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MÓDULO DE:

ADMINISTRAÇÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA

AUTORIA:

Edmar Lyrio Temporim

Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

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Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
Módulo de: Administração Contábil e Financeira
Autoria: Edmar Lyrio Temporim

Segunda edição: 2012

CITAÇÃO DE MARCAS NOTÓRIAS

Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes
e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando
tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos.
Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente a aplicação didática, beneficiando e
divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização
e direitos autorais.
E, por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas
de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial.

Todos os direitos desta edição reservados à


ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA
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Bairro Itaparica – Vila Velha, ES
CEP: 29102-040
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A presentação

Este módulo tem como linha lógica o desenvolvimento de temas que possam apresentar as
principais ferramentas de administração financeira, num contexto de uma empresa moderna.
A utilização de pressupostos contábeis visa facilitar o entendimento do aluno, de forma que
ele conheça os principais demonstrativos contábeis e suas utilidades enquanto mecanismos
de formação e informação de dados. Cumpre identificar como esses instrumentos de
“finanças” estruturam o pensamento do gestor financeiro, tanto na necessidade de informar
ao sócio/investidor, quanto na gestão do empreendimento que ele possa produzir no
ambiente profissional que escolher.

O bjetivo

Introduzir o estudo da administração contábil e financeira enquanto processo de


aprendizagem sobre a produção de dados contábeis, a natureza financeira desses dados, e
sua utilidade enquanto elemento que denuncia as necessidades, os conflitos financeiros e as
possíveis correções recomendáveis a uma empresa.

E menta

São elementos técnicos de caráter acadêmico, que se servem dos conceitos básicos de
contabilidade; dos instrumentos que diagnosticam momentos dinâmicos e estáticos da
informação contábil, sempre sob a ótica da gestão financeira empresarial.

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S obre o Autor

Sou Edmar Lyrio Temporim

Graduado em Ciências Econômicas;

Especialização Administração Bancária, com ênfase em Gestão Financeira;

Especialização em Tecnologia de Gestão Pública e Responsabilidade Fiscal (ESAB);

MBA em Finanças Corporativas - Executivo em Finanças - pelo IBMEC (Instituto Brasileiro de


Mercado de Capitais).

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S UMÁRIO

UNIDADE 1 ........................................................................................................... 8
Uma visão geral .................................................................................................................... 8
UNIDADE 2 ......................................................................................................... 10
Precedentes Históricos Europeus ....................................................................................... 10
UNIDADE 3 ......................................................................................................... 13
SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS .....................................................................13
UNIDADE 4 ......................................................................................................... 17
O MÉTODO CONTÁBIL E O INTERESSE PELA INFORMAÇÃO ......................................17
UNIDADE 5 ......................................................................................................... 20
AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ............................................................................20
UNIDADE 6 ......................................................................................................... 23
OBRIGATORIEDADE NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS..........................................23
UNIDADE 7 ......................................................................................................... 25
UMA VISÃO PONTUAL SOBRE A LEI 11.638 ...................................................................25
UNIDADE 8 ......................................................................................................... 27
ALERAÇÕES DA LEI 6.404/76. .......................................................................................... 27
UNIDADE 9 ......................................................................................................... 31
CARACTERÍSTICAS CONCEITUAIS DO BALANÇO PATRIMONIAL ................................ 31
UNIDADE 10 ....................................................................................................... 37
Equação Patrimonial e suas variações ...............................................................................37
UNIDADE 11 ....................................................................................................... 40
Balanço Social: Características e Formalidades .................................................................40
UNIDADE 12 ....................................................................................................... 44
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ......................................................... 44
UNIDADE 13 ....................................................................................................... 49

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VARIAÇÕES DO PATRMÔNIO LÍQUIDO ...........................................................................49
UNIDADE 14 ....................................................................................................... 52
APURAÇÃO DO RESULTADO ........................................................................................... 52
UNIDADE 15 ....................................................................................................... 57
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ..................................................... 57
UNIDADE 16 ....................................................................................................... 67
Demonstração dos Fluxos de Caixa.................................................................................... 67
UNIDADE 17 ....................................................................................................... 74
Demonstração do Valor Adicionado .................................................................................... 74
UNIDADE 18 ....................................................................................................... 76

UNIDADE 19 ....................................................................................................... 80
ANÁLISE FINANCEIRA ......................................................................................................80
UNIDADE 20 ....................................................................................................... 83
Estrutura do balanço para análise....................................................................................... 83
UNIDADE 21 ....................................................................................................... 88
Análise da situação patrimonial ........................................................................................... 88
UNIDADE 22 ....................................................................................................... 91
ANÁLISE DE LIQUIDEZ......................................................................................................91
UNIDADE 23 ....................................................................................................... 95
Procedência e Aplicação de Capitais .................................................................................. 95
UNIDADE 24 ..................................................................................................... 100
Rentabilidade .................................................................................................................... 100
UNIDADE 25 ..................................................................................................... 103
Rotação e Renovação de Estoques .................................................................................. 103
UNIDADE 26 ..................................................................................................... 105
Rotação e Renovação de Recebimentos e Pagamentos .................................................. 105
UNIDADE 27 ..................................................................................................... 109
ADMINISTRAÇÃO DE CAPITAL DE GIRO ...................................................................... 109
UNIDADE 28 ..................................................................................................... 116

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PONTO DE EQUILÍBRIO E ALAVANCAGEM FINANCEIRA ............................................ 116
UNIDADE 29 ..................................................................................................... 123
AVALIAÇÃO DE PROJETOS ............................................................................................ 123
UNIDADE 30 ..................................................................................................... 131
A REGRA DO PERÍODO PAYBACK ................................................................................ 131
GLOSSÁRIO ..................................................................................................... 136

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 140

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U NIDADE 1
Objetivo: Introduzir o módulo e o estudo da Administração Contábil e Financeira.

Uma visão geral

No desenvolvimento dos negócios de qualquer empresa, seus administradores financeiros


precisam obter respostas para três perguntas fundamentais:

Primeiramente, que investimentos devem ser feitos pela empresa?

Essa é uma decisão que envolve orçamento/planejamento sobre estratégia de atuação. Em


segundo lugar, como se devem levantar recursos para financiar os investimentos exigidos?
Dizemos que essa é uma decisão de financiamento. Em terceiro lugar, que investimentos de
curto prazo a empresa deve fazer, e como devem ser financiados/gerenciados?

Propositadamente, nosso estudo fará movimentos mais objetivos na direção das finanças de
curto prazo, procurando sustentar análises que possam contribuir para a gestão financeira
mais imediata de uma empresa.

Vamos caminhar pelos conceitos de um sistema de informações contábeis, o método


contábil, o universo que manifesta interesse pela informação contábil, culminando nas
demonstrações financeiras, inclusive aquelas que são obrigadas pela Lei 6.404/76, trazidas a
efeito através da Lei 11.638/07 e regulamentações posteriores.

A segunda parte do nosso curso talvez esteja mais afeta ao seu título. A análise financeira
impõe uma dinâmica própria, permitindo ao gestor financeiro conhecer situações de liquidez,
seja ela econômica ou financeira, de forma a evidenciar momentos do ciclo operacional e
financeiro da empresa.

Como um médico que antecipa um diagnóstico preventivo sobre seu paciente, ao gestor é
permitido imprimir correções que sustentem o fluxo de caixa necessário ao cumprimento de

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obrigações urgentes, ou apontar mudanças estratégicas que recomendem ou não a decisão
sobre novos investimentos.

Na terceira parte, procuramos enfatizar com alguma especificidade instrumentos modernos


de gestão financeira como a avaliação de projetos e a regra do período payback, os quais,
apesar de abordados em suas fases iniciais, cumprem informar sobre a importância desses
instrumentos no mundo financeiro atual.

A Administração Contábil e Financeira é o termômetro que procura assegurar o crescimento


e a continuidade de um empreendimento. Ela agrega valor ao conjugar capacidade técnica,
financeira e administrativa, sempre interagindo informações e controles, como instrumentos
vitais para quem pretende produzir, vender e receber com sucesso.

O ensino à distância tem como mérito estimular a disciplina do aluno, dando-lhe a liberdade
de administrar seu tempo de estudo, segundo suas próprias necessidades.

Por exemplo, se seu rendimento é melhor imprimindo o conteúdo, faça-o, em nome das
facilidades que irá subtrair dessa decisão.

Portanto, a partir dos recursos disponíveis, organize um “padrão bom” de aprendizagem e


planeje utilizá-lo com o melhor grau de aproveitamento.

Contabilidade Introdutória Equipe de Professores da FEA/USP, Ed. Atlas.

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U NIDADE 2
Objetivos: Apresentar uma breve revisão da evolução histórica Contabilidade, com foco
apenas nas tendências e formas evolutivas. Toda e qualquer citação busca, exclusivamente,
ilustrar a forma evolutiva da Contabilidade e a síntese histórica será feita com base em
avaliação crítica.

Precedentes Históricos Europeus

Após o surgimento inicial do método contábil, na Itália, provavelmente no século XVIII ou


XIV, de sua divulgação no século XV (obra de Frà Luca Pacioli), da disseminação da “escola
italiana” por toda a Europa, surge no século XIX um período que muitos denominaram de
científico, e outros preferem chamar de “romântico”.

É neste período que, talvez pela primeira vez, a teoria avança com relação às necessidades
e às reais complexidades das sociedades. Esta fase também teve seus expoentes máximos
na Itália, que denominou o cenário contábil provavelmente até os primeiros vinte e cinco
anos do século XX.

No fim do período denominado romântico ou em seus limites, surgem os vultos, entre outros,
de Fábio Besta, Giuseppe Cerboni, e, no fim do século XIX e início do século XX, Gino
Zappa e outros; mais recentemente, Aldo Amaduzzi, TeodoroD‘Ippolito e muitos outros.

A explosão Norte-Americana (escola anglo-saxônica)

O surgimento das gigantescas corporations, principalmente em inícios do século, aliado ao


formidável desenvolvimento do mercado de capitais e ao extraordinário ritmo de
desenvolvimento que aquele país experimentou e ainda experimenta, constitui um campo
fértil para o avanço das teorias e práticas contábeis norte-americanas.

Não podemos esquecer-nos, também, de que os Estado Unidos herdaram da Inglaterra uma
excelente tradição no campo da auditoria, criando, lá sólidas raízes.

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A evolução da Contabilidade nos Estados Unidos apoia-se, portando, em um sólido
embasamento. A saber:

 O grande avanço e o refinamento das instituições econômicas e sociais;

 O investidor médio é um homem que deseja estar permanentemente bem informado,


colocando pressões não percebidas no curtíssimo prazo, mas frutíferas no médio e
longo prazo, sobre os elaboradores de demonstrativos financeiros, no sentido de que
possam evidenciar tendências.

 O governo, as universidades e os institutos de contadores empregam grandes


quantias para pesquisas sobre princípios contábeis;

 O Instituto dos Contadores Públicos Americanos é um órgão atuante em matéria de


pesquisa contábil, ao contrário do que ocorre em outros países;

 Mais recentemente, a criação da Financial Accounting Standards Board (FASB) e, há


muitos anos, da SEC (a CVM deles), têm propiciado grandes avanços na pesquisa
sobre procedimento contábeis.

O avanço Brasileiro

Apesar de alguns vestígios de uma escola verdadeiramente brasileira, a Contabilidade no


Brasil evolui sob a influência da escola Italiana, até que algumas empresas de auditoria de
origem anglo-americana, certos cursos de treinamento em Contabilidade e Finanças,
oferecidos por grandes empresas, tais como o excelente BTC da General Eletric, e a
Faculdade de Economia e Administração da USP, em seu curso básico de Contabilidade
Geral, acabassem exercendo forte influência e revertendo a tendência.

Por outro lado, a legislação comercial, que até a Lei das Sociedades por Ações era
inspiração europeia (com traços marcantes brasileiros na classificação dos balanços das
S.A.), passa adotar uma filosofia nitidamente norte-americana, a partir, principalmente, da
Resolução nº. 220 e da Circular nº. 179 do Banco Central.

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A influência das empresas de auditoria anglo-americanas

Talvez essa tenha sido a mais antiga influência no sentido da “americanização” do


entendimento das normas e dos procedimentos de Contabilidade.

Obviamente, pelo menos de início, estas firmas levaram uma grande vantagem, em termos
de auditoria, sobre as congêneres puramente nacionais, em virtude da sólida tradição e
estrutura preexistentes, dos procedimentos e dos manuais adotados (poucas ou nenhuma
firma de auditoria nacional possuía) e a mentalidade existente.

Aos poucos foram associando-se a firmas nacionais preexistentes, com exceção notável da
Arthur Andersen & Co, que permaneceu nitidamente com as mesmas características
originais.

Perspectivas profissionais: Para o especialista em finanças, as perspectivas são excelentes.


Na verdade, ainda estamos no limiar de uma era em que será reconhecida toda a
importância da função contábil/financeira dentro das entidades.

No momento, o número de bons profissionais, com ampla visão de administração financeira é


muito escasso. Isso faz com que, os poucos que a possuem, consigam alcançar uma
valorização profissional extremamente positiva, conjugada com uma remuneração também
satisfatória.

São profissionais que normalmente habitam o staf maior das empresas, como Controladores,
Diretores Financeiros, Chefes de Departamento de Controladoria, etc. Portanto, todo esforço
adicional que aprofunda o conhecimento na área, cria “valor” profissional e estabelece
sintonia com um mercado cada vez mais exigente.

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U NIDADE 3
Objetivo: Destacar de forma espacial a dinâmica de coleta, registro, interpretação e os
interessados que demandam as informações contábeis.

SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

Conforme definem a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o IBRACON (Instituto dos


Auditores Independentes do Brasil), “A Contabilidade é, objetivamente, um Sistema de
Informação e Avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de
natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de
contabilização.

Os objetivos da Contabilidade, pois, devem ser aderentes, de alguma forma explícita ou


implícita, àquilo que o usuário considera como elementos importantes para o seu processo
decisório. Esta conceituação é importante para entendermos os objetivos e a abrangência do
Sistema de Informação Contábil Gerencial.

Trata-se, portanto, de um conjunto de procedimentos, envolvendo normas de controle


interno, rotinas de processamento da escrituração e relatórios, suficientemente delineados,
de modo a prover o administrador de informações para tomada de decisões gerenciais.

Toda empresa tem que dispor de sistemas de informações adequados para que possa
desenvolver com segurança e confiabilidade suas atividades de controle e tomada de
decisão.

Os sistemas são desenvolvidos especialmente para atender aos aspectos gerenciais de cada
setor da atividade. Assim, por exemplo, na administração financeira o “orçamento de caixa”,
tem por objetivo antever o fluxo monetário da empresa, evitando surpresas desagradáveis,
como a falta de disponibilidade para pagar as dívidas.

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Entre todos os recursos instrumentais utilizados pela administração, o “Sistema de
Informações Contábeis” surge como um meio especialmente desenvolvido e aperfeiçoado ao
longo do tempo para coletar, registrar, acumular, resumir, medir e interpretar os fenômenos
que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer atividade.

Iudícibus, em seu livro Análise de Balanço, Editora Atlas, p.22, comenta: “O Sistema de
informação contábil, embora comandado pela política contábil adotada pela empresa, contém
outras fases: 1. Fase de Coleta de Dados, 2. Fase de Ajustes, 3. Saídas dos Sistemas. Os
relatórios de saída, segundo o autor podem ser classificados da seguinte forma: a- Relatórios
financeiros, b- Relatórios de mudança (fluxos) ex. DRE, c- Dados de planejamento, d- Dados
para estudos especiais)”.

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A seguir, apresentamos um organograma básico de um sistema de Informações Contábeis.

Doc. (In e Ext)

Conferência e Classific.
classific.classificação

Documentos
Ficha de Lanc. Contábil

Caixa Cont. Interno Livros Fiscais

Diário Razão

Inventários Balancete Revisão e Análise

Declar. I.R. D.F. (Balanço) Análise

Relat. Admin.
Parecer Fiscal e Auditores Orçamentos

AGO

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Contabilidade – Instrumental para tomada de decisões.

Do seu ponto de vista a Contabilidade é fator importante da viabilização do sucesso


empresarial?

Quais os erros mais comuns quando a Contabilidade é utilizada apenas como instrumento de
gestão fiscal?

É possível administrar uma empresa sem apurar custo de produtos, confrontar receitas e
despesas, apurar fluxos de caixa gerados, rotatividade de estoques, etc?

Manifeste seu ponto de vista e conheça a opinião dos outros participantes.

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U NIDADE 4
Objetivo: Apresentar o método na sua concepção conceitual e o universo de interesse da
informação.

O MÉTODO CONTÁBIL E O INTERESSE PELA INFORMAÇÃO

O método contábil tem sua aplicação a uma pessoa física ou jurídica, com finalidades
lucrativas ou não, que tenha necessidade de exercer atividades econômicas para alcançar
seus objetivos.

Podemos atribuir à contabilidade o seguinte conceito: “Contabilidade é um sistema de


mensuração cujos registros são feitos somente dos fatos e eventos que podem ser
expressos em formas monetárias”.

Pelo conceito, não é difícil concluir que a mensuração da moeda é claramente essencial,
porquanto o seu uso implica em homogeneidade e similaridade básica entre R$ 1,00 e outro.

A contabilidade tem por objetivo registrar as transações provenientes de uma série de


fatores, tais como:

a) Dinâmica empresarial (gestão);

b) Veracidade das transações ocorridas ou por ocorrerem;

c) As dívidas contraídas;

d) Os bens adquiridos;

e) O capital investido pelos proprietários;

f) Os reflexos que as transações provocam na situação econômico-financeira;

g) O progresso, estagnação ou regresso para ciência dos interessados em seu passado,


presente ou futuro.
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Embora os interesses não sejam coincidentes, muitas são as pessoas que demandam a
informação contábil:

USUÁRIO DA INFORMAÇÃO META QUE DESEJARIA MAXIMIZAR OU


CONTÁBIL
TIPO DE INFORMAÇÃO MAIS IMPORTANTE

Acionista minoritário Fluxo regular de dividendos.

Acionista majoritário ou com Fluxo de dividendos, valor de mercado da ação, lucro


grande participação por ação.

Acionista preferencial Fluxo de dividendos mínimos ou fixos.

Emprestadores em geral Geração de fluxo de caixa futuros suficientes para


receber de volta o capital mais juros, com segurança.

Entidades governamentais Valor adicionado, produtividade, lucro tributável.

Empregados em geral Fluxo de caixa futuro capaz de assegurar bons


aumentos ou manutenção de salários, com segurança;
liquidez.

Média e alta administração Retorno sobre o ativo, retorno sobre o patrimônio


líquido; situação de liquidez e endividamento
confortável.

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Pela abordagem ética, a contabilidade deveria apresentar-se como justa e não enviesada
para todos os interessados. O apelo ético pressupõe repousar nas noções que sustentam e
são sustentadas por um contexto de “verdades”.

Ao mesmo tempo em que todos concordam que a Contabilidade deveria ser “verdadeira”,
“justa” e não “enviesada”, é muito difícil definir, objetivamente, o que vem a ser “justo”,
“verdadeiro” ou “não enviesado” (Hendriksen).

Já pela abordagem comportamental, as informações contábeis deveriam ser feitas “sob


medida”, de forma que os usuários reagissem para tomar a decisão correta.

Esta abordagem atinge os campos da Psicologia, da Sociologia e da Economia. É dada


ênfase à forma pela qual os relatórios contábeis são utilizados mais do que ao
desenvolvimento lógico dos demonstrativos.

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U NIDADE 5
Objetivo: Apresentar, de forma sucinta, o balancete e as demonstrações financeiras.

AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

O objetivo das Demonstrações Contábeis

O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações sobre a posição patrimonial


e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da entidade, que sejam
úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisão
econômica.

Demonstrações contábeis preparadas de acordo com os pressupostos do parágrafo anterior


atendem às necessidades comuns da maioria dos usuários.

Entretanto, as demonstrações contábeis não fornecem todas as informações que os usuários


possam necessitar, uma vez que elas retratam os efeitos financeiros de acontecimentos
passados e não incluem, necessariamente, informações não-financeiras.

Demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da


Administração na gestão da entidade e sua capacitação na prestação de contas quanto aos
recursos que lhe foram confiados.

Aqueles usuários que desejam avaliar a atuação ou prestação de contas da Administração


fazem-no com a finalidade de estar em condições de tomar decisões econômicas que podem
incluir, por exemplo, manter ou vender seus investimentos na entidade ou reeleger ou
substituir a Administração.

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Balancetes

Os balancetes são relatórios contábeis, emitidos pela contabilidade, não só no intuito de


verificar a correção dos lançamentos contábeis, mas principalmente a de informar
periodicamente a evolução econômico-financeira. A periodicidade dos balancetes é mensal,
podendo, no entanto este período ser aumentado ou diminuído.

A listagem de um elenco de contas com seus respectivos saldos não são suficientemente
hábeis para atender às necessidades de planejamento e controle das atividades da empresa.

A eficiência de um balancete somente será válida se estiver estruturado em nível de balanço,


onde:

a) Todas as apropriações (provisões, depreciações, amortizações...) ajustes e custos


integrados, são considerados no devido tempo, vejamos;

b) Estar disposto em forma de balanço;

c) Apresentação em forma comparada;

d) Apresentar as mutações patrimoniais;

e) Apresentar a demonstração de origem e aplicação de recursos.

Demonstrações

 Balanço Patrimonial (BP);

 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);

 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);

 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);

 Demonstração do Valor Adicionado (DVA).

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Vale destacar a importância das demonstrações financeiras serem acompanhadas por notas
explicativas, o que valoriza a informação, melhorando o esclarecimento sobre a situação
patrimonial e os resultados do exercício.

Obs: A Lei nº 11.638/2007, publicada no Diário Oficial da União de 28/12/2007, determina um


elenco de mudanças trazidas anteriormente pela Lei 6.404/76, inclusive aspectos que
unificam as demonstrações contábeis segundo padrões adotados no ambiente internacional.

A matéria já possui regulamentação pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), atendendo


interesses tanto científicos, quanto societários. O objetivo é cumprir exigências formais de
publicação dos demonstrativos para as companhias de capital aberto, alcançando a todos
quantos possam interessar a informação contábil – trataremos do assunto com a propriedade
devida.

Fonte de Informações atualizadas sobre assuntos contábeis:

www.portaldecontabilidade.com.br

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U NIDADE 6
Objetivo: Destacar o enfoque da Lei 11.638/2007 no que diz respeito à obrigatoriedade de
publicação das demonstrações contábeis.

OBRIGATORIEDADE NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Segundo o Art. 176 da Lei Societária, ao fim de cada exercício social, a diretoria fará
elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as
mutações ocorridas no exercício:

I – Balanço Patrimonial (BP);

II – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);

III – Demonstração dos Resultados do Exercício (DRE);

IV – Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)

V – Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado (DVA).

As demonstrações referidas nos itens IV e V poderão ser divulgadas, em relação aos


exercícios encerrados em 2008, sem a indicação dos valores correspondentes ao exercício
anterior. Ou seja, a demonstração dos fluxos de caixa - DFC, por exemplo, poderá ser
apresentado, em 31.12.2008, sem o comparativo com o ano anterior (31.12.2007). Já em
relação ao exercício encerrado em 31.12.2009, este deverá ter o comparativo com o DFC de
31.12.2008.

EMPRESAS DE GRANDE PORTE - EXERCÍCIOS ENCERRADOS A PARTIR DE 01.01.08

O Art. 3º da Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007, determina que se aplique às


sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por
ações, as disposições da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Isto sobre escrituração,
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elaboração de demonstrações financeiras e obrigatoriedade de auditoria independente, por
auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários.

Para os efeitos desta determinação, considera-se de grande porte, a sociedade ou conjunto


de sociedades sob controle comum que tiverem, no exercício social anterior, ativo total
superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual
superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais).

Desta forma, as demonstrações financeiras das sociedades limitadas de grande porte


devem, doravante, obedecer aos ditames da Lei 6.404/1976, dos exercícios sociais
encerrados a partir de 2008.

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U NIDADE 7
Objetivo: Realçar pontos objetivos da Lei 11.638/07, com destaque às mudanças mais
representativas para a comunidade financeira/contábil.

UMA VISÃO PONTUAL SOBRE A LEI 11.638

Após longos anos de tramitação, foi sancionada a Lei 11.638/2007 (passou a vigorar a partir
de 01.01.2008), publicada na Edição Extra do Diário Oficial da União de 28.12.2007.

O trecho que alterava o Art. 181 da Lei 6.404/76 que define o que pode ser classificado como
resultados de exercícios futuros; teve o veto presidencial já que a nova lei contábil ampliava
o alcance desse artigo, incluindo operações feitas entre empresas de um mesmo grupo
(controladoras e controladas).

Na visão da Receita Federal, que sugeriu o veto presidencial, a nova redação poderia causar
problemas para o controle fiscal das empresas, já que poderia "gerar inobservância do
regime de competência" no Balanço das empresas, especialmente se a controlada ou
controladora for domiciliada no exterior.

A legislação harmoniza a contabilidade brasileira aos padrões internacionais, o que facilita o


investimento estrangeiro. Além disso, obriga as grandes empresas de capital fechado a
divulgarem seus balanços. Com as novas regras, diversas alterações significativas
ocorreram, dentre as quais destacamos:

a) A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR foi extinta;

b) Torna-se obrigatória a elaboração e publicação da Demonstração dos Fluxos de Caixa


- DFC e da Demonstração do Valor Adicionado – DVA;

c) A DFC não é obrigatória às pessoas jurídicas com patrimônio líquido inferior a R$


2.000.000,00 (dois milhões de reais);

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d) A DVA é exigida para todas as companhias abertas;

e) O Ativo Permanente agora possui um novo grupo chamado “Intangível”, além dos já
existentes “Investimentos”, “Imobilizado” e “Diferido”;

f) Fora extinta a “Reserva de Reavaliação” que deu lugar a conta “Ajustes de Avaliação
Patrimonial” que possui características diferentes;

g) Ainda no Patrimônio líquido, fora incluído também a rubrica “Ações em Tesouraria”;

h) Foram extintas as reservas de capital “Prêmio Recebido na Emissão de Debêntures” e


“Doações e Subvenções para Investimentos”, sendo esta última, controlada na conta
“Reserva de Incentivos Fiscais” e poderá ser excluída da base de cálculo dos
dividendos obrigatórios;

i) A conta "Lucros e Prejuízos Acumulados" deixa de existir, dando lugar a conta


"Prejuízos Acumulados", assim, o resultado positivo deve ser controlado nas contas
de reservas de lucros ou destinado de acordo com a determinação social;

j) Ocorreram alterações para a avaliação dos investimentos pelo Método da


Equivalência Patrimonial, as quais não mais precisam ser relevantes.

Além das alterações relacionadas, foram adequados os critérios de avaliação dos ativos e
passivos, a fim de contemplar os novos grupos de contas.

Atenção: As bancas examinadoras de concursos públicos têm cobrado algumas mudanças


abordadas nesta Unidade 7. A sua vigência é válida e a inobservância desses pontos pode
incorrer na perda de pontos valiosos para os menos atentos.

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U NIDADE 8
Objetivo: realçar com objetividade as alterações incorporadas a Lei 6.404, principalmente
aquelas que afetam a estrutura do Balanço Patrimonial, e foram introduzidas pela MP nº
449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009

ALERAÇÕES DA LEI 6.404/76.

São alterações que, consoantes com com as normas internacionais, produziram inúmeras
alterações nas práticas contábeis brasileiras. Elas tem efeito sobre estrutura das
demonstrações contábeis, com grande repercussão sobre o Balanço Patrimonial.

O Balanço Patrimonial era apresentado da seguinte forma:

Quadro 1 – Estrutura Balanço Patrimonial antes das Leis 11.638/07 e 11.941/09.


ATIVO PASSIVO

Circulante Circulante
Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo
Permanentes Resultado de Exercícios Futuros
Investimentos PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Imobilizado Capital Social
Diferido Reservas de Capital
Reservas de Reavaliação
Reservas de Lucros
Lucros ou Prejuízos Acumulados

Com o advento das Leis 11.638/07 e 11.941/09, o Balanço Patrimonial apresentar-se-á da


seguinte forma:

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Quadro 2 – Estrutura Balanço Patrimonial após Leis 11.638/07 e 11.941/09.
ATIVO PASSIVO

Circulante Circulante
Não Circulante Não Circulante
Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo
Investimentos
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Imobilizado
Reservas de Capital
Intangível
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Reserva de Lucros
Ações em Tesouraria
Prejuízos Acumulados
Alterações decorrentes das alterações das Leis 6.404/76, 11.638/07 e 11.941/09

Alterações processadas no Ativo

Uma das grandes mudanças apontadas pela nova legislação foi a divisão do ativo em dois
grupos, quais sejam: Ativo Circulante e Não Circulante, o que propõe permitir uma análise
mais eficiente. Serão classificadas como Ativo Circulante todas as contas realizáveis ou
conversíveis em curto prazo, bem como, as despesas antecipadas que serão transformadas
em despesa ao longo do exercício seguinte. O Ativo Não Circulante, que classificará os
direitos de vencimento em prazo superior ao término do exercício seguinte, terá os seguintes
subgrupos: Realizável a Longo Prazo; Investimentos; Imobilizado ; e Intangível.

Dentre as alterações que dizem respeito ao Ativo, importante destacar a extinção do grupo
Permanente e do subgrupo Diferido, a inclusão do subgrupo Intangível e a redefinição do
termo Imobilizado. O objetivo é destacar contabilmente os bens Intangíveis, que são
classificados como bens incorpóreos destinados à manutenção das atividades da empresa
ou com esta finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Como exemplo, podemos
citar: as marcas, patentes, direitos autorais, softwares, etc.

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Com a importante classificação dos Ativos Intangíveis, o Imobilizado passa a classificar
somente os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das
atividades da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de
operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens. Desta
forma, os arrendamentos mercantis financeiros, antes tratados como aluguéis, passam a ser
contabilizados como Ativo Imobilizado para fins contábeis, uma vez que para fins fiscais
continuam sendo aluguéis.

A Lei 11.941/2009 extinguiu o subgrupo Diferido, passando estes gastos a serem


contabilizados como despesas do período. O Diferido compreendia as despesas pré-
operacionais e os gastos de reestruturação que contribuiriam, efetivamente, para o aumento
do resultado de mais de um exercício social e que não configurassem tão somente uma
redução de custos ou acréscimo na eficiência operacional. A referida Lei permite que os
saldos que, em 31/12/2008, por sua natureza, não forem reclassificados para outros grupos,
poderá permanecer como ativo até sua completa amortização.

Alterações processadas no Passivo

Da mesma forma que no Ativo, o Passivo será dividido em Passivo Circulante e Passivo Não
Circulante, tendo como condição para alocação nestes grupos o prazo de exigibilidade da
conta. Serão registradas no Passivo Circulante as obrigações que vencerão no exercício
seguinte, sendo registradas no Passivo Não Circulante as obrigações com vencimento
superior.

Outro grupo também extinto pela nova legislação foi o de Resultados de Exercícios Futuros
que deverão ter seus saldos, em 31/12/2008, reclassificados no Passivo Circulante, em conta
representativa de receita diferida, e esse registro deverá evidenciar a receita diferida e o
custo diferido respectivo.

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Alterações processadas no Patrimônio Líquido

Foram extintas do Patrimônio Líquido, as Reservas de Prêmio de Emissão de Debêntures,


por Doações e Subvenções Governamentais para Investimento e de reavaliação, sendo esta
última as contrapartidas de aumentos de valores atribuídos a elementos do ativo em virtude
de novas avaliações, bem como a extinção da conta Lucros Acumulados.

A Lei, corrigiu uma distorção contábil, até então presente na Lei das S.A. As Doações e
Subvenções Governamentais para Investimentos ficam extintas como Reservas de Capital.
Pelo novo dispositivo legal deverão ser reconhecidas como contas de resultado. Entretanto,
a Assembléia Geral, poderá destinar para Reserva de

Incentivos Fiscais, parcela que fora acrescida ao lucro líquido decorrente de doações ou
subvenções governamentais para investimentos. Com a extinção da Reserva de
Reavaliação, fica proibida a reavaliação espontânea. Cabe destacar, que as reavaliações
realizadas pelas empresas, na maioria das vezes, não cumpria o real objetivo que era cobrir
a defasagem entre o valor de custo e mercado. No entanto, em substituição à Reserva de
Reavaliação, foi criado Ajustes de Avaliação Patrimonial, que deverá registrar as
contrapartidas de aumentos ou diminuições de valores atribuídos a elementos do ativo e do
passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, enquanto não computadas no
resultado do exercício em obediência ao regime de competência.

Consoante entendimento de que a Lucro Líquido do Exercício deve ser destinado, em sua
totalidade, foi extinta a conta de Lucros Acumulados, por não evidenciar a destinação do
lucro, devendo constar apenas no Balanço Patrimonial a conta de Prejuízos Acumulados,
quando os prejuízos excederem a todas as Reservas de Lucros.

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U NIDADE 9
Objetivo: Apresentar as características fundamentais do balanço patrimonial e seus registros,
segundo o grau de liquidez do ativo e a exigibilidade do passivo.

CARACTERÍSTICAS CONCEITUAIS DO BALANÇO PATRIMONIAL

O balanço patrimonial é uma apresentação sintética e ordenada do saldo monetário de todos


os valores integrantes do patrimônio de uma empresa numa determinada data. Ele divide-se
em dois grandes grupos, relacionando de um lado - ativo - as aplicações de recursos em
bens e direitos e, de outro – passivo e patrimônio líquido - as várias fontes de recursos, que
possibilitam as aplicações no Ativo.

O ativo indica a natureza dos valores sobre os quais a empresa aplicou seus recursos:
dinheiro, estoques, créditos, valores mobiliários, bens de uso, etc., enquanto o passivo e o
patrimônio líquido indicam a origem desses mesmos recursos: fornecedores, empréstimos,
capital, lucro, etc.

No Balanço as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio, e agrupadas


de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da empresa.

Ativo Passivo
Bens e Direitos Obrigações e Deveres

Aplicações de Recursos Origem de Recursos

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O ativo são todos os bens e direitos de propriedade da empresa:

Bens: máquinas, terrenos, estoques, dinheiro, veículos, instalações, etc.

Direitos: contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber, ações, depósitos em


contas bancárias, títulos de créditos, etc.

Todo o ativo representa benefícios presentes ou futuros para a empresa.

O passivo representa toda a obrigação (dívida) que a empresa tem com terceiros:
fornecedores, obrigações trabalhistas e tributárias, empréstimos bancários, etc.

O patrimônio líquido representa os recursos dos proprietários aplicados no negócio.

Além do capital dos proprietários, soma-se ao patrimônio líquido o Lucro. O lucro é resultante
da atividade operacional da empresa.

Contas do ativo

As contas do ativo são agrupadas de acordo com a sua rapidez de conversão em dinheiro,
ou seja, de acordo com o seu grau de liquidez.

Assim, agrupamos em primeiro lugar as contas que já são dinheiro (na ordem decrescente
de liquidez – do maior para o menor), a seguir aquelas que se converterão em dinheiro
rapidamente (títulos a receber, estoques, etc.). A este grupo de contas denominamos de
circulante.

Em segundo lugar, serão agrupadas as contas que serão transformadas em dinheiro mais
lentamente. São ativos de menor grau de liquidez. A este grupo denominamos de ativo não
circulante.

Em terceiro lugar, serão agrupados os itens que dificilmente serão transformados em


dinheiro, que não são vendidos, mas utilizados como meio de consecução dos objetivos
operacionais da empresa.

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Outra característica desse grupo é que são itens utilizados pela empresa por vários anos -
vida útil longa - (prédios, veículos, máquinas, etc.).

O circulante e o conceito de ciclo operacional

Como já vimos é o Circulante, o primeiro grupo de contas, tanto para o Ativo como para o
Passivo. Para melhor entender este grupo de contas, vamos partir de uma empresa
industrial. No processo de industrialização, a primeira preocupação básica é adquirir matéria-
prima para transformá-la em produto acabado.

Essa aquisição de matéria-prima pode ser feita à vista ou a prazo. Se à vista, a empresa
utilizará seus recursos disponíveis (dinheiro); se a prazo a empresa utilizará capital de
terceiros, contraindo uma dívida denominada fornecedores.

Essa matéria-prima é utilizada na industrialização (em parte ou no todo) e, agregada aos


custos de mão-de-obra e demais custos, permite-nos chegar ao custo do produto acabado.

Esse produto acabado é, por sua vez, vendido. Se a vista, aumentará a disponibilidade, se a
prazo, resultará em um dinheiro a receber, denominado contabilmente de duplicatas a
receber. O período entre a aquisição da matéria-prima (início do processo produtivo) até o
recebimento das duplicatas é denominado de Ciclo Operacional.

Ativo não circulante

No ativo existe ainda um grupo de contas que serão transformadas em dinheiro no futuro,
mas que não são circulantes. Se, por exemplo, a empresa colocar a venda um prédio que
normalmente demora muito tempo para ser negociado - dois anos - observamos que não se
trata de circulante, mas de um Realizável em longo prazo.

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Entende-se por longo prazo períodos superiores a um ano ou superior ao ciclo operacional
da empresa, quando este for maior que um ano. Há certos direitos a receber que, mesmo
pressupondo recebimentos em curto prazo, devem ser classificados no ativo não circulante.

É o caso de empréstimos a diretores ou empresas coligadas. O ativo não circulante, de


maneira geral, é o grupo de contas cuja participação em relação ao outro grupo estudado
(circulante) é bastante pequena.

Em resumo: classifica-se no ativo não circulante os direitos a realizar a mais de 360 dias da
data do encerramento do Balanço.

Investimentos: são participações permanentes em outras sociedades, isto é, não há


interesse de a empresa vender sua participação. Por exemplo: ações de outras companhias
e outros itens não necessários à atividade da empresa (não utilizados na manutenção do
negócio principal), mas com características de permanente, os quais devem ser classificados
em investimentos.

Prédios não utilizados pela empresa, alugados para terceiros como rendimento (aluguel) e,
portanto, sem utilização na atividade principal da empresa; terrenos adquiridos para futura
expansão (ociosos no momento); obras de arte, quadros adquiridos pela empresa para
ornamentar suas instalações, etc.

Imobilizado: são os bens ou direitos destinados à manutenção da atividade principal da


empresa, ou exercidos com esta finalidade. A atividade básica ou principal da empresa está
descrita no estatuto ou contrato social.

Intangíveis: O termo tangível significa literalmente, “perceptível ao toque”, capaz de ser


possuído ou realizado. Intangível, é um ativo de capital que não tem existência física, cujo
valor é limitado pelos direitos e benefícios que antecipadamente sua posse confere ao
proprietário. Exs.: Softwares, marcas e patentes, direitos de autor, franquias.

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Contas do passivo

As contas do passivo são agrupadas de acordo com seu vencimento, isto é, aquelas a serem
liquidadas mais rapidamente serão destacadas daquelas a serem pagas em um prazo mais
longo (na ordem decrescente de exigibilidade – primeiro as mais exigíveis, depois as menos
exigíveis).

Em primeiro lugar agrupamos as contas que serão pagas mais rapidamente (Fornecedores,
salários a pagar, impostos, etc.). Este grupo de contas é chamado de passivo circulante.

Em segundo lugar, agrupamos as contas que serão pagas num prazo mais longo. Este grupo
é chamado de passivo não circulante.

Passivo não circulante

Todas as obrigações com vencimento superior a um ano serão classificadas no passivo não
circulante (exceção para casos onde o ciclo operacional é superior a um ano). Portanto, no
passivo não circulante serão classificadas obrigações com vencimento após os 12 meses
seguintes ao encerramento do balanço. Todavia, se o ciclo operacional da empresa for de 24
meses, o não circulante será acima desse prazo. São exemplos: financiamentos,
empréstimos de acionistas, empréstimos de sociedades coligadas, etc.

Contas do patrimônio líquido

Estas contas praticamente não serão pagas. São obrigações com os proprietários da
empresa (capital e lucros).O lucro é resultante da atividade operacional das empresas.

Grau de liquidez: No ativo aparecerão em primeiro lugar as contas que se converterão mais
rapidamente em dinheiro e, a seguir as contas mais lentas de realização em dinheiro; no
passivo serão destacadas prioritariamente, as contas que deverão ser pagas mais
rapidamente e, a seguir, aquelas que serão acertadas a longo prazo.

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Grau de liquidez Ativo Passivo e PL
Rápida Circulante Circulante
Lenta Não Circulante Não Circulante

Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua SALA DE
AULA e faça a Atividade 1 no “link” ATIVIDADES.

Dica

Os exercícios (atividades), além de ajudar a fixar o aprendizado, exercem efeito positivo na


realização das provas, daí a importância de realizá-los.

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U NIDADE 10
Objetivo: Destacar a equação patrimonial, como forma de permitir uma visão espacial sobre
os fundamentos do registro do patrimônio, segundo a ciência contábil.

Equação Patrimonial e suas variações

PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO - PASSIVO

Situações Patrimoniais

a) Ativo > Passivo  Patrimônio Líquido é Positivo / Superavitário

 Situação Favorável  PL + ou SL +

 Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) excedem o valor das obrigações com
terceiros (Passivo)

b) Ativo < Passivo  Patrimônio Líquido é Negativo / Deficitário

 Situação Desfavorável  PL (-) ou SL (-) ou Passivo a Descoberto

 Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) forem menores que as obrigações com
terceiros (Passivo)

c) Ativo = Passivo  Patrimônio Líquido é Nulo / Equilibrado

 Situação Nula, Equilíbrio Aparente  A = P, logo PL = 0.

 Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) forem iguais às obrigações com


terceiros (Passivo); nessa hipótese o patrimônio líquido será nulo.

d) Ativo = Patrimônio Líquido 

 Situação Plena ou Propriedade Total  A = PL, logo P = 0

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 Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) forem iguais ao patrimônio líquido;
nessa hipótese, as obrigações com terceiros (Passivo) serão nulas.

e) Passivo = Patrimônio Líquido 

 Situação de Inexistência de Ativos  P = ( PL ) , logo A = 0

 Ocorre quando as obrigações com terceiros (Passivo) for igual ao patrimônio


líquido negativo; nessa hipótese, o ativo será nulo.

Representação Gráfica dos Estados Patrimoniais

Na representação gráfica apresentada temos, de um lado, os Bens e os Direitos, que


formam o grupo dos elementos positivos; e, do outro lado, as Obrigações, que formam o
grupo dos elementos negativos.

 Na maioria das empresas comerciais, o Ativo suplanta o Passivo (obrigações). Assim,


a representação mais comum do patrimônio de uma empresa comercial assume a
forma:

Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido

 Diz-se que a:

o Situação Líquida é Negativa quando o Ativo Total é:

 Menor que o Passivo.

o Situação Patrimonial inconcebível quando a:

 Situação Líquida maior que o Ativo.

o Aumenta o patrimônio líquido quando há:

 Recebimento de duplicatas com juros.

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o Diminui o patrimônio líquido quando há:

 Pagamento de duplicatas com juros.

Com base nas informações das unidades 09 e 10 monte um balanço patrimonial, tomando
como base um “caso real” de qualquer balanço publicado em jornal ou revista. Sobre as
rubricas que eventualmente não forem identificadas ou que suscitarem dúvidas, vamos trocar
informações, de forma a extrair conhecimentos e aproximar a teoria ao caso real (apenas
monte, e só apresente caso haja dúvidas).

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U NIDADE 11
Objetivo: Apresentar de forma didática e objetiva o Balanço Social aos nossos alunos, por
tratar-se de recurso contemporâneo indispensável para demonstrar à sociedade a
participação e a responsabilidade social da entidade.

Balanço Social: Características e Formalidades

A partir de 01.01.2006 a Resolução CFC 1003/2004 aprovou a NBC T 15 - Informações de


Natureza Social e Ambiental, tratando especificamente dos procedimentos para
apresentação de informações de natureza social e ambiental, com o objetivo de demonstrar
à sociedade a participação e a responsabilidade social da entidade.

As Normas Contábeis são de utilização obrigatória pelas empresas e profissionais,


independentemente do porte empresarial.

Balanço Social é um conjunto de informações demonstrando atividades de uma entidade


privada com a sociedade que a ela está diretamente relacionada, com objetivo de divulgar
sua gestão econômico-social, e sobre o seu relacionamento com a comunidade,
apresentando o resultado de sua responsabilidade social.

Entende-se por informações de natureza social e ambiental:

a) A geração e a distribuição de riqueza;

b) Os recursos humanos;

c) A interação da entidade com o ambiente externo;

d) A interação com o meio ambiente.

A primeira tarefa do profissional de contabilidade e finanças para uma adequada formação


de dados para o balanço social é ajustar o plano de contas da entidade. Quanto mais cedo o

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fizer, mais facilitada será sua tarefa, já que o incremento de informações exigidas nem
sempre será suprido pelos relatórios internos ou estatísticos das entidades.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

1. Quem tem que elaborar o Balanço Social? (tipo de empresa, porte, etc.)

Resposta: Todas as entidades, independente de porte, que querem demonstrar à sociedade


a sua responsabilidade social, devem divulgar Informações de Natureza Social e Ambiental.

2. As empresas obrigadas a apresentar são somente aquelas que têm alguma atividade com
o social e meio ambiente ou todas independente de ter ou não algum projeto ou ação sócio-
ambiental?

Resposta: Nenhuma empresa/entidade está obrigada a elaborar ou divulgar Informações de


Natureza Social ou Ambiental. Aquela que optar por sua apresentação, deve adotar as regras
estabelecidas pela NBC T 15. Não compete ao Conselho Federal de Contabilidade obrigar as
empresas a elaborarem Demonstrações, mas somente discipliná-las.

De acordo com o item 1.5.1.3. da Resolução CFC nº 1.003/04: "A Demonstração de


Informações de Natureza Social e Ambiental, ora instituída, quando elaborada, deve
evidenciar os dados e as informações de natureza social e ambiental da entidade, extraídos
ou não da contabilidade, de acordo com os procedimentos determinados por esta norma".

3. A Resolução menciona entidades, isso tem gerado grande dúvida com relação a quem
deve fazer o balanço. O termo entidade na resolução engloba todas as empresas da
iniciativa privada e as entidades sem fins lucrativos?

Resposta: Sim. O Termo entidade foi utilizado no sentido amplo, englobando todas as
unidades com ou sem fins lucrativos.

4. Empresas do segmento de prestação de serviços, terceirizações, comércio, que trabalham

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com lucro real e/ou lucro presumido, devem apresentar o balanço?

Resposta: Conforme resposta ao item 2, não há obrigatoriedade; no entanto, as empresas


que optarem por sua apresentação devem adotar as regras estabelecidas pela NBC T 15.

5. Qual o ano que é obrigado a transcrever no Livro Diário as Demonstrações?

Resposta: De acordo com o item 1.5.1.5 da NBC T 15 "a Demonstração de Informações de


Natureza Social e Ambiental deve ser apresentada, para efeito de comparação, com as
informações do exercício atual e do exercício anterior".

6. As empresas, independente do porte ou constituição, deverão publicar o Balanço Social


em jornal ou revista?

Resposta: As empresas poderão divulgar o Balanço Social no veículo habitualmente


adotado para a publicação das demais demonstrações contábeis.

7. Quais as outras formas aceitáveis de divulgação do Balanço Social?

Resposta: Não existe outra forma, a não ser aquela a que se refere a NBC T 15. A entidade
pode, no entanto, divulgar outras informações adicionais que entender relevantes, conforme
o item 1.5.1.3 da NBC T 15: "além das informações contidas no item 1.5.2, a entidade pode
acrescentar ou detalhar outras que julgar relevantes".

O CFC, por meio dos Conselhos Regionais, exercerá fiscalização sobre as divulgações? E
também sobre o Contabilista e/ou Auditores envolvidos nos trabalhos?

Resposta: Sim, de acordo como processo de fiscalização das demais demonstrações


contábeis. Inclui também os profissionais envolvidos no trabalho, em função da própria
demonstração.

9- Como se dará a fiscalização?

Resposta: De acordo com os procedimentos fiscalizatórios adotados pelos Conselhos


Regionais de Contabilidade que tem por obrigação legal fiscalizar o Exercício Profissional.

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10-As Informações de Natureza Social e Ambiental, quando elaboradas devem ser assinadas
por Contabilista e auditadas por Auditor Independente?

Respostas: As Informações de Natureza Social e Ambiental, quando elaboradas devem ser


assinadas por Contabilista e auditadas por Auditor Independente, "A Demonstração de
Informações de natureza Social e Ambiental deve ser objeto de revisão por auditor
independente, a ser publicada como relatório deste, quando a entidade for submetida a esse
procedimento".

Conselho Federal de Contabilidade

Resolução CFC 1003/2004

www.cfc.org.br

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U NIDADE 12
Objetivo: Apresentar a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, evidenciando
conceitos e exemplos, segundo obrigatoriedade de publicação determinado pela Lei 6.404/76
e 11.638/07.

Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados

A DLPA evidencia as alterações ocorridas no saldo da conta de lucros ou prejuízos


acumulados, no Patrimônio Líquido.

De acordo com o artigo 186, § 2º da Lei nº. 6.404/76, adiante transcrito, a companhia poderá,
à sua opção, incluir a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados nas demonstrações
das mutações do patrimônio líquido.

"A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante


do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração
das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia."

Nota: Em virtude da edição da Lei 11.638/07 que extinguiu a conta "Lucros Acumulados", o
demonstrativo em questão deverá ser renomeado através de um novo pronunciamento do
órgão fiscalizador. Os artigos que tratam da DLPA na Lei Societária devem sofrer alterações
para espelhar a nova nomenclatura e as novas normas para a elaboração do relatório.

Outras Sociedades

A DLPA é obrigatória para as sociedades limitadas e outros tipos de empresas, conforme a


legislação do Imposto de Renda (art. 274, do RIR/99).

Composição

A demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados deverá discriminar:

1. O saldo do início do período e os ajustes de exercícios anteriores;

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2. As reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; e

3. As transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital


e o saldo ao fim do período.

Ajustes de Exercícios Anteriores

Como ajustes de exercícios serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da


mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício
anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes.

Reversões de Reservas

Corresponde às alterações ocorridas nas contas que registram as reservas, mediante a


reversão de valores para a conta Lucros Acumulados, em virtude daqueles valores não
serem mais utilizados.

Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício

É o resultado líquido do ano apurado na Demonstração do Resultado do Exercício, cujo valor


é transferido para a conta de Lucros Acumulados.

Transferências para Reservas

São as apropriações do lucro feitas para a constituição das reservas patrimoniais, tais como:
reserva legal, estatutária, de lucros a realizar, para contingências.

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Substituição pela Demonstração das Mutações do PL (DMPL)

De acordo com o § 2º do artigo 186 da Lei nº. 6.404/76 a Demonstração dos Lucros ou
Prejuízos Acumulados poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio
líquido, se elaborada e divulgada pela companhia. Ela (DMPL) não inclui somente o
movimento da conta de lucros ou prejuízos acumulados, mas também o de todas as demais
contas do patrimônio líquido.

MODELO

CIA. OLÍMPICA - DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS


EXERCÍCIO FINDO EM 31.12. X1 - SALDO EM 31.12. X1

RECURSOS:

1. Saldo inicial de lucros acumulados

2. Ajustes credores de Exercícios Anteriores

3. Reversão de reservas

 De contingências

 De lucros a realizar

4. Outros recursos

5. Lucro líquido do exercício

6. (-) Saldo anterior de prejuízos acumulados

7. (-) Ajustes devedores de exercícios anteriores

8. (-) Prejuízo líquido do ano

9. Total dos recursos.

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APLICAÇÕES:

10. Transferência para reservas

 Reserva legal

 Reserva estatutária

 Reserva p/ contingências

 Reserva de lucros a realizar

 Reserva p/ investimentos
11. Dividendos ou lucros distribuídos, pagos ou creditados (R$. por ação)

12. Parcela dos lucros incorporados ao capital

13. Outras aplicações

14. Total das aplicações

15. Lucros ou prejuízos acumulados (recursos - aplicações)

Exemplo:

Lucro Líquido do Exercício – R$ 35.000,00

Em 31.12.2006, o saldo da conta de Lucros Acumulados da Cia. Temporal registrava o valor


de R$ 39.000,00.

Durante o exercício de 2007, houve os seguintes lançamentos na conta Lucros Acumulados:

Destinação proposta para Distribuição de Dividendos (R$ 0,11 por ação) - R$ 10.500,00

Transferência Para Reserva de Investimentos - R$ 6.000,00


Transferência Para Reserva de Contingências - R$ 1.100,00
Transferência Para Aumento de Capital - R$ 20.000,00
Reversão das Reservas de Lucros a Realizar - R$ 9.000,00
Reversão da Reserva de Contingências - R$ 10.000,00

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Diferença a Maior de CMV p/ Mudança de Critério de Avaliação - R$ 3.000,00
Transferência Para Reserva Estatutária - R$ 5.000,00
Lançamento a Menor na conta Provisão de Férias - R$ 1.000,00
Transferência Para Reservas de Lucros a Realizar - R$ 1.500,00
Constituição da Reserva Legal - R$ 1.750,00

CIA. TEMPORAL

DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS

EXERCÍCIO FINDO EM 31.12.2007

RECURSOS: Valor - R$
1. Saldo inicial do exercício 39.000,00
2. Ajustes credores de exercícios anteriores
 Efeitos de mudança de critério contábil 3.000,00
3. Reversão de reservas
 De contingências 10.000,00
 De lucros a realizar 9.000,00
4. Lucro líquido do exercício 35.000,00
5. (-) Ajuste de exercícios anteriores
 Retificação de erro de exercício anterior 1.000,00
6. Total dos recursos 95.000,00

APLICAÇÕES:
7. Transferência para reservas
 Reserva legal 1.750,00
 Reserva estatutária 5.000,00
 Reserva para contingência 1.100,00
 Reserva para investimentos 6.000,00
 Reserva de lucros a realizar 1.500,00
8. Dividendos a distribuir (R$ 0,11 por ação) 10.500,00
9. Transferência para aumento de capital 20.000,00
10. Total das aplicações 45.850,00
11. Lucros Acumulados (Recursos - Aplicações) 49.150,00

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U NIDADE 13
Objetivo: Destacar o lucro como orientação do investidor/sócio, a sua formação e os registros
no patrimônio líquido.

VARIAÇÕES DO PATRMÔNIO LÍQUIDO

O lucro como uma boa fonte do PL

A principal fonte de fortalecimento do capital próprio (PL) é o bom “lucro”. Diferente do


“prejuízo”, que enfraquece a posição da empresa, ele representa o resultado positivo
(remunera os sócios) e valoriza o empreendimento. A parcela do lucro não distribuída aos
proprietários (retida na empresa) é que fortalece a situação econômica, permitindo novos
investimentos e a continuidade da empresa.

Outras fontes do PL

Ao patrimônio líquido podem ser acrescidos novos aumentos de capital, originários de


investimentos dos proprietários, objetivando a expansão da empresa.

Todavia, em outros momentos, diante de problemas na situação patrimonial (e mesmo


financeira) é comum que os proprietários promovam um aumento de capital (reforço) na
tentativa de buscar um equilíbrio, o que não seria recomendável enquanto política de gestão.

O bom e constante lucro (principalmente a parte não distribuída aos sócios) é fator de
equilíbrio da situação econômica da empresa e, por consequência, da situação financeira e
patrimonial. Ressalte-se, entretanto, que, se o PL apresentar crescimento, durante vários
períodos, em proporção menor que o capital de terceiros, a situação geral da empresa tende
a enfraquecer, caracterizando dependência externa e dificuldade na geração de resultados.

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Demonstração das mutações do PL (DMPL)

A demonstração das mutações do patrimônio líquido visa avaliar as modificações sofridas


por seus componentes durante o exercício social. As modificações nos valores monetários
dos elementos formadores do patrimônio líquido podem ser geradas de:

 Ajuste de Exercícios Anteriores;

 Capitalização de Reserva de C.M. do Capital Realizado;

 Formação de Reservas de Capital;

 Capitalização ou Utilização de Reservas de Capital;

 Formação de Reservas de Reavaliação (Ajuste de Avaliação Patrimonial);

 Capitalização de Reservas de Reavaliação (Ajuste de Avaliação Patrimonial);

 Reversão de Reservas para Contingências;

 Reversão de Reservas de Lucros a Realizar;

 Retenção de parte do Lucro Líquido de Exercício sob forma de Lucros Acumulados;

 Retenção de parte do Lucro Líquido de Exercício sob forma de reservas de lucros;

 Capitalização de Reservas de Lucros;

 Capitalização de Lucros Acumulados;

 Aumento do Capital Social por Subscrição de Ações;

 Destinação de Lucro no Exercício para Dividendos Intermediários ou Antecipados.

Obs: No caso das empresas de capital aberto, a Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido (DMPL) substitui a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA).

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Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido - DMPL
Reserva de Capital Reserva de Lucro
Movimentação Capital Ágio na Lucro Total
Realizado Emissão C.M. P/ Lucro a Acumulado
Capital Legal Estat. Conting. Orçam. Realizar
de Ações
Saldo Inicial

(+ / - Ajustes)
C. Monetária
A um en to d e
C a p i ta l
R e v e rs ã o d e
R e s e rv a s
L u c ro L í q u id o
d o E x e rc í c io

Reserva Legal
Reserva Estat.
Reserva Orçam.
Reserva p/ Cont.
R e s e rv a L e g a l
a R e a l iz a r

Dividendos
Saldo Final

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U NIDADE 14
Objetivo: Visa separar receitas de despesas e apurar o resultado do exercício.
APURAÇÃO DO RESULTADO
Resultado

A cada exercício social ou período contábil (que será no máximo de 12 meses) a empresa
apurará o resultado de suas operações. Todavia é recomendável que a empresa apure o
sucesso (lucro) ou insucesso (prejuízo) em períodos mais curtos, trimestrais, quadrimestrais,
etc. O resultado é a diferença entre as receitas e as despesas. Sendo positivo - lucro. Sendo
negativo - prejuízo.

Receita
Corresponde, em geral, às vendas de mercadorias ou prestações de serviços. Ela aparece
no balanço através de entrada de dinheiro no caixa - vendas à vista, ou entrada em forma de
direitos a receber - vendas a prazo - duplicatas a receber.

Despesas
É todo o sacrifício (consumo de bens ou serviços para a obtenção de receita) da empresa
para obter receita. Ela é refletida no balanço através de uma redução do caixa (quando é
paga no ato - à vista) ou através de um aumento de uma dívida - passivo (para ser paga no
futuro).

Obs.: Em conformidade com a MP nº 449 de 2008, convertida na Lei 11.941 de 2009, as


receitas e despesas não devem mais ser segregadas como operacionais e não operacionais.

As receitas e despesas que estavam sendo classificadas como não operacionais, em


conformidade com a norma anterior, devem ser denominadas de Outras Receitas e Outras
Despesas, observando o disposto nos itens 136 e 137 do Comunicado Técnico nº 03
(Resolução CFC nº 1.157/09).

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DESPESAS
São todos aqueles gastos incorridos, que se relacionam diretamente com o objetivo do
negócio de uma empresa. Suponhamos o exemplo de uma empresa comercial que vende
móveis.

Os salários e encargos do pessoal da administração, do setor de vendas ou dos outros


setores, estão diretamente ligados ao objetivo do negócio. Isto porque, sem o pessoal da
administração a empresa não sobreviveria. Da mesma forma, sem os vendedores a empresa
não teria receitas e, de maneira semelhante, sem os empregados dos outros setores, a
empresa não teria o apoio necessário ao seu desenvolvimento.

Assim, são considerados custos e despesas todos aqueles gastos incorridos com o objetivo
final de gerar receitas diretamente relacionadas com a natureza específica dos negócios de
uma empresa.

As despesas nas demonstrações financeiras

Dependendo do tamanho de uma empresa, as despesas exigidas para desenvolver suas


operações podem variar, devendo ser contabilizadas em contas específicas para cada tipo
(ex: numa indústria temos que separar os salários e encargos do pessoal da administração).
Dessa forma, as empresas necessitam manter um grande número de contas que
representam e identificam as diversas despesas incorridas.

Para simplificar a apresentação das demonstrações financeiras, bem como para fornecer
informações resumidas à administração da empresa, algumas despesas são agrupadas sob
títulos indicativos de sua natureza.

Outras, por terem importância e representarem parcelas relevantes em relação ao total de


despesas não são agrupadas, sendo apresentadas com títulos separados. Damos a seguir
alguns exemplos de grupamentos que compõe essas despesas.

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Despesas tributárias sobre vendas

Esse grupo contém as despesas tributárias geradas, conforme dito anteriormente.

 ICMS S/vendas

 ISS

 PIS Faturamento

 COFINS
Estas despesas são subtraídas das vendas brutas para se chegar as vendas líquidas.

Despesas com vendas

Nesse grupo são agregadas todas as despesas que se relacionam com as vendas. Deve ser
observado que muitas das contas de despesas agrupadas, como despesas administrativas,
também podem ser classificadas com as despesas de vendas, desde que se relacionem
diretamente com as mesmas, e desde que a contabilidade mantenha contas separadas para
cada tipo de despesa.

Salários e encargos sociais do pessoal de vendas; Alugueis de salas ou lojas de vendas;


Material de expediente do setor de vendas; Viagens, estadias e representações dos
vendedores; Água, luz, telefones das lojas ou setor de vendas; Comissões de vendedores;
Prêmios e seguros (sob bens utilizados p/setor de vendas); Manutenção de veículos
utilizados em vendas; Amostras grátis; Propaganda e publicidade dos produtos; Provisão
para devedores duvidosos (necessária para cobrir as perdas estimadas na cobrança de
contas a receber).

Honorários da diretoria

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Nas sociedades anônimas, os diretores são eleitos pelos acionistas reunidos em assembleia
geral, quando seus honorários são fixados. Até alguns anos atrás, os honorários dos
diretores eram considerados como despesas administrativas.

Embora essa classificação esteja correta, é cada vez maior o número de empresas que
apresenta os honorários dos diretores destacados dos demais grupos de despesas. O
destaque mostra a influência que a remuneração dos diretores provoca no resultado do
exercício, comparativamente com as outras despesas.

Despesas administrativas

Nesse grupo são agregadas as despesas relacionadas com a administração da empresa,


com exceção dos honorários da diretoria, com já exposto.

Salários e encargos sociais do pessoal administrativo; Alugueis de escritório ou referentes a


administração; Material de expediente; Serviços de terceiros; Viagens, estadias e
representações; Água, luz, telefones; Conservação e manutenção; Prêmios e seguros;
Transporte do pessoal administrativo; Manutenção e reparos de veículos da administração;
Outras despesas.

Despesas financeiras líquidas

Representam o custo das operações de empréstimos e financiamentos. Nesse grupo estão:


Despesas de juros de empréstimos e financiamentos; Despesas de comissões bancárias;
Juros pagos s/atrasos de duplicatas; Receitas financeiras que devem ser deduzidas das
despesas.

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Outras despesas

São aquelas não relacionadas diretamente com a natureza específica dos negócios de uma
empresa: Prejuízos na venda do Ativo Imobilizado; Multas (decorrente do não cumprimento
de uma obrigação); Perdas com sinistros;

Débitos de provisão para desvalorização de investimentos (é considerado como outra


despesa, desde que aplicar numerário em investimentos não seja o objetivo da empresa).
Esse grupo de contas é demonstrado após as outras receitas não.

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U NIDADE 15
Objetivo: Estudar a importância e a dinâmica do demonstrativo em revelar o lucro ou prejuízo
da empresa, o que é muito oportuno para o conjunto dos estudos e cumpre demonstrar os
componentes que permitiram alcançar o resultado.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

A demonstração do resultado do exercício, conforme o próprio nome sugere, demonstra o


resultado obtido pela empresa no período, isto é, o lucro ou prejuízo.

É importante notar que, enquanto o Balanço Patrimonial representa a posição da empresa


em determinado momento, a Demonstração do Resultado acumula as receitas, os custos e
as despesas relativas a um período de tempo, mostrando o resultado e possibilitando
conhecermos seus componentes principais.

O artigo 187 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações),
instituiu a Demonstração do Resultado do Exercício.

A Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal apresentar de forma


vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num
determinado período, normalmente, de doze meses.

De acordo com a legislação mencionada, as empresas deverão na Demonstração do


Resultado do Exercício discriminar:

 A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os


impostos;

 A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos
e o lucro bruto;

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 As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as
despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

 O lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais;

 O resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o


imposto;

 As participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias,


e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de
empregados;

 O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

Na determinação da apuração do resultado do exercício serão computados em obediência


ao princípio da competência:

a) As receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de sua


realização em moeda; e

b) Os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a


essas receitas e rendimentos.

MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

RECEITA BRUTA

Vendas de Produtos

Vendas de Mercadorias

Prestação de Serviços

(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA

Devoluções de Vendas

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Abatimentos

Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas

= RECEITA LÍQUIDA

(-) CUSTOS DAS VENDAS

Custo dos Produtos Vendidos

Custo das Mercadorias

Custo dos Serviços Prestados

= RESULTADO BRUTO

(-) DESPESAS

Despesas Com Vendas

Despesas Administrativas

(-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS

Despesas Financeiras

(-) Receitas Financeiras

Variações Monetárias e Cambiais Passivas

(-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas

(-) OUTRAS RECEITAS E OUTRAS DESPESAS

= RESULTADO LÍQUIDO

RESULTADOS

Outra Receitas

Outra Despesas
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= LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E
SOBRE O LUCRO

(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro

= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES

(-) Participações de Administradores, Empregados, Debêntures e Partes

Beneficiárias

(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

RECEITA BRUTA

Compreende a receita bruta das vendas de bens e serviços prestados em operações


realizadas pela empresa.

Na receita bruta não se incluem as vendas canceladas, os descontos incondicionais


concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou
contratante dos quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero
depositário (parágrafo único do art. 31 da Lei 8.981/1995).

Os impostos não cumulativos citados correspondem ao IPI e ao ICMS quando cobrado como
substituição tributária.

Assim, para a aplicação do conceito legal de Receita Bruta, é recomendável que a empresa
que contabiliza o IPI e o ICMS como Receita de Vendas, o faça em conta de “Faturamento
Bruto” e não em “Receita de Venda de Produtos”, ficando assim o plano de contas da
empresa:

Faturamento Bruto

(-) IPI Faturado

(-) ICMS Substituição Tributária

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(=) Receita Bruta de Vendas e Serviços

DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA

Devoluções de Vendas

Nesta conta, de natureza devedora, são registradas as devoluções de vendas relativas à


anulação de valores registrados como receita bruta de vendas e serviços. Assim sendo, as
devoluções não devem ser deduzidas diretamente da conta de vendas, mas registradas
nessa conta devedora.

Abatimentos

Nessa conta serão registrados os descontos incondicionais concedidos aos clientes relativos
às vendas e serviços.

Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas

A receita bruta deve ser registrada pelos valores totais, incluindo os impostos sobre ela
incidentes (exceto IPI e ICMS substituição tributária), que são registrados em contas
devedoras.

Desta forma, os valores dos impostos incidentes sobre as vendas, tais como: ISS, ICMS,
PIS, COFINS, serão diminuídos da receita bruta.

Custos das Vendas

Estas contas registram os custos de bens ou serviços vendidos. A apuração do custo das
mercadorias vendidas está diretamente relacionada aos estoques da empresa, pois

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representa a baixa efetuada nas contas dos estoques por vendas realizadas no período e é
apurado através da equação CMV=EI+C-EF.

Despesas de Vendas e Administrativas

As despesas de vendas representam os gastos de promoção, colocação e distribuição dos


produtos da empresa, bem como os riscos assumidos pela venda, tais como:

a) Despesas com folha de pagamento da área de vendas;

b) Comissões sobre vendas;

c) Propaganda e publicidade;

d) Gastos com garantia de produtos;

e) Utilidades e serviços: transporte, depreciação e manutenção de bens, energia elétrica,


telefone, água.

As despesas administrativas representam os gastos, pagos ou incorridos, para direção ou


gestão da empresa, tais como:

a) Despesas com o pessoal: salários, gratificações, férias, encargos, assistência médica,


transporte;

b) Utilidades e serviços: energia elétrica, água, telefone, fax, correio, seguros;

c) Despesas gerais: material de escritório, material de limpeza, viagens, alimentação,


jornais e revistas, despesas legais e judiciais, serviços profissionais contratados,
depreciação e manutenção de bens;

d) Impostos e taxas: IPTU, IPVA, ITR, Contribuição Sindical.

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Receitas e Despesas Financeiras

Nesse grupo são incluídos os juros, os descontos e a atualização monetária pré-fixada, além
de outros tipos de receitas ou despesas, bem como aquelas decorrentes de aplicações
financeiras.

As atualizações monetárias ou variações cambiais de empréstimos são registradas


separadamente no grupo variações monetárias.

As Receitas Financeiras compreendem:

 Descontos obtidos, decorrentes de pagamentos antecipados de duplicatas de


fornecedores ou outros títulos;

 Juros recebidos referentes aos juros cobrados pela empresa de seus clientes, por
atraso de pagamento e outras operações similares;

 Receitas de aplicações financeiras que englobam as receitas decorrentes de


aplicações financeiras, correspondentes à diferença entre o valor aplicado e o valor
resgatado, do tipo Certificado de Depósito Bancário (CDB), etc.;

 Outras receitas de investimentos temporários.


As Despesas Financeiras compreendem:

 Descontos concedidos aos clientes pelo pagamento antecipado ou pontual de


duplicatas;

 Juros de empréstimos, financiamentos, descontos de títulos e outras operações;

 Comissões e despesas bancárias cobradas pelos bancos nas operações de desconto,


de concessão de crédito, etc.

 Correção monetária prefixada de empréstimos.


As Variações Monetárias de Obrigações e Créditos compreendem:

 Variação cambial incorrida pela atualização periódica de obrigações ou créditos a


serem pagos ou recebidos em moeda estrangeira;

 Atualização monetária que registra as atualizações sobre obrigações ou créditos


sujeitos à cláusula de atualização monetária.

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Outras Receitas e Outras Despesas

Abrange outras receitas e despesas decorrentes de atividades acessórias do objeto da


empresa, tais como:

a) Lucros e prejuízos em participações societárias;

b) Vendas de sucatas ou sobras de estoques.

Resultados sobre Outras e Receitas e Outras Despesas

São os resultados decorrentes de outras operações não ligadas às atividades principais ou


acessórias da empresa, tais como:

a) Ganhos e perdas na alienação de investimentos permanentes;

b) Ganhos e perdas na alienação de bens e direitos do ativo permanente;

c) Ganhos e perdas por desapropriação, baixa por perecimento, extinção, desgaste,


obsolescência de bens do ativo permanente.

Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro

Nessas contas devem ser registrados os valores relativos à Contribuição Social Sobre o
Lucro e do Imposto de Renda devido sobre o resultado.

Participações e Contribuições

Essas participações e contribuições devem ser contabilizadas na própria data do balanço,


mediante débito nas contas de participações no resultado e crédito nas contas de provisão
no Passivo Circulante.

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De acordo com o artigo 189 da lei das S/A, do resultado do exercício, serão deduzidos, antes
de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o imposto sobre a
renda.

Dessa forma, toma-se o lucro líquido depois do imposto de renda e contribuição social, antes
das participações e dele se deduz o saldo eventual de prejuízos acumulados, apurando-se
assim a base inicial de cálculo das participações.

Ressalte-se que o cálculo das participações não é feito sobre o mesmo valor. Deve ser
calculado extra contabilmente, primeiramente, a participação das debêntures. Do lucro
remanescente se calcula a participação dos empregados, do lucro remanescente desse
cálculo, se calcula a participação dos administradores, e do saldo, a participação das partes
beneficiárias.

Exemplo:

Considerando-se que determinada empresa tenha definido no seu estatuto, que as


debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias tenham direito à
participação de 5% do lucro do exercício. A empresa tem um saldo de prejuízos acumulados
no valor de R$ 20.000,00, e o seu resultado do exercício após o Imposto de Renda e
Contribuição Social corresponde a R$ 100.000,00, teremos:

Lucro após Imposto de Renda e Contribuição Social 100.000,00


(-) Prejuízo acumulado 20.000,00
(=) Base de cálculo das participações de Debêntures 80.000,00
(-) Debêntures = 5% de R$ 80.000,00 4.000,00
(=) Base de cálculo da participação dos Empregados 76.000,00
(-) Empregados = 5% de 76.000,00 3.800,00
(=) Base de cálculo da participação dos Administradores: 72.200,00
(-) Administradores = 5% de R$ 72.200,00 3.610,00
(=) Base de cálculo da participação das Partes Beneficiárias 68.590,00
(-) Partes beneficiárias = 5% de R$ 68.590,00 3.429,50
(=) Lucro líquido após as participações 65.160,50

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Lucro por Ação

O artigo 187 da Lei nº 6.404/76 determina a indicação do montante do lucro ou prejuízo


líquido por ação do Capital Social, o que possibilita melhor avaliação pelos investidores dos
resultados apurados pela companhia em relação às ações que possui.

O lucro por ação é apurado pela divisão do lucro líquido de exercício pelo número de ações
em circulação do capital social.

Contabilidade e finanças, apesar das técnicas utilizadas e suas cientificidades, não constitui
“verdade” se não tiver associação prática com nosso cotidiano. Em razão disso, é sempre
importante que façamos um esforço no sentido de aproximarmos a técnica ao nosso dia a
dia. Se o caminho for organizar nossas finanças pessoais, já terá sido de grande valia, o que
agrega valor na fixação do aprendizado.

A partir dos conhecimentos pronunciados na Unidade 13, busque informações “reais” de uma
empresa (pode ser uma microempresa) e, com base no MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DO
RESULTADO DO EXERCÍCIO, monte a referida demonstração e apure o resultado da
empresa escolhida (atividade opcional para efeito de fixação).

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U NIDADE 16
Objetivo: Apresentar a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), enquanto ferramenta
gerencial que passa a substituir a DOAR, sua elaboração e as transações que o afetam.

Demonstração dos Fluxos de Caixa

A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), ao contrário da DOAR, passou a ser um


relatório obrigatório pela contabilidade para todas as sociedades de capital aberto ou com
patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).

Esta obrigatoriedade vigora desde 01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007, e desta forma
torna-se mais um importante relatório para a tomada de decisões gerenciais.

De forma condensada, esta demonstração indica a origem de todo o dinheiro que entrou no
caixa em determinado período e, ainda, o Resultado do Fluxo Financeiro. Assim como a
Demonstração de Resultados de Exercícios, a DFC é uma demonstração dinâmica e
também está contida no balanço patrimonial.

A Demonstração do Fluxo de Caixa irá indicar quais foram às saídas e entradas de dinheiro
no caixa durante o período e o resultado desse fluxo.

As Principais Transações que Afetam o Caixa

A seguir, relacionaremos em dois grupos as principais transações que afetam o caixa.

a) Transações que Aumentam o Caixa (Disponível)

 Integralização do Capital pelos proprietários em dinheiro;


 Empréstimos bancários e financiamentos oriundos das instituições financeiras;
 Vendas de Ativos Permanentes;
 Outras entradas (juros recebidos, indenizações de seguros, etc.).
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b) Transações que Diminuem o Caixa (Disponível)

 Pagamento de dividendos aos acionistas;


 Pagamento de juros, correção monetária de dívidas;
 Aquisição de itens do Ativo Permanente;
 Compra à vista e pagamento de fornecedores;
 Pagamentos de despesas (custo), contas a pagar e outros.

c) Transações que não Afetam o Caixa

Dentre as transações realizadas pela empresa, algumas não afetam o caixa, isto é, não há
encaixe e nem desencaixe de dinheiro, como por exemplo: - Depreciação, amortização e
exaustão; - Provisão para devedores duvidosos; - Correção monetária de balanço; -
Acréscimo ou diminuições de investimentos avaliados pelo método de equivalência
patrimonial, sem significar que houve vendas ou novas aquisições.

Apresentação do Relatório de Fluxo de Caixa

Seguindo as tendências internacionais, o fluxo de caixa pode ser incorporado às


demonstrações contábeis tradicionalmente publicadas pelas empresas. Basicamente, o
relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três grandes áreas:

I - Atividades Operacionais;
II - Atividades de Investimento;
III - Atividades de Financiamento.

As Atividades Operacionais são explicadas pelas receitas e gastos decorrentes da


industrialização, comercialização ou prestação de serviços da empresa. Estas atividades têm
ligação com o capital circulante líquido da empresa.

As Atividades de Investimentos são os gastos efetuados no Realizável em Longo Prazo ou


no Ativo Permanente, bem como as entradas por venda de ativos imobilizados.

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As Atividades de Financiamento são os recursos obtidos do Exigível em Longo Prazo e do
Patrimônio Líquido. Devem ser incluídos aqui os empréstimos e financiamentos de curto
prazo. As saídas correspondem à amortização destas dívidas e os valores pagos aos
acionistas a título de dividendos, distribuição de lucros.

RECEBIMENTOS ATIVIDADES PAGAMENTOS

a fornecedores

de clientes (vendas + de salários e comissões


red. Conta clientes)
de juros e dividendos
s/ investimentos Operações de juros e impostos

outros desembolsos outros desembolsos


das operações das operações

venda de imobilizado aquisição de imobilizado

venda de investimentos compra de investimentos


que não equiv. caixa Investimentos
que não equiv. caixa

recebimento de liberação de
empréstimos concedidos empréstimos concedidos

emissão de ações de dividendos

recebimento de Principal de empréstimos


empréstimos bancários Financiamento
bancários

captação recursos via resgate títulos de dívida


emissão títulos de dívida

Fonte: Horngren, 1996

Método Direto

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De posse da conta “Caixa”, ordenando as operações de acordo com a sua natureza e
condensando-as, podemos extrair todos os dados necessários, detalhando as entradas e
saídas de caixa.

É uma questão de ordenamento das entradas e saídas de caixa. Para os ingressos de


recursos, considerar os valores positivos, para as saídas, negativos.

A seguir mostraremos um modelo simplificado de DFC pelo método direto, baseado no


modelo FAS 95, ou seja, fazendo uma segregação dos tipos de atividades:

1. Das Atividades Operacionais

(+) Recebimentos de Clientes e outros


(-) Pagamentos a Fornecedores
(-) Pagamentos a Funcionários

(-) Recolhimentos ao Governo


(-) Pagamentos a Credores Diversos
2. Das Atividades de Investimentos

(+) Recebimento de Venda de Imobilizado


(-) Aquisição de Ativo Permanente
(+) Recebimento de Dividendos
3. Das Atividades de Financiamentos

(+) Novos Empréstimos


(-) Amortização de Empréstimos
(+) Emissão de Debêntures

(+) Integralização de Capital


(-) Pagamento de Dividendos
4. Aumento/Diminuição nas Disponibilidades

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Método Indireto

De posse das Demonstrações Financeiras, uma vez que nem sempre temos acesso à ficha
(ou livro) da “conta Caixa”, lançamos mão de uma técnica bastante prática, o que nos
permite elaborar a DFC para empresas diversas.

O Método Indireto é aquele em que os recursos provenientes das atividades operacionais


são demonstrados a partir do lucro líquido, ajustado pelos itens considerados na contas de
resultado, porém sem afetar o caixa da empresa. O Método Indireto é feito com base nos
ajustes do lucro líquido do exercício que se encontra na Demonstração de Resultado.

Primeiro passo: Os itens operacionais que não usaram dinheiro, mas foram deduzidos como
despesas devem ser acrescentados de volta ao lucro do exercício, como é o caso da
depreciação.

Segundo passo: As alterações ocorridas no Capital Circulante Líquido (AC e PC) também
devem ser ajustadas, porque estão relacionadas com as atividades operacionais.

1. Fluxo de Caixa Operacional Líquido

Lucro Líquido

(- ) Aumento de Estoques

(+) Depreciação

(- ) Aumento de Clientes

(+) Pagamento a Funcionários

(+) Contas a Pagar

(+) Pagamentos de Impostos e Tributos

(+) Aumentos de Fornecedores

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2. Das Atividades de Investimentos

(+) Recebimento de Venda de Imobilizado

(- ) Aquisição de Ativo Permanente

(+) Recebimento de Dividendos

3. Das Atividades de Financiamentos

(+) Novos Empréstimos

(- ) Amortização de Empréstimos

(+) Emissão de Debêntures

(+) Integralização de Capital

(- ) Pagamento de Dividendos

4. Aumento/Diminuição nas Disponibilidades

Quando há um aumento nos ativos circulantes (estoques, contas a receber), o raciocínio é


que foi usado dinheiro do caixa, para comprar estoques ou conceder crédito a clientes. De
maneira inversa, se os estoques ou clientes diminuírem é porque a empresa está tendo
receita ou recebimento de clientes.

Nota: Os aumentos do Ativo Circulante usam caixa, as diminuições produzem caixa.

Os aumentos do Passivo Circulante têm o efeito oposto sobre o caixa. Quando os


fornecedores concedem créditos, o caixa é liberado para outras atividades. Quando a
empresa diminui a conta de fornecedores, é que ela está usando caixa para solver
compromissos.

Nota: Os aumentos do Passivo Circulante produzem caixa, as diminuições usam caixa.

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Todos estes ajustes fazem parte das atividades operacionais. As demais atividades de
investimento e de financiamento serão elaboradas nos mesmos moldes do Método Direto,
usando-se para tanto os dados do Balanço Patrimonial.

Conclusão

A demonstração é uma ferramenta que permite ao administrador financeiro melhorar o


planejamento financeiro da empresa, conseguindo, com isso, que o Caixa fique livre de
excessos e que a empresa conheça antecipadamente as suas necessidades de dinheiro.

Dessa maneira, a demonstração deverá sempre ser comparada com o efetivo desempenho
de Caixa da empresa para poder alcançar toda a sua utilidade nas previsões orçamentárias e
de investimentos, assim como ser aperfeiçoada para tornar-se cada vez mais objetiva e
próxima da realidade.

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U NIDADE 17
Objetivo: Apresentar a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), enquanto ferramenta
gerencial que passa a ser obrigatória para as companhias abertas.

Demonstração do Valor Adicionado

A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é o informe contábil que evidencia, de forma


sintética, os valores correspondentes à formação da riqueza gerada pela empresa em
determinado período e sua respectiva distribuição.

Obviamente, por se tratar de um demonstrativo contábil, suas informações devem ser


extraídas da escrituração, com base nas Normas Contábeis vigentes e tendo como base o
Princípio Contábil da Competência.

A riqueza gerada pela empresa, medida no conceito de valor adicionado, é calculada a partir
da diferença entre o valor de sua produção e o dos bens e serviços produzidos por terceiros
utilizados no processo de produção da empresa.

A utilização do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da seguinte forma:

1) como índice de avaliação do desempenho na geração da riqueza, ao medir a eficiência da


empresa na utilização dos fatores de produção, comparando o valor das saídas com o valor
das entradas, e

2) como índice de avaliação do desempenho social à medida que demonstra, na distribuição


da riqueza gerada, a participação dos empregados, do Governo, dos Agentes Financiadores
e dos Acionistas.

O valor adicionado demonstra, ainda, a efetiva contribuição da empresa, dentro de uma visão
global de desempenho, para a geração de riqueza da economia na qual está inserida, sendo
resultado do esforço conjugado de todos os seus fatores de produção..

A Demonstração do Valor Adicionado, que também pode integrar o Balanço Social, constitui,
desse modo, uma importante fonte de informações à medida que apresenta esse conjunto de
elementos que permitem a análise do desempenho econômico da empresa, evidenciando a
geração de riqueza, assim como dos efeitos sociais produzidos pela distribuição dessa
riqueza.

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Modelo de DVA

Demonstração do Valor Adicionado


Cia. Produtiva
em R$ mil 20X1 20X2
DESCRIÇÃO
1-RECEITAS
1.1) Vendas de mercadoria, produtos e serviços
1.2) Provisão p/devedores duvidosos – Reversão/(Constituição)
1.3) Não operacionais
2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)
2.1) Matérias-Primas consumidas
2.2) Custos das mercadorias e serviços vendidos
2.3) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.4) Perda/Recuperação de valores ativos
3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)
4 – RETENÇÕES
4.1) Depreciação, amortização e exaustão
5 –VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA
ENTIDADE (3-4)
6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
6.2) Receitas financeiras
7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)
8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO
8.1) Pessoal e encargos
8.2) Impostos, taxas e contribuições
8.3) Juros e aluguéis
8.4) Juros s/ capital próprio e dividendos
8.5) Lucros retidos / prejuízo do exercício
* O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7.

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U NIDADE 18
Objetivo: Demonstrar as bases estruturais de um Balancete Contábil, e sua aplicação
enquanto ferramenta de gestão empresarial.

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO

O Balancete é um demonstrativo auxiliar que relaciona os saldos das contas remanescentes


no diário. Ele é de fundamental importância para verificar se o método de partidas dobradas
está sendo observado pela escrituração da empresa.

Pelo método, cada débito deve corresponder a um crédito de mesmo valor, cabendo ao
balancete verificar se a soma dos saldos devedores é igual a soma dos saldos credores.

O Balancete também cumpre utilidades gerencias, com suas informações extraídas dos
registros contábeis mais atualizados. O grau de detalhamento do balancete de verificação
deverá estar adequado a finalidade do mesmo. Caso o demonstrativo seja destinado a
usuários externos o documento deverá ser assinado por profissional habilitado pelo conselho
regional de contabilidade (CRC).

Normalmente o Balancete é confeccionado é disponibilizado mensalmente, servindo como


suporte aos gestores para visualizar a situação da empresa diante dos saldos mensurados, o
que o torna um demonstrativo de fácil entendimento e de grande relevância e utilidade
prática.

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Exemplo de um Balancete de Verificação

Cia. Contabilidade Azul

Balancete Mensal de Verificação - JUN/2012

Natureza
Contas Débito Crédito

Caixa
Bancos cta.
AC 14800 -
Movimento
AC 25200 -
Duplicatas a Receber
AC 11000 -
Mercadorias
AC 29400 -
Imobilizado
ANC 22000 -
Fornecedores
PC - 27800
Empréstimos e
PC - 20100
Financiamentos
PL - 38000
Capital Social
PL - 16500
Lucros ou Prejuízos
Acumulados
102400 102400
Total

AC = Ativo Circulante
ANC = Ativo não Circulante
PC = Passivo Circulante
PL = Patrimônio Liquido

Obs: Caso existam, as contas de resultado com saldos remanescentes também devem ser
inseridas no balancete. No exemplo supomos que antes da elaboração do demonstrativo as
contas foram apuradas na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e agora integram
a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados.

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IMPORTÂNCIA DO BALANCETE NA GESTÃO TRIBUTÁRIA

Importante salientar que a gestão empresarial deve se pautar em dados confiáveis e com um
certo grau de regularidade.

O Balancete, devidamente conciliado e com o máximo de atualização possível, se apresenta


como elemento fundamental para o acompanhamento da carga fiscal e do impacto da gestão
tributária.

Ele pode ajudar no gerenciamento de resultados: Com o lucro determinado no balancete, é


possível determinar se o regime tributário utilizado pela empresa é o mais indicado. Uma
empresa que esteja apurando prejuízo ou uma pequena margem de lucro, dificilmente terá
vantagem, por exemplo, se optar pela apuração do Imposto de Renda e da Contribuição
Social tomando por base o Lucro Presumido. Neste caso, sua melhor opção possivelmente
será o Lucro Real.. Esse é o diferencial, onde os elementos da contabilidade podem e devem
ser decisivos na produção de resultados dentro da gestão empresarial.

Balancetes com deficiência na sua estrutura de “temporalidade” ou mal conciliados, podem


comprometer seriamente a análise sobre a real situação fiscal da empresa.

O “regime de competência” é referência imprescindível para o reconhecimento de todas as


receitas e despesas, e não o “regime de caixa”. Isso implica dizer que as receitas e os custos
e despesas sejam reconhecidas no período a que referirem, como forma de se obter ao final
o lucro contábil das operações.

O nível de integração e coordenação do sistema contábil informatizado é fator preponderante


na busca dos resultados. Isso dá agilidade aos processos e facilita o registro dos fatos na
geração de dados confiáveis na periodicidade correta.

A gestão tributária tem por objeto o tributo, mas o objetivo maior são as pessoas. Um bom
sistema contábil pressupõe, além do suporte informatizado, a integração de registros e a
capacitação de profissionais que administrem as rotinas contábeis na velocidade necessária
à gestão.

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Nunca é demais lembrar que o Brasil possui uma das maiores cargas fiscais do mundo. Daí
a importância sempre muito presente de se buscar instrumentos gerenciais que possam
prevenir e atenuar o impacto da carga tributária sobre os resultados das empresas. O ideal é
que , no máximo, até o dia 10 de cada mês a empresa tenha um balancete atualizado com
as transações do mês anterior. Por exemplo: o balancete de um determinado mês deve estar
pronto e conciliado, no máximo até o dia 10 do mês subsequente.

Por que a contabilidade é obrigatória em todas as empresas?


1) Por exigência legal?
2) Por necessidade de caráter gerencial?
3) Identifique outros motivos em que a ausência da contabilidade poderia prejudicar a
empresa.

Emita sua opinião e observe a visão dos outros participantes.

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U NIDADE 19
Objetivo: Destacar e analisar números do balanço que possam identificar deficiências ou
apontar soluções sobre a evolução patrimonial de uma empresa e suas consequências
financeiras.

ANÁLISE FINANCEIRA

A análise financeira e de balanços deve ser entendida dentro de suas possibilidades e


limitações. Apontando mais problemas que soluções; mas quando manuseada de forma
conveniente, transforma-se num poderoso painel de controle administrativo.

Um contador com mentalidade gerencial pode apontar deficiências e assessorar a diretoria


financeira, tanto de forma preventiva, quanto corretiva. Cada caso requer um nível de
aprofundamento, mas não é incomum que se possam obter resultados com as ferramentas
de análise mais conhecidas no ambiente financeiro.

As limitações das análises financeiras podem ser creditadas a diversos fatores,


principalmente de natureza operacional.

O ambiente de onde se extrai a informação, a atualização dos números no tempo e os


pareceres independentes estão entre as várias condições de qualidade da informação
contábil, a saber:

A contabilidade da empresa deve ser mantida com esmero e sem interferências


manipuladoras ou normalizantes de resultados;

Ainda que a área de contabilidade tudo faça para executar os serviços de forma correta, nas
médias e grandes empresas, é imprescindível o parecer do auditor independente ou pelo
menos o acompanhamento da auditoria interna;

Na medida do possível, os demonstrativos devem ser corrigidos detalhadamente, levando-se


em conta as variações do poder aquisitivo da moeda;

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Não devemos restringir nossa análise ao balanço patrimonial e a demonstração de resultado.
Todas as demonstrações constantes nos relatórios contábeis devem ser analisadas (leia-se:
Balanço, DRE, DMPL, etc).

Uma análise adequada requer qualidade de dados e disposição adequados. Portanto, os


valores devem ser arredondados e, desde que não haja necessidade de uma analise vertical
e horizontal extremamente detalhada, certas contas podem ser fundidas dentro de outras
denominações mais genéricas.

Reclassificação para análise

A reclassificação para análise significa o remanejamento de contas para novos grupamentos


dentro do balanço patrimonial e demonstração de resultados.

De forma sucinta, indicamos alguns remanejamentos necessários:

Duplicatas descontadas: do ativo circulante para o passivo circulante, visando dar um


tratamento uniforme para as empresas que não trabalham com descontos;

Despesas do exercício seguinte: do ativo circulante para o diferido do ativo, por se tratar
de um grupamento que não será convertido em dinheiro, mas despesas no exercício
seguinte.

Resultados de exercícios futuros: Embora muitos analistas o considerem como uma


obrigação futura, classificando-o no passivo circulante, optamos pela reclassificação no
grupo diferido do passivo, uma vez que devemos considerar como uma receita que não será
devolvida.

Outras reclassificações serão abordadas em momento oportuno.

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Análise horizontal e vertical

A análise horizontal pode à primeira vista detectar itens cujo crescimento está acima ou
abaixo do desejado, crescimento este que pode passar despercebido quando analisamos
diretamente os valores, principalmente se o valor inicial for pequeno.

Uma análise horizontal, por exemplo, dos itens do disponível pode revelar pequeno
crescimento anual deste item. Este pequeno crescimento, entretanto, pode ser significativo
se a política da empresa for evitar disponível excedente.

É claro, que o disponível pode ter crescido em razão do crescimento total da empresa. Isto é,
pode ser que a participação percentual tenha se mantido constante sobre o ativo ou até
diminuído. Por isso, em alguns casos, apenas a análise horizontal não resolve, como
indicador de áreas a serem investigadas com maior profundidade. É preciso acoplá-la com a
análise vertical.

A análise horizontal é importante para denotar a estrutura de composição de itens e sua


evolução no tempo. Sendo que a análise vertical, enquanto coeficiente ou percentual que
demonstra a participação relativa de um determinado número de um subgrupo contábil sobre
uma base, possui maior utilidade quando analisa a participação de cada item dos
demonstrativos operacionais.

Conveniente destacar alguns passos vitais que garantam o sucesso da análise: de cada
conta, análise matemática, análise gráfica, análise comentada e comparativa com empresas
do mesmo setor.

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U NIDADE 20
Objetivo: Estruturar com números, o Balanço completo e a Demonstração de Resultados, de
forma que eles possam sustentar análises posteriores que justifiquem a evolução do
patrimônio.

Estrutura do balanço para análise

Reclassificando o balanço

Suponhamos o seguinte balanço patrimonial de uma empresa:

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ATIVO PASSIVO

1990 1991 1992 1990 1991 1992


Dupl. a 185.000 259.000 342.000 Exig. a Longo 484.000 1.305.000 1.257.000
Receber Prazo
C/ Corrente 33.000 61.000 58.000 Financiamentos 480.000 1.305.000 1.257.000
Devedoras
Empréstimos 4.000
de Terceiros
ATIVO 95.000 1.492.000 1.883.000
PERMANENTE
INVESTIMENT 86.000 153.000 189.000 PATRIMÔNIO 862.000 1.007.000 1.650.000
OS LÍQUIDO
Ações Out. 66.000 131.000 165.000 CAPITAL 500.000 800.000 1.241.000
Empresas
Obras de Arte 20.000 22.000 24.000 Capital 500.000 800.000 2.500.000
IMOBILIZADO 808.000 1.247.000 1.515.000 (-) Capital a (1.259.000)
Integralizar
Terrenos 173.000 195.000 245.000 RESERVAS 37.000 34.000 54.000
DE LUCROS
Edificações 130.000 270.000 400.000 Reserva 37.000 34.000 54.000
Legal
Maquinas e 441.000 666.000 790.000 RESULT. 325.000 173.000 355.000
Equip. ACUMULADO

ATIVO PASSIVO

1990 1991 1992 1990 1991 1992


Inst. 101.000 171.000 236.000 Lucros 325.000 173.000 355.000
Industriais Acumulados
Veículos 26.000 22.000 34.000
Mov. Utensílios 12.000 35.000 43.000
Aces. / 10.000 14.000 16.000
Ferramentas
Laboratório 14.000 19.000 29.000
(-) (99.000) (145.000) (278.000)
Depreciação
DIF. – EX. 56.000 92.000 179.000
SEGUINTE
Dep. Judiciais 3.000 8.000 3.000
Oper. de 53.000 84.000 176.000
Financ.

TOTAL 1.904.000 2.830.000 3.636.000 TOTAL 1.904.000 2.830.000 3.636.000

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DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS
1.990 1991 1992
RECEITA
OPER.BRUTA

Vdas Mercad. Prazo 3.223.000 4.057.000 5.218.000

CMV (1.677.000) 2.224.000 2.798.000


LUCRO BRUTO 1.546.000 1.833.000 2.420.000
DESP.OPERAC.

Despesas c/vdas (769.000) 1.205.000 1.261.000

Despesas Financ. (108.000) 214.000 205.000


Despesas
Administrativas (180.000) 292.000 316.000

Depreciações (36.000) 1.093.000 46.000 1.757.000 133.000 1.915.000


LUCRO
OPERACIONAL 453.000 76.000 505.000
RESULT. NÃO
OPERACIONAL
Receita não
operacional 80.000 315.000 149.000
Despesas não
operacionais (92.000) (500.000) (182.000)
Correção Monet. 12.000 - 185.000 - 33.000 -
Provisão p/Dev.
Duvidosos 10.000 12.000 5.000

Provisão p/I. R. 133.000 143.000 19.000 31.000 150.000 155.000

LUCRO LÍQUIDO 310.000 45.000 350.000


OUTROS DADOS

Compras do ano 1.760.000 2.294.000 3.023.000


Estoque ano anterior 88.000
Lucro Acumulado
Anterior 15.000

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Reclassificando as contas patrimoniais da seguinte forma:

 Duplicatas descontadas: do ativo circulante para o passivo circulante.


 Despesas do exercício seguinte: do ativo circulante para o diferido do ativo.
 Resultado de exercícios futuros: reclassificação no grupo diferido do passivo.
Teremos a seguinte estrutura de balanço para análise.

ESTRUTURA DOS BALANÇOS RECLASSIFICADOS

1.990 1.991 1.992


1. ATIVO
ATIVO CIRCULANTE 926.000 1.333.000 1.707.000
Realizável - L. Prazo 218.000 320.000 400.000
Subtotal 1.144.000 1.653.000 2.107.000
ATIVO PERMANENTE 894.000 1.400.000 1.704.000
ATIVO REAL 2.038.000 3.053.000 3.811.000
Diferido 56.000 92.000 179.000
Acertos
TOTAL 2.094.000 3.145.000 3.990.000

2. PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE 748.000 833.000 1.083.000
Exigível - L. Prazo 484.000 1.305.000 1.257.000
PASSIVO REAL 1.232.000 2.138.000 2.340.000
P. Liquido 862.000 1.007.000 1.650.000
Resultado Exerc Futuro - - -
Acertos
TOTAL 2.094.000 3.145.000 3.990.000

Elementos específicos para análise

3. ELEMENTOS ESPECÍFICOS 1990 191 1992


Estoque 171.000 241.000 466.000
Capital Integralizado 500.000 800.000 1.241.000
C.M.V. 1.677.000 2.224.000 2.798.000
Estoque Médio 129.500 206.000 353.500
Vendas a Prazo 3.223.000 4.057.000 5.218.000
Sd. Md Dup. a Rec. = [DR(0)+DR(1)]/2 703.000 872.000 1.082.500
Compras 1.760.000 2.294.000 3.023.000
Sd Md C. a Pagar = [FORN(0)+FORN(1)]/2 266.000 318.500 414.500
Pgto de Lucros/Dividendos - 200.000 148.000

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PLANILHA PARA CÁLCULO DOS ELEMENTOS ESPECÍFICOS

1990 1991 1992 1990 1991 1992


Estoque
Estoque Anterior 88.000 171.000 241.000 Anterior 88.000 171.000 241.000
(+) Estoque
(+) Compras 1.760.000 2.294.000 3.023.000 Atual 171.000 241.000 466.000

(=) Subtotal 1.848.000 2.465.000 3.264.000 (=) Subtotal 259.000 412.000 707.000

(-) Estoque Atual 171.000 466.000 (:) 2


241.000 2 2 2
(=) Estoque
(=) C.M.V. 1.677.000 2.224.000 2.798.000 Médio 129.500 206.000 353.500

Dupl a Receber 0 703.000 703.000 1.041.000 Dupl a Pagar 0 266.000 266.000 371.000
(+) Duplic a
(+) Duplic a Receber 1 703.000 1.041.000 1.124.000 Pagar 1 266.000 371.000 458.000

(=) Subtotal 1.406.000 1.744.000 2.165.000 (=) Subtotal 532.000 637.000 829.000
(:) 2 2 2 2 (:) 2 2 2 2
(=) Saldo
Médio Dupl a
(=) Saldo Médio Dupl a rec. 703.000 872.000 1.082.500 pagar 266.000 318.500 414.500

Lucro Acumulado 0 15.000 325.000 173.000

(+) Lucro Exercício 1 310.000 45.000 350.000


(+) Reversão de reservas 1 - 3.000 -
(=) Subtotal 325.000 373.000 523.000

(-) Lucro Acumulado 1 325.000 173.000 355.000

(-) Reservas 1 - - 20.000

(=) Pagto Lucros/Divid. - 200.000 148.000

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U NIDADE 21
Objetivo: Apresentar formas alternativas para mensurar a evolução patrimonial.

Análise da situação patrimonial

Alguns usam denominá-la, erroneamente, de situação econômica. A posse de bens e direitos


corresponde à situação patrimonial. Situação econômica diz respeito à capacidade de gerar
lucros. A Situação Patrimonial pode ser analisada sob vários aspectos:

Patrimônio líquido - evolução

Patrimônio líquido atual: Apresenta o valor do P.L. calculado. É diferente do valor dos
demonstrativos contábeis porque o item diferido é excluído.

Evolução nominal – ano base: Mostra o crescimento “nominal” do P.L. sem considerar a
inflação, comparando-a a um índice 100 fixado para o ano base. No período inflacionário, o
crescimento nominal constante pode passar uma “ilusão” aos proprietários, facilmente
anulada quando se apura o crescimento real.

Evolução nominal – ano anterior: Da mesma forma que o índice precedente, apenas
calculado em relação ao ano anterior, mostrando o crescimento anual.

Ano base corrigido: Apresenta o valor do P.L. do ano base, corrigido através de índices de
variação da inflação.

Evolução real – ano base: Mostra o crescimento real, face à deflação dos valores. Sendo
superior a 100, indica um crescimento efetivo (real). Quando inferior a 100, significa perda de
valor do patrimônio dos proprietários.

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Ano anterior corrigido: Indica o valor do P.L. do ano anterior, corrigido através de índices
de variação da inflação.

Evolução real – ano anterior: Apresenta o crescimento real anual. Abaixo de 100, significa
uma involução.

Garantia do capital de terceiros: Este quociente é observado com muita atenção pelos
credores da empresa. Mostra quanto estão garantidos seus créditos. Quanto mais alto seu
resultado, tanto melhor e mais sólida patrimonialmente é a empresa. Um quociente de 1,70
indica que “para cada real de dívida, a empresa conta com R$ 1,70”. Num caso de liquidação
da empresa, todas as dívidas podem ser pagas e ainda restam 70%.

Leverage: Revela o grau de endividamento. O grau máximo permissível é de 3,33.


Ultrapassada essa faixa, a empresa pode ser considerada de grande risco.

Endividamento de curto prazo: Mostra o percentual de endividamento em curto prazo em


relação ao Ativo Real. Seu comportamento nos diversos períodos indica uma tendência de
bom ou mau uso do capital de terceiros.

Endividamento de longo prazo: Mostra o comportamento da dependência dos capitais de


longo prazo, ao longo dos períodos.

1. SITUAÇÃO GLOBAL – PATRIMONIAL


1990 1991 1992
A – Patrimônio Líquido
ATIVO REAL 2.038.000 3.053.000 3.811.000
(-) Passivo Real 1.232.00 2.138.000 2.340.000
(=) PATTRIMÔNIO LÍQUIDO REAL 806.000 915.000 1.471.000
Ind. Evol. Anual Nominal do PL – Ano Base 100% 114% 183%
Ind. Evol. Anual Nominal do PL – Ano Anterior 100% 114% 161%
B – Garantia Cap. Terceiros
ATIVO REAL 2.038.000 3.053.000 3.811.000
( : ) Passivo Real 1.232.000 2.138.000 2.340.000
( = ) QUOC. GARANT. CAP. TERCEIROS 1,65 1,43 1,63

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EVOLUÇÃO DO P.L.

200%

150%
1990
100% 1991
1992
50%

0%
Ind.Evol.Anual Nominal do PL - Ano Base Ind.Evol.Anual Nominal do PL - Ano Ant.

Comentário:

Situação global - patrimonial: Nos três exercícios a empresa apresenta um considerável


crescimento das suas atividades, resultando numa expansão nominal do seu patrimônio
líquido real. Tomando por base o ano 1990: 14% em 1991 e 83% em 1992, resultando num
crescimento nominal em relação ao ano anterior de 14% em 1991 e 61% em 1992.

Existe uma boa margem de garantia para os capitais de terceiros com índices estáveis nos
últimos exercícios: 1,65 (1990), 1,43 (1991) e 1,63 (1992), ou seja, uma margem de 0,63 na
situação mais recente. Isto revela que em 1992 a empresa tem 1,63 para cada 1,00 de
unidade de dívida.

Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua SALA DE
AULA e faça a Atividade 2 no “link” ATIVIDADES.

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U NIDADE 22
Objetivo: Destacar os principais indicadores da saúde financeira empresarial, abordando
itens relacionados com o grau de liquidez.

ANÁLISE DE LIQUIDEZ

Índice de liquidez - solvência

Liquidez corrente: Um dos principais indicadores da situação financeira de uma empresa.


Mostra a capacidade teórica de pagar suas dívidas de curto prazo. Teórica porque compara
valores a receber até um ano com valores a pagar em igual período, cujos perfis de
vencimento são distintos.

Resultados bem superiores a 1 (um) mostram segurança financeira e servem para indicar
quanto a empresa poderá retirar de seu ativo circulante para aplicar em imobilização ou
amortizar o exigível a longo prazo, ou ainda manter uma margem de segurança.

O fato mais importante, porém, está na observação do comportamento ao longo dos


períodos. Se as tendências são decrescentes, há um sintoma de que a empresa está
caminhando para uma das situações: Falência ou Mudança de Proprietário.

Liquidez seca: Mantidas as mesmas observações do item anterior, este índice mostra como
fica a situação da empresa face às dívidas se, por qualquer razão, ela não puder vender
seus estoques, o que, acaba por demonstrar certa “dependência” em relação aos estoques.
Indica quantos reais possui por real de dívida.

Liquidez geral: (bruta) Indica a dependência em relação ao capital de terceiros de longo


prazo. Resultados inferiores a 1,00 podem indicar excesso de financiamentos de longo
prazo.

Há, porém, que considerar o fato de as empresas dificilmente terem valores realizáveis em
prazos superiores a um ano. Em contrapartida, podem possuir dívidas contabilizadas e
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vencíveis em 5, 7, 8 ou até mais anos. Quanto menor o resultado, maior a necessidade de
lucros para cumprir com as dívidas de longo prazo. Importante analisar a tendência ao longo
do tempo.

1. SITUAÇÃO FINANCEIRA
1990 1991 1992
Ativo Circulante 926.000 1.333.000 1.707.000
(:) Passivo Circulante 748.000 833.000 1.083.000
(=) A – Solvência Líquida 1,24 1,60 1,58
Ativo Circulante 926.000 1.333.000 1.707.000
(-) Estoque (171.000) (241.000) (466.000)
(=) Subtotal 755.000 1.092.000 1.241.000
(:) Passivo Circulante 748.000 833.000 1.083.000
(=) B - Solvência Seca 1,01 1,31 1,15
Ativo Circulante + Real L. Prazo 1.144.000 1.653.000 2.107.000
(:) Passivo Real 1.232.000 2.138.000 2.340.000
(=) C – Solvência Bruta 0,93 0,77 0,90

SOLVENCIA

2,00

1,50
1990
1,00 1991
1992
0,50

0,00
Solvência Líquida Solvência Seca Solvência Bruta

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Comentários:

Situação financeira - solvência:

A Solvência Líquida apresenta-se favorável, com tendência estacionária nos últimos anos,
havendo um excesso de 60% em 1991 e 58% em 1992 para cada unidade de dívida em
curto prazo.

A Solvência Seca (subtraindo-se dos estoques) configura-se, evidentemente, com uma


margem menor, porém ainda aceitável 31% em 1991 e 15% em 1992.

A Solvência Bruta apresentou uma queda em 1991 em relação a 1992, voltando a crescer
em 1992, contudo, demonstra uma aparente situação de aperto.

Apesar de algumas limitações atribuídas aos índices de liquidez, restritas às particularidades


de cada segmento empresarial, não raro, eles conseguem superar sua função objetiva de
diagnosticar a eficácia financeira, indicando, até mesmo, o encerramento ou a continuidade
de um empreendimento.

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Dissolução, Liquidação e Extinção de uma sociedade.

Tente diagnosticar problemas pontuais que levam um gestor financeiro a recomendar o


encerramento de um empreendimento;

Procure objetivamente traçar as diferenças básicas entre dissolução, liquidação e extinção de


uma sociedade;

Do ponto de vista formal, naquilo que a Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/1976) trata
dos procedimentos relacionados à dissolução, à liquidação e a extinção, reflita sobre as
formas de desfazimento societário.

Registre sua participação no FORUM e conheça a manifestação dos outros participantes.

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U NIDADE 23
Objetivo: Visa identificar a origem dos capitais aplicados na empresa, se próprios ou de
terceiros, sua aplicação desconcentrada e os benefícios ou desvantagens que isso pode
implicar.

Procedência e Aplicação de Capitais

Capital próprio: Este item apresenta a percentagem total de capitais próprios. Seu
crescimento ao longo dos períodos analisados indica a correta direção empresarial.

Capital de terceiros: Este item mostra a percentagem total de capitais de terceiros


existentes na empresa. Está claro que, se os capitais de terceiros forem “não onerosos” ou
empréstimos a juros subsidiados, pode haver vantagens, apesar da percentagem elevada.

2. PROCEDÊNCIA DE CAPITAIS
1990 1991 1992
A - Patrimônio Líquido AR - 100 806.000 915.000 1.471.000
Ativo Real PL - X 2.038.000 3.053.000 3.811.000
(=) Capital Próprio 40% 30% 39%
B - Passivo Real AR - 100 1.232.000 2.138.000 2.340.000
Ativo Real PR - X 2.038.000 3.053.000 3.811.000
(=) Capital de Terceiros 60% 70% 61%
C - Cap. Total 100% 100% 100%
(A + B = C = S = 100%)

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PROCEDENCIADE CAPITAL

80%
70%
60%
50% 1990
40% 1991
30% 1992
20%
10%
0%
Capital Próprio Capital de Terceiros

Comentários:

Procedência de capitais: Observando o quadro 2, concluímos que a participação própria


decresceu em 1991 para 30%, restabelecendo em 1992 os mesmos níveis de 1990 (39%),
em virtude de lucros crescentes, os quais, na maior parte permanecem na empresa, para
desenvolvimento de seus negócios.

Aplicação de capitais

Ativo circulante: É preciso identificar a percentagem de capitais aplicados neste grupo e


seu comportamento nos períodos analisados. As causas das variações devem ser buscadas,
a fim de se aquilatar vantagens ou desvantagens.

Realizável a longo prazo: O diagnóstico acima também se aplica aqui.

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Permanente: Percentagem de capitais aplicados no permanente. A manutenção de
equilíbrio sustenta a continuidade do negócio.

Disponível: Indica a percentagem existente em disponibilidade, às épocas do encerramento


dos demonstrativos contábeis.

Duplicatas a receber: Percentual aplicado em duplicatas a receber. Seu crescimento pode


significar melhoria de venda ou inadimplência da clientela, inclusive com habilitação em
concordatas e falências. Requer administração

Estoques: Percentual aplicado em estoque. Seu aumento pode ter várias causas: Retração
de vendas, face às condições recessivas de mercado; obsolescência dos estoques;
deterioração, ou há especulação com eles por compras elevadas que precisam ser
justificadas.

Outros valores a receber: Este percentual também merece estudos especiais, caso atinja
montantes relevantes (acima de 20% do circulante).

3. APLICAÇÃO DE CAPITAIS
1990 1991 1992
ATIVO REAL 2.038.000 3.053.000 3.811.000
Ativo Circulante 926.000 1.333.000 1.707.000
Percentual no Circulante 45% 44% 45%
Real. Longo Prazo 218.000 320.000 400.000
Percentual no RLP 11% 10% 10%
Ativo Permanente 894.000 1.400.000 1.704.000
Percentual no Permanente 44% 46% 45%

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APLICAÇÃO DE CAPITAL

50%

40%
Percentual no Circulante
30%
Percentual no RLP
20% Percentual no Permanente

10%

0%
1.990 1.991 1.992

AP L IC AÇ Ã O D E C AP IT AL

50%

45%

40%

35%

30%
19 90
25% 19 91
19 92
20%

15%

10%

5%

0%
P erc entu al no P erc entu al no R LP P erc entu al no
C ircu lante P erm an ente

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Comentários:

Aplicação de capitais: Pela distribuição de capitais, observa-se que nos últimos anos a
empresa manteve sempre os mesmo percentuais de aplicação – 45% no circulante, 10% no
realizável em longo prazo e 45% no Permanente.

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U NIDADE 24
Objetivo: Demonstrar resultados efetivos, ou seja, parâmetros que autorizam sócios e
investidores a acreditarem no empreendimento.

Rentabilidade

Taxa de Retorno Sobre o Investimento dos Proprietários

A T.R.S.I.P. é considerada a mais importante entre as outras, por indicar a rentabilidade


obtida pelos proprietários e mostrar o percentual de lucro líquido obtido após o imposto de
renda, sobre o valor do Patrimônio Líquido Médio.

Taxa de Retorno Sobre o Investimento Total

A T.R.S.I.T. é um dos principais indicadores da capacidade econômica empresarial. Todo o


comportamento da empresa para atingir esta meta é mostrado nos diagramas “Du Pont”.

Taxa de Retorno Sobre o Ativo Permanente

A T.R.S.A.P. busca evidenciar o percentual gerado pelo AP. Adquire mais relevância nos
relatórios de empresas industriais.

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4. RENTABILIDADE

1990 1991 1992

A – Resultado do Exercício 310.000,00 45.000,00 350.000,00

(:) Patrimônio Líquido 806.000,00 915.000,00 1.471.000,00

(=) TRSIP (%) 38% 5% 24%

B – Resultado do Exercício 310.000,00 45.000,00 350.000,00

(: ) Ativo Permanente 894.000,00 1.400.000,00 1.704.000,00

(=) TRSAP (%) 35% 3% 21%

C – Resultado do Exercício 310.000,00 45.000,00 350.000,00

(:) Capital Integralizado 500.000,00 800.000,00 1.241.000,00

(=) Percentual Anual 62% 6% 28%

D – Resultado do Exercício 310.000,00 45.000,00 350.000,00

(:) Ativo Real 2.038.000,00 3.053.000,00 3.811.000,00

(=) TRSIT 15% 1% 9%

RENT ABIL IDA DE

70%
60%
50%
1990
40%
30% 1991

20% 1992

10%
0%
TRS IP ( %) TRS A P ( %) P er c ent ual TRS IT
anual

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Comentários:

Rentabilidade: A empresa apresenta um nível ascendente no último ano de sua


rentabilidade comprometida em 1991. Porém, houve notável recuperação em 1992.

O lucro líquido sobre o ativo permanente indica o acerto de suas inversões fixas,
evidenciando pleno conhecimento do ramo de atividade por parte de seus diretores.

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U NIDADE 25
Objetivo: Apresentar medidas que acompanhe o comportamento dos estoques, permitindo
diagnosticar variações e otimizar resultados sem comprometer o fluxo operacional da
empresa.

Rotação e Renovação de Estoques

Dias de giro de estoque

É um indicador da tendência de evolução do comportamento dos estoques ao longo dos


períodos. Uma elevação no número de dias pode significar excesso de compras, retração de
vendas, concorrência acirrada, produtos obsoletos ou ainda especulação com estoques.

Dias de financiamento total

Corresponde à soma dos dias de Intervalo com os dias de giro de estoques, mostrando o
número total de dias financiados pela empresa.

5. RO TAÇÃO DE ESTOQUE
1990 1991 1992
CMV 1.677.000 2.224.000 2.798.000
(:) Estoque Médio 129.500 206.000 353. 500
(=) Q RE 13 11 8

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20
1992
10

-
DGE
6. RENOVAÇÃO DE E STO QUE
1990 1991 1992
Dias 360 360 360
(:) QRE 13 11 8
(=) DGE 28 33 45

Comentários:

Rotação de estoque: O índice de rotação de estoques que era de 13 em 1990, apresenta


tendência decrescente, chegando a 8 em 1992 (por motivos que desconhecemos), talvez
devido às dificuldades de aquisição de matérias primas e a contingência de ter que adquirir
lotes maiores para assegurar o seu funcionamento normal, diversificação de linha de
produção, etc...

Renovação de estoques: Esclarecendo o coeficiente anterior, a renovação de estoques era


de 28 dias em 1990 (termos médios) passou para 45 dias em 1992.

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U NIDADE 26
Objetivo: Destacar a importância desses indicadores de giro sobre a administração do fluxo
de recebimentos e recebimentos, como fator de geração de receitas e continuidade do
empreendimento.

Rotação e Renovação de Recebimentos e Pagamentos

Dias de giro de recebimentos

Mostra, em dias, o prazo médio que a empresa está recebendo seus créditos. Tomando
como base o prazo médio concedido pela empresa, a diferença a maior corresponderá ao
atraso da clientela, o que recomenda medidas que acelerem as cobranças, tanto amigáveis
quanto judiciais. Além disso, serve também para comparar com os dias de giro de
pagamentos, avaliando o intervalo entre eles (o ideal é receber com prazo menor e pagar
com prazo maior).

7. ROTAÇÃO DE RECEBIMENTOS
1990 1991 1992
Vendas a Prazo 3.223.000 4.057.000 5.218.000
(:) Sd. Médio Dupl. a Receber 703. 000 872. 000 1.082.500
(=) QRR 4,6 4,7 4,8

8. RENOVAÇÃO DE RECEBIMENTOS
1990 1991 1992
Dias do Ano 360 360 360
(:) QRR 4,6 4,7 4,8
(=) DGR 79 77 75

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Comentários:

Rotação e Renovação de Recebimentos

O coeficiente de rotação de recebimentos passou de 4,6 em 1990 para 4,8 em 1992,


significando, em termos médios, que o prazo médio de vendas concedido reduziu de 79 dias
em 1990 para 75 dias em 1992 (não muito expressivo).

Rotação e Renovação de Pagamentos

Dias de giro de pagamentos

Indica o prazo médio em que são pagos os compromissos com fornecedores.

Intervalo

Corresponde à diferença entre os dias de giro de recebimento e os dias de giro de


pagamento. Sempre é conveniente que ele seja negativo, o que indica que a empresa recebe
antes de pagar seus compromissos. Para melhorar expressivamente o capital de giro,
conveniente vender a vista e comprar a prazo.

9. ROTAÇÃO DE PAGAMENTOS
1990 1991 1992
Compras 1.760.000 2.294.000 3.023.000
(:) Sd. Médio Créd. Fornecedores 266.000 318.500 414.500
(=) QRP 6,6 7,2 7,3

10. RE NOVAÇÃO DE PA GA MENTOS


1990 1991 1992
Dias do Ano 360 360 360
(:) QRP 6,6 7,2 7,3
(=) DGP 54 50 49

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1990 1991 1992
Dias de Giro de Recebimento 79 77 75
Dias de Giro de Pagamento 54 50 49
Intervalo 25 27 26

RECEBIMENTO - PAGAMENTO E INTERVALO

INTERVALO

DGP INTERVALO
DGP
DGR
DGR

1990 1991 1992

Comentários:

Rotação e Renovação de Pagamentos: A empresa obteve uma redução em seu prazo médio
de pagamentos de 54 dias em 1990 para 49 dias em 1992. Suportou em média uma
defasagem entre recebimento em pagamento de 26 dias.

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Exercício de fixação

Por que numa empresa o descasamento de prazos pode denunciar dificuldades financeiras?

Qual a diferença entre Rotação e Renovação?

Qual o prazo ideal de Renovação de Recebimentos para uma empresa?

Qual o prazo ideal de Renovação de Pagamentos para uma empresa?

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U NIDADE 27
Objetivo: Identificar as origens e aplicações de recursos, dando ênfase à administração do
capital de giro, em razão da sua importância enquanto instrumento de gerência do caixa de
qualquer empresa.

ADMINISTRAÇÃO DE CAPITAL DE GIRO

Necessidade líquida de capital de giro

É estimada através do nível de capital de giro adequado ao funcionamento de uma empresa.


Se positiva (aplicações de capital de giro maior que as fontes de capital de giro) indica o
quanto de recursos a empresa necessita para financiar o giro de seus negócios e, se
negativa (fontes de capital de giro maior que as aplicações de capital de giro) tem-se que a
empresa não necessita de recursos para o giro dos negócios, dispondo de fontes para
financiar outras aplicações.

Aplicações de capital de giro

Refere-se às contas do ativo circulante que refletem atividades permanentes da empresa


(duplicatas a receber, estoques, etc.).

Origens de capital de giro

Refere-se às contas do passivo circulante que refletem atividades permanentes da empresa


(fornecedores, obrigações trabalhistas e fiscais, etc.).

As outras contas do ativo circulante e passivo circulante são aquelas que não se relacionam
com as atividades da empresa e, que uma vez realizadas, transformam-se em entradas ou
saídas de caixa e não são necessariamente renovadas.

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As diferenças entre as outras contas do ativo circulante e as outras contas do passivo
circulante representam a variável normalmente denominada de Tesouraria.

A variável Tesouraria quando positiva expressa uma situação financeira folgada de curto
prazo, em caso contrário, indica a aplicação de recursos de terceiros financiando atividades
operacionais da empresa.

110
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1.990 1.991 1.992 1.990 1.991 1.992
Aplic de Outras Contas
Cap. Giro 847.000 1.243.000 1.546.000 do AC 79.000 90.000 161.000
(-) Fontes
de Cap. (-) Outras
Giro 308.000 430.000 546.000 Contas do PC 440.000 403.000 537.000
(=) (=)
NLCDG 539.000 813.000 1.000.000 TESOURARIA (361.000) (313.000) (376.000)

Comentários

Necessidade Líquida de Capital de Giro: Como se pode observar, nos anos de 1990 a
1992 a empresa mostra um aumento da NLCDG indicando um acréscimo em sua
necessidade de capital de giro, já que nos três anos em análise as aplicações de capital de
giro foram superiores às origens de capital de giro.

Tesouraria: Esta variável é apresentada de forma negativa nos três anos em análise, o que
demonstra a utilização de recursos de terceiros em curto prazo para financiar suas atividades
operacionais.

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Fluxo de Tesouraria

Fluxo de Tesouraria = Aplicações – Fontes = 178.000 – 130.000 = 48.000

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Fluxo de Tesouraria = Aplicações – Fontes = 115.000 – 178.000 = - 63.000

Ciclo Financeiro e NLCDG

O Ciclo Financeiro representa um parâmetro que indica as necessidades líquidas de capital


de giro em relação ao nível de atividade da empresa. O Ciclo Financeiro, para melhor
análise, deve ser desmembrado nos vários itens que compõe a NLCDG.

Desta forma, podemos verificar qual ou quais dos itens que compõe o Ciclo Financeiro está
pressionando a NLCDG.

Capital de Giro

O Capital de Giro representa a parcela de recursos próprios que se encontra disponível para
aplicações.

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O CDG representa a parcela do capital que não está aplicada no ativo permanente e se
encontra disponível para outras aplicações.

Dentre os relatórios financeiros o DOAR (demonstrativos de Origens e Aplicações de


Recursos) é o que melhor expressa os fatores que acarretam variações na variável CDG
(Capital de Giro). Sendo assim, a análise do DOAR é um dos principais instrumentos para a
análise das variações do Capital de Giro

Variável de longo prazo (LP)

Esta variável expressa a presença de fontes ou aplicações de recursos de Longo Prazo na


atividade da Empresa

LP  Exigivel a Longo Pr azo  Re alizavel a Longo Pr azo

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Atividade Complementar

Programas de Contabilidade:

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U NIDADE 28
Objetivo: Iniciar conceitos do ponto de equilíbrio e alavancagem financeira. O primeiro
respondendo onde a empresa começa definir seus lucros, e o segundo procurando identificar
a capacidade de geração de riquezas e o conseqüente resultado dos investidores.

PONTO DE EQUILÍBRIO E ALAVANCAGEM FINANCEIRA

Ponto de Equilíbrio

É potencialmente conhecida dos planejadores a utilização do gráfico do ponto de equilíbrio


para a análise dos níveis produtivos de uma unidade industrial. Para calculá-lo faz-se
necessário antes, pontuar a definição de custo e sua composição com o retorno do
investimento, visando a racionalizar conceitos que distinguem custos fixos, variáveis e semi-
variáveis.

Custos operacionais

É oportuna a visão espacial do organograma abaixo, apenas com a finalidade de sistematizar


algumas noções de custos, particularmente entre os custos variáveis e semi-variáveis.

O organograma define a inter-relação entre os vários custos operacionais com as vendas, o


investimento fixo e o capital circulante, e ainda, o consequente retorno ou lucratividade.

Os custos são classificados conforme induz a prática, embora haja variações de empresa a
empresa, sendo necessária cuidadosa análise sobre a variabilidade ou não de cada custo, a
fim de não originar distorções nos resultados.

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Definições de termos

Custos variáveis: Proporcionais ao volume produzido, tais como: matéria-prima,


embalagens, serviços (energia, vapor, combustíveis etc.), royalties, fretes... etc.

Custos semi-variáveis: Faz-se presente desde o ponto de produção nula e crescem não
proporcionalmente com o aumento da produção: Mão de obra, despesas gerais, materiais
secundários, reparos, manutenção, supervisão, encargos sociais.

Custos fixos: Os que se realizam pela simples implantação da unidade fabril e não se
alteram com o volume produzido: despesas financeiras, depreciação, seguros, imposto
predial e territorial, alugueis.

Conforme o organograma, os custos podem ser classificados em: custos não correlatos à
produção, custos diretos e custos indiretos. Os custos diretos são os que podem ser
diretamente imputados à produção: matéria-prima, materiais secundários, serviços, mão de
obra, supervisão, reparos, manutenção, etc.

Os custos indiretos são os encargos sociais, despesas gerais de produção, embalagens. Já


os custos não correlatos à produção são as despesas de administração, de vendas, fretes,
despesas financeiras, pesquisas e fomento.

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Nomenclatura dos termos

CF = Custos Fixos

CV = Custos Variáveis

Csv = Custos semi-variáveis

CT = Custos Totais = CF + CV + Csv

PT = Produção Total

PRE = Produção no Ponto de Equilíbrio

RE = Receita no Ponto de Equilíbrio

RT = Receitas Totais

PE = Ponto de Equilíbrio
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Fórmulas:

Gráfico do ponto de equilíbrio

Traça-se um sistema de eixos cartesianos, cujas ordenadas (y) representam valores em


reais e as abscissas (x) representam percentagem, meses do ano e dias do mês ou ainda a
produção em unidades físicas.

Determinamos então o ponto A tendo como coordenadas:

Unindo o ponto A à origem, teremos a reta das receitas.

Traça-se em seguida uma paralela a eixo dos x (abscissas), no ponto correspondente em


reais aos custos fixos, denominado ponto B. A seguir, define-se C que corresponderá aos
custos totais (CT = CF + CV).

As coordenadas desse ponto são:

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Uma vez determinado o ponto C, ele será unido ao ponto B, obtendo-se uma reta dos custos.
A intercessão das retas de receitas e custos determina o Ponto de Equilíbrio.

As coordenadas desse ponto nos fornecerão:

Conclusão: A empresa atinge o Ponto de Equilíbrio quando as vendas se igualam ao total


dos custos e despesas. Recomenda-se apurar o Ponto de Equilíbrio antes (como uma
previsão), durante (acompanhamento) e após (como avaliação).

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Alavancagem Financeira – Leverage

Está claro que o Retorno Sobre o Investimento Total (TRSIT) mede a eficiência do
administrador financeiro. Já o Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (TRSIP) vai representar o
“valor” da empresa para seus acionistas ou proprietários.

Essas duas taxas diferem porque uma parcela do ativo operacional (ativo real ou,
simplesmente, investimento) foi suprida pelos credores, os quais recebem também uma Taxa
de Retorno, sob forma dos juros.

Os fundos que investimos e os lucros que concordamos em deixar na empresa constituem o


nosso patrimônio líquido, ou nossa participação no ativo.

Com a garantia de nosso PL, estamos em condições de obter recursos de terceiros. Assim
sendo, estamos trading on the equity (significa: aumento dos lucros resultantes da tomada de
capital a uma taxa baixa e sua utilização em um negócio de renda mais alta).

O termo mais comumente usado nos círculos financeiros para exprimir tal fenômeno é
LEVERAGE.

A Leverage (de elevar/alavancar) vai propiciar um multiplicador (uma alavanca) para o


Retorno do Patrimônio Líquido. Isso pode ser entendido se observarmos que:

Com isto, podemos reforçar ainda mais a compreensão sobre o conceito de LEVERAGE:
Mede a relação da Rentabilidade dos donos ou acionistas com a Rentabilidade Total.

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Em qualquer método de ensino-aprendizagem, a dúvida é fonte rica em aprendizado, até
porque motiva o aluno a buscar outros conteúdos. Existem recursos de toda ordem, seja nos
livros ou nas bibliotecas on line, etc.

Nós, enquanto facilitadores desse processo dinâmico, colocamo-nos à sua disposição para
as eventuais dúvidas existentes ao longo do curso. A propósito das dúvidas, é bom registrar
a importância de consultar os registros já formulados por outros alunos em outras
oportunidades. Eles aceleram a fixação dos conhecimentos e contribuem para a solução das
provas.

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U NIDADE 29
Objetivo: Iniciar conceitos de avaliação de projetos de investimentos em ativos permanentes,
tomando por base a definição do fluxo de caixa do projeto, com destaque para o estudo do
critério do Valor Atual Líquido (VAL) ou Valor Presente Líquido (VPL) e a Taxa Interna de
Retorno (TIR).

AVALIAÇÃO DE PROJETOS

Visão conceitual

O maior investimento de uma empresa industrial é em ativos permanentes, que são os ativos
que efetivamente geram os lucros das empresas.

Os ativos circulantes, como caixa, duplicatas a receber, estoques, etc., ainda que
necessários para a atividade empresarial, não são capazes de proporcionar ganhos, exceto
em empresas comerciais.

Os investimentos em ativos permanentes envolvem maiores volumes de recursos que outros


dispêndios e têm um efeito mais duradouro na vida da empresa. Por isso, os dispêndios de
capital, associados a investimentos em ativos permanentes, merecem uma atenção especial
do analista financeiro.

Ao exemplo de outras operações financeiras, a avaliação de projetos de investimento em


ativos permanentes repousa na definição do fluxo de caixa do projeto e na determinação da
equivalência de conjuntos de capitais. Entretanto, devido as suas características próprias, o
processo de decisão envolve técnicas específicas.

Em função da forma do fluxo de caixa associado, os projetos de investimento são


classificados em convencionais, quando a um desembolso inicial se seguem entradas
líquidas de recursos, e não convencionais, quando, após uma saída inicial de caixa, se
sucedem fluxos líquidos positivos e negativos.

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Os projetos não convencionais podem apresentar dificuldades para sua avaliação por meio
de alguns critérios usuais. Entretanto, trataremos basicamente de fluxos convencionais, por
serem mais frequentes, indicando, quando for o caso, as dificuldades que podem surgir com
os não convencionais.

Outros Conceitos

Custo do Capital: Os critérios de avaliação de projetos partem do pressuposto de que é


conhecida uma taxa de desconto adequada para atualização dos fluxos futuros, taxa essa
que mede o custo de capital da empresa.

Em linhas gerais, o custo de capital é a remuneração que a empresa paga pelos recursos
que utiliza recursos esses que são basicamente de duas naturezas: os recursos próprios, de
propriedade dos acionistas, e os capitais de terceiros, obtidos através de empréstimos.

O custo de capital é dado pela média ponderada dos custos de capitais próprios e de
terceiros, onde a ponderação é feita com base na proporção de cada um no financiamento
dos ativos. Ao financiar um projeto, os bancos exigem uma taxa de juros básica do mercado,
mais um prêmio pelo risco inerente à empresa.

Para nossos propósitos, importa saber que há meios de avaliar o custo de cada tipo de
capital. A partir dessa avaliação, a empresa determina a sua estrutura ótima de capital (a
relação entre capitais próprios e de terceiros), que é a que minimiza seu custo de capital
total.

Custo de Oportunidade: Ao se analisar um projeto, qualquer receita que se abra mão em


decorrência da aceitação do projeto representa um custo de oportunidade do projeto e, como
tal, deve ser computada negativamente na montagem do fluxo de caixa.

Se um projeto, cujo investimento inicial é de R$100.000, proporcionar fluxos de caixa


positivos de R$50.000, em cada um dos próximos cinco anos, mas implicar na ocupação de

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uma área que poderia ser alugada, qual o valor máximo do aluguel anual, para que o projeto
seja aceito à taxa de desconto de 12% aa?

O projeto será aceito se sua TIR (taxa interna de retorno) for pelo menos 12% a.a, o que
implica em fluxos líquidos anuais mínimos de R$27.740,97. Logo, o custo de oportunidade do
projeto, medido pelo valor dos alugueis perdidos, não pode ser superior a R$22.259,03 por
ano.

Critério de Avaliação de Projetos

Diversos critérios são usados para avaliação de projetos de investimentos e, embora a


maioria leve em conclusões erradas, a sua utilização justifica que sejam mencionados.

Taxas médias de retorno: Os critérios baseados na taxa média de retorno do projeto são
aqueles que julgam a aceitabilidade do projeto com base na relação

Taxa média de retorno = lucro onde são usados valores médios do lucro e do
investimento ao longo da vida útil do projeto.

Existem variantes deste critério, ora usando valores contábeis, ora entradas efetivas de
caixa. Independentemente da variável empregada, tais critérios são falhos, pois não
consideram as épocas de realização das receitas e, consequentemente, o valor temporal do
dinheiro.

Suponha dois projetos, A e B, ambos com investimento inicial de R$10.000, e vida útil de 2
anos. O projeto A gera uma receita líquida inicial de R$12.000, no primeiro ano e R$1.000,
no segundo, ao passo que as receitas líquidas de B são de R$1.200, no primeiro ano e
R$12.000, no segundo.

Por esse critério, o projeto B seria melhor que o A, o que só será verdadeiro usando-se
técnicas mais sofisticadas de avaliação, para taxas de juros inferiores a 1,85%aa.

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Prazo de recuperação do capital: Um critério bastante usado para avaliar projetos é o do
prazo de recuperação do capital, segundo o qual o projeto é aceito se as receitas geradas
acumuladas igualarem o capital investido em um prazo inferior a um máximo estipulado.

Por esse critério, entre dois projetos alternativos, o que apresentar o menor prazo de
recuperação do capital será o melhor.

Novamente, este critério não considera o valor do dinheiro no tempo (o que poderia ser
contornado, usando-se os retornos descontados). Porém, o mais grave é que nenhum valor é
atribuído às receitas posteriores ao prazo de recuperação.

Se, por exemplo, o prazo de recuperação aceitável for de três anos, um projeto C com
investimento inicial de R$12.000 e receitas líquidas de R$5.000 pelos próximos três anos, e
de R$1.000 pelos sete seguintes, seria aceito, enquanto que o outro, D, com o mesmo
investimento inicial e receitas líquidas de R$3.000 durante 10 anos, seria rejeitado.

O primeiro projeto seria aprovado mesmo que o critério fosse modificado e as receitas
fossem descontadas a 12% a.a.

Note-se que, numa comparação com o critério anterior, quando decidindo entre os projetos A
e B, o critério da taxa média de retorno levaria à escolha de B, enquanto que no prazo de
recuperação de capital indicaria A como melhor.

Em relação a C e D, as conclusões também seriam opostas.

O grande mérito desse critério é indicar a liquidez do projeto. Ele encontra maior aceitação
em ambientes com elevado grau de incerteza, como inflação elevada, ou quando há
instabilidade econômica ou política.

Ainda que existam técnicas que procuram associar o retorno exigido de um projeto ao seu
risco, a aplicabilidade dessas técnicas pressupõe um conhecimento pelo menos aproximado
das probabilidades dos diversos resultados possíveis, como meio de medir o risco do projeto,
o que não acontece nas situações descritas.

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A menos dessas situações extremas, o critério do prazo de recuperação deve ser evitado.
Além disso, por razões óbvias, ele não pode ser aplicado a projetos do tipo não
convencional. Outros critérios são eventualmente empregados. Não obstante, os únicos que
levam às decisões corretas são: o critério do valor atual líquido (VAL) ou valor presente
líquido (VPL) e o da taxa interna de retorno (TIR), apesar de este último apresentar
problemas em alguns casos.

Ambos os critérios levam em consideração o valor do dinheiro no tempo e descontam os


fluxos de caixa a uma taxa de juros especificada ou taxa de desconto, que mede o custo de
oportunidade do capital ou, no caso de empresas, o custo de capital da empresa.

Valor atual líquido (VAL): O valor atual líquido de um projeto é definido como a diferença
entre o valor atual das receitas do projeto e o valor atual das suas despesas, calculados à
taxa de desconto especificada.

Normalmente, a data de referência para o cálculo do valor atual é a de início do projeto.


Deste modo, em projetos do tipo convencional, nos quais, após um investimento inicial se
seguem receitas líquidas, o valor atual líquido é a diferença entre o valor atual das receitas e
o investimento inicial.

Suponha que a taxa de desconto utilizada represente o custo de oportunidade do capital, isto
é, a melhor remuneração que poderia ser obtida numa aplicação alternativa. Se o capital
fosse aplicado nessa opção alternativa, o valor atual líquido da operação seria
necessariamente nulo, quando calculado à taxa de desconto.

Assim, se o valor atual líquido do projeto, à mesma taxa de desconto, for positivo, terá havido
um ganho em relação à aplicação alternativa.

Similarmente, se a taxa representar o custo de capital da empresa e o valor atual líquido do


projeto for positivo, as receitas geradas pelo projeto serão maiores que as despesas
decorrentes do custo do capital e, portanto, ocorrerá um aumento do valor da empresa.

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Em vista disso, o critério do VAL estabelece que se deva aceitar o projeto se o seu valor for
positivo e rejeitá-lo se negativo. Se o VAL for nulo, somos indiferentes a aceitá-lo ou rejeitá-
lo.

O mesmo critério determina que, no caso de dois ou mais projetos mutuamente excludentes
(a opção por um anula o outro), aquele de maior VAL deve ser preferido.

Considerando o exemplo dado para o caso do prazo de recuperação, se o custo de capital


da empresa for de 10%a.a, teremos:

VAL(C) = R$4.091,98

VAL(D) = R$6.433,70

E ambos os projetos serão aceitos.

Se o custo do capital fosse 14% a.a, os valores atuais líquidos seriam:

VAL(C) = R$618,40

VAL(D) = R$577,42

E teríamos uma inversão na preferência entre os dois projetos, o que mostra que a decisão
depende da taxa de desconto utilizada.

Taxa interna de retorno (TIR): A taxa interna de retorno é a taxa de desconto que anula o
seu valor atual líquido.

Como o valor atual líquido é a diferença entre os valores atuais das receitas e das despesas,
a taxa interna de retorno é a taxa que torna esses dois conjuntos de capitais equivalentes e,
portanto mede a remuneração efetiva do projeto.

O critério da taxa interna de retorno estabelece que, se a TIR de um projeto for maior que
uma taxa predefinida, normalmente o custo de capital da empresa, o projeto deve ser aceito.

Neste caso, o projeto estará remunerando o capital acima do seu custo e, como
consequência aumentando o valor da empresa.

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Se a TIR for menor que a taxa de referência, o projeto será rejeitado e em caso de igualdade,
será indiferente aceitá-lo ou não.

Quando for necessário decidir entre projetos mutuamente excludentes, aquele que
apresentar a maior TIR será o escolhido.

Suponha que tenhamos dois projetos, E e F, ambos com investimento inicial igual a
R$30.000, e vida útil de 4 anos, com fluxos de caixa líquidos:

Fluxo de Caixa Líquido

Ano E F

1 11.000 7.000

2 11.000 12.000

3 11.000 13.000

4 11.000 13.000

As taxas internas desses projetos são:

TIR(E) = 17,30% a.a

TIR(F) = 16,70% a.a

De modo que para um custo de capital de 10% a.a, por exemplo, ambos os projetos seriam
bons, ao passo que se o custo de capital fosse de 17% a.a, apenas o projeto E seria aceito.

Na hipótese de eles serem mutuamente excludentes, a escolha recairia sobre o projeto E,


por ter uma TIR mais elevada.

Dada uma taxa de desconto para um VAL de um projeto, se ela for usada como ponto de
corte no critério da TIR, qualquer projeto que for aceito segundo um dos critérios, também
será pelo outro.

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Retomando os projetos dos exemplos anteriores e considerando três taxas de desconto
diferentes, de 10%, 17% e 22%, obtemos os seguintes resultados:

À taxa de 10%, todos os projetos são aceitos por ambos os critérios. A 17%, os projetos B e
F são recusados pelos dois e, finalmente, a 22%, apenas os projetos A e C são aceitos por
qualquer dos critérios.

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U NIDADE 30
Objetivo: apresentar o a Regra do Período Payback como uma das alternativas de análise de
investimentos, sua utilidade e os problemas que a referida técnica pode produzir.

A REGRA DO PERÍODO PAYBACK

Definição da Regra

Uma das alternativas ao VAL ou VPL é a regra do período Payback. Eis como funciona essa
regra:

Considere um projeto com um investimento inicial de –R$50.000. Os fluxos de caixa são de


R$30.000, R$20.000, e R$10.000, nos três primeiros anos, respectivamente. Esses fluxos
são ilustrados na figura 1 abaixo. Uma maneira útil de representar investimentos como o
citado envolve a seguinte notação:

(-R$50.000, R$30.000, R$20.000, R$10.000)

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O sinal negativo, à frente dos R$50.000, serve para avisar que se trata de uma saída de
caixa para o investidor, e as vírgulas entre os vários números indicam que são recebidos –
ou, se forem saídas de caixa, que são pagos – em momentos diferentes.

Neste exemplo, estamos imaginando que os fluxos de caixa ocorrem a intervalos de um ano,
sendo o primeiro no momento em que tomamos a decisão de fazer o projeto.

A empresa recebe fluxos de caixa de R$30.000, e R$20.000, nos dois primeiros anos, o que
totaliza o mesmo que o investimento inicial, ou seja, R$50.000. Isto quer dizer que a empresa
teria recuperado seu investimento em dois anos. Neste caso, dois anos é o período payback
do investimento.

A regra do período payback para a tomada de decisões de investimento é simples. Um


determinado período de tempo, dois anos, digamos, é escolhido. Todos os projetos de
investimento que possuem período payback de dois anos ou menos são aceitos, e aqueles
que recuperam o investimento em mais de dois anos – quando isso ocorrer – são rejeitados.

Problemas com o Método do Período Payback

Há pelo menos três problemas com o método do período payback. Para ilustrar os dois
primeiros problemas, consideremos os três projetos apresentados na tabela 1. Todos os três
projetos têm o mesmo período de recuperação do investimento, e por isso deveriam ser
igualmente atraentes, não é mesmo?

Na realidade, não são igualmente atraentes, como pode ser percebido por uma comparação
de pares diferentes de projetos.

Problema número 1: A Distribuição dos Fluxos de Caixa dentro do Período de


Recuperação

Comparemos o projeto A ao projeto B. Nos anos 1 até 3, os fluxos de caixa do projeto A se


elevam de R$20 a R$50, enquanto os fluxos de caixa do projeto B diminuem de R$50 a
R$20.

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Como o fluxo maior, de R$50, ocorre mais cedo com o projeto B, seu valor presente líquido
deve ser maior. Não obstante, vimos anteriormente que os períodos de payback dos dois
projetos são idênticos.

Assim vê-se que um dos problemas com o período payback é não considerar a distribuição
dos fluxos de caixa dentro do período de recuperação. Isto mostra que este método é inferior
ao VAL ou VPL, porque, como indicamos anteriormente, o enfoque o VPL desconta os fluxos
de caixa adequadamente.

Problema número 2: Fluxos de Caixa Posteriores ao Período de Recuperação

Considere agora os projetos B e C, que possuem fluxos de caixa idênticos dentro do período
de recuperação. Entretanto, o projeto C é evidentemente preferível, porque promete o
recebimento de R$60.000 no quarto ano.

Assim, outro problema com o período payback é o de ignorar todos os fluxos de caixa
posteriores ao momento em que o investimento é recuperado. Esta deficiência inexiste no
enfoque do VPL, pois, como já enfatizamos, este considera todos os fluxos de caixa do
projeto.

O método do payback força os administradores a adotarem uma visão artificial de curto


prazo, o que pode levar às decisões em desacordo com os interesses dos acionistas.

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Problema número 3: Padrões Arbitrários no Período Payback

Não precisamos recorrer à tabela 1 quando discutimos um terceiro problema com o enfoque
do período payback. Quando uma empresa utiliza o enfoque do VPL, pode recorrer ao
mercado de capitais para identificar a taxa de desconto apropriada. Não há orientação
comparável para escolher o período de recuperação do investimento, e por isso a escolha é
arbitrária, pelo menos em parte.

Ponto de Vista Gerencial

O período payback é frequentemente utilizado por empresas de grande porte e sofisticadas,


quando tomam decisões de investimento relativamente pouco importantes. A decisão de
construir um pequeno depósito, por exemplo, ou de pagar o conserto do motor de um
caminhão, é o tipo de decisão frequentemente tomada por níveis administrativos inferiores.

Normalmente, um administrador poderia considerar que o conserto de um motor talvez


custasse R$200, e se levasse às economias de R$120, por ano, em termos de consumo
menor de combustível, pagaria a si mesmo em menos de dois anos. A decisão seria tomada
nessas bases.

Resumindo, o período de payback não é equivalente à regra do VPL, e é por isso


conceitualmente incorreto. Com sua data arbitrária de corte e a desconsideração dos fluxos
de caixa após esse momento, pode conduzir a decisões claramente tolas, se for empregado
em sentido muito literal.

Apesar disso, porque é tão simples, as empresas frequentemente o empregam para fazer
uma primeira triagem na tomada das numerosas decisões de pequena magnitude que
enfrentam continuamente.

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Importante: Antes de fazer as provas on line faça os exercícios das atividades propostas.
Elas irão “facilitar” seu desempenho durante as referidas provas.

Antes de dar início a sua Prova Online é fundamental que você acesse sua SALA DE AULA e
faça a Atividade 3 no “link” ATIVIDADES.

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G LOSSÁRIO

CONTABILIDADE: É a ciência especialmente concebida para captar, acumular, resumir e


interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de
qualquer ente, seja pessoa física, entidade de finalidade não lucrativa, empresa ou mesmo
pessoa de Direito Público, tais como: Estado, Municípios, União, Autarquias, etc.

PLANO DE CONTAS: É uma peça na técnica contábil que estabelece previamente a conduta
a ser adotada na escrituração.

CONTA: É um instrumento memorizador dos fatos acontecidos ou por acontecer da mesma


natureza.

TÍTULO DE CONTA: É dar nome a conta, que representa a forma pela qual expressamos
com clareza e sinteticamente o seu objeto.

PATRIMÔNIO: É um conjunto de bens, direitos e obrigações.

PATRIMÔNIO BRUTO: São todos os bens e direitos.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO: É a diferença entre o Ativo e o Passivo.

ATIVO: Compreende os bens e direitos.

PASSIVO: Compreende as obrigações.

ATIVO CIRCULANTE: São todos os bens e direitos realizáveis no exercício seguinte (Curto
Prazo, até 360 dias).

ATIVO CIRCULANTE Em LONGO PRAZO: São todos os bens e direitos realizáveis após o
encerramento do exercício seguinte (mais de 360 dias).

PASSIVO CIRCULANTE: São todas as obrigações vencíveis no exercício seguinte (Curto


Prazo, até 360 dias).

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PASSIVO EXIGÍVEL Em LONGO PRAZO: São todas as obrigações vencíveis após o
exercício seguinte (mais de 360 dias).

DISPONÍVEL: Representa as disponibilidades imediatas em dinheiro-caixa e Banco.

VALORES A RECEBER Em CURTO PRAZO: Representa os valores transformáveis em


dinheiro em curto prazo.

ESTOQUES: Embora com menor grau de conversibilidade os valores dos estoques são
classificados no Ativo Circulante.

INVESTIMENTOS: Representa a participação permanente em outras sociedades.

IMOBILIZADO: São todos os bens destinados à atividade econômica da empresa, ou,


exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou comercial.

DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE: São despesas diferidas a amortizar ou apropriar


no exercício seguinte. São classificados no Ativo Circulante. Para fins de análise são
lançadas após o Ativo Real.

CONTAS RETIFICADORAS DO ATIVO: São contas que expressam bens e direitos


patrimoniais do Ativo, as quais poderão ser retificadas em seu valor mediante a formação de
provisões.

PROVISÃO PARA AJUSTE DE TÍTULOS E VALORES MOBILÍARIOS: Expressa as


provisões adequadas para ajustes ao valor provável de realização de direitos, não
classificados no Ativo de Investimentos.

PROVISÃO PARA AJUSTE DE ESTOQUE: Expressa a provisão adequada, nos casos em


que o valor do mercado seja inferior ao custo de aquisição.

PROVISÃO PARA DEPRECIAÇÃO: Expressa a provisão adequada, pela diminuição de valor


dos bens físicos, sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou
obsolescência.

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CAPITAL SOCIAL: Representa o capital dos investidores, que juridicamente, representa a
responsabilidade dos componentes da empresa.

RESERVA DE CORREÇÃO MONETÁRIA DO CAPITAL REALIZADO: Será constituída


anualmente por ocasião do encerramento do exercício social. Representa o aumento do
valor do Capital para correção.

RESERVA DE CAPITAL: Representa o aumento de valor em qualquer elemento do Ativo;


não sendo proveniente do resultado econômico da empresa, pode gerar a formação de
reserva.

 Ágio como contribuição de subscritores de ações com valor nominal;

 Doação de bens imobilizados;

 Subvenção para investimentos;

 Resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não capitalizado.

RESERVA DE LUCROS: Expressa as contas representativas de apropriação de lucros.

LUCROS ACUMULADOS: Expressa o lucro acumulado ao longo de exercícios.

DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA (DFC): Relaciona o conjunto de ingressos e


desembolsos financeiros em determinado período. Procura-se analisar todo deslocamento de
cada unidade monetária dentro da empresa.

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO: Demonstra as Receitas, os Custos e


as Despesas de forma dedutiva, isto é, na vertical.

RECEITA OPERACIONAL: É o produto da venda de bens ou serviços nas operações de


conta própria.

CUSTOS OPERACIONAIS: São todos os gastos necessários para produzir um bem ou


serviço. Podem ser diretos ou indiretos.

CUSTO DIRETO: É aquele que pode ser identificado diretamente com o processo produtivo.

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CUSTO INDIRETO: Ë aquele que não pode ser relacionado diretamente com nenhum
processo produtivo.

DESPESAS OPERACIONAIS: São custos que foram aplicados contra a renda de um


determinado período. As despesas não podem estar quer diretamente ou indiretamente
relacionadas com qualquer produto.

LUCRO BRUTO OPERACIONAL: É a diferença entre a Receita Operacional e os Custos


Operacionais.

LUCRO OPERACIONAL LÍQUÍDO: Ë a diferença entre o Lucro Bruto Operacional e as


Despesas Operacionais.

LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO: É o resultado obtido após deduzirmos do Lucro Bruto


Operacional os efeitos inflacionários, provisões, etc.

MUTAÇÃO NAS CONTAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO: Indica a movimentação nas contas


integrantes do Patrimônio Líquido.

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B IBLIOGRAFIA

Iudicibus, Sérgio. Análise de Balanço. São Paulo: Atlas, 1998.

Iudicibus, Sérgio. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 1998.

SANTI FILHO, Armando e OLINQUEVITH, José Leônidas. Analise de Balanços para


Controle Gerencial. São Paulo: Atlas, 1995.

PADOVEZI, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de


informação contábil – São Paulo: Atlas, 2004

Para os participantes que não tem domínio da disciplina Contabilidade

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. São Paulo; Atlas, 1998.

Iudicibus, Sérgio. Contabilidade Comercial. São Paulo: Atlas, 1998

SILVA, JOSÉ PEREIRA. Análise Financeira das Empresas. São Paulo: Atlas, 1995

PERES JR, José Hernandez. Elaboração das Demonstrações Contábeis. São Paulo: Atlas,
1999.

HENDRICKSEN, Elton S. Acouting theory.Homewood: Richard D. Irwin, 1971 e 1977.

Sugestões:

Site de Comissão de Valores Mobiliários http://www.cvm.gov.br e baixar o programa DIVEXT


para baixar as Demonstrações Contábeis e relatórios das Cias de Capital Aberto.

O livro Contabilidade e Finanças para Não Especialistas de Hong Yuh Ching, Fernando
Marques e Lucilene Prado, Professores da USP, Unicamp e PUC, é apropriado para aqueles
que não são contadores (administradores, engenheiros, profissionais liberais, estudantes de
MBA, etc) e destaca-se por sua didática e linguagem voltada para esse grupo.c

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