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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCANTINS-CAMETÁ


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO E CULTURA
MESTRADO EM EDUCAÇÃO E CULTURA

DISCIPLINA: POLITICAS EDUCACIONAIS NA AMAZÔNIA


Professores: Doriedson S. Rodrigues e Eraldo Souza do Carmo

RESENHA

Por Ellen Rodrigues da Silvai

CARMO, Eraldo Souza do; PRAZERES, Maria Sueli Corrêa dos. Políticas educacionais para
a Amazônia: teorias, práticas e contradiçõeS. RBPAE - v. 31, n. 3, p. 531-543 set./dez. 2015.

MENDES, Odete da Cruz. A gestão da educação na contramão das configurações políticas do


Estado do Pará. In: OLIVEIRA, José Pedro Garcia; RODRIGUES, Doriedson do S.; SILVA,
João Batista do Carmo; MENDES, Odete da Cruz. Educação, Ciência e Desenvolvimento da
Amazônia Tocantina: diálogos científicos. Cametá-Pará: UFPA/Campus Universitário do
Tocantins/Cametá, 2012.

SILVA, João Batista do Carmo. Política de financiamento da educação superior: uma análise
dos cursos de contrato na Universidade Federal do Pará no período de 2000 a 2008. In:
OLIVEIRA, José Pedro Garcia; RODRIGUES, Doriedson do S.; SILVA, João Batista do
Carmo; MENDES, Odete da Cruz. Educação, Ciência e Desenvolvimento da Amazônia
Tocantina: diálogos científicos. Cametá-Pará: UFPA/Campus Universitário do
Tocantins/Cametá, 2012.

RODRIGUES, Doriedson do S; ARAÚJO, Ronaldo Marcos de Lima e ALVES, João Paulo


da Conceição. Indicadores educacionais e a ideia da integração do ensino: o ensino médio na
Amazônia sob análise. Novos Cadernos NAEA v. 18, n. 3, p. 231-260, jun-set. 2015. Disp.
<file:///C:/Users/DELL/Downloads/1778-9522-2-PB.pdf>

Esta resenha nos oportuniza olhar e analisar a realidade amazônica local a partir
do contexto das políticas públicas, o papel do Estado e a questão do financiamento para a
efetivação de ações que visem o bem comum de todos e todas. Para tanto os textos de
CARMO (2015), MENDES (2012), SILVA (2012), RODRIGUES (2015), delinearão o
debate que consubstanciará este texto.
Assim iniciamos com CARMO (2015) por este analisar a realidade partindo do
local para o global, este autor objetiva-se discutir as configurações das políticas educacionais
para a Amazônia a partir da estrutura do Estado capitalista, isso nos leva ao entendimento de
que o Estado esta adentrado a uma disputa de interesses, ocasionado pela divisão do trabalho
e consequentemente a divisão de classes, isto implica nas relações presentes sobre a quem
deve servir as ações das políticas públicas no Brasil. Nesta luta de interesses o Estado procura
amenizar as desigualdades sociais através de políticas, e neste contexto as políticas
educacionais atuam como atenuantes mais eficazes para amenizar também os conflitos de
classes, pois o Estado capitalista se apropriou da educação tornando esta mecanismo de
controle e mantenedora do status quo de uma pequena parcela da sociedade que detém o
poder do lucro, em todas as esferas da produção, isto é do mercado.
Esta luta de interesses condiciona a forma e conteúdo referentes as políticas,
fazendo com que o Estado capitalista atua como gerente e centralizador, assim CARMO
(2015) afirma sobre a “importância das políticas educacionais serem construídas com
participação social”, pois CARMO (2015) ao inter-relacionar a questão do Estado capitalista
com as lutas da classe trabalhadora, lembra o autor sobre a realidade pontual do espaço
ribeirinho amazônico e a educação marginalizada que vem sendo operada na região, hora com
uma escola sucateada e multisseriada, porém presente na própria comunidade, hora como
escola núcleo, homogeneizada, pautada na seriação, e distante das comunidades. Vale frisar
que no entanto, as políticas de nucleação que o autor faz a crítica, são estas que são
construídas sem a participação da sociedade que na pratica será afetada diretamente com este
modelo de política, pautada na contenção de gastos, com o discurso de que o sistema de
seriação é o melhor caminho para a qualidade em educação, puro fetiche, pois os dados em
relação ao sistema de seriação também revelam que a questão do problema da má qualidade
em educação não está na forma como a escola esta organizada (seriada ou não), mas na
estrutura que a mantém, ou seja, no sistema primordial que a financia, em razão de que e a
quem.
Diante da análise do Estado Capitalista, trazemos para o debate as questões
levantadas por MENDES (2012) e SILVA (2012), a primeira expõe através de apresentação
em resumo de sua tese, a problemática de governos populares tentar construir processos com
participação mais ativa do povo, seus desafios e entraves, fazendo a crítica pertinente em
relação ao fisiologismo que impera, mesmo em governos ditos populares, e que acabam por
influenciar as ações das políticas na prática e o segundo que expõe também em resumo de sua
dissertação de mestrado, a questão do financiamento da educação superior e as “estratégias”
que a Universidade precisa construir para obstruir a muralha que as leis e que governo impõe
em razão das grandes corporações econômicas através de “cursos de contrato” proporcionados
em parceira Prefeituras e Universidade, ocasionando o que o autor chamará com base em Dias
Sobrinho (2002) de “educação como quase-mercado”.
Neste sentido analisar as políticas educacionais atreladas ao um Estado capitalista
que dita seu receituário desconsiderando as especificidades da região amazônica, somado ao
fisiologismo dos governos inclusive de esquerda, ao financiamento direcionado a “qualidade
total”’ das grandes corporações econômicas do mercado, resta-nos procurar entender e
construir a saída, que segundo RODRIGUES (2015) esta no processo da educação
ominilateral, e esta, portanto, perpassa “pela necessidade de maior investimento público às
escolas da Região Norte, com políticas educacionais que assumam como prioridade os
processos de formação e qualificação de professores e maior infraestrutura das escolas e que
precisa estar sintonizada com a formação de sujeitos comprometidos com os rumos
pedagógicos e políticos da escola, ou seja, uma perspectiva de educação integradora, que
requer sujeitos para além do domínio dos conhecimentos científicos, mas que também domine
os conhecimentos relativos ao exercício dos direitos e deveres na sociedade, tal como orienta
Gramsci (1978). A saída esta no compromisso de que as camadas populares necessitam se
apropriar “[...] das ferramentas culturais necessárias à luta social que travam para se libertar
das condições de exploração em que vivem” (SAVIANI, 2006, p. 71).
Portanto a luta travada da nossa classe trabalhadora necessita da hegemonia de um
projeto societário construído na base daqueles que precisam das condições que materializaram
as razões de suas necessidades, ou seja, de um projeto que tenha a identidade da classe
trabalhadora, esta que sabe bem como é o gosto da opressão, da marginalização, da
criminalização da luta por direitos, esta classe que carrega nos ombros o peso do trabalho,
enquanto alguns ( a minoria) usufrui do que produzem, classe essa reificada, coisificada, mas
que sabe é possível criar uma outra realidade, a partir de sua transformação, classe
trabalhadora que luta e resiste.

i
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação e Cultura (PPGEDUC) do Campus Universitário do
Tocantins/Cametá – UFPA. Especialista em Gestão e Planejamento da Educação (UFPA). Professora da
Educação Básica da Rede Municipal de Educação de Cametá - Pará.

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