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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CAROLINA TIEPPO PUGLIESE RIBEIRO, protocolado em 26/01/2017 às 14:27 , sob o número 10007703520178260016.
Direito do Trabalho Dra. Carolina Tieppo Pugliese Ribeiro
Direito Administrativo Dr. Rafael Tieppo Pugliese Ribeiro
Direito Penal
Execução Fiscal

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1000770-35.2017.8.26.0016 e código 2B5FEEC.
Ao Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito de uma das Varas do Juizado
Especial Cível, em São Paulo, Capital.

LUCIANA BEZERRA DE OLIVEIRA, brasileira, divorciada,


Juíza do Trabalho, portadora do RG nº 21.391.594-7, inscrita no CPF sob nº
179.077.908-16, com endereço na Rua Aureliano Coutinho, 258, apartamento 102,
CEP 01224-020, São Paulo, Capital, por sua advogada (instrumento de mandato
em anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos termos do
art. 5º, inciso XXXII, e art. 170, inciso V da Constituição Federal, e art. 6º, inciso
IV, art. 39, I e V, art. 42, 81 e 83 do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº
8.078, de 11 de setembro de 1990), para ajuizar a presente AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL, em face da VIVO S.A.,
estabelecida na Avenida Roque Petroni Júnior, 1464, CEP 04707-000, São Paulo,
Capital, pelos motivos de fato e de direito que seguem articulados.

I – DOS FATOS

1. A REQUERENTE é usuária (particular) do serviço de telefonia


prestado pela REQUERIDA. É titular da linha (011) 9-8162-1117.

2. No dia 29 de dezembro de 2.016, por ocasião das


festividades da passagem do ano de 2016 para 2017 a requerente se dirigiu para o
interior do Estado de São Paulo, para a localidade de Santa Rosa do Viterbo, nas
proximidades da cidade de Ribeirão Preto. O objetivo era permanecer no local até o
dia 02 de janeiro de 2017.

Avenida Thomas Edison, nº 317 – Barra Funda – CEP 01140-000 – São Paulo, SP.
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3. Ocorre que, por volta das 19h45min do dia 29/12/2016 a
autora foi surpreendida com uma ligação telefônica de sua filha, Gabriela Bezerra

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dos Santos, para um dos amigos da autora, alertando que não conseguia falar com
a autora por seu celular e que várias pessoas amigas e conhecidas da REQUERENTE
estavam recebendo mensagens via aplicativo WhatsApp com pedidos de depósitos
em contas corrente. Para tanto, os golpistas estavam utilizando indevidamente o
número do telefone da REQUERENTE, passando-se por ela.

4. Surpreendida pelo ocorrido a REQUERENTE constatou que, de


fato, seu celular estava ‘SEM SERVIÇO’ e imediatamente entrou em contato com a
VIVO para que a REQUERIDA tomasse alguma providência e para obter
informações.

5. De início, o atendente da VIVO, Sr. Guilherme, informou que


nada poderia ser feito e que era impossível ter ocorrido a clonagem do telefone da
REQUERENTE.

5.1. Diante da insistência e da aflição da REQUERENTE, o


atendente, após consultar outras pessoas, informou que a REQUERENTE poderia
tomar duas atitudes: cancelar seu número de telefone e adquirir um novo (hipótese
totalmente descartada pela requerente, em razão dos transtornos que adviriam,
pois se trata de número utilizado há anos, de conhecimento de todos os amigos e
parentes) ou então efetuar o bloqueio da linha telefônica. A REQUERENTE optou
pela segunda hipótese, mas foi informada que, caso quisesse reativá-la, deveria
comparecer a uma loja física da VIVO com seus documentos originais.

5.2. Em nenhum momento o atendente prestou informações


detalhadas acerca do ocorrido, não soube explicar o que ocorreu, tampouco deu
qualquer instrução objetiva à REQUERENTE de forma a minimizar os danos sofridos.
Ao contrário! Parecia mais perdido e sem ação do que a própria REQUERENTE.

5.3. O registro da ocorrência foi efetuado por meio do protocolo


20163973429826 às 19h56 do dia 29/12/2016. A operadora enviou SMS para a
REQUERENTE com o número do protocolo. A ligação, segundo informado pela
REQUERIDA na ocasião, foi gravada. Para demonstrar o alegado, requer que a
requerida junte aos autos a gravação.

6. Entretanto, durante o período que o número de telefone da


REQUERENTE esteve nas mãos de terceiros, vários amigos e conhecidos receberam
mensagens como se fosse a REQUERENTE, de forma direta ou para seus grupos de
WhatsApp.

Avenida Thomas Edison, nº 317 – Barra Funda – CEP 01140-000 – São Paulo, SP.
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6.1. O chamariz era o seguinte: o bandido, valendo-se do
WhatsApp da REQUERENTE enviava uma mensagem questionando a todos do grupo

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ou a amigos específicos:

“Alguém usa Banco do Brasil ou Itaú, no aplicativo do


celular ou computador?”

6.2. Felizmente, a maior parte dos amigos da autora logo


percebeu que se tratava de alguma espécie de “golpe criminoso” pois essa
abordagem não é compatível com o comportamento da REQUERENTE.

7. Todavia, a mensagem também foi recebida pela Dra. Lilian


Lygia Ortega Mazzeu, Desembargadora do Trabalho Aposentada que,
inocentemente, travou um diálogo via aplicativo WhatsApp com o meliante que se
passava pela REQUERENTE. Atendendo ao pedido do golpista, conversou com seu
pai, o Dr. Adriano Cândido Mazzeu, Juiz do Trabalho aposentado, que, imaginando
que a REQUERENTE estava com alguma dificuldade financeira, prontamente efetuou
a transferência da importância de R$ 900,00 (novecentos reais) para uma conta
apontada pelo golpista (conta corrente nº 30366-6, Banco do Brasil, ag. 242-9, em
nome de LIDIA CORREIA DA SILVA).

7.1. Além da Dra. Lilian outras pessoas amigas e conhecidas da


REQUERENTE também ficaram expostas, uma vez que, imaginando que se tratava
da autora, também travaram diálogos com o criminoso, como, por exemplo, a Sra.
Dáphyne Fagundes Sato e a Sra. Juliana Maria Câmara, ambas conhecidas da
autora e servidoras do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, a quem o
criminoso indagou qual seria o limite diário de saque que ambas possuíam junto
aos seus bancos. Imagine o perigo, Excelência que essas servidoras foram expostas
ao passar informações desse tipo a um criminoso que anuncia que é integrante do
grupo PCC, um dos grupos criminosos responsáveis pelas recentes chacinas
penitenciárias do país que vitimou, apenas nos primeiros 6 dias de 2017, pelo
menos 92 pessoas (33 mortos em Roraima e 56 em Manaus)! E tudo isso em razão
da negligência da REQUERIDA.

8. Nesse interregno, a REQUERENTE, se valendo da rede wifi do


local em que estava, com o intuito de justamente tentar evitar maiores prejuízos
aos seus amigos e conhecidos, foi obrigada a publicar na sua página do Facebook
um alerta público, informando que bandidos estavam solicitando valores em seu
nome via WhatsApp. Por cautela, o mesmo alerta foi publicado pela REQUERENTE
em várias páginas dos grupos que participa, como “Juízes Viajantes”, “Magistratura

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em Debate” e “Programa Servidor Acolhedor” (conforme documento “Publicações
de Alerta no Facebook – Clonagem de Chip”).

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9. Diante da gravidade dos fatos narrados e na tentativa de
solucionar o ocorrido, a REQUERENTE, no dia seguinte, foi obrigada a interromper
sua viagem e retornar à cidade de São Paulo, frustrando, assim, todos os seus
planos para o final do ano.

10. Assim que chegou à capital, a REQUERENTE muniu-se dos


documentos e se dirigiu à loja da operadora VIVO localizada no Shopping Center
Higienópolis, onde foi (mal) atendida pelo sr. Antonio Alves da Silva Junior, que lhe
informou que no dia anterior alguém compareceu numa revenda da VIVO chamada
“ATACADÃO” e resgatou o chip com o número de telefone da REQUERENTE. O
atendente ainda informou que não poderia fornecer outros detalhes do ocorrido,
nem mesmo o endereço da revenda, embora ciente de que a autora, em razão de
todo o ocorrido, tinha sido muito prejudicada.

10.1. O atendente se limitou a informar que certamente alguma


pessoa que trabalha na revenda esteve (e está!) envolvida com os golpistas, pois,
segundo ele, para adquirir um chip é necessária a apresentação de documentos
originais (CPF e RG) do assinante. E pior: quando houve a aquisição clandestina do
chip do número telefone da REQUERIDA o adquirente não apresentou os
documentos exigidos.

10.2. Mesmo ciente da fraude, a VIVO exigiu que a


REQUERENTE pagasse pelo resgate do chip do seu telefone, trazendo-lhe mais esse
dano, de natureza material.

11. Ato contínuo, a REQUERENTE compareceu à 77ª Delegacia


de Polícia, em Santa Cecília, onde foi lavrado o Boletim de ocorrência de Estelionato
(art. 171 do C.P.) de autoria desconhecida (cópia em anexo). Na Delegacia, foi
constatado pelo sistema eletrônico da Polícia que a conta corrente destino do ilícito
(onde foi depositado o valor de R$ 900,00) está localizada na cidade de Pedreiras,
no estado do Maranhão.

II - DOS PREJUÍZOS

12. A REQUERENTE foi extremamente prejudicada pela


REQUERIDA. Ao não tomar as medidas mínimas necessárias para proteger a linha
telefônica e a identidade da REQUERENTE a REQUERIDA agiu com negligência e
profundo desrespeito ao consumidor.

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13. A identidade da REQUERENTE, seus dados telefônicos e os
seus contatos (familiares, conhecidos e amigos) foram utilizados por estranhos para

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praticar crimes. Não bastasse a indevida exposição de seu nome, propiciada pela
REQUERIDA, seu amigo, Dr. Adriano Mazzeu, um juiz com idade avançada e saúde
fragilizada, ainda perdeu dinheiro, fato que deixou a REQUERENTE extremamente
constrangida, aflita e magoada.

14. Um outro colega da REQUERENTE, membro do Poder


Judiciário, o Desembargador do Trabalho, Rafael Edson Pugliese Ribeiro, foi até
mesmo ameaçado pelos bandidos, que se identificaram como “MEMBROS DO PCC”
quando enviou mensagem via WhatsApp para o número da REQUERIDA oferecendo
ajuda para depositar algum dinheiro, pois tinha tomado conhecimento por outros
amigos que havia circulado uma mensagem da REQUERIDA solicitando empréstimo
em dinheiro. Mais uma vez, e agora com maior gravidade, o nome da REQUERENTE
foi utilizado para a prática de um crime, desta vez, crime de AMEAÇA, o que deixou
a REQUERENTE extremamente constrangida e também temerosa por sua
integridade física e também em relação à integridade de seus amigos, conhecidos e
parentes.

14.1. O diálogo mantido entre o criminoso e o Dr. Rafael foi o


seguinte (documento “Diálogo – Dr. Rafael e Criminoso”):

– Dr. Rafael: Oi Lu, tudo bem? Como você está? Já consegui o


dinheiro que você me pediu, mas não encontrei os dados do seu
Banco para envio. Pode me remeter, por favor?
– Criminoso: Rafael vai querer ta de malandro mesmo?

– Dr. Rafael: Como? Não entendi.

– Criminoso: Tu entendeu. Fica quieto ai. Senão e próximo. Não me


vem com malandragem! Que aqui e PCC. A gente não brinca.

14.2. E como se fosse pouco, para culminar o absurdo da


situação, a REQUERENTE ainda teve que arcar com o valor do novo chip (R$ 12,00)
por exigência da REQUERIDA!

15. É bom deixar claro que até o presente momento, passados


mais de 15 dias, a REQUERIDA não fez nenhum contato com a REQUERENTE para
esclarecer o ocorrido ou informar quais foram as providências adotadas, em que
pese o protocolo de atendimento realizado. E, pelo visto, não tomou nenhuma
atitude efetiva para evitar que a situação se repita, pois antes e mesmo depois da
fraude sofrida pela REQUERENTE outros juízes também foram vítimas de idêntica

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fraude, como se verifica dos relatos obtidos nas redes sociais dentre amigos e
conhecidos da REQUERENTE.

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16. É evidente que toda essa situação causou danos à
requerente de natureza moral, uma vez que, por culpa exclusiva da REQUERIDA
sua identidade e os seus dados telefônicos, embora devidamente protegidos por
sigilo, na forma da lei, foram indevidamente utilizados por facínoras para prática de
crimes e tiveram como vítimas seus amigos, conhecidos e parentes.

17. Em razão da negligência da REQUERIDA a imagem da


REQUERENTE foi exposta, sua identidade e seus dados telefônicos foram violados e
bandidos integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro comando da capital), se
valendo de seus dados, acabaram tomando dinheiro de um de seus amigos,
ameaçaram outro e ainda mantiveram diálogos com outras pessoas conhecidas.

18. Os erros ou abusos cometidos pela REQUERIDA não param


aí! O uso de dados pessoais da requerente por meliantes certamente contou com o
apoio e o auxílio de alguém que trabalha em uma revenda da VIVO. Essa
informação foi prestada por um empregado da própria operadora pessoalmente à
REQUERENTE. E qual a atitude tomada pela REQUERIDA? NENHUMA, até o
momento. Sequer houve resposta da REQUERIDA ao protocolo registrado sob nº
20163973429826 às 19h56 do dia 29/12/2016, até o presente momento.

19. A REQUERIDA é concessionária de serviço público. E, como


tal, deve garantir a segurança do serviço que coloca à disposição do mercado, bem
como, arcar com os prejuízos inerentes ao risco de sua atividade. Os dados
pessoais dos clientes que ficam em seu poder são protegidos por sigilo e não
podem ser devassados.

20. A REQUERIDA tem tecnologia suficiente para evitar que


abusos desse tipo aconteçam. No instante em que alguém compareceu numa loja
de revenda da VIVO a REQUERENTE estava no interior de São Paulo utilizando seu
telefone, situação facilmente detectável pela REQUERIDA, pois, como é de
conhecimento público e notório, as antenas de telefonia são capazes de detectar,
com precisão, onde a linha telefônica está sendo utilizada. Não obstante, o novo
chip foi entregue pelo representante da REQUERIDA para um estranho que não se
valeu de nenhum documento válido para obtê-lo. Um total absurdo e uma total
falta de responsabilidade da REQUERIDA!

21. Ou seja: a REQUERIDA tinha todos os meios necessários


para evitar que o chip do número do telefone da requerente fosse utilizado

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indevidamente por terceiros, mas, não o fez! E mais incrível disso tudo é que os
crimes continuam ocorrendo, são noticiados por vários meios de

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comunicação, inclusive em matérias jornalísticas nas redes sociais e na
televisão e a REQUERIDA se faz de morta e não toma providência alguma!

III - DO DIREITO

DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO


CONSUMIDOR
22. O relacionamento entre as partes atende ao conceito de
1
consumidor (a REQUERENTE) inscrita no art. 2º do CDC , e de fornecedor de
2
serviços (a REQUERIDA) fixado no art. 3º, também do CDC , fixando entre as
partes a relação de consumo, vínculo este regido pelo Código de Defesa do
Consumidor, e com princípios fixados já na Constituição Federal, artigos 5º, XXXII e
170, V.

IV - DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE NOS SERVIÇOS


PÚBLICOS
23. Conforme previsto no artigo 37, da Constituição Federal:

"Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, obedecerá aos princípios de LEGALIDADE,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, támbém,
ao seguinte:..."

23.1. Os serviços prestados pela empresa REQUERIDA são


serviços públicos e estão subordinados à Lei nº 9.472/97, que dispõe sobre a
organização dos serviços de telecomunicações.

23.2. Por outro lado, a Lei nº 8.987/95, traça regramento à


utilização de serviços públicos e institui algumas diretrizes, como se infere do art.
6º, § 1º, da referida Lei nº 8.977/95:

Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de


serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme
estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo
contrato.

1
"Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire e utiliza produtos ou serviço como destinatário final."
2
"Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação,
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços:
§ 1º - Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
§ 2º - Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
bancária, financeira, de crédito e securitária, salva as decorrentes das relações de caráter trabalhista."

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§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de
regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade,
generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.

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23.3. A REQUERIDA, com sua conduta negligente, não cumpriu
suas obrigações, pois não prestou à autora serviço adequado, não satisfez as
condições de regularidade, eficiência e, principalmente, SEGURANÇA dos dados
telefônicos e pessoais da REQUERENTE, causando-lhe indubitáveis prejuízos de
ordem moral e material.

V - DA PRÁTICA ABUSIVA PELA REQUERIDA

24. A ilegalidade da conduta da REQUERIDA se evidencia já


pela falta de bom senso na avaliação dos fatos, circunstâncias e valores, como
ainda por se apresentar em claro conflito com expressas disposições do Código de
Defesa do Consumidor.

24.1. O abuso da REQUERIDA se manifesta por várias maneiras,


mas é de se destacar a sua total negligência ao princípio da proteção aos dados
telefônicos sigilosos que estão em seu poder.

VI - DA CORRETA INTERPRETAÇÃO DAS CLÁUSULAS

25. São aqui igualmente aplicáveis as disposições dos artigos


47 e 51 do CDC, que estabelecem:

"Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira


mais favorável ao consumidor."
"Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que
coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor,
considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse
das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso;

25.1. A presença da locução "entre outras" no caput do art. 51


não está ali sem razão. Nelson Nery Junior3, afirma que: "O rol elencado no art. 51
do Código de Defesa do Consumidor não é exaustivo, podendo o juiz, diante das
circunstâncias do caso concreto, entender ser abusiva e, portanto nula,
determinada cláusula contratual".

3
Código de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto, 4ª edição, Forense Univ., 1.996, pág.
341.

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VII - DO MAU ATENDIMENTO

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26. A REQUERENTE comunicou todo o ocorrido à REQUERIDA
por telefone, no dia 29/12/2016, às 19h56min. O protocolo do atendimento foi
registrado sob nº 20163973429826. A REQUERENTE ainda compareceu
pessoalmente na loja da VIVO do Shopping Higienópolis no dia 30/12/2016,
relatando todo o ocorrido. Até o presente momento a REQUERIDA não prestou
nenhum esclarecimento e não tomou nenhuma providência para evitar que novos
crimes fossem praticados, o que revela seu total descaso com o consumidor (no
caso específico, a REQUERENTE) e também com outras pessoas vítimas do mesmo
golpe (as outras vítimas).

VIII - DA REPETIÇÃO DO INDÉBITO EM DOBRO

27. Não bastasse todo o transtorno sofrido, a REQUERENTE


ainda teve que pagar pela aquisição do chip no valor de R$ 12,00, conforme
comprovante anexo.

27.1. Cabe, pois, a aplicação do art. 42, parágrafo único do


CDC:

"Art. 42 O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à


repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em
excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo
hipótese de engano justificável."

27.2. Portanto é obrigação da empresa REQUERIDA devolver


em dobro, tudo o que cobrou indevidamente da requerente.

IX – DO DANO MORAL

28. A REQUERENTE, diante da conduta lesiva praticada pela


REQUERIDA e de sua omissão, foi vítima de danos à sua imagem, à sua identidade,
à sua integridade, aos seus dados telefônicos e ainda teve seus amigos, conhecidos
e parentes expostos a criminosos.

28.1. A autora teve sua identidade exposta indevidamente para


prática de crimes (identidade que a REQUERIDA tinha dever contratual de
proteger!);

28.2. A autora sofreu quebra da sua privacidade e do sigilo das


suas comunicações telefônicas;

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28.3. Sofreu, ainda, a interrupção dos serviços de telefonia e
dados contratados por culpa exclusiva da REQUERIDA;

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28.4. A REQUERIDA não prestou a assistência imediata a que
tinha direito pela interrupção do serviço de telefonia contratado e ainda foi mal
atendida pelo atendente de telemarketing e pelo empregado da reclamada na loja
do Shopping Higienópolis;

28.5. E, por fim, ainda teve que se submeter a uma cobrança


indevida, representada pela cobrança do chip!

28.6. Ou seja, a requerente teve que suportar vários danos,


muitos transtornos e não meros aborrecimentos, quais sejam:

→ um péssimo atendimento,

→ a perda de seu tempo útil,

→ a frustração de sua viagem de final de ano,

→ a sensação de desamparo,

→ a sensação de perigo por ter seus dados expostos a


criminosos de facções criminosas,

→ e ainda teve que submeter sua reclamação à pífia avaliação


da requerida, que não toma providências efetivas para
evitar que crimes dessa natureza continuem ocorrendo.

28.7. Tudo isso gerou inegável prejuízo imaterial, de cunho


moral, dentro de uma relação de consumo.

28.8. A requerente, em consequência, pede uma indenização


compensatória, pela lesão imaterial, no importe de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil
reais).

28.9. A fixação da indenização em valores ínfimos apenas


estimula a REQUERIDA a continuar inerte e negligente. Por outro lado, não se trata
de valor excessivo ou elevado, pois não levará à ruína da REQUERIDA ou mesmo ao
enriquecimento ilícito da autora.

28.10. Requer, também, que a REQUERIDA seja obrigada a


tomar medidas efetivas para evitar que o chip do telefone da autora seja

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novamente desviado por criminosos como, por exemplo, adoção de sistemas de
segurança mais modernos (leitura biométrica, detecção da localização do

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1000770-35.2017.8.26.0016 e código 2B5FEEC.
consumidor por meio das antenas que a própria requerida possui no momento de
aquisição, instalação de câmeras de segurança nas revendas autorizadas) que
permitam detectar, com precisão, se, o chip está sendo realmente adquirido pelo
próprio consumidor.

X - DOS PEDIDOS

29. Por todo o exposto, pede a REQUERENTE:

a) QUE a REQUERIDA seja citada no endereço já mencionado para responder à presente


em todos os seus termos até o final, contestando se quiser, sob pena de confissão e
revelia (artigos 334, 336, 341, 344 e 400 do CPC, c/c art. 20 da Lei 9.099/95);

b) QUE, sendo julgada procedente a ação, seja a REQUERIDA condenada a pagar à


REQUERENTE:

• indenização por dano moral, como consequência de todos os transtornos sofridos pela
autora no valor de ...................................................................................... R$ 35.000,00;

• restituição, em dobro, do valor cobrado pela aquisição do novo chip .............. R$ 24,00;

c) Seja a requerida obrigada a adotar medidas efetivas de segurança, conforme requerido no


item 27.3.

X - DAS PROVAS

30. A REQUERENTE protesta pela produção de todas as provas


em direito admitidas, perícia, juntada de outros documentos, depoimento pessoal
do representante da REQUERIDA, sob pena de confissão e prova testemunhal.

30.1. Requer, ainda, que a REQUERIDA efetue a juntada dos


seguintes documentos:

a) a gravação da ligação telefônica efetuada pela requerente no dia 29/12/2016 às 19h56


(protocolo nº 20163973429826);

b) juntada do rastreamento das antenas da VIVO, detectando o local em que estava a


requerente nos dias 29/12/2016 e 30/12/2016;

Avenida Thomas Edison, nº 317 – Barra Funda – CEP 01140-000 – São Paulo, SP.
fls. 12
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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CAROLINA TIEPPO PUGLIESE RIBEIRO, protocolado em 26/01/2017 às 14:27 , sob o número 10007703520178260016.
c) juntada das gravações das câmeras de segurança da loja em que foi adquirido o chip
(Loja “Atacadão”);

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1000770-35.2017.8.26.0016 e código 2B5FEEC.
d) que seja intimado o sr. Antonio Alves da Silva Junior, empregado da requerida, que atua
na loja Vivo do Shopping Higienópolis.

30.2. Tudo isso sem exclusão de outras provas, em direito


admitidas, para o fiel esclarecimento dos fatos.

XI - DAS INTIMAÇÕES

31. As intimações deverão ser endereçadas à advogada que


esta subscreve, no endereço constante das procurações.

XII - DO VALOR DA CAUSA

32. Dá-se à causa o valor de R$ 35.024,00 (trinta mil e vinte e


quatro reais).

Termos em que, pede deferimento.

São Paulo, 26 de janeiro de 2017.

[Firmado por Certificação Digital]


CAROLINA TIEPPO PUGLIESE RIBEIRO
OAB/SP 383.251

Documentos:
1. Procuração;
2. Documento de Identidade;
3. Boletim de Ocorrência
4. Diálogo – Dr. Rafael e Criminoso
5. Contrato de Compra e Venda do Chip Vivo
6. Publicações de Alerta no Facebook – Clonagem de Chip
7. Nota Fiscal
8. Chip da Vivo
9. Publicações de alerta no Facebook – Clonagem de chip – Terceiros (Ivone e Fernando)

Avenida Thomas Edison, nº 317 – Barra Funda – CEP 01140-000 – São Paulo, SP.

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