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JORNADA DE TRABALHO
“Art. 7.º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social:
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”.
Quanto aos trabalhadores que laboram em turnos ininterruptos de revezamento, a CF/1988, no art. 7.º, XIV, disci-
plinou que:
“XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação
coletiva”.
O que caracteriza o regime de Turnos Ininterruptos de Revezamento é a alteração do horário de trabalho dos em-
pregados num revezamento de turnos diurnos e noturnos.
OJ N.º 360 – SDI-I/TST – TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. DOIS TURNOS. HORÁRIO DIURNO E
NOTURNO. CARACTERIZAÇÃO. Faz jus à jornada especial prevista no art. 7.º, XIV, da CF/1988 o trabalhador
que exerce suas atividades em sistema de alternância de turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, que com-
preendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido à alternância de horário prejudicial à
saúde, sendo irrelevante que a atividade da empresa se desenvolva de forma ininterrupta.
OJ 395 – SDI-I/TST. . O trabalho em regime de turnos ininterruptos de revezamento não retira o direito à hora
noturna reduzida, não havendo incompatibilidade entre as disposições contidas nos arts. 73, § 1.º, da CLT e 7.º,
XIV, da Constituição Federal.
OJ 396 – SDI-I/TST. Para o cálculo do salário hora do empregado horista, submetido a turnos ininterruptos de
revezamento, considerando a alteração da jornada de 8 para 6 horas diárias, aplica-se o divisor 180, em obser-
vância ao disposto no art. 7.º, VI, da Constituição Federal, que assegura a irredutibilidade salarial.
“S. 376/TST – Horas extras. Limitação. Art. 59 da Clt. Reflexos.
I – A limitação legal da jornada suplementar a duas horas diárias não exime o empregador de pagar todas as ho-
ras trabalhadas.
II – O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o cálculo dos haveres trabalhistas, independente-
mente da limitação prevista no caput do art. 59 da CLT.”
A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo
menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das
horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de
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serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze)
meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão.
O inciso XIII do art. 7.º da CF/1988 permite que a jornada seja apenas compensada ou reduzida mediante acordo
ou convenção coletiva.
Em caso de força maior, a prorrogação será sem limite de horas, ou seja, a jornada será estendida pelo número
de horas necessárias, sempre remunerando o empregador as horas suplementares, com adicional de no mínimo
50% (CLT, art. 61, caput, §§ 1.º e 2.º).
“Art. 62. Não são abrangidos pelo regime previsto neste Capítulo:
I – os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal
condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados;
II – os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do
disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial.
Parágrafo único. O regime previsto neste Capítulo será aplicável aos empregados mencionados no inciso II deste
artigo, quando o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao
valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40% (quarenta por cento)”.
Outro empregado que não possui jornada de trabalho é o ferroviário que presta serviços em estações do interi-
or,cujo o serviço for de natureza intermitente ou de pouca intensidade, sendo assegurado a este um intervela
interjornadas de no mínimo 10 horas contínuas (art. 243 da CLT).
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INTERVALOS INTER E INTRAJORNADA
Intervalo interjornada
Intervalo interjornada é a pausa concedida ao obreiro entre o final de uma jornada diária de trabalho e o início de
nova jornada no dia seguinte, para descanso do trabalhador.
O art. 66 da CLT assegura um intervalo interjornada de, no mínimo, 11 horas consecutivas. Ao trabalhador rural
também foi assegurado o intervalo interjornada mínimo de 11 horas consecutivas (Lei 5.889/1973, art. 5.º).
a) jornalista: “Art. 308 - Em seguida a cada período diário de trabalho haverá um intervalo mínimo de 10 (dez)
horas, destinado ao repouso.”
b) Telefonista: “Art. 229 - Para os empregados sujeitos a horários variáveis, fica estabelecida a duração máxima
de 7 (sete) horas diárias de trabalho e 17 (dezessete) horas de folga, deduzindo-se deste tempo 20 (vinte) minu-
tos para descanso, de cada um dos empregados, sempre que se verificar um esforço contínuo de mais de 3 (três)
horas.”
c) Operador cinematográfico: “Art. 235 - Nos estabelecimentos cujo funcionamento normal seja noturno, será fa-
cultado aos operadores cinematográficos e seus ajudantes, mediante acordo ou contrato coletivo de trabalho e
com um acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o salário da hora normal, executar o trabalho em ses-
sões diurnas extraordinárias e, cumulativamente, nas noturnas, desde que isso se verifique até 3 (três) vezes por
semana e entre as sessões diurnas e as noturnas haja o intervalo de 1 (uma) hora, no mínimo, de descanso. (...)
§ 2º - Em seguida a cada período de trabalho haverá um intervalo de repouso no mínimo de 12 (doze) horas.”
d) Cabineiro: “Art. 245 - O horário normal de trabalho dos cabineiros nas estações de tráfego intenso não excede-
rá de 8 (oito) horas e deverá ser dividido em 2 (dois) turnos com intervalo não inferior a 1 (uma) hora de repouso,
não podendo nenhum turno ter duração superior a 5 (cinco) horas, com um período de descanso entre 2 (duas)
jornadas de trabalho de 14 (quatorze) horas consecutivas.”
Intervalo intrajornada
Intervalo intrajornada são as pausas que ocorrem dentro da jornada diária de trabalho, objetivando o repouso e a
alimentação do trabalhador.
O limite mínimo de 1 hora de intervalo para repouso e alimentação, previsto no caput do art. 71 consolidado, po-
derá ser diminuído por deliberação do Ministério do Trabalho, após prévia fiscalização da empresa, onde fique
comprovado que o estabelecimento possui refeitório de acordo com os padrões fixados na norma específica, e
que os empregados não estejam submetidos à jornada suplementar.
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Súmula nº 437 do TST
INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT (conver-
são das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado
em 25, 26 e 27.09.2012
I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo,
para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período corresponden-
te, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora
normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remune-
ração.
II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou redução do
intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por nor-
ma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva.
III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923,
de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para
repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais.
IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada
mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não usufruído
como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º da CLT.
A empregada mãe terá direito a 2 intervalos de 30 minutos diários para amamentação até que o filho complete
mínimo de 6 meses, ou idade superior, caso assim entenda a autoridade competente.
Art. 396, CLT - Para amamentar o próprio filho, até que este complete 06 (seis) meses de idade, a mulher terá
direito, durante a jornada de trabalho, a 02 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um.
DIGITADOR - A cada 90 minutos de trabalho consecutivos, deve-se conceder intervalo de 10 minutos para re-
pouso ao digitador / trabalhador em mecanografia - datilografia, escrituração ou cálculo, lapso este que deve ser
considerado como tempo laborado.
Art. 72 CLT - Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), a cada período de
90 (noventa) minutos de trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10 (dez) minutos não deduzidos da
duração normal de trabalho.
SUM-346 TST- (...) Os digitadores, por aplicação analógica do art. 72 da CLT, equiparam-se aos trabalhadores
nos serviços de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual têm direito a intervalos de
descanso de 10 (dez) minutos a cada 90 (noventa) de trabalho consecutivo.
Art. 253 CLT - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que movimentam
mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 01 (uma) hora e 40 (quarenta) mi-
nutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse inter-
valo como de trabalho efetivo.
Súmula nº 438 do TST. O empregado submetido a trabalho contínuo em ambiente artificialmente frio, nos termos
do parágrafo único do art. 253 da CLT, ainda que não labore em câmara frigorífica, tem direito ao intervalo intra-
jornada previsto no caput do art. 253 da CLT.
Art. 298 CLT - Em cada período de 3 (três) horas consecutivas de trabalho, será obrigatória uma pausa de 15
(quinze) minutos para repouso, a qual será computada na duração normal de trabalho efetivo.
SUM-118 TST - JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS - Os intervalos concedidos pelo empregador na
jornada de trabalho, não previstos em lei, representam tempo à disposição da empresa, remunerados como servi-
ço extraordinário, se acrescidos ao final da jornada.
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HORAS IN ITINERE E VARIAÇÕES DE HORÁRIO
Logo, dois requisitos são levados em consideração para que o tempo de deslocamento casa/trabalho/casa integre
a jornada diária do obreiro:
“Súmula 90/TST – Horas in itinere. Tempo de serviço.
I – O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de trabalho de
difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o seu retorno, é computável na jornada de
trabalho.
II – A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do empregado e os do transporte público
regular é circunstância que também gera o direito às horas in itinere.
III – A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas in itinere.
IV – Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução da empresa, as horas in
itinere remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte público.
V – Considerando que as horas in itinere são computáveis na jornada de trabalho, o tempo que extrapola a jorna-
da legal é considerado como extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo”.
“S. 429. Tempo à disposição do empregador. Art. 4.º da CLT. Período de deslocamento entre a portaria e o local
de trabalho. Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4.º da CLT, o tempo necessário ao deslo-
camento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 minu-
tos diários”.
“OJ nº 372 SDI-I/TST –A partir da vigência da Lei nº 10.243, de 27.06.2001, que acrescentou o § 1º ao art. 58 da
CLT, não mais prevalece cláusula prevista em convenção ou acordo coletivo que elastece o limite de 5 minutos
que antecedem e sucedem a jornada de trabalho para fins de apuração das horas extras.”
Nesse contexto, considera o § 2.º do art. 244 consolidado de sobreaviso o ferroviário que permanecer em sua
própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço, sendo a escala feita pelo prazo máximo
de 24 horas, sendo remuneradas as horas de sobreaviso à razão de 1/3 (um terço) do salário-hora normal.
Em relação aos trabalhadores que laboram nas atividades relacionadas na exploração de petróleo, a Lei.
5.811/1972, em seu art. 5.º, disciplinou o sistema de sobreaviso, o mesmo procedimento ocorrendo em relação ao
aeronauta (Lei 7.183/1984, art. 25).
“S. 428/TST. Sobreaviso. Aplicação analógica do art. 244, § 2º da CLT
I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não
caracteriza o regime de sobreaviso.
II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por instrumentos
telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momen-
to o chamado para o serviço durante o período de descanso.”
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