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O poder executivo - Direito Constitucional e Administrativo

EXERCÍCIOS COMENTADOS - CARGO 46 - TÉCNICO ADMINISTRATIVO - MPU


Em setembro de 2004, a revista Veja publica uma matéria sobre os R$10 milhões
que o PT teria negociado com o PTB.

No mesmo mês, o Jornal do Brasil publica uma notícia na qual Miro Teixeira,
exministro das Comunicações, denuncia um esquema de propina no Congresso
Nacional.

Era o princípio de um escândalo sobre o pagamento de propinas mensais a


deputados que formavam a base aliada do governo petista.

Em maio de 2005, Veja traz na capa o funcionário dos Correios, Maurício Marinho,
recebendo propina.

O caso do mensalão pode ser visto sob essa ótica sem muito esforço, se
considerados os seguintes momentos:

1. Ação, acontecimento ou circunstância transgride uma norma ou código moral –


o PT paga o mensalão;

2. Ocultação, a tentativa de deixar de fora os não-participantes – PT deixa de


pagar o mensalão;

3. Desaprovação da transgressão moral por parte de alguns nãoparticipantes –


Roberto Jefferson ameaça contar que o mensalão existe e deixou de ser pago;

4. Tornar a terceira característica pública – Roberto Jeferson depõe à Folha;

5. Publicização da transgressão deve, em tese, trazer prejuízos aos indivíduos


responsáveis – Instauração de CPI.
A capa de Veja em 25/05/2005 trata os petistas como Corruptos, mas a partir daí vai
desmoronando o castelo de cartas (15/06/2005): surgem indivíduos como Delúbio Soares, Sílvio
Pereira, caracterizados isoladamente por seus atos, sequência que culmina com a queda de José
Dirceu.

Comissões Parlamentares de Inquérito (Cpi)


As comissões mais relevantes são as comissões parlamentares de inquérito (CPI) – art.
58, parágrafo 3º, fazer remissão com art. 49, X que diz o seguinte: Art. 49. É da
competência exclusiva do Congresso Nacional: X - fiscalizar e controlar, diretamente,
ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da
administração indireta; É competência do CN fiscalizar a administração pública. As
CPIs são o principal instrumento por meio do qual o CN exerce essa função.

Requisitos para instalação das CPIs:


1- Quorum – obtenção de 1/3 das assinaturas dos parlamentares da casa. Esse é um
quorum minoritário. O STF extraiu desse quorum minoritário uma importância
muito grande: o direito de instalar uma CPI é um direito subjetivo público das
minorias, dos opositores. As minorias fiscalizam as maiorias. Os opositores
fiscalizam os governos.

Exemplo: CPI do apagão aéreo instalada com o quorum de 1/3 na CD e demais


requisitos preenchidos. O líder do governo não queria a CPI do Apagão e interpôs um
recurso contra uma decisão do presidente da casa que admitiu a CPI. O presidente da
casa também admitiu esse recurso e o submeteu ao plenário para que este deliberasse
sobre o provimento ou não do recurso.
Parlamentares da oposição impetraram MS no STF contra o ato do presidente da casa
que recebeu esse recurso. O STF entendeu que esse MS não é questão interna corporis
do CN.

Entendeu por conceder a ordem. O STF entendeu que o direito de instalar a CPI é um
direito subjetivo pb das minorias. Se esse recurso fosse cabível, quem ia julgar o
recurso seria o plenário que delibera por maioria. Logo, a decisão da maioria iria
substituir a decisão da minoria. Isso o STF não admite que a maioria dos membros da
casa enterrem a decisão da minoria de instalar a CPI. A CPI é instrumento das
minorias.

2- Fato determinado – não existe CPI para investigar irregularidades no governo


federal. Esse e um requisito que não raro é descumprido. A exigência de fato
determinado não exclui que se investigue fatos conexos que venham a surgir no
decorrer da investigação.

O STF admitiu investigação sobre fato conexo, ou seja, o fato conexo não é o fato
que deu ensejo àquela investigação, mas é o fato que mantém com relação a ele
uma conexão probatória. Fez isso na CPI do narcotráfico, em que não houve
investigação só do tráfico ilícito de substância entorpecente, houve investigação,
também, sobre tráfico ilícito de armas, de mulheres, sobre homicídios e sobre
grupos de extermínio, que não eram fatos que deram ensejo àquela investigação,
mas eram fatos conexos (conexão probatória entre eles).

Cabe CPI para investigar contratos privados?


A investigação de uma CPI tem que ter um interesse público (ex. CPI Nike/CBF –
caso prático de desconsideração desse limite – Nike é uma entidade multi-nacional
e CBF é uma entidade nacional que não recebe um tostão público. Se havia um
contrato privado entre duas entidades privadas, não há que se criar uma CPI para
isso).

Cabe CPI para investigar teor de sentença judicial? Não. Essa investigação não
pode incidir sobre matérias reservadas ao Judiciário – STF: princípio da reserva
constitucional da jurisdição (ex. CPI do Judiciário – excesso da CPI estava nos
meios investigatórios que foram utilizados – caso prático de desconsideração desse
limite). O controle externo do Judiciário já existe (ex. Presidente do STF nomeado
pelo Presidente da República é sabatinado pelo Senado Federal). O que está sendo
previsto agora é um reforço dele.

O que a CPI não pode investigar é o mérito das decisões judiciais, porque o mérito
é soberano. Em outras palavras, a CPI pode investigar atos judiciários, o que não
pode é investigar atos jurisdicionais (ato praticado pelo Judiciário no exercício típico
da sua função, que é jurisdicional). Então, quando o Judiciário pratica um ato
administrativo (ato judiciário), este pode ser objeto de controle externo. Mas
quando pratica um ato jurisdicional, só é cabível controle interno, através de
recurso, ação revisional, ação rescisória, etc.

Quais os poderes que a CPI tem?


As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais. Significa dizer que as CPIs tem os mesmos
poderes que o juiz tem para instruir o processo. Mas a CPI não tem os poderes
decisórios do juiz.
Segundo o STF, o que as CPIs podem fazer?
A) Quebra de sigilo bancário, telefônico e fiscal, desde que motivado:
A CPI tem poderes e deveres inerentes a autoridade judicial.

A Quebra de sigilo bancário e fiscal:


O STF autorizava duas hipóteses em que era possível a quebra do sigilo bancário e
fiscal desde que motivada. Uma era com fundamento no art. 58, § 3o, e outro o
art. 129, VI, ambos da CRFB. Através da CPI e de requisição Ministerial. Essas
eram as hipóteses permitidas, desde que motivadas. Poderia haver requisição
Ministerial para quebra de sigilo bancário e fiscal, desde que houvessem fundadas
suspeitas de que o dinheiro público estava circulando em contas privadas.

Exemplo: caso Jader Barbalho. O STF reviu a posição quanto a possibilidade do MP


quebrar sigilo bancário e fiscal. O poder do MP não alcança mais a quebra de sigilo.
Ele, a partir de agora, deve solicitar em juízo. Porém, manteve a posição quanto a
possibilidade de quebra de sigilo bancário e fiscal pela CPI, desde que motivado,
porém numa decisão apertada de 6 a 5, o que pode indicar uma mudança de
jurisprudência também quanto a CPI daqui para frente.

A quebra de sigilo telefônico


São três conceitos diferentes:
a) Interceptacão telefônica
Autorizada em juízo. Não é do conhecimento dos interlocutores. É prova lícita porque
foi autorizada em juízo.

b) Gravação clandestina de conversa telefônica


É do conhecimento de um dos interlocutores. E prova ilícita. Com relação ao processo
penal, uma coisa é prova ilícita e outra coisa é prova inadmissível. Por ponderação a
prova ilícita pode ser aceita in dubio pro reo. Porém atenção: pela primeira vez o STF
admitiu prova ilícita in dubio pro societates, desde que provado o ato ilícito contra o
outro interlocutor ou a sociedade.
Maior atenção ainda: o STF, em seu acordão diz: “Desde que haja prova do ilícito”.

Ele não fala ilícito penal, o que significa que abre o precedente para o ilícito civil.
Exemplo: duas pessoas conversam, uma grava. O assunto é improbidade
administrativa. O MP pode promover ACP com base nesta fita? Pode, segundo esta
última decisão do STF. Admissão da prova ilícita pro-societate.

c) Quebra de sigilo telefônico


É a quebra do sigilo junto a companhia telefônica, das chamadas efetuadas e
recebidas. Atenção: a CPI pode quebrar o sigilo telefônico, porém quanto ao conteúdo
da conversa, só com autorização judicial.

d) Oitiva de indiciado e testemunha (inclusive coercitiva):


Deve motivar porque a testemunha e imprescindível para a investigação.

A diferença entre indiciado e testemunha gira em torno da possibilidade de não auto


incriminar-se (indiciado tem esse direito) daí pode não responder à perguntas que o
incriminem. Possui inclusive o direito de permanecer calado. Já a testemunha tem o
dever de prestar informações.

No dia 6 de junho, Renata Lo Prete, a editora da coluna Painel, do jornal Folha de


São Paulo, que traz os bastidores da política brasileira, entrevista Roberto
Jefferson.

O petebista dá origem ao termo “mensalão” e aponta o dedo acusador para o PT.


Segundo ele, o partido do presidente da República dava mesada, cerca de R$30
mil, a deputados para que votassem favoráveis ao governo.

No escândalo do mensalão, integrantes da executiva nacional do PT e alguns


ministros do governo federal; José Dirceu, Silvio Pereira, Delúbio Soares, João
Paulo Cunha, Professor Luizinho, José Genoíno, Luis Gushiken, são os alvos e
se tornam réus na ação penal aberta pelo procurador-geral da República, Antonio
Fernando de Souza, em agosto de 2007.

No decorrer do escândalo, as renúncias de deputados para escapar dos


julgamentos políticos se sucederam, novas informações sobre o desvio do
dinheiro público para abastecer partidos da base aliada inundaram a imprensa,
todos os deputados julgados na Câmara foram absolvidos, exceto Roberto
Jefferson e José Dirceu.

Em 11 de agosto de 2005, Duda Mendonça revelou na CPI dos Correios que


recebeu dinheiro de caixa 2.

No dia 28 de setembro, o governo federal começa a reverter o jogo político e


consegue eleger Aldo Rebelo, que antes ocupava o cargo de ministro da
Articulação Política, como presidente da Câmara dos Deputados.

Depois de uma disputa intensa com José Thomas Nono do PFL , o candidato
governista venceu por uma diferença de 15 votos no segundo turno e enterrou de
vez a oportunidade de alguns membros da oposição abrir um processo de
impeachment contra Lula.

Seção III
Da Responsabilidade do Presidente da República
Art. 85 – São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que
atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:

I – a existência da União;

II – o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e


dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;

III – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

IV – a segurança interna do País;

V – a probidade na administração;

VI – a lei orçamentária;

VII – o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Parágrafo único – Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as
normas de processo e julgamento.

Art. 86 – Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da


Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal
Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de
responsabilidade.
§ 1º – O Presidente ficará suspenso de suas funções:

I – nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo


Supremo Tribunal Federal;

II – nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado


Federal.

§ 2º – Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver


concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular
prosseguimento do processo.

§ 3º – Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o


Presidente da República não estará sujeito a prisão.

§ 4º – O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser


responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

Em 31 de outubro e 1º de novembro, o clima de embate político passou do


discurso para a ameaça do uso da força física. O deputado federal ACM Neto
(PFL-BA) e o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) ameaçaram bater no presidente
Lula por causa dos supostos grampos ilegais.

Dezembro de 2005 foi marcado pela cassação da principal figura política do PT


depois de Lula o José Dirceu. José Dirceu, que foi líder estudantil, exilado político,
fundador do PT e um provável sucessor de Lula em uma eventual campanha
presidencial em 2010, foi cassado na Câmara dos Deputados com 293 votos.

O relatório pediu o indiciamento de mais de cem pessoas e reconheceu a


existência do pagamento de mensalão, além de diferenciar esse tipo de corrupção
do caixa 2, argumento-base da defesa do PT.

O relatório foi contundente quanto à participação do ex-deputado José Dirceu (PT-


SP) no esquema do mensalão. “José Dirceu desponta como o grande idealizador
desse esquema de corrupção”, disse Serraglio, para completar: “O então ministro
estava a par de todos os acontecimentos e coordenava as decisões com a
diretoria do PT. Isso fica evidente no depoimento da sócia do empresário Marcos
Valério, Renilda Santiago, que declarou à CPI, no dia 25 de julho de 2005, que
Valério tinha lhe dito que Dirceu sabia dos empréstimos”. Serraglio lembrou que
Dirceu teve fundamental participação na indicação de dirigentes de fundos de
pensão.

Na edição 1937, de 28 de dezembro de 2005, Veja analisa minuciosamente como


o vídeo que gerou o escândalo do mensalão reúne a lista das mazelas que mais
contribuem para a corrupção. De acordo com a revista, “o vídeo passará à história
como um clássico da corrupção nacional: ele contém confissões e relatos sobre
como se conduz a roubalheira no mundo oficial brasileiro.”.

Os integrantes da “República de Ribeirão Preto” alugam uma mansão no Lago Sul


de Brasília, para promover negócio$ e festas.

O caseiro Francenildo viu Antonio Palocci entrar na casa. O motorista Francisco


das Chagas também viu.
A violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa na Caixa
Econômica Federal foi discutida previamente pelo então ministro Antonio Palocci e
o então presidente da estatal, indicam detalhes mantidos em sigilo do depoimento
de Jorge Mattoso à Polícia Federal.

Jorge Mattoso pede 15 dias para esclarecer, em rigorosa sindicância, a violação


da conta do caseiro, tempo demais para esclarecimentos, uma vez que os
modernos recursos da informática permitiriam que a coisa fosse desvendada em
poucos minutos.

Romperam ilegalmente o sigilo bancário da testemunha “o caseiro Francenildo dos


Santos Costa”, com a finalidade de desmoralizá-la, seguido pela conversão da
testemunha em investigado, a fim de coagi-la. Há fortes indícios de que Lula tenha
acompanhado, desde o princípio, o complô criminoso. Isso tipifica, em estágio
embrionário, um Estado policial, um crime de Estado.

O caseiro migrou da condição de testemunha para a posição de investigado.

A Polícia Federal quebra os sigilos bancário, fiscal e telefônico do caseiro.

Lula estava em Florianópolis, antes de serem publicados os extratos do caseiro, e


a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) perguntou se era verdade que Francenildo seria
desacreditado. Ele balançou a cabeça, confirmando.

O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci teria conseguido enganar a todos. Ele


falava e repetia que não tinha nada a ver com o caso de quebra do sigilo. Passou
mais de uma semana recluso dentro do Palácio do Planalto. Reuniu-se com o
grupo mais próximo de Lula e com o próprio presidente várias vezes.

Na platéia, palmas e emoção dos ministros que continuavam a sustentar que Lula
havia sido traído pelas mentiras contadas por Palocci.

Até que, numa segunda-feira, tudo veio abaixo, pois o então presidente da Caixa
Econômica Federal resolveu contar que o sigilo foi mesmo quebrado e que uma
cópia do extrato foi entregue a Palocci
O presidente da República demite Palocci, acusado de cometer um crime e de tê-
lo traído. Na saída, o presidente Lula faz uma cerimônia para homenagear o
traidor. Todas as homenagens foram para Palocci. Lula o chamou de
"companheiro" e de "irmão".

Guido Mantega é o novo ministro da Fazenda.

Segundo pesquisa do Datafolha, realizada em 23 e 24 de maio de 2006, cerca de


27% do eleitorado afirma que nunca votaria em Lula.
BLOG de Josias de Souza, 30/03/2006
A revista Veja (para assinantes) traz em sua última edição o resultado da
reconstituição feita por sua equipe da quebra ilegal do sigilo bancário
de Francenildo dos Santos Costa. Informa o seguinte:

• Jorge Mattoso recebeu pessoalmente de Antonio Palocci a ordem para


quebrar o sigilo do caseiro. Deu-se na tarde de 16 de março, numa sala
do Planalto. Palocci assistia pela TV ao depoimento de Fracenildo na
CPI dos Bingos;

• Às 23h30 do mesmo dia, ao chegar à residência de Palocci para entregar


um envelope contento o extrato do caseiro, Mattoso encontrou outros
dois integrantes do governo: o assessor de imprensa do Ministério da
Fazenda, Marcelo Netto, e o secretário de Direito Econômico, Daniel
Goldberg, subordinado e braço direito do ministro Márcio Thomaz Bastos
(Justiça). Pouco antes, deixara a casa o chefe-de-gabinete de Bastos,
Cláudio Alencar;

• O que faziam os auxiliares de Thomaz Bastos na casa? Foram chamados


por Palocci, que queria deflagrar uma operação da Polícia Federal para
desbaratar o que se acreditava ser uma armação política contra ele. Os
alvos eram o caseiro Francenildo e o senador Antero Paes de Barros
(PSDB-MT). Alencar, o chefe de gabinete do ministro da Justiça, chegou
a mandar um pedido formal de diligência policial sobre o caso. Um
policial federal veterano da cúpula da corporação recebeu o pedido,
examinou-o e respondeu que aquilo levaria quinze dias para produzir
algum efeito prático;

• Na manhã seguinte, 17 de março, sem saber que o front policial estava


parado, Palocci comentou com um ministro: "Vamos ter uma notícia boa
hoje". No início da tarde, além de Palocci, outras autoridades do
governo já tinham visto cópias do extrato de Francenildo Costa. Três
dias antes, o senador Tião Viana (PT-AC) espalhava pelo Senado a
informação de que um jardineiro ouvira Francenildo dizer que recebera
um bom dinheiro e planeja comprar um terreno ou uma casa;

• Na noite em que recebeu o extrato do caseiro em casa, das mãos do


presidente da Caixa, Palocci ouviu de uma das testemunhas da cena um
alerta: embora o documento pudesse incriminar o caseiro, sua obtenção
fraudulenta abria um telhado de vidro sobre a operação. Como fazer
para encobrir a quebra do sigilo? Surgiu e prosperou a idéia de
produzir uma reclamação contra o caseiro no âmbito do Coaf (Conselho
de Controle de Atividades Financeiras).

• A estratégia daria a impressão de que existia uma investigação


legítima. Porém, impacientes, Palocci e seu assessor Marcelo Netto
divulgaram o extrato logo no dia seguinte, antes mesmo de "esquentá-
lo" com a farsa no Coaf.

• O jornalista Matheus Leitão, repórter da revista Época e filho do


assessor Marcelo Netto, circulava pela CPI dos Bingos tentando
confirmar se o número do CPF que aparecia no extrato retirado na Caixa
Econômica Federal era o mesmo do caseiro Francenildo Costa. A CPI
mantém o registro do CPF e do RG dos depoentes;

• Na noite daquele dia, Lula, que estava em viagem a Santa Catarina, foi
informado por um assessor que a Época publicaria a matéria com base no
extrato bancário de Francenildo Costa. Um pouco mais tarde, Márcio
Thomaz Bastos, que vinha de uma viagem a Rondônia, fez um pouso na
base aérea de Brasília, antes de decolar para São Paulo. Recebeu uma
cópia da notícia, veiculada no blog da revista. Achou que se tratava
de um fato alentador.
• Mudou de idéia no fim de semana, diante da comoção contra a violação.

• Daquele momento em diante, a estratégia de desacreditar o caseiro foi


substituída, dentro do governo, por uma faxina destinada a apagar as
provas do crime e preservar o então ministro Antonio Palocci e seu
assessor Marcelo Netto.

• O governo tentou convencer Jorge Mattoso a assumir a responsabilidade


pela violação. No dia 23 de março, uma quinta, Mattoso voltou à casa
de Palocci. Encontrou o advogado Arnaldo Malheiros, amigo de Thomaz
Bastos.

• Circulou a idéia de oferecer dinheiro vivo (R$ 1 milhão) a algum


funcionário da Caixa que se dispusesse a assumir a culpa pela quebra
do sigilo. Ouvido por Veja, o advogado confirma o encontro mas nega as
discussões em torno da oferta financeira.

Ferido éticamente, o Lula decide que agora a disputa eleitoral se dará num
ambiente de comparação entre os feitos dos oito anos de governo FHC e o seu
primeiro mandato.

Depois de perder quatro eleições, para chegar ao poder em 2002 o PT fez


alianças com partidos cuja proposta ideológica pouco ou quase nada tinha a ver
com a sua, como o PL do vice-presidente José Alencar.

O compartilhamento do poder conquistado faz parte da negociação política a qual


se constitui em uma ampla gama de interações entre as forças políticas que inclui
comportamentos como acordo, articulação, acerto, barganhas, alianças,
retaliações, composições e compensações. É a partir dessa lógica que se explica
a disposição do cenário político quando da eclosão do mensalão.

Após o resultado do primeiro turno entre Lula e Serra, foram se estabelecendo


vínculos até então inimagináveis, a exemplo do PFL do senador Antônio Carlos
Magalhães.

Quatro anos mais tarde, ACM disse que Lula era um "rato gordo e etílico, cujos
furtos no Palácio do Planalto eu tenho denunciado no Congresso Nacional

As negociações envolvem riscos maiores e, é nesse sentido que o mensalão -


enquanto escândalo, e não enquanto mesada, pode ser visto como o resultado de
uma transação política mal-sucedida. No escândalo em questão, é possível
visualizá-las nas trocas e promessas empreendidas pelo governo, detentor de
maior capital político (cargos e recursos) e capaz de impor sanções em troca de
apoio no Congresso. Foi de acordo com essa lógica que o governo Lula teria pago
mesada a deputados para que eles votassem a favor de seus projetos.

Teme-se na oposição que o presidente, se muito atacado ou se sofrer um


impeachment, pode liderar uma revolta que coloque em risco a saúde democrática
do país.

A capa de 13 de julho de 2005 pergunta se “Ele sabia?” traz um Lula envolto em


uma sombra de dúvida.
"A pergunta inevitável é se Lula sabia das traficâncias do tesoureiro do PT.

Antes mesmo que se tenha uma resposta sem rodeios a essa pergunta, o simples
fato de a dúvida existir já atinge o presidente."

A partir daí, a revista Veja se propõe a investigar as pistas deixadas pelo


presidente.

Na edição imediatamente seguinte, a capa responde: “Mensalão – quando e como


Lula foi alertado”. Sim, diz o narrador Veja. Depois de investigar, a revista conclui
que ele não só sabia como também foi alertado e não tomou providências porque
fez uma escolha. Uma escolha de omissão, mas ainda assim uma escolha que
não o exime. O subtítulo da matéria correspondente diz que Veja descobriu que o
presidente soube do mensalão bem mais do que admitiu oficialmente até então.

Será que os agentes políticos podem ser processados cumulativamente por ação
de improbidade e por crime de responsabilidade?
O Supremo decidiu que não, ele decidiu que os tipos são muito parecidos e significaria
bis in idem o cabimento de ambas as responsabilizações. Então o Supremo entender
que para os agentes públicos há um regime especial de responsabilização por infrações
por agentes administrativos, que é exatamente o regime de crime de responsabilidade.

Só que essa decisão do Supremo foi por uma maioria muito estreita, 1 ou 2 votos, e
agora com a mudança da composição da corte, há uma expectativa, principalmente do
MP, de reverter isso.

Processo contra o Presidente da República por crime comum:


Este processo está disciplinado no Art. 86 da CRFB e na Lei 8038/90.

Art. 86 - Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da


Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal
Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de
responsabilidade.

§ 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções:


I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo
Tribunal Federal;

II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado


Federal.

§ 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento nao estiver


concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular
prosseguimento do processo.

§ 3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o


Presidente da República nao estará sujeito a prisão.

§ 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser


responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

Tem um juízo preliminar. O processo de competência do Supremo, mas o Supremo


nao julga o mérito, há o juízo de admissibilidade feito pela Câmara dos Deputados a
respeito da instalação ou não do processo, só será admitido o processo se a câmara
autorizar por 2/3 dos membros.
O Supremo está vinculado a decisão da câmara? Ou seja se a câmara decide pela
instalação do processo o Supremo pode não acatar isto?

Pode, pois os juízos são diferentes. Uma coisa é o juízo político, da conveniência e
oportunidade da instalação do processo. Outra coisa e o juízo técnico-jurídico da
presença ou não dos requisitos para acatar a denúncia. Então o Supremo não está
vinculado à decisão da câmara. A câmara pode autorizar a instalação do processo e o
Supremo pode não receber a denúncia.

Agora, se o Supremo receber a denúncia, tem efeito prático irrelevante, porque o


Presidente da República recebendo a denúncia pelo Supremo, fica suspenso de exercer
suas funcões por 180 dias.

O que significa crime comum?


Significa infrações criminais. Estão inclusos: crimes eleitorais, contratações penais, etc.
Agora, esses crimes tem que ser praticados no exercício da função, pois se forem
antes do exercício não tem imunidade. Aí que se aplica o Art. 86, §4º mostrado acima.

Condenado à pena privativa de liberdade, o Presidente da República será preso. E


como efeito reflexo da condenação, ele perderá o cargo.

Crime de Responsabilidade:
Não tem natureza criminal, mas sim político-administrativa.

Quais sao as sanções para o crime de responsabilidade?


Perda do mandato e inabilitação para o exercício de função pública por 8 anos.

O que significa função pública?


• Mandato eletivo.
• Cargo em comissao.
• Cargos efetivos.
Ou seja, todas as hipóteses são funções públicas.

A quem cabe formular uma representação contra o Presidente da República por


crime de responsabilidade?
O processo está disciplinado na Lei 1.079/50, trata de presidente de outras
autoridades federais. O Decreto 201/67 trata do crime de responsabilidade por
prefeitos.

Voltando a Lei 1.079, quem pode formular contra o Presidente da República?


Qualquer cidadão. Art. 14 da Lei 1.079.
Qualquer cidadão pode representar o poder da república por crime de
responsabilidade.

Art. 14. É permitido a qualquer cidadão denunciar o Presidente da República ou


Ministro de Estado por crime de responsabilidade, perante a Câmara dos Deputados.

Cabe a câmara, por 2/3 dos seus membros, autorizar ou não a instalação do processo.

Se aplica a mesma coisa que a crime comum.

Se a câmara autorizar, o Presidente da República fica suspenso do exercício de suas


funções por 180 dias. Art.86, §1º, II.
Se a câmara decidir pela instauração do processo, o Senado, que é quem julga o
Presidente por crime de responsabilidade, está vinculado a decisão da câmara?
Sim, o Senado está vinculado à decisão da câmara.

O Senado tem competência para julgar o Presidente da República, outras autoridades


são julgadas pelo Supremo por crime de responsabilidade. Por exemplo: Art. 102, I,
“c” da CRFB:

Art. 102 - Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:


a) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de
Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o
disposto no Art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de
Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;

Cabe controle judicial no processo de impeachment por crime de


responsabilidade? Você pode propor uma ação judicial questionando um ato
praticado pelo Senado?
Nesse particular o Supremo se afastou da tese prevalecente na suprema corte norte
americana, o STF admite o controle do processo de impeachment, porque é uma
questão meramente política que não cabe controle judicial. O Supremo admite controle
no processo de impeachment, mas um controle ligado apenas a legalidade do
processo. Então o controle é só sob a legalidade do processo e que enfatiza na verdade
ter a garantia do devido processo legal, ampla defesa e contraditório observados. O
Supremo não pode substituir o mérito da decisão, pois essa é uma competência
política do Senado que o Supremo não pode ocupar.

Então o Supremo pode até anular uma decisão do Senado, que por exemplo condenou
o Presidente da República por impeachment, se ele entender que este não teve
oportunidade de defesa.

Esse processo será presidido pelo Presidente do Supremo. E a decisão do Senado será
veiculada por uma resolução.

Lula cria um personagem emotivo, que se desaponta, chora, se deprime, “não


consegue mais esconder no semblante sua contrariedade com a permanência e o
paulatino aprofundamento da crise política”, se deixa abater e, por fim, após a
constatação de sua vitória, “exibe um sorriso de orelha a orelha. Já fareja o cheiro
de pizza.”. Até que isso acontecesse, muita coisa aconteceu.

"Cada nação tem o governo que merece". A proposição, quase tão velha quanto a
política, é uma homenagem que o senso comum presta àqueles nos bastidores do
poder.

O governo e a oposição encenaram um espetáculo destinado a preservar as


coisas como sempre foram, enquanto a “maioria da população” continua sem
entender nada ou fingem não entender.
Narrativa dos fatos.
• 14 de maio – matéria com Maurício Marinho

• 25 de maio – é criada a CPI dos Correios

• 6 de junho – entrevista de Jefferson à Folha

• 14 de junho – depoimento de Jefferson no conselho de ética

• 16 de junho – renúncia de Dirceu à chefia da Casa Civil

• 4 de julho – documento que liga Valério ao PT

• 6 de julho – revela-se que Marcos Valério movimentou mais de R$ 800 milhões


nas suas contas bancárias nos últimos três anos

• 20 de julho – é instalada a CPI do mensalão

• 21 de julho – Paulo Rocha deixa o cargo de líder do PT na Camara

• 1 de agosto – renúncia de Valdemar Costa Neto

• 2 de agosto – embate entre Roberto Jefferson e José Dirceu

• 11 de agosto – depoimento de Duda Mendonça

• 12 de agosto – Valdemar Costa Neto acusa Lula e José Alencar de participar


da negociação de R$ 10 milhões ao PL. Lula faz um pronunciamento na
televisão e diz que foi traído.

• 19 de agosto – Antonio Palocci é acusado de participar de um esquema de


corrupção na época em que foi prefeito de Ribeirão Preto.

• 24 de agosto – O PT é acusado de ter recebido dinheiro das FARC

• 1º de setembro – as CPIs aprovam relatório conjunto acusando os


parlamentares de ter recebido o mensalão

• 7 de setembro – Lula cobra punição dos culpados

• 14 de setembro – Roberto Jefferson é cassado

• 28 de setembro – Aldo Rebelo é eleito presidente da Camara

• 29 de outubro – Lula é acusado de receber dinheiro de Cuba para financiar a


campanha presidencial de 2002
• 31 de outubro – Arthur Virgílio diz que é vítima de grampo e ameaça dar uma
surra em Lula

• 1 de novembro – ACM Neto diz que é vítima de grampo e também ameaça


bater em Lula

• 17 de novembro – A CPI do mensalão chega ao fim

• 1 de dezembro – José Dirceu é cassado na Camara

• 1 de janeiro – Lula dá uma entrevista à Globo e diz que os erros foram punidos

• 14 de janeiro – Duda Mendonça é acusado de ter milhões de dólares em


paraísos fiscais

• 4 de março – O PMDB é acusado de receber dinheiro de Marcos Valério

• 14 de março – O caseiro Francenildo acusa Antonio Palocci de participar de


festas para distribuir dinheiro e se divertir com garotas de programa

• 17 de março – o sigilo bancário do caseiro é quebrado ilegalmente

• 24 de março – Ângela Guadanin dança na Camara

• 27 de março – Antonio Palocci renuncia

• 29 de março – O relatório final da CPI dos Correios confirma a existência do


mensalão

• 11 de abril – O procurador-geral da República pede o indiciamento de 40


envolvidos no esquema do mensalão

• 13 de maio – Daniel Dantas acusa Lula, Dirceu e Márcio Thomaz Bastos de


terem contas no exterior
QUESTÕES COBRADAS EM CONCURSOS
1) As disposições da Lei nº 8.429/92 são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não
sendo agente público, induza ou concorra para a prática de ato de improbidade, ou dele se
beneficie sob qualquer forma, direta ou indireta.

2) Cassação direitos políticos poderá dar-se nos casos de improbidade administrativa, c/ forma e
gradação previstas em lei.

3) O MP sempre atuará como fiscal da lei nas ações de improbidade.

4) Na prática de distintos atos pelo mesmo agente ou quando a mesma conduta subsumir-se em
mais de uma infração por improbidade, o agente responderá juntamente por crime de
responsabilidade e pela ação civil de improbidade administrativa. No entanto, a sentença
proferida na ação civil que reconheça a prática de improbidade administrativa não pode aplicar
cumulativamente as sanções previstas na Lei n° 8.429/92.

5) O MP não poderá instaurar inquérito civil para apuração de atos de improbidade


administrativa. A petição inicial dessa ação deve ser instruída com as provas e indícios colhidos
no inquérito policial ou no procedimento administrativo.

6) A suspensão, a perda dos direitos políticos e a proibição de contratar com o poder público são
sanções que apresentam delimitação temporal, tornando-se efetivas com o trânsito em julgado
da sentença condenatória proferida na ação civil de indenização por ato de improbidade.

7) A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos
bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso,
em favor da Pessoa Jurídica prejudicada pelo ilícito.

8) A ação de improbidade administrativa deverá ser proposta no prazo de 5 anos, a contar da


data do conhecimento do fato, quando se tratar de detentor de mandato eletivo ou de cargo em
comissão.

9) Caso o dano seja reparado antes de apurado as demais penas, ou o Ministério Público tenha
proposta transação penal, afastam-se a perda da função pública ou a suspensão dos direitos
políticos, dependendo do caso.

10) A Administração Pública só pode declarar a indisponibilidade dos bens do acusado após o
trânsito em julgado da sentença condenatória.
Definição de agente público por Celso Antônio Bandeira de Mello
Agentes políticos
- chefes do Executivo Federal, estadual e municipal
- membros do Legislativo, Magistratura, MP
- servidores públicos – estatutários (8.112/90) – cargo público

Funcionários públicos
- empregados públicos – celetistas (CLT) - emprego público
- servidores temporários – tempo determinado (Lei n° 8.745/93)

Particulares em colaboração com o Poder Público


agentes delegados – empregados das concessionárias - e permissionárias, leiloeiros, tradutores,
intérpretes, tabelião
agentes honoríficos – jurados, mesários, comissários menores, etc
Observância dos Princípios LIMPE também os da Lei nº 9.784/19902; (4)

MOTIVO
Lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa do agente ou terceiro,
dar-se-á:

INTEGRAL RESSARCIMENTO DO DANO


- perceba que a lei procura dar a maior amplitude possível, visando ao patrimônio público;
o integral ressarcimento deve ser visto c/ ressalvas, nem sempre se consegue status quo ante;

ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
CUIDADO: A perda pelo agente público ou terceiro beneficiário dos bens ou valores
acrescidos ao patrimônio é sempre aplicada no caso de locupletamento sem causa
(enriquecimento ilícito); apesar desta punição também ocorrer nos atos quando
acarretam prejuízo ao erário esta não é obrigatória, pois não é parte do tipo penal, ou seja,
pode ocorrer ou não tal circunstância;

O SUCESSOR que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente sujeitar-se-á


às cominações até o limite do VALOR DA HERANÇA;

1 - Pessoa Jurídica da Direito Privado que exerce atividade de Estado.

2 - Segue o disposto no Art. 2° da Lei n° 9.784/99 (Processo Administrativo Disciplinar):


Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência.

ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


– QUE IMPORTEM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
- vantagem patrimonial indevida em razão de cargo / mandato / função / emprego ou atividade

VERBOS IMPORTANTES: RECEBER, PERCEBER, INCORPORAR, ADQUIRIR


Obs.: Pode haver enriquecimento ilícito sem dano ao erário;

– QUE CAUSEM PREJUÍZO AO ERÁRIO


- ação / omissão, dolosa / culposa com perda patrimonial / desvio / dilapidação dos bens;

1 - Pessoa Jurídica da Direito Privado que exerce atividade de Estado.

2 - Segue o disposto no Art. 2° da Lei n° 9.784/99 (Processo Administrativo Disciplinar):


Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.
PALAVRAS-CHAVE:
1) frustrar licitude do processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente;
2) ordenar / permitir despesas não autorizadas em lei / regulamento;
3) agir negligentemente na arrecadação de tributo e renda;
4) liberar verba pública sem observância das normas ou aplicação irregular;
5) permitir / facilitar / concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;

QUE ATENTEM CONTRA PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (11)


- ação / omissão, viole honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições;

CASOS DE VIOLAÇÃO:
1) praticar ato com fim proibido em lei ou diverso do previsto;

2) retardar ou deixar de praticar ato de ofício; PREVARICAÇÃO

3) revelar fato / circunstância por atribuições que deva manter segredo;

4) negar publicidade aos atos oficiais;

5) frustrar a licitude do concurso público;

6) deixar de prestar contas quando obrigado a fazê-lo;

7) revelar à terceiro medida que afete preço de mercadoria, bem ou serviço;

Obs.: Em tese não há perdas dos bens e valores;

DAS PENAS
RID = Ressarcimento Integral do Dano;

PFP = Perda da Função Pública;

SDP = Suspensão dos Direitos Políticos;

PBV = perda dos bens e valores;

Perda dos Bens: tomar bens acrescidos ilegalmente ao patrimônio;


Obs.: A proibição de contratar com o Poder Público engloba o recebimento de benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário.

DEMISSÃO
Será demitido o agente que recusar-se a DECLARAR OS BENS no prazo, ou prestar
falsa declaração.
Declaração de bens
imóveis
móveis
dinheiro
títulos
ações e qualquer espécie bens e valores patrimoniais, no país ou exterior, de cônjuge ou
companheiro; (13 § 1°)
A sentença na AÇÃO CIVIL pode determinar:
a) pagamento (caso de reparação do dano);
b) reversão dos bens (caso de perdimento de bens havidos ilicitamente)

DO PROCESSO JUDICIAL
Qualquer pessoa pode representar à autoridade administrativa p/ investigação apurar ato de
improbidade;
Forma da PI: o juiz faz a NOTIFICAÇÃO DO REQUERIDO para em 15 dias se manifestar por
escrito; não é citação, ele ainda não é réu; após manifestação, o juiz poderá em 30 DIAS
mediante decisão fundamentada rejeitar a ação por: (17, §§ 7° e 8°)
- inexistência do ato de improbidade;
- improcedência da ação;
- inadequação da via eleita.
Recebida PI => réu citado para CONTESTAÇÃO (17, § 9°)

CUIDADO! Da decisão que receber a PI caberá agravo de instrumento; (17, § 10)

A representação passará pelo crivo da autoridade administrativa competente, cuja rejeição EM


DESPACHO FUNDAMENTADO não impede a representação ao MP;

A representação será escrita e assinada, devendo conter:


a) qualificação do representante;
b) informações sobre o fato;
c) informações sobre autoria;
d) indicação das provas de que conheça.

Fundados indícios de responsabilidade: Comissão => MP => JUIZ => SEQUESTRO DE BENS do
agente (Arts. 822 a 825 CPC)3; bens para garantir a execução; pode ocorrer constrição policial;

3 - Art. 822 - O juiz, a requerimento da parte, pode decretar o seqüestro:


I - de bens móveis, semoventes ou imóveis, quando Ihes for disputada a propriedade ou a
posse, havendo fundado receio de rixas ou danificações;

Obs.: Em qualquer fase do processo, reconhecida inadequação da ação de improbidade, o juiz


extinguirá o processo sem resolução de MÉRITO. Visa proteger o agente público de injustiças.
(17, § 11)

A AÇÃO PRINCIPAL

Características:

1) RITO ORDINÁRIO;

2) Proposta pelo MP ou PJ interessada, dentro de 30 DIAS da efetivação da medida


cautelar;
Nas ações de improbidade, é VEDADA transação, acordo ou conciliação; (17, § 1°) a Fazenda
Pública, poderá promover ações complementares ao ressarcimento do patrimônio público como
parcelas indenizatórias no contra-cheque do servidor, indisponibilidade (1), sequestro (2) e
perdimento dos bens (3); esses três últimos são MEDIDAS CAUTELARES; (17, § 2°)

1) medida cautelar; não pode dispor da coisa; permanece com a propriedade e a posse;
2) medida cautelar; apreensão da coisa especificada; perde a posse, mas mantém propriedade;
3) perde a posse e a propriedade

O MP, se parte não for, atuará obrigatoriamente custus legis; (17, § 4°)

3) IMPRESCRITÍVEL(no sentido do ressarcimento do dano – Art. 37, §§ 4° e 5° da


CF/884

ESFERA CRIMINAL
- PREVENÇÃO: a ação prevenirá o juízo para todas as ações posteriores cuja mesma causa de
pedir ou mesmo objeto (evitar divergência de julgamento); (17, § 5°)

- constitui CRIME a representação por improbidade contra agente público ou terceiro


beneficiário, quando autor da denúncia o sabe inocente: detenção de 6 a 10 meses e multa +
danos morais e materiais.

Obs.1: A PERDA DA FUNÇAO PÚBLICA e a SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS só se


efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

Obs.2: A indisponibilidade dos bens é declarada pelo juiz e não pela Administração (Art. 798 ss
CPC);

ATENÇÃO: O afastamento preventivo (20 par. único) ocorre com remuneração do agente e visa
impedir irregularidades na apuração; a lei não determina seu prazo máximo CUIDADO !
A aplicação das sanções nesta lei independe:
1) do efetivo dano ao patrimônio público;

2) da aprovação ou rejeição de contas pelo órgão de controle interno ou Tribunal ou Conselho de


Contas;

OU SEJA: pune-se a tentativa de improbidade e seu arrependimento eficaz; e mais: mesmo com
dano reparado antes de apurado as demais penas ; a perda da função ou suspensão dos direitos
políticos não ficam afastadas !!!

As ações para as sanções nesta lei podem ser propostas:


I – ATÉ 5 ANOS após o exercício do mandato, cargo em comissão ou função de confiança;

II – no prazo prescricional em lei específica para faltas puníveis com DEMISSÃO a bem do
serviço público, nos casos de cargo efetivo ou emprego;

II - dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, depois de condenado por sentença ainda
sujeita a recurso, os dissipar;

III - dos bens do casal, nas ações de separação judicial e de anulação de casamento, se o cônjuge os estiver
dilapidando;

IV - nos demais casos expressos em lei.

Art. 823 - Aplica-se ao seqüestro, no que couber, o que este Código estatui acerca do arresto.

Art. 824 - Incumbe ao juiz nomear o depositário dos bens seqüestrados. A escolha poderá, todavia, recair:

I - em pessoa indicada, de comum acordo, pelas partes;

II - em uma das partes, desde que ofereça maiores garantias e preste caução idônea.

Art. 825 - A entrega dos bens ao depositário far-se-á logo depois que este assinar o compromisso.

Parágrafo único - Se houver resistência, o depositário solicitará ao juiz a requisição de força policial.

4 - Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível.

§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não,
que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

5 - Eis o dispositivo da Lei n° 8.112/90 referente ao tema.

Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:


I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.

Art. 6º par. 3º da Lei nº 4717/656:


Regula a AP, caso o MP proponha a ação, o réu pode nem contestar ou até integrar
litisconsórcio ativo facultativo (autor da ação) sempre no interesse público;

Obs.: As sanções por ato de improbidade somente ocorrem em ação judicial e não na
esfera administrativa.

6 - Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas
no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado,
aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado
oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.

§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de
impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde
que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou
dirigente.
7 - Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem
contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: ...

JURISPRUDÊNCIA
1.Improbidade administrativa.
Crimes de responsabilidade.
Os atos de improbidade administrativa são tipificados como crime de
responsabilidade na Lei n° 1.079/1950, delito de caráter político-administrativo.

2.Distinção entre os regimes de responsabilização político-administrativa.


O sistema constitucional brasileiro distingue o regime de responsabilidade dos
agentes políticos dos demais agentes públicos.

A Constituição não admite a concorrência entre dois regimes de responsabilidade


político-administrativa para os agentes políticos:
- o previsto no art. 37, § 4º (regulado pela Lei n° 8.429/1992)

- o regime fixado no art. 102, I, "c", (disciplinado pela Lei n° 1.079/1950).

Se a competência para processar e julgar a ação de improbidade (CF, art. 37, § 4º)
pudesse abranger também atos praticados pelos agentes políticos, submetidos a
regime de responsabilidade especial, ter-se-ia uma interpretação ab-rogante do
disposto no art. 102, I, "c", da Constituição.

Para o STF, agente político não está sujeito à aplicação de tal lei e sim Lei nº
1079/1950; segundo o tribunal , os agentes políticos (Art. 85 CF/88)7 possuem foro
por prerrogativa de função e não cometem ato de improbidade, pois estes são crimes
de responsabilidade e os tais agentes não os cometem;

Na fixação da pena, o juiz vê a extensão do dano e o proveito patrimonial do agente;

PRESCRIÇÃO DAS SANÇÕES


Prescrição: extinção de um direito por decurso de prazo que negligenciou ação de protegê-lo;
perde o direito de agir.

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