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Para não errar, o ideal é entender quando usar onde e aonde, pois um deve ser usado no sentido de localização, e o outro, no de movimento
Onde e aonde são palavras que indicam lugar, entretanto, é preciso entender algumas
particularidades. Acompanhe:
1 - Onde: pode ser pronome relativo (quando introduz uma oração subordinada adjetiva) ou
advérbio interrogativo (frases interrogativas). Em ambos os casos, indica localização. Entretanto,
quando for pronome relativo, poderá ser substituído por “em que”, o que não acontece quando é
um advérbio. Além disso, quando for pronome relativo, fará parte de um período composto,
ou seja, terá pelo menos duas orações, já que as orações adjetivas compõem um dos tipos do
período composto por subordinação;
2 - A função sintática do relativo “onde” é sempre de adjunto adverbial de lugar, portanto, muito
cuidado com o uso indiscriminado dessa palavra. É um absurdo, mas ela é tida como “coringa”
para muitos, quando não se sabe que relativo utilizar, eis que surge a “palavrinha mágica”, como
se essa possuísse múltiplas funções. Cuidado! Atente para isso, sua função é de adjunto
adverbial de lugar, portanto, só deve ser utilizada nesse caso;
3 - Os verbos que devem ser utilizados ao lado da palavra “onde” ou no contexto em que esse
termo aparece são os que indicam estado ou permanência. Veja alguns exemplos:
4 - Aonde é um advérbio, entretanto não deve ser utilizado quando a ideia for de lugar, no sentido
de localização, mas quando transmitir a ideia de movimento. Portanto, preste atenção aos
verbos, pois os que indicam movimento, tais como: ir, chegar, dirigir, entre outros, pedem o
uso de “aonde”.
A gramática normativa orienta o uso de “onde” e de “aonde” conforme descrito acima, entretanto,
na linguagem coloquial, não há essa preocupação e essas palavras são usadas na maioria das vezes
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20/08/2017 Usos de “Onde” e “Aonde”. Dicas ortográficas: onde e aonde - Português
como sinônimas. A seguir, acompanhe três estrofes da música “Onde você mora” cantada pelo
grupo Cidade Negra e perceba como o advérbio foi utilizado.
Na canção, o eu-lírico (a voz que fala no poema), depois de abandonar o ser amado, percebeu o
erro que cometeu, querendo-o de volta. Como não sabe de seu paradeiro, ele começa a se
perguntar, utilizando várias vezes o advérbio “aonde”. Como foi explicado, de acordo com a
gramática normativa, não se utiliza “aonde” junto a verbos que indiquem localização ou
permanência (o verbo morar deve ser incluído à lista).
Analisando a canção tendo como guia a norma culta, percebe-se que houve transgressão,
entretanto, linguisticamente, não houve, já que a linguagem utilizada é a coloquial e o contexto é
informal. Alguns podem pensar que sendo assim não há necessidade de conhecer a regra.
Cuidado! Lembre-se de que transgredir por opção é diferente de transgressão por
desconhecimento, ou seja, conhecer as regras é imprescindível, porque só assim o falante será livre
para escolher utilizá-las ou não, dependendo do contexto, do interlocutor, da intenção etc.
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