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I - ASSUNSSAO DE DÍVIDA

1 INTRODUÇÃO

ORIGEM HISTÓRICA DA TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES

O direito obrigacional se baseia na existência de dívida, em que surgem


personagens essenciais, que figuram necessariamente, nos polos de uma
relação jurídica, unidos por uma prestação devida por um e por crédito de outro,
denominando-se então Credor e Devedor.
No direito romano, o vínculo obrigacional era pessoal, intransferível e
pautado por solenidades que transformavam qualquer mutação subjetiva em
nova relação obrigacional.
Na época, a única forma que transmitia obrigações era a morte, onde o
de cujus ao deixar dívidas, estas eram transmitidas aos herdeiros. Dessa forma,
os herdeiros passavam a suceder a dívida deixada pelo seu antecessor.
Convém salientar que na época daquele direito, o inadimplemento, gerava
responsabilidade pessoal ao devedor, insurgindo sobre si, a coerção do Estado
na relação obrigacional.
É importante trazer à baila, a forma pela qual o direito romano analisava
o direito das obrigações, quando na verdade não reconhecia o referido termo,
mas nomeava-o em quatro momentos, a saber: Nexum, Contractus, pactum e as
Constituições Imperiais.
O Nexum era a ideia de dois sujeitos, e caso houvesse inadimplemento,
o devedor respondia com o próprio corpo. O segundo, denominado Contractus,
onde se preocupavam somente em contratos reais e formais. O terceiro, pactum
era o acordo entre as partes que não poderia responsabilizar o devedor caso
não cumprisse o acordado. Por fim, as constituições imperiais que diminuíram
as formalidades contratuais.
É importante ressaltar três relevantes fases que de certa forma delimitam
as relações obrigacionais. Num primeiro momento, frisa-se sua amplitude
conceitual e grande projeção nos demais ramos do Direito Civil.
O segundo momento é a universalidade envolvida no direito das
obrigações, onde inclusive, defende o professor Cristiano Chaves que “é uma
tendência moderna de maior internacionalização, na medida em que surgem
blocos econômicos e a comunicação e formas de comércio dinamizam-se”.
Já a terceira marca do Direito das Obrigações é que evolui de forma muito
lenta, e segundo Chaves, esse fator se dá pela pouca influência de fatores
políticos, morais e religiosos.
Portanto, é analisar as formas pelas quais transmitem-se as obrigações
no direito brasileiro, com enfoque no tema apresentado, sem contudo, olvidar
das outras formas existentes no país, que a partir de agora destaco.

ASSUNÇÃO DE DÍVIDA NO CÓDIGO CIVIL DE 1916

A assunção de dívida não era regulada pelo Código Civil de 1916, sendo
portando, neste, regulada apenas a cessão de crédito, logo, é uma “novidade”
em nosso ordenamento jurídico.
Durante a vigência do Código de 1916 até poderia ser realizada, apesar
de não ser matéria tratada no código, porém, com expressa aceitação e anuência
do credor, assim como atualmente.
O atual Código de Processo Civil, vigorando desde 1974, trata sobre isso
no inciso III, ao dizer sobre os sujeitos passivos da execução, em seu artigo 568,
que diz:
“Art. 568. São sujeitos passivos na execução:
[...]
III – o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação
resultante do título executivo;”

ASSUNÇÃO DE DÍVIDA NO CÓDIGO CIVIL DE 2002

No Código vigente, como é facultada a transmissão da obrigação, uma


vez transmitida, o devedor cedente da mesma, não mais terá vínculo com o
credor, ficando a responsabilidade por inteira do assuntor, salvo se a substituição
do credor for anulada.
Com a concordância do credor, há prazo para o consentimento, é o que diz
Maria Helena Diniz:
“Pode-se estipular, judicialmente ou extra judicialmente, prazo
ao credor para que anua na cessão do débito, interpretando seu
silêncio, durante tal lapso temporal (na praxe – 15 a 30 dias),
como recusa na substituição do antigo devedor pelo terceiro.

Se uma pessoa adquire de outra um imóvel rural gravado com uma


hipoteca – situação comum nos dias atuais – no valor de R$. 800.000,00
(oitocentos mil reais). Caso o credor hipotecário não impugnar no prazo de 30
(trinta) dias da transferência, deve-se entender o consentimento do mesmo, ou
seja, o devedor ainda será o vendedor do imóvel, conforme regra do artigo 303
do Código Civil:
“Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o
pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta
dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento.”

2 CONCEITO

A denominações cessão de débito ou assunção de dívidas, vindas do


direito alemão (Die Schuldübernahme), trata de uma possibilidade jurídica na
qual o débito pode ser transferido da pessoa do devedor para um terceiro, com
o consentimento do credor, esse ocupará seu lugar na relação obrigacional sem
alteração na substância da relação ou que se extinga a obrigação.
No direito moderno admite-se a substituição do devedor na relação
obrigacional, validando a sucessão singular passiva na obrigação. O direito
brasileiro não a regulava, mas nem por isso essa lacuna era interpretada como
inadmissibilidade da cessão de débito, que era aceita pela doutrina e admitida
implicitamente pelo próprio Código Civil de 1916, ante o princípio da liberdade
das convenções.
O novo código positiva a assunção de dívida nos artigos 299 a 303 que
se reserva a regular a matéria. Como dito por Stolze e Pamplona: “O Novo
Código Civil, diferentemente do Código anterior, que era silente a respeito,
reservou todo o Capítulo II do Título II para disciplinar a matéria.”
Portanto a cessão de débito ou assunção de dívidas é um negócio jurídico
bilateral, onde o devedor é o cedente e o credor o cedido, e este terceiro vêm a
ser o assuntor ou cessionário. O consentimento do credor é de suma importância
para a ocorrência da cessão de débito ou assunção da dívida, haja vista que seu
silêncio é qualificado como uma recusa.
Assunção de dívida ou cessão de débito, assim também denominada por
parte da doutrina, é matéria tratada na parte especial do Novo Código Civil, de
modo que o velho Código Civil de 1916 era omisso nessa matéria. Tal instituto é
regulado pelo direito das obrigações, no Capítulo II do Título II nos artigos 299 a
303. É, portanto, uma forma de transmissão das obrigações onde há uma
alteração subjetiva, substituindo-se a parte passiva da relação obrigacional.
Pablo Stolze menciona que “a cessão de débito ou assunção de dívida
consiste em um negócio jurídico por meio do qual o devedor, com o expresso
consentimento do credor, transmite a um terceiro a sua obrigação. Cuida-se de
uma transferência debitória, com mudança subjetiva na relação obrigacional”.
Assim dispõe o art. 299 do Código Civil
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o
consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo
se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que
consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.
A primeira noção é que a assunção não pode ocorrer sem a concordância
do credor, pois o credor possui como garantia de adimplemento da obrigação o
patrimônio do devedor. Deste modo, a pessoa do devedor é importante para o
credor. Assim como o credor não é obrigado a receber coisa diversa do objeto
da obrigação, ainda que mais valiosa, não está o credor obrigado a aceitar outro
devedor, ainda que mais abastado, bastando dizer que o devedor mais
afortunado patrimonialmente que assume a dívida de um terceiro pode não ter a
mesma disponibilidade moral para pagar a dívida.
Assim, é pacífica a jurisprudência do Egrégio Superior Tribunal de Justiça,
senão vejamos no julgamento do Agravo Regimental no Agravo de Instrumento
nº 1290626/TO, que teve como relator o Ministro Luis Felipe Salomão:

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.


ASSUNÇÃO DE DÍVIDA. AUSÊNCIA DE ANUÊNCIA EXPRESSA DO
CREDOR. ART. 299 CÓDIGO CIVIL. CIRCUNSTÂNCIA
RECONHECIDA PELO TRIBUNAL ESTADUAL COM ANALISE DO
ACERVO FÁTICO-PROBATÓRIO. REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE.
SÚMULA 7/STJ. 1. O Tribunal de origem, no exercício da análise
soberana dos elementos fático-probatórios carreados aos autos,
consignou não haver anuência expressa do credor quanto à assunção
da dívida por terceiro, nos termos do exigido pelo art. 299 do Código
Civil. 2. A revisão do entendimento das instâncias ordinárias
demandaria reexame de prova, o que se revela defeso em sede de
recurso especial ante a incidência da Súmula 7 desta Corte Superior.
3. Agravo regimental a que se nega provimento.

O consentimento do credor é de tamanha importância, que o silêncio é


considerado como recusa, contrariando até mesmo a máxima cotidiana de que
“quem cala consente”. A lei não admite a exoneração do devedor se o terceiro
(assuntor), a quem se transmitiu a obrigação, era insolvente e o credor
ignorava. Será também restabelecida a obrigação se a substituição do devedor
vier a ser invalidada, restaurando-se o débito com todas as suas garantias,
excetuando-se as garantias prestadas por terceiro.

3 ESPÉCIES

A assunção de dívida pode se dar de duas maneiras. Uma ocorre por


acordo entre o terceiro e o credor. Na falta de disposição legal, utiliza-se a
nomenclatura utilizada na doutrina estrangeira. A chamada expromissão do
Código italiano é a forma típica da assunção de dívida. Por ela um terceiro
(expromitente) contrai perante o credor a obrigação de liquidar o débito, a ideia
é de o terceiro assumir espontaneamente o débito de outra.
A expromissão poderá ser:
a) liberatória, se houver perfeita solução do débito, pela substituição do
devedor na relação obrigacional pelo expromitente, ficando exonerado o devedor
primitivo, exceto se o terceiro que assumiu a dívida era insolvente o credor
ignorava. Poderá ainda ser,
b) cumulativa, se o expromitente entrar na obrigação como novo devedor,
ao lado do devedor primitivo, passando a ser devedor solidário, de forma que o
credor poderá reclamar o pagamento a qualquer um deles.
A outra forma trata-se da hipótese de delegação. Nesse caso a assunção
ocorrerá por acordo entre o terceiro e o devedor, onde este transfere àquele sua
posição de devedor, com a concordância do devedor. As partes podem se
desejarem, continuar o devedor primitivo responsável pela dívida, ocorrendo
uma assunção imperfeita ou de reforço, tratando-se da figura de um garante. A
solidariedade somente existirá caso haja manifestação expressa.

4 CARACTERÍSTICAS E PRESSUPOSTOS

A assunção de dívida tem natureza contratual; é um negócio jurídico


bilateral, quer se faça somente entre credor e terceiro, quer se faça com a
intervenção expressa do devedor primitivo. Quanto à forma do negócio jurídico,
se exigir forma especial, assim deverá ser feito, caso contrário a forma é livre.
Podem dela ser objeto dívidas presentes e futuras, admitindo-se também
condição. Os possíveis vícios são os dos negócios jurídicos em geral. Trata-se
de ato de aquisição e disposição, de tal forma que se deve analisar a capacidade
das partes e a legitimação no caso concreto.
Maria Helena Diniz menciona que são pressupostos da assunção:
a) existência e validade da obrigação transferida;
b) substituição do devedor sem alteração na substância do vínculo
obrigacional;
c) concordância expressa do credor;
d) observância dos requisitos atinentes aos atos negociais, por ser esta a
sua natureza jurídica.
Entende-se que o objeto da assunção de dívida deve incidir numa
obrigação válida, podendo constituir-se sobre a dívida principal ou acessória, e
ainda sobre dívidas submetidas a condição, a termo ou até mesmo dívidas
vindouras.

5 EFEITOS

Maria Helena Diniz aponta que a cessão de débito produz os seguintes


efeitos:
1º) Liberação do devedor primitivo, com subsistência do vínculo
obrigacional, salvo se o novo devedor, ao tempo da assunção era insolvente o e
credor ignorava;
2º) Transferência do débito a terceiro, que se investirá na condicio
debitoris;
3º) Cessação de privilégios e garantias pessoais do devedor primitivo, de
modo que o novo devedor não terá direito de evocar as exceções pessoais do
antigo sujeito passivo;
4º) Sobrevivência das garantias reais (penhor, hipoteca), prestadas pelo
devedor originário, que acediam a dívida, com exceção das garantias especiais
(aval, fiança) que foram constituídas, em atenção à pessoa do devedor, por
terceiro alheio a relação obrigacional, a não ser que ele consinta na sua
permanência;
5º) Anulação da substituição do devedor, acarretando a restauração da
dívida, ou o retorno das partes ao statu quo ante, com todas as suas garantias,
salvo as prestadas por terceiro, a não ser que ele tivesse ciência do vício que
maculava a obrigação, pondo fim à assunção.
6º) Possibilidade de o adquirente de imóvel hipotecado tomar a seu cargo
o pagamento de crédito garantido, se o credor notificado não impugnar em 30
dias a transferência do débito, entender-se-á dado o seu assentimento.
Para a perfeita concretização da assunção de dívida, são necessários os
pressupostos de existência e validade de todos os negócios jurídicos, e ainda a
existência e a validade da obrigação que será transmitida, além validade do
contrato de transmissão, sem nunca nos esquecermos do consentimento do
credor.

6 ASSUNÇÃO DE DÍVIDA E INSTITUTOS AFINS

Assunção de dívida tem semelhança com outros institutos jurídicos,


contudo não devem ser confundidos, devendo ser distinguidos para melhor
entendimento de suas características e efeitos.
A primeira semelhança observada com cessão de débito é a promessa de
liberação do devedor, que se configura quando uma pessoa (promitente) se
obriga perante o devedor a desonerá-lo da obrigação, efetuando uma prestação
em lugar dele. Porém, a no caso da promessa de liberação esta deve ser
efetuada perante o devedor, não tendo o credor nenhum direito de exigir o seu
cumprimento, enquanto na assunção de dívida a obrigação é contraída perante
o credor que adquire o direito de exigir do assuntor a realização da prestação
devida.
A assunção de dívida também e semelhante a uma das modalidades de
novação, que é a novação subjetiva por substituição do devedor. Em ambas as
situações ocorre a substituição do primitivo devedor por outra pessoa no dever
de cumprir a prestação a que o credor tem direito. A distinção teórica entre os
institutos consiste em que na novação subjetiva passiva a dívida anterior se
extingue, para ser substituída pela subsequente; enquanto que na assunção de
dívida é a mesma obrigação que subsiste, havendo mera alteração da pessoa
do devedor. A consequência primordial resultante dessa distinção, é que na
novação, desaparecendo a dívida anterior, perecem as garantias e acessórios
do crédito assim novado.
A figura jurídica da assunção de dívida guarda acentuada afinidade com
a fiança, pois tanto o fiador quanto o assuntor se obrigam perante o credor a
realizar uma prestação devida a outrem. Contudo, se distinguem pelo fato de a
fiança constituir, em regra, uma obrigação subsidiária, só respondendo este se
o devedor não puder cumprir a prestação prometida, diferentemente do assuntor
que não é obrigado subsidiário, mas sim o único obrigado, salvo no caso de
assunção cumulativa, em que é um dos obrigados, lado a lado com o devedor
primitivo, respondendo solidariamente.
Também existem as afinidades entre a assunção de dívida e as
estipulações em favor de terceiro, tendo em vista que em ambas se pode
estabelecer uma vantagem de ordem patrimonial para uma pessoa estranha à
convenção entre as partes. Todavia, nas estipulações em favor de terceiro, o
estipulante ou promissário cria a favor do terceiro beneficiário o direito a uma
nova prestação, mediante obrigação contraída pelo promitente. O caso da
assunção de dívida não é um benefício adquirido mediante a atribuição de um
direito novo a uma prestação, mas sim resulta imediatamente de sua exoneração
da dívida.
II - CESSÃO DE CONTRATO OU CESSÃO DA POSICAO
CONTRATUAL

1 INTRODUCAO

Uma análise dessa espécie de transmissão é de suma relevância,


primeiro por que, infelizmente, a legislação foi omissa quanto ao tema, e
segundo, pela importância ao mundo dos negócios.
Importante analisar que este instituto resulta no complexo das duas já
mencionadas formas de transmissão: Cessão de Crédito e Assunção de Dívida.
Pois, é a possibilidade que os contratantes têm de transmitir a posição contratual
da qual faz parte.

2 CONCEITO

Na cessão de contrato o cedente transfere a sua própria posição


contratual, compreendendo nisto seus créditos e débitos ao cessionário, que
então passa a substituí-lo na relação jurídica originária.
Quanto ao conceito, vale consignar o ensinamento de Massimo Bianca
quando diz ser a cessão de posição contratual “um negócio pelo qual o titular de
uma relação contratual cuja prestação correspondente ainda não foi executada
(cedente) substitui-se por um terceiro (cessionário) como o consentimento da
outra parte (cedido)”.
A cessão de contrato ou cessão de situações contratuais, consiste então
na transferência da inteira posição ativa e passiva do conjunto de direitos e
obrigações de que é titular uma pessoa, derivados de um contrato bilateral já
ultimado, mas de execução ainda não terminada. Destarte a cessão de contrato
é uma espécie de cessão de crédito e de assunção de dívida (cessão de débito),
em uma única relação jurídica.
Silvio Venosa observa: que a cessão de credito substitui uma das partes
na obrigação apenas do lado ativo, e em único aspecto na relação jurídica, o
mesmo ocorrendo pelo lado passivo na assunção de dívida. Todavia, ao
transferir uma posição contratual, há um complexo de relações que se transfere:
débitos, créditos, acessórios, prestações em favor de terceiros, deveres de
abstenção etc. Na transferência da posição contratual, portanto, há cessões de
crédito (ou podem haver) e assunções de dívida, não como parte fulcral no
negócio, mas como elemento integrante do próprio negócio.
Assim, o cessionário assume de forma originária a posição que a priori
pertencia ao cedente, com uma função de circularidade. O escopo desse instituto
se revela em deletar uma das partes do contrato – o cedente.

3 NATUREZA JURÍDICA

Tratando-se da natureza jurídica desse instituto, duas correntes transitam


no mundo doutrinário. Unitária e a Atomística. Para a primeira corrente
(Atomística) a alteração contratual, se dá pelos elementos ativos e passivos, e
que devem ser considerados de forma distinta.
Para a segunda corrente (unitária) a cessão deve ser considerada como
uma transferência em bloco, na qual não se distinguem os elementos passivos
e ativos do contratante.
Hamid Charaf, aborda em seu livro específico sobre o tema, um tópico
falando sobre as hipóteses de impossibilidade da cessão da posição contratual.
Nesse particular, na mesma obra cita o professor Joaquim J. Forner, que aponta
algumas limitações a realização da cessão.
Dentre as quais, aponta:
1 – Contrato fundado em qualidades pessoais dos contratantes;
2 proibição legal ou convencional;
3 – ajuste das partes do contrato cedido sobre a indispensabilidade da
aprovação da cessão.
Tais hipóteses são reflexo de toda e qualquer relação jurídica, quando na
primeira hipótese fica evidenciado que negócios infungíveis, por sua essência
são intransferíveis, no segundo ponto, é óbvio que não poderá ser realizado
quanto contrariar a lei ou vontade das partes, e por último a vontade dos
contratantes, tratando especificamente, impossibilitando a realização do
negócio.
Mesmo não havendo menção de forma expressa sobre cessão de posição
contratual na legislação vigente, o seu estudo passa a ser mister, dado a sua
relevância no mundo jurídico, até por que, a matéria pode ser tratada como uma
espécie de contrato atípico.

4 REQUISITOS E EFEITOS

Alguns requisitos básicos para a ocorrência da cessão de contratos


devem ser cumpridos, deve-se observar a transferência bilateral, haja vista que
se unilateral ter-se-á cessão de crédito ou débito. A transferência só correrá com
sua formação e anteriormente a sua execução, com transferência de direitos e
deveres. Consentimento do cedido fundamentalmente. Devendo
obrigatoriamente o objeto ser licito, devendo as partes serem capazes a
participação na relação obrigacional e assim, ser este feito sobre forma legal.
Esses requisitos melhor expressos estão por Maria Helena Diniz:
1) O contrato transferido for bilateral, isto é, de prestações correspectivas,
pois se for contrato unilateral, ou seja, em que a vantagem ou o ônus se encontra
com uma das partes contratantes, a hipótese será de cessão de crédito ou de
débito.
2) O contrato for suscetível de ser cedido de maneira global, pois só
poderá ser transferido depois de sua formação e antes de sua execução.
3) Houver transferência ao cessionário não só dos direitos como também
dos deveres do cedente.
4) O cedido consentir, prévia ou posteriormente, pois uma vez que a
cessão de contrato implica, concomitantemente, uma cessão de crédito e uma
cessão de débito, a anuência do cedido será indispensável para a eficácia desse
negócio, sob pena de nulidade (Ciência Jurídica, 45:136). Isto é assim porque
para o cedido é muito importante a pessoa do cessionário, que passará a ser
seu devedor.
5) Houver observância dos requisitos do negócio jurídico, ou seja,
capacidade das partes, objeto lícito e forma legal.
6) A obrigação não for intuitu personae, nem houver estipulação de
cláusula vedando a cessão.
As consequências jurídicas da cessão de contrato podem ser
caracterizadas pela: Transferência do crédito e do débito de um dos contraentes
a um terceiro, esse terceiro entra na relação assumindo o lugar do antigo na
relação obrigacional; Subsistência da obrigação, substância da relação não será
afetada; Liberação do cedente do liame contratual, havendo consentimento
expresso do credor. (Maria Helena – p. 459)
Esses efeitos se fazem únicos e está em sua formação, diferenciando das
demais. Assim, que se pode transferir os direitos e deveres a um terceiro, com
consentimento do credor, sendo assim o devedor antigo liberado da relação e a
partir dessa substituição não há qualquer alteração quanto a substancia da
obrigação, pela qual esta foi formulada.
Quanto aos efeitos da cessão, sendo certo, que será analisada em relação
às partes envolvidas no negócio. Em relação ao cedente e cessionário, pode-se
dizer que ocorre substituição entre eles. Nesse caso, o cedente garante a
validade do contrato, entretanto, não pode dizer o mesmo quanto a solvabilidade.
Quanto a relação entre cedente e cedido, pode-se afirmar, que o efeito é
a extinção do cedente no que tange as obrigações que havia angariado, salvo,
se houver previsão contratual em contrário.
E por fim, o efeito em relação ao cedido e cessionário, nesse caso, é a
simples entrada do cessionário na relação contratual no lugar do cedente.

5 INSTITUTOS AFINS

A CESSÃO LEGAL OU IMPRÓPRIA


Na cessão própria, ou contratual ou negocial (analisada até o momento),
a transferência da posição contratual se realiza mediante a concorrência da
vontade dos figurantes envolvidos na cessão, quais sejam: o cedente, o
cessionário e o cedido, revelando-se como manifestação do princípio da
autonomia da vontade, a cessão legal, ou transmissão legal da posição
contratual, opera-se por força de lei, independente da vontade dos contratantes.
“O cedente sai do nexo contratual independentemente da concordância do outro
contratante originário, o qual não pode recusar a substituição”.

A CESSÃO DE CRÉDITO
Ao ceder sua posição na relação contratual, o contratante está cedendo a
posição de que é titular em um quadro unitário de direitos de créditos, deveres
de prestação, direitos potestativos, sujeições, deveres secundários ou
acessórios, deveres laterais, expectativas, ônus, etc., bem como outras
situações progressivamente desenvolvidas que formam um todo unitária.
Partindo-se desta concepção da posição contratual como um todo complexo,
faz-se flagrante a existência de pontos de divergência e diferenciação do instituto
da Cessão da posição contratual e do instituto da Cessão de crédito.

A ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
Ao se fazer um paralelo que se faça entre o objeto da assunção da dívida
e o objeto do instituto da cessão da posição contratual, tem-se as mesmas
observações realizadas quando da confrontação entre a transferência da relação
contratual e da cessão de crédito. O negócio de assunção da dívida compreende
somente o lado passivo da relação obrigacional. Mais uma vez verifica-se a
“transferência de apenas determinados direitos e não do contrato em sua
plenitude”. A assunção de dívida está contida na cessão da posição contratual.

O SUBCONTRATO
O subcontrato é aquele que alguém celebra com terceiro, utilizando-se da
posição que lhe foi conferida em um outro contrato. “Uma parte assume, na
relação que estabelece com um terceiro, a posição que deriva de um contrato
em curso denominado contrato-base”. Em outras palavras, o contratante
estabelece uma nova relação contratual com terceiro que tem por objeto a
transferência de direitos e obrigações (totais ou parciais) que aquele é titular em
virtude da posição contratual que ocupa no contrato principal.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. vol. 02. 26. ed.
São Paulo: Saraiva, 2011.

 GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de


Direito Civil. vol. 02. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. vol. 02. 8. ed.


São Paulo: Saraiva, 2011.

 VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: teoria geral das obrigações e


teoria geral dos contratos. vol. 02. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

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