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Balneário Camboriú
2008/2
JULIANY APARECIDA JORGE
Balneário Camboriú
2008/2
DEDICATÓRIA
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................15
2 METODOLOGIA..................................................................................................................17
2.1 Metodologia de Pesquisa ................................................................................................17
2.1.1 Objetivo Geral .........................................................................................................17
2.1.2 Objetivos Específicos ..............................................................................................17
2.2 Hipótese ..........................................................................................................................17
2.2.1 Problema..................................................................................................................18
2.2.2 Público Alvo e seu estilo de Vida............................................................................19
2.2.3 Ambiente de Uso .....................................................................................................22
2.3 Justificativa.....................................................................................................................23
2.4 Metodologia e estrutura do projeto.................................................................................24
3 PESQUISA ............................................................................................................................26
3.1 Pesquisa Bibliográfica ....................................................................................................26
3.2 Histórias do vestuário .....................................................................................................27
3.2.1 Século XIX - Sua Indumentária – Rumos a Bela Época .........................................28
3.2.2 Características da Belle Époque ..............................................................................30
3.2.3 A indumentária feminina.........................................................................................31
3.3 História da lingerie .........................................................................................................36
3.3.1 Lingerie e suas peças mais importantes da História ................................................36
3.3.2 Espartilho.................................................................................................................41
3.3.3 É a parte velada e secreta.........................................................................................47
3.3.4 De Calças a Calcinhas, numa breve lembrança.......................................................50
3.4 História do Moulin Rouge ..............................................................................................52
3.4.1 Molin Rouge - Moinho Vermelho..........................................................................52
3.4.2 Cancan .....................................................................................................................53
3.4.3 Henri de Toulouse – Lautrec Impressionista especialista nos cartazes do Molin
Rouge................................................................................................................................54
3.4.4 Descrição de Dançarina ..........................................................................................56
3.5 Tendências de Moda (2009 – 2010) ...............................................................................58
3.5.1 Tendência internacional outono inverno 2009/2010 ...............................................58
3.5.2 Cartela de cores 2009 – 2010 ..................................................................................59
3.5.3 Detalhes e modelagem 2009 -2010 .........................................................................60
3.5.4 Tendências de Vestuário inspiradas em roupas intimam.........................................60
3.5.5 Tendência do comportamento 2009/ 2010 ..............................................................62
3.5.6 Tendência de lingerie (2009 – 2010).......................................................................64
4 PESQUISA DE CAMPO ......................................................................................................66
4.1. Questionário ..................................................................................................................66
4.1.1. Aplicação do questionário e análise .......................................................................66
4.1.2. Analise e síntese das pesquisas...............................................................................77
4.1.3 Pesquisa de campo...................................................................................................77
5 MERCADO ...........................................................................................................................78
5.1. Concorrentes..................................................................................................................78
5.1.1 Samuel Cirnansck ....................................................................................................78
5.1.2 Thais Losso..............................................................................................................79
5.1.3 Cris Barros...............................................................................................................80
5.1.4 Le Lis Blanc ............................................................................................................81
5.1.5 Juliana Jabur ............................................................................................................82
5.2.Estado do Design de Moda.........................................................................................83
5.2.1 Estado do design de lingerie....................................................................................84
6 CONCEITO DO PRODUTO ...............................................................................................88
7 DESENVOLVIMENTO.......................................................................................................90
7.1 ATRIBUTOS DA COLEÇÃO .......................................................................................91
7.1.2 Funcionais................................................................................................................91
7.1.3 Estéticos...................................................................................................................91
7.1.4 Simbólicos ...............................................................................................................92
7.1.5 Emocionais ..............................................................................................................92
7.1.6 Formas .....................................................................................................................93
7.1.7 Materiais ..................................................................................................................94
7.1.8 Tecidos ....................................................................................................................95
7.1.9 Cores.......................................................................................................................96
8 COLEÇÃO INVERNO 2009/2010 .......................................................................................97
8.1 Release ! .........................................................................................................................98
8.1.1 Look 01..................................................................................................................100
8.1.2 Look 02..................................................................................................................101
8.1.3 Look 03..................................................................................................................102
8.1.4 Look 04..................................................................................................................103
8.1.5 Look 05..................................................................................................................104
8.1.6 Look 06..................................................................................................................106
8.1.7 Look 07..................................................................................................................107
8.1.8 Look 08..................................................................................................................108
8.1.9 Look 09..................................................................................................................109
8.1.10 Look 10................................................................................................................110
8.1.11 Look 11................................................................................................................112
8.1.12 Look 12................................................................................................................113
8.1.13 Look 13................................................................................................................114
8.1.14 Look 14................................................................................................................115
8.1.15 Look 15................................................................................................................116
9 DETALHAMENTOS DA COLEÇÃO ...............................................................................117
9.1 Dados ergonômicos ......................................................................................................117
9.1.1 Usabilidade ............................................................................................................118
9.1.2 Limpeza e Manutenção..........................................................................................118
9.1.3 Modo de conservação da coleção Santa Madre:....................................................119
10 DESENVOLVIMENTO – CONFECÇÃO .......................................................................120
10.1 Look 01 Linha vanguarda...........................................................................................121
10.1.1 Detalhamento Técnico – Ficha Técnica look 01 .................................................123
10.2 Look 02 Linha Básico.................................................................................................127
10.2.1 Detalhamento Técnico – Ficha Técnica look 02 .................................................128
10.3 Look 03 Linha Fashion...............................................................................................132
10.3.1 Detalhamento Técnico – Ficha Técnica look 03 .................................................134
10.4 Look 4:........................................................................................................................134
10.4 Look 4:........................................................................................................................135
10.4 Look 4:........................................................................................................................136
10.4 Look 4:........................................................................................................................137
10.4 Look 4:........................................................................................................................138
11 FUNÇÃO DE MARKETING ...........................................................................................139
11.1 PRODUTO .................................................................................................................141
11.1.1 Logotipo ..............................................................................................................141
11.1.2 Cartão de visita e Papel timbrado ........................................................................142
11.1.3 Tag e etiqueta.......................................................................................................143
11.1.4 Embalagem ..........................................................................................................144
11.2 PROMOÇÃO .............................................................................................................145
11.2.1 Brinde ..................................................................................................................145
11.2.2 Publicidade e Propaganda....................................................................................146
11.3 PRAÇA E PREÇO .....................................................................................................148
12. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................149
13 BIBLIOGRAFIA ...............................................................................................................151
INDÍCE DE FIGURAS
This report presents the development of collection planning of clothing for winter
2009 / 2010,'s proposed Santa Madre Brand.
The collection is inspired by the Belle Époque and in-house concerts Molin Rouge that
seeks to make a collection with characteristics and details of the lingeries a non-intimate
undergarment.
In this project, details such as babados and frufrus of lingeries seek out from behind
curtains and leave the co-star to be star in catwalks.
1 INTRODUÇÃO
dançarinas, por volta do ano de 1899 e 1900 tinham o poder da atração e estética em seus
figurinos, cujos enriquecidos pelas suas lingeries.
No dia ou na noite, a mulher deve se sentir atraente e tranqüila com o que esta
vestindo. Com a mudança efêmera da moda a modelagem acaba acompanhando e nem
sempre satisfazendo as consumidoras.
Desta forma este projeto trabalhará enfatizando a questão do diferencial em tecidos,
materiais e na riqueza dos detalhes que as lingeries nos permite em exagerar, fazendo das
roupas uma delicadeza forma de feminilidade.
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2 METODOLOGIA
2.2 Hipótese
2.2.1 Problema
Como desenvolver uma roupa feminina que alie uma estética delicada baseada em
detalhes das peças íntimas com uma modelagem bastante confortável e diferenciada quase
como uma peça única. Um desafio de tornar a peça intima invisível em um sensual delicado
aparente.
Estética
Vestuário
O publico alvo, aprecia gastronomia leve e fina, por preocupar-se com sua forma
física, não se esquece de uma boa alimentação. Sua casa segue seu estilo romântico com
alguns detalhes modernos e móveis de bom gosto.
Além de serem divertidas essas mulheres seguem as tendências da moda, procuram
informações diversas sobre o que esta acontecendo principalmente na cultura. Seguidora fieis
da modernidade inclusive com toque requintado do retro, não deixam de lado os programas
como teatro, cinema, e tudo que envolva musica e dança.
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Esta coleção trará a diversidade de uso, dando a liberdade para a consumidora de não
se preocupar com estas peças. Podendo ser um produto visível tanto em roupas do dia a dia
como nas de festas.
2.3 Justificativa
MUNARI - PROBLEMA
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
COMPONENTES DO PROBLEMA
RECOLHIMENTO DE DADOS
CRIATIVIDADE
MATERIAIS E TECNOLOGIAS
EXPERIMENTAÇÃO
MODELO
VERIFICAÇÃO
DESENHO CONSTRUTIVO
SOLUÇÃO
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No entanto, percebeu-se que o método do autor por mais simples e linear que seja fez
com que houvesse uma reflexão e acabou-se por conduzir o processo do projeto de uma
forma nova adaptada do pensamento do autor anteriormente citado.
PROBLEMA
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
COMPONENTES DO PROBLEMA
PESQUISA
CRIAR CONCEITO
GERAR ALTERNATIVA
ESCOLHA DA ALTERNATIVA
MODELO E TESTAGEM
AVALIA E VALIDA
DETALHAMENTO TÉCNICO
REGISTRO DO PROJETO
Figura: 6 Metodologia
Fonte: Autora
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3 PESQUISA
Conhecimento Público
alvo
No decorrer das décadas a moda nos traz muitas modificaçoes nas vestimentas e
adornos. Parte da necessidade de proteção e passa para uma forma de embelezar o corpo.
Sendo assim segue imagens como linha do tempo, retratando detalhes.
Figura: 9 Crinolina
Fonte: www.corbis.com.br
As crinolinas foram aceitas por outro motivo- como um aparente aumento dos
quadris, representa a fertilidade feminina – e a saia rodada é também um símbolo de suposto
distanciamento, e mais do que isso, um elemento de sedução. Por essas características a
crinolina acaba reinando aproximadamente por um período de 15 anos, chegando ao ápice
por volta de 1860. A partir desta data, passa a sofrer alterações, desloca-se para trás,
deixando a frente da saia reta. Transforma-se assim, em uma anquinha (ou espartilho
saudável), que produz uma postura em forma de “S”.
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Passando para o inicio da década de 1880, tivemos uma mudança nesta moda, que
para muitos era prejudicial a saúde. Sendo que os trajes passam a serem mais soltos, sem o
uso do espartilho e os homens adotam calções, casaco de veludo, gravata fuida, e chapéu. E
os mais jovens adotam, jaquetas mais curtas de Oxford e Cambridge, e os casacos de
“marujos” são usados para praticas de iatismo.
É importante ressaltar que a partir destas praticas de esporte, a moda, passa seguir as
tendências das necessidades. As mulheres com todas aquelas saias não podia se movimentar
direito, sendo que até mesmo para subir uma escada, era preciso deixar aparecer as rendas e
babados daquelas anáguas vastas, pois tinham que levantar suas saias para melhor
movimentação. Apesar da imprensa ridicularizar, os trajes bifurcados, uma espécie de saia
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com uma costura ao meio, foi sendo adotada aos poucos. Chegando em uma fase que as
jovens usavam sem medo, e praticavam esporte em geral.
Com as mudanças sociológicas, até mesmo o aparecimento das mudanças na
indumentária, começamos a perceber que desta década por volta de 1890, a era vitoriana esta
chegando ao fim, e os jovens sentem isso. Há uma certa liberdade tanto em seu trajes
cotidianos como em suas roupas esportivas.
Para exibição de tais modelitos, os lugares mais bem freqüentados em Paris, eram os
teatros e grandes restaurantes. Nestes ambientes era possível encontrar a alta sociedade
desfilando com os últimos lançamentos da moda.
Após destaque de Paris na moda, na Inglaterra surge um movimento cultural, voltado
a estética dando valores a linhas curvas graciosas e exageradas, espirais inspiradas na
natureza, traços alongados e linhas que se entrelaçam com ramagens e flores. Este
movimento traz inovações ao gráfico e ao comportamento estético, chamando-se Art –
Nouveau.
Com formas diferenciadas a silhueta “ondulada” exige sacrifício das mulheres. Os
seios eram sustentados por dispositivos metálicos e o ventre comprimido pelo espartilho de
barbatanas.
O Art Nouveau foi aceito pelo artesanato e assim introduzido na moda, a linha “S” da silhueta
feminina, seguindo a concepção do estilo que dava ênfase as curvas, consolida-se, sublinhando o busto realçado,
os quadris arqueados e o ventre contraído. (MOUTINHO, 2000, p 28)
“O corpo feminino tornou-se também um verdadeiro repositório de linhas curvas, onde a cintura nunca
tinha sido tão afunilada como nesse momento. O ideal da beleza da mulher era de ter aproximadamente 40 cm de
circunferência na cintura”. (BRAGA, 2004, p66)
Além destas formas as vestimentas destacavam-se por seus ornamentos. Eram eles
que determinavam a elegância feminina.
Bordados com formas de arabescos, tecido como o cetim eram usados para dar
acabamentos em tecidos finos, como a musselina, e as rendas eram usadas em blusas golas e
peitinhos de vestidos as saias eram vastas em tecidos longos que caiam em corte reto e liso
sobre os quadris que alargavam em forma de sino, e eventualmente se abria da altura da coxa
para baixo. As saias eram tão longas que cobriam os pés, as barras eram decoradas com
bordados e aplicações. Rigidez dos vestidos desta época estava atribuída nas muitas saias
interna se seda ou tafetá, como anáguas, que tinham barras com acabamentos de renda,
babados e fitas que acompanhavam o movimento da mulher com um famoso e provocante
“frufru” (emaranhado de rendas ou fitas).
Os corpetes também apresentavam ornamentos. Além de bem ajustados tinham uma
pala enfeitada de renda ou fitas passanamaria.
Além das camisas vestidos e longas saias, as mulheres costumavam usar um bolero,
que era ajustado e muito decorado. Esses deram a idéia dos primeiros vestidos com jaqueta.
Copiados da vestimenta masculina, as jaquetinhas tinham um tamanho apropriado e também
ajustado indo até quase na cintura. Estes vestidos eram complementados com blusas de gola
alta que levavam cascatas de renda como ornamento, e suas mangas ajustadas nos punhos e
compridas.
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“Modelos interessantes eram os confeccionados em cetim, bordados em motivos florais e com pequenos
ramalhetes de fitas, ou até mesmo pintados a mão. Para confeccionar os vestidos elegantes, o trabalho era
prodigioso e comparável a fabricação dos brocados do inicio do século XVIII. (MOUTINHO, 2000, p33)
comprimir seus abdomens uns corpinhos de lingerie chamados como esconde – espartilho, e
acima de todas essas peças havia uma camisa longa até os joelhos conhecida como chemise.
Seus acessórios e complementos também foram importante na aparência da Belle
époque. Os chapéus de tamanho pequeno eram usados para cabelos presos em coque, e
levavam lindos e grandes alfinetes para ficarem sustentados no cabelo. Os alfinetes eram
peças de bijuterias para as nobres, sendo assim considerado um acessório (jóia), para muitas.
Nas mudanças desse mesmo ornamente, tivemos em 1904 quando os chapéus de palha ou de
tecido (veludo) tornam-se grandes e decorados com plumas e
Nos modelos temos destaques os de abas rígidas e planas, que eram usados com saia e
blusa, vestidos esportivos e com tailleurs.
Como novidade no mundo da modo dos acessórios o estilista Piret, lança os turbantes
onde deram coragem para algumas mulheres cortarem os cabelos bem curtos.
Nos sapatos, identificam-se as botinhas fechadas de cadarço, fabricada
artesanalmente. Eram pontiagudas, e as mais finas adornadas com fivelas ou laços para serem
usadas com trajes elegantes.
As atrizes eram as únicas mulheres que ousavam em usar sapatos altíssimos e de cores
fortes chegando até ser escandalosos para época. Eram tão extravagantes que usavam sapatos
recobertos por cetim fáceis de tirar, para que após os seus espetáculos, os fãs pudessem beber
champanha dentro deles. Neste caso ficavam mal vistas pela alta sociedade.
Para completar os calçados as meias eram de seda que às vezes eram bordadas de
rendas. Mais não acaba por ai.
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terapia. A roupa de banho era de malha em fios de lã que cobriam o tronco e pernas até os
joelhos além do uso de meias e sapatos, e ainda por cima de tudo uma capa de proteção.
Esse tipo de roupa esportiva, também colaborou para a moda do dia a dia para as
cidades, “roupas de duas peças”, os tailleurs das mulheres que trabalhavam fora de casa.
As crianças eram as únicas que ficavam mais a vontade que ganham roupas próprias
sem serem copias em miniaturas dos adultos, tendo como tema principal a moda marinheira.
E por fim a alta costura ainda diferenciava as classes sociais. E na moda masculina
nada de mudanças, pois estavam muito bem estruturadas para a praticidade e usabilidade.
prolongou por muito tempo, fazendo serem forçados para cima através de cordões
apertadíssimos dos espartilhos.
Nas peças inferiores, as calcinhas, também passaram por mudanças. No século XIX,
eram as famosas ceroulas, até o joelho. O surgimento de novos materiais como da lycra e do
nylon permitiu muitas inovações nessas confecções. Até mesmo o invento mais curioso
aconteceu nos anos 90, quando lançaram uma calcinha com o enchimento, um bubum falso,
esse com diversos tamanhos e modelagens.
Junto com as peças maias usadas até mesmo como forma de higiene, surgem
acessórios que completam a beleza da lingerie. Na década de 20, um acessório muito usado
era a cinta liga considerada sensual, foi criada para segurar as meias 7/8. As dançarinas
exibiam suas cintas por de baixo das saias de franjas, enquanto se sacudiam ao dançar. Esse
acessório permaneceu até os anos 30, pois a meia calça só surge na década de 40.
A partir dessas mudanças, essas peças intimas passaram a serem usadas, mesmo
quando necessidade, era uma questão de estilo e são a partir daqui objetos de sensualidade.
Eram eles que determinavam a beleza de uma mulher.
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Na década de 60, com uma revolução sexual, o sutiã foi queimado em praça publica,
num ato de liberdade feminina. Essas queriam afirmar que poderiam usar nada de baixo de
suas camisetas e jeans.
Porém com tanta novidade que foi surgindo com o mercado, como cores, materiais e
estilos, indo do esportivo em algodão, ao mais sofisticado modelo de renda e fitas, as
mulheres passaram a consumir muito mais em roupas intimas do que as demais vestimentas
durante os anos 80.
3.3.2 Espartilho
De acordo com Fontanel, 1992, mais do que uma peça intima, associado ao erotismo,
repressão e dor, o espartilho foi o responsável por moldar o corpo feminino de acordo com a
história. Ele passou por quatro séculos, sobreviveram os regimes políticos, mudanças do
comportamento cultural, guerras e diferenças sociais.
Apesar de prejudicar a saúde, o espartilho era considerado pela alto sociedade um
sinal de superioridade, pois era um obstáculo ao trabalho. A mulher de baixa renda usava
corpetes estilo medieval, atado por cordões menos apertados e amarrados na frente para
facilitar o uso. Bem diferente do corpete aristocrático, atado nas costas, que exigia ajuda de
empregados. Essa classe dava mais importância a distinção do povo do que a própria saúde.
Desde o inicio do século XIV, a preocupação era dar forma ao corpo. Neste período,
os homens e mulheres já usavam faixas apertadas sobre o corpo para moldar, com o tempo as
mulheres passam a usar saias vastas e largas podendo ter movimento nas outras partes e
também um volume, pois a cintura era apertada e firme.
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Na própria Idade Média, os seios eram sustentados por corpetes, em forma de colete
justo, usado por cima de camisas e amarrados nas costas. Com o tempo, essa peça passou a
ser mais pesada e rígida, até o surgimento do espartilho propriamente dito.
Porém nenhuma outra época evidenciou-se tanto a beleza feminina como no
Renascimento. Século XV, um período de sensualidade erotismo, a atenção voltada toda para
o seio.
Após este período, o vestuário passa a ser rígido, aparecendo um corpete pespontado,
que dava ao busto um aspecto de cone. Este era amarrado com uma haste (lâmina sólida feita
de madeira, marfim, madrepérola, prata ou osso de peru), encaixada no próprio tecido.
Período que só modificou quando as barbatanas de baleiam deixam as hastes mais
flexíveis e o espartilho menos rígido, que acontece por volta do século XVIII. Este novo
espartilho comprimia o seio por baixo e deixava-os mais evidente sob os decotes.
A revolução Francesa sacudiu a Europa. As roupas eram mais simples e praticas,
levam a moda para toda a sociedade. As mulheres deixam de usar as crinolinas (armação de
arcos de aço que moldavam a forma das saias) e seus espartilhos. Adotam uma moda
transparente e seus seios eram sustentados e escondidos por corpinhos de tecidos.
esta moda não foi muito longe. A transparência acaba não agradando a sociedade, que mais
se preocupava com um corpo firme e bem estruturado. A leveza fazia com o corpo ficasse
muito solto. E ainda adotam o espartilho, que parece não querer sair da moda.
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O século XIV marca bem isso, por que mais pareciam peças de torturas, entre os anos
1804 a 1820, esta peça ganha novas formas trazendo a separação dos seios, graças a um
sistema de barbatanas inventado por um espartilheiro da época. Os decotes mais profundos e
a cintura fina, exigindo espartilhos terríveis.
Em 1823, surgiu pela primeira vez um modelo mecânico, com polias, que podiam ser
atado e desatado sem ajuda de outra pessoa. Isso foi muito importante. Estas facilidades iam
e voltavam conforme as mudanças culturais. Por ser um artigo da nobreza, ele sempre estava
evidente.
Mais chegou a hora em se torna mais acessível, pois em 1828 apenas 2(duas) marcas
registradas tinham direito a produzir tal peça, mas em 1848 este quadro vai para 64(sessenta e
quatro). Esta “indústria” crescia muito, pois na historia da vestimenta é o único artigo que
pretendia que permanecesse, o suíço Jean Werly em 1832,abre uma fabrica de espartilho para
época mais do que modernos, sem costuras que já saiam do tear com barbatanas, hastes e
armações prontas. E com o inicio a da industrialização, foi possível fabricar modelos mais
baratos, dando acesso geral, e também a grandes facilidades foram se alongando.
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Ainda continuou a usar espartilhos, porém suas exigências foram aceitas, e na moda
estavam os modelos mais curtos para movimentos livres e postura reta.
“Esse quase apelo feminino também deu-se devido ao um modelo que surgiu em 1908, de espartilho,
que ia até os joelhos impedindo até a mulher de sentar-se”. (FONTANEL, 1992,p,54)
A morte dessa peça esta ligada a Primeira Guerra Mundial. Com os homens na
batalhas, as mulheres passam assumir os trabalhos que eram exercidos por eles, nos campos,
nas cidades e nas fabricas. O trabalho operário exigia espartilhos menores, confortáveis e
fáceis de vestir.
Os espartilhos não morreram totalmente, ainda eram usados para marcar bem o corpo,
e os modelos estava a serem lançados, até mesmo no ano de 1940, tinham a disposição
modelos leves. Nesse vai e vêm, eles só saiam de cena mesmo, na necessidade, e assim foi
também na Segunda Guerra Mundial.
Ele é marco na moda novamente quando em 1947, o “New Look” de Christian Dior,
valoriza a cintura e os seios. Mais nada se compara com os antigos modelos que eram
tortuosos. A mulher a cada dia mais feminina gosta de evidenciar seu corpo, agora pode tirara
e colocar, sem ser uma peça obrigatória.
Passando assim uma peça de acesso a todas, sem mais caracterizar as classes sócias, o
espartilho, a partir dos anos 90, surge em modelos futuristas e usados aparentemente.
De acordo com Steele, 1997, no inicio da era moderna, o segmento de roupas intimas
teve um contexto importante na evolução do erotismo na vestimenta, principalmente
femininas. Quando a roupa intima surgiu, teve como objetivo ser pratica e não erótica. A
necessidade por roupas de baixo surgiu na idade média, peças distintas para a nobreza, que
usavam para se proteger do suor, evitando irritações provocadas por roupas de lã que
forneciam uma camada extra de calor.
A roupa intima começou a concentrar a um interesse sexual por volta do século
XVIII, um processo que se estendeu até a época que teve seu maior destaque, no século XIX
entre 1890 a1900.
Porém nessas épocas a lingerie tinha seu marco histórico, a mídia relatava que este
não passava de um tema escravizante, pois eram consideradas como sinal de depravação.
Quando a moda começa a se espalhar, pensa-se que ao esconder “artisticamente” o
corpo especialmente as partes intimas, aumenta a curiosidade sexual. Escondido da visão,
esta roupa também é referencia do desnudamento como introdução a intimidade sexual.
Exemplo desta curiosidade são as anáguas que fascinaram os homens só de imaginar como
eram as rendas e os frufrus dessa peça.
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Dentro do contexto geral da moda, das cores, tecidos e estampas, temos os objetos
ligado ao fetichismo que são, espartilho, sutiãs pontudos e forrados, calcinhas negras,
bijuterias com correntes e algemas, jóias brilhantes, botas longas e bicudas, saltos altíssimos,
plataformas, sapatos ortopédicos, ligas e porta ligas, meias negras, meias arrastão ou
rendadas, matérias como verniz, cobra, piercings, tatuagens, escarificações, maquiagem
exagerada, unhas longas e vermelhas e mascaras.
De acordo com Steele, 1997, durante o Renascimento essas peças já faziam parte em
algumas vestimentas, porém em forma de ceroulas e as únicas mulheres a ter acesso eram as
cortesãs, dançarinas e as crianças. Eram consideradas meio masculinizadas, as mulheres de
respeito, somente adotaram as mesmas no decorrer do século XIX, por razões de higiene e
calor.
A calcinha passa ser motivo de curiosidade. Quem não queria saber o que aquelas
mulheres tinham debaixo de tanto tecido? Hoje em dia as mulheres foram adaptando as
modelagens, exigindo conforto, e muita beleza. Pois a lingerie é motivo não só de
necessidade mais também de sedução e fetiche a muitos.
Segundo Bousteau (1999), o Molin Rouge é um cabaré construído em 1889, por Josep
Oller, situado na zona de Pigalle no Boulevard ao pé do bairro Montmarte, em Paris, França.
Sua arquitetura é famosa por ter no terraço do seu edifício um moinho vermelho. Tornando-
se um símbolo emblemático da noite parisiense, e tem uma rica história ligada a boemia da
cidade.
Foi um descanso entre as duas guerras, um período de transição entre dois séculos,
durante os quais as barreiras sociais ruíram, quando a revolução industrial deu
esperança de uma vida melhor para todos, em um rico mosaico cultural e que
prometeu muito divertimento. “Fabrice Bousteau”, (1999)
Bouteau ainda relata que na passagem mais importante do cabaré a classe média passa
a se misturar, a cultura popular contenta a todos em um transtorno cheio de alegria e
vitalidade. Nesse clima, que favoreceu a criatividade artistica, circulos literarios aparecem e
desaparecem em função de reunir pessoas, ao mesmo tempo pintores e desenhistas passam a
ter inspirações especilmente por esta alegira por vezes escandaloza, mais cheia de fantasia
atmosfera que quebrou completamente com o classicismo de um periodo rígido.
As influencias junto as inpirações vinham do Extremo-Oriente, estilo japonês, estava
no seu auge. Um dos discípulos mais famosos da época com famosas gravuras japonesas, er
Touluse Lautrec.
Uma atmosfora perfeita para aparecimento de cabarés, tais como Molin Rouge.
Desde de então, a mais de cem anos, o cabaré torna-se um lugar de “visita
obrigatória” para muitos. Na sua atualidade tem uma variedade de espetaculos em um
ambiente boemico da Belle époque, presente no seu interior.
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Figura: 44 Fachada Molin Rouge antiga Figura: 45 Fachada Molin Rouge atual
Fonte: www.corbis.com.br Fonte: www.molinrouge.com
3.4.2 Cancan
Segundo Bousteau (1999), o público descobre com enorme entusiasmo uma nova
dança, o francês Cancan, com bailarinos e seu ritmo violento fazem com que as cabeças
virem!
Os guias noturnos de Paris, edição 1898, anunciavam a dança, onde seus bailarinos
buscavam por este exercício para atingir a fama em Paris, cultuando o cancan como a “dança
divina”.
“Com tal elasticidade quando eles lancem as suas pernas para cima, que sejam pelo
menos tão flexíveis com amora” (Bousteau, 1999).
Entre essas figuras da vida parisiense, algumas vão ficar na história, como a famosa
La Goulue, imortalizada por Toulouse – Lautrec.
Figura: 48 Dançarina de Cancan atual Figura: 49 Dançarina de cancan do filme Molin Rouge
Fonte: www.corbis.com.br Fonte: www.corbis.com.br
Mudou-se para aquele bairro de má fama e encontrou seu lugar entre trabalhadores,
prostitutas e artistas de caráter duvidoso. Começava sua nova vida.
Frequentador assíduo do Moulin Rouge e outros prostíbulos, o pequeno nobre acaba
se acomodando muito bem naquele ambiente tão estranho que seus pais nunca aceitaram em
ter o filho. O tema principal das pinturas de Toulouse-Lautrec era a vida boémia parisiense,
que ele representava através de um desenho que lembra uma composição dinâmica que
poderia ter sido influenciada pela fotografia e as gravuras japonesas, dois fatores de grande
importância cultural no fim do século XIX.
Testemunha da vida noturna de Montmartre, Henri não apenas faz pinturas, como
também cartazes promocionais dos prostíbulos e teatros, fazendo-se presente na revolução da
publicidade do século XIX. O cartaz litográfico colorido é uma nova ferramenta de
divulgação de locais de lazer parisienses. Toulouse-Lautrec revolucionou o design gráfico
dos cartazes, definindo o estilo que seria conhecido como Art Nouveau.
A habilidade artística de Lautrec é bastante reconhecida, tanto pelos seus amigos da
classe baixa quanto por críticos de arte. Participa do Salão dos Independentes em Paris, da
exposição dos Vinte e das galerias de Boussod e Valadin.
Em 1899, a vida desregrada e o excesso de álcool finalmente cobram seu preço do
artista aleijado. Lautrec sofre de crises e é internado numa clínica psiquiátrica. Ao sair é
constantemente vigiado para que não beba e não volte a frequentar os bordéis, vigilância que
ele consegue burlar. Sua saúde vai-se deteriorando cada vez mais, até que em 1901 não é
mais capaz de viver sozinho. Henri despede-se de Paris com a certeza de que está com os dias
contados. Sofre ataques de paralisia e quase não consegue mais pintar.
Em 9 de Setembro de 1901, Henri de Toulouse-Lautrec morre nos braços de sua mãe,
às duas horas e quinze minutos da manhã. E o mundo perde um pequeno gigante no domínio
da arte.
De acordo com o Lohn,2008, cada vez mais os estilistas buscam inspiração nas artes
para as suas mais diferentes manifestações criativas.
E neste outono inverno 2009/ 2010 não vão ser diferentes: dançando ao ritmo do
ballet, a moda se adapta ao estilo de cada estilista abusando de tecidos como a seda, o tule e
aplicações de pedrarias e plumas.
A cartela de cores esta dividida em três linhas. Sendo estas com características dos
sentidos humanos: realismo- sensação- expressão
Camisolas
Figura: 59 Camisolas
Fonte: Autora
61
Corpete
Figura: 60 Corpete
Fonte: Autora
Pijamas
Figura: 61 Pijamas
Fonte: Autora
62
Tops e sutiãs
é a palavra chave desta tendência. Como reação pela banalização do comprar, o consumidor
busca o inacessível, o raro, o difícil, o complexo! Lojas sem vitrines, produtos inacessíveis,
marcas pouco conhecidas, lojas escondidas, butiques fechadas, é isso que o consumidor está
buscando. O desejo da dificuldade, a fuga do simples!
E a última grande tendência encontrada foi o “luxo 2.0”. Este novo luxo continua
sendo emocional, porém com o que a consultoria chama de “neoracionalidade”. Os produtos
precisam ter informações que contem o seu histórico, seu processo de produção, onde a
sustentabilidade torna-se exigência no mercado de luxo. Um bom exemplo analisado foi os
Shoppings Centers, que mais do que criar ambientes de consumo, precisam ter o
comprometimento com o espaço público onde está inserido, servindo como forma de
revitalização da sociedade com quem se relaciona. Ou seja, o luxo 2.0 será mais participativo,
principalmente com a sociedade na luta pela preservação ambiental!
O design inteligente das peças propõe que as rendas se misturem com as estampas, de
forma a escondê-las discretamente, o que traz sempre uma surpresa sexy a cada combinação.
Para despertar a curiosidade, as alças brilhantes trazem uma novidade irresistível das
terminações estão nas cores das estampas, mesmo que estas estejam em uma parte visível
somente abaixo da roupa. Além de emanar o brilho do strass nessa composição, há outra
versão que possui a discrição do silicone.
As calças que possuem regulagem nas pernas possibilitam uma produção mais
comportada, ou mais sensual. A versatilidade também está em calcinhas que promovem um
efeito de sobreposição, além do fio dental que apresenta regulagem em alças que deixam a
parte da frente mais fininha, ou mais larga.
Agora as mulheres sofisticadas vão dar vida a todo glamour e requinte, sem deixar de
lado a sedução irradiante.
4 PESQUISA DE CAMPO
4.1. Questionário
Figura: 67 Pesquisa
Fonte: www.modarevenda.com.br
0%
25%
20a 30 anos
30 a 40
75%
Por serem mulheres que já tem independência ou que buscam por ela, no trabalho,
percebe-se que o maior número salarial esta entre R$ 1.000,00 e 2.000,00 reais. Estes valores
também contam para as mulheres que estão na faculdade, mas que junto com sua mesada,
estão em atividade na sua área acadêmica.
0%
8% 0%
38%
500 a 1000
1000 a 2000
2000 a 3000
A cima de 3000
54%
São mulheres que valorizam a cultura. Dando mais valor para atividades como cinema
e teatros.
Viajar é uma atividade que agrada a muitas. Mais nem sempre podem exercer, porém
percebe-se que a 47% das mulheres viajam nos finais de semana, mesmo sendo em
localidades próximas.
5. Quando vai passar uns dias fora de casa, qual a peça de roupa que não falta?
Na hora de fazer a mala, sempre surge à dúvida do que levar. Nesta questão por
surpresa tivemos uma surpresa, pois as mulheres foram seguras em responder que não
deixariam fora de suas bagagens roupa para noite. Isso para qualquer horário, se preocupam
com festas ou até mesmo uma voltinha no final da tarde.
Para sair de casa as mulheres deixaram claro que a praticidade ganha. Sendo o jeans
mais citado.
Nesta questão nós tivemos como prioridade as festas. Que mesmo não estando
determinadas, as festas citadas são de uma maneira geral, como bares, baladas e festas
sociais.
As jóias e bijuterias são inevitáveis para estas mulheres. Priorizam essas peças para
ganharem destaque até nas roupas mais simples. A partir desta questão pode-se perceber que
os bordados nas peças de vestuários são importantes e aceitáveis.
Uma questão bem balanceada. As mulheres gostam de certo exagero nestas ocasiões,
pois podem sair do tradicional. E o item mais citado foi roupas com bordados e rendas.
10. Qual roupa você usaria em um evento social, em um bar, que não está descriminado o
traje no convite?
A maioria das mulheres para não errar, esclarece que o fashion é mais fácil de vestir.
Sendo ele, um jeans acompanhado com peças de renda, peças justas, peças com acessórios
extravagantes, topes e até mesmo uma camisa lisa com uma peça mais sensual. Esta questão
foi muito importante para determinar uma linha de produtos, porque através de respostas
objetivas podemos detalhar cada peça.
5 MERCADO
5.1. Concorrentes
A marca Santa Madre tem como objetivo desenvolver peças exclusivas abordando as
tendências sociais e da moda, com temas referentes a história e comportamento.
No decorrer da pesquisa de mercado, identificaram-se alguns concorrentes que
seguem a mesma linha de trabalho, tornando-os importantes, para pesquisa e analises de
produtos.
Outras atrações das ruas são as cores e estampas. Cores - roxo, laranja e pink – fortes
ou suaves são para ficarem a mostra nos decotes.
Nas estampas estão a geometria com listras, poás, junto com muita onça e zebra.
Nas peças de noite, e mais sofisticadas, as rendas estão bem presentes, também como detalhes
nas alças e muitas aplicações.
6 CONCEITO DO PRODUTO
Este processo consiste na imagem, definindo o que este produto apresentará diante do
mercado e do público alvo. Para concretização do conceito formulou-se um mapa conceitual,
tendo ponto de partida o planejamento de coleção.
7 DESENVOLVIMENTO
Uma coleção deve conter a união com o conceito para que seja viável e aceita. A
partir disso se define o segmento e as linhas referentes ao mix de produtos, contendo aspectos
funcionais, estético, simbólicos e emocionais.
A partir do mapa de desenvolvimento, os processos criativos seguem uma analogia de
imagens e a técnica de Mescrai, misturando os produtos para definição de características,
formas, cores e materiais.
7.1.2 Funcionais
7.1.3 Estéticos
7.1.4 Simbólicos
Quando as pessoas escolhem uma determinada roupa, elas não estão provando ou
comprando apenas tecidos costurados, e sim, o que levam essa costura. Para que esteja
ligado emocionalmente o produto e o cliente, a coleção de Santa Madre resgata valores
históricos os tornando símbolos da característica feminina que envolve a moral, a
sensualidade, a fantasia e o fantástico mundo de seduzir.
O que permite essas características da coleção é o estudo dos temas Molin Rouge e
Belle Époque que acontece no século XIX, onde as mulheres apontadas pela sociedade, como
artistas e dançarinas, tornam-se referencias de moda. Ao vestir essas peças perceberão que os
detalhes são envolventes, delicados e que as tornarão românticas e mais bonitas, fatores
importantes para o uso de uma peça.
7.1.5 Emocionais
Como foi citado no aspecto simbológico, é necessário que a roupa se torne algo para
as clientes se sentirem bem com suas formas e se atraírem pelos atributos que a coleção
oferece. Falando emocionalmente, essa coleção resgata o desejo de usar o proibido. Isso está
relatado na pesquisa histórica aonde foi determinado os temas. Sendo assim, esse atributo
está ligado as características dos temas que determinavam o que as mulheres podiam e não
podiam usar. O foco são as lingeries que até uma determinada época só podiam ser
compradas pelas cortesãs, artistas e dançarinas. Resgatando o proibido, a Santa Madre
oferece uma coleção com os frufrus e babados proibidos da época e que agora podem ser
usados sem medo e com muito exagero.
93
7.1.6 Formas
7.1.7 Materiais
7.1.8 Tecidos
Os tecidos foram escolhidos com cuidado. Para que expressem delicadeza e leveza
como inspiração são as peças intimas da época, serão trabalhas com tecidos finos e
encorpados. São eles:
- Cetim: 97% Poliéster, 3% Elastano;
- Two Way: 75% Poliéster, 50% Algodão;
- Renda: 72% Coton, 28% Poliamida;
- Malha: 67% Poliéster, 33% Viscose
- Sarja: 67% Poliéster, 33% Algodão;
- Tafetá: 100% Poliéster;
- Organza: 100% Poliamida;
- Seda: 100% Poliéster;
- Jeans: 50% Poliéster, 50% Algodão;
- Lesy: 50% Poliéster, 50% Algodão;
- Tricoline: 96% Algodão, 4% Elastano.
7.1.9 Cores
8.1 Release !
De um desejo incomum! De um toque artesanal! De valores tradicionais!
Esta coleção é a verdadeira troca da sensibilidade feminina para a ousadia.
A coleção é o resgate dos valores culturais para clientes especiais com temas
polêmicos que trazem em sua bagagem a modificação do comportamento e estética. Com
características únicas, abre as cortinas do anonimato e coloca em exposição à intimidade
sensível e delicada da feminilidade das peças de lingerie do século IXX, onde dançarinas
libertam-se da moralidade e mostram suas fitas e rendas secretas.
As peças surgem no meio de camadas sobreposições e babados, com modelagem rica,
roupas justas e com volumes dando evidencia as formas femininas.
Seus bordados e brilhos representam a beleza da mulher na boêmia, sem descartar a
sua integridade, e sim destacando sua delicadeza e sensualidade.
A cartela de cores é suave com combinações metálicas e de cores vivas e quentes.
Um encanto de coleção, que transformará as simples ocasiões em grandes
espetáculos!
99
100
Figura: 96 Look 01
Fonte: Autora
8.1.1 Look 01
Blusa de algodão sobre posta a uma regata de renda. Para ajustar as peças um cinto
largo com modelagem de um corpete, feito com tecido de tafetá e forrado com entretela para
ficar encorpado. A calça jeans acompanha a combinação para um look simples e os materiais
são botões de metal e zíper invisível.
101
Figura: 97 Look 02
Fonte: Autora
8.1.2 Look 02
Corpete feito de tafetá, forrado com entretela barbatanas. Mangas e gola de seda. As
demais peças como lingerie e meia calça, são complementos de produção de moda. A meia é
bordada com renda e a calçinha em paetês.
102
Figura: 98 Look 03
Fonte: Autora
8.1.3 Look 03
Bermuda social em two way, e barra bordada com pérolas. Blusinha manga curta
sobrepondo uma manga longa de malha listrada. Compondo o visual um topo bordado com
perolas de tafetá.
103
Figura: 99 Look 04
Fonte: Autora
8.1.4 Look 04
Vestido de mangas bufantes, de tafetá e organza. Para compor visual uma manga
longa de malha listrada, e fita de cetim no pescoço. Os materiais são apenas botões de metal.
104
8.1.5 Look 05
Saia modelo lápis de seda, regata branca de tricoline sobreposta blusinha de organza
bordada com mangas bufantes de tule bordado.
105
106
8.1.6 Look 06
Vestido godê de algodão, com mangas de algodão bordado e fita de seda na cintura.
Os materiais utilizados foram botões de metal.
107
8.1.7 Look 07
Vestido de cetim com um corpete de vinil e para compor uma cinta liga
e meias calças.
108
8.1.8 Look 08
Casaco de tafetá com recortes presos com botões de metal , saia evasê de cetim
bordada com renda. Para compor, luvas de cetim.
109
8.1.9 Look 09
Blusa com gola de babados de lesy bordada com renda e sobreposta a uma blusinha
de malha listrada 7/8 e para ajustar as peças um corpete de tafetá bordado de renda. Bermuda
de algodão modelo balonê. Para compor, luvas e cinta liga solta sobre a bermuda.
110
Camisa manga longa de tricoline com os punhos bordados com renda branca, uma
regata de renda sobreposta e saia de babados de cetim. Para compor gravata de cetim preta.
111
112
8.1.11 Look 11
Vestido de organza godê, com uma regatona de renda recortada e costurada somente
nos ombros. E para ajustar uma cinta de cetim.
113
8.1.12 Look 12
Casaco de sarja com babados na cintura e bordados nas mangas de pérolas e nas golas
renda. Blusinha de cetim com gola de renda, uma calcinha grande modelo calçolão e para
compor cintas ligas soltas sem prender nas meias.
114
8.1.13 Look 13
Blusa de seda com punhos bufantes, corpete de tafetá forrado de entretelas, saia de
organza e calcinha de algodão. Para compor meias e cinta liga.
115
8.1.14 Look 14
Sobre tudo com mangas bufantes e com recortes bordados com apliques de renda.
Calça de malha justa.
116
8.1.15 Look 15
Vestido de alça como base e preso na cintura vestido com babados bordado no corte godê.
Sobre posto um bolero de tricô bordado em pérolas.
117
9 DETALHAMENTOS DA COLEÇÃO
9.1.1 Usabilidade
Pelos materiais delicados deverão ser guardados em lugares sem acesso ao calor, e
muitas dobraduras. Na lavagem será necessário muito cuidado, e recomenda-se que seja a
mão e sem utilização de produtos químicos como alvejantes.
Neste caso a legislação atribui-se as etiquetas. Estas estarão conforme necessário, com
especificação de uso e qualidade sendo de materiais nocivos a problemas na pele.
Segundo a regulamentação do INMETRO e o CONMETRO, todas as etiquetas
deverão conter as seguintes informações:
10 DESENVOLVIMENTO – CONFECÇÃO
01 02 03
Corte:
Positivo: Os pontos positivos em trabalhar com esta modelagem foi estar exatamente
dentro dos padrões do corpo da manequim, permitindo facilidade na costura.
Negativo: Não existir moldes, e o tempo de confecção fica mais demorada que o
normal.
Modificações de look: No decorrer da confecção percebeu-se que havia problemas na
harmonia do look referente ao bolero. Por se tratar de peças de inverno optou-se por uma
peça de mangas e mais fechado.
Corpete de tafetá forrado com entretela e ajustado com barbatanas contêm um zíper de
60 cm nas costas, invisível. Manga e gola de seda.
Para compor um look completo utilizou-se produção de moda com uma calcinha
bordada manualmente com paetês branco, e meia calça 7/8 com renda costurada no elástico.
Positivo: O modelo se encaixara perfeitamente com o material escolhido. Ficará justo
ao corpo dando sensação de abdômen firme e comprimido como os espartilhos representados
nos temas do projeto.
Negativo: O look ainda esta em confecção, e sem fotografias dos tecidos em corte,
um erro de procedimento.
Modificações do look: Para confecção das peças separadas, gola e manga bufante,
não teve um bom resultado estético e formal. O tecido escolhido ficou maleável. Para solução
houve uma troca na composição. A regata de renda que fazia parte do look 03 passa a ser um
complemento neste look. O corpete também ganha um babado na barra cobrindo a cintura e
formando um conjunto de peças harmônico. As peças confeccionas estão representadas em
desenho:
Camisa de tricoline com elastano com os punhos bordados com renda branca. Contém
6 botões de massa branco. Sua composição é de uma saia verde de babados de cetim fechada
com um zíper invisível.
Corte:
Modificações do look: Como foi citada no look a cima, tivemos a troca da regata de
renda. Para substituir esta peça, foi confeccionado o cinturão de tafetá apresentado em um
look da coleção. E para o restante da composição teremos uma gravata de cetim preta.
Figura: 121 Look para teste Figura: 122 Look para confecção
Fonte:Autora Fonte:Autora
134
10.4 Look 4:
Na determinação dos três looks percebe-se que o tempo permite a confecção de mais
uma peça da coleção. Sendo ela o look 4, um sobre tudo em tecido two way com apliques de
renda bordados em cima de seu recortes.
Corte:
Positivo: O tecido teve um ótimo caimento, por conter elastano e um pouco de brilho
torna uma peça social, podendo ser usada também como vestido. Justa ao corpo com as
mangas bufantes, tem botões de pressão que ficam escondidos em um acabamento na frente
da peça.
11 FUNÇÃO DE MARKETING
11.1 PRODUTO
Os produtos são divididos em três linhas de coleção com peças para nigth Wear, cada
linha foi desenvolvida para um horário ou atividade.
• A linha básica é para encontros no final de tarde, como reuniões de amigos,
jantares e festas mais intimas. Isso porque apresenta looks mais simples com peças mais
discretas. Poderão ser compostas com jeans, por exemplo, dando um ar fashion e descolado.
• A linha fashion é para eventos em bares e boates, como para aniversários e
demais. Isso porque suas peças são mais ousadas e com mais informações em bordados e
produção.
• A linha vanguarda é para eventos sociais porque oferece vestidos bordados,
transparência e peças com renda.
Além disso, a coleção tem um mix de produtos como: meia calça bordada, lingerie
bordada com paetês e luvas.
Todos os produtos estão com etiquetas de identificações para cuidados, tag
informativo da coleção e etiqueta da marca.
11.1.1 Logotipo
Santa Catarina tem uma forte influencia religiosa das cidades de interior que acabam
trazendo referencias para todo o estado. A cidade Nova Trento é um exemplo disso que
recebe seguidores de todo o país. Por ser uma marca Catarinense Santa Madre segue essas
influencias inclusive na escolha do nome. Para fortalecer a escolha temos a inspiração da
coleção que são as lingeries das dançarinas do Molin Rouge, dando um choque interessante
para a marca.
O cartão de visita é frente e verso e acompanha a proposta de logo, cores e fonte. Nele
contém identificação da marca, site, ponto de venda e ou designer. O papel timbrado também
é padronizado.
11.1.4 Embalagem
As embalagens são simples como sacola e cubos de papel reciclável, com fita de
cetim dourada. As caixas de presentes serão forradas com papel vegetal com a função de
proteger por se tratar de peças delicadas. O material escolhido representa uma pequena
conexão com a sustentabilidade.
Apesar da coleção não apresentar nenhuma conotação com este assunto em seu tema e
materiais de desenvolvimento, a marca preocupou-se em utilizar corretamente suas
embalagens, sendo elas sustentáveis e corretas ao meio ambiente.
11.2 PROMOÇÃO
11.2.1 Brinde
11.2.2.1 Site
No site estarão os contatos de pontos de venda e promoções da marca. Uma página de
fácil navegação, aonde as clientes encontrarão as novidades, e todas as coleções, tendo
também um link para acesso dos desfiles em tempo real, ou de coleções passadas.
Página inicial da Web:
11.2.2.2 Outdoor
11.2.2.3 Catálogo
O catálogo é composto com a produção de moda da coleção para venda das peças,
apresentação da marca e design.
Catálogo:
Os produtos Santa Madre estarão disponíveis em lojas de Multi Marcas nos shoppings
das cidades de Balneário Camboriú e Florianópolis.
A marca não possui loja própria. Suas ações de lançamentos são feitas através do site
e divulgação através de seu catálogo, outdoors e showroom.
Como novidade o Marketing da empresa trabalha com uma estratégia vinda da Europa
para criar diferencial, a Guerrilla Store.
O objetivo da estratégia é criar desejo, despertar curiosidade, divulgar o conceito de
exclusividade e é claro, gerar diferencial competitivo para as marcas de moda. Guerrilha
Store é uma conceito de marketing onde marcas famosas abrem suas lojas em locais
badalados e por um curto período de tempo.
Para essa coleção a Guerrilla Store terá local determinado indiferente de cidade ou
país que esteja. Será em uma galeria de artes para unir a coleção com as obras de Toulouse
Lautrec, importante impressionista da época da Belle Époque que retrava as dançarinas e
cortesãs do Molin Rouge, que serão a decoração do local. O público desfrutara de um
ambiente aconchegante e musicalizado, sempre com DJs renomados e atualizados com os
temas inspirados na coleção.
O tempo desta ação será de acordo com a programação do local que disponibilizará o
espaço para a exposição do artista e showroom da marca.
Por serem peças exclusivas, a Santa Madre trabalha com custos referentes ao mercado
e concorrentes.
149
Apesar da roupa intima não ser novidade em forma de vestuário, o mercado não
explora a questão histórica e da evolução de sua modelagem. Este resgate é o foco mais
importante deste projeto que trouxe em sua linha bibliográfica o estudo histórico da evolução
do vestuário e das peças intimas femininas.
No decorrer dos anos percebe-se que além de necessidade, a lingerie torna-se um fator
importante para a vaidade feminina. Das dançarinas de can-can até os guarda roupas das
mulheres fiéis à moralidade, a lingerie ganha espaço garantido uma evolução disparada.
A atualidade comprova isso com coleções ricas em detalhes e atributos interessantes.
A novidade em lingerie começa a aparecer quando as mulheres se deparam com a
necessidade de proteção. Porém se fossemos questionar desde a Pré-história, as mulheres já
usavam peças as quais protegiam suas intimidades, tendo também preocupação com suas
formas. Mas foi na Belle Époque, onde tudo era em torno de muito exagero, que a moda
começa ganhar uma proporção importante. As mulheres eram muito mais adornadas e tinham
mais liberdade para mudanças. As roupas intimas ganham um espaço destes adornos, quando
as dançarinas de bordéis, sedutoramente, colocam suas pernas a mostra com suas ceroulas
rendadas.
Muitas, conforme as danças bordavam a parte de trás destas peças para despojá-las em
cima do palco.
Para as mulheres de família, que seguiam as regras da moralidade, estas peças intimas
tornam-se proibidas, pois como poderiam ousar em copiar estas artistas provincianas, que
colocavam suas fitas e rendas a mostra? Mais foi tomando a liberdade de proteção que
deixam as anáguas como suas segundas saias, pois as ceroulas invadem suas necessidades.
Com o tempo isso passa a ser moda e todas usam peças intimas dando mais ênfase e
sensualidade a seu corpo. A principio eram peças grandes com muitos enfeites. Tinham
rendas e fitas, e com o tempo elas foram diminuindo e ganhando outras formas. A parte
superior dá vantagem aos espartilhos que muito antes da Belle Époque e das dançarinas de
bordel, tem passagem histórica. Esta peça não era apenas usada como proteção, mas também
para enriquecer o corpo dando formas, tendo como destaque o século XIX a forma S. Esta
moda não é somente feminina, pois os homens também tinham preocupação com sua forma,
usando ataduras na cintura para se sentirem mais afunilados.
150
Tendo como base fatores históricos, resgata-se os frufrus das peças intimas usadas na
Belle Époque e das dançarinas do Molin Rouge, para desenvolvimento da coleção, que tem
muito viva em suas peças, os babados e bordados. Coleção que não escolhe seu publico alvo,
mas conquista mulheres que dão importância a cultura e a festas sociais, como eram as lindas
damas da época.
Pensando nisso, não só na riqueza de detalhes, a coleção traz a oportunidade de ser
usada desde lugares simples a festas sociais. Porque abrange a sobreposições referentes às
saias e anáguas, o exagero de materiais vindo dos exageros sociais da época e detalhes da
própria peça de lingerie, como ajustes dos espartilhos, rendas, fitas, babados e frufrus da
peças inferiores.
151
13 BIBLIOGRAFIA
MOUTINHO, Maria Rita. A Moda do Século XX. Rio de Janeiro: Senac, 2000.
STEELE, Valerie. Fetiche: moda, sexo e poder. Rio de Janeiro: Racco, 1997.
BRAGA, João. A História da Moda: uma narrativa. 2 ed. São Paulo: Anhembi Morumbi,
2004.
EMBACHER, Airton. Moda e Identidade: a construção de estilo próprio. 2 ed. São Paulo:
Anhembi Morumbi, 1999.
CHATAIGNIER, Gilda. Fio a Fio: tecidos, moda e linguagem. São Paulo: Estação das
Letras, 2006.
SPINELLI, João. Lautrec: Henri de Toulouse Lautrec. São Paulo: Editora Globo, 1997.
BOUSTEAU, Fabrice. BeauxArts: molin rouge. Paris: Bal Du, Berge – Levrault, 1999.
VERSPOR, Frank TABELA DE CORES E DETALHES PARA 2009 -2010. Disponível em:
<www.cosmoworlds.com/pt/international_textile> Acesso em: 10 set. 2008.