregularidades na apuração; a lei não determina seu prazo máximo CUIDADO !
A aplicação das sanções nesta lei independe:
1) do efetivo dano ao patrimônio público;
OU SEJA: pune-se a tentativa de improbidade e seu arrependimento eficaz; e mais: mesmo com
dano reparado antes de apurado as demais penas ; a perda da função ou suspensão dos direitos
políticos não ficam afastadas !!!
II – no prazo prescricional em lei específica para faltas puníveis com DEMISSÃO a bem do
serviço público, nos casos de cargo efetivo ou emprego;
II - dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, depois de condenado por sentença ainda
sujeita a recurso, os dissipar;
III - dos bens do casal, nas ações de separação judicial e de anulação de casamento, se o cônjuge os estiver
dilapidando;
Art. 823 - Aplica-se ao seqüestro, no que couber, o que este Código estatui acerca do arresto.
Art. 824 - Incumbe ao juiz nomear o depositário dos bens seqüestrados. A escolha poderá, todavia, recair:
II - em uma das partes, desde que ofereça maiores garantias e preste caução idônea.
Art. 825 - A entrega dos bens ao depositário far-se-á logo depois que este assinar o compromisso.
Parágrafo único - Se houver resistência, o depositário solicitará ao juiz a requisição de força policial.
4 - Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não,
que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
Obs.: As sanções por ato de improbidade somente ocorrem em ação judicial e não na
esfera administrativa.
6 - Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas
no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado,
aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado
oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.
§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de
impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde
que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou
dirigente.
7 - Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem
contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: ...
JURISPRUDÊNCIA
1.Improbidade administrativa.
Crimes de responsabilidade.
Os atos de improbidade administrativa são tipificados como crime de
responsabilidade na Lei n° 1.079/1950, delito de caráter político-administrativo.
Se a competência para processar e julgar a ação de improbidade (CF, art. 37, § 4º)
pudesse abranger também atos praticados pelos agentes políticos, submetidos a
regime de responsabilidade especial, ter-se-ia uma interpretação ab-rogante do
disposto no art. 102, I, "c", da Constituição.
Para o STF, agente político não está sujeito à aplicação de tal lei e sim Lei nº
1079/1950; segundo o tribunal , os agentes políticos (Art. 85 CF/88)7 possuem foro
por prerrogativa de função e não cometem ato de improbidade, pois estes são crimes
de responsabilidade e os tais agentes não os cometem;