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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

JULIANY APARECIDA JORGE

COLEÇÃO DE VESTUÁRIO PELA MARCA SANTA MADRE

Balneário Camboriú
2008/2
JULIANY APARECIDA JORGE

COLEÇÃO DE VESTUÁRIO PELA MARCA SANTA MADRE

Monografia apresentada como requisito


parcial para a obtenção do título de
Bacharel em Design de Moda pela
Universidade do Vale do Itajaí, Centro
de Educação II Balneário Camboriú.

Orientadora: Prof. Bianka C. Frisoni

Balneário Camboriú
2008/2
DEDICATÓRIA

Dedico meu trabalho a toda forma


de Amor e Confiança que meus pais
depositaram em mim como Filha,
Pessoa e Profissional, durante esta
caminhada de aprendizagem.
AGRADECIMENTOS

A forma mais pura e sincera de agradecer é


demonstrar tudo que aprendi. Provarei a todos
que não estive aqui por acaso e nem mesmo vou
desistir no meio do caminho.
Para alcançar um objetivo, é preciso
perseverança!

Meu enorme agradecimento aos profissionais que


participaram deste trabalho:

A minha Orientadora Bianka C. Frisoni.

A todos os meus professores que se fizeram


presentes em minha vida acadêmica.

A Simone Telles grande profissional e amiga,


pela parte técnica de desenvolvimento dos
produtos.

A Juliane Souza, que esteve 100% presente ao


desenvolvimento do projeto, além de não medir
esforços para que este trabalho fosse
apresentado.

A meu namorado Allan Gee o incrível professor


na arte da música e na arte da paciência
humana! Fez-se presente todos os dias na
orientação das normas acadêmicas e estética do
trabalho.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................15
2 METODOLOGIA..................................................................................................................17
2.1 Metodologia de Pesquisa ................................................................................................17
2.1.1 Objetivo Geral .........................................................................................................17
2.1.2 Objetivos Específicos ..............................................................................................17
2.2 Hipótese ..........................................................................................................................17
2.2.1 Problema..................................................................................................................18
2.2.2 Público Alvo e seu estilo de Vida............................................................................19
2.2.3 Ambiente de Uso .....................................................................................................22
2.3 Justificativa.....................................................................................................................23
2.4 Metodologia e estrutura do projeto.................................................................................24
3 PESQUISA ............................................................................................................................26
3.1 Pesquisa Bibliográfica ....................................................................................................26
3.2 Histórias do vestuário .....................................................................................................27
3.2.1 Século XIX - Sua Indumentária – Rumos a Bela Época .........................................28
3.2.2 Características da Belle Époque ..............................................................................30
3.2.3 A indumentária feminina.........................................................................................31
3.3 História da lingerie .........................................................................................................36
3.3.1 Lingerie e suas peças mais importantes da História ................................................36
3.3.2 Espartilho.................................................................................................................41
3.3.3 É a parte velada e secreta.........................................................................................47
3.3.4 De Calças a Calcinhas, numa breve lembrança.......................................................50
3.4 História do Moulin Rouge ..............................................................................................52
3.4.1 Molin Rouge - Moinho Vermelho..........................................................................52
3.4.2 Cancan .....................................................................................................................53
3.4.3 Henri de Toulouse – Lautrec Impressionista especialista nos cartazes do Molin
Rouge................................................................................................................................54
3.4.4 Descrição de Dançarina ..........................................................................................56
3.5 Tendências de Moda (2009 – 2010) ...............................................................................58
3.5.1 Tendência internacional outono inverno 2009/2010 ...............................................58
3.5.2 Cartela de cores 2009 – 2010 ..................................................................................59
3.5.3 Detalhes e modelagem 2009 -2010 .........................................................................60
3.5.4 Tendências de Vestuário inspiradas em roupas intimam.........................................60
3.5.5 Tendência do comportamento 2009/ 2010 ..............................................................62
3.5.6 Tendência de lingerie (2009 – 2010).......................................................................64
4 PESQUISA DE CAMPO ......................................................................................................66
4.1. Questionário ..................................................................................................................66
4.1.1. Aplicação do questionário e análise .......................................................................66
4.1.2. Analise e síntese das pesquisas...............................................................................77
4.1.3 Pesquisa de campo...................................................................................................77
5 MERCADO ...........................................................................................................................78
5.1. Concorrentes..................................................................................................................78
5.1.1 Samuel Cirnansck ....................................................................................................78
5.1.2 Thais Losso..............................................................................................................79
5.1.3 Cris Barros...............................................................................................................80
5.1.4 Le Lis Blanc ............................................................................................................81
5.1.5 Juliana Jabur ............................................................................................................82
5.2.Estado do Design de Moda.........................................................................................83
5.2.1 Estado do design de lingerie....................................................................................84
6 CONCEITO DO PRODUTO ...............................................................................................88
7 DESENVOLVIMENTO.......................................................................................................90
7.1 ATRIBUTOS DA COLEÇÃO .......................................................................................91
7.1.2 Funcionais................................................................................................................91
7.1.3 Estéticos...................................................................................................................91
7.1.4 Simbólicos ...............................................................................................................92
7.1.5 Emocionais ..............................................................................................................92
7.1.6 Formas .....................................................................................................................93
7.1.7 Materiais ..................................................................................................................94
7.1.8 Tecidos ....................................................................................................................95
7.1.9 Cores.......................................................................................................................96
8 COLEÇÃO INVERNO 2009/2010 .......................................................................................97
8.1 Release ! .........................................................................................................................98
8.1.1 Look 01..................................................................................................................100
8.1.2 Look 02..................................................................................................................101
8.1.3 Look 03..................................................................................................................102
8.1.4 Look 04..................................................................................................................103
8.1.5 Look 05..................................................................................................................104
8.1.6 Look 06..................................................................................................................106
8.1.7 Look 07..................................................................................................................107
8.1.8 Look 08..................................................................................................................108
8.1.9 Look 09..................................................................................................................109
8.1.10 Look 10................................................................................................................110
8.1.11 Look 11................................................................................................................112
8.1.12 Look 12................................................................................................................113
8.1.13 Look 13................................................................................................................114
8.1.14 Look 14................................................................................................................115
8.1.15 Look 15................................................................................................................116
9 DETALHAMENTOS DA COLEÇÃO ...............................................................................117
9.1 Dados ergonômicos ......................................................................................................117
9.1.1 Usabilidade ............................................................................................................118
9.1.2 Limpeza e Manutenção..........................................................................................118
9.1.3 Modo de conservação da coleção Santa Madre:....................................................119
10 DESENVOLVIMENTO – CONFECÇÃO .......................................................................120
10.1 Look 01 Linha vanguarda...........................................................................................121
10.1.1 Detalhamento Técnico – Ficha Técnica look 01 .................................................123
10.2 Look 02 Linha Básico.................................................................................................127
10.2.1 Detalhamento Técnico – Ficha Técnica look 02 .................................................128
10.3 Look 03 Linha Fashion...............................................................................................132
10.3.1 Detalhamento Técnico – Ficha Técnica look 03 .................................................134
10.4 Look 4:........................................................................................................................134
10.4 Look 4:........................................................................................................................135
10.4 Look 4:........................................................................................................................136
10.4 Look 4:........................................................................................................................137
10.4 Look 4:........................................................................................................................138
11 FUNÇÃO DE MARKETING ...........................................................................................139
11.1 PRODUTO .................................................................................................................141
11.1.1 Logotipo ..............................................................................................................141
11.1.2 Cartão de visita e Papel timbrado ........................................................................142
11.1.3 Tag e etiqueta.......................................................................................................143
11.1.4 Embalagem ..........................................................................................................144
11.2 PROMOÇÃO .............................................................................................................145
11.2.1 Brinde ..................................................................................................................145
11.2.2 Publicidade e Propaganda....................................................................................146
11.3 PRAÇA E PREÇO .....................................................................................................148
12. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................149
13 BIBLIOGRAFIA ...............................................................................................................151
INDÍCE DE FIGURAS

Figura: 1 Organograma do problema .......................................................................................18


Figura: 2 Público alvo ..............................................................................................................19
Figura: 3 Painel público alvo....................................................................................................20
Figura: 4 Painel estilo de vida .................................................................................................21
Figura: 5 Painel ambiente de uso..............................................................................................22
Figura: 6 Metodologia ..............................................................................................................25
Figura: 7 Mapa pesquisa...........................................................................................................26
Figura: 8 Linha do tempo .........................................................................................................27
Figura: 9 Crinolina.......................................................................................................................................... 28
Figura: 10 Crinolina usada com símbolo de fertilidade ...........................................................29
Figura: 11 Inovação- maquina de costura.................................................................................29
Figura: 12 Mulher com cintura de 32cm ..................................................................................31
Figura: 13 Silhueta “S”.............................................................................................................32
Figura: 14 Bordados e brocados ...............................................................................................33
Figura: 15Chapéu adornado com plumas .................................................................................34
Figura: 16 Pratica de andar de bicicleta....................................................................................36
Figura: 17 Mulher com cintura de vespa ..................................................................................37
Figura: 18 Calcinha com enchimento.......................................................................................37
Figura: 19 Caricatura das cintas ligas.......................................................................................38
Figura: 20 Dançarinas com seus babados.................................................................................38
Figura: 21 Lingerie para roupas justas .....................................................................................39
Figura: 22 Lingerie em nova fase .............................................................................................39
Figura: 23 Lingerie em nova fase .............................................................................................40
Figura: 24 Lingerie moderna ....................................................................................................40
Figura: 25 Espartilho moderno .................................................................................................40
Figura: 26 Espartilhos de ferro e medieval...............................................................................41
Figura: 27 Mulher com a forma corporal da década ................................................................42
Figura: 28 Espartilhos pra se vestir sem ajuda .........................................................................43
Figura: 29 Mulheres na fabricação de espartilhos ....................................................................44
Figura: 30 Mulheres nas fabricas no lugar dos maridos...........................................................45
Figura: 31 Sutiãs que foram surgindo.......................................................................................45
Figura: 32 New look de Dior....................................................................................................46
Figura: 33 Espartilho artigo de moda .......................................................................................46
Figura: 34 O escondido, anáguas..............................................................................................47
Figura: 35 Saias de baixo .........................................................................................................48
Figura: 36 Calcinha motivo de fetiche .....................................................................................48
Figura: 37 Peças com estampas de bicho .................................................................................49
Figura: 38 Objeto ligado ao fetiche...........................................................................................49
Figura: 39 Objeto ligado ao fetiche ..........................................................................................49
Figura: 40 Ceroulas antigas- rendas e fitas...............................................................................50
Figura: 41 Madona com ceroulas em forma vestimenta...........................................................50
Figura: 42 Dançarinas mostrando suas peças intimas ..............................................................51
Figura: 43 Peça de curiosidade.................................................................................................51
Figura: 44 Fachada Molin Rouge antiga ................................................................................. 53
Figura: 45 Fachada Molin Rouge atual ....................................................................................53
Figura: 46 Dançarina dos anos 20.............................................................................................53
Figura: 47 Dançarina de can can anos 20 .................................................................................53
Figura: 48 Dançarina de Cancan atual .................................................................................... 54
Figura: 49 Dançarina de cancan do filme Molin Rouge..........................................................54
Figura: 50 Obra gráfica de divulgação do Molin Rouge ..........................................................55
Figura: 51 Obras da cortesã de 16 anos- La Goulue................................................................56
Figura: 52 Painel das obras de Toulouse Lautrec.....................................................................57
Figura: 53 Painel tendência internacional ................................................................................58
Figura: 54 Painel de cores – Realistic...................................................................................... 59
Figura: 55 Painel de cores – Sensitive......................................................................................59
Figura: 56 Painel de cores – Realistic...................................................................................... 59
Figura: 57 Painel de cores – Expressive...................................................................................59
Figura: 58 Painel de detalhes....................................................................................................60
Figura: 59 Camisolas ................................................................................................................60
Figura: 60 Corpete ....................................................................................................................61
Figura: 61 Pijamas ....................................................................................................................61
Figura: 62 Tops e sutiãs............................................................................................................62
Figura: 63 O não contemporâneo em foco ...............................................................................63
Figura: 64 Marca In Joy Puro Branco ......................................................................................64
Figura: 65 Lycra- rendas que se misturam com estampas........................................................64
Figura: 66 Mulheres sofisticadas..............................................................................................65
Figura: 67 Pesquisa...................................................................................................................66
Figura: 68 Estilista Samuel.......................................................................................................78
Figura: 69 Coleção zapping estilista Thais...............................................................................79
Figura: 70 Coleção inverno 2009 ............................................................................................80
Figura: 71 Coleção inverno 2009 ............................................................................................81
Figura: 72 Coleção exclusiva e limitada...................................................................................82
Figura: 73 Painel Samuel Cirnansck ........................................................................................83
Figura: 74 Painel Alexandre Herchcovitch ..............................................................................83
Figura: 75 Painel Gesoni Pawlick ............................................................................................84
Figura: 76 Efeitos bordados......................................................................................................84
Figura: 77 Aviamentos como argolas.......................................................................................85
Figura: 78 Cores neutras como branco .....................................................................................85
Figura: 79 Calcinhas confortáveis............................................................................................ 85
Figura: 80 String de matérias de microfibra.............................................................................85
Figura: 81 Listras..................................................................................................................... 86
Figura: 82 Poás .........................................................................................................................86
Figura: 83 Roxo cor em destaque .............................................................................................86
Figura: 84 Cores neutras...........................................................................................................86
Figura: 85 Detalhes nas alças ...................................................................................................87
Figura: 86 Estampas de bicho...................................................................................................87
Figura: 87 Rendas e modelagem confortável ...........................................................................87
Figura: 88 Mapa do conceito ....................................................................................................88
Figura: 89 Painel de conceito ...................................................................................................89
Figura: 90 Mapa de desenvolvimento .....................................................................................90
Figura: 91 Painel formas ..........................................................................................................93
Figura: 92 Painel materiais .......................................................................................................94
Figura: 93 Painel tecidos ..........................................................................................................95
Figura: 94 Painel cores .............................................................................................................96
Figura: 95 Identificação da coleção..........................................................................................97
Figura: 96 Look 01 .................................................................................................................100
Figura: 97 Look 02 .................................................................................................................101
Figura: 98 Look 03 .................................................................................................................102
Figura: 99 Look 04 .................................................................................................................103
Figura: 100 Look 05 ...............................................................................................................104
Figura: 101 Look 06 ...............................................................................................................106
Figura: 102 Look 07 ...............................................................................................................107
Figura: 103 Look 08 ...............................................................................................................108
Figura: 104 Look 09 ...............................................................................................................109
Figura: 105 Look 10 ...............................................................................................................110
Figura: 106 Look 11 ...............................................................................................................112
Figura: 107 Look 12 ...............................................................................................................113
Figura: 108 Look 13 ...............................................................................................................114
Figura: 109 Look 14 ...............................................................................................................115
Figura: 110 Look 15 ...............................................................................................................116
Figura: 111 Quadro de identificação de etiquetas ..................................................................118
Figura: 112 Imagens de conservação para tecido de algodão ................................................119
Figura: 113 Imagens de conservação para tecido acrílico......................................................119
Figura: 114 Confecção............................................................................................................120
Figura: 115 Peças vanguarda..................................................................................................121
Figura: 116 Look em teste .................................................................................................... 119
Figura: 117 Look desenvolvido..............................................................................................122
Figura: 118 Look em teste .................................................................................................... 124
Figura: 119 Look desenvolvido..............................................................................................127
Figura: 120 Peças linha fashion..............................................................................................132
Figura: 121 Look para teste ................................................................................................. 130
Figura: 122 Look para confecção ..........................................................................................133
Figura: 123 Look para teste ...................................................................................................138
Figura: 124 Look 04 ..............................................................................................................138
Figura: 125 Logo ....................................................................................................................141
Figura: 126 Cartão de visita ...................................................................................................142
Figura: 127 Papel timbrado ....................................................................................................142
Figura: 128 Tag informativo ................................................................................................. 138
Figura: 129 Etiqueta ...............................................................................................................143
Figura: 130 Painel de embalagens ..........................................................................................144
Figura: 131 Capa do cd brinde .............................................................................................. 140
Figura: 132 Sache ...................................................................................................................145
Figura: 133 Site ......................................................................................................................146
Figura: 134 Outdoor ...............................................................................................................146
Figura: 135 Fotos do Catálogo ...............................................................................................147
ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico: 1 Faixa etária. .............................................................................................................67


Gráfico: 2 Renda fixa. ..............................................................................................................68
Gráfico: 3 Horas vagas .............................................................................................................69
Gráfico: 4 Você costuma viajar ................................................................................................70
Gráfico: 5 Peça de roupa que não falta ao viajar......................................................................71
Gráfico: 6 O que costuma usar durante o dia ...........................................................................72
Gráfico: 7 O que você prefere ..................................................................................................73
Gráfico: 8 O que você não esquece de usar..............................................................................74
Gráfico: 9 Hábito de usar em festas sociais..............................................................................75
Gráfico: 10 Roupa em um evento social ..................................................................................76
RESUMO

O presente relatório apresenta o desenvolvimento do planejamento de uma coleção de


vestuário para o inverno de 2009/ 2010, proposta pela marca Santa Madre.
A coleção é inspirada na Belle Époque e na casa de shows Molin Rouge que busca
fazer uma coleção com as características e detalhes das peças intimas não aparentando uma
roupa de baixo.
Neste projeto, detalhes como os babados e frufrus das lingeries procuram sair por
detrás das cortinas para estrelar e deixar o papel de figurante para ser destaque nas passarelas.

Palavras- chaves: Design de Moda, Planejamento de Coleção, vestuário feminino.


ABSTRACT

This report presents the development of collection planning of clothing for winter
2009 / 2010,'s proposed Santa Madre Brand.
The collection is inspired by the Belle Époque and in-house concerts Molin Rouge that
seeks to make a collection with characteristics and details of the lingeries a non-intimate
undergarment.
In this project, details such as babados and frufrus of lingeries seek out from behind
curtains and leave the co-star to be star in catwalks.

Key Words: Fashion design, Collection Planning, female wear.


15

1 INTRODUÇÃO

As vestimentas femininas sempre passaram por diversas modificações. Isso se deve as


características da sociedade, a diferenciação de cada classe e por ultimo pela moda.
Antes mesmo de surgir à moda, fator sociológico que permite a igualdade
comportamental da estética, havia apenas a necessidade de proteção. Isso sempre foi
democrático e atinge todos os objetos e produtos. Inclusive a lingerie, que passa por
transformações bruscas, de adaptações e melhoramento.
Há muitos anos a lingerie não fazia parte do guarda roupas de mulheres casadas que
faziam parte da sociedade moralista da época. Por serem foco de muitas discriminações as
mulheres não a usavam, pois viviam sob os padrões da cultura vigente.
Sendo assim suas roupas de baixo eram anáguas que acompanhavam o comprimento
das suas longas e vastas saias. E para sustentar os seios, antes dos famosos corpetes, eram
amarrados com tiras de tecidos.
Assim surge à opressão dos espartilhos que apesar de servirem para uma modificação
da estética, eles sustentavam os seios deixando-os fartos.
A mulher só se livrou deste depois do século XX. Até então existiram muitas
modificações de adaptação fazendo com que seu uso fosse por longas datas. No lugar das
anáguas começaram a serem usadas ceroulas, artigo que somente os homens tinham acesso.
Elas começaram aparecer quando as dançarinas de can-can passaram a utilizar em
seus palcos. Neste fato a dança e o teatro influenciaram em todas as modificações. A partir
daí, as mulheres adquiriram suas primeiras calcinhas, que não passavam de bermudões até o
joelho com fitas e rendas para decorar.
Mesmo parecendo engraçado e impensável, na época eram considerados sensuais e
atraentes. Pois envolviam o grande mistério da intimidade feminina.
A lingerie passa ser motivo de fetiche para muitos. Fator que hoje em dia envolve
somente alguns grupos, por que este produto passa a ser um artigo de necessidade e de
consumo pelas mulheres de todas as classes da sociedade.
Assim este projeto tem como objetivo desenvolver uma coleção de vestuário
nigthwear, para mulheres, trazendo a novidade de transformar detalhes da lingerie visíveis.
Tendo como inspiração de criação a Belle Époque, período em que se dava grande
importância a beleza e aos frufrus das roupas, e a casa de shows Molin Rouge, onde as
16

dançarinas, por volta do ano de 1899 e 1900 tinham o poder da atração e estética em seus
figurinos, cujos enriquecidos pelas suas lingeries.
No dia ou na noite, a mulher deve se sentir atraente e tranqüila com o que esta
vestindo. Com a mudança efêmera da moda a modelagem acaba acompanhando e nem
sempre satisfazendo as consumidoras.
Desta forma este projeto trabalhará enfatizando a questão do diferencial em tecidos,
materiais e na riqueza dos detalhes que as lingeries nos permite em exagerar, fazendo das
roupas uma delicadeza forma de feminilidade.
17

2 METODOLOGIA

Essa etapa determina o processo a ser seguido. Com finalidade de analisar as


características do projeto, e uma forma de conduzir todas as pesquisas e estrutura deste
trabalho.

2.1 Metodologia de Pesquisa

2.1.1 Objetivo Geral

Desenvolver uma coleção de vestuário feminina, inspirada em peças íntimas (lingerie)


da indumentária das mulheres do século XIX, transportando esta inspiração para uma
proposta que procure transformar até então a anônima peça intima em detalhes aparentes e de
destaque.

2.1.2 Objetivos Específicos

• Pesquisar a história do vestuário, e a evolução da Lingerie a fim de perceber


suas mudanças dentro do contexto social e na estrutura de suas formas;
• Investigar o estilo de vida do público alvo para identificar os padrões culturais
e estéticos que agradam o mesmo;
• Pesquisar o tema “Molin Rouge” (casa de shows) e a Belle Époque para
utilizar como fonte de inspiração no desenvolvimento de geração de alternativas dos produtos;
• Buscar por matéria prima diferenciada para ser utilizada na confecção dos
produtos e que traga um ar inusitado.

2.2 Hipótese

Acredita-se que o mercado explora pouco a lingerie como produto visível e as


empresas que o fazem ainda não conseguiram um bom resultado na mediação da estética.
Sendo assim, percebe-se uma boa oportunidade de mercado ainda a ser explorado, trazendo
essas peças em forma de vestuário.
18

2.2.1 Problema

Como desenvolver uma roupa feminina que alie uma estética delicada baseada em
detalhes das peças íntimas com uma modelagem bastante confortável e diferenciada quase
como uma peça única. Um desafio de tornar a peça intima invisível em um sensual delicado
aparente.

Estética

Invisível – aparente Modelagem

Vestuário

Estética sofisticada Exclusividade

Figura: 1 Organograma do problema


Fonte: Autora
19

2.2.2 Público Alvo e seu estilo de Vida

Palavras que caracterizam o Público: Independente – delicada – vaidosa –


romântica

Figura: 2 Público alvo


Fonte: www.corbis.com.br

Mulheres independentes costumam ir às compras sem definir o produto,


principalmente com as suas roupas.
Prioriza a cultura e mantém um charmoso estilo de vida com informações diversas de
suas freqüentes visitas ao teatro, cinema, exposições, eventos sociais e livrarias.
Por ser uma mulher romântica e contemporânea, sua casa é impecável e gosta de
receber seus amigos para jantares, mas também gosta de reuniões sociais. Sua vida pessoal é
dividida entre o trabalho e o lazer, onde freqüenta eventos de diversos gêneros, desde
casamento à festas em casas noturnas.
O público alvo sempre está atento a novidades da moda, mas em ocasiões especiais
procura o novo e exclusivo, pois é consumidora da beleza, delicadeza, sofisticação e
feminilidade.
20

Figura: 3 Painel público alvo


Fonte: Autora

Palavras que caracterizam o estilo de vida: Cinema – Teatros – Eventos sociais -


Música – Leitura e Diversão.

O publico alvo, aprecia gastronomia leve e fina, por preocupar-se com sua forma
física, não se esquece de uma boa alimentação. Sua casa segue seu estilo romântico com
alguns detalhes modernos e móveis de bom gosto.
Além de serem divertidas essas mulheres seguem as tendências da moda, procuram
informações diversas sobre o que esta acontecendo principalmente na cultura. Seguidora fieis
da modernidade inclusive com toque requintado do retro, não deixam de lado os programas
como teatro, cinema, e tudo que envolva musica e dança.
21

Figura: 4 Painel estilo de vida


Fonte: Autora
22

2.2.3 Ambiente de Uso

Esta coleção trará a diversidade de uso, dando a liberdade para a consumidora de não
se preocupar com estas peças. Podendo ser um produto visível tanto em roupas do dia a dia
como nas de festas.

Figura: 5 Painel ambiente de uso


Fonte: Atora
23

2.3 Justificativa

De acordo com revista Textilia (2008) em pesquisa de mercado, sobre o segmento de


peça intima , percebemos que há um crescimento importante para o varejo. Como prova disso
podemos observar o aumento tecnológico das fabricas aqui no Brasil, que buscam enfatizar a
segurança, biodiversidade e conforto para o consumidor. Estes fatores estiveram muito
presentes na última feira de Lingerie, que deu inicio no dia 13 de Agosto de 2008. Feira que
recebe fornecedores, empresários e seguidores da moda de todo o Brasil.
Pode-se também prestar atenção em nosso cotidiano, e perceber que mesmo que o
individuo esteja ligado a aceleração das mudanças culturais, busca o Belo para seu consumo,
e a moda é o segmento que mais enfatiza a exploração da beleza.
Sendo assim observa-se que as peças intimas são seguras corretas e confortáveis,
porém as marcas esquecem de ligar a aparência com a modelagem. Fazendo com que a
lingerie seja sempre uma peça que não pode complementar a vestimenta a não ser de baixo
dela.
Para adequar melhor este problema, definiu-se que o projeto consistiria em apresentar
uma coleção de vestuário que agregará a beleza e os detalhes das lingeries, seguindo a
tendência, que é deixar estas peças visíveis.
24

2.4 Metodologia e estrutura do projeto

De acordo com BONSIEPE (1984) apud FRISONI (2002), metodologia é o conjunto


de instrumentos de navegação que tornam mais fácil a orientação durante o processo
projetual.
Ainda segundo o autor a metodologia é uma soma do método escolhido para a
orientação do projeto mais as ferramentas e técnicas que auxiliam para a melhor forma de
ultrapassar esse percurso.
Desta forma, para a realização deste projeto tomou-se por base o método de MUNARI
(1991), que propõe a seqüência do projeto da seguinte forma:

MUNARI - PROBLEMA

DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

COMPONENTES DO PROBLEMA

RECOLHIMENTO DE DADOS

CRIATIVIDADE

MATERIAIS E TECNOLOGIAS

EXPERIMENTAÇÃO

MODELO

VERIFICAÇÃO

DESENHO CONSTRUTIVO

SOLUÇÃO
25

No entanto, percebeu-se que o método do autor por mais simples e linear que seja fez
com que houvesse uma reflexão e acabou-se por conduzir o processo do projeto de uma
forma nova adaptada do pensamento do autor anteriormente citado.

PROBLEMA

DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

COMPONENTES DO PROBLEMA

PESQUISA

CRIAR CONCEITO

GERAR ALTERNATIVA

ESCOLHA DA ALTERNATIVA

MODELO E TESTAGEM

AVALIA E VALIDA

DETALHAMENTO TÉCNICO

REGISTRO DO PROJETO

CONSTRUÇÃO MODELO APRESENTAÇÃO

Figura: 6 Metodologia
Fonte: Autora
26

3 PESQUISA

Esta etapa consiste em toda pesquisa bibliográfica e de campo para conduzir o


trabalho de desenvolvimento segundo metodologia e para assim melhor desmembramento
deste projeto.

3.1 Pesquisa Bibliográfica

Para concretização da pesquisa formulou-se um pequeno mapa para representar as


intenções e o contexto do projeto.

Conhecimento Público
alvo

Figura: 7 Mapa pesquisa


Fonte: Autora
27

3.2 Histórias do vestuário

No decorrer das décadas a moda nos traz muitas modificaçoes nas vestimentas e
adornos. Parte da necessidade de proteção e passa para uma forma de embelezar o corpo.
Sendo assim segue imagens como linha do tempo, retratando detalhes.

Figura: 8 Linha do tempo


Fonte: Autora
28

3.2.1 Século XIX - Sua Indumentária – Rumos a Bela Época

De acordo com a narrativa de Embracher,(1999), a década de 1840, apesar de se


caracterizar por inovações técnicas, como o surgimento das ferrovias, e por convulsões
sociais, as mulheres não tomam parte nas mudanças permanecendo submissas e resignadas.
Reflexo disso esta em suas vestimentas, pois o pudor reina incontestavelmente. No auge do
Romantismo as mulheres mostravam os tornozelos com saias um pouco mais curta, agora, a é
hora de esconder os pés. Os chapéus, no estilo boneca, contribuem para que o rosto seja
entrevisto.
A sociedade da época determina que o homem de negócios deve esperar duas coisas
de suas esposas: primeira, que seja modelo nos afazeres domésticos; segundo, que não faça
nada, pois a ociosidade representa status social ao marido.
As saias femininas tornam-se tão amplas que as anáguas devido ao seu peso são
substituídas por uma crinolina de armação, ou “anáguas de arcos”, que significa um
instrumento de libertação já que lhes permite movimentar as pernas livremente.

Figura: 9 Crinolina
Fonte: www.corbis.com.br

As crinolinas foram aceitas por outro motivo- como um aparente aumento dos
quadris, representa a fertilidade feminina – e a saia rodada é também um símbolo de suposto
distanciamento, e mais do que isso, um elemento de sedução. Por essas características a
crinolina acaba reinando aproximadamente por um período de 15 anos, chegando ao ápice
por volta de 1860. A partir desta data, passa a sofrer alterações, desloca-se para trás,
deixando a frente da saia reta. Transforma-se assim, em uma anquinha (ou espartilho
saudável), que produz uma postura em forma de “S”.
29

Figura: 10 Crinolina usada com símbolo de fertilidade


Fonte: www.corbis.com.br

Neste período ainda tivemos duas invenções importantes para a história da


vestimenta, a maquina de costura, e as tintas a base de anilina, dando espaços as cores mais
vibrantes do que as suaves e pasteis usadas na década anterior.

Figura: 11 Inovação- maquina de costura


Fonte: www.corbis.com.br

Passando para o inicio da década de 1880, tivemos uma mudança nesta moda, que
para muitos era prejudicial a saúde. Sendo que os trajes passam a serem mais soltos, sem o
uso do espartilho e os homens adotam calções, casaco de veludo, gravata fuida, e chapéu. E
os mais jovens adotam, jaquetas mais curtas de Oxford e Cambridge, e os casacos de
“marujos” são usados para praticas de iatismo.
É importante ressaltar que a partir destas praticas de esporte, a moda, passa seguir as
tendências das necessidades. As mulheres com todas aquelas saias não podia se movimentar
direito, sendo que até mesmo para subir uma escada, era preciso deixar aparecer as rendas e
babados daquelas anáguas vastas, pois tinham que levantar suas saias para melhor
movimentação. Apesar da imprensa ridicularizar, os trajes bifurcados, uma espécie de saia
30

com uma costura ao meio, foi sendo adotada aos poucos. Chegando em uma fase que as
jovens usavam sem medo, e praticavam esporte em geral.
Com as mudanças sociológicas, até mesmo o aparecimento das mudanças na
indumentária, começamos a perceber que desta década por volta de 1890, a era vitoriana esta
chegando ao fim, e os jovens sentem isso. Há uma certa liberdade tanto em seu trajes
cotidianos como em suas roupas esportivas.

3.2.2 Características da Belle Époque

Durante o período de 1900 a 1914 na França determinou como La Belle époque (a


bela época).
De acordo com Embacher, (1999), a extravagância e a ostentação determinam o
período. Há mais bailes, jantares e festas, se gasta mais dinheiro, consome mais comida,
cometem-se mais adultérios, fica-se até mais tarde acordado. Tudo passa a se exceder.
A Belle Époque é um período de grande euforia no mundo, já por causa da troca de
um século para outro. Vem acompanhada também por uma inovação artística, de que são
exemplos, o expressionismo e o neo- impressionismo, junto a tanta modificação e novidade,
o século também vem acompanhado e marcado pelos cabarés e cafés para quem é mais culto.
“A Bella Époque caracterizava-se pelo bem viver, pela ostentação, o luxo e a
extravagância da classe alta”. (MOUTINHO, 2000, p26)
Escritor Moutinho, (2000), deixa mais claro ainda esta passagem é importante na
indumentária e de acordo com sua literatura, no contesto “moda”, mostrava-se clássica ao
sexo masculino, porém para as mulheres é uma moda ondulada com suas formas rígidas.
Mesmo que na época seguiam-se padrões este seguimento acaba encontrando modificações
bruscas, conhecida como certa “revolução da moda”. Isso de dá por profissionais da área que
começam a surgir, trazendo suas inovações, atributos e corajosas criações.
Nomes bastantes conhecidos são Paul Poiret e Mariano Fortuny. Estes profissionais
caíram nas graças femininas pela simplificação das formas das suas criações.
Por ser uma época de luxuria ganha destaque a alta costura, colaborando com
aristocracia e burguesia que defendia seus privilégios e suas riquezas, dando espaço para a
elegância, que acaba trazendo mulheres de todos os lados. Só tinham acesso a esta moda,
nobreza, classe média alta, classe diplomática, atrizes e cortesãs (cocottes), mulheres
sustentadas por homens ricos.
31

Para exibição de tais modelitos, os lugares mais bem freqüentados em Paris, eram os
teatros e grandes restaurantes. Nestes ambientes era possível encontrar a alta sociedade
desfilando com os últimos lançamentos da moda.
Após destaque de Paris na moda, na Inglaterra surge um movimento cultural, voltado
a estética dando valores a linhas curvas graciosas e exageradas, espirais inspiradas na
natureza, traços alongados e linhas que se entrelaçam com ramagens e flores. Este
movimento traz inovações ao gráfico e ao comportamento estético, chamando-se Art –
Nouveau.
Com formas diferenciadas a silhueta “ondulada” exige sacrifício das mulheres. Os
seios eram sustentados por dispositivos metálicos e o ventre comprimido pelo espartilho de
barbatanas.
O Art Nouveau foi aceito pelo artesanato e assim introduzido na moda, a linha “S” da silhueta
feminina, seguindo a concepção do estilo que dava ênfase as curvas, consolida-se, sublinhando o busto realçado,
os quadris arqueados e o ventre contraído. (MOUTINHO, 2000, p 28)

Figura: 12 Mulher com cintura de 32cm


Fonte: www.corbis.com.br

3.2.3 A indumentária feminina

De acordo com Moutinho, 2000, a indumentária feminina segue os padrões de


elegância como foi citada no texto a cima. Tais padrões que exigiam que o corpo fosse
radicalmente mudado. A estética passa ser muito importante, as cinturas afuniladas, quadris e
ombros mais alargados. (silhueta ampulheta) Isso se dá naturalmente devido a seu ventre
comprido por espartilhos. Á relatos que, mulheres em função de seguir um padrão de
estético, chegavam a passar por cirurgias tirando suas costelas flutuantes, para que pudessem
apertar ainda mais seu os espartilhos.
32

“O corpo feminino tornou-se também um verdadeiro repositório de linhas curvas, onde a cintura nunca
tinha sido tão afunilada como nesse momento. O ideal da beleza da mulher era de ter aproximadamente 40 cm de
circunferência na cintura”. (BRAGA, 2004, p66)

Figura: 13 Silhueta “S”


Fonte: www.corbis.com.br

Além destas formas as vestimentas destacavam-se por seus ornamentos. Eram eles
que determinavam a elegância feminina.
Bordados com formas de arabescos, tecido como o cetim eram usados para dar
acabamentos em tecidos finos, como a musselina, e as rendas eram usadas em blusas golas e
peitinhos de vestidos as saias eram vastas em tecidos longos que caiam em corte reto e liso
sobre os quadris que alargavam em forma de sino, e eventualmente se abria da altura da coxa
para baixo. As saias eram tão longas que cobriam os pés, as barras eram decoradas com
bordados e aplicações. Rigidez dos vestidos desta época estava atribuída nas muitas saias
interna se seda ou tafetá, como anáguas, que tinham barras com acabamentos de renda,
babados e fitas que acompanhavam o movimento da mulher com um famoso e provocante
“frufru” (emaranhado de rendas ou fitas).
Os corpetes também apresentavam ornamentos. Além de bem ajustados tinham uma
pala enfeitada de renda ou fitas passanamaria.
Além das camisas vestidos e longas saias, as mulheres costumavam usar um bolero,
que era ajustado e muito decorado. Esses deram a idéia dos primeiros vestidos com jaqueta.
Copiados da vestimenta masculina, as jaquetinhas tinham um tamanho apropriado e também
ajustado indo até quase na cintura. Estes vestidos eram complementados com blusas de gola
alta que levavam cascatas de renda como ornamento, e suas mangas ajustadas nos punhos e
compridas.
33

Com o passar do tempo a moda foi ganhando novas proporções e modificações. As


saias por volta de 1910 acabam ficando mais curtas, mostrando assim as pontas dos sapatos,
já na parte superior, as jaquetas aumentam o comprimento e a forma era de sino com pontas
arredondadas.
Para a noite as mulheres costumavam usar decotes extravagantes com ricos detalhes e
enfeites, e no contraste para o dia suas golas eram altas sustentadas por barbatanas e
decoradas com rendas.
Nas cores as mulheres usavam tom pastel como rosa, azul-claro e lilás. E para as vestimentas
mais elegantes o preto era o predileto com enfeites de paetê, lantejoulas e bordados. A roupa
feminina sempre muito bem estruturada com tecidos finos, e os preferidos era o crepe da
china, o chiffon a musselina de seda e tule.

“Modelos interessantes eram os confeccionados em cetim, bordados em motivos florais e com pequenos
ramalhetes de fitas, ou até mesmo pintados a mão. Para confeccionar os vestidos elegantes, o trabalho era
prodigioso e comparável a fabricação dos brocados do inicio do século XVIII. (MOUTINHO, 2000, p33)

Figura: 14 Bordados e brocados


Fonte: www.corbis.com.br

Na época as mulheres também passaram a usar trajes inspirados na modelagem


masculina, conhecidos como os tailleurs. Essa vestimenta tinha um diferencial, pois, eram
exclusivas das mulheres que trabalhavam fora de casa, como as datilógrafas, governantas e
balconistas, estas precisam de uma roupa prática e sóbria para desenvolver suas atividades.
Mais tarde este modelo torna-se popular e de grande sucesso.
As roupas intimas eram formadas por anáguas que acompanhavam suas saias, e
quando usavam calças, eram abertas e compridas, os espartilhos decorados e lisos para
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comprimir seus abdomens uns corpinhos de lingerie chamados como esconde – espartilho, e
acima de todas essas peças havia uma camisa longa até os joelhos conhecida como chemise.
Seus acessórios e complementos também foram importante na aparência da Belle
époque. Os chapéus de tamanho pequeno eram usados para cabelos presos em coque, e
levavam lindos e grandes alfinetes para ficarem sustentados no cabelo. Os alfinetes eram
peças de bijuterias para as nobres, sendo assim considerado um acessório (jóia), para muitas.
Nas mudanças desse mesmo ornamente, tivemos em 1904 quando os chapéus de palha ou de
tecido (veludo) tornam-se grandes e decorados com plumas e

Figura: 15Chapéu adornado com plumas


Fonte: www.corbis.com.br

Nos modelos temos destaques os de abas rígidas e planas, que eram usados com saia e
blusa, vestidos esportivos e com tailleurs.
Como novidade no mundo da modo dos acessórios o estilista Piret, lança os turbantes
onde deram coragem para algumas mulheres cortarem os cabelos bem curtos.
Nos sapatos, identificam-se as botinhas fechadas de cadarço, fabricada
artesanalmente. Eram pontiagudas, e as mais finas adornadas com fivelas ou laços para serem
usadas com trajes elegantes.
As atrizes eram as únicas mulheres que ousavam em usar sapatos altíssimos e de cores
fortes chegando até ser escandalosos para época. Eram tão extravagantes que usavam sapatos
recobertos por cetim fáceis de tirar, para que após os seus espetáculos, os fãs pudessem beber
champanha dentro deles. Neste caso ficavam mal vistas pela alta sociedade.
Para completar os calçados as meias eram de seda que às vezes eram bordadas de
rendas. Mais não acaba por ai.
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Outros ornamentos importantes para completar as vestimentas femininas, eram as


sombrinhas de cabos longos, que tinha a função de preservar a brancura da pela feminina,
questão importante na época para estética, pois era símbolo da beleza.
Levavam bolsas retangulares, e pequenas, confeccionadas em tecido bordado e ou
malha metálica sustentadas por correntes ou cordão.
Nos acessórios em geral a Belle Époque foi especial e bem detalhista, porém nas jóias
teve destaque por ter sido bem marcante e original pelas suas formas e matérias.
Grande variedade de anéis, pulseiras, broches, pendentes e gargantilhas, fivela de
cinto, pentes para segura os cabelos e alfinetes para chapéu. Todos de ouro ou preta cobertos
de esmalte e com pedras preciosas.
De acordo com Braga 2004, mesmo na Belle Époque há diferenças no momento de
século XIX e no que permaneceu já no século XX. O primeiro com ligação na herança
vitoriana, e o segundo com ideais de mudanças e inovações.
Em geral o corpo feminino nunca esteve tão coberto, praticamente todas as partes,
menos as mãos, quando não estavam de luvas.
Nas roupas de baixo, a única que era aparente era o espartilho, visível na silhueta. Já
as anquinhas desapareceram, mais as saias volumosas continuaram e ganham forma de sino,
tão justas dificultando movimento e exigindo passos curtos.
Com toda essa elegância não faltam adornos que eram extravagantes em chapéus
enfeitados de flores, seus cabelos eram presos com enormes coques fofos.
Os sapatos eram botas, pois mostrar as canelas, mesmo com meias era indecente.
Essa foi a moda da mulher que mal sabia estar prestes a romper com fortes mudanças
com a primeira guerra mundial na década de 10 do século XX.
No final da era Vitoriana surgiram inovações na moda, que para a Belle Époque do
século XX, foi aceita. Essa mudança se deu pelo inicio da pratica de esportes. Fazendo com
que as mulheres passassem a usar duas peças e não só os vestidos, dando um ar masculino
nas vestimentas.
Os esportes mais praticados eram o tênis, jogo de peteca, arco e flecha e bicicleta.
Estas atividades exigiam movimentação e conforto, principalmente andar de bicicleta
que para isso acabou surgindo uma peça inferior de grande novidade – curta, bifurcada e fofa
– neste instante precisava sentar-se no cetim. Outra pratica muito bem aceita também no final
do século XIX foi o habito de banho de mar, que antes era apenas atividade exercida como
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terapia. A roupa de banho era de malha em fios de lã que cobriam o tronco e pernas até os
joelhos além do uso de meias e sapatos, e ainda por cima de tudo uma capa de proteção.

Figura: 16 Pratica de andar de bicicleta


Fonte: www.corbis.com.br

Esse tipo de roupa esportiva, também colaborou para a moda do dia a dia para as
cidades, “roupas de duas peças”, os tailleurs das mulheres que trabalhavam fora de casa.
As crianças eram as únicas que ficavam mais a vontade que ganham roupas próprias
sem serem copias em miniaturas dos adultos, tendo como tema principal a moda marinheira.
E por fim a alta costura ainda diferenciava as classes sociais. E na moda masculina
nada de mudanças, pois estavam muito bem estruturadas para a praticidade e usabilidade.

3.3 História da lingerie

3.3.1 Lingerie e suas peças mais importantes da História

De acordo com Fontanel (1992), a lingerie passou por muitas transformações no


passar do tempo, isso se deu as mudanças culturais e as exigências das próprias mulheres,
que se enfatizou durante o século XX. Com a evolução tecnológica o mercado pode cumprir
com duas exigências da vida moderna, que é conforto e durabilidade.
Desde a idade a idade média, até a ostentação dos séculos XVII e XVIII, quando era
usado muitos acessórios de baixo das grandes saias femininas, até o início do século XX, as
mulheres sofreram em nome desta beleza e da satisfação masculina.
uma exemplo disso foram os espartilhos, usados por mais de quatro século, causavam
problemas a saúde, além de desconforto e a obrigação das regras da beleza, de terem uma
cinturinha tão fina que “parecia de vespa”. Os seios eram foco da atenção, e isso se
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prolongou por muito tempo, fazendo serem forçados para cima através de cordões
apertadíssimos dos espartilhos.

Figura: 17 Mulher com cintura de vespa


Fonte: www.corbis.com.br

Nas peças inferiores, as calcinhas, também passaram por mudanças. No século XIX,
eram as famosas ceroulas, até o joelho. O surgimento de novos materiais como da lycra e do
nylon permitiu muitas inovações nessas confecções. Até mesmo o invento mais curioso
aconteceu nos anos 90, quando lançaram uma calcinha com o enchimento, um bubum falso,
esse com diversos tamanhos e modelagens.

Figura: 18 Calcinha com enchimento


Fonte: www.corbis.com.br
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Junto com as peças maias usadas até mesmo como forma de higiene, surgem
acessórios que completam a beleza da lingerie. Na década de 20, um acessório muito usado
era a cinta liga considerada sensual, foi criada para segurar as meias 7/8. As dançarinas
exibiam suas cintas por de baixo das saias de franjas, enquanto se sacudiam ao dançar. Esse
acessório permaneceu até os anos 30, pois a meia calça só surge na década de 40.

Figura: 19 Caricatura das cintas ligas


Fonte: www.corbis.com.br

Figura: 20 Dançarinas com seus babados


Fonte: www.molinrouge.com

A partir dessas mudanças, essas peças intimas passaram a serem usadas, mesmo
quando necessidade, era uma questão de estilo e são a partir daqui objetos de sensualidade.
Eram eles que determinavam a beleza de uma mulher.
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A lingerie passou pelo século XX acompanhando a moda e as transformações de


comportamento. Quando a moda era de roupas justas e cinturas marcadas, estava presente na
vestimenta o sutiã com armação de metal, cintas e corpetes para moldar o corpo feminino.

Figura: 21 Lingerie para roupas justas


Fonte: www.corbis.combr

Na década de 60, com uma revolução sexual, o sutiã foi queimado em praça publica,
num ato de liberdade feminina. Essas queriam afirmar que poderiam usar nada de baixo de
suas camisetas e jeans.
Porém com tanta novidade que foi surgindo com o mercado, como cores, materiais e
estilos, indo do esportivo em algodão, ao mais sofisticado modelo de renda e fitas, as
mulheres passaram a consumir muito mais em roupas intimas do que as demais vestimentas
durante os anos 80.

Figura: 22 Lingerie em nova fase


Fonte: www.corbis.com.br
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A indústria de lingerie cresce a cada dia, e agora aposta na tecnologia de tecidos e


deveres com o consumidor. Por isso é possível encontrar modelos de espartilhos clássicos
renascentistas até o sutiã mais moderno, recheado de silicone a ultima novidade.

Figura: 23 Lingerie em nova fase


Fonte: www.corbis.com.br

Figura: 24 Lingerie moderna


Fonte: www.corbis.com.br

Figura: 25 Espartilho moderno


Fonte: www.corbis.com.br
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3.3.2 Espartilho

De acordo com Fontanel, 1992, mais do que uma peça intima, associado ao erotismo,
repressão e dor, o espartilho foi o responsável por moldar o corpo feminino de acordo com a
história. Ele passou por quatro séculos, sobreviveram os regimes políticos, mudanças do
comportamento cultural, guerras e diferenças sociais.
Apesar de prejudicar a saúde, o espartilho era considerado pela alto sociedade um
sinal de superioridade, pois era um obstáculo ao trabalho. A mulher de baixa renda usava
corpetes estilo medieval, atado por cordões menos apertados e amarrados na frente para
facilitar o uso. Bem diferente do corpete aristocrático, atado nas costas, que exigia ajuda de
empregados. Essa classe dava mais importância a distinção do povo do que a própria saúde.

Figura: 26 Espartilhos de ferro e medieval


Fonte: www.corbis.com.br

Desde o inicio do século XIV, a preocupação era dar forma ao corpo. Neste período,
os homens e mulheres já usavam faixas apertadas sobre o corpo para moldar, com o tempo as
mulheres passam a usar saias vastas e largas podendo ter movimento nas outras partes e
também um volume, pois a cintura era apertada e firme.
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Figura: 27 Mulher com a forma corporal da década


Fonte: www.corbis.com.br

Na própria Idade Média, os seios eram sustentados por corpetes, em forma de colete
justo, usado por cima de camisas e amarrados nas costas. Com o tempo, essa peça passou a
ser mais pesada e rígida, até o surgimento do espartilho propriamente dito.
Porém nenhuma outra época evidenciou-se tanto a beleza feminina como no
Renascimento. Século XV, um período de sensualidade erotismo, a atenção voltada toda para
o seio.
Após este período, o vestuário passa a ser rígido, aparecendo um corpete pespontado,
que dava ao busto um aspecto de cone. Este era amarrado com uma haste (lâmina sólida feita
de madeira, marfim, madrepérola, prata ou osso de peru), encaixada no próprio tecido.
Período que só modificou quando as barbatanas de baleiam deixam as hastes mais
flexíveis e o espartilho menos rígido, que acontece por volta do século XVIII. Este novo
espartilho comprimia o seio por baixo e deixava-os mais evidente sob os decotes.
A revolução Francesa sacudiu a Europa. As roupas eram mais simples e praticas,
levam a moda para toda a sociedade. As mulheres deixam de usar as crinolinas (armação de
arcos de aço que moldavam a forma das saias) e seus espartilhos. Adotam uma moda
transparente e seus seios eram sustentados e escondidos por corpinhos de tecidos.
esta moda não foi muito longe. A transparência acaba não agradando a sociedade, que mais
se preocupava com um corpo firme e bem estruturado. A leveza fazia com o corpo ficasse
muito solto. E ainda adotam o espartilho, que parece não querer sair da moda.
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O século XIV marca bem isso, por que mais pareciam peças de torturas, entre os anos
1804 a 1820, esta peça ganha novas formas trazendo a separação dos seios, graças a um
sistema de barbatanas inventado por um espartilheiro da época. Os decotes mais profundos e
a cintura fina, exigindo espartilhos terríveis.
Em 1823, surgiu pela primeira vez um modelo mecânico, com polias, que podiam ser
atado e desatado sem ajuda de outra pessoa. Isso foi muito importante. Estas facilidades iam
e voltavam conforme as mudanças culturais. Por ser um artigo da nobreza, ele sempre estava
evidente.

Figura: 28 Espartilhos pra se vestir sem ajuda


Fonte: www.corbis.com.br

Mais chegou a hora em se torna mais acessível, pois em 1828 apenas 2(duas) marcas
registradas tinham direito a produzir tal peça, mas em 1848 este quadro vai para 64(sessenta e
quatro). Esta “indústria” crescia muito, pois na historia da vestimenta é o único artigo que
pretendia que permanecesse, o suíço Jean Werly em 1832,abre uma fabrica de espartilho para
época mais do que modernos, sem costuras que já saiam do tear com barbatanas, hastes e
armações prontas. E com o inicio a da industrialização, foi possível fabricar modelos mais
baratos, dando acesso geral, e também a grandes facilidades foram se alongando.
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Figura: 29 Mulheres na fabricação de espartilhos


Fonte: www.corbis.com.br

Em 1840, os cordões elásticos se adaptaram e fora muito usados, trazendo a


possibilidade das mulheres se vestirem e se despirem sozinhas. A partir desta época as
mulheres superam os homens na fabricação dos espartilhos, que começam a serem moldados,
e surge a confecção. Agora as mulheres podiam escolher a forma de executar isso.
Passam a ficar comprimidas até 1870, e as peças de baixo começam a se evidenciar
também, não mais a crinolina dava formato as suas saias, agora substituída por uma certa
almofada, que deixava a mulher com o perfil em forma de S, com os seios projetados para
frente e os quadris para trás.
Nessa época, os espartilhos vêm em variedade, tendo modelos para todas as ocasiões.
E a invenção das barbatanas em aço inoxidável acabou com a luta com a ferrugem.
Essas variedades de espartilhos no mercado viram moda até para exposição. Já no
final do século XIV, os espartilhos não facilitavam nem um pouco os movimentos, e tinham
seus complementos em peças intimas, como, ligas e prendedores de meias.
Na exposição do trabalho em 1885, foram apresentados os seios artificiais, adaptáveis
ao corpete, que podiam ser infláveis, para demonstrar como a preocupação na silhueta
avantajada ainda estava muito presente.
No ano de 1900, a forma física em S, continuava e bem acentuada. As mulheres
usavam um modelo de espartilhos para deixar os seios para frente, terrível, pois com tantos
enfeites e um mecanismo metálico incomodava a virilha, obrigando a mulher se curvar.
Após Nove anos com inspiração nos balés de sucesso de Paris os criadores de moda
trazem uma linha mais leve e natural, deixando um pouco de lado esta tortura e esta silhueta
em “S”.
Nessa época as mulheres passam a exigir modelos que correspondessem com suas
necessidades e menos torturas, seu modo de vida vinha mudando e a classe media de
mulheres passa a trabalhar, alem do surgimento da pratica de esportes.
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Ainda continuou a usar espartilhos, porém suas exigências foram aceitas, e na moda
estavam os modelos mais curtos para movimentos livres e postura reta.

“Esse quase apelo feminino também deu-se devido ao um modelo que surgiu em 1908, de espartilho,
que ia até os joelhos impedindo até a mulher de sentar-se”. (FONTANEL, 1992,p,54)

A morte dessa peça esta ligada a Primeira Guerra Mundial. Com os homens na
batalhas, as mulheres passam assumir os trabalhos que eram exercidos por eles, nos campos,
nas cidades e nas fabricas. O trabalho operário exigia espartilhos menores, confortáveis e
fáceis de vestir.

Figura: 30 Mulheres nas fabricas no lugar dos maridos


Fonte: www.corbis.com.br

Assim começam a serem substituídos gradativamente por cintas. Os seios, porem


precisavam de um suporte. E neste contexto, que um acessório apareceu nos anúncios
publicitários de lingerie, a partir do século XIV, mais ainda não havia conquistados a todas as
mulheres, passou a ser fundamental- o sutiã.

Figura: 31 Sutiãs que foram surgindo


Fonte: www.corbis.com.br
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Os espartilhos não morreram totalmente, ainda eram usados para marcar bem o corpo,
e os modelos estava a serem lançados, até mesmo no ano de 1940, tinham a disposição
modelos leves. Nesse vai e vêm, eles só saiam de cena mesmo, na necessidade, e assim foi
também na Segunda Guerra Mundial.
Ele é marco na moda novamente quando em 1947, o “New Look” de Christian Dior,
valoriza a cintura e os seios. Mais nada se compara com os antigos modelos que eram
tortuosos. A mulher a cada dia mais feminina gosta de evidenciar seu corpo, agora pode tirara
e colocar, sem ser uma peça obrigatória.

Figura: 32 New look de Dior


Fonte: www.corbis.com.br

Passando assim uma peça de acesso a todas, sem mais caracterizar as classes sócias, o
espartilho, a partir dos anos 90, surge em modelos futuristas e usados aparentemente.

Figura: 33 Espartilho artigo de moda


Fonte: www.corbis.com.br
47

3.3.3 É a parte velada e secreta

De acordo com Steele, 1997, no inicio da era moderna, o segmento de roupas intimas
teve um contexto importante na evolução do erotismo na vestimenta, principalmente
femininas. Quando a roupa intima surgiu, teve como objetivo ser pratica e não erótica. A
necessidade por roupas de baixo surgiu na idade média, peças distintas para a nobreza, que
usavam para se proteger do suor, evitando irritações provocadas por roupas de lã que
forneciam uma camada extra de calor.
A roupa intima começou a concentrar a um interesse sexual por volta do século
XVIII, um processo que se estendeu até a época que teve seu maior destaque, no século XIX
entre 1890 a1900.

Figura: 34 O escondido, anáguas


Fonte: www.corbis.com.br

Porém nessas épocas a lingerie tinha seu marco histórico, a mídia relatava que este
não passava de um tema escravizante, pois eram consideradas como sinal de depravação.
Quando a moda começa a se espalhar, pensa-se que ao esconder “artisticamente” o
corpo especialmente as partes intimas, aumenta a curiosidade sexual. Escondido da visão,
esta roupa também é referencia do desnudamento como introdução a intimidade sexual.
Exemplo desta curiosidade são as anáguas que fascinaram os homens só de imaginar como
eram as rendas e os frufrus dessa peça.
48

Figura: 35 Saias de baixo


Fonte: www.corbis.com.br

Ainda na questão do exotismo ou fetiche a Chataigner,(2007), relata que o fetichismo


consiste em atribuir a um determinado comportamento ou atitude, que se distancia de uma
postura da sociedade, sendo assim considerada “anormal”.
Na moda como começa a ficar evidente, trás algumas características que determinam
ou elevam a essa atitude. Como por exemplos nas estampas, cores, e tecidos.

Figura: 36 Calcinha motivo de fetiche


Fonte: www.corbis.com.br

No toque podemos exemplificar os tecidos: transparentes, aveludados, acetinados,


tecidos que provoquem sensações tácteis. Diferentes dos tecidos discriminados em espécies
que são: Lãs macias, veludo, rendas, filó, tule, cetim, musseline, lycra e couro.
Nas cores, podemos observar que são muito usadas as de tons escuros como, preto,
sendo a cor mais poderosa, vermelho, roxo e apenas algumas cores claras, cor da pele, branco
e tons metalizados dourado e prata.
As estampas nada discretas são todas que remetem a pele de animais, como, cobra,
crocodilo, onça, tigre, pantera, zebra, vaca e similares. As estampas também usadas são as de
reprodução de pessoas famosas, fragmentos corporais, signos sexuais.
49

Figura: 37 Peças com estampas de bicho


Fonte: www.corbis.com.br

Dentro do contexto geral da moda, das cores, tecidos e estampas, temos os objetos
ligado ao fetichismo que são, espartilho, sutiãs pontudos e forrados, calcinhas negras,
bijuterias com correntes e algemas, jóias brilhantes, botas longas e bicudas, saltos altíssimos,
plataformas, sapatos ortopédicos, ligas e porta ligas, meias negras, meias arrastão ou
rendadas, matérias como verniz, cobra, piercings, tatuagens, escarificações, maquiagem
exagerada, unhas longas e vermelhas e mascaras.

Figura: 38 Objeto ligado ao fetiche Figura: 39 Objeto ligado ao fetiche


Fonte: www.corbis.com.br Fonte: www.corbis.com.br
50

3.3.4 De Calças a Calcinhas, numa breve lembrança

De acordo com Steele, 1997, durante o Renascimento essas peças já faziam parte em
algumas vestimentas, porém em forma de ceroulas e as únicas mulheres a ter acesso eram as
cortesãs, dançarinas e as crianças. Eram consideradas meio masculinizadas, as mulheres de
respeito, somente adotaram as mesmas no decorrer do século XIX, por razões de higiene e
calor.

Figura: 40 Ceroulas antigas- rendas e fitas


Fonte: www.corbis.com.br

Figura: 41 Madona com ceroulas em forma vestimenta


Fonte: www.caras.com.br

Quando a peça se espalhou, mesmo em ditados, a roupa intima passou a ser


confeccionada em tecidos finos e materiais elegantes como a seda, e eram leves e tinham
cascatas de renda com fitas.
Quando se trata de rendas e fitas, se da pelo motivo das dançarinas deixarem aparecer
ao levantar suas pernas, aquele amontoado de babados.
51

Figura: 42 Dançarinas mostrando suas peças intimas


Fonte: www.corbis.com.br

A calcinha passa ser motivo de curiosidade. Quem não queria saber o que aquelas
mulheres tinham debaixo de tanto tecido? Hoje em dia as mulheres foram adaptando as
modelagens, exigindo conforto, e muita beleza. Pois a lingerie é motivo não só de
necessidade mais também de sedução e fetiche a muitos.

Figura: 43 Peça de curiosidade


Fonte: www.corbis.com.br
52

3.4 História do Moulin Rouge

3.4.1 Molin Rouge - Moinho Vermelho

Segundo Bousteau (1999), o Molin Rouge é um cabaré construído em 1889, por Josep
Oller, situado na zona de Pigalle no Boulevard ao pé do bairro Montmarte, em Paris, França.
Sua arquitetura é famosa por ter no terraço do seu edifício um moinho vermelho. Tornando-
se um símbolo emblemático da noite parisiense, e tem uma rica história ligada a boemia da
cidade.
Foi um descanso entre as duas guerras, um período de transição entre dois séculos,
durante os quais as barreiras sociais ruíram, quando a revolução industrial deu
esperança de uma vida melhor para todos, em um rico mosaico cultural e que
prometeu muito divertimento. “Fabrice Bousteau”, (1999)

Bouteau ainda relata que na passagem mais importante do cabaré a classe média passa
a se misturar, a cultura popular contenta a todos em um transtorno cheio de alegria e
vitalidade. Nesse clima, que favoreceu a criatividade artistica, circulos literarios aparecem e
desaparecem em função de reunir pessoas, ao mesmo tempo pintores e desenhistas passam a
ter inspirações especilmente por esta alegira por vezes escandaloza, mais cheia de fantasia
atmosfera que quebrou completamente com o classicismo de um periodo rígido.
As influencias junto as inpirações vinham do Extremo-Oriente, estilo japonês, estava
no seu auge. Um dos discípulos mais famosos da época com famosas gravuras japonesas, er
Touluse Lautrec.
Uma atmosfora perfeita para aparecimento de cabarés, tais como Molin Rouge.
Desde de então, a mais de cem anos, o cabaré torna-se um lugar de “visita
obrigatória” para muitos. Na sua atualidade tem uma variedade de espetaculos em um
ambiente boemico da Belle époque, presente no seu interior.
53

Figura: 44 Fachada Molin Rouge antiga Figura: 45 Fachada Molin Rouge atual
Fonte: www.corbis.com.br Fonte: www.molinrouge.com

3.4.2 Cancan

Segundo Bousteau (1999), o público descobre com enorme entusiasmo uma nova
dança, o francês Cancan, com bailarinos e seu ritmo violento fazem com que as cabeças
virem!
Os guias noturnos de Paris, edição 1898, anunciavam a dança, onde seus bailarinos
buscavam por este exercício para atingir a fama em Paris, cultuando o cancan como a “dança
divina”.
“Com tal elasticidade quando eles lancem as suas pernas para cima, que sejam pelo
menos tão flexíveis com amora” (Bousteau, 1999).
Entre essas figuras da vida parisiense, algumas vão ficar na história, como a famosa
La Goulue, imortalizada por Toulouse – Lautrec.

Figura: 46 Dançarina dos anos 20 Figura: 47 Dançarina de can can anos 20


Fonte: www.corbis.com.br Fonte: www.corbis.com.br
54

Figura: 48 Dançarina de Cancan atual Figura: 49 Dançarina de cancan do filme Molin Rouge
Fonte: www.corbis.com.br Fonte: www.corbis.com.br

3.4.3 Henri de Toulouse – Lautrec Impressionista especialista nos cartazes do Molin


Rouge

Segundo Spinelle, (1997), nascido na nobreza francesa, possuía uma linha de


ancestrais de nomes aristocráticos. Seu pai era o conde Aphonse de Toulouse-Lautrec-Monfa,
e sua mãe Adéle Tapié de Céleyran. Queriam seus pais que o filho seguisse com esmero o
mesmo caminho nobre de toda a sua família, tanto materna quanto paterna. Certamente
queriam eles que Henri se tornasse um excêntrico caçador de falcões, mimado pelos
caprichos da corte. Porém, desde jovem, o rapazinho desprezava a opulência, considerando-a
enfadonha.
Toulouse-Lautrec sofria de uma doença desconhecida em sua época. Certamente uma
distrofia poli-hipofisária, ou seja, um desenvolvimento insuficiente de certos tecidos ósseos.
Sofreu dois acidentes em sua juventude e acaba fraturando o fémur esquerdo e direito
respectivamente. Os ossos mal soldados fazem com que Henri não ultrapasse a altura de
1,52m. Porém, o jovem não se deixava abater por tal infortúnio. Em seus longos períodos de
cama, Toulouse-Lautrec fazia desenhos e pintava aquarelas, abrindo espaço para seu incrível
talento que ainda se desfraldaria.
Aos dezesseis anos, foi estudar pintura com Léon Bonnat, professor rígido que não o
agradava. Logo depois foi estudar com Fernand Cormon, cujo estúdio ficava nas ladeiras
suburbanas de Montmartre, em Paris. É lá que Lautrec descobriu a inspiração que lhe faltava.
55

Mudou-se para aquele bairro de má fama e encontrou seu lugar entre trabalhadores,
prostitutas e artistas de caráter duvidoso. Começava sua nova vida.
Frequentador assíduo do Moulin Rouge e outros prostíbulos, o pequeno nobre acaba
se acomodando muito bem naquele ambiente tão estranho que seus pais nunca aceitaram em
ter o filho. O tema principal das pinturas de Toulouse-Lautrec era a vida boémia parisiense,
que ele representava através de um desenho que lembra uma composição dinâmica que
poderia ter sido influenciada pela fotografia e as gravuras japonesas, dois fatores de grande
importância cultural no fim do século XIX.
Testemunha da vida noturna de Montmartre, Henri não apenas faz pinturas, como
também cartazes promocionais dos prostíbulos e teatros, fazendo-se presente na revolução da
publicidade do século XIX. O cartaz litográfico colorido é uma nova ferramenta de
divulgação de locais de lazer parisienses. Toulouse-Lautrec revolucionou o design gráfico
dos cartazes, definindo o estilo que seria conhecido como Art Nouveau.
A habilidade artística de Lautrec é bastante reconhecida, tanto pelos seus amigos da
classe baixa quanto por críticos de arte. Participa do Salão dos Independentes em Paris, da
exposição dos Vinte e das galerias de Boussod e Valadin.
Em 1899, a vida desregrada e o excesso de álcool finalmente cobram seu preço do
artista aleijado. Lautrec sofre de crises e é internado numa clínica psiquiátrica. Ao sair é
constantemente vigiado para que não beba e não volte a frequentar os bordéis, vigilância que
ele consegue burlar. Sua saúde vai-se deteriorando cada vez mais, até que em 1901 não é
mais capaz de viver sozinho. Henri despede-se de Paris com a certeza de que está com os dias
contados. Sofre ataques de paralisia e quase não consegue mais pintar.
Em 9 de Setembro de 1901, Henri de Toulouse-Lautrec morre nos braços de sua mãe,
às duas horas e quinze minutos da manhã. E o mundo perde um pequeno gigante no domínio
da arte.

Figura: 50 Obra gráfica de divulgação do Molin Rouge


Fonte: http://.corbis.com/seach/frame.aspx
56

3.4.4 Descrição de Dançarina

Segundo Spinelle, (1997),Yvette Guilbert, talentosa atriz e cantora, amiga sincera de


Lautrec, ao ver suas pinturas descreveu uma das dançarinas mais jovens. Era a mais popular
Louise Weber, La Goulue (“a gulosa”). Tinha 16 anos usava meias de seda pretas, e,
segurando um pé calçado em cetim preto, esvoaçava os seis metros de anáguas rendadas num
rodopio que deixava a mostra a calcinha. Nesta, um coração caprichosamente bordado
recobria seu delicado bumbum quando ela se curvava para agradecer os aplausos; suas pernas
adoráveis, ágeis, dinâmicas e tentadora apareciam e desapareciam nos tufos de fitas cor de
rosa dos joelhos e numa espuma de rendas que chegavam aos tornojelos esguios. Torso reto
blusa justa azul-celeste, e saia de cetim preta. Linda e brejeiramente espirituosa na aparêcia.

Figura: 51 Obras da cortesã de 16 anos- La Goulue


Fonte: http://.corbis.com/seach/frame.aspx
57

As obras de Lautrec retratam a bela Boemia de Paris ,dançarinas de varias casas e


prostibulos, cortesãs e as damas da sociedade, nas lindas masões da moda.

Figura: 52 Painel das obras de Toulouse Lautrec


Fonte: Autora
58

3.5 Tendências de Moda (2009 – 2010)

3.5.1 Tendência internacional outono inverno 2009/2010

De acordo com o Lohn,2008, cada vez mais os estilistas buscam inspiração nas artes
para as suas mais diferentes manifestações criativas.
E neste outono inverno 2009/ 2010 não vão ser diferentes: dançando ao ritmo do
ballet, a moda se adapta ao estilo de cada estilista abusando de tecidos como a seda, o tule e
aplicações de pedrarias e plumas.

Figura: 53 Painel tendência internacional


Fonte: revista virtual www.vogue.es
59

3.5.2 Cartela de cores 2009 – 2010

A cartela de cores esta dividida em três linhas. Sendo estas com características dos
sentidos humanos: realismo- sensação- expressão

Figura: 54 Painel de cores – Realistic Figura: 55 Painel de cores – Sensitive


Fonte: www.cosmoworlds.com Fonte: www.cosmoworlds.com

Figura: 56 Painel de cores – Realistic Figura: 57 Painel de cores – Expressive


Fonte: www.cosmoworlds.com Fonte: www.cosmoworlds.com
60

3.5.3 Detalhes e modelagem 2009 -2010

Volumes bordados modelagem diferenciadas, são os pontos em evidencia em 2009 e


2010.

Figura: painel de detalhes e modelagem

Figura: 58 Painel de detalhes


Fonte: www.cosmoworlds.com

3.5.4 Tendências de Vestuário inspiradas em roupas intimam

Os painéis a seguir são exclusivos do caderno de tendência da marca Santa


Constancia, que acredita que a roupa intima deve estar do lado de fora. Segue pijamas e
lingeries como tendência de vestuário para próximo inverno.

Camisolas

Figura: 59 Camisolas
Fonte: Autora
61

Corpete

Figura: 60 Corpete
Fonte: Autora

Pijamas

Figura: 61 Pijamas
Fonte: Autora
62

Tops e sutiãs

Figura: 62 Tops e sutiãs


Fonte: Autora

3.5.5 Tendência do comportamento 2009/ 2010

De acordo com a Folha de São Paulo, Observatório de Sinais, consultoria de


tendência de Dario Caldas analisou algumas tendências para 2009/2010:

Entre as tendências analisadas, três tiveram maior destaque. O Não-contemporâneo,


Complex- Multiplex e Luxo 2.0.
O comportamento analisado chamado pela consultoria de “Não-Contemporâneo”, é
relacionado ao interesse atual das pessoas por tudo que é retro. Quando todos achavam que
estaríamos andando nas esteiras dos Jersons, com empregas robôs, roupas prateadas e tudo o
mais, o desejo das pessoas é pelo passado. Essa reação é explicada como resultado da
globalização onde em qualquer capital do mundo podemos encontrar os mesmos restaurantes,
as mesmas lojas, os mesmos bares, as mesmas marcas, as mesmas vitrines... Tudo ficou tão
igual que as pessoas começaram a buscar a referência do passado, como forma de
diferenciar-se. A consultoria analisa ainda o desejo por objetos sem tempo definido e disse
que as grandes marcas que estão ligadas neste comportamento tendem a buscar uma
atualização do passado ou uma busca pelo atemporal, distanciando da efemeridade da moda.
Outra grande tendência é a chamada “Complex-Multiplex”. Esta tendência é definida
pelo comportamento do novo consumidor que está cada vez mais complexo. E complexidade
63

é a palavra chave desta tendência. Como reação pela banalização do comprar, o consumidor
busca o inacessível, o raro, o difícil, o complexo! Lojas sem vitrines, produtos inacessíveis,
marcas pouco conhecidas, lojas escondidas, butiques fechadas, é isso que o consumidor está
buscando. O desejo da dificuldade, a fuga do simples!
E a última grande tendência encontrada foi o “luxo 2.0”. Este novo luxo continua
sendo emocional, porém com o que a consultoria chama de “neoracionalidade”. Os produtos
precisam ter informações que contem o seu histórico, seu processo de produção, onde a
sustentabilidade torna-se exigência no mercado de luxo. Um bom exemplo analisado foi os
Shoppings Centers, que mais do que criar ambientes de consumo, precisam ter o
comprometimento com o espaço público onde está inserido, servindo como forma de
revitalização da sociedade com quem se relaciona. Ou seja, o luxo 2.0 será mais participativo,
principalmente com a sociedade na luta pela preservação ambiental!

Figura: 63 O não contemporâneo em foco


Fonte: http://www.chic.ig.com.br
64

3.5.6 Tendência de lingerie (2009 – 2010)

De acordo com site Textilia, (2008), no salão de lingerie, todos os consumidores


desde empresários e curiosos, tiveram acesso as novas tendências no segmento de lingerie.
Ressaltando que a tendência da próxima estação vem com muitas novidades inclusive nas
cores, destacando tons pastel e estampa de cobra.
As peças trazem um contraste entre o aspecto nude em meio a estampas de cobra, que
ressaltam uma sensualidade sóbria em tons luxuosos nas variáveis de marrom, bege, e o
eterno e puro branco.

Figura: 64 Marca In Joy Puro Branco


Fonte: www.textilia.net

O design inteligente das peças propõe que as rendas se misturem com as estampas, de
forma a escondê-las discretamente, o que traz sempre uma surpresa sexy a cada combinação.

Figura: 65 Lycra- rendas que se misturam com estampas


Fonte: www.sortimentos.com
65

Para despertar a curiosidade, as alças brilhantes trazem uma novidade irresistível das
terminações estão nas cores das estampas, mesmo que estas estejam em uma parte visível
somente abaixo da roupa. Além de emanar o brilho do strass nessa composição, há outra
versão que possui a discrição do silicone.
As calças que possuem regulagem nas pernas possibilitam uma produção mais
comportada, ou mais sensual. A versatilidade também está em calcinhas que promovem um
efeito de sobreposição, além do fio dental que apresenta regulagem em alças que deixam a
parte da frente mais fininha, ou mais larga.
Agora as mulheres sofisticadas vão dar vida a todo glamour e requinte, sem deixar de
lado a sedução irradiante.

Figura: 66 Mulheres sofisticadas


Fonte: www.modarevenda.com.br
66

4 PESQUISA DE CAMPO

Descreverá as pesquisas de campo realizadas em forma de questionários aplicados nas


cidades de Santa Catarina: Florianópolis, Balneário Camboriú .

4.1. Questionário

O questionário tem o intuito de:

Figura: 67 Pesquisa
Fonte: www.modarevenda.com.br

4.1.1. Aplicação do questionário e análise

Foram aplicados 40 questionários para mulheres que demonstraram as características


de do público alvo, nas cidades entre as cidades de Balneário Camboriú e Florianópolis. Com
o intuito de se aprofundar nos quesitos: estética e conhecimento profundo do público alvo,
assim sabendo de seu desejo de consumo.
67

1. Qual sua faixa etária?

Para está pesquisa foram escolhidas mulheres de 18 a 40 anos. Somente as de 20 em


diante que não se importaram em responder. Percebeu-se que as mulheres de 20 a 30 anos,
não encontram problemas em falar do que desejam e também do que preferem. Sendo assim
o maior numero de entrevistada foi entre estas idades.

0%
25%

20a 30 anos

30 a 40

75%

Gráfico: 1 Faixa etária.


Fonte: Autora.
68

2. Qual sua renda fixa?

Por serem mulheres que já tem independência ou que buscam por ela, no trabalho,
percebe-se que o maior número salarial esta entre R$ 1.000,00 e 2.000,00 reais. Estes valores
também contam para as mulheres que estão na faculdade, mas que junto com sua mesada,
estão em atividade na sua área acadêmica.

0%
8% 0%

38%
500 a 1000
1000 a 2000
2000 a 3000
A cima de 3000

54%

Gráfico: 2 Renda fixa.


Fonte: Autora.
69

3. Nas suas horas vagas o que gosta de fazer?

São mulheres que valorizam a cultura. Dando mais valor para atividades como cinema
e teatros.

Gráfico: 3 Horas vagas


Fonte: Autora..
70

4. Você costuma viajar?

Viajar é uma atividade que agrada a muitas. Mais nem sempre podem exercer, porém
percebe-se que a 47% das mulheres viajam nos finais de semana, mesmo sendo em
localidades próximas.

Gráfico: 4 Você costuma viajar


Fonte: Autora.
71

5. Quando vai passar uns dias fora de casa, qual a peça de roupa que não falta?

Na hora de fazer a mala, sempre surge à dúvida do que levar. Nesta questão por
surpresa tivemos uma surpresa, pois as mulheres foram seguras em responder que não
deixariam fora de suas bagagens roupa para noite. Isso para qualquer horário, se preocupam
com festas ou até mesmo uma voltinha no final da tarde.

Gráfico: 5 Peça de roupa que não falta ao viajar


Fonte: Autora.
72

6. Durante o dia o que costuma usar?

Para sair de casa as mulheres deixaram claro que a praticidade ganha. Sendo o jeans
mais citado.

Gráfico: 6 O que costuma usar durante o dia


Fonte: Autora.
73

7. Entre uma reunião de amigos e uma festa o que prefere?

Nesta questão nós tivemos como prioridade as festas. Que mesmo não estando
determinadas, as festas citadas são de uma maneira geral, como bares, baladas e festas
sociais.

Gráfico: 7 O que você prefere


Fonte: Autora.
74

8. Nestas ocasiões o que não se esquece de usar?

As jóias e bijuterias são inevitáveis para estas mulheres. Priorizam essas peças para
ganharem destaque até nas roupas mais simples. A partir desta questão pode-se perceber que
os bordados nas peças de vestuários são importantes e aceitáveis.

Gráfico: 8 O que você não esquece de usar


Fonte: Autora.
75

9. Em uma festa social você tem hábito de?

Uma questão bem balanceada. As mulheres gostam de certo exagero nestas ocasiões,
pois podem sair do tradicional. E o item mais citado foi roupas com bordados e rendas.

Usar roupas com muitos


detalhes bordados e
rendas
Gráfico: 9 Hábito de usar em festas sociais
Fonte: Autora.
76

10. Qual roupa você usaria em um evento social, em um bar, que não está descriminado o
traje no convite?

A maioria das mulheres para não errar, esclarece que o fashion é mais fácil de vestir.
Sendo ele, um jeans acompanhado com peças de renda, peças justas, peças com acessórios
extravagantes, topes e até mesmo uma camisa lisa com uma peça mais sensual. Esta questão
foi muito importante para determinar uma linha de produtos, porque através de respostas
objetivas podemos detalhar cada peça.

Gráfico: 10 Roupa em um evento social


Fonte: Autora.
77

4.1.2. Analise e síntese das pesquisas

4.1.2.1 Pesquisa de Tendência

Percebe-se que com o ritmo acelerado da contemporaneidade, a vida atual, as pessoas


passam a procurar referencias que tragam e remetam o aconchego de suas lembranças.
Seguindo isso como tendência, é nítido como o retro invade o dia a dia com formas, cores,
decoração e moda.
Este fato é importante diante da decisão e desenvolvimento da coleção, porque
permite resgatar o valor histórico dos temas Molin Rouge e Belle Époque, trazendo a
atualidade o exagero que envolve o comportamento e a estética.

4.1.3 Pesquisa de campo

Para a realização da pesquisa de campo, foi elaborado um questionário referente a


vestuário no segmento feminino. Precisamente com questões referentes ao pessoal.
As entregas dos questionários foram nas regiões de Balneário Camboriú e
Florianópolis, para um perfil de mulheres que são ou buscam independência financeira, que
trabalham, estudam, que procuram estar por dentro das tendências de moda e que
principalmente são vaidosas. Suas idades abrangentes foram entre 18 a 40 anos.
Dentro desta enquête, ficou clara a proposta de trabalho que primeiramente é
conhecer o público alvo, e depois, conciliar suas atividades sociais com seu guarda roupas.
Portanto, através desta pesquisa notou-se que os eventos sociais são relevantes e bem
freqüentados por este público. Priorizam a beleza das formas, valorizando um vestuário rico
em novidades.
Sendo assim, percebe-se que uma coleção com detalhes, bordados e com um
envolvimento simbólico, como o resgate de atributos históricos do vestuário, fariam a
diferença, causando satisfação em adquirir este produto.
Além disso, o questionário determinou que a coleção deve conter três linhas, dando
ênfase a qualquer atividade noturna.
Linha Básico: Para atividades nos finais de tarde;
Linha Fashion: Para eventos noturnos em bares e boates;
Linha Vanguarda: Para festas sofisticadas.
78

5 MERCADO

5.1. Concorrentes

A marca Santa Madre tem como objetivo desenvolver peças exclusivas abordando as
tendências sociais e da moda, com temas referentes a história e comportamento.
No decorrer da pesquisa de mercado, identificaram-se alguns concorrentes que
seguem a mesma linha de trabalho, tornando-os importantes, para pesquisa e analises de
produtos.

5.1.1 Samuel Cirnansck

Figura: 68 Estilista Samuel


Fonte: www.uol.com.br

De acordo com o site www.uol.com.br/moda/estilistas, Samuel Cirnansck entrou na


moda há dez anos como assistente de figurino do produtor Pazzeto, atuando em teatro e
ópera. Vem daí uma certa ascendência cênica que marcou sobretudo seus primeiros desfiles,
cuja preocupação com o conceito era mais acentuada que o caráter comercial das coleções.
Seu primeiro desfile aconteceu em 2000, no Projeto Lab. Mas desde 1999, se
dedicava à marca própria, desenvolvendo roupas exclusivas para a loja Doc Dog.
79

5.1.2 Thais Losso

De acordo com o site www.uol.com.br /moda/estilistas,o primeiro desfile de Thais no


Fashion Week foi considerado um dos mais animados e divertidos da história da moda
brasileira.
Misturou personagens hilariantes usando sainhas de babados, meias listradas, perucas e uma
parafernália de acessórios que pareciam ter sido comprados de um mascate. Tudo muito
colorido e com bom gosto.
O segundo desfile, lançando a coleção de verão 2005, trouxe à passarela uma enorme
variedade de imitações do Paraguai e da China e quinquilharias da 25 de março, tradicional
rua de comércio popular de São Paulo, criando looks bem humorados e cheios de detalhes.

Figura: 69 Coleção zapping estilista Thais


Fonte: www.uol.com.br
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5.1.3 Cris Barros

Segundo ao site www.crisbarros.com.br, (2008), em quatro anos de existência, a Cris


Barros já é uma referência no mercado, vestindo mulheres elegantes que desejam um estilo
diferenciado e criativo. Suas criações aparentam simplicidade, mas revelam riquezas de
detalhes, formas meticulosamente construídas com moulage, tecidos especiais e excelentes
acabamentos.
À frente da marca está a estilista paulistana Cris Barros. Ela cria roupas que
expressam seus sentimentos e sua principal inspiração é o que está vivendo no momento da
criação da coleção. A designer soma a isso lembranças e referências de viagens, pesquisas,
pessoas e sua paixão pela moda e arte, que exercita com a leitura voraz e assistindo muitos
filmes.
Hoje Cris Barros tem sua loja própria na rua Oscar Freire, na Daslu em São Paulo e
está presente nos 60 melhores pontos de venda do país. Além do Brasil, a marca exporta para
os Estados Unidos, Japão, Arábia Saudita, Grécia, México e Portugal.

Figura: 70 Coleção inverno 2009


Fonte: http://www.crisbarros.com.br
81

5.1.4 Le Lis Blanc

Segundo ao site www.lelis.com.br, (208), o nome da flor expressa toda feminilidade


que a marca transmite, uma moda feminina diferenciada para a mulher moderna, romântica,
dinâmica e sintonizada com o mundo, que busca estilo na hora de se vestir. Uma marca com
um mix de produtos que vai do casual, passando pelo clássico até a moda noite, atendendo a
diversas faixas etárias. Desenvolvidas segundo as ultimas tendências da moda. Muito bem
adaptadas ao gosto, estilo e principalmente corpo da mulher brasileira. Com 19 anos de
mercado a marca conta hoje com 30 lojas e mais de 150 pontos de venda em lojas multi-
marcas.

Figura: 71 Coleção inverno 2009


Fonte: http://www.lelis.com.br/
82

5.1.5 Juliana Jabur

Segundo o site www.julianajabur.com.br, (2008), Juliana Jabur iniciou sua carreira na


equipe de estilo de grandes marcas nacionais de moda feminina e jeanswear. Em 2004, a
estilista lança a marca que leva o seu nome, associando-se a dois empresários de industria de
confecção. Surge assim a primeira de muitas parcerias bem sucedidas.
O conforto e a elegância exigem novas roupagens, novas matérias primas e o
desenvolvimento do potencial criativo que agora se estende aos tecidos planos. Surge a linha
Gold de peças exclusivas e limitadas. Ao utilizar material e mão de obra nobres a estilista
projeta um novo conceito para sofisticação.
A marca este presente em 160 pontos de venda selecionados em todo o Brasil e
iniciou seu trabalho internacional com showrooms em Nova York Los Angeles e Tóquio.

Figura: 72 Coleção exclusiva e limitada


Fonte: http://www.julianajabour.com.br
83

5.2.Estado do Design de Moda

Como referência de mercado alguns dos concorrentes, foram foco de pesquisa no


estado do design.
Nos últimos desfiles da semana de moda (setembro, 2008) os estilistas Alexandre
Herchcovitch e Samuel Cirnansck, deixam claro que não apenas na passarela, mais também
nas ruas, podemos nos deparar com as belas roupas de baixo à mostra. Com babados e
transparências, podemos observar que as roupas intimas ganham espaço no lado de fora.

Figura: 73 Painel Samuel Cirnansck


Fonte: http://estilo.uol.com.br/moda/album/samuelcirnansckv09_album.jhtm

Figura: 74 Painel Alexandre Herchcovitch


Fonte: http://estilo.uol.com.br/moda/album/herchcovitchv09_album.jhtm
84

O estilista Gesoni catarinense, com sua marca no shopping Itaguaçú em Florianópolis,


trabalha com vestidos de festas e suas coleções são desenvolvidas através de temas. A
coleção para inverno 2009 - 2010 foi inspirada na cidade de Dubhai. O material em destaque
nas suas coleções são os jeans. Nas peças podemos observar releituras da moda, babados,
renda e transparência. Tornando suas coleções em importantes pesquisas.

Figura: 75 Painel Gesoni Pawlick


Fonte: http://www.mostramodajeans.com.br/scmostra

5.2.1 Estado do design de lingerie

De acordo com o site textilia,(2008) o estado do design esta recheado de praticidade e


feminilidade.
Nos sutiãs trabalhados com pequenos acessórios como argolas, rendas românticas e
brilhos, que trazem o efeito do bordado com paetês e dos cristais, permitindo a exploração de
decotes, tanto do busto quanto das costas.

Figura: 76 Efeitos bordados


Fonte: www.textilia.net
85

Figura: 77 Aviamentos como argolas


Fonte: www.textilia.net

Já em relação às tonalidades, as lingeries continuam com as cores do verão, com o


amarelo, o vermelho, o rosa, o azul, os tons metalizados compostos pelo prata e pelo
dourado, além dos básicos branco, preto, chocolate e bege.

Figura: 78 Cores neutras como branco


Fonte: www.textilia.net

As calcinhas estão pequenas, porém confortáveis e as mais usadas e vendidas no


varejo são as String - assim que agora é chamado o fio-dental.
Os “strings” estão em materiais mais confortáveis, como a microfibra, que também
deixa o modelo com menos cara de “vestida para atacar”.

Figura: 79 Calcinhas confortáveis Figura: 80 String de matérias de microfibra.


Fonte: www.textilia.net Fonte: www.textilia.net
86

Outras atrações das ruas são as cores e estampas. Cores - roxo, laranja e pink – fortes
ou suaves são para ficarem a mostra nos decotes.
Nas estampas estão a geometria com listras, poás, junto com muita onça e zebra.

Figura: 81 Listras Figura: 82 Poás


Fonte: www.uol/moda.com.br Fonte: www.uol/moda.com.br

Roxo e muito enfeite na lingerie feita para aparecer, da Fruit de la Passion.

Figura: 83 Roxo cor em destaque


Fonte www.uol/moda.com.br

Cartela de cores da empresa Lycra. Cores neutras e pastéis.

Figura: 84 Cores neutras


Fonte:www.uol/moda.com.br
87

Nas peças de noite, e mais sofisticadas, as rendas estão bem presentes, também como detalhes
nas alças e muitas aplicações.

Figura: 85 Detalhes nas alças


Fonte: www.uol/moda.com.br

Figura: 86 Estampas de bicho


Fonte: www.uol/moda.com.br

Figura: 87 Rendas e modelagem confortável


Fonte: www.uol.com.br/moda
88

6 CONCEITO DO PRODUTO

Este processo consiste na imagem, definindo o que este produto apresentará diante do
mercado e do público alvo. Para concretização do conceito formulou-se um mapa conceitual,
tendo ponto de partida o planejamento de coleção.

Figura: 88 Mapa do conceito


Fonte: Autora
89

● Do invisível para o visível – Responsável pelo aparecimento dos detalhes das


peças intimas, para o vestuário;
● Exclusividade – Esteticamente atraente;
● Conforto – Representa a praticidade e peça confortável que não incomoda com
seus atributos;
● Exagero – É o excesso permitido dos materiais;

Figura: 89 Painel de conceito


Fonte: Autora
90

7 DESENVOLVIMENTO

Esta etapa consiste em filtrar as informações das pesquisas bibliografias e de campo,


esboçando a forma de desenvolvimento da coleção, através das gerações de alternativas.
Foram desenvolvidos 30 (trinta) desenhos ilustrados, para analisar as formas e materiais
determinando assim, uma coleção de 15 (quinze) looks, sendo 3 (três) confeccionados.

Figura: 90 Mapa de desenvolvimento


Fonte: Autora
91

7.1 ATRIBUTOS DA COLEÇÃO

Uma coleção deve conter a união com o conceito para que seja viável e aceita. A
partir disso se define o segmento e as linhas referentes ao mix de produtos, contendo aspectos
funcionais, estético, simbólicos e emocionais.
A partir do mapa de desenvolvimento, os processos criativos seguem uma analogia de
imagens e a técnica de Mescrai, misturando os produtos para definição de características,
formas, cores e materiais.

7.1.2 Funcionais

Quatro palavras chaves determinam o conceito: Visível, conforto, exagero e


exclusividade. Destas pode se definir que como funcional na coleção, a mais importante é o
conforto e o exagero. O conforto com seus tecidos leves, simples com composições de
algodão e poliéster, e contendo materiais de fácil manuseio. O exagero se trata das formas e
materiais ligados ao tema, resgatando as características do século IXX. O bordado, babados,
brilho e pedraria se misturam numa união de harmonia e cores. As peças foram criadas para o
inverno, sendo que, a coleção oferece um mix de produtos rico em detalhes que poderão ser
usados em ambientes fechados sem a proteção de casacos. Com essas características o
público alvo tem a oportunidade de desfrutar desta coleção para eventos noturnos.

7.1.3 Estéticos

A criação do design de moda requer atributos atraentes. Como a coleção já oferece a


mistura dos materiais como pedraria, bordados e demais, os aviamentos foram simples para
não causar impacto visual negativo. Sendo eles, botão de massa e metálico e zíperes
invisíveis. As peças terão bordados com pérolas, miçangas e pedras coloridas nas tonalidades
de dourado e vermelho. Essas cores foram escolhidas para a harmonia com os tecidos que
levam um toque macio e uma sensação de leveza pela sua composição e alguns pela sua
transparência. O público alvo além de ter o agrado visual, poderá sentir essa sensação do
toque ao vestir as peças, porque o tema permite a sensação do resgate histórico e emocional
de cada característica feminina da época.
92

7.1.4 Simbólicos

Quando as pessoas escolhem uma determinada roupa, elas não estão provando ou
comprando apenas tecidos costurados, e sim, o que levam essa costura. Para que esteja
ligado emocionalmente o produto e o cliente, a coleção de Santa Madre resgata valores
históricos os tornando símbolos da característica feminina que envolve a moral, a
sensualidade, a fantasia e o fantástico mundo de seduzir.
O que permite essas características da coleção é o estudo dos temas Molin Rouge e
Belle Époque que acontece no século XIX, onde as mulheres apontadas pela sociedade, como
artistas e dançarinas, tornam-se referencias de moda. Ao vestir essas peças perceberão que os
detalhes são envolventes, delicados e que as tornarão românticas e mais bonitas, fatores
importantes para o uso de uma peça.

7.1.5 Emocionais

Como foi citado no aspecto simbológico, é necessário que a roupa se torne algo para
as clientes se sentirem bem com suas formas e se atraírem pelos atributos que a coleção
oferece. Falando emocionalmente, essa coleção resgata o desejo de usar o proibido. Isso está
relatado na pesquisa histórica aonde foi determinado os temas. Sendo assim, esse atributo
está ligado as características dos temas que determinavam o que as mulheres podiam e não
podiam usar. O foco são as lingeries que até uma determinada época só podiam ser
compradas pelas cortesãs, artistas e dançarinas. Resgatando o proibido, a Santa Madre
oferece uma coleção com os frufrus e babados proibidos da época e que agora podem ser
usados sem medo e com muito exagero.
93

7.1.6 Formas

Modelagem do século IXX: Peças ajustadas ao corpo, ombros e mangas com


volumes, colo em destaque deixando as peças bem femininas e delicadas. A sobre posição é
de grande destaque, substituindo as vastas e numerosas saias e anáguas que as mulheres
usavam. Nesta coleção observaremos que as saias são minis, devido à valorização das formas
femininas e tendência, dando assim, a oportunidade á marca Santa Madre desenvolver um
mix de produtos contendo também meias calças bordadas.

Figura: 91 Painel formas


Fonte: Autora
94

7.1.7 Materiais

Os materiais são diferenciados com características das peças intimas. Contendo


bordado, brilho e transparência. As peças de aviamentos se destacarão na pedraria bordada
nos tecidos lisos e os trabalhados com rendas. Os demais aviamentos serão discretos.

Figura: 92 Painel materiais


Fonte: Autora
95

7.1.8 Tecidos

Os tecidos foram escolhidos com cuidado. Para que expressem delicadeza e leveza
como inspiração são as peças intimas da época, serão trabalhas com tecidos finos e
encorpados. São eles:
- Cetim: 97% Poliéster, 3% Elastano;
- Two Way: 75% Poliéster, 50% Algodão;
- Renda: 72% Coton, 28% Poliamida;
- Malha: 67% Poliéster, 33% Viscose
- Sarja: 67% Poliéster, 33% Algodão;
- Tafetá: 100% Poliéster;
- Organza: 100% Poliamida;
- Seda: 100% Poliéster;
- Jeans: 50% Poliéster, 50% Algodão;
- Lesy: 50% Poliéster, 50% Algodão;
- Tricoline: 96% Algodão, 4% Elastano.

Figura: 93 Painel tecidos


Fonte: Autora
96

7.1.9 Cores

As cores são selecionadas através da tabela de tendência, dos figurinos e lingerie da


casa de show Molin Rouge, contendo combinações metálicas nos materiais. Padrão pantone.

Figura: 94 Painel cores


Fonte: Autora
97

8 COLEÇÃO INVERNO 2009/2010

Seguindo os atributos e conceito, permitiu-se a escolha de 15 looks para coleção final.


Sendo esta dividida em três linhas para nigth wear:
- Linha Básico – Para final de tarde “encontro com os amigos”;
- Linha Fashion – Para noite “bares e boates”;
- Linha Vanguarda – Para festas “eventos sociais”.

Figura: 95 Identificação da coleção


Fonte: Autora
98

8.1 Release !
De um desejo incomum! De um toque artesanal! De valores tradicionais!
Esta coleção é a verdadeira troca da sensibilidade feminina para a ousadia.
A coleção é o resgate dos valores culturais para clientes especiais com temas
polêmicos que trazem em sua bagagem a modificação do comportamento e estética. Com
características únicas, abre as cortinas do anonimato e coloca em exposição à intimidade
sensível e delicada da feminilidade das peças de lingerie do século IXX, onde dançarinas
libertam-se da moralidade e mostram suas fitas e rendas secretas.
As peças surgem no meio de camadas sobreposições e babados, com modelagem rica,
roupas justas e com volumes dando evidencia as formas femininas.
Seus bordados e brilhos representam a beleza da mulher na boêmia, sem descartar a
sua integridade, e sim destacando sua delicadeza e sensualidade.
A cartela de cores é suave com combinações metálicas e de cores vivas e quentes.
Um encanto de coleção, que transformará as simples ocasiões em grandes
espetáculos!
99
100

Figura: 96 Look 01
Fonte: Autora

8.1.1 Look 01

Blusa de algodão sobre posta a uma regata de renda. Para ajustar as peças um cinto
largo com modelagem de um corpete, feito com tecido de tafetá e forrado com entretela para
ficar encorpado. A calça jeans acompanha a combinação para um look simples e os materiais
são botões de metal e zíper invisível.
101

Figura: 97 Look 02
Fonte: Autora

8.1.2 Look 02

Corpete feito de tafetá, forrado com entretela barbatanas. Mangas e gola de seda. As
demais peças como lingerie e meia calça, são complementos de produção de moda. A meia é
bordada com renda e a calçinha em paetês.
102

Figura: 98 Look 03
Fonte: Autora

8.1.3 Look 03

Bermuda social em two way, e barra bordada com pérolas. Blusinha manga curta
sobrepondo uma manga longa de malha listrada. Compondo o visual um topo bordado com
perolas de tafetá.
103

Figura: 99 Look 04
Fonte: Autora

8.1.4 Look 04

Vestido de mangas bufantes, de tafetá e organza. Para compor visual uma manga
longa de malha listrada, e fita de cetim no pescoço. Os materiais são apenas botões de metal.
104

Figura: 100 Look 05


Fonte: Autora

8.1.5 Look 05

Saia modelo lápis de seda, regata branca de tricoline sobreposta blusinha de organza
bordada com mangas bufantes de tule bordado.
105
106

Figura: 101 Look 06


Fonte: Autora

8.1.6 Look 06

Vestido godê de algodão, com mangas de algodão bordado e fita de seda na cintura.
Os materiais utilizados foram botões de metal.
107

Figura: 102 Look 07


Fonte: Autora

8.1.7 Look 07

Vestido de cetim com um corpete de vinil e para compor uma cinta liga
e meias calças.
108

Figura: 103 Look 08


Fonte: Autora

8.1.8 Look 08

Casaco de tafetá com recortes presos com botões de metal , saia evasê de cetim
bordada com renda. Para compor, luvas de cetim.
109

Figura: 104 Look 09


Fonte: Autora

8.1.9 Look 09

Blusa com gola de babados de lesy bordada com renda e sobreposta a uma blusinha
de malha listrada 7/8 e para ajustar as peças um corpete de tafetá bordado de renda. Bermuda
de algodão modelo balonê. Para compor, luvas e cinta liga solta sobre a bermuda.
110

Figura: 105 Look 10


Fonte: Autora
8.1.10 Look 10

Camisa manga longa de tricoline com os punhos bordados com renda branca, uma
regata de renda sobreposta e saia de babados de cetim. Para compor gravata de cetim preta.
111
112

Figura: 106 Look 11


Fonte: Autora

8.1.11 Look 11

Vestido de organza godê, com uma regatona de renda recortada e costurada somente
nos ombros. E para ajustar uma cinta de cetim.
113

Figura: 107 Look 12


Fonte: Autora

8.1.12 Look 12

Casaco de sarja com babados na cintura e bordados nas mangas de pérolas e nas golas
renda. Blusinha de cetim com gola de renda, uma calcinha grande modelo calçolão e para
compor cintas ligas soltas sem prender nas meias.
114

Figura: 108 Look 13


Fonte: Autora

8.1.13 Look 13

Blusa de seda com punhos bufantes, corpete de tafetá forrado de entretelas, saia de
organza e calcinha de algodão. Para compor meias e cinta liga.
115

Figura: 109 Look 14


Fonte: Autora

8.1.14 Look 14

Sobre tudo com mangas bufantes e com recortes bordados com apliques de renda.
Calça de malha justa.
116

Figura: 110 Look 15


Fonte: Autora

8.1.15 Look 15

Vestido de alça como base e preso na cintura vestido com babados bordado no corte godê.
Sobre posto um bolero de tricô bordado em pérolas.
117

9 DETALHAMENTOS DA COLEÇÃO

9.1 Dados ergonômicos

Segundo Grandjean, (1998), a palavra ergonomia vem do grego: ergon = trabalho e


nomo = legislação, normas. De forma abreviada, a ergonomia é a ciência da configuração de
espaço e produto adaptada ao homem. Complementa ainda a autora que a ergonomia é para
proporcionar o bem estar e conforto no dia a dia, sendo que na moda esta questão também se
faz presente.
Seguindo estes termos as peças apresentadas focam este conceito. Além de embelezar
o público alvo, oferece conforto e bem estar.
A pesquisa de campo contribuiu para a decisão de formas e atributos. Os materiais
escolhidos foram sob esta pesquisa em harmonia e design. Tecidos em 100 % algodão estão
presente na maior parte da coleção pela sua textura macia e de seu toque suave.
As composições de tricoline com elastano formam peças com um ótimo ajustamento
as formas físicas, proporcionando movimentação adequada.
As peças de 100% poliamida nos trazem a leveza e um toque delicado e macio. Tendo
como destaque também o poliéster tecido tecnológico que proporciona o brilho e um
encantamento com sua textura fria e lisa.
Ainda uma preocupação de embelezar, fator nesta coleção considerado ergonômico,
esta relacionada à aparência e organização da forma contendo modelagem simples, porém,
detalhadas em babados e peças justas. Estes contrapontos são o equilíbrio para a coleção,
dando um ar de feminilidade e delicadeza. Em suas cores pode-se observar a variedade
extraída dos temas. Cada pigmento expressa os acontecimentos; Os tons avermelhados são
fortes e representam e sensualidade da época, os tons de rosa são a pura delicadeza e as
combinações metálicas, são a representação das jóias que eram muito presentes na vida das
mulheres da Belle Époque.
As peças são de estilo clássico, único e ao mesmo tempo esbanja romantismo com
detalhes em bordados e rendas, com materiais especiais como seda e cetim representando o
brilho, próprio para uma programação noturna.
118

9.1.1 Usabilidade

A coleção oferece peças de tamanhos P-M-G. Com grade exclusiva, as únicas


repetições serão das meias, lingeries, camisas e saias de cores lisas.
Peças para eventos noturnos, desde reuniões e jantares com amigos até festas
badaladas. O brilho e as cores são referentes a estes ambientes.
As consumidoras não encontraram dificuldade de vestir suas peças, devido a escolha
de materiais simples, como botões de massa e metal de tamanhos médios e pequenos, e
zíperes invisíveis. Isso se deu devida as suas formas e brilhos que já exerce um certo exagero
tornando assim uma coleção harmônica.

9.1.2 Limpeza e Manutenção

Pelos materiais delicados deverão ser guardados em lugares sem acesso ao calor, e
muitas dobraduras. Na lavagem será necessário muito cuidado, e recomenda-se que seja a
mão e sem utilização de produtos químicos como alvejantes.
Neste caso a legislação atribui-se as etiquetas. Estas estarão conforme necessário, com
especificação de uso e qualidade sendo de materiais nocivos a problemas na pele.
Segundo a regulamentação do INMETRO e o CONMETRO, todas as etiquetas
deverão conter as seguintes informações:

FABRICADO POR (*) Indicação do fabricante ou importador do


produto sem abreviações
CNPJ (*) O CNPJ do fabricante ou importador
TAMANHO (*) Indicação de Tamanho
COMPOSIÇÃO (*) Composição têxtil do produto em massa
na forma percentual
MODO DE CONSERVAÇÃO (*) Modo de conservação quanto a lavagem,
alvejamento, secagem, passadoria e secagem
FABRICADO NO (*) A indicação do país de origem do
produto.

Figura: 111 Quadro de identificação de etiquetas


Fonte: Autora
119

9.1.3 Modo de conservação da coleção Santa Madre:

Peças com composição de algodão:

Figura: 112 Imagens de conservação para tecido de algodão


Fonte: Autora

Peças com demais composições:

Figura: 113 Imagens de conservação para tecido acrílico


Fonte: Autora
120

10 DESENVOLVIMENTO – CONFECÇÃO

Segue os três looks escolhidos para o desenvolvimento.

01 02 03

Figura: 114 Confecção


Fonte: Autora
121

10.1 Look 01 Linha vanguarda

Vestido com sobreposição de tecido liso e estampado, bordado com pedraria,


miçangas e pérolas. Desenvolvido com as maquinas reta e overlock, e seu aviamento é zíper
invisível.
O bolero é tricô bordado com pérolas.
A modelagem foi desenvolvida em tamanho real da manequim. Dando a oportunidade
de trabalhar o corte direto no tecido, sem precisar de moldes.
Foi um trabalho manual, do qual poderia ganhar o nome de moulage, porém no
decorrer do desenvolvimento, por dificuldades na mão de obra, preferiu-se cortar as peças
nas medidas, sem mesmo trabalhar o tecido direto no corpo. Após estes cortes, uniram-se as
peças para prova, e assim executar as tarefas finais de costura.

Corte:

Figura: 115 Peças vanguarda


Fonte:Autora
122

Positivo: Os pontos positivos em trabalhar com esta modelagem foi estar exatamente
dentro dos padrões do corpo da manequim, permitindo facilidade na costura.
Negativo: Não existir moldes, e o tempo de confecção fica mais demorada que o
normal.
Modificações de look: No decorrer da confecção percebeu-se que havia problemas na
harmonia do look referente ao bolero. Por se tratar de peças de inverno optou-se por uma
peça de mangas e mais fechado.

Figura: 116 Look em teste Figura: 117 Look desenvolvido


Fonte:Autora Fonte:Autora
123

10.1.1 Detalhamento Técnico – Ficha Técnica look 01


124
125
126
127

10.2 Look 02 Linha Básico

Corpete de tafetá forrado com entretela e ajustado com barbatanas contêm um zíper de
60 cm nas costas, invisível. Manga e gola de seda.
Para compor um look completo utilizou-se produção de moda com uma calcinha
bordada manualmente com paetês branco, e meia calça 7/8 com renda costurada no elástico.
Positivo: O modelo se encaixara perfeitamente com o material escolhido. Ficará justo
ao corpo dando sensação de abdômen firme e comprimido como os espartilhos representados
nos temas do projeto.
Negativo: O look ainda esta em confecção, e sem fotografias dos tecidos em corte,
um erro de procedimento.
Modificações do look: Para confecção das peças separadas, gola e manga bufante,
não teve um bom resultado estético e formal. O tecido escolhido ficou maleável. Para solução
houve uma troca na composição. A regata de renda que fazia parte do look 03 passa a ser um
complemento neste look. O corpete também ganha um babado na barra cobrindo a cintura e
formando um conjunto de peças harmônico. As peças confeccionas estão representadas em
desenho:

Figura: 118 Look em teste Figura: 119 Look desenvolvido


Fonte:Autora Fonte:Autora
128

10.2.1 Detalhamento Técnico – Ficha Técnica look 02


129
130
131
132

10.3 Look 03 Linha Fashion

Camisa de tricoline com elastano com os punhos bordados com renda branca. Contém
6 botões de massa branco. Sua composição é de uma saia verde de babados de cetim fechada
com um zíper invisível.

Corte:

Figura: 120 Peças linha fashion


Fonte: Autora

Positivo: O look completo apresenta um ótimo visual.


Negativo: O tecido de cetim da saia não proporcionou bom resultado. Por ser um
tecido muito fino, o procedimento de corte não foi adequado formando muito volume e tendo
mau caimento ao corpo.
133

Modificações do look: Como foi citada no look a cima, tivemos a troca da regata de
renda. Para substituir esta peça, foi confeccionado o cinturão de tafetá apresentado em um
look da coleção. E para o restante da composição teremos uma gravata de cetim preta.

Figura: 121 Look para teste Figura: 122 Look para confecção
Fonte:Autora Fonte:Autora
134

10.3.1 Detalhamento Técnico – Ficha Técnica look 03


135
136
137
138

10.4 Look 4:

Na determinação dos três looks percebe-se que o tempo permite a confecção de mais
uma peça da coleção. Sendo ela o look 4, um sobre tudo em tecido two way com apliques de
renda bordados em cima de seu recortes.

Corte:

Figura: 123 Look para teste


Fonte:Autora

Positivo: O tecido teve um ótimo caimento, por conter elastano e um pouco de brilho
torna uma peça social, podendo ser usada também como vestido. Justa ao corpo com as
mangas bufantes, tem botões de pressão que ficam escondidos em um acabamento na frente
da peça.

Figura: 124 Look 04


Fonte:Autora
139
140
141

11 FUNÇÃO DE MARKETING

Produto – Praça – Promoção – Preço

11.1 PRODUTO

Os produtos são divididos em três linhas de coleção com peças para nigth Wear, cada
linha foi desenvolvida para um horário ou atividade.
• A linha básica é para encontros no final de tarde, como reuniões de amigos,
jantares e festas mais intimas. Isso porque apresenta looks mais simples com peças mais
discretas. Poderão ser compostas com jeans, por exemplo, dando um ar fashion e descolado.
• A linha fashion é para eventos em bares e boates, como para aniversários e
demais. Isso porque suas peças são mais ousadas e com mais informações em bordados e
produção.
• A linha vanguarda é para eventos sociais porque oferece vestidos bordados,
transparência e peças com renda.
Além disso, a coleção tem um mix de produtos como: meia calça bordada, lingerie
bordada com paetês e luvas.
Todos os produtos estão com etiquetas de identificações para cuidados, tag
informativo da coleção e etiqueta da marca.

11.1.1 Logotipo

Santa Catarina tem uma forte influencia religiosa das cidades de interior que acabam
trazendo referencias para todo o estado. A cidade Nova Trento é um exemplo disso que
recebe seguidores de todo o país. Por ser uma marca Catarinense Santa Madre segue essas
influencias inclusive na escolha do nome. Para fortalecer a escolha temos a inspiração da
coleção que são as lingeries das dançarinas do Molin Rouge, dando um choque interessante
para a marca.

Figura: 125 Logo


Fonte:Autora
142

11.1.2 Cartão de visita e Papel timbrado

O cartão de visita é frente e verso e acompanha a proposta de logo, cores e fonte. Nele
contém identificação da marca, site, ponto de venda e ou designer. O papel timbrado também
é padronizado.

Figura: 126 Cartão de visita


Fonte:Autora

Figura: 127 Papel timbrado


Fonte: Autora
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11.1.3 Tag e etiqueta

O tag tem a função de informar o tema da coleção. É feito de material reciclável,


prezo com uma fita de cetim para ser retirado facilmente.
A etiqueta é de dois modelos, um com as inicias da marca e a outra com a logo, ambas
são bordadas em tecido brilhoso, seu modelo é conhecido como clips, sendo preza na lateral
ou na barra do lado externo das peças. As únicas etiquetas internas são as com indicações de
lavagem e secagem.

Figura: 128 Tag informativo Figura: 129 Etiqueta


Fonte:Autora Fonte:Autora
144

11.1.4 Embalagem

As embalagens são simples como sacola e cubos de papel reciclável, com fita de
cetim dourada. As caixas de presentes serão forradas com papel vegetal com a função de
proteger por se tratar de peças delicadas. O material escolhido representa uma pequena
conexão com a sustentabilidade.
Apesar da coleção não apresentar nenhuma conotação com este assunto em seu tema e
materiais de desenvolvimento, a marca preocupou-se em utilizar corretamente suas
embalagens, sendo elas sustentáveis e corretas ao meio ambiente.

Figura: 130 Painel de embalagens


Fonte: Autora
145

11.2 PROMOÇÃO

11.2.1 Brinde

A marca Santa Madre resgata temas que envolvem a história da moda e


comportamento de mundos diferentes vividos pela moralidade e a boemia. A música é a
própria representação da expressão que para época é muito marcante. Vinda da casa de show
Molin Rouge a música envolve os sentidos através de suas lindas dançarinas e suas vestes
fantásticas e coloridas, locais que despertam a sensibilidade através de seus aromas florias e
com palavras chaves que determinam uma época revolucionaria da boêmia Paris: Verdade -
Beleza – Liberdade e Amor.
Diferentes de outras marcas a Santa Madre investe culturalmente nas questões
histórias resgatando para sua publicidade a vantagem da designer da marca ser Dj ligando
esses dois mundos MÚSICA X MODA.
Através disso os brindes promocionais oferecem as características marcantes da
coleção:
• Um Cd com música ambiente que envolve as diversas personalidades,
exclusivamente o público alvo que está “antenado” com as atualidades da cultura em geral.
As músicas foram selecionadas pela Designer que ligou a cada nota musical
com suas inspirações, um estilo Chill Out, onde as clientes vão se sentir envolvidas em um
ambiente agradável e aconchegante.
• Um sache com aroma floral para despertar os sentidos da paixão, atração e
felicidade.

Figura: 131 Capa do cd brinde Figura: 132 Sache


Fonte:Autora Fonte:Autora
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11.2.2 Publicidade e Propaganda

11.2.2.1 Site
No site estarão os contatos de pontos de venda e promoções da marca. Uma página de
fácil navegação, aonde as clientes encontrarão as novidades, e todas as coleções, tendo
também um link para acesso dos desfiles em tempo real, ou de coleções passadas.
Página inicial da Web:

Figura: 133 Site


Fonte:Autora

11.2.2.2 Outdoor

Serão distribuídos outdoors em pontos estratégicos anunciando a chegada de mais


uma coleção.

Figura: 134 Outdoor


Fonte:Autora
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11.2.2.3 Catálogo

O catálogo é composto com a produção de moda da coleção para venda das peças,
apresentação da marca e design.

Catálogo:

Figura: 135 fotos catalogo


Fonte:Autora
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11.3 PRAÇA E PREÇO

Os produtos Santa Madre estarão disponíveis em lojas de Multi Marcas nos shoppings
das cidades de Balneário Camboriú e Florianópolis.
A marca não possui loja própria. Suas ações de lançamentos são feitas através do site
e divulgação através de seu catálogo, outdoors e showroom.
Como novidade o Marketing da empresa trabalha com uma estratégia vinda da Europa
para criar diferencial, a Guerrilla Store.
O objetivo da estratégia é criar desejo, despertar curiosidade, divulgar o conceito de
exclusividade e é claro, gerar diferencial competitivo para as marcas de moda. Guerrilha
Store é uma conceito de marketing onde marcas famosas abrem suas lojas em locais
badalados e por um curto período de tempo.
Para essa coleção a Guerrilla Store terá local determinado indiferente de cidade ou
país que esteja. Será em uma galeria de artes para unir a coleção com as obras de Toulouse
Lautrec, importante impressionista da época da Belle Époque que retrava as dançarinas e
cortesãs do Molin Rouge, que serão a decoração do local. O público desfrutara de um
ambiente aconchegante e musicalizado, sempre com DJs renomados e atualizados com os
temas inspirados na coleção.
O tempo desta ação será de acordo com a programação do local que disponibilizará o
espaço para a exposição do artista e showroom da marca.
Por serem peças exclusivas, a Santa Madre trabalha com custos referentes ao mercado
e concorrentes.
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12. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar da roupa intima não ser novidade em forma de vestuário, o mercado não
explora a questão histórica e da evolução de sua modelagem. Este resgate é o foco mais
importante deste projeto que trouxe em sua linha bibliográfica o estudo histórico da evolução
do vestuário e das peças intimas femininas.
No decorrer dos anos percebe-se que além de necessidade, a lingerie torna-se um fator
importante para a vaidade feminina. Das dançarinas de can-can até os guarda roupas das
mulheres fiéis à moralidade, a lingerie ganha espaço garantido uma evolução disparada.
A atualidade comprova isso com coleções ricas em detalhes e atributos interessantes.
A novidade em lingerie começa a aparecer quando as mulheres se deparam com a
necessidade de proteção. Porém se fossemos questionar desde a Pré-história, as mulheres já
usavam peças as quais protegiam suas intimidades, tendo também preocupação com suas
formas. Mas foi na Belle Époque, onde tudo era em torno de muito exagero, que a moda
começa ganhar uma proporção importante. As mulheres eram muito mais adornadas e tinham
mais liberdade para mudanças. As roupas intimas ganham um espaço destes adornos, quando
as dançarinas de bordéis, sedutoramente, colocam suas pernas a mostra com suas ceroulas
rendadas.
Muitas, conforme as danças bordavam a parte de trás destas peças para despojá-las em
cima do palco.
Para as mulheres de família, que seguiam as regras da moralidade, estas peças intimas
tornam-se proibidas, pois como poderiam ousar em copiar estas artistas provincianas, que
colocavam suas fitas e rendas a mostra? Mais foi tomando a liberdade de proteção que
deixam as anáguas como suas segundas saias, pois as ceroulas invadem suas necessidades.
Com o tempo isso passa a ser moda e todas usam peças intimas dando mais ênfase e
sensualidade a seu corpo. A principio eram peças grandes com muitos enfeites. Tinham
rendas e fitas, e com o tempo elas foram diminuindo e ganhando outras formas. A parte
superior dá vantagem aos espartilhos que muito antes da Belle Époque e das dançarinas de
bordel, tem passagem histórica. Esta peça não era apenas usada como proteção, mas também
para enriquecer o corpo dando formas, tendo como destaque o século XIX a forma S. Esta
moda não é somente feminina, pois os homens também tinham preocupação com sua forma,
usando ataduras na cintura para se sentirem mais afunilados.
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Tendo como base fatores históricos, resgata-se os frufrus das peças intimas usadas na
Belle Époque e das dançarinas do Molin Rouge, para desenvolvimento da coleção, que tem
muito viva em suas peças, os babados e bordados. Coleção que não escolhe seu publico alvo,
mas conquista mulheres que dão importância a cultura e a festas sociais, como eram as lindas
damas da época.
Pensando nisso, não só na riqueza de detalhes, a coleção traz a oportunidade de ser
usada desde lugares simples a festas sociais. Porque abrange a sobreposições referentes às
saias e anáguas, o exagero de materiais vindo dos exageros sociais da época e detalhes da
própria peça de lingerie, como ajustes dos espartilhos, rendas, fitas, babados e frufrus da
peças inferiores.
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13 BIBLIOGRAFIA

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Salamandra, 1992.

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< http://chic.ig.com.br/materiais> Acesso em: 10 set. 2008.

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