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AULA 1 - DIREITO INTERNACIONAL

RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL
1.Conceito
A responsabilidade internacional é o instituto jurídico em virtude do qual um sujeito de
direito internacional que perpetrou um fato ilícito internacional deve proporcionar ao sujeito de
direito internacional que sofreu a violação uma reparação adequada. Não somente Estados
podem violar o direito internacional e sofrer violações, todavia trabalharemos só com eles
porque, na prática, as principais normas internacionais em matéria de responsabilidade
internacional envolvem a responsabilidade internacional dos Estados.
Hoje, em matéria de responsabilidade internacional dos Estados, não há nenhum
tratado em vigor de abrangência universal. Há somente um projeto da Comissão de Direito
Internacional de 2001 sobre a responsabilidade dos Estados por fatos e ilícitos internacionais.
A Comissão de Direito Internacional é órgão subsidiário da Assembleia Geral da ONU, criada com
base no artigo 221 da Carta da ONU em 1947. Sua função principal é estudar e investigar diversos
temas em matéria de direito internacional a fim de formular projetos de codificação.
Na medida em que o projeto reflete o atual costume internacional, ele já pode ser evocado. A
prova disso está na jurisprudência de diversos tribunais internacionais que já fazem menção a
esse projeto quando decidem controvérsias em matéria de responsabilidade internacional. (A
CIJ já fez diversas menções a esse projeto.) Sobre outros sujeitos de direito internacional, as
normas também se encontram no costume internacional.
Em 2011, saiu um projeto da Comissão de Direito Internacional sobre a responsabilidade
das organizações internacionais por fatos ilícitos internacionais. Os dois projetos são
basicamente iguais, porque a responsabilidade internacional dos Estados serve de parâmetro.

2.Responsabilidade Internacional dos Estados


No projeto de 2001, nos países que empregam línguas latinas tem se preferido falar em
‘fato ilícito’ e não ‘ato ilícito’. A escolha deve-se ao fato de que ao trabalhar com ‘fato ilícito’, o
ilícito não está necessariamente ligado a uma ação. Um ilícito pode decorrer tanto da ação
quanto da omissão.

2.1Modalidades da Responsabilidade Internacional


A responsabilidade internacional possui duas modalidades. A primeira é a regra e a
segunda é a exceção.

a)Responsabilidade Internacional por fatos ilícitos internacionais


Pode-se ser responsabilizado ao violar uma norma internacional. Essa regra tem por
base o costume internacional.

b)Responsabilidade Internacional por atos não proibidos pelo direito internacional


São os casos nos quais o Estado pode responder sem ter violado nenhuma regra
internacional. Essa modalidade de responsabilidade internacional está conectada ao
desempenho de atividades que acarretam normalmente riscos excepcionais. Em inglês a
expressão é ‘ultra hazardous activities’. Há nesse contexto certos tratados que preveem
responsabilidade mesmo sem a violação do direito internacional. Esses tratados dispõem que o
desempenho de atividades que geram riscos excepcionais por eles descritas gera
responsabilidade internacional quando causa danos a outro Estado participante dos tratados.
Exemplos:
 Convenção de 1963 que regula a responsabilidade internacional em decorrência da
exploração civil de energia nuclear (Chernobyl seria uma possibilidade de aplicar esse
tratado, mas a URSS não era parte dele. O Brasil é parte desse tratado.);

1 A Assembléia Geral poderá estabelecer os órgãos subsidiários que julgar necessários ao desempenho de suas funções.
 Convenção de 1969 sobre transporte marítimo de óleo;
 Convenção de 1972 sobre o lançamento de objetos espaciais.

Essa responsabilidade não tem por base o costume internacional, é baseada em


tratados. Ela não pode ser invocada se o Estado em questão não for partícipe do tratado.

2.2Normas primárias e secundárias


Normas sobre a responsabilidade internacional são normas de natureza secundária no
âmbito do direito internacional. Secundária porque são normas sobre normas (conceito de
normas de Herbert Hart).
As normas primárias estabelecem direitos e obrigações internacionais (ex.: direito à
vida, à liberdade de expressão).
As normas secundárias preocupam-se em regular o próprio regulamento das normas
primárias. Quando queremos saber como ocorre a implementação, alteração e elaboração das
normas primárias, temos normas secundárias (ex.: fontes do direito internacional,
responsabilidade internacional e meios de solução pacífica de controvérsias).
No código penal brasileiro, as normas primárias e secundárias são apresentadas em
sequência. Por exemplo, o artigo 121 caput apresenta a norma primária estabelecendo uma
obrigação (não matar) e uma norma secundária estabelecendo a consequência da violação
(pena 6 a 8 anos).
Normas primárias podem ser encontradas em todas as fontes do direito internacional:
isso vale para tratados, costume internacional, princípios de direito, etc.
Atualmente, as normas secundárias que versam sobre a responsabilidade internacional
de um Estado por fatos ilícitos internacionais são encontradas no costume internacional. Por
exemplo: se a Carta da ONU for violada por um Estado, nas normas sobre responsabilidade
internacional encontraremos as consequências de tal violação. Outro exemplo: se a imunidade
de um chefe de Estado for violada, as regras no costume internacional determinarão as
consequências.

2.3Preocupações do direito internacional sobre a responsabilidade internacional dos Estados


Há três grandes preocupações no âmbito do direito internacional no que concerne a
responsabilidade internacional dos Estados:
 determinar se há um fato ilícito internacional pelo qual o Estado deva ser
responsabilizado;
 saber quais são as consequências jurídicas desse ilícito;
 definir como a responsabilidade internacional será implementada.
O projeto de 2001 também está dividido em três partes e cada uma delas corresponde
às preocupações do direito internacional. A primeira etapa é sobre a origem da responsabilidade
internacional, a segunda menciona as consequências e a última versa sobre a implementação.

2.3.1Determinar se há um fato ilícito internacional pelo qual o Estado deva ser responsabilizado
Na doutrina brasileira, essa determinação passa pelo exame dos elementos da
reponsabilidade internacional. Os elementos são três:
 o fato ilícito internacional;
 a imputabilidade/atribuição e;
 o dano/prejuízo.

a)Fato ilícito internacional


O artigo 1º do projeto de 2001 da Comissão de Direito Internacional afirma que todo
fato ilícito internacional de um Estado acarreta a responsabilidade internacional do Estado em
questão.
O artigo 2 define:

Há um fato ilícito internacional de um Estado quando uma conduta ativa ou omissiva:


i)puder ser atribuída a esse Estado segundo o direito internacional;
ii)constituir uma violação de uma obrigação internacional do Estado em questão.

O artigo 12 menciona que há violação de uma obrigação internacional de um Estado


quando a sua conduta não está em conformidade com o que a obrigação internacional requer
do Estado em questão.
O artigo 13 diz que não há violação de uma obrigação internacional quando o Estado
não está vinculado a cumprir a obrigação em questão.
O artigo 3, nesse sentido, afirma que um Estado não pode invocar suas disposições de
direito interno para justificar a prática de um ilícito internacional. A definição do que constitui
um fato ilícito internacional não é afetada por disposições de direito interno. Normalmente, a
responsabilidade internacional de um Estado decorre da violação de uma norma internacional
primária revelada por tratado, costume ou qualquer outra fonte do direito internacional.
Atenção: cabe não esquecer que em casos excepcionais regulados por tratados
específicos pode haver responsabilidade internacional sem fato ilícito internacional.

b)Atribuição
Para que um Estado possa ser responsabilizado, é preciso que o ilícito possa lhe ser
atribuído.
No artigo 4 do projeto, temos a regra geral em matéria de atribuição. Todos os fatos
ilícitos perpetrados por agentes ou órgãos de um Estado podem a ele ser atribuídos,
independentemente do seguinte:
 essa atribuição independe do fato de o agente ou órgão desempenhar função legislativa,
executiva ou judicial;
 essa atribuição independe da posição que o agente ou órgão ocupa dentro da
organização do Estado;
 essa atribuição independe do fato do agente ou órgão estatal pertencer ao governo
central ou a alguma divisão territorial interna.

______________________
*Projeto da Comissão de Direito Internacional sobre a responsabilidade internacional dos Estados,
disponível em <http://iusgentium.ufsc.br/wp-content/uploads/2015/09/Projeto-da-CDI-sobre-
Responsabilidade-Internacional-dos-Estados.pdf>

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