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1. João Paulo, em suas compras mensais, adquiriu algumas garrafas de refrigerante. Ao chegar em casa e colocar
um pouco do produto em um copo, constatou que havia um inseto no mesmo. Inconformado com a situação,
decidiu demandar judicialmente a empresa fabricante do refrigerante, pleiteando indenização pelos danos
morais que alega ter sofrido. Diante do caso apresentado, responda, fundamentadamente:
Argumentaria que teria que fazer perícias no produto e quem garante que a barata não apareceu no copo depois de
ela ter colocado a coca, e não que a barata estaria dentro da coca, mas sim por perto e teria entrado no copo com
coca e ela não viu esse fato no exato momento que aconteceu, por estar fazendo outra coisa. Quem garante que isso
não pode ter acontecido.
2. Josefa, uma senhora de 60 anos de idade, que sempre se pautou pela retidão nas obrigações que assumiu, viu-
se em situação constrangedora quando, na busca de efetuar a compra de uma nova geladeira financiada,
recebeu a negativa do lojista por estar com seu nome incluído nos cadastros de restrição ao crédito, saindo da
loja sem o tão almejado produto. Diante disso, procurou saber o que originara a negativação de seu nome e
recebeu a informação de que a empresa que lhe fornecia o serviço de TV à cabo havia inscrito seu nome no
SPC e SERASA sob a alegação de ausência de pagamento das três últimas mensalidades. Sabedora de que isto
não correspondia à realidade, diligenciou no sentido de localizar os comprovantes de pagamento das faturas
que a empresa dizia estarem em aberto e, alcançando seu intento, entrou em contato com a empresa
noticiando o ocorrido e repassando os dados dos comprovantes de pagamento, sendo informada pela empresa
que, rapidamente, seu problema estaria resolvido. Confiando nas informações que lhe haviam sido prestadas,
Dona Josefa encaminhou-se, após duas semanas, à mesma loja. Contudo, a situação constrangedora repetiu-
se, fato que motivou o ajuizamento de ação de indenização pela Dona Josefa em face da empresa de TV à
cabo.
4. Rosa Maria comprou um carro anunciado nos classificados do jornal de maior circulação em sua cidade. O
vendedor do automóvel pediu um adiantamento de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a ser depositado em sua
conta-corrente. Assim procedeu Rosa Maria, mas acabou não recebendo o carro anunciado. Em face do golpe
e entendendo existir relação de consumo, propôs ação contra o jornal com pedido de indenização pelo dano
material no valor pago ao suposto dono do carro. Analisando a questão, responda:
a) As normas do CDC são aplicáveis na relação existente entre Rosa Maria e o jornal?
Não se enquadra tendo em vista, que o jornal não participou da relação de consumo havida entre o anunciante e o
consumidor, com isso o dano material não foi proveniente do jornal fornecido. Mas pela não entrega do veículo
ofertado pelo anunciante.
b) O jornal deve reparar o dano material sofrido por Rosa Maria decorrente de anúncio publicado nas
páginas de classificado?
Não. A responsabilidade não pode ser imputada, por que a empresa jornalística não elaborou o anuncio, e tampouco fez
parte do contrato de compra e venda entre o suposto vendedor e o interessado na compra.
O prejuízo sofrido se deu em razão do pagamento por um veículo, o qual não foi entregue pelo anunciante, e não pela
compra de um exemplar do jornal. Ou seja: o produto oferecido no anúncio (veículo) não tem relação com o produto
oferecido pelo jornal, que é (publicação de anúncios).
5. Marcelo, em janeiro de 2009, atendeu seu celular ao dirigir e, desatento, colidiu no táxi de Onofre. Este, por
sua vez, ingressou, em março do mesmo ano, com uma ação ordinária de reparação por danos materiais em
face de Marcelo, pleiteando o valor dos danos sofridos pelo veículo, cerca de R$ 6.000,00 (seis mil reais) na
época do acidente, cumulado com uma indenização pelos 20 (vinte) dias em que o veículo ficou parado para
conserto. Informou que, na época, uma diária do seu trabalho correspondia a cerca de R$ 40,00 (quarenta
reais), fato confirmado pelo Sindicato da categoria e pela cooperativa em que trabalha. Em janeiro de 2010, a
ação foi julgada procedente. Resta liquidar o valor que deve ser pago por Marcelo. Como efetuar tal cálculo,
levando em consideração a correção monetária e os juros incidentes sobre o período? Aponte os valores
devidos. Provando os dias parados, com a declaração da oficina em que esteve parado para
os reparos.Os sindicatos da categoria fornecem uma certidão chamada certidão de lucro
cessante, onde consta o valor aproximado para mais ou para menos de quanto lucra
diariamente um taxista. A indenização é calculada pela extensão do dano. Então seria
7700 reais.
6. Luiza ajuizou ação de reparação por danos morais em face de jornal de grande circulação local, tendo em vista
a publicação desautorizada da mesma em topless, fotografada em praia pública, alegando invasão de sua
privacidade e intimidade. Com base em seus conhecimentos acerca do dano à imagem, responda: a
pretensão de Luiza encontra respaldo na legislação e jurisprudência pátria?
O direito à imagem é garantido constitucionalmente. Contudo, também o é o direito à
informação.
Se alguém expõe sua imagem em local público, não pode pretender indenização por
fotografia tirada em tal situação. Tal é o entendimento do STJ e do STF. Afinal, se a
pessoa faz topless numa praia movimentada, abriu mão, implicitamente, de seu direito à
intimidade, naquele caso concreto. Deve ser observado se a reportagem tinha somente a
intenção de informar, ou se havia o "animus injuriandi", único caso em que a indenização
poderia ser discutida. Caso não exista a injúria, não há que falar em dano moral. Indício
da injúria seria, por exemplo, se constasse da reportagem o nome da fotografada.
7. Durante dez anos, empregados de uma fabricante de extrato de tomate distribuíram, gratuitamente, sementes
de tomate entre agricultores de uma certa região. A cada ano, os empregados da fabricante procuravam os
agricultores, na época da colheita, para adquirir a safra produzida. No ano de 2009, a fabricante distribuiu as
sementes, como sempre fazia, mas não retornou para adquirir a safra. Procurada pelos agricultores, a
fabricante recusou-se a efetuar a compra. Assim, os agricultores ajuizaram ação de indenização em face da
fabricante pelos danos advindos da perda da produção, já que não tiveram a quem vender os tomates colhidos
naquela safra. Na função de julgador da demanda, verifique se a pretensão dos agricultores deve ser tida
como procedente. Fundamente sua resposta com os conceitos pertinentes.
Como ensina Flávio Tartuce (Direito Civil - Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie, 2010, p. 151): "....a fase
de debates ou negociações preliminares não vincula os participantes quanto à celebração do contrato definitivo.
Entretanto, está filiado ao entendimento segundo o qual é possível a responsabilização contratual nessa fase do
negócio jurídico pela aplicação do princípio da boa-fé objetiva, que é inerente à eticidade, um dos baluartes da atual
codificação privada." Assim, embora não haja previsão expressa no Código Civil acerca da fase de negociações
preliminares, os enunciados 25 e 170 das Jornadas de Direito Civil do STJ reconhecem a aplicação da boa-fé objetiva
em todas as fases do contrato, o que inclui a fase pré-contratual.
8. Um jornal de grande circulação local divulgou, com destaque, foto do juiz da cidade saindo de um motel com
uma psicóloga que prestava serviços na região. O juiz era casado e a foto provocou um escândalo, bem como a
separação judicial do mesmo. Dois anos após o ocorrido, ele decidiu ingressar contra o jornal com uma ação de
indenização por danos morais. O juiz faz jus à reparação pleiteada?