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O povo não governa, o povo decide quem serão os decisores, ou seja, governa através dos seus
representantes.
Dá origem a uma insatisfação em que parte da população não vota ou tem votado em novos partidos
chamados partidos de protesto.
O povo entre duas eleições era escravo. O povo não tem qualquer influencia no poder, sem ser através
de eleições. O povo é, portanto, fragilizado no que toca ao exercício da sua vontade.
Clausura no processo politico de decisão - os políticos criaram uma classe a parte, classe
fechada,narcisista, uma cidade proibida aos outros cidadãos onde se situarem esta classe politica,
fechada à discussão do espaço publico e à responsabilização e afastada dos interesses nacionais.
Captura do poder politico pelo poder económico - o processo de cisão do estado tem sido influenciado
crescentemente por sectores económicos e financeiros nacionais e internacionais. E portanto muitas
vezes dá origem a que muitas atividades do estado sejam privatizadas para determinadas entidades
económicas.
Ainda dentro do plano financeiro, Há uma deslocação da soberania do estado para estruturas
económicas e financeiras transnacionais que não são controláveis e detêm imenso poder.
Cláusulas de barreira – partidos que tenham menos de 5% ou 8% dos votos praticamente não têm
representação, e isto significa um desperdício de votos e uma limitação da expressão eleitoral.
Democracia participativa – a faculdade de os governados poderem no período entre eleições ser ouvidos
pelos governantes no processo de decisão, na formação do processo de decisão.
Manifestações: atos administrativos que são desfavoráveis a alguém, devem ser previamente ouvidos
para que se possam manifestar e só depois é que o ato é praticado.
Democracia deliberativa – implica que as decisões do poder deviam ser legitimadas num debate publico
alargado. Esta democracia tem duas dimensões:
Dimensão institucional – não acrescenta nada à democracia participativa. Audição em rede, alargada.
Dimensão não institucional (democracia digital) – interação entre sistema político e cidadãos, seja por
meio da participação direta, seja pelo estímulo à realização de debates entre o governo e a população
através da internet. Temos uma liberdade que pode ser usada no sentido positivo e no sentido negativo.
Estas formas de democracia não substituem a democracia representativa. Estão presentes nesta, mas
não a podem substituir.
Pós-democracia – Não é a passagem do regime democrático para o regime não democrático, mas sim o
regime politico que mantendo as características típicas da democracia evoluiria para novas formas de
poder onde o papel do povo na escolha dos governantes seria relativizado em função da entrada em
cena de outros protagonistas.
Ideia de diminuição e erosão do principio da igualdade – na sociedade civil teriam muito maior peso os
grandes sectores económicos e financeiros das empresas do que propriamente das organizações não
governamentais, as associações ambientalistas e as associações de cidadãos representativas de
interesses comuns.
Híbridos – envolve quer regimes democráticos limitados quer regimes autocráticos em que o poder
autoritário consente aquilo que é eleições mas com restrições (regimes semicompetitivos)
Variante da democracia iliberal – sistemas que dão preferência ao voto da maioria nomeadamente a
tutela de certos direitos fundamentais (direitos civis). Hipervaloriza a democracia: quem ganha exerce
o poder.
Regimes autocráticos – ordem de domínio fundada num ideário oficial que fundamenta o exercício
concentrado e não efectivamente controlado do poder político por parte de um grupo que domina as
instituições estaduais e que restringe ou veda o acesso aos governados ao mesmo poder, mediante uma
expressiva compressão ou supressão dos seus direitos políticos.
O poder é exercido por um grupo que domina as instituições estaduais, e este pode ser uma aliança
político militar, um partido único, um movimento político ou um conjunto de movimentos políticos.
Trata-se de um grupo que domina as instituições dos estados e que restringe drasticamente ou proíbe o
acesso dos governados ao poder. Temos aqui governantes dirigidos por um grupo político social ou
militar que de alguma forma exerce o monopólio do poder e limita o acesso ao poder por parte dos
governados através de eleições semicompetitivas, eleições em que o poder político privilegia um
determinado partido. Esta restrição envolve uma compressão ou supressão de direitos políticos.
Tipologia elementar
Estado Totalitário – envolve uma cosmovisão ideológica integral do homem, da sociedade e do poder
político que é erigida a filosofia pública de Estado e dinamizada por um partido único que detém a
autoridade pública e a exerce de forma exclusiva, utilizando para a conservar, o monopólio da
comunicação social e da educação e um aparelho repressivo de caráter judicial, policial e paramilitar
(regimes comunistas, o nacional socialismo, o fascismo e teocracias não competitivas).
Estado autoritário – caracteriza-se pela existência de um ideário público que justifica uma
concentração do poder num órgão supremo que, sem intentar moldar a esfera privada dos cidadãos e a
vida em sociedade ou derrogar a legalidade, enseja dirigir e dominar os aspetos fundamentais da vida
política do Estado, limitando significativamente a escolha dos governantes pelos governados (regimes
militares na América Latina dos anos 70 e 80, Estado Novo em Portugal, autocracia franquista em
Espanha).
- O parlamento não pode demitir o presidente e o presidente não pode dissolver o parlamento.
- Separação de poderes com alguma rigidez.
A base é a Constituição.
A constituição é um estatuto jurídico do poder político. É na constituição que vamos observar quais são
os órgãos de soberania, as suas competências e quais são os seus controlos recíprocos (controlos
interorgânicos).
- Dissolução parlamentar (em França o PR dissolve normalmente quando lhe convém politicamente; em
Portugal só dissolve, em regra, quando há uma crise política).
- Demissão do primeiro-ministro (em Portugal, o PR apenas o faz numa crise política extrema; em
França não se prevê a faculdade de o presidente demitir o primeiro-ministro, mas quando há uma fase
de confluência, o PR pode demiti-lo através de assinação de uma carta de demissão em branco pelo
mesmo.)
Os sistemas eleitorais são um conjunto de normas jurídicas, de procedimentos fixados e de técnicas que
regem de uma forma adequada o modo como os votos se transformam em mandatos.
Três tipos de sistemas eleitorais:
Maioritário de duas voltas – há uma primeira volta em que num círculo é eleito o deputado que tem 51%
de voto. Há um conjunto de deputados que são eleitos desta forma. Nos círculos onde ninguém teve
essa maioria absoluta, há uma segunda volta para todos os candidatos que tiveram mais de 12,5% na
primeira volta. Na segunda volta será eleito o candidato que tiver o maior numero de votos. Este
sistema permite partidos
Privilegiam o voto útil nas grandes formações politicas. A ideia é criar maiorias absolutas no
parlamento.
Aspetos positivos: visam a estabilidade; aproximam o eleitor do eleito; promovem o voto útil;
promovem o voto autêntico na 1º volta;
Aspetos negativos: distorcer o princípio democrático; esmagar partidos que fiquem em 2º lugar;
penaliza desproporcionadamente formações politicas de média dimensão.
Proporcionais - mais justos porque é uma forma de estrutura que procura arranjar uma representação
tao fiel ou aproximada quanto possível aos resultados eleitorais.
Existem círculos eleitorais, plurinominais (em cada círculos elegem se uma pluralidade de deputados e
são distribuídos em cada circulo em função do numero de votos desse circulo). Tem como consequência
uma maior fragmentação parlamentar.
Aspetos positivos: criam uma maior justiça na representação das correntes políticas; integra as minorias
no processo político; há possibilidade de se elegerem deputados com boa qualidade técnica que nunca
seriam eleitos num sistema maioritário de uma volta; privilegia o voto sincero e não apenas os votos
úteis.
Aspetos negativos: fragmentam os parlamentos e pode gerar instabilidade se não houver correção do
desproporcionalismo; prejudica o processo de decisão.
Sistema de partidos – modelo de formação partidária que tem em conta o número de partidos
representados no parlamento, o peso de cada um, a estrutura relacional entre as formações politicas, a
sua rigidez (se são ou não prestáveis nas alianças políticas entre si).
O sistema de partidos em sentido estrito pode ser definido como o modelo de formatação partidária
que deriva da relação entre o número de partidos que obtém representação parlamentar e as
variáveis compostas pelo seu peso representativo, a sua estrutura relacional, a sua durabilidade e o
modo como, individualmente ou mediante alianças podem aceder ao exercício do poder.
Outros conceitos:
Efeito/consequência:
Permite que o partido que vence as eleições tenha mais facilmente maioria absoluta.
As eleições para a Câmara dos Comuns, câmara baixa do Parlamento, realizam-se por escrutínio
uninominal maioritário de uma volta: o candidato que recolhe o maior número de votos torna-se
deputado. Este sistema favorece os grandes partidos, em detrimento dos pequenos, uma vez que os
eleitores procuram votar “útil”.
Notas:
Reforço dos poderes parlamentares
Dificuldade em manter o bipartidarismo
Reforço dos poderes descentralizados
O presidente tem um mandato de 4 anos e é eleito por sufrágio universal. Este sufrágio universal é
indireto, pois quem elege o presidente não são os eleitores, mas sim os líderes estaduais, que são
eleitos pelos eleitores.
O presidente…
comandante supremo das forças armadas;
poder executivo federal;
não apresenta formalmente leis ao Governo;
competência para vetar leis.
O governo…
regulado por um sistema de freios e contrapesos definidos pela Constituição.
Competências:
legislativa (fazer leis).
atos de fiscalização política.
Tribunais
Divisão de poderes
Nos EUA existem delegações legislativas do congresso ao presidente, ou seja, o presidente pode
legislar nestas circunstâncias e existem as chamadas “executive orders”, decretos que deviam ter
natureza administrativa, mas, muitas vezes, interferem na área legislativa.
O presidente chefia o executivo, é eleito por sufrágio universal, mas não controla a bancada
parlamentar, mesmo quando tem maioria em ambas as câmaras. Também tem a possibilidade de
mais facilmente se articular com elas, mas nada lhe garante a aprovação das suas medidas.
O presidente nomeia autoridades independentes, mas muitos destes altos funcionários carecem de
confirmação do Senado, por exemplo, são sujeitos a audições rigorosas para aferir a sua
adequabilidade.
Controlo de constitucionalidade pelo supremo tribunal federal, poder dos lobbies, essenciais para a
eleição dos senadores estatais, ou seja, o financiamento é essencial para as campanhas, mas esses
lobbies de interesses vão condicionar a agenda do deputado ou representante ou, por outro lado,
mesmo que não haja financiamento, há lobbies regionalmente muito fortes que conseguem à mesma
influenciar as agendas dos candidatos.
Relação entre o congresso e o presidente - relação de colaboração funcional entre os dois órgãos.
Semipresidencialismo francês
567 deputados
Mandato de 5 anos
Embora o Primeiro-Ministro seja nomeado pelo Presidente da República, tem que fazer uma declaração
à Assembleia Nacional.
O governo é apoiado por uma maioria parlamentar. As maiorias parlamentares são dóceis em relação ao
Presidente da República e ao Primeiro-Ministro.
→ Coinfluência
Sistema de partidos – pode desestruturar-se por fatores externos (partidos populares – criticam a lógica
da União Europeia; soberanistas; contrários à emigração).
Os poderes políticos na medida em que agem de acordo com as normas constitucionais, agem
de modo legitimo.
Função de organizar a ordem política e ordem jurídica – é o estatuto jurídico do poder político,
definindo o sistema político.
A constituição é uma norma de normação, que estabelece regras sobre a produção e sobre a
hierarquia das restantes normas (função de norma vértice da teoria de Kelsen).
Art.112º CRP
Normas de organização são normas sobre normas que regulam o ordenamento jurídico – normas
constitucionais
Função de garantia dos direitos fundamentais – os direitos são posições jurídicas ativas
previstas numa norma que concedem às pessoas a faculdade de agir, reagir (direito de
resistência). Há direitos que implicam exigências.
15-19
425-433
33-53