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1.

Introdução

Com a Revolução Industrial no século XIX, os recursos naturais passaram a ser intensamente
explorados, e ao mesmo tempo houve uma produção significativa de resíduos cujo impacto
ambiental era desconhecido. A partir desse momento a ideia do termo “lixo” sofreu modificações.
A princípio, este era composto principalmente por restos de alimentos, porém houve
difersificação dos tipos de resíduos produzidos, passando a ter características industriais,
químicas, eletrônicas, radioativas, entre outras. Neste contexto, o lixo deixou de ser somente
orgânico para se transformar em materiais de difícil degradação gerando maiores danos ao meio
ambiente e a sociedade (SOUZA et al., 2012).

Apesar das mudanças em suas características, até o início dos anos 1980, o resíduo não se
constituía uma preocupação real para as organizações que direcionavam seus esforços para atingir
a eficácia de seus processos, em detrimento de suas consequências socioambientais. Com a
publicação do relatório “Limites para o crescimento” do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts, no Clube de Roma, em 1972 e a posterior alcunha do termo Desenvolvimento
Sustentável, um novo paradigma é criado, exigindo uma nova postura dos sistemas produtivos.
Consequentemente, desde então, cresce também a pressão da sociedade em relação aos cuidados
das empresas com o meio ambiente.

Uma das soluções para as novas exigências ambientais de adequado gerenciamento de resíduo foi
a criação de cooperativas de reciclagem, com o objetivo de complementarem o serviço público de
coleta de resíduos sólidos. Estes, conjuntamente, são responsáveis por diminuírem a utilização de
recursos naturais, promovendo a sustentabilidade urbana, além de minimizar o descarte
inadequado de resíduos no solo (BESEN et al., 2014).

As cooperativas apresentam grande impacto na sociedade, pois a coleta de material reciclável


gera emprego, garantindo renda para as famílias e a inclusão social destas, como também a
redução de resíduos despejados nos aterros sanitários (EZEAH et al., 2013). Além disso, há uma
melhora nas condições sanitárias, pois o lixo provoca o surgimento de alguns vetores que são
prejudiciais à saúde humana (CORTEZ, 2009).

No entanto, as cooperativas possuem alguns desafios, pois muitas sofrem com a baixa eficiência
dos processos de separação dos materiais, baixo valor agregado destes e dificuldades devido a
falta de procedimentos formais de organização de suas atividades (DEMAJOROVIC; BESEN,
2007). Nesse sentido, o objetivo deste artigo é analisar a estrutura de uma cooperativa no estado
do Rio de Janeiro por meio do MASP, priorizar os problemas a serem solucionados e propor
melhorias no seu modo operante com a finalidade de fazer com que esta atinja seus objetivos
estratégicos e consiga superar os desafios de se estabelecer e ser autossustentável num mercado
tão competitivo e instável, mostrando, assim, como a engenharia de produção pode contribuir
para melhorias sociais, gerando resultado no curto, médio e longo prazo.
2. Revisão de literatura

2.1 Cooperativas

O cooperativismo teve seu início como resultado da exploração e maus tratos sofrido pelos
operários no contexto fabril das indústrias na Europa do século XVII e XIX. As más condições de
trabalho, com extensas horas de trabalho, e baixa remuneração, fizeram operários inicialmente da
Inglaterra a se unirem em associações e sindicatos que posteriormente se desenvolveram em
cooperativas (COSTA, 2007). As cooperativas permitem que os trabalhadores negociem em
conjunto, por exemplo melhores condições de trabalho, já que dessa forma os trabalhadores por
estarem unidos passam a ter mais força. (WILSON et. al., 2006)

Assim, cooperativa é uma associação de pessoas com interesses comuns, economicamente


organizadas de forma democrática, isto é, contando com a participação livre de todos e
respeitando direitos e deveres de cada um de seus cooperados, aos quais presta serviços, sem fins
lucrativos (Referência??). Identificam-se de acordo com o objetivo ou pela natureza das
atividades desenvolvidas por elas, ou por seus associados. As sociedades Cooperativas no Brasil
estão reguladas pela Lei 5.764 que definiu a Política Nacional de Cooperativismo e instituiu o
regime jurídico das cooperativas (Brasil, 1971).

2.2 Método de análise e solução de problemas

O método de análise e solução de problemas (MASP), foi desenvolvido a partir do método QC-
story e é um caminho ordenado para escolha de um problema, análise de suas causas,
determinação e planejamento de um conjunto de ações que levem a solução de uma não
conformidade ou distanciamento do real e planejado (CAMPOS,2009). O MASP tem sito
amplamente utilizado por empresas que buscam melhorar a qualidade de seus entregáveis ou
mesmo reduzir não conformidades operacionais que gerem desperdícios e retrabalho. Este
método pode ser dividido em 8 fases:

 Identificação do problema

 Observação

 Análise

 Plano de ação

 Ação

 Verificação

 Padronização

 Conclusão

Conforme Aguiar (2006) afirma, antes de iniciar o processo de analise e solução de não
conformidades, deve-se fazer a seguinte pergunta “Vale a pena investir?”, ou seja, é aconselhado
avalar se o retorno financeiro esperado é considerável frente ao investimento financeiro e de
pessoal necessário para analisar e implementar uma solução. Sendo o retorno aceitável, inicia-se
com a identificação do problema, sendo necessária a clara definição do mesmo e do objetivo da
ação de melhoria, visto que se uma empresa tem o objetivo de melhorar seu rendimento
financeiro numa dada linha de produção, uma solução que utilize insumos mais caros não poderia
ser levada em consideração. Além disso, a correta definição do problema analisado possibilita a
coleta e analise de informações mais relevantes, uma vez que a definição do problema como
“defeito na pintura da porta direita do automóvel modelo X” é mais específico que “ defeito na
pintura da porta” o que facilita a análise e a definição da causa real da não conformidade
analisada.

Com o problema bem definido, a fase seguinte que o MASP indica é a análise do problema em
questão e de suas possíveis causas. Nessa fase procura-se conhecer profundamente a não
conformidade e, ao mesmo tempo, desdobrá-la em problemas menores por meio de análise sob a
luz de diversos critérios e focos. Nesse momento o entendimento dos processos existente no
departmaneto ou área onde se está trabalhando é imprescindível. O processo é um conjunto de
tarefas, envolvendo pessoas, equipamentos, procedimentos e informações, ordenadas de forma
lógica e que se repetem, tendo um “input” que é transformado em um “output” (DAVENPORT,
2013; HARRINGTON, 1993, JOHANSSON et al., 1995). De acordo com Hunt (1996), o
mapeamento de processos é uma ferramenta de gerenciamento que permite uma análise e
entendimento de como determinado trabalho é executado. A análise estruturada deles permite
uma melhor integração da organização, redução dos custos para desenvolver produtos e serviços,
além de permitir um maior entendimento da organização e a simplificação ou até eliminação de
algumas atividades. O mapeamento também é visto como uma ferramenta de manutenção de um
sistema de produção competitivo, como afirmam Paim et al. (2009). Se o estabelimento do
processo a ser analisado foi feito de maneira correta, algumas causas do problema inicialmente
definido já podem ser observadas e identificadas, sendo necessário a priorização das mesmas por
meio de critérios como grau de influência no problema analisado, gravidade, tendência, facilidade
de solução e investimento necessário.

Feita a priorização das causas a serem solucionadas basta a elaboração da solução e estruturação
desta. A primeira ação é a proposição da melhoria a ser feita, porém essa depende muito do
conhecimento técnico da equipe envolvida na solução e no envolvimento deles no processo
relacionado a não conformidade estudada. Com as medidas de solução definidas, mais uma vez a
priorização delas por meio de critérios considerados importantes pelos tomadores de decisão faz-
se necessário para minimizar custos na implementação da solução do problema inicialmente
definido. Segundo Aguiar (2006), é mportante que seja feito um teste dessa melhoria selecionada,
para assegurar o sucesso da proposta de melhoria definida, visto que dessa forma dificuldades
iniciais podem ser mapeadas e ajustadas antes de serem efetivamente implementadas.

Com a proposta de melhoria selecionada, priorizada, testada e corrigida, o próximo passo que o
MASP indica é a padronização e estruturação da solução a ser implementada. Isso pode ser feito
por meio de um plano de ação que pode ser estruturado segundo 5W2H1S:

 What (o que): definir o que será feito

 Why (por que): esclarecer o motivo pelo qual a solução deve ser implementada

 Where (onde): indicar onde a melhoria será implementada

 Who (quem): estabelecer quem será o responsável

 When (quando): estabelecer um início ou mesmo duração


 How much (quanto): esclarecer quanto será gasto

 How many (quantas vezes): indica a frequência de aplicação da melhoria

 Show (mostrar): estabelecer um indicador para avliar a solução que está sendo
implementada

Com o plano de ação da proposta de intervenção definido, basta aplicá-lo e acompanhar o


resultado de estudo elaborado. Dessa forma, percebe-se que este método auxilia empresas ou
organizações na solução de problemas, fornecendo subsídios para analisá-los e priorizá-los,
identificando situações que não foram bem definidas e exigem atenção. O MASP estabelece
rápido controle das situações e planeja o trabalho que será realizado, apresentando respostas que
ajudam na priorização de problemas e solução dos mesmos.

2.3 Arranjo físico

O termo arranjo físico tem diversas definições, sendo essas semelhantes e por vezes
complementares. Segundo Slack et al., (2009), arranjo físico é uma operação produtiva que tem
preocupação com a posição dos recursos de transformação. Simplificando, pode-se afirmar que
arranjo físico é a decisão que envolve alocação e disponibilização de todas as instalações,
máquinas, equipamentos e pessoas.
Para conseguir chegar nesses objetivos o arranjo físico necessita dos seguintes princípios básicos
(PEINADO,et al., 2007):

 Segurança: Todos os processos que possam apresentar algum risco aos funcionários ou
clientes devem estar em áreas com acesso restrito. Além disso, saídas de incêndio devem
estar bem sinalizadas e sem nenhuma obstrução;

 Economia de Movimentos: Os fluxos devem ser os menores possíveis, buscando sempre


diminuir as distâncias a serem percorridas pelos recursos transformados;

 Flexibilidade de longo prazo: É necessário que seja possível mudar esse arranjo físico
sempre que sejam necessárias mudanças em operações;

 Princípio da progressividade: O arranjo físico deve ter um fluxo definido, de forma a


evitar caminhos aleatórios ou retornos;
 Uso de Espaço: O espaço deve ser utilizado de forma adequada considerando a
possibilidade também da ocupação vertical.

2.4 Technique for Order of Preference by Similarity to Ideal Solution (TOPSIS)


Segundo Azar (2000), Ching-Lai Hwang e Kwangsun Paul Yoon, em 1981, desenvolveram uma
nova técnica de multicritério de apoio a decisão, o Technique for Order Preference by Similarity
to an Ideal Solution, TOPSIS. Essa técnica, baseia-se no conceito de que a melhor escolha deve
ter a menor distância da solução ideal positiva e maior distância da solução ideal negativa (ou
anti-ideal). A solução ideal é o resultado das melhores notas em todos os critérios considerados
para a tomada de decisão, ou seja, um método multicritério de apoio à decisão para avaliar o
desempenho das alternativas através da similaridade com a solução ideal.
No método, geralmente, os critérios de avaliação podem ser classificados em dois tipos: benefício
e custo. O critério benefício significa que um valor maior é melhor enquanto que para o critério
custo vale o inverso. A solução ideal positiva é composta de todos os melhores valores atingíveis
dos critérios de benefício. A solução ideal negativa (anti-ideal) consiste em todos os piores
valores atingíveis dos critérios de custo. Assim, para o modelo, a melhor alternativa seria aquela
que é a mais próxima da solução ideal positiva e a mais distante da solução ideal negativa, este
modelo considera a distância entre ambos os lados para classificação dos elementos analisados.
Tais alternativas são avaliadas em função de critérios ou atributos determinados e de pesos de
importância para cada um deles.
O método TOPSIS é utilizado pela sua simplicidade de aplicação e por se basear na distância ao
ideal e ao anti-ideal, é aplicável com modelos matemáticos simples e prático que com auxílio do
computador tem erro associado baixo. Tornando-o muito adequado para avaliações preliminares.
Figura 1 - Distância ao ideal e ao anti-ideal.
Extraido de: POMEROL e BARBA-ROMERO, 1993

2.4.1 Passo do método


De acordo com Krohling (2011) a sistemática do método é a seguinte:

 O primeiro passo é a construção da matriz de decisão constituída por alternativas e


critérios.

Figura 2 – Matriz decisão.


Onde A1,...,Am são alternativas,C1...Cn são critérios,xij indica o desempenho da alternativa Ai
segundo o critério Cj.

 O segundo passo é a normalização da matriz. Como os dados da matriz A podem ter


origens diferentes, logo deve-se normalizar a matriz, a fim de transformá-la numa matriz
adimensional para que seja possível comparação entre os diversos critérios. Para
normaliza a matriz basta realizar a seguinte operação:

Assim, obteve-se uma nova matriz N normalizada que representa o desempenho relativo das
alternativas.

 O terceiro passo é o cálculo das soluções ideais positivas b (benefícios) e das soluções
ideais negativas c (custos) da seguinte forma. Para isso são identificados os melhores
benefícios e piores custos de cada coluna.

 O quarto passo é calcular a distância de cada alternativa à solução ideal.


 O quinto passo é o cálculo da proximidade relativa para cada alternativa
A proximidade relativa e calculado da seguinte forma:

 O sexto passo é ordenar de acordo com o método TOPSIS, quanto mais próximo da
solução ideal e mais distante da não ideal, melhor. Logo, quanto maior for a proximidade
relativa, melhor será a interação entre as distancias. Assim, as proximidades relativas são
colocadas em ordem decrescente, para analisar a ordem das alternativas.

2.4.2 Distâncias
Existe diversas maneiras de calcular distancias entre dois pontos, sendo cada uma caracterizada
por uma forma diferente de medição. Nesse artigo foi usada a distância de Manhattan. Dados
duas coordenadas, a distância de Manhattan entre A e B é:

3. Metodologia

Este artigo trata-se de uma pesquisa com abordagens exploratória, descritiva e qualitativa,
realizado por meio de um trabalho em campo e revisão de metodologia. Foi realizado um estudo
em uma cooperativa de reciclagem em São Gonçalo, um Município do estado do Rio de Janeiro,
em que foram analisados os processos produtivos da organização e também a sua estrutura física.

A abordagem exploratória tem relação com estudo de fontes bibliográficas, como livros, artigos
publicados e revistas, de forma a conseguir embasamento para o estudo realizado. Além disso,
foram realizadas 3 entrevistas com os cooperados no local de trabalho deles em dias diferentes,
conforme o seguinte roteiro:

 Qual área despende mais tempo;

 Quais atividades essa cooperativa executa;


 Com quais materiais trabalha;

 Como é o fluxo de produtos no galpão, entre outras informações que permitissem


identificar a área crítica;

Além da abordagem, observações sistemáticas do local de trabalho foram usadas para a análise
inicial e definição do problema a ser tratado. Estas informações foram registradas para serem
posteriormente analisadas, caracterizando a abordagem descritiva deste.

Após ser executada a coleta de dados, a área crítcia foi escolhida por meio da avaliação dos
seguintes critérios: gravidade, tendência de piorar e impacto no core business da cooperativa.
Esta avaliação foi feita com o principal tomador de decisão na cooperativa, o atual presidente. A
entrevista consistiu na avalaiação das alternativas levantadas com um escala de 1 a 5, sendo 1
menos forte e 5 a maior pontuação dos critérios. Com a escolha da principal dificuldade de gestão
da cooperativa, foi utilizada a metodologia do MASP para determinar e validar a causa raiz do
problema identificado, além de elaborar o planejamento de aplicação da solução proposta por
meio de um plano de ação.

4. Estudo de Caso

4.1 Descrição geral da empresa

A cooperativa a ser estudada situada em São Gonçalo foi criada em 15 de fevereiro de 2007, após
ter sido feita uma pesquisa com mais de 600 catadores dos municípios de São Gonçalo, Itaboraí e
Niterói, visando saber a situação socioeconômica dos mesmos. A partir da pesquisa a cooperativa
foi criada com o intuito de reunir catadores e, dessa forma, provê-los de melhores condições de
trabalho, por meio da melhor organização da coleta de materiais recicláveis e a comercialização
destes.

A organização faz o recolhimento de materiais recicláveis, e, caso seja necessário, ocorre


separação. Além desta atividade que é a sua principal fonte de renda, a cooperativa é patrocinada
pela ONG Guardiões do Mar.

A cooperativa funciona com único turno de trabalho. A jornada de trabalho é de 8h às 17h de


segunda-feira a sexta-feira e de 9h a 12h aos sábados. Durante a semana os cooperados possuem
três intervalos (café da manhã, almoço e café da tarde).
4.2 Identificação da área crítica e problema a ser estudado

Através de entrevista feita junto aos cooperados que eram responsáveis pela gestão, identificamos
as seguintes dificuldades apresentadas na tabela XXX

Por meio da avaliação dos critérios urgência, tendência e impacto no core business, obtivemos a
seguinte matriz de avaliação do representante da cooperativa.

Com a utilização do método de auxílio multicritério a decisão, TOPSIS, obtivemos o seguinte


score final e consequente priorização das dificuldades encontradas.
Portanto, com a análise e priorização segundo os critérios levantadas, conclui-se que o problema
a ser estudado é a demora no processamento dos materiais e a desroganização do galpão, visto
que se relacionam e estiveram com pontuação bem próxima. Além disso, foi feito uma avaliação
da consistência dessa ordenação junto ao cooperado que avaliou, ratificando a ordenação.

4.3 Análise e entendimento aprofundado do problema

Após a identificação da principal dificuldade encontrada pela cooperativa por meio da


priorização dos problemas encontrados, utilizou-se a metodologia do MASP para encontrar a
causa raiz do mesmo e para planejar a execução da melhoria sugerida.
Para melhor entendimento e definição da causa raiz, realizou-se um diagrama de causa e efeito,
apresentado na figura XXX.

Para auxiliar na identificação e priorização das causas levantadas, buscou-se uma análise
complementar com a vizualização do fluxo de produto sob o layout do galpão (Figura 3).

Figura 3 – vizualização do processamento dos materiais recicláveis


Com a análise do layout acima, pode-se perceber que a configuração do arranjo físico do galpão
está ineficiente, visto que desrespeita todos os princípios, que conforme Peinado (2007) afirma,
são essenciais para um layout eficiente. A figura acima, mostra que há cruzamento de fluxo,
deslocamento excessivo e confusão entre o espaço destinado à armazenagem de produtos
precessados e a serem processados. Com a Figura 2, percebe-se que esse fluxo de produtos, além
de ser ineficiente, é agravado pelo acúmulo de material esperando para serem processados.

Figura 2 – Imagem do local de armazenamento


Com essa vizualização do fluxo de produtos e o acúmulo de material, pode-se definir qual das
causas levantadas no causa e efeito é a causa raiz. O fenômeno a ser solucionada é o arranjo
físico ineficiente, visto que ele aumenta o leadtime, causa a confusão entre áreas de
armazenamento de produtos prontos e a serem processados e é o motivo da necessidade de muita
movimentação de material pesado, que tem gerado afastamento de alguns cooperados.

4.4 Definição e estruturação da solução

Mediante essa causa raiz e aos dados levantados, levantou-se algumas possíveis soluções junto
com o responsável geral da cooperativa e exposto na tabela XXXX.

Avaliando estas soluções pelos critérios de menor custo, execução mais rápida, potencial de
solução, foi obtida a seguinte matriz de avaliação
Com a aplicação do TOPSIS, obteve-se a ordenação, apresentada na tabela XXXX, das possíveis
soluções a luz dos critério levantados, sendo a reestruturação do arranjo físico para um fluxo
FIFO a com melhor desempenho e consequentemente a selecionada.

Como estruturação da solução escolhida, foi elaborado um croqui de um novo layout (Figura 4),
que se adequasse melhor às características de demanda e restrições já levantadas do local, além
da criação de um novo método de armazenagem e processamento, como apresentado na figura
XXX.

O conceito utilizado é o método first - in - first - out (FIFO) no fluxo dos materiais, com o intuito
de evitar a perda de material por conta da acumulação do mesmo no fundo do armazém.
Conforme ilustrado na Figura 4, o produto entrará na sua respectiva área no fim da fila. Assim
que o material da ponta da linha for processado pelas máquinas, o subsequente será deslocado
para a ponta e o mesmo é efetuado com cada material sequencialmente. Já o material finalizado
será encaminhado para uma área específica de armazenagem de material já processado, buscando
organizar melhor e facilitar a saída dos produtos. Dessa forma, evita-se a confusão percebida na
Figura 2, perda de material e cria-se uma linearidade no processamento dos produtos recebido
pela cooperativa.

Figura 4 – Layout melhorado


Para execução da solução, criou-se um plano de ação (Tabela 1) com a metodologia do
5W1H1S para aplicação da solução elaborada a partir do MASP.

Tabela 1 – Plano de ação


O plano de ação foi pensado levando-se em consideração a aplicabilidade do mesmo.
Foi elaborado em conjunto com alguns cooperados, visando que ele represente bem a
realidade deles e que estivesse numa linguagem e ordem que fizesse sentido a quem iria
aplicar o plano de ação. Com este, será possível de forma mais econômica e eficiente
solucionar a principal dificuldade diagnosticada inicialmente.

5. Conclusão

Conforme exposto no início do artigo, pode-se perceber que as cooperativas tem uma demanda
considerável por melhorias de gestão e engenharia. Com este estudo pode-se perceber a
efetividade da aplicação de conceitos de engenharia de produção na melhoria de organizações
econsequente impacto social. Com a utilização do MASP e de método de auxílio multicritério,
identificou-se a principal dificuldade da cooperativa com um leadtime alto que dificulta a entrega
de material, gera acúmulo de materiaal e desorganização. A utliação mais uma vez de ferramentas
do MASP auxiliaram na definição da cauza raíz que deveria ser solucionada.

Com a utilização dos conceitos e ferramentas da engenharia de produção, foi possível que as
principais ações fossem priorizadas e otimizadas, o que aumentou e efetividade da solução e
reduziu custo de melhoria para a cooperativa. Dado que elas operam com produtos de baixo valor
agregado e com preço de mercado muito baixo, toda e qualquer ação deve ser priorizada e custos
reduzidos, o que foi possível grças a palicação do MASP e multicritério.

A partir da metodologia do MASP e algumas ferramentas como fluxograma e plano de ação, a


alternativa encontrada para melhoria da estrutura foi refazer o layout da armazenagem, com a
separação mais discreta dos materiais e sinalização clara, objetivando criar um fluxo de entrada e
saída, facilitando o trabalho na cooperativa e evitando a deterioração do material a ser
processado.

Para complementação desse estudo sugere-se, a aplicação e acompanhamento do plano de ação


proposto, com o intuito de avaliar o real impacto do método utilizado. Além disso, um estudo
aprofundado da capacidade das atuais máquinas e um estudo de viabilidade da compra de outra
máquina que poderia maximizar os benefícios do atual trabalho e otimizar a utilização do galpão.
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