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O BOM ALUNO DE CURSOS À DISTÂNCIA:

• Nunca se esquece que o objetivo central é aprender o conteúdo, e não


apenas terminar o curso. Qualquer um termina, só os determinados
aprendem!

• Lê cada trecho do conteúdo com atenção redobrada, não se deixando


dominar pela pressa.

• Sabe que as atividades propostas são fundamentais para o entendimento do


conteúdo e não realizá-las é deixar de aproveitar todo o potencial daquele
momento de aprendizagem.

• Explora profundamente as ilustrações explicativas disponíveis, pois sabe que


elas têm uma função bem mais importante que embelezar o texto, são
fundamentais para exemplificar e melhorar o entendimento sobre o conteúdo.

• Realiza todos os jogos didáticos disponíveis durante o curso e entende que


eles são momentos de reforço do aprendizado e de descanso do processo de
leitura e estudo. Você aprende enquanto descansa e se diverte!

• Executa todas as atividades extras sugeridas pelo monitor, pois sabe que
quanto mais aprofundar seus conhecimentos mais se diferencia dos demais
alunos dos cursos. Todos têm acesso aos mesmos cursos, mas o
aproveitamento que cada aluno faz do seu momento de aprendizagem
diferencia os “alunos certificados” dos “alunos capacitados”.

• Busca complementar sua formação fora do ambiente virtual onde faz o


curso, buscando novas informações e leituras extras, e quando necessário
procurando executar atividades práticas que não são possíveis de serem feitas
durante as aulas. (Ex.: uso de softwares aprendidos.)

• Entende que a aprendizagem não se faz apenas no momento em que está


realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-dia. Ficar atento às coisas
que estão à sua volta permite encontrar elementos para reforçar aquilo que
foi aprendido.

• Critica o que está aprendendo, verificando sempre a aplicação do conteúdo


no dia-a-dia. O aprendizado só tem sentido quando pode efetivamente ser
colocado em prática.

Aproveite o seu
aprendizado.
Sumário

Prefácio ....................................................................................................................................................................... 3
1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 4
2 - LOGÍSTICA INTEGRADA.............................................................................................................................. 8
3 - SUPPLY CHAIN MANAGEMENT.............................................................................................................. 14
4. MARKETING................................................................................................................................................. 22
5 - NÍVEL DE SERVIÇO..................................................................................................................................... 24
6 - TERCERIZAÇÃO EM LOGÍSTICA................................................................................................. 26
7- ABRANGÊNCIA DA LOGÍSTICA.......................................................................................................... 28
7.1 - PROCESSAMENTO DE PEDIDOS.......................................................................................................... 28
7.2 - PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO ....................................................................................................... 30
7.3 - EMBALAGEM ........................................................................................................................................... 31
7.4 - TRANSPORTE ........................................................................................................................................... 36
7.5 - GESTÃO DE ESTOQUES ......................................................................................................................... 44
7.6 - ARMAZENAGEM ..................................................................................................................................... 49
7.8- CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS ......................................................................................... 53
7.9 - MÉTODOS DE LOGÍSTICA ..................................................................................................................... 56
7.10- LOGÍSTICA REVERSA ................................................................................................................................ 56
7.11 – SISTEMA DE INFORMAÇÕES.................................................................................................................. 57
8 - BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................. 59
9 - GLOSSÁRIO DE TERMOS DE USO CORRENTE NA LOGÍSTICA EMPRESARIAL .............................. 60

2
Prefácio

O texto deste Curso é uma coletânea. Trata-se de uma síntese de vários


autores renomados na área de logística.

Este Curso vai prepará-lo para dar os primeiros passos para o


Gerenciamento da Cadeia Logística. Procuramos explicar este assunto
razoavelmente técnico de maneira mais simples possível.

Para os iniciantes no assunto, explicaremos o que é logística e a sua


integração com outras áreas.

Veremos alguns tipos exemplos de Gerenciamento da Cadeia logística: como


eles surgiram e a sua evolução com o passar dos anos. Estudaremos cada
componente e como eles trabalham em harmonia para manter o sistema de
informação em perfeito funcionamento.

A todo o momento sempre que possível estaremos traçando um paralelo


entre o Gerenciamento da Cadeia logística e a empresas. Nos dias de hoje, um
conhecimento sólido é essencial para as decisões de compra, para avaliação dos
pontos fortes e fracos de cada um e qual é como implantar este Gerenciamento da
Cadeia Logística dentro das empresas.

Este material não dispensa os livros indicados nem tenta substituí-los é


apenas material de apoio para estudos iniciais em Logística.

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1- INTRODUÇÃO

LOGÍSTICA:

Parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de:

Projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte,


distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material (para fins
operativos ou administrativos).

Historia:

Segundo a lenda grega, a Guerra de Tróia começou porque Páris, um dos


cinquenta filhos do rei Príamo, de Tróia, raptou a bela Helena, mulher de Menelau,
rei de Esparta. Os gregos enviaram um exército para trazê-la de volta e cercaram
Tróia durante dez anos; a guerra acaba com o ardil do cavalo de madeira. Os
historiadores de hoje encaram o conflito como sendo talvez o último de uma série de
guerras comerciais travadas entre os gregos micênicos, do continente, e os troianos,
que controlavam o comércio da lã, dos cereais e de outros produtos vindos do Mar
Negro através do estreito de Dardanelos. Foi para quebrar esse domínio econômico
que os governantes de muitas cidades gregas juntaram seus recursos militares e
iniciaram a campanha do outro lado do mar. Os gregos de Homero fazem lembrar os
corsários vikings de dois mil anos depois, percorrendo os mares, atacando e
pilhando, mas raramente organizando expedições na mesma escala da Guerra de
Tróia.

Uma rampa encontrada por Schiliemann foi erradamente identificada como o


local por onde os troianos teriam arrastado o cavalo por dentro da cidade. Na
verdade, o episódio do cavalo é um dos poucos elementos do relato do cerco de
Tróia feito por Homero que não poderá ser provado por nenhum achado
arqueológico. A Ilíada, de Homero, acaba com a morte de Heitor e os jogos fúnebres
em sua honra, muito antes do saque de Tróia, e assim não há qualquer menção ao
cavalo. Mas, na Odisséia, o outro poema épico de Homero, o herói Ulisses
descreve-o com alguns pormenores. Um relato mais completo
chega-nos através de Virgílio, no séc. I a.C., quase 1200 anos após o
acontecimento.

Os críticos que rejeitam a verdade literal do episódio interpretam diversamente as


narrativas clássicas. Para uns, o cavalo seria uma espécie de torres de assédio
militar ou aríete (Um aríete é uma antiga máquina de guerra constituída por um forte
tronco de freixo ou árvore de madeira resistente, com uma testa de ferro ou de
bronze a que se dava em geral a forma da cabeça de carneiro. Os aríetes eram
utilizados para romper portas e muralhas). No entanto, embora tenha havido cercos
na Idade do Bronze, não há provas do uso de engenhos para tais fins. Segundo
outros, o fato de Homero se referir aos navios como "cavalos do mar" poderia
significar que o "cavalo de madeira" representava a frota grega. Uma explicação
possível é a de que o cavalo que os troianos levaram para dentro da cidade foi à
forma encontrada por Homero de simbolizar o modo como os troianos contribuíram
para a própria destruição. Os egípcios contavam uma história acerca de soldados
4
que se haviam infiltrado numa cidade dentro de sacos, e os habitantes dessa cidade
pensaram que se tratava de presentes: a lenda do cavalo de Tróia pode ter nascido
desse relato.
Fonte: "Grandes Acontecimentos que Transformaram o Mundo", Reader's Digest
Livros.

Ao longo da história, as guerras têm sido ganhas ou perdidas também em função do


poder e da capacidade logística. Na Segunda Guerra Mundial, a logística teve um
papel vital.

Entretanto, somente após a Segunda Guerra Mundial é que as empresas industriais


começaram a se utilizar o gerenciamento logístico para obter a vantagem
competitiva. O clima nesta época era favorável para a implantação de novas práticas
administrativas.

As atividades logísticas sempre foram administradas pelas empresas. Mas o


aperfeiçoamento gerencial da atividade logística surgiu com o agrupamento das
atividades relativas ao fluxo de matérias primas, de produtos e serviços para que
fossem administradas de forma conjunta.

A prática da logística empresarial é bastante recente no Brasil e só começou a ser


difundida no início da década de 1990, mas se acelerou a partir de 1994 com a
estabilização da economia decorrente do Plano Real. O ambiente altamente
inflacionário, combinado com uma economia fechada e com baixo nível de
competição, levou as empresas a negligenciarem o uso da administração logística,
gerando um hiato significativo em relação às melhores práticas internacionais.

A Logística Empresarial associa estudo e administração dos fluxos de bens e


serviços e da informação associada que os põe em movimento. Caso fosse viável
produzir todos os bens e serviços no ponto onde eles são consumidos, a logística
seria pouco importante. Uma região tende a especializar-se na produção daquilo que
tiver vantagem econômica para fazê-lo. Isto cria um diferencial de tempo e espaço
entre matérias primas e produção e entre produção e consumo. Vencer o tempo e a
distância na movimentação de materiais de forma eficiente e eficaz é a tarefa do
profissional de logística.

O Japão, um país com poucos recursos naturais conseguiu através de uma sólida
organização logística, ser um grande importador de matérias primas e alimentos e
um grande exportador de produtos, competindo em todas as partes do mundo.

Na economia mundial, sistemas logísticos eficientes formam bases para o comércio


e a manutenção de um alto padrão de vida nos países desenvolvidos.

A missão da logística é colocar as mercadorias ou os serviços certos no lugar certo,


na hora certa e na condição desejada pelo cliente, ao menor custo.

O desenvolvimento histórico da logística empresarial desmembra-se em cinco


etapas.

5
A primeira, no início do século XX, teve na economia agrária sua principal
sustentação. A principal preocupação era com o transporte para o escoamento da
produção agrícola.
A segunda, estendendo-se de 1940 até o início da década de 1960, sofreu grande
influência militar. Nesse momento, o pensamento logístico estava mais voltado para
as questões de transporte e armazenamento.

A terceira etapa vai do início da década de 60 até o início da década de 70. Nesse
período é que se presencia tanto no ensino quanto na prática da Logística, de um
gerenciamento centralizado das atividades de transporte de suprimentos e
distribuição, armazenagem, controle de estoques e manuseio de materiais. Esta
centralização na administração das atividades logísticas tinha como objetivo a
redução do custo total. Um evento chave para o desenvolvimento da logística
empresarial foi um estudo conduzido para determinar o papel que o transporte aéreo
poderia desempenhar na distribuição física. Esse estudo mostrava que o alto custo
do transporte aéreo não necessariamente deteria o uso deste serviço, mas que a
chave de sua aceitação deveria ser o seu menor custo total, decorrente da soma das
taxas do frete aéreo e do menor custo devido à diminuição dos estoques,
conseguido pela maior velocidade da movimentação por via aérea. As
compensações de custos ao longo dos fluxos logísticos nos dão uma visão da
importância do custo total.

A quarta, que vai do início da década de 70 até meados da década de 80,


corresponde ao “foco no cliente”, com ênfase para a redução de custos.

A quinta, que vai de meados de 80 até a presente data, tem ênfase na estratégia,
onde se procura colocar a logística como elemento diferenciador. Neste momento,
surge o conceito de Supply Chain Management (SCM- Gerenciamento da Cadeia de
Suprimentos), cujo pano de fundo é o avanço da tecnologia da informação.

A visão sistêmica da Logística Empresarial está contida na figura 1.1, onde também
podemos visualizar a sua abrangência.

O grande desafio da logística está em compatibilizar o custo logístico com o pleno


atendimento ao nível de serviço estabelecido.

A definição de administração logística pelo Council of Logistics Management é:

“O processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenamento


eficiente e econômico de matérias primas, materiais semi-acabados e produtos
acabados, bem com as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o
ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes”.

Traduzindo este conceito numa linguagem mais simplificada, podemos entender que
a logística se propõe a planejar (elaborar o projeto logístico de todo o sistema de
abastecimento e escoamento da empresa até o cliente), implementar (implantar o
projeto logístico) e gerenciar o projeto, utilizando um eficiente sistema de
informações, com o objetivo maior de atender às necessidades dos clientes.

6
Os custos logísticos são fatores fundamentais para o desenvolvimento do
intercâmbio de mercadorias entre regiões de um país ou entre países.

O comércio entre regiões diferentes será determinado pelas diferenças de custos de


produção, que podem compensar os custos logísticos de transporte entre elas.
A logística empresarial é composta pelo abastecimento físico, a distribuição física, o
sistema de entrada de pedidos e pelo sistema de informações.

figura 1

7
2- LOGÍSTICA INTEGRADA

De acordo com um processo evolutivo, chega-se à logística Integrada, que é


fundamentalmente a integração entre fornecimento de matérias primas, produção e
distribuição de produtos.

A figura 2 ilustra essa concepção da logística integrada.

Os principais acontecimentos econômicos e tecnológicos que influenciaram a


logística, tornando-a mais complexa, foram:

Melhoria do nível de serviços aos clientes

O serviço ao cliente implica a implementação do conceito integrado de administração


logística para proporcionar a satisfação do cliente ao menor custo.

Mudanças no ambiente competitivo e no estilo de trabalho vêm tornando clientes e


consumidores cada vez mais exigentes. Isto se reflete em demanda por níveis
crescentes de serviços logísticos. A forte pressão por redução de estoques vem
induzindo clientes para compras mais freqüentes e em menores quantidades, com
exigência de prazos de entrega cada vez menores, livres de atrasos ou erros.

Tecnologia da Informação - TI

Em 1960, um carro médio custava, nos Estados Unidos, era vendido ao preço de um
carro. Hoje, um computador custa R$ 1.500,00 contra R$ 15.000,00 do carro.

Esta significativa redução nos custos possibilitou o desenvolvimento e a


implementação de sistemas de informações que integram toda a cadeia, que vai
desde os fornecedores até o cliente final, fazendo um controle integrado de matérias
primas, pedidos, produtos acabados e semi acabados, etc.

8
figura 2

A exploração da Logística como arma estratégica é o resultado da combinação de


sua crescente complexidade, com a utilização intensiva de novas tecnologias. Na
base dessas novas tecnologias está a revolução da Tecnologia de Informações.

Algumas das principais aplicações de TI para a gestão logística podem ser


classificadas em dois grupos:
Software: conjunto de programas utilizados para a execução de determinadas
tarefas. Dividem-se em três categorias: Programas de Sistema operacional,
copiadores e montadores e Programas aplicativos. Roteirizadores, WMS
(Warehouse Management System), GIS (Geographical Information System), MRP
(Manufacturing Resource Planning), ERP (Enterprise Resource Planning), DRP
(Distribution Resource Planning), EDI (Eletronic Data Interchange), Previsão de
Vendas, etc.

Hardware: é a máquina física e seus componentes, incluindo memória principal,


dispositivos de E/S, canais de E/S, dispositivos de armazenagem de acesso direto e
CPU. Microcomputadores, Palmtops, Coletores de Dados, Rádio Freqüência,
Transelevadores, Computadores de Bordo, etc.

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Sistema Bancário Controle de Jogos Programas de
Estoques Aplicação

Compiladores Editores Interpretador de


comandos (shell) Programas de Sistema
(software básico)
Siste m a O peraciona l
Linguagem de Máquina

M icroprogramação Hardware

D ispositivos Físicos

Combinadas, essas aplicações de tecnologia permitem otimizar o projeto do sistema


logístico e gerenciar de forma integrada (sistêmica) e eficiente seus diversos
componentes, ou seja, estoques, armazenagem, transporte, processamento de
pedidos, tudo interligado com compras, produção e vendas. Na medida em que as
novas tendências econômicas tornam a Logística mais complexa e potencialmente
mais cara, cresce a importância das tecnologias de informação, como uma
ferramenta fundamental para o gerenciamento.

Expansão do número de produtos

É cada vez maior o número de produtos de qualquer natureza que chegam ao


mercado diariamente. Este aumento implica uma complexidade cada vez maior dos
sistemas de controles e de entrega a ponto -de-venda. A administração logística,
com o uso dos sistemas informatizados, permite que os produtos possam cumprir as
funções estabelecidas pelo Marketing, que é de estarem no lugar certo, na hora
certa, na condição desejada e ao menor custo. Para onde quer que se olhe, ela está
presente. Do tênis aos automóveis, passando pelos produtos eletrônicos, vestuário,
alimentos, higiene e limpeza, a proliferação de produtos é inquestionável. O impacto
sobre a logística não poderia ser maior. Aumento no número de insumos e de
fornecedores, maior complexidade no planejamento e controle da produção, maior
dificuldade para o custeio dos produtos; e para planejar e controlar os estoques,
maior dificuldade na previsão de vendas. Tudo isto refletindo em maiores custos e
dificuldade logística.

Globalização - Acirramento da concorrência

Numa economia aberta, empresas de diversas partes do planeta passam a disputar


o mercado que antes era dominado por empresas locais. Novas empresas surgem,
trazendo vantagens competitivas: menor preço, prazo de entrega, qualidade e outros
benefícios.

As implicações desse fenômeno para a logística são várias e importantes.


Aumentam o número de clientes e os pontos-de-venda, crescem o número de
fornecedores e os locais de fornecimento, aumentam as distâncias a serem
percorridas e a complexidade operacional, envolvendo legislação, cultura e modais
de transporte.
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Aumento do número de pontos de vendas

Expansão do comércio, vendas de produtos que tradicionalmente eram vendidos


somente em locais bem definidos passam a ser vendidos em farmácias, postos de
gasolina, etc.

Sistemas especiais de roteirização são desenvolvidos para se fazer o trajeto mais


rápido e econômico.

Custo do capital e aumento das incertezas econômicas

Aumento do custo do dinheiro e dificuldades na sua obtenção implicou um melhor


dimensionamento dos estoques de matérias primas, produtos semi-acabados e
produtos acabados.

A crescente troca de bens e serviços entre as nações aumentou substancialmente a


interdependência e volatilidade econômica. Mudança de câmbio, recessão,
desemprego, juros altos, aumento do preço do petróleo são fatores de incerteza no
âmbito da economia de um país. O aumento da incerteza econômica cria grandes
dificuldades para a previsão de vendas e o planejamento de atividades.

Força dos grandes atacadistas e varejistas

Os grandes atacadistas possuem um forte poder de negociação, forçando a baixa


dos preços das indústrias.Por outro lado, devido ao seu enorme potencial para
otimização do canal de distribuição, conseguem competir com a própria indústria,
distribuindo produtos similares a preços inferiores.

Ciclos de vida dos produtos

Os ciclos de vida estão cada vez mais curtos, como conseqüência direta da política
de lançamentos contínuos e mais rápidos de novos produtos. Os novos produtos
tendem a tornar obsoletos produtos antigos diminuindo, portanto seu ciclo de vida. O
que temos observado em muitos mercados é o efeito das mudanças da tecnologia e
da demanda do consumidor, que se combinam para produzir mercados mais voláteis
em que um produto pode ficar obsoleto quase tão logo seja lançado. Exemplos
desse fenômeno podem ser encontrados nos setores de informática e vestuário. O
prazo médio entre lançamentos de modelos de computadores pessoais é de quatro
meses. Cada novo modelo gera obsolescência tecnológica nos modelos antigos.
Como conseqüência, os estoques que se encontram no canal de distribuição
perdem valor imediatamente, e precisam ter seus preços remarcados. Portanto,
manter estoque de computadores no canal representa um grande risco financeiro,
pois o preço de venda pode se tornar menor que o preço de aquisição.

ENTENDENDO O CONCEITO DE LOGÍSTICA INTEGRADA

Para que possa ser gerenciada de forma integrada, a logística deve ser tratada
como um sistema no qual os componentes são interligados e interagem entre si de
forma coordenada, com o objetivo de atender aos níveis de serviços estabelecidos
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pelos clientes ao menor custo. Um movimento em qualquer um dos componentes de
um sistema tem, em princípio, efeito sobre outros componentes do mesmo sistema.
A tentativa de otimização de cada um dos componentes, isoladamente, não leva à
otimização de todo o sistema. Vejamos, por exemplo, o resultado de uma política
cujo objetivo seja minimizar o custo do transporte, independentemente dos outros
componentes. Tal objetivo poderia ser alcançado mediante uma política de
consolidação de cargas, que teria efeitos negativos sobre a quantidade de estoque e
sobre os prazos de entrega que ficariam dilatados. Uma alternativa poderia ser a
utilização de um modal mais barato, mas que em compensação seria mais lento e
menos confiável, resultando, portanto num nível inferior de serviço, obrigando o
cliente a trabalhar com um maior nível de estoque de segurança. Da mesma
maneira, uma política voltada para a minimização do custo de compras pela
aquisição de grandes lotes resultaria num aumento de custos de armazenagem e de
estoques.

Um exemplo perfeito de logística integrada é o próprio corpo humano, onde todos os


órgãos funcionam de maneira sincronizada, fazendo as devidas compensações na
medida em que são exigidos.

Portanto, para alcançar o equilíbrio, torna-se necessário conseguir, ao mesmo


tempo, redução de custos e melhoria do nível de serviço ao cliente. A busca
simultânea desses dois objetivos quebra um paradigma de que melhores níveis de
serviços implicam necessariamente maiores custos. As empresas que conseguem
alcançar a excelência logística tendem a quebrar esse paradigma.

O que lhes permite alcançar tal feito é um conjunto de características cuja lista é
apresentada a seguir:

Sucesso do cliente
Integração interna
Integração externa
Processos baseado no tempo
Sistemas de mensuração
Benchmarking

A primeira dimensão listada está relacionada com a forma como a empresa enxerga
seu relacionamento com os clientes. As empresas excelentes em logística entendem
que seu sucesso depende do sucesso de seus clientes. Dentro dessa visão, as
empresas que buscam a excelência logística se esforçam para conhecer o negócio
de seus clientes, a fim de prestar um serviço customizado que contribua para o
sucesso dos mesmos. Um exemplo de empresa que adota esta filosofia é a Souza
Cruz, que mantém uma base de dados sobre vendas e estoques de cada um de
seus clientes e utiliza um modelo de previsão para fazer sugestões sobre a
quantidade a ser pedida de cada um de seus produtos. Nesse caso, a Souza Cruz
está contribuindo para melhorar a gestão de estoques do pequeno varejista,
racionalizando desta maneira o uso do capital de giro.

A integração interna, ou seja, o gerenciamento integrado dos diversos


componentes do sistema logístico, é uma condição necessária para que as
empresas consigam atingir a excelência operacional com baixo custo. Para atingir
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esta meta, as empresas necessitam conhecer muito bem os trade-offs
(compensação de custos) inerentes à sua operação logística e possuir sistemas e
organização adequados para tomar as decisões de forma integrada.

A integração externa significa desenvolver relacionamentos cooperativos com os


diversos participantes da cadeia de suprimentos, baseados na confiança,
capacitação técnica e troca de informações. A integração externa permite eliminar
duplicidades, reduzir custos e customizar os serviços.

Processos baseados no tempo permitem respostas rápidas às exigências do


mercado. Capacidade de resposta rápida é importante no desenvolvimento e
lançamento de produtos, no atendimento de pedidos, na produção por encomenda,
na recuperação de falhas, na adaptação às mudanças no mercado. Ou seja,
capacidade de resposta rápida representa flexibilidade, um atributo fundamental no
mundo volátil em que vivemos.

A adoção de sistemas de mensuração de desempenho que sejam ágeis,


abrangentes e confiáveis é de importância fundamental na logística. Para
acompanhar as operações de forma adequada e tomar decisões corretas e a tempo,
é fundamental desenvolver sistemas de monitoramento de desempenho. Ex.:
Quantos pedidos foram entregues aos clientes dentro do prazo combinado?

A busca da melhoria contínua, num ambiente em constante mudança tecnológica,


faz dos programas de benchmarking uma prioridade para as empresas que buscam
a excelência logística. As identificações das melhores práticas estejam elas onde
estiverem, e sua adaptação para as condições do próprio negócio tem-se revelado
um procedimento fundamental para manter competitividade no longo prazo.

Concluindo: embora razoavelmente conhecidos, os fatores que determinam a


excelência logística exigem grande esforço e criatividade para serem
implementados. Diferentemente da moderna visão sistêmica baseada na lógica da
integração, a tradição logística sempre foi a da fragmentação. Por quase um século,
as organizações produtivas vêm sendo dominadas pela administração funcional.
Dentro desta visão, cada área da empresa funciona independentemente das outras,
ou seja, como um silo especializado, no qual os objetivos funcionais são
determinantes no processo decisório. A maioria dos sistemas de avaliação de
desempenho reforça esse comportamento. Vendedores são avaliados pelo volume
de vendas, e não pela rentabilidade das mesmas. Compradores são incentivados a
comprar pelo menor preço unitário, muitas vezes em detrimento do custo total da
aquisição. O gerente de transportes é avaliado pelo custo unitário,
independentemente da qualidade do serviço prestado; manufatura é incentivada a
maximizar a produtividade da mão-de-obra, independentemente dos prazos de
entrega e dos estoques gerados. Todos trabalham com o objetivo de atingir metas
funcionais que isoladamente podem fazer sentido, mas que, numa visão sistêmica,
criam conflitos e desperdícios. A implementação do moderno conceito de logística
integrada exige substanciais mudanças culturais e organizacionais, assim como
significativos investimentos em tecnologia de informação. O sucesso dependerá, em
última instância, de persistência, paciência, habilidade de negociação e
conhecimento dos responsáveis pelo processo.

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3- SUPPLY CHAIN MANAGEMENT

Hoje, a Logística é reconhecida pela doutrina moderna como uma das 3 artes
básicas militares:
Estratégia: amplos planos para emprego da força militar no ar, na terra e no
mar. Isso inclui a estrutura de força e seus objetivos gerais em tempos de
guerra e paz.
Táticas: o emprego e a manobra de forças para implementar as estratégias.
Logística: a provisão de recursos para suportar a estratégia e as táticas das
forças de combate.
A OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte - define logística como “a
ciência de planejamento e de realização da movimentação e manutenção das forças,
abrangendo”:
o desenho, desenvolvimento, aquisição, estoque, movimentação, distribuição,
manutenção, evacuação e disponibilização de materiais;
a movimentação, evacuação e hospitalização de pessoas;
a aquisição ou construção, manutenção, operação and disponibilização de
instalações e,
a aquisição ou mobilização de serviços.

É a integração dos processos do negócio, desde os fornecedores até o consumidor


final, que assegure os suprimentos de produtos, serviços e informações de forma a
acrescentar valor ao cliente.

Objetiva coordenar e otimizar continuamente todos os elos da Cadeia de


Suprimentos como um todo, gerando uma vantagem competitiva reconhecida pelo
mercado. Ver figura 3.1.

A cadeia de suprimentos desdobra-se em atividades estrategicamente importantes,


como mostra a figura 3.2, desde o fornecimento de insumos até o cliente, associado
a um fluxo de informação que integra todo o sistema. Uma empresa ganha
vantagem competitiva executando as atividades desta cadeia numa visão sistêmica
de maneira mais econômica, ou melhor, do que seus concorrentes.

A logística, constituída por todos os fluxos de abastecimento de materiais, fluxos de


distribuição de produtos, fluxos de informações e fluxos de serviços, é parte do
supply chain da empresa e inter-relaciona com os órgãos internos da empresa e
desta com seus fornecedores e clientes. Entretanto, deve ser considerada sempre a
visão sistêmica, em que o benefício do conjunto deve sobrepujar os objetivos
funcionais.

14
Como vimos anteriormente, a logística integrada foi impulsionada principalmente
pela tecnologia de informação e pelas exigências crescentes de desempenho em
serviços de distribuição, conseqüência principalmente dos movimentos da produção
enxuta e do Just In Time. Embora ainda em evolução, o conceito de logística
integrada já está sedimentado nas empresas produtivas dos países desenvolvidos
tanto em nível conceitual quanto de aplicação.

Outro conceito que começou a ser desenvolvido no início da década de 90 é o de


Supply Chain Management (SCM) ou Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos.
Mesmo em nível internacional, são poucas as empresas que já conseguiram
implementá-lo com sucesso e, em nível acadêmico, o conceito pode ser considerado
“em construção”.

SUPPLY CHAIN MANAGEMENT

CADEIA ESTENDIDA DE SUPRIMENTOS

C
F F O
O O C
N
R R L S
N N
E E
I U
E M
C C I
E
D
O
E
D
O
EMPRESA N
T
D
O
R
R R E
E
E E S S
S S

•É a integração dos processos do negócio, desde os fornecedores até o consumidor final,


que assegure os suprimentos de produtos, serviços e informações, de tal forma que
acrescente valor ao cliente.

•Objetiva coordenar e otimizar continuamente todos os elos da Cadeia de Suprimentos


como um todo, gerando uma vantagem competitiva reconhecida pelo mercado.

Figura 3.1

15
CADEIA SUPRIMENTOS
Fluxo Físico

em em içãrn em
ag quazag ribIn ag qupe buar
ba an Es ba Es an
Em Tr PR OEm Tr ist orist
orte çã orte id
sp torm toEx sp
te o O ri ej
D D V
u a à o
A Ç a
U
D
eeen eedi
Gestão Processamento Recebimento
Compras Transportes dos pedidos e Pedidos
Planejamento
Materiais Produção (vendas)

Gestão de /
Gestão de Contratação Transporte
l Estoque Transportes l Distribuição
its

Fluxo do Pedido
Figura 3.2

O conceito de Supply Chain Management é mais do que uma simples extensão da


logística integrada, pois inclui um conjunto de processos de negócios que em muito
ultrapassa as atividades diretamente relacionadas à logística integrada. Além disso,
há uma clara e definitiva necessidade de integração de processos na cadeia de
suprimentos. O desenvolvimento de novos produtos é talvez o mais óbvio deles, pois
vários aspectos do negócio deveriam ser incluídos nessa atividade, tais como:
marketing para estabelecer o conceito; pesquisa e desenvolvimento para a
formulação do produto; fabricação e logística para executar as operações; finanças
para a estruturação do financiamento. Compras e desenvolvimento de fornecedores
são outras duas atividades que extrapolam as funções tradicionais da logística e que
são críticas para a implementação do SCM.

Para melhor compreender o conceito de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos,


é fundamental entender primeiro o conceito de canal de distribuição. Instrumento
fundamental para a eficiência do processo de comercialização e distribuição de bens
e serviços, o conceito de canal de distribuição pode ser definido como o conjunto de
unidades organizacionais, instituições e agentes internos e externos que executam
as funções que dão apoio ao marketing de produtos e serviços de determinada
empresa.

Entre as funções de suporte ao marketing, incluem-se compras, vendas,


informações, transporte, armazenagem, estoque, programação da produção e
financiamento. Qualquer unidade organizacional, instituição ou agente que execute
uma ou mais funções de suporte ao marketing é considerado um membro do canal
de distribuição. Os diversos membros participantes de um canal de distribuição
podem ser classificados em dois grupos: membros primários e membros
especializados. Membros primários são os que participam diretamente, assumindo o

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risco pela posse do produto, incluindo fabricantes, atacadistas, varejistas e
distribuidores. Membros secundários são os que participam indiretamente,
basicamente por meio da prestação de serviços aos membros primários, não
assumindo o risco pela posse do produto. Exemplos mais comuns são as empresas
de transporte, armazenagem, processamento de dados e prestadoras de serviços
logísticos integrados.

As estruturas dos canais de distribuição vêm-se tornando mais complexas ao longo


dos anos. A figura 3.3 mostra uma estrutura de canal de distribuição.

A combinação de maior complexidade com menor controle, conseqüência da


disverticalização, tem levado ao aumento dos custos operacionais nos canais de
distribuição. O crescente número de participantes trabalhando num ambiente
competitivo e de pouca coordenação é a principal razão para o crescimento dos
custos. A solução para esse problema passa necessariamente pela busca de maior
coordenação e sincronização. O avanço da informática, combinado com a revolução
nas telecomunicações, criou as condições ideais para implementar processos
eficientes de coordenação. É exatamente esse esforço de coordenação nos canais
de distribuição por meio da integração de processos de negócios que interligam os
seus diversos participantes que está sendo chamado de Supply Chain Management
(ver figura3.1). Em outras palavras, o SCM representa o esforço de integração dos
diversos participantes do canal de distribuição por meio da administração
compartilhada de processos-chave de negócios que interligam as diversas unidades
organizacionais e membros do canal, desde o consumidor final até o fornecedor
inicial de matérias primas. Em suma, o SCM é uma abordagem sistêmica de
razoável complexidade que implica alta interação entre os participantes.

A Dell Computers é uma empresa que, através da re-configuração da Cadeia de


Suprimentos, vem conseguindo responder quase imediatamente aos pedidos

CANAIS DISTRIBUIÇÃO

CLIENTES CLIENTE
INDÚSTRIA
INTERMEDIÁRIOS FINAL

CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO
DISTRIBUIÇÃO EXCLUSIVA
REGIONAL

FÁBRICA VAREJISTA CONSUMIDOR

LOJA ATACADISTA
PRÓPRIA

Fluxo de Produtos
Fluxo de Informações Figura 3.3

17
customizados de seus clientes. O resultado tem sido um crescimento e lucratividade
extraordinários. Em 12 anos, a empresa cresceu de um empreendimento de “fundo
de quintal” para uma corporação de U$12 bilhões de faturamento anual. A Dell é
certamente uma das empresas que mais avançaram no conceito de SCM ao
estabelecer um esquema de vendas diretas aos clientes, oferecendo customização
em massa e um grau avançado de parceria nas terceirizações, que pode ser
chamado de integração virtual. A estratégia da Dell, que se tornou um dos cases
mundiais mais conhecidos em manufatura e distribuição de produtos acabados,
realmente não é fácil de executar. Ela pressupõe o contato direto com o consumidor
e a eliminação de qualquer intermediário. Como premissas, há também a eliminação
total de estoques e a promessa de entrega em curtíssimo prazo – muitas vezes
dentro de 24 horas a partir do pedido – com o agravante que o computador é
totalmente customizado, ou seja, o cliente literalmente “monta” a máquina de acordo
com suas necessidades.

Esse sistema de trabalho traz vantagens e desafios. Entre as primeiras, está o fato
de não haver distribuidores, não vender em lojas, não ter estoques intermediários de
produtos acabados, não havendo portanto margens de lucros de lojistas e
distribuidores, permitindo a Dell chegar no mercado com um preço mais competitivo.
Outro aspecto é o de não possuir estoque de peças, pois não se começa a montar
nada sem que o pedido esteja colocado e o crédito do cliente aprovado.

Dentro do conceito da Dell de vendas diretas ao consumidor, a Internet tem um


papel de destaque. Iniciadas em 1996, as vendas pela Internet já respondem hoje
por mais de 50% do faturamento da empresa. Além dos pedidos pelo site da Dell, os
clientes podem acompanhar seus pedidos depois de aprovados pelo departamento
financeiro. Os pedidos são explodidos em solicitações de peças para os
fornecedores, que possuem centros de distribuição espalhados estrategicamente. A
partir desse momento, é disparado o “gatilho” e as peças começam a chegar na
fábrica. Depois de montada, a máquina é embalada e transportada até o cliente.

IMPLEMENTAÇÃO DO CONCEITO DE SCM

Considerando os benefícios que podem ser obtidos com a utilização correta do


conceito de SCM, surpreende verificar que são poucas as empresas que o tenham
implementado. As razões são basicamente duas: a primeira deriva da relativa
novidade do conceito, ainda em formação e pouco difundido entre os profissionais; a
segunda, da complexidade e da dificuldade de implementação do conceito. O SCM é
uma abordagem que exige mudanças em práticas arraigadas tanto no nível dos
procedimentos internos quanto no nível externo no que diz respeito ao
relacionamento entre os diversos participantes da cadeia.

Em nível interno, torna-se necessário quebrar as barreiras organizacionais


resultantes da prática de administração funcional, em detrimento de uma visão
sistêmica em que o resultado do conjunto é mais importante do que o resultado das
partes. Quebrar essa cultura arraigada e convencer os gerentes de que deverão
estar preparados para sacrificar seus objetivos funcionais individuais em benefício
do conjunto tem-se mostrado uma tarefa desafiante. Alcançá-la implica abandonar o

18
gerenciamento de funções individuais e buscar a integração das atividades por meio
da estruturação dos processos-chave na cadeia de suprimentos.

Entre os processos de negócios considerados chave para o sucesso de


implementação do SCM, os principais são:
a) Relacionamento com clientes
Desenvolver equipes focadas nos clientes estratégicos, que busquem um
entendimento comum sobre características de produtos e serviços, a fim de
torná-los atrativos para aquela classe de clientes.
b) Serviço aos clientes
Fornecer um ponto de contato único para todos os clientes, atendendo de forma
eficiente a suas consultas e requisições.
c) Administração da demanda
Captar, compilar e atualizar continuamente dados de demanda, com o objetivo
de equilibrar a oferta com a demanda.
d) Atendimento de pedidos
Atender aos pedidos dos clientes sem erros e dentro do prazo de entrega
combinado.
e) Administração do fluxo de produção
Desenvolver sistemas flexíveis de produção que sejam capazes de responder
rapidamente às mudanças nas condições de mercado.
f) Compras/Suprimento
Gerenciar relações de parceria com fornecedores para garantir respostas
rápidas e a contínua melhoria de desempenho.
g) Desenvolvimento de novos produtos
Buscar, o mais cedo possível, o envolvimento dos fornecedores no
desenvolvimento de novos produtos.

A montagem de equipes para gerenciamento de processos na cadeia de


suprimentos é um grande desafio. As equipes servem para quebrar as barreiras
organizacionais e devem envolver todos os que participam das atividades
relacionadas com a colocação e distribuição dos produtos no mercado. As empresas
de maior sucesso estendem sua atuação para além de suas fronteiras
organizacionais, envolvendo participantes externos, que são parceiros na cadeia de
suprimentos. Embora a montagem de equipes seja importante, a utilização de todo o
potencial só irá ocorrer se a empresa conseguir se interligar aos participantes
externos na cadeia de suprimentos. Esses participantes incluem fornecedores,
prestadores de serviços e clientes. A figura 3.2 apresenta um modelo esquemático
do conceito de SCM com base no gerenciamento de processos.

Dada à natureza colaborativa que deve possuir a cadeia de suprimento, torna-se


crucial selecionar os parceiros corretos. É importante lembrar que a cadeia de
suprimento ampliada necessita de um canal de informações que conecte todos os
participantes.
19
No Brasil, um grande esforço para implementação do SCM está sendo feito no
âmbito do movimento ECR Brasil.

ECR

Desenvolvido a partir de 1993, nos Estados Unidos, o ECR – Efficient Consumer


Response (resposta eficiente ao consumidor) pode ser traduzido, de uma forma
ampla, como sendo um conjunto de ações e estratégias que visam simplificar,
racionalizar e padronizar procedimentos ao longo da cadeia de distribuição, visando
difundir entre todos, métodos que possam representar uma redução de custos ao
longo da cadeia; por conseguinte, preços menores ao consumidor final. Em síntese,
o ECR, busca fazer com que supermercados, atacadistas, fornecedores, operadores
logísticos venham trabalhar juntos, sem prejuízo de suas individualidades, com
sintonia, envolvimento e transparência para satisfazer os desejos dos consumidores
e dos praticantes.

No Brasil, desde 1997 os conceitos do ECR vêm sendo implementados com o


objetivo de reduzir custos na cadeia e atender ao consumidor final. A indústria e o
varejo descobriram que, sozinhos, não conseguiriam atingir esses objetivos. Um
trabalho árduo, mas que tem encontrado bons resultados na aplicação das quatro
estratégias básicas do ECR: 1) a eficiência total na introdução de novos produtos; 2)
na realização de promoções; 3) no sortimento das lojas; 4) na reposição.

O ECR Brasil é uma associação de empresas que têm por objetivo pesquisar,
desenvolver e implementar técnicas e ferramentas no sentido de aumentar a
produtividade em todos os elos da cadeia de suprimento e oferecer maior qualidade
de produtos e serviços ao consumidor final.

CUSTO TOTAL

Ao longo da cadeia logística, um grande volume de matérias primas, produtos semi-


acabados e produto final ficam retidos, causando um impacto nos custos, pois a
cada dia que este estoque permanece na empresa, ocorrem custos de
armazenagem, estoque, movimentação interna, custo financeiro, etc.

Entretanto, para um bom gerenciamento logístico, é importante entender o que é o


custo logístico total. Carregamentos volumosos trazem economicidade no transporte,
mas podem afetar o estoque, causando maiores custos de armazenagem e capital
de giro. O transporte aéreo, cujo frete é bastante superior ao frete ferroviário e
rodoviário, poderá, na análise de custo total, ser uma opção vantajosa em alguns
casos, em vista da economia obtida no custo financeiro do estoque. A figura 3.4 nos
dá uma visão deste conceito de custo total, mostrando que os custos individuais
apresentam comportamentos diferenciados. Para se tomar decisões, o profissional
de logística tem que fazer uma compensação destes custos conflitantes.

O conceito de custo total caminha junto com a compensação de custos (trade off), o
que implica uma análise conjunta de todos os custos da cadeia logística de maneira
20
a se obter uma otimização de todo o conjunto. Outra questão que dever ser
analisada é o resultado final do processo. Por exemplo: a implantação de um CD
Regional aumentará o custo total se compararmos com o custo das entregas diretas
da fábrica para os clientes. Por outro lado, com o CD Regional, haverá uma melhoria
no nível de serviço, o que poderá multiplicar as vendas e também o resultado
econômico.

O custo total é composto pelos custos individualizados de transporte, armazenagem,


estoque, entrega, embalagem, processamento de pedidos e planejamento da
produção.

CUSTO TOTAL

CUSTO TOTAL
CUSTO(R$)

CUSTO DE
TRANSPORTE

CUSTO DO ESTOQUE

CUSTO DO
PROCESSAMENTO
DO PEDIDO

FERROVIÁRIO RODOVIÁRIO AÉREO

FIGURA 3.4 COMPENSAÇÕES DE CUSTO NA ESCOLHA DO MODAL DE TRANSPORTE

Fonte: Ballou, Ronald H. - Logística Empresarial.

21
4. MARKETING

O Marketing consiste no gerenciamento dos “quatro Ps” – produto, preço, promoção


e praça, e tem na utilização da logística um instrumento gerencial capaz de agregar
valor. A figura4.1 apresenta graficamente esses conceitos.

Produto

Marketing
Preço Promoção

Praça

Serviço ao cliente

Compras ou vendas Transporte


Logística

Estoques Armazenagem

Processamento de
pedidos

Fig. 4.1-Modelo conceitual de Logística integrada (Adaptado de Lambert, Douglas M.)

22
Decisões sobre a praça dizem respeito ao estabelecimento de uma política de
canais de distribuição que implica, entre outras coisas, a formalização de
padrões de serviços para cada um dos canais utilizados no processo de
distribuição.

Na questão do produto, percebe-se que o poder da “marca” está decrescendo


cada vez mais, à medida que as tecnologias dos produtos concorrentes
convergem, dificultando assim a percepção de diferença nos produtos, pelo
menos para o comprador médio. Exemplo: computadores. O desenvolvimento
de novos produtos passa por um momento de grande agitação, onde as
empresas procuram criarem diferenciais para atrair novos clientes e manter os
existentes.

O preço deverá ser alinhado com o nível de serviço prestado em cada canal de
distribuição.

A promoção de produtos deverá ser compatibilizada com a possibilidade de


atendimento das entregas. Exemplo: não adianta fazer uma promoção no nível
nacional se a logística não consegue entregar o produto, no Estado do
Amazonas, dentro do seu período de validade.

23
5- NÍVEL DE SERVIÇO

INTRODUÇÃO

Conquistar um novo cliente custa para a empresa três vezes mais do que
manter aquele que já existe. Tão importante quanto conquistar novos clientes é
fidelizar os já existentes. Nesse enfoque da manutenção dos clientes
existentes, torna-se vital a questão do estabelecimento do nível de serviço
compatível com as necessidades do cliente.

Nível de serviço logístico é o desempenho oferecido pelos fornecedores aos


seus clientes no atendimento dos pedidos. É o resultado de todos os esforços
logísticos que as empresas oferecem aos seus clientes para garantir a sua
satisfação e fidelidade. O desempenho requerido pelos clientes no atendimento
de seus pedidos é um fundamento importante para o planejamento da
movimentação dos produtos e serviços e no dimensionamento dos custos para
prover esses serviços.

O nível de serviço ao cliente não apenas determina se os clientes atuais


permanecerão clientes, mas quantos clientes potenciais se tornarão clientes. A
figura 5.1 mostra a compensação entre receitas e custos para diversos níveis
de serviços logísticos.Custos logísticos tendem a aumentar com taxas
crescentes à medida que o nível serviço é empurrado para níveis mais altos.

R$

R E C E IT A
CUSTOS
L O G ÍS T IC O S

N ÍV E L D E S E R V IÇ O
F o n te : M a rtin C h ri sto p h e r, “ L o g ísti c a e G e re n c ia m e n to d a C a d e ia d e S u p rim e n to s”

F ig u ra 5 .1

24
COMPONENTES DO NÍVEL DE SERVIÇO

Classificam-se os elementos em: pré-transação, transação e pós-transação


(vide figura 5.2). Os elementos de pré-transação estabelecidos proporcionam
por escrito uma política para o nível de serviço, tal como:

Prazo de entrega após a colocação do pedido


Tamanho do pedido
Procedimento para tratar devoluções ou faltas
Estabelecimento de plano de contingência para greves ou acidentes
Procedimento de expedição e local de entrega do produto

Os elementos de transação são aquelas variáveis do serviço ao cliente


diretamente envolvidas no desempenho da função de distribuição física, como:

A confiabilidade do produto e da entrega.


Ajustar níveis de estoque.
Selecionar modos de transporte.
Determinar procedimentos para o processamento de pedidos .

Os elementos de pós-transação são geralmente aqueles que apoiam o produto


enquanto estiver em uso, por exemplo:

Providenciar o retorno das embalagens (garrafas, paletes, etc).


Substituição do produto.
Garantia de peças e serviços para a assistência técnica.

N Í V E L D E S E R V IÇ O

ELEM ENTOS E L E M E N T O S T R A N S A C IO N A IS
ELEM ENTOS
P R É -T R A N S A C IO N A IS
•IN F O R M A Ç Õ E S S O B R E P E D ID O S P Ó S -T R A N S A C IO N A IS
•A F IR M A Ç Ã O E S C R IT A D E
•C IC L O D O P E D ID O •G A R A N T IA
P O L ÍT IC A S
•A G IL IZ A Ç Ã O D E E X P E D IÇ Ã O
•P E Ç A S D E R E P O S IÇ Ã O
•D IV U L G A Ç Ã O D A S P O L ÍT IC A S •N ÍV E L D E E S T O Q U E
A O S C L IE N T E S •P R E C IS Ã O D E E N T R E G A •R A S T R E A M E N T O D O
•E S T R U T U R A •T E M P O D E T R A N S P O R T E PRODUTO
O R G A N IZ A C IO N A L •S U B S T IT U T IB IL ID A D E D O
•A T E N D IM E N T O D E
PRODUTO RECLAM AÇÕES
•S E R V IÇ O S G E R E N C IA IS
•C O N F IA B IL ID A D E N A S
•R E P O S IÇ Ã O P R O D U T O
IN F O R M A Ç Õ E S
DURANTE O REPARO
•JU S T I N T IM E

Figura 5.2

25
6- TERCEIRIZAÇÃO EM LOGÍSTICA

Ao contrário do que se pensa, a terceirização não é um modismo da


administração. Mesmo tendo sido amplamente utilizada nos últimos anos,
muitas vezes sem critérios, essa é uma ferramenta de que as empresas
dispõem para se concentrar no seu negócio principal, ou o que se chama de
“core business”. Se antes elas delegavam para terceiros áreas periféricas, hoje
tendem a usar esta estratégia para as partes mais importantes, inclusive
produção.

A terceirização nem sempre resulta em sucesso. Ansiosas em reduzir custos,


muitas empresas adotaram o processo sem uma avaliação mais criteriosa.
Resultado: acabaram tendo custos mais elevados e a qualidade não foi
preservada. Se a terceirização teve um enfoque inicial errado de redução de
custos, hoje esta estratégia se mostra mais madura e com a concepção certa,
ou seja, o custo que se ganha é o custo da oportunidade da empresa de se
dedicar ao que importa para ela e o que faz a diferença.

O exemplo mais claro do avanço da terceirização vem das montadoras. Na


fábrica da Volks, em São Paulo, os empregados da linha de produção são
terceirizados. Em Betim, a Fiat já terceirizou as áreas de informática,
manutenção, folha de pagamento, contabilidade e logística.

Vantagens da terceirização:

Ganhar agilidade e flexibilidade.


Poder se concentrar no foco principal do negócio.
Ter especialistas que podem fazer melhor o serviço .
Redução de custos.

Desvantagens da terceirização:

Risco de uma falência da terceirizada.


Falta de compromisso dos funcionários terceirizados com os valores da
empresa.
Má gestão da terceirizada.
Descaracterização da cultura organizacional.

No âmbito da logística, a terceirização era centrada na atividade de transporte.


Atualmente, a terceirização está sendo feita de uma forma ampla em todas as
atividades logísticas. Entra em cena a figura do Operador Logístico, que é o
fornecedor de serviços logísticos especializado em gerenciar e executar todas
as atividades logísticas, ou parte delas, nas várias fases da cadeia de
abastecimento das empresas.

26
Principais funções dos operadores logísticos:

armazenagem
Controle de estoque
transporte
embalagem
Expedição de produtos
Movimentação interna de matérias primas

27
7- ABRANGÊNCIA DA LOGÍSTICA

A logística tem uma amplitude que engloba fundamentalmente as seguintes


atividades:
Processamento de pedidos
Planejamento da produção
Embalagem
Transporte
Gestão de estoque
Armazenagem
Distribuição Regional
Contratação de serviços logísticos
Métodos de logística
Logística reversa
Sistema de informações

7.1 - PROCESSAMENTO DE PEDIDOS

INTRODUÇÃO

O sistema de processamento de pedidos é o centro nervoso do sistema


logístico. O pedido é a chave de ignição que, quando acionado, desencadeia o
processo logístico. A velocidade com que informações precisas de vendas são
comunicadas tem impacto direto na eficiência da operação como um todo.

A entrada e o processamento de pedidos referem-se às atividades envolvidas


na coleta, verificação e transmissão de informações de vendas realizadas.
Englobam todo o trabalho burocrático associado à venda dos produtos.

O uso da Internet para a entrada de pedidos se torna uma opção cada vez
mais utilizada pelas empresas e consumidores. O exemplo da Dell relatado
anteriormente, onde mais de 50% dos pedidos de compra por parte dos
clientes são realizados via Internet, é digno de nota.

CICLO DO PEDIDO

O ciclo do pedido (Lead Time) é o tempo transcorrido entre a data da


colocação do pedido pelo cliente e a data da entrega do produto ao cliente.

A figura 7.1 mostra o fluxo do ciclo do pedido. Os componentes do ciclo de


pedido são: (1) transmissão do pedido; (2) recebimento do pedido; (3)
preparação do pedido; (4) expedição do produto; (5) entrega ao cliente.

28
O ciclo total de pedido varia de empresa para empresa e de produto para
produto. Geralmente, produto de consumo vendido em alta escala têm tempo
de ciclo reduzido, pois as empresas produtoras mantêm um estoque para fazer
a entrega imediata. Já produtos especiais, que não são produzidos de maneira
seriada, têm um ciclo maior.

A transmissão dos pedidos pode ser feita por telefone, fax, intranet e internet. É
cada vez maior a tendência de se usar a transmissão eletrônica de informações
para ganhar velocidade e precisão na entrada de pedidos; mas a definição
passa pelo estabelecimento do canal de distribuição da empresa. É importante
entender que a velocidade na transmissão do pedido via eletrônica não
significa que o ciclo do pedido foi encurtado. A existência de produtos em
estoque e a eficiência do transporte na entrega são fatores mais complicados
no cumprimento dos prazos estabelecidos.

PROCESSAMENTO DE PEDIDOS /PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO

Gerenciamento de pedidos

Processamento Planejamento Plano de Gestão de


necessidades Compras
de pedidos da produção estoque
de materiais

Gestão de
transporte

Vendas/ Gestão de Fornecedor


Produção Armazenagem
Armazenagem
Marketing distribuição

Legenda
Expedição Fluxo material
Fluxo pedido/informações

Cliente
Figura 7.1

COMUNICAÇÃO

Uma das funções do sistema de processamento de pedidos é o de


proporcionar uma rede de comunicação que liga o cliente ao fabricante. Os
métodos manuais exigem mais movimentação, aumentando a chance de erros
de comunicação. O sistema de processamento de pedidos foi o componente
que mais se beneficiou com a evolução da tecnologia da informática. Os
pedidos podem ser transmitidos via eletrônica de qualquer lugar
instantaneamente.

Por outro lado, o gerenciamento do ciclo do pedido pode permitir ao fabricante


e ao cliente, em qualquer momento, saber exatamente o ponto do processo em
que o pedido se encontra. Exemplo: Fiat on line.

29
TELEMARKETING

É uma extensão dos sistemas automatizados de processamento de pedidos.


Permite que a empresa mantenha contatos com clientes existentes que não
têm porte suficiente para justificar a visita freqüente de vendedores. Os
contatos com os clientes via telefone pelos vendedores atingirão a cobertura de
mercado desejada de maneira econômica e eficaz. Esse sistema tem sido um
volante de vendas, permitindo às empresas aumentarem significativamente o
volume de vendas.

7.2 - PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO

O planejamento da produção tem a função de fazer com que os produtos sejam


produzidos eficazmente.

Com base na carteira de pedidos disponibilizada pela área de processamento


de pedidos, caberá ao planejamento da produção otimizar os recursos
produtivos de maneira a cumprir os prazos estabelecidos e garantir uma melhor
produtividade na produção.

Atividades do Planejamento da Produção:

Dimensionar e informar à área de gestão de materiais os insumos


necessários para o atendimento da produção
Programar a produção
Monitorar a produção e fazer reprogramações, se necessário
Avaliar a performance da produção em termos de prazo, custo e
qualidade
Informar o andamento da produção

O planejamento da produção participa das definições estratégicas da empresa,


da elaboração do plano de vendas, da elaboração do orçamento geral da
empresa e da elaboração do plano de necessidades.

O planejamento da produção está inserido no fluxo logístico conforme mostra a


figura 7.1

30
7.3 - EMBALAGEM

INTRODUÇÃO

A embalagem como ciência tem atingido, nos últimos anos, um grau de


desenvolvimento bastante significativo, querem em materiais alternativos,
novas concepções de embalagens e sistemas de embalamento. A tecnologia
da embalagem é bastante ativa e diversificada.

A embalagem deve assegurar aos produtos competitividade e integridade a


custos compatíveis. Na logística, tem fundamental importância ao dar proteção
aos insumos e produtos contra os tipos de agressões que poderão sofrer
durante as etapas de manuseio, movimentação, armazenagem e transporte,
bem como na otimização dos espaços em armazéns e do transporte.

Estatísticas mostram que 70% das perdas de produtos são caracterizadas por
embalagens inadequadas ou mal projetadas.

A influência da embalagem na estrutura de custos do produto será alterada em


relação ao tipo do mesmo. Freqüentemente, a embalagem é responsabilizada
pelo encarecimento dos produtos industrializados, sem se levar em conta que
ela contribui para a redução de perdas dentro do ciclo de distribuição.

CONCEITUAÇÃO

“Embalagem é o elemento que protege o conteúdo durante a movimentação, a


armazenagem e o transporte, assegurando sua qualidade inicial até o
consumidor final, pelo mínimo custo.”

A embalagem possui as seguintes funções, as quais são intimamente


interligadas:
Função acondicionamento. Acondicionar, empacotar, ou seja, acondicionar o
produto em um recipiente. Ex.: leite longa vida, refrigerante, etc.
Função protetora. Está associada à condição de manutenção das
características e qualidades do produto durante o ciclo de distribuição (desde a
embalagem até o consumidor final). Dentro desta função, devem ser
observadas: condições estáticas (compressão ou empilhamento), condições
dinâmicas (choque, vibração, aceleração), condições físico-químicas
(temperatura, umidade, radiação solar, oxidação) e condições biológicas
(contaminação bacteriológica, desenvolvimento de fungos).
Função mercadológica. É de grande importância, uma vez que o consumidor
quase sempre julga a embalagem, que é manifestação visual da mercadoria,
antes de julgar o produto.
Função econômica. A embalagem é parte integrante do produto e logo
desempenha uma função econômica.
Função logística. É fundamental integrar ao desenvolvimento da embalagem
as atividades de movimentação, armazenagem e transporte.
MATERIAIS EMPREGADOS NA EMBALAGEM
31
A qualidade da embalagem depende diretamente dos materiais nela
empregados. Cada material tem suas peculiaridades técnicas. Durante a
escolha do tipo de material a ser utilizada, vária análise devem ser realizadas.

Existem certos materiais que podem ser inadequados por interferirem física,
química ou biologicamente no produto, deixando assim de oferecer proteção a
ele.

Abaixo, de forma sumarizada, os principais grupos de materiais de embalagem:

a) PAPEL

Material composto pelo entrelaçamento de fibras de celulose. As propriedades


de barreira dos agentes externos são baixas e também não apresentam boa
resistência mecânica. O papel pode embalar desde gêneros alimentícios
industrializados até materiais de construção, produtos químicos e remédios.

b) PLÁSTICOS

Os plásticos são percebidos como um dos materiais mais modernos e


aparecem sob muitas formas nas embalagens de consumo, face à viabilidade
do custo de transformação e a versatilidade do seu emprego.

Atualmente, são imprescindíveis no campo de embalagens flexíveis. Além de


fornecer as propriedades necessárias para atender as funções básicas de uma
embalagem, possuem a propriedade de térmicas, não encontrada no papel e
alumínio.

Os plásticos podem ser divididos em dois grandes grupos:


Materiais termoplásticos: são aqueles que podem ser moldados sob a
influência de temperatura e pressão, conservando a sua nova forma ao
restabelecer as condições ambientais. Este ciclo pode ser repetido diversas
vezes, sendo a forma final reversível. Ex.: polietileno, polipropileno, nylon...
Materiais termofixos: Podem também ser moldados sob influência de
temperatura e pressão. Porém, neste caso a operação é irreversível. Ex.:
poliéster, poliuretano, resinas epoxi...

c) VIDROS

Material de boa resistência a choques térmicos e alta resistência química à


maioria das substâncias. Além disso, apresenta possibilidade de reciclagem e
reutilização, baixa deterioração física ou química e permite o uso de cor para
efeito de proteção contra luz..

Bastante utilizado em embalagens para bebidas, vegetais, maioneses,


temperos...

d) METAL

32
O alumínio é um material largamente empregado na produção de embalagens
porque não transfere odor ou sabor ao produto, além de possuir características
de rigidez e proteção à luz.

Podemos assinalar, dentre os metais de boa resistência à corrosão e agentes


químicos, a folha de flandres (folha metálica de aço com revestimento de
estanho), o aço inoxidável e o aço na produção de tambores.

e) TÊXTEIS

Materiais bastante utilizados na confecção de sacos. Os tecidos mais


conhecidos são:
Naturais: Juta, Sisal, Algodão.
Sintéticos: Ráfia de polipropileno.

f) MADEIRA

A madeira é muito utilizada na confecção de caixas, engradados, paletes...

g) PAPELÃO ONDULADO

O papelão é largamente utilizado na confecção de caixas. A estrutura do


papelão ondulado para a fabricação de caixas é obtida através de várias
combinações de papéis, contendo capa e miolo.

O miolo serve para manter separadas as capas. Temos os seguintes tipos de


papelão ondulado:
Face simples: estrutura formada por um elemento ondulado (miolo)
colocado num elemento plano.
Parede simples: estrutura formada por um elemento ondulado (miolo)
colado em ambos os lados a elementos planos (capas).
Parede dupla: estrutura formada por três elementos planos (capas)
coladas a dois elementos ondulados intercalados (miolo).
Parede múltipla: estrutura formada por quatro ou mais elementos planos
(capas) colados a três ou mais elementos ondulados (miolos),
intercalados.

TIPOS DE EMBALAGEM

A embalagem pode ser classificada da seguinte maneira:

EMBALAGEM PRIMÁRIA

É aquela que fica em contato direto com o produto. É o invólucro que serve
para promoção e uso do produto bem como definição do volume, peso,
validade e outras características informativas para o consumidor. Exemplo:
garrafas, potes, frascos, caixas de sabão em pó...
33
Vale com exceção o caso de sacarias, tambores, bombonas que, apesar de
estarem em contato direto com o produto, apresentam características de
embalagem de transporte.

É através da embalagem primária que está agregada a estratégia de


Marketing, onde o design e o layout são explorados como ferramentas
impulsionadoras de vendas.

Sob o ponto-de-vista logístico, cabe desenvolvê-la com dimensões moduladas


compatíveis com a embalagem de distribuição, embalagem industrial, sistema
de estocagem e meio de transporte.

EMBALAGEM SECUNDÁRIA

É a embalagem que acondiciona a embalagem primária. Ex: Caixas de papelão

EMBALAGEM INDUSTRIAL

É a embalagem utilizada dentro das indústrias (ou entre elas) para


movimentação, transporte e armazenagem de materiais de processo ou
produtos finais. Ex.: caçambas, embalagens específicas (peças especiais nas
montadoras), contentores...

EMBALAGEM DE TRANSPORTE

É o acondicionamento cuja função principal é a de conferir ao sistema produto,


embalagem primária e secundária, e proteção durante o ciclo de distribuição do
produto. Ex.: Caixas de madeira, tambores, sacarias, paletes...

PALETE

É uma plataforma disposta horizontalmente para carregamento, constituída de


vigas, blocos ou uma simples face sobre os apoios, cuja altura é compatível
com a introdução de garfos de empilhadeira ou prateleira. Permite o arranjo e o
agrupamento de (unitização) de materiais, possibilitando as operações de
movimentação, estocagem e transporte como uma carga única.

Pode ser confeccionado de madeira, aço, plástico, alumínio...

A madeira é a matéria-prima mais utilizada na fabricação de paletes.

Tipos de paletes:
Paletes com duas entradas.
Paletes com quatro entradas.

Dimensões do palete:

34
A ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados) tem desenvolvido estudos
junto a fabricantes de palete, supermercados, indústrias, chegando-se à
definição do palete 1.200x1.000mm, conhecido como PBR1, como sendo o
palete padrão, o qual deverá ser utilizado por todos os envolvidos.

Vantagens do uso do palete:


Rapidez no manuseio da carga com o uso de empilhadeiras ou
prateleiras.
Maior economia, segurança no transporte, armazenagem e na
movimentação.

Desvantagens:
Custo do investimento.
Custo do transporte de retorno.
Extravios e roubos.
Avarias e manutenção.
Gestão do estoque.

O uso do palete tem-se intensificado no Brasil. A utilização ou não do palete


deverá observada em função das vantagens que ela oferece quando
confrontadas com as desvantagens.

UNITIZAÇÃO DE CARGAS

A unitização de cargas consiste na reunião de volumes homogêneos em uma


única unidade. Os produtos podem ser unitizados num palete, container, etc.

Baseia-se no princípio de racionalização de movimentos, ou seja, torna-se mais


fácil movimentar diversas cargas de uma só vez do que em operações
sucessivas com pequenas cargas. Desta forma, torna-se possível à
movimentação mecânica desde a plataforma de embarque do expedidor até o
recebimento do destinatário, evitando-se o fracionamento da carga.

Formas de unitização:
Carga paletizada.
Carga Pré-ligada.
Cargas Contentorizadas.
Cargas conteinerizadas.

A estabilidade da carga após a unitização tem que ser devidamente observada


para se evitar o desmoronamento da mesma. A estabilidade pode ser obtida
através de outros meios:
Fita auto-adesiva.

35
Cintamento.
Envolvimento com filme termo-retrátil (Shrink Film).
Envolvimento com filme esticável (Stretch Film).

A fita auto-adesiva é aplicada entre as camadas das pilhas.

O cintamento pode ser feito com cintas de aço


SHRINK significa encolher. O envolvimento com filme termo-retrátil é
geralmente realizado com polietileno. A colocação da película sobre a carga
pode ser feita automaticamente ou manualmente. A unitização de garrafas de
refrigerantes é feita automaticamente.

STRETCH significa esticar. O processo do envolvimento consiste em enrolar o


palete com filme esticável. O filme é aplicado com uma tensão ajustável,
exercendo pressão uniforme e permanente sobre a carga, fixando e
estabilizando a mesma sobre o palete. Utiliza-se o PVC para essa atividade
devido à sua resistência e elasticidade.

A aplicação do filme pode ser feita manualmente ou com máquina automática.

7.4 - TRANSPORTE

INTRODUÇÃO

A atividade transporte é tão presente em nosso dia-a-dia que não percebemos


muitas vezes a sua grande importância e o impacto que tem em nossas vidas.
Mover os produtos de onde são produzidos até o ponto onde serão consumidos
com um mínimo de dificuldade em termos de prazo, custos e integridade física,
é a missão do transporte.

A posição única que o transporte ocupa na atividade econômica advém da


redução que faz em relação ao tempo e ao espaço para a produção de
produtos.

36
T IP O S D E T R A N S P O R T E

F Á B R IC A S TRANSPORTE D IRETO
C L IE N T E

TRANSFERÊNCIA DISTRIBUIÇÃO

A A1
TRANSFERÊNCIA DISTRIBUIÇÃO

B CD B1
TRANSFERÊNCIA DISTRIBUIÇÃO

N N1
TRANSPORTE DIRETO

Figura 7.4

Os sistemas de transportes representam elementos de extrema importância na


definição do preço final das mercadorias, principalmente se levarmos em
consideração que a magnitude de tal preço irá proporcionar uma maior ou uma
menor quantidade consumida destas mercadorias.

UTILIDADE DE TEMPO E DE LUGAR

A movimentação através do espaço ou distância cria utilidade de valor ou lugar.


O sistema logístico de distribuição inclui três tipos de transporte de produtos:
transferência se entrega direta e distribuição. Veja a figura 7.4.

A transferência corresponde ao deslocamento de produtos da fábrica até um


armazém intermediário ou centro de distribuição (cd). Neste caso, utilizam-se
caminhões maiores de custo unitário mais baixo.

A entrega direta corresponde à entrega diretamente da fábrica para o cliente.

Este tipo de transporte é vantajoso quando se tratar de um grande cliente


comprador, em que os volumes de entregas são relevantes, justificando-se o
carregamento otimizado em grandes veículos, ou quando à distância da fábrica
até o destino for relativamente curta.

A distribuição de produtos corresponde ao transporte de um determinado ponto


da cadeia logística (armazém ou CD) até os clientes destinatários, podendo ser
também um único cliente por viagem. Nos casos de entregas para um número
grande de clientes, faz-se uma roteirizarão para atender com precisão aos
clientes programados.
37
MODALIDADES DE TRANSPORTE

Rodoviário

O transporte rodoviário é mais flexível e versátil do que as outras modalidades


de transporte. Esta flexibilidade é decorrente de uma rede de estradas que
permite o transporte ponto-a-ponto. A versatilidade do transporte rodoviário
está na capacidade de transportar produtos com peso e tamanhos variados em
qualquer distância.

Os transportadores rodoviários geralmente proporcionam um serviço muito


mais rápido do que as ferrovias e uma comparação favorável em relação ao
transporte aéreo, no caso de fretes de curta distância.

No Brasil, o frete rodoviário representa aproximadamente 62% do volume


transportado.
Apesar de grande concentrador do volume de cargas transportadas, o sistema
rodoviário sofre com a escassez de recursos para a manutenção das vias já
construídas, o que colabora para a diminuição progressiva da capacidade
viária.

O estado de conservação deficiente provoca acidentes, avarias nas


mercadorias e perdas de carga.

Abaixo são apresentados alguns fatos do transporte rodoviário brasileiro:


O sistema rodoviário necessita de cerca de 5 bilhões de dólares para
recuperação imediata.
Extensão total das rodovias pavimentadas: 150.000km.
Extensão total das rodovias federais pavimentadas: 53.000km.
Número de veículos para transporte de carga: 1.700.000.

O transporte rodoviário é uma parte vital da rede logística de muitas empresas,


pois suas características são mais compatíveis do que outros meios de
transporte com as necessidades de serviços do cliente.

Principais características positivas do transporte rodoviário:


Entrega porta a porta, sem interferência de outro modal.
Não há transbordo intermediário das mercadorias.
Custo relativamente baixo. Está entre o ferroviário e o aéreo.
Em curtas distâncias (inferior a 300km), o custo do rodoviário é mais
competitivo.
Rapidez.
Versatilidade.
Freqüência, entre outras.

38
Principais pontos negativos:
Falta de padronização das cargas.
Consumo energético alto por tonelada transportada.
Pouca capacidade de carga.
Altos índices de acidentes e roubos.
Sujeitos a uma infra-estrutura deficiente.

Ferroviário

Em alguns países, como por exemplo, União Soviética, China Popular,


Hungria, Áustria, o modal ferroviário é predominante. As ferrovias transportam
para distâncias mais longas, em média 1000km. O fato de estarem limitadas a
instalações fixas de trilhos tira a versatilidade e flexibilidade das ferrovias.

O transporte ferroviário custa menos em termos de preço unitário do que o


rodoviário e aéreo.

Os trens operam de acordo com horários de partida e chegada. No Brasil, as


ferrovias usam vagões umas das outras, e às vezes o equipamento não está
disponível onde é necessário. Diversos desenvolvimentos têm ajudado o setor
ferroviário a superar suas dificuldades. Entre os avanços incluem-se a
programação e elaboração de rotas por computador, melhoria do equipamento,
melhoria do leito ferroviário e terminais, vagões de propriedade do embarcador
e/ou arrendados por ele, e o uso de trens unitários. As ferrovias são
proprietárias da maior parte de sua frota, sendo o restante de propriedade do
embarcador ou arrendado por ele.

No Brasil, a privatização da Rede Ferroviária Federal trouxe um novo alento a


esta modalidade, que estava minguando com o passar do tempo.

As principais empresas ferroviárias brasileiras são:


Companhia Vale do Rio Doce, que engloba a Estrada de Ferro Vitória-
Minas e Estrada de Ferro de Carajás (opera nos estados de Minas, ES,
Pará e Maranhão).
Ferrovia Centro Atlântica (opera nos estados do Rio, Minas, ES, Goiás,
Bahia, Sergipe).
MRS Logística (opera em Minas, Rio e São Paulo).
América Latina Logística (operam no Paraná, Sta Catarina, Rio Grande
do Sul e Argentina).
Ferroban – Ferrovia Bandeirantes S.A. (opera em S. Paulo e Minas).
Cia. Ferroviária do Nordeste (opera no Maranhão, Piauí, Ceará, Rio
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas).
Ferrovia Novoeste (opera em S. Paulo, Mato Grosso do Sul e Bolívia).

39
Estrada de Ferro Norte Sul (operam em Goiás, Tocantins e Maranhão).
Ferronorte – Ferrovias Norte Brasil (opera em Mato Grosso do Sul, Mato
Grosso, Goiás e Minas).

As bitolas utilizadas nas ferrovias brasileiras são: Bitola métrica – 1,0 metro;
Bitola larga – 1,60m.

Abaixo são apresentados alguns fatos do transporte ferroviário brasileiro:


Responde por 20% do total de cargas transportadas no país
A extensão total da malha é de 30.000km
Total de cargas transportadas: 270.000.000t/ano.

Fatores positivos do transporte ferroviário:


Maior capacidade relativa
Tarifas mais competitivas
Menor consumo energético

Fatores negativos:
Péssima infra-estrutura
Despadronização de bitolas
Poucos pátios para transbordo
Velocidade pequena
Inviável para pequenas distâncias

Aéreo

Um número cada vez maior de embarcadores usa o transporte aéreo. Uma


grande parte considera o frete aéreo um serviço especial, para emergência,
devido ao seu custo maior.

Os transportadores aéreos geralmente manipulam produtos de alto valor. O


frete aéreo não se justifica para produtos de baixo valor, porque o alto preço do
frete aéreo representaria muito no custo do produto. Por exemplo: um
componente eletrônico e um livro que têm o mesmo peso, mas preços
substancialmente diferentes. Se o custo do frete aéreo fosse igual do ponto A
ao ponto B, as taxas de transporte consumiriam uma parte maior do custo do
livro e uma parte menor do componente eletrônico. As considerações do
serviço ao consumidor podem influenciar a escolha do meio de transporte
nessa situação, mas somente se a questão do nível de serviço for mais
importante do que a questão do custo.

O transporte aéreo tem um tempo de trânsito menor, mas a demora nos


terminais e entrega podem reduzir um pouco esta vantagem. Para o

40
embarcador interessa o tempo total, ao invés do tempo de aeroporto para
aeroporto.

O transporte aéreo oferece as seguintes opções para o transporte de carga:


Avião de passageiro: Essa aeronave possui compartimento de cargas,
permitindo o transporte de mercadorias de pequenos volumes.
Avião Combi: Grandes aeronaves (Boeing 747) são divididas em duas
partes, uma para passageiros e outra para carga.
Avião Cargueiro: 100% do espaço destinado para carga.
Fatores positivos do frete aéreo:
Confiabilidade
Tempo de trânsito menor
Menos sujeito a avarias e roubos

Fatores negativos:
Custo alto do frete
Depende de outro modal
Depende de condições climáticas
Pequena capacidade de transporte

No Brasil, o transporte aéreo representa menos de 1% do volume de carga


transportada.

Hidroviário

O transporte hidroviário pode ser desmembrado em diversas categorias


distintas: fluvial (rios), lacustre (lagos), marítimo de cabotagem e marítimo
internacional.

O transporte hidroviário é especialmente indicado para movimentação de


artigos pesados, volumosos, de baixo valor por unidade e que possam ser
descarregados por meios mecânicos.

Os transportadores hidroviários transportam internacionalmente ou dentro do


país materiais a granel, tais como minério, grãos, celulose, carvão, calcário,
petróleo, etc.

No Brasil, o hidroviário responde por 13% do volume.

Na matriz de transporte brasileira, o transporte fluvial encontra enormes


restrições de implementação por parte do governo, principalmente pela pouca
experiência do país no uso de vias navegáveis interiores. Por isso, o transporte
fluvial responde com menos de 1% no volume total de cargas, apesar da
existência de aproximadamente 24.000km de vias navegáveis.

41
No corredor Centro – Leste, é possível o aproveitamento dos rios S. Francisco,
Paranaíba e hidrovia Tietê-Paraná. No Centro-Norte, encontra-se a hidrovia
Araguaia-Tocantins.
A cabotagem está tomando um espaço cada vez maior no transporte de carga
brasileiro. A Docenave já opera no litoral com seis navios conteineros. Com o
aumento do volume de carga nesta modalidade, está havendo uma redução do
frete. E havendo redução do frete, o volume de carga aumenta.

Um fator que também está contribuindo para o incremento da cabotagem é a


questão do elevado índice de roubo no rodoviário, fazendo com que haja uma
migração deste para aquele modal.

Fatores positivos do hidroviário:


Maior capacidade relativa
Tarifas mais competitivas
Menor consumo energético
Menor agressividade ao meio ambiente
Maior segurança contra roubo

Fatores negativos:
Menor acesso
Sazonalidade dos rios
Péssima infra-estrutura
Baixa velocidade de viagem
Depende de outro modal

Dutoviário

As dutovias transportam um número limitado de produtos, incluindo-se aí o gás


natural, petróleo cru, produtos de petróleo, água, produtos químicos, minérios,
etc. O gás natural e o petróleo cru são responsáveis pelo maior volume do
tráfego dutoviário. As dutovias podem entregar seus produtos com
confiabilidade devido aos seguintes fatores:

Os fluxos de produtos dentro do duto são monitorados e controlados por


computador;
Perdas e danos devido a vazamentos ou danos no duto são extremamente
raros;
Condições climáticas têm efeitos mínimos sobre os produtos movimentados
nos dutos;
As dutovias não exigem muita mão-de-obra.

As vantagens que as dutovias oferecem em relação a outras formas de


transporte têm estimulado as empresas a movimentar outros produtos através
dos dutos. Certamente, se um produto está, ou pode estar, na forma líquida,
gasosa ou pastosa, pode ser transportado por dutos.

42
O volume de carga transportado por esta via é de aproximadamente 4,5%.

Comparação entre Sistemas Modais Domésticos

A tabela abaixo apresenta uma comparação entre os principais sistemas


modais domésticos:

Características Rodovia Ferrovia Aéreo Hidrovia Dutovia


Custos Moderados Baixos Altos Baixos Baixos
Cobertura de Porta-a-porta Terminal a Terminal a Terminal a Terminal a
mercado Terminal Terminal Terminal Terminal
Nível de Alto Moderado Moderado Moderado Pequena
competição
Carga Todos os Valor Baixo Valor alto Baixo Baixo
predominante tipos e Moderado
Distância média 700Km 900Km 1.300Km 500- 400-600Km
de transporte 1.800Km
Capacidade do Baixa Alta Baixa Alta Alta
equipamento
Velocidade de Moderada Baixa Rápida Baixa Baixa
Trânsito
Flexibilidade Alta Moderada Baixa Baixa Baixa

43
TRANSPORTE INTERMODAL

Intermodalidade

O intermodal caracteriza-se, basicamente, pelo transporte da mercadoria em


duas ou mais modalidades, em uma mesma operação, em que cada
transportador emite um documento e responde, individualmente, pelo serviço
que presta.

A intermodalidade pode reduzir custos de outros modais mais onerosos em


locais de entrega da mercadoria que não podem ser atingidos por um único
meio de transporte, dependendo da proporcionalidade da distância e de outros
fatores representados por cada um deles.

Multimodalidade

A lei no. 9.611/98, de 20.02.98, disciplina a utilização dos serviços de


transporte multimodal.

A opção vincula o percurso da carga a um único documento de transporte,


designado Documento ou Conhecimento de Transporte Multimodal,
independente das diferentes combinações de meios de transporte, como por
exemplo, ferroviário e rodoviário.

Além de propiciar melhor aproveitamento dos equipamentos, a multimodalidade


resulta na maior eficiência dos serviços de transporte de carga, com menores
custos, maior agilidade e confiabilidade na entrega.

Para a operacionalização, a empresa interessada no transporte multimodal


entrega a mercadoria ao OTM (Operador de Transporte Multimodal), firmando
com este um contrato de Transporte Multimodal. O OTM irá tomar as
providências necessárias e fazer com que a mercadoria seja transportada até o
destino final, de acordo com o preço, prazo e integridade física pactuados.

7.5 - GESTÃO DE ESTOQUES

O controle do estoque é parte vital do composto logístico, pois estes podem


absorver uma parcela significativa do custo logístico e representar uma porção
substancial do capital da empresa.

Na verdade, estoques sejam de matérias primas, produtos intermediários ou


produtos acabados servem para uma série de finalidades:
Melhoram o nível de serviço
Incentivam economias na produção
Permitem economias de escala nas compras e no transporte
Agem como proteção contra aumento de preços
Protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo de ressuprimento

44
Segurança contra contingências

Melhorar o nível de serviço

Estoques auxiliam a vender os produtos da empresa. Estes podem ser


localizados mais próximos aos pontos de venda e com quantidades mais
adequadas. Isto é vantajoso para clientes que precisam de disponibilidade
imediata ou tempo de ressuprimento pequenos. Para a firma fornecedora, isto
significa vantagem competitiva e menores vendas perdidas.

Incentivar economias na produção

O mínimo custo unitário de produção geralmente ocorre para grandes lotes de


fabricação com o mesmo tamanho. Estoques agem como amortecedores entre
oferta e demanda, possibilitando uma produção mais constante, que não oscila
com as flutuações de vendas.

Permitir economias de escala nas compras e no transporte

Uma das finalidades do estoque é obter descontos na compra de mercadorias


com o uso de lotes maiores do que as demandas imediatas, e possibilitar
descontos nos fretes pelo emprego de lotes que otimizam a capacidade dos
veículos.

Proteção contra alterações nos preços

Bens comprados nos mercados abertos têm seus preços ditados pelos níveis
de oferta e demanda. Compras podem ser antecipadas em função de
aumentos previstos nos preços. Isto acaba criando estoque, que deve ser
administrado pela área de logística.

Proteção contra oscilações na demanda

Em muitas ocasiões, não é possível conhecer com certeza as demandas de


produtos ou os tempos de ressuprimento. Para garantir disponibilidade de
produto, deve-se manter um estoque adicional de segurança.

Proteção contra contingências

Greves, incêndios, inundações, etc são apenas algumas das contingências que
podem atingir uma empresa. Manter estoques de reserva é uma maneira de
garantir o fornecimento normal nessas ocasiões.

Parece claro que manter estoques oferece inúmeros benefícios, mas seus
custos são elevados e têm subido dramaticamente com as taxas de juros. Para
o especialista em logística, existe o desafio de minimizar o investimento em
estoque, ao mesmo tempo em que balanceia a eficiência da produção e da
logística com as necessidades de marketing. O alto custo do capital tornou este
problema um assunto vital para a empresa.

45
Independentemente dos motivadores existentes para a redução dos níveis de
estoques, a dinâmica do consumo de materiais em determinado elo da cadeia
de suprimentos pode ser representada por gráficos, conforme ilustrado na
figura 7.5.1.

Quantidade
do pedido Ponto de
Níveldeestoque

ressuprimento

Estoque de
segurança

Pedido Chegada Tempo


colocado do pedido

Figura 7.5.1 Fonte: Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos; Cristhopher, M.


Método de controle de estoque pelo ponto de ressuprimento

46
Quando não há incertezas, a taxa de consumo média dos produtos é
totalmente previsível dia após dia. Dessa forma, pode-se saber exatamente
quando o nível de estoque chegará a zero. Conhecendo o tempo de
ressuprimento, é fácil definir o ponto de ressuprimento de maneira que o
abastecimento ocorra quando o estoque zerar.

Por outro lado, no mundo real, onde as incertezas fazem parte do dia-a-dia, a
taxa de consumo dos produtos não é totalmente previsível, podendo variar
consideravelmente ao redor do consumo médio. Além disso, o tempo de
ressuprimento também pode variar, ocasionando atrasos na entrega. Para se
proteger desses efeitos inesperados, as empresas dimensionam estoques de
segurança (ver figura 7.5.1), em função de uma probalidade aceitável de falta
de produto em estoque.

POR QUE E COMO REDUZIR OS NÍVEIS DE ESTOQUE

Cada vez mais, as empresas estão procurando garantir disponibilidade de


produto no cliente final, com o menor nível de estoque possível. São diversos
fatores que determinam esse tipo de política, conforme descrição a seguir:
A diversidade crescente no número de produtos, que torna mais
complexa e trabalhosa a contínua gestão dos níveis de estoque, dos
pontos de pedido e dos estoques de segurança.
O elevado custo de capital, reflexo das altas taxas de juros no Brasil,
tem tornado a posse e a manutenção de estoques cada vez mais
onerosas.

Por outro lado, diversos fatores têm influenciado a gestão de estoques na


cadeia de suprimentos a fim de aumentar a eficiência com a qual as empresas
operam os processos de movimentação de materiais (transporte,
armazenagem e processamento de pedidos), conforme ilustra a figura 7.5.2.
Aumentar a eficiência desses processos significa simplesmente deslocar para
baixo a curva de custos unitários de movimentação de materiais, permitindo
operar com tamanhos de lotes de ressuprimento menores, sem no entanto
afetar a disponibilidade de produtos desejada pelos clientes finais ou incorrer
em aumentos nos custos logísticos totais.
Custo total
Custo de
Da operação Custo do
movimentação
estoque

Novo Tamanho Tamanho


tamanho ótimo inicial do lote
ótimo
Figura 7.5.2 – Fonte: Logística Empresaria; Fleury, P. F.

47
Destacamos três fatores que têm contribuído substancialmente para a redução
dos custos unitários de estoque e movimentação de materiais:
Formação de parcerias entre empresas na cadeia de suprimentos;
Surgimento de operadores logísticos;
Adoção de novas tecnologias de informação para a captura e troca de
dados entre empresas.

FORMAÇÃO DE PARCERIAS ENTRE EMPRESAS

A formação de parcerias entre empresas na cadeia de suprimentos, fenômeno


verificado inicialmente entre montadoras e fornecedores na indústria
automobilística japonesa, tem permitido reduções nos custos de estoques por
meio da eliminação de diversas atividades que não agregam valor. Dessa
forma, nenhum produto deve ser feito, nenhum componente deve ser pedido
enquanto não houver necessidade. Este é o princípio do Just In Time.

Essencialmente, o JIT adota o conceito de puxar a produção na qual a


demanda, no final da cadeia de suprimentos, puxa os produtos em direção ao
mercado, e o fluxo de componentes pertinentes a estes produtos também é
determinado pela mesma demanda. Como o objetivo final é o ressuprimento
just in time de peças e materiais, tarefas como o controle de qualidade no
recebimento, licitações e cotações de preços foram praticamente eliminadas na
relação comercial entre as empresas, mediante o estabelecimento de
parcerias.

SURGIMENTO DE OPERADORES LOGÍSTICOS

Os grandes operadores possuem know how e oferecem a possibilidade de


redução de custos unitários na movimentação de produtos entre empresas. Por
outro lado, com um maior grau de confiabilidade nas operações de
movimentação, consegue-se reduzir o tamanho do estoque.

ADOÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO

O advento de novas tecnologias de informação, como códigos de barras, EDI,


Internet, etc trouxe vários benefícios inerentes à captura e disponibilização de
informações com maior grau de precisão e pontualidade. A eliminação de erros
e do retrabalho no processamento de pedidos, fato que reduz substancialmente
os custos associados a essa atividade, e para a redução da incerteza com
relação à demanda futura, ao serem compartilhadas as séries de vendas para
o cliente final por todas as empresas da cadeia.

48
7.6 - ARMAZENAGEM

INTRODUÇÃO

No abastecimento das empresas e na distribuição de produtos, a atividade de


armazenagem é o elo entre o fornecedor e a produção, e entre a produção e o
cliente. No decorrer do tempo, a armazenagem evoluiu de uma condição
inferior na empresa para uma das funções mais importantes dentro do sistema
logístico. A figura 7.6.1 mostra o sistema de armazenagem do lado do
abastecimento da empresa.

Podemos definir armazenagem como a parte do sistema logístico da empresa


que estoca produtos entre o ponto de origem e o ponto de consumo,
proporcionando informações para a alta administração da empresa sobre a
situação dos itens estocados. O termo Centro de Distribuição é o mais
utilizado. Entretanto, armazém é o termo mais genérico.

Alguns autores definem o Centro de Distribuição como um armazém de


produtos acabados. Também aplicado às instalações a partir das quais pedidos
do atacado e varejo podem ser atendidos.

NATUREZA DA ARMAZENAGEM

A armazenagem é necessária pelas seguintes razões:


Obter economias de transporte.
Obter economias de produção.
Manter uma fonte de fornecimento.
Atender o nível de serviço estabelecido pela empresa.
Superar as diferenças de tempo e espaço que existem entre produtor e
consumidor.

49
Conseguir uma logística de menor custo total em consonância com o
nível de serviço desejado.

ARMAZENAGEM
F
O
R
N
E
Transporte Expedição Embalagem Fabricação C
E
D
O
R
DEPÓSITO / ARMAZÉM

Movimentação
Movimentação Armazenagem Expedição Transporte
Recebimento
no Depósito
Depósito Interno

Central de F
Gestão de Á
Controle B
Estoque R
I
C
A

PRODUÇÃO
Legenda

fluxo de material
ÁREA INDUSTRIAL / COMERCIAL
fluxo de informação

Figura 7.6.1

LOCALIZAÇÃO E NECESSIDADE

O armazém de produtos pode estar localizado na própria fábrica ou próximo ao


mercado consumidor.

É importante verificar que em situações nas quais a empresa possui diversas


fábricas, e que cada fábrica produz uma parte da linha de produtos da
empresa, a existência de um CD se torna necessária para que se possam
consolidar cargas dos diversos clientes. Seria muito oneroso que cada fábrica
expedisse separadamente seus produtos diretamente aos clientes.

As políticas de serviço ao cliente, tais como entrega em 24hs, podem exigir


armazéns regionais para reduzir os custos de atingir este padrão. As condições
de mercado em mudança podem também tornar necessária a existência de um
estoque de produtos próximo ao cliente, principalmente porque as empresas

50
não podem prever com exatidão a demanda do consumidor e o momento da
colocação do pedido.

Ao manter um nível maior de estoques em armazéns, a empresa pode atender


de imediato as demandas inesperadas.

Podemos caracterizar três tipos de estratégia de localização: estratégia de


posicionamento no mercado, posicionamento da produção e posicionamento
intermediário:
a) A estratégia de posicionamento no mercado localiza armazéns perto do
cliente final. Isto maximiza os níveis de serviço ao cliente.
b) O posicionamento perto dos locais de produção não proporciona o mesmo
nível de serviço que o armazém posicionado próximo ao mercado.
c) O posicionamento intermediário, como o próprio nome diz, está localizado
num local intermediário entre a fonte de produção e o mercado consumidor.

Os fatores que influenciam as políticas de armazenagem de uma empresa


podem ser:
Disponibilidade de capital
Características dos produtos
Sazonalidade da demanda
Uso de programas Just in Time
Condições econômicas...

Funções da Armazenagem

A armazenagem tem três funções básicas: movimentação, estocagem e


transferência de informações.

Movimentação

A função movimentação diz respeito ao recebimento, transferência para o


estoque, formação de carga e carregamento.

Os equipamentos utilizados na movimentação são: empilhadeiras elétricas, a


gás ou combustível líquido, paleteiras, elevadores automáticos, esteiras
rolantes, pequenos reboques puxados por tratores.

A atividade recebimento inclui o desembarque físico dos produtos no armazém,


a conferência física e documental, o registro da entrada dos produtos no
estoque.

A transferência é feita logo após a conferência, consistindo no movimento físico


de transferir os produtos da área de recebimento para o local da estocagem.

51
A formação de carga consiste em agrupar as cargas de um veículo próximas
ao local de embarque, com base nos pedidos recebidos.

A expedição (embarque) consiste no carregamento dos veículos, conferência


da documentação com a carga a ser expedida e a baixa do estoque.

Estocagem

A estocagem consiste na guarda do produto dentro do armazém, visando a


uma conservação segura do mesmo. É uma função estática, pois os produtos
ficam estacionadas no local escolhido, aguardando o momento da sua retirada
para serem expedidos.

A estocagem pode ser feita utilizando-se os seguintes modelos: Porta Palete,


Blocado, Racks, Prateleiras, Câmaras Frias, Empilhamento...

Transferência de Informações

As informações fluem simultaneamente com as funções de movimentação e


estocagem. Informações sobre níveis de estoque, locais de estocagem,
recebimentos e expedições, pedidos dos clientes, datas de entrega dos
pedidos são fundamentais para o gerenciamento de um armazém.

Projeto do armazém

O projeto ideal para uma empresa que produz determinados produtos deve
variar por tipo de produto estocado, os recursos financeiros da empresa, o
ambiente competitivo e as necessidades dos clientes. Outros aspectos que
devem ser considerados são: custo da mão-de-obra, custos de equipamentos
de movimentação, custo do terreno e custo de informação. Por exemplo: a
compra de um equipamento de movimentação mais caro, porém mais eficiente,
pode afetar o tamanho do armazém. A instalação de um sistema de esteiras
transportadoras para reduzir custos de mão-de-obra e aumentar a
produtividade pode afetar a configuração de um armazém.

Após uma análise de alternativas dos diversos modelos de armazéns, será


definido aquele que melhor atender aos requisitos da empresa. Qualquer que
seja o projeto escolhido para o novo armazém, o importante é que o espaço
disponível seja utilizado em sua totalidade e da maneira mais eficiente
possível.

52
7.7- DISTRIBUIÇÃO REGIONAL

Consiste na entrega dos insumos do armazém para a produção ou dos


produtos desde o CD até os clientes.

Na atividade de distribuição de produtos, dependendo do volume de pontos de


vendas (PVD), faz-se necessária à utilização de softwares de roteirização.

Os veículos utilizados na distribuição são os de porte menor tais como:


caminhão Truck, Toco, 608, Sprinter, Kombi, etc.

A figura 7.7 nos mostra o fluxo do processo de distribuição.

7.8- CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS

A terceirização dos serviços logísticos é uma tendência crescente no âmbito


empresarial. A complexidade cada vez maior das operações logísticas está
motivando as empresas no sentido de buscar operadores especializados que
D IS T R IB U IÇ Ã O R E G IO N A L C L IE N T E S

A
CD
PRO DUÇÃO E X P E D IÇ Ã O
R E G IO N A L B
C
V E N D A S/
FATURAM ENTO
M A R K E T IN G

N
Figura 7.7

possam executar os serviços com melhor performance e menor custo. Outro


aspecto diz respeito aos investimentos. Para que uma empresa possa estar
acompanhando a evolução tecnológica no campo da logística, terá que
obrigatoriamente estar investindo em equipamentos de manuseio, transporte,
armazéns, sistemas de informações, treinamento de pessoal, etc. Tal situação
implica concentrar grande soma de recursos financeiros em ativos que não são
do seu core business, o que vai conflitar com um princípio fundamental da
administração moderna, que é à busca da maximização de retorno sobre os
investimentos. Outro aspecto importante é de não gastar energia / tempo dos
executivos da empresa em atividades acessórias que podem ser realizadas por
uma outra empresa especializada.

53
O mercado brasileiro já dispõe de prestadores de serviços (nacionais e
multinacionais) nas diversas atividades logísticas em quantidade e qualidade
para atender ao processo de terceirização das empresas. Estas empresas
tendem a ter um menor custo de mão-de-obra, são especializadas e focadas
nas atividades logísticas, conseguem obter economia de escala na medida em
que prestam serviços para outras empresas e, assim sendo, conseguem ter um
custo menor do que uma empresa não especializada em logística.

Após uma análise criteriosa de terceirizar ou não as atividades logísticas,


optando-se pela terceirização, o passo seguinte é a contratação dos serviços
logísticos.

A contratação de serviços logísticos tem recebido pouca ou nenhuma atenção


por parte dos estudiosos no campo da logística. Entretanto, é uma atividade
que, mal conduzida, vai comprometer seriamente a operação logística. A
obrigação entre as partes contratantes quer no campo da especificação dos
serviços, quer nas regras embutidas nas cláusulas contratuais, são condições
que devem ser tratadas por especialistas em logística para que a operação
contratada não seja motivo de desentendimento futuro.

A contratação é a formalização de um documento (contrato), no qual constam


todos os regulamentos, obrigações bilaterais, condições técnicas e comerciais
que foram acordados entre contratante (empresa que contrata) e contratado
(prestador de serviço) para a execução do serviço especificado.

Para chegar a ponto da assinatura do contrato, as seguintes etapas deverão


ser realizadas:
Especificação dos serviços.
Pré-qualificação dos prestadores de serviços.
Solicitação de propostas técnicas e comerciais aos pré-qualificados.
Preparação das propostas pelos participantes da concorrência.
Recebimento e avaliação técnica e comercial das propostas.
Definição do vencedor da concorrência.
Discussão da minuta do contrato.
Assinatura do contrato entre as partes.

Um fator crucial e de grande relevância é a clareza e o detalhamento correto da


especificação dos serviços que serão contratados. Muitas vezes, a
especificação é genérica e não contém todos os detalhes do serviço, o que
fatalmente vai implicar conflitos entre as partes após a assinatura do contrato e
durante a execução dos serviços.

Outro fator de atenção do contratante é na pré-qualificação dos fornecedores


que vão participar da concorrência. No mercado, existem empresas de todos
os quilates. Alguns cuidados têm que ser tomados: análise do balanço
econômico-financeiro, pesquisa cadastral para verificar sobre pendências

54
judiciais, financeiras, etc, informações dos clientes atuais e passados, quadro
de acionistas, diretores e alta gerência, relação de equipamentos e ativos para
o desenvolvimento dos serviços, condições técnicas para a execução do
serviço que vai ser contratado.

A preparação das propostas pelos concorrentes deve contar com riqueza de


detalhes sobre todos os procedimentos e condições operacionais para a
execução plena do serviço especificado, bem como as condições comerciais. O
proponente deve demonstrar na proposta todo o seu entendimento do serviço
especificado: como, quando e em que condição irá executá-lo.

Na avaliação técnica e comercial por parte do contratante, as propostas devem


ser equalizadas, ou seja, todos propondo o que está definido na especificação
de serviços. Acontece que, em algumas situações, alguém omite um detalhe e
com isto consegue reduzir o seu preço. Esta situação tem que ser observada
para não se comparar coisas diferentes e conduzir a uma decisão incorreta. Os
preços só podem ser comparados quando as propostas técnicas reflitam
exatamente o que foi solicitado - nem mais nem menos.

Após a análise das propostas, é então escolhido o vencedor da concorrência.

A discussão da minuta do contrato tem que ser exaustiva para que este
documento reflita exatamente o que as partes entendem sobre as condições
que os serviços serão desenvolvidos, e que seja um pacto de união entre as
empresas e não de desunião.

Nesta fase, deverão ser estabelecidos os indicadores de desempenho do


prestador de serviços que está sendo contratado. Estes indicadores vão refletir
se o desempenho no aspecto de qualidade, prazo, produtividade, segurança,
meio ambiente, etc estão dentro dos patamares acordados entre as partes. A
performance contratada tem que ser atingida pelo operador, pois caso contrário
o contrato fica comprometido.

Com a minuta consensada, o contrato será assinado pelos procuradores das


empresas.

55
7.9 - MÉTODOS DE LOGÍSTICA

Os serviços logísticos quer sejam executados internamente com recursos


próprios ou por terceiros, deverão ser respaldados por procedimentos que
definam a interveniência e a responsabilidade de cada órgão interno da
empresa e dos organismos externos. Os procedimentos obedecem a uma
seqüência lógica do fluxo logístico, procurando acoplar neste fluxo os aspectos
contábeis, fiscais e de informações.

Se os serviços vão ser contratados externamente, na fase de discussão da


minuta do contrato este procedimento terá que ser ajustado entre as partes e
passará a ser um documento do contrato. Os órgãos envolvidos internamente
obrigatoriamente participam da elaboração deste procedimento.

A figura 7.9 dá uma visão de um procedimento que define, ainda no nível


macro, o fluxo de uma operação de transporte contratado de um terceiro. Este
procedimento tem que ser explodido dentro da empresa para refletir todas os
aspectos financeiros (pagamentos, recebimentos), contábeis, fiscais e
informações.

30- PROCEDIMENTO DA OPERAÇÃO


INDÚSTRIA TRANSPORTADOR
CLIENTE
RODOVIÁRIO
LOGÍSTICA VENDAS PRODUÇÃO

PROC. PEDIDOS RECEBE EMITE


PLANEJ. PROD. PEDIDO

DEFINE DATA
FABRICA
ENTREGA

SOLICITA EMBALA
VEÍCULO PRODUTO

DISPONIBILIZA
VEÍCULO
CENTRAL CARREGA
DE
INFORMAÇÃO EMITE
CTRC

EMITE NOTA
TRANSPORTA RECEBE
FISCAL

Figura 7.9

7.10- LOGÍSTICA REVERSA

Tem sido cada vez mais freqüente responsabilizar os fabricantes e


fornecedores pelo retorno e reutilização, ou até mesmo o descarte de resíduos,

56
conteineres, frascos e embalagens. Isto requer o planejamento e
implementação de processos logísticos especialmente desenhados para esta
finalidade de forma econômica, ecológica e competitiva. Além dos impactos
previsíveis nos custos, devemos considerar os aspectos de imagem da
empresa e marcas, e o posicionamento social da empresa como uma cidadã
corporativa.

7.11 – SISTEMA DE INFORMAÇÕES

Da mesma forma que no corpo humano o fluxo sangüíneo irriga todos os


órgãos, fazendo com que os mesmos executem suas funções de maneira
cadenciada e harmônica, o fluxo de informações no sistema logístico faz a
interligação de todas as atividades, integrando-as.

O gerenciamento depende de um sistema de informações que permita avaliar


momentaneamente o andamento da operação ao longo da cadeia de
suprimentos e permitindo a tomada de decisões preventivas, ou mesmo
corretivas, quando for o caso.
O fluxo do pedido, há dez anos, era acompanhado e controlado com base num
fluxo de informações contidas em documentos, com muita lentidão e pouca
confiabilidade. Com o passar do tempo, o custo da informação via eletrônica foi
reduzindo e se tornando mais disponível, permitindo que as empresas
pudessem contar com meios para coletar, armazenar, transferir e processar
dados com maior confiabilidade e rapidez.
As informações transmitidas via eletrônica, além da facilidade criada para a
coordenação logística como um todo, permitiram que fossem também
disponibilizadas para os fornecedores e clientes.
Na medida em que as informações ficam transparentes e disponíveis para
todos os componentes da cadeia de suprimentos, cria-se uma condição muito
favorável para todos na condução das atividades de sua responsabilidade. Por
exemplo: em qualquer indústria, na medida em que a carteira de pedidos é
disponibilizada para todos os envolvidos na cadeia de suprimento, em qualquer
momento os fornecedores de matérias primas visualizam o montante que terá
de suprir; a produção sabe o que vai produzir e portanto se programa; o
transportador sabe o que vai transportar e assim por diante.
Cada empresa deve procurar modelar um sistema de informações que seja
adequado à sua estrutura organizacional e à sua filosofia de trabalho.
Com a tecnologia da Internet, um novo horizonte se abre no campo do tráfego
de informações, facilitando mais ainda a comunicação com os organismos
externos.
Como já foi dito anteriormente, o sistema de informações combina hardware e
software para coletar, transmitir e controlar as operações logísticas.
Como exemplo, veja a figura 7.11. Temos a modelagem de um fluxo com as
seguintes atividades:
57
Emissão do pedido
Produção
Expedição
Transporte
Recebimento pelo cliente

Em cada momento, na medida em que os fatos vão ocorrendo, cada área


responsável pelas atividades acima vai informando a data de realização das
atividades, e estas informações vão fluindo para o quadro inferior da figura
7.11. Este controle ficará disponível para todos os componentes da cadeia, que
em qualquer momento estará avaliando a situação de vendas, produção e
entrega. Outro aspecto é que periodicamente poderá avaliar o desempenho
global da cadeia e também o de cada componente individualmente. A maior
elasticidade e complexidade do fluxo de informações, e também dos níveis de
controle, dependerão da forma como o gerente vai querer controlar a sua
operação logística.
A verdade é que temos hoje um horizonte muito grande de possibilidades para
o trânsito de informações e conseqüentemente maiores facilidades de
coordenação das atividades.

FL UXO DE I NF O RM AÇÕ E S

EMISSÃO DO
NO CLIENTE
DESCARGA
PRODUÇÃO EXPEDIÇÃO TRANSPORTE
PEDIDO

CENTRAL DE
CONTROLE

PEDIDO PRODUÇÃO EXPEDIÇÃO TRANSPORTES CLIENTE


Data Saída Previsão Recebimento
Data de emissão Data prevista Data real Data entrada Data saída
carregamento veículo chegada Previsto Real

Figura 7.11

58
8 - BIBLIOGRAFIA

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos:


planejamento, organização e logística empresarial. 1.ed. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
BOWERSOX Donald J., CLOSS David J., Logística Empresarial. 1 ed., São
Paulo: Atlas, 1999.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

ARNOLD, J. R. Tony. Administração de materiais. 1.ed.São Paulo: Atlas,


1999.
BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração de
materiais e distribuição física. 11. ed. São Paulo: Atlas, 1993.
BOVET, David & MARTHA, Joseph. Redes de Valor . Aumente o lucro pelo
uso da tecnologia da informação na cadeia de valor. Ed. Negócio.
Council of Logistics Management – http://www.cscmp.org
DORNER, Philippe-Pierre; ERNST, Ricardo; FENDER, Michel; KOUVELIS,
Panos. Logística e operações globais.
FLEURY, Paulo Fernando. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas
FITZSIMMONS,James A & FITZSIMMONS,Mona J. Administração de
serviço: operações, estratégias e tecnologia de informação. São Paulo:
Bookman
GIANESI,Irineu & CORRÊA, Henrique Luiz. Administração estratégica de
serviços: operações para a satisfação do cliente. São Paulo: Atlas
NOVAES, Antônio Galvão. Logística e Gerenciamento da Cadeia de
Distribuição. 1 ed. São Paulo. Campus, 2001.
CHRISTOPHER, Martin. Logística e Gerenciamento da Cadeia de
Suprimentos. 1 ed., São Paulo: Pioneira,1997.
CHRISTOPHER, Martin. O Marketing da Logística. 1 ed.. São Paulo: Futura,
1999.
NOVAES. Logística Aplicada. São Paulo. Pioneira. 1997.
FLEURY, Paulo Fernando. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas
SMICHI-LEVI, David, KAMINSKY, Philip; SIMCHI-LEVI, Edith de
suprimentos – projeto e gestão.
Revista Tecnologística – http://www.tecnologistica.com.br.
TEBOUL,James. A era dos serviços. Rio de Janeiro: Qualitymark

59
9 - GLOSSÁRIO DE TERMOS DE USO CORRENTE NA LOGÍSTICA
EMPRESARIAL
Prof. Manoel de Andrade e Silva Reis ASLOG
http://www.aslog.org.br/

Prof. Dd. Alberto Possetti - E-MAIL.: possetti@fesppr.br e apossetti@santacruz.br


http://pessoal.onda.com.br/razzolini/glolog.html
Este documento apresenta um conjunto de termos gerais relevantes, de uso corrente na Logística
Empresarial. Os termos e siglas em inglês são incluídos em virtude de serem de uso comum no
mercado brasileiro e sempre que possível são acompanhados do equivalente em Português.

TERMO/EXPRESSÃO SIGNIFICADO
É a abordagem que visa oferecer o máximo valor ao cliente e o máximo
Administração da Cadeia de retorno sobre o ativo fixo, através da gestão efetiva dos fluxos de
Abastecimento materiais, produtos, informações e recursos financeiros, de extremo a
extremo da cadeia, desde as fontes de suprimento até o consumidor final.
(Supply Chain Management) É a integração dos membros da cadeia, sem verticalização, mas com a
focalização de cada empresa em seu negócio principal.
É a técnica de gestão de categorias de produtos como centros de
Administração de Categorias resultados, de forma a garantir que todas as categorias contribuam com
(Category Management) margens de lucro positivas. Isto minimiza a possibilidade de algumas
categorias de produtos serem subsidiadas por outras.
Segmento da logística empresarial, também chamada logística de
Administração de Materiais
entrada, que corresponde ao conjunto de operações relativas ao fluxo de
(Inbound Logistcs) materiais e informações desde a fonte das matérias primas até a entrada
da fábrica. É portanto a logística dos insumos de uma empresa.
A administração por funções agrupa cargos pelas habilidades necessárias
Administração por Funções ao desenvolvimento das atividades e pelo desejo de controlar e
minimizar riscos.

Administração por Processos A administração por processos agrupa cargos em torno de um fluxo de
(Process Management) atividades que visa atender às necessidades dos clientes.

Armazém Área destinada à guarda de materiais em geral.

Armazém Geral ou Armazém


Armazém operado por terceiro que presta serviços a clientes do mercado.
Público

Armazém operado por uma empresa, ou por um terceiro, para seus


Armazém Privado
próprios produtos.

Corretor. Na acepção mais pura, um broker é uma empresa prestadora de


serviços de vendas, promoção, merchandising, pesquisa de mercado e
Broker ações no ponto-de-venda, como degustação e abordagem, sem comprar
ou vender nada, trabalhando para um número limitado de empresas e
nunca para mais de uma num mesmo segmento.

Transações comerciais realizadas através de redes públicas ou privadas,


Business-to-Business (B2B) incluindo negócios públicos ou privados que utilizam a Internet como
veículo. Essas transações incluem transferências financeiras,
(Empresa-a-empresa) intercâmbios on-line, leilões, entrega de produtos e serviços, atividades
de cadeias de abastecimento e redes integradas de negócios.

60
TERMO/EXPRESSÃO SIGNIFICADO
Business-to-consumer (B2C) O comércio eletrônico B2C é caracterizado por vendas ao consumidor
(Empresa-a-consumidor) através de sítios (sites) e portais na Internet. 61

A cadeia de abastecimento (supply chain) é constituída pelo conjunto de


Cadeia de Abastecimento
organizações que se inter-relacionam, criando valor na forma de
(Supply Chain) produtos e serviços, desde os fornecedores de matéria prima até o
consumidor final.

Carga a granel Carga homogênea não embalada.

Carga conteinerizada Carga geral acondicionada (unitizada) em contêineres intermodais.

Carga fracionada Carga geral solta.

Carga paletizada Carga geral acondicionada (unitizada) em paletes.

Centro de distribuição (CD) é um armazém que tem por missão realizar a


gestão dos estoques de mercadorias na distribuição física.
As atividades englobam recepção, expedição, manuseio e armazenagem
Centro de Distribuição (CD) de mercadorias, administração de informações, emissão de notas fiscais,
conhecimentos de transporte e outros documentos e, em alguns casos,
agregação de valor intrínseco (físico) como a colocação de embalagens e
rótulos e a preparação de kits comerciais (compre dois e leve tre, por
exemplo).
Sigla utilizada quando um produto é transportado desmontado. O
CKD (Completely Knocked conceito foi criado na indústria automobilística, para o caso da
Down) exportação de veículos completos na condição CKD, para montagem no
Completamente Desmontado destino. Hoje se utiliza o conceito CKD para outros tipos de produtos
como fogões por exemplo.

Classificação ABC Ver Curva de Pareto.

Código de Barras Método de codificação de dados alfanuméricos para leitura ótica rápida e
precisa. Os códigos de barra são constituídos por uma seqüência de
(Bar Code) barras e espaços.
Leitora ótica (scanner em inglês) de códigos de barras utilizada para o
reconhecimento de volumes em centros de distribuição. Em conjunto
Coletor com um Sistema de Rádio Freqüência e um Sistema de Administração de
Armazéns constitui-se numa das principais ferramentas para operações
de alta velocidade em centros de distribuição.
Documento emitido pelo transportador, que confirma o
recebimento das mercadorias a transportar e constitui o
contrato de transporte entre o embarcador e o transportador,
para os diversos modais de transporte, a saber:
Conhecimento de Transporte
Aéreo (AWB – Airway Bill).
Ferroviário.
Marítimo (BL – Bill of Lading).
Rodoviário.
Parte que recebe a carga, conforme mencionado no conhecimento de
Consignatário
transporte.
TERMO/EXPRESSÃO SIGNIFICADO
Agrupamento de várias remessas pequenas numa remessa maior, para
Consolidação
facilitar o manuseio e reduzir taxas.
62
Equipamento de transporte, com dimensões padronizadas, utilizado para
Contêiner intermodal
unitizar carga geral, granéis sólidos e líquidos.

O cross-docking é um sistema no qual os bens entram e saem de um


centro de distribuição (CD), sem ali serem armazenados. Permite
aumentar o giro dos estoques.

Cross Docking
Pode englobar recebimento, separação, roteirização e despacho de
produtos num mínimo intervalo de tempo, podendo envolver, em alguns
casos, atividades que agregam valor físico como etiquetagem e re-
embalagem.

No final do século XIX, o italiano Vilfredo Pareto notou que a maioria


da riqueza dos países é controlada por uma minoria de pessoas.
Posteriormente verificou-se que esse mesmo princípio aplica-se a
diversos aspectos da atividade empresarial e passou a ser conhecido
como Curva de Pareto, Curva 80-20 ou Curva ABC.
A Curva de Pareto é utilizada para classificar em A, B e C:

Curva de Pareto Insumos na Administração de Materiais:

(Classificação ABC) Categoria % das compras % dos custos


A 10 70 a 80
B 10 a 20 10 a 15
C 70 a 80 10 a
20
Clientes de uma empresa pela lucratividade que cada um proporciona;

Produtos de uma empresa pela lucratividade que cada um proporciona.

Desconsolidação Inverso de consolidação.

Segmento da logística empresarial que corresponde ao conjunto das


operações associadas à transferência de bens desde o local de sua
Distribuição produção até o local designado no destino e ao fluxo de informações
associado.A distribuição física deve garantir que os bens cheguem ao
destino em boas condições comerciais, oportunamente e a preços
competitivos.

Parte que embarca a carga, conforme mencionado no conhecimento de


Embarcador
transporte.

Empresa-a-consumidor Ver business-to-consumer (B2C).

Empresa-a-empresa Ver business-to-business (B2B).


TERMO/EXPRESSÃO SIGNIFICADO
São equipamentos utilizados para a armazenagem de materiais em
armazéns e centros de distribuição, podendo ser:
Prateleiras –para a armazenagem de caixas, sacarias e unidades
pequenas;
Porta paletes – para a armazenagem de paletes, constando de duas vigas
horizontais onde se apóia o palete
Porta paletes drive in e drive through – porta paletes com vários níveis
projetados para armazenagem concentrada de paletes. Utilizado para
a armazenagem de diversos paletes com um mesmo lote de
mercadorias. 63
Equipamentos de Porta paletes dinâmicos (flow rack) – porta paletes com roletes e com
Armazenagem inclinação, que permitem que paletes introduzidos numa
extremidade fluam para a outra extremidade por gravidade.
Automatizam a prática do FIFO.
Porta paletes push back – porta paletes com roletes e inclinados para
frente, no qual podem ser armazenados dois a três paletes na
profundidade.Os paletes são empurrados pela frente até que as três
posições estejam cheias. Quando se retira o primeiro palete, os
demais correm para a frente por gravidade.
Sistemas para armazenagem dinâmica para caixas (case flow rack) –
semelhantes aos porta paletes dinâmicos, mas adequados a caixas e
cestas.
Parceria em que o fornecedor repõe os estoques do cliente com base nos
níveis de estoque informados pelo próprio cliente por via eletrônica
(EDI, Internet ou outros meios). O cliente participa somente com a
informação sobre seus níveis de estoque e, preferencialmente, de maneira
automática de forma que seus custos de controle de estoques e pedido
são reduzidos a um mínimo. O VMI permite:
Estoque Administrado pelo A redução dos custos para cliente e fornecedor;
Fornecedor A redução dos níveis de estoque;
A melhoria dos níveis de serviço ao cliente pela redução das faltas;
(VMI – Vendor Managed A melhoria do planejamento da produção do fornecedor, pela
Inventory) visibilidade que o mesmo adquire da variação dos estoques do
cliente;
A minimização dos erros de entrada de dados em virtude da
comunicação computador-a-computador;
A formação de uma parceria genuína entre cliente e fornecedor.
Sistema de controle de estoques em que o material que vence primeiro
FEFO (first to expire first-out)
deve ser utilizado primeiro.

Sistema de controle de estoques em que o material que entra primeiro


FIFO (first-in first-out)
deve ser utilizado primeiro.

Sistema de controle de estoques em que o material que entra primeiro


FILO (first-in last-out)
deve ser utilizado por último.
TERMO/EXPRESSÃO SIGNIFICADO
Os Incoterms, desenvolvidos pela Câmara Internacional de Comércio,
são regras internacionais, uniformes e imparciais, que constituem 13
Incoterms formas acabadas de realizar uma transação internacional e que, quando 64
agregadas a um contrato internacional de venda passam a ter força legal,
com significado jurídico preciso.
Intercâmbio Eletrônico de O Intercâmbio Eletrônico de é a troca de documentos padronizados entre
parceiros de uma cadeia de abastecimento ou entre unidades fisicamente
Dados
separadas de uma mesma empresa. Associado ao uso do código de
(EDI – Electronic Data
barras, leitoras óticas e sistemas de informação, constitui a base sobre a
Interchange)
qual são implantadas as ferramentas que viabilizam o ECR.
Item de Estoque Ver SKU – Stock Keeping Unit

Just-in-time (JIT) é uma sistemática de gestão de estoques em que os


JIT – Just-in-Time componentes, as matérias primas e mercadorias em geral chegam ao
local de destino exatamente quando necessários. Os objetivos do sistema
JIT são prover o material correto, no local correto e no momento correto.

O sistema kanban (cartão ou registro visível em japonês) utiliza cartões


para controlar e programar a produção e o uso de estoques. Os cartões,
de papel ou plástico, têm a função de sinalizar a autorização para alguma
atividade de produção ou de reposição de estoque. Há vários tipos de
cartões utilizados no kanban:
Kanban Cartões que autorizam produção;
Cartões que autorizam fornecimento;
Cartões que autorizam movimentação de estoques de uma
posição para outra.
Além disso, os cartões podem ter cores diferentes para indicar a
prioridade da operação (normal, moderada e alta)
É o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e
armazenagem eficientes e de baixo custo de matérias primas, estoque em
Logística processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de
origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos
do cliente.

Qualquer pessoa jurídica, transportador ou não, que celebre um contrato


OTM – Operador de de transporte multimodal e atue como principal, e não como agente
Transporte Multimodal assumindo a responsabilidade pela execução do transporte porta-a-porta
frente ao contratante.

Conjunto formado por um estrado e pela carga geral fracionada unitizada


sobre o mesmo. Pode ter peso de até 2.000 Kg. O estrado pode ser
formado por dois planos separados por vigas, ou uma base única
Palete sustentada por pés, cuja altura é reduzida ao mínimo compatível com o
seu manuseio por empilhadeiras, paleteiras ou outros sistemas de
movimentação. Pode ser construído de madeira, plástico, metais,
papelão, ou combinações desses materiais Pode ter dimensões variadas

PDV – Ponto-de-Venda (POS É o termo utilizado para indicar cada caixa de uma loja, onde é utilizado
– Point of Sale) o scanner para a leitura do código de barras de identificação de produtos.

Adequar um serviço ou produto especificamente para um cliente, de


Personalizar (Customizar)
acordo com suas necessidades.
TERMO/EXPRESSÃO SIGNIFICADO
Picking (pick pack) Ver Separação

O postponement é uma estratégia de produção que procura retardar, até o


Postponement. último momento possível, a caracterização final de produtos
Retardamento na Finalização manufaturados e/ou serviços, com o objetivo de facilitar a redução dos
de um Produto estoques e incrementar a capacidade de personalização do que é
oferecido no mercado.

65
Vilfredo Pareto observou que a maioria da riqueza dos países é
controlada por uma minoria. O princípio baseado nessa observação
aplica-se a muitas situações empresariais e diz que dentre todos os
fatores que, em conjunto, contribuem para um efeito, um número
reduzido dos mesmos representa a maior parte do efeito causado
Princípio de Pareto coletivamente. (Regra 80% - 20 %).
Exemplos:
Se uma empresa possui 100 clientes, cerca de 20% deles serão
responsáveis por cerca de 80% dos lucros da empresa;
Cerca de 20% dos materiais (insumos) adquiridos por uma empresa
correspondem a cerca de 80% do custo total dos insumos;

Sistema utilizado para a comunicação em tempo real, via rádio, entre o


Rádio freqüência (RF) sistema de administração de armazéns e os coletores (scanners), num
centro de distribuição (CD).

A Reposição Contínua, uma forma de VMI para o varejo


Reposição Contínua
supermercadista, é uma ferramenta que tem por finalidade repor os
(CR – Continuous
produtos na gôndola de forma rápida e adequada à demanda, com os
Replenishment)
objetivos de minimizar estoques e faltas

Resposta Eficiente ao Um modelo estratégico de negócios, no qual fornecedores e varejistas


Consumidor (ECR – Efficient trabalham de forma integrada, visando melhorar a eficiência da cadeia
Consumer Response) logística, de forma a entregar maior valor ao consumidor final.

O atendimento a pedidos de clientes, a partir de um centro de


distribuição (CD), é feito por separação (picking em inglês) do conjunto
de produtos contidos no pedido, podendo ser:
Separação de caixas ou paletes fechados, por separação direta ao
Separação de pedidos longo do CD;
Separação de unidades de produtos, por separação direta ou em
linha de produção.
Quando a separação é seguida de embalagem dos produtos utiliza-se, em
inglês, a expressão pick pack.

Shelf life Tempo de validade de um produto.


TERMO/EXPRESSÃO SIGNIFICADO

Sistema de Administração de Sistemas de administração de armazéns são softwares aplicados à gestão


66
Armazéns de áreas de armazenagem, no que tange ao controle de entrada e saída de
(WMS – Warehouse materiais, endereçamento, realização do FIFO e do FEFO, controle de
Management System) estoque, formação de cargas para expedição (picking), etc.

Representa a unidade para a qual informações de venda e de gestão de


estoque são mantidas. Pode ser uma unidade de consumo de um produto
ou uma caixa coletiva com diversas unidades do mesmo. Uma caixa
SKU – Stock Keeping Unit coletiva com 20 unidades de um determinado item (sabonete de um dado
tamanho e dado perfume, por exemplo) constitui um SKU, enquanto
outra caixa com 40 unidades da mesma unidade de consumo representa
um outro SKU.

Refere-se ao transporte de um veículo de transporte por outro (piggy


Transporte Combinado back), como por exemplo, uma carreta transportada por um vagão
ferroviário ou por um ferryboat

É o transporte realizado através de dois ou mais modais de transporte de


forma eficiente, com mínimas resistências ao movimento contínuo de
bens e equipamentos de transporte, desde a origem até o destino.
Transporte Intermodal
A prática da intermodalidade pressupõe a existência de interfaces
(terminais, portos, aeroportos, armazéns e aduanas) tão eficientes quanto
os modais aos quais atendem.

É um conceito institucional que envolve a movimentação de bens por


dois ou mais modais de transporte, sob um único conhecimento de
transporte, o qual é emitido por um Operador de Transporte Multimodal
Transporte Multimodal – OTM.
O OTM deve assumir, frente ao embarcador, total responsabilidade pela
operação, desde a origem até o destino, como um transportador principal
e não como um agente.

É a conversão de diversas unidades de carga fracionada numa única


Unitização unidade, para fins de movimentação e armazenagem. A unitização pode
ser realizada por meio de contêineres intermodais, paletes, caixas
coletivas,...

Validade de um produto Tempo de vida útil de um produto shelf life

VMI – Vendor Managed Sistema de parceria em que o fornecedor, por iniciativa própria, repõe os
Inventory estoques do cliente com base em informações de estoque obtidas via EDI
ou por outros meios. A adoção desta prática pressupõe um acordo entre
(Estoque Administrado pelo as partes no que se refere aos limites superior e inferior dos estoques do
Fornecedor) cliente e sobre procedimentos de entrega e faturamento.

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