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ÍNDICE
CAPÍTULO 1. ATRITO..................................................................................................................................5
1.1. ATRITO...................................................................................................................................................5
1.2. TIPOS DE ATRITO....................................................................................................................................7
1.3. TIPOS DE LUBRIFICAÇÃO........................................................................................................................8
1.3.1. Lubrificação Fluida..........................................................................................................................8
1.3.2. Lubrificação Limite ou Semifluida...................................................................................................8
1.3.3. Formação da Película e da Cunha de Óleo.....................................................................................8
1.3.4. Distribuição das Pressões na Película Lubrificante......................................................................10
CAPÍTULO 2. PETRÓLEO.........................................................................................................................11
2.1. CRONOLOGIA DO APARECIMENTO DOS LUBRIFICANTES.......................................................................11
2.2. PETRÓLEO.............................................................................................................................................11
2.3. CRONOLOGIA DO APARECIMENTO DO PETRÓLEO.................................................................................11
2.4. ORIGEM DO PETRÓLEO.........................................................................................................................12
2.5. TIPOS DE PETRÓLEO.............................................................................................................................12
2.6. OBTENÇÃO DOS LUBRIFICANTES..........................................................................................................16
CAPÍTULO 3. LUBRIFICANTES..............................................................................................................17
3.1. DEFINIÇÃO............................................................................................................................................17
3.2. TIPOS DE LUBRIFICANTES....................................................................................................................17
3.3. PROPRIEDADES DOS LUBRIFICANTES...................................................................................................18
CAPÍTULO 4. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DOS ÓLEOS LUBRIFICANTES..............................19
4.1. DENSIDADE...........................................................................................................................................19
4.2. COR......................................................................................................................................................20
4.3. VISCOSIDADE........................................................................................................................................21
4.3.1. Aparelhamento................................................................................................................................21
4.3.2. Interpretação dos Resultados.........................................................................................................24
4.4. ÍNDICE DE VISCOSIDADE......................................................................................................................24
4.5. PONTOS DE FULGOR E DE INFLAMAÇÃO..............................................................................................28
4.5.1. Aparelhagem...................................................................................................................................28
4.5.2. Fornecimento dos Resultados.........................................................................................................29
4.5.3. Interpretação dos Resultados.........................................................................................................29
4.6. PONTOS DE NÉVOA E DE FLUIDEZ (ASTM D 97)................................................................................31
4.6.1. Aparelhamento................................................................................................................................32
4.6.2. Procedimento..................................................................................................................................32
4.6.3. Fornecimento dos Resultados.........................................................................................................33
4.6.4. Interpretação dos Resultados.........................................................................................................33
4.7. CINZAS.................................................................................................................................................33
4.8. CORROSÃO EM LÂMINA DE COBRE......................................................................................................34
4.9. ESPUMA................................................................................................................................................35
4.10. INSOLÚVEIS..........................................................................................................................................36
4.11. ACIDEZ E ALCALINIDADE.....................................................................................................................37
4.12. ÁGUA....................................................................................................................................................38
CAPÍTULO 5. GRAXAS..............................................................................................................................40
5.1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................................40
5.2. DEFINIÇÃO:...........................................................................................................................................40
5.3. VANTAGENS DA LUBRIFICAÇÃO A GRAXA...........................................................................................41
5.4. DESVANTAGENS DE LUBRIFICAÇÃO A GRAXA.....................................................................................42
5.5. CARACTERÍSTICAS DAS GRAXAS..........................................................................................................42
Quando um corpo qualquer, sólido, líquido ou gasoso, move-se sobre a superfície de um outro se
origina uma resistência a este movimento, a qual pode ser expressa, ou representada por uma força
que é a tangente às superfícies em contato. A esta força que tende a se opor ao movimento,
denominamos força de ATRITO, RESISTÊNCIA DE ATRITO ou simplesmente ATRITO.
O atrito é dito estático quando ocorre antes do movimento relativo. Quando o atrito é observado após
o início do movimento, é conhecido como ATRITO CINÉTICO.
FORÇA LIMITE DE ATRITO (F') é o valor máximo da força de atrito estático e ocorre quando o
movimento é iminente. É comumente designado por ATRITO.
A relação entre o atrito e a reação normal que o corpo exerce sobre a superfície (N) é uma constante
a qual denominamos COEFICIENTE DE ATRITO ( ).
μ=Fat/N =tgΘ
Segundo as leis clássicas do atrito:
1. O valor de independe da carga ou força exercida pelo corpo sobre a superfície, ou em outras
palavras, a força de atrito é diretamente proporcional à carga.
Fat=μN
2. O coeficiente de atrito é independente da área aparente de contato entre as superfícies em
movimento.
3. O coeficiente de atrito cinético é menor que o coeficiente de atrito estático.
4. O atrito é independente das velocidades relativas dos corpos em contato.
Em uma atmosfera normal, metais não lubrificantes "deslizam" uns sobre os outros com coeficientes
de atrito compreendidos entre o, 15 e 1,5.
Entretanto, mesmo em tais circunstâncias, a maioria das superfícies metálicas apresenta
normalmente uma fina camada de óxido ou hidróxido, a qual atua como um filme lubrificante sólido,
propiciando assim uma menor fricção.
É oportuno acentuar, que nas superfícies metálicas “quimicamente puras”, isto é, isentas de óxidos ou
hidróxidos e mantidas no vácuo, o coeficiente de atrito observado é bastante superior àqueles valores
indicados (2,0 ou mais) ocorrendo mesmo uma completa soldagem (engripamento), sob condições de
baixa carga ou pressões unitárias, inclusive.
ALGUNS COEFICIENTES DE ATRITO ESTÁTICO:
Metal x Metal 0,15 / 0,30
Metal x Madeira 0,20 / 0,60
Madeira x Madeira 0,25 / 0,50
Metal x Couro 0,30 / 0,60
Pedra x Pedra 0,40 / 0,65
Terra x Terra 0,25 / 1,00
Por outro lado, a redução do atrito, causada pelas películas naturais de óxidos e hidróxidos metálicos,
pode ser acentuado sobre maneira, pelo uso de lubrificantes.
Para termos a lubrificação fluida é necessário entre as superfícies, uma película de óleo cuja
espessura seja maior que a soma das alturas das rugosidades das duas superfícies. Esta espessura
mínima para mancais comuns pode ser tomada igual a 10 micra.
Como caso intermediário entre a lubrificação seca e a lubrificação fluida, temos a lubrificação
semifluida ou limite, na qual a espessura da película lubrificante é igual à mínima acima referida.
Quando as pressões entre as duas superfícies móveis são muito levadas, chega-se a um ponto no
qual não é mais possível manter uma película lubrificante, havendo ruptura da película em alguns
pontos. Há nestas condições uma combinação de atritos sólidos e fluidos. O coeficiente de atrito
nestes casos dependendo, evidentemente, da natureza química do lubrificante e do metal (ou metais)
em contato, varia geralmente de 0,05 a 0,15 contra 0,001 a 0,03 da lubrificação fluida.
A mais importante aplicação da lubrificação fluida é a lubrificação dos mancais. Os casquilhos são
sempre ajustados a um diâmetro pouco maior que do munhão, denominando-se o espaço entre eles
de LUZ ou FOLGA sendo suas dimensões proporcionais ao diâmetro do eixo.
Essa folga representa a tolerância prevista para a dilatação e a distorção de cada uma das peças
quando ambas estão sujeitas ao calor a ao esforço, bem como afim de neutralizar possíveis erros
mínimos de alinhamento. Além disso, esta folga é também necessária para a introdução do
lubrificante e para permitir a formação da película do óleo.
As rugosidades das superfícies oferecem resistência à rotação do eixo no mancal causando o
aquecimento e o desgaste. Os lubrificantes mantêm separadas estas superfícies, evitando assim a
sua destruição e o desperdício de força motriz.
Eixo em repouso
Com o eixo em repouso há contato metálico com interpenetração das rugosidades. O óleo introduzido
na folga adere a superfícies do munhão e da calha, cobrindo-se com uma camada ou película
lubrificante. Esta adesão facilita a distribuição uniforme do óleo, que ocupa o espaço em forma de
cunha e constitui um volume ou depósito de óleo.
Início da rotação
Ao iniciar-se a rotação, graças às propriedades adesivas do óleo, inicia-se o arrastamento de
pequenas quantidades deste, do depósito às superfícies que suportam a pressão, mas não obstante
ainda existe contato metálico. O eixo sobe ligeiramente sobre a face do mancal, em direção contrária
a da rotação até que começa a escorregar por encontrar as superfícies cada vez mais umedecidas de
óleo. Até agora houve considerável atrito conhecido como RESISTÊNCIA AO ARRANQUE.
Há no caso uma LUBRIFICAÇÃO LIMITE.
Se o óleo não cobrir rapidamente as superfícies, o atrito e o esforço de arranque serão grandes. Com
o óleo correto, tais fatos não sucedem.
À medida que a velocidade aumenta, maior será a quantidade de óleo arrastada à parte onde a folga
é mais estreita, criando-se gradualmente uma pressão hidráulica na cunha de óleo, produzida pelo
efeito de bombeamento, resultante da rotação do eixo. Durante este bombeamento, o eixo arrasta o
óleo do ponto de mínima de pressão ao ponto de pressão mais elevada no mancal.
Havendo óleo em quantidade suficiente no mancal, esta pressão hidráulica inicial levanta o eixo,
eliminando assim o contato metálico, e o eixo gira sobre uma delgada película de óleo, que
rapidamente reduz o esforço necessário para mantê-lo em movimento.
Aumentando ainda mais a rotação do eixo, a pressão hidráulica na cunha de óleo aumenta de tal
forma que empurra o eixo para o outro lado do mancal. O deslocamento do eixo que se observa é
ainda facilitado pela rápida queda de pressão fluida neste lado, quando o óleo começa a sair do
mancal.
A pressão hidráulica provocada pela rotação do munhão, combinada com um amplo suprimento de
óleo, é tão considerável que, mesmo em mancais que suportam cargas de ordem de 150 kg / cm 2 ou
mais, o óleo é bombeado e forçado sob o eixo com a máxima segurança.
2600 / 1700 a.C. - No túmulo de Ra-Em-Ka no Egito é mostrado um tipo de trenó transportando um
monumento de pedra e um homem que despeja um líquido para lubrificar os
deslizadores do trenó.
2500 a.C. - Há referências de que Noé construiu sua arca calafetando-a com "piche".
1600 a.C. - A mãe de Moisés para salvar o filho construiu uma arca de junco e untou-a com lodo e
piche.
1400 a.C. - Matéria graxa encontrada no eixo de uma carruagem enterrada no túmulo de Yuaa e
Thuiu.
2.2. Petróleo
Substância negra, viscosa e de cheiro penetrante encontrada no subsolo e que nos tempos recentes,
quando se descobriu sua interminável aplicação, foi chamada de ouro negro.
A palavra petróleo provém do latim: "Petroleum", que significa "óleo de pedra".
1000 a.C. - Chineses encontravam gás natural quando escavavam a procura de sal.
600 a.C. - Nabucodonosor utilizou asfalto para revestir paredes e pavimentar as ruas da Babilônia.
Há 2000 anos atrás - Talvez a mais antiga manifestação da utilização do petróleo. O óleo obtido em
Agrigentum na Sicília era usado em lamparinas no templo de Júpiter.
1627 - Condes da Região de Habau - Lichtemberg fizeram a 1ª concessão petrolífera que se tem
notícia, permitindo a exploração nos mananciais de sua propriedade em Pecheidronn.
Início do Séc. XIX - O Austríaco José Hecker, organiza na Galícia Oriental uma indústria para produzir
óleo de iluminação. Tornou-se o primeiro magnata do petróleo.
1846 – O geólogo canadense Abraham Gesner, partindo do carvão betuminoso obteve um óleo
incolor que deu o nome de querosene (do grego Keros = cera).
1848 - O escocês James Young refinou o carvão betuminoso e conseguiu um óleo parafínico servindo
por toda Europa como lubrificante.
1855 - Catedrático de química da Universidade de Yale, Benjamim Silliman, submeteu o petróleo ao
aquecimento que se compunha em diversos subprodutos, os quais ainda desconhecidos da
época. Um líquido leve e facilmente inflamável tornou-se popular pelo nome de gasolina. O
outro mais pesado, menos inflamável, mas também com grande conteúdo energético foi
chamado nafta. O alemão Gottlib Daimler aproveitaria em 1885 a gasolina como combustível
no motor que inventara. Em 1892 Rudolf Diesel faria o mesmo com o nafta, conhecido hoje
como motor diesel.
1859 - Edwin Drake - Perfurou um poço para encontrar petróleo com profundidade de 69 1/2 pés (21
metros) e produziu 840 galões diários. É considerado o primeiro poço de petróleo do mundo.
O Petróleo é formado por restos de vegetais e pequenos animais, principalmente moluscos, como
caramujinhos, ostras e mariscos, que se depositaram em grande quantidade, no fundo dos mares e
lagos, há milhões de anos. Com os movimentos da crosta da Terra, durante seu resfriamento, esses
mares e lagos foram sendo soterrados. E, sob a pressão das camadas de rochas, sob a ação do calor
e, também, do tempo, essa massa de restos orgânicos se transformou num óleo formado pela
combinação de moléculas de carbono e de hidrogênio em composto de hidrocarbonetos denominado
petróleo.
O petróleo apresenta-se tanto em estado líquido como semi-sólido, de consistência semelhante à das
graxas. A cor varia do negro ao âmbar, conforme os restos de vegetais ou de animais de que se
origina. É inflamável. Os gregos, por exemplo, atiravam lanças em fogo embebidas contra cidades e
acampamentos inimigos.
Podemos dividir o petróleo, de acordo com a sua composição, em três grandes tipos:
a) Parafínicos - composto de hidrocarbonetos parafínicos.
b) Naftênicos - composto de hidrocarbonetos naftênicos.
c) Aromáticos - composto de hidrocarbonetos parafínicos e naftênicos.
Cada um desses três tipos possui características próprias e de acordo com o tipo de aplicação é
indicado ou contra-indicado.
Os óleos naftênicos e principalmente os parafínicos se prestaram mais para a formulação de óleos
lubrificantes; não sendo este fator decisivo visto que com os modernos recursos de aditivação
conseguem-se características importantes e que anteriormente não possuía.
Os óleos aromáticos não se prestam para a produção de lubrificantes.
A jazida de petróleo - é uma área rochosa do subsolo em cujos poros o petróleo se acumula. O
petróleo nunca se encontra sob a forma de lago subterrâneo, como se costuma acreditar. Assim, O
termo lençol petrolífero não expressa a realidade. Sob pressões vindas de cima, o petróleo desceu,
infiltrando-se em rochas porosas, gota a gota, do jeito (mau comparando) com que café morno
embebe torrão de açúcar, até encontrar uma camada de rocha impermeável - isto é, sem poros - que
o deteve. Esta camada de rocha impermeável forma, então, os limites naturais da jazida.
Para que se suspeite de presença de petróleo em quantidade que justifique uma possível exploração
comercial, é necessário que as formações sedimentares tenham considerável espessura. Estudar e
definir tais formações é a primeira tarefa. As regiões que apresentam essas características são
chamadas de bacias sedimentares e é nelas que os geólogos e os geofísicos vão trabalhar, para
saberem onde se deve perfurar um poço. Programa-se um longo trabalho de estudos e análises de
superfície e subsuperfície da terra. Os técnicos decidem perfurar somente depois de realizarem um
prognóstico de comportamento das inversas camadas do subsolo, através de métodos e processos
altamente científicos. Surge, então, ao fim de tanta pesquisa, o poço pioneiro.
A perfuração de um poço é noite e dia sem parar - Desde o momento em que a perfuração é iniciada,
o trabalho se processa ininterruptamente durante as vinte e quatro horas e só se encerra quando
atinge os objetivos predeterminados. O objetivo de um poço, em termos de perfuração, é traduzido na
profundidade programada: oitocentos, dois mil, cinco mil metros. Isso requer trabalho árduo e vigília
permanente. À medida que a broca avança, vão-se acrescentando tubos, em segmentos de dez
metros. Trabalho estafante. Normalmente, uma broca tem vida útil de quarenta horas. Para trocá-la,
tem-se de retirar todos os segmentos da tubulação e recolocá-los. Imagine o trabalho e o tempo, se a
perfuração estiver, por exemplo, a profundidade de quatro mil metros.
As brocas e a velocidade dependem da dureza das rochas - Para vencer rochas muito duras,
empregam-se brocas de tungstênio ou diamante. Para rochas menos resistentes, são utilizadas
brocas de dentes ou lâminas. Há perfurações que progridem mais de quinhentos metros por dia.
Porém são conhecidas perfurações que não passam dos dez metros por dia (região do alto Juruá,
Amazonas). Tais fatos demonstram a variação de dureza do terreno.
Quando a lama é valiosa - Chama-se lama de perfuração uma mistura de betonita, argila, óleo diesel,
água, etc., que mantém a pressão ideal para que as paredes do poço não desmoronem e que serve,
também, para lubrificar a broca e deter o gás e o petróleo, no caso de descoberta.
Os óleos lubrificantes têm sido preparados com crus de petróleo das mais variadas proveniências do
globo terrestre, Como seria de esperar, as características físicas e o grau de rendimento operacional
e quantitativo dos lubrificantes, fabricados a partir de tais crus, apresentam diferenças consideráveis.
Estes óleos são obtidos com base na parte mais viscosa dos crus, depois de separados, por
destilação, do óleo Diesel e de outros produtos mais leves. Quando considerados pelo volume, uma
esmagadora maioria dos óleos lubrificantes produzidos em todo o mundo provém diretamente de
crus, sob a forma de seus destilados ou produtos residuais.
Muito embora os crus petrolíferos das várias partes do mundo diferem muito, tanto nas suas
propriedades como na aparência, são relativamente poucas as diferenças detectadas por análise
elementar. De fato, as amostras de petróleo bruto proveniente das mais variadas origens provam
conter carbono, em proporções que variam de 83 a 87% e hidrogênio de 14 a 11%. As análises
elementares de crus petrolíferos realmente revelam muito pouco da enorme variedade, ou da
natureza dos óleos lubrificantes que se podem preparar com eles.
O conhecimento das proporções e da qualidade dos seus constituintes é muito importante para a
refinaria, que tem de classificar tipos de crus e avaliar as propriedades físicas dos óleos lubrificantes
deles obtidos.
Além das flagrantes diferentes físicas que apresentam os óleos lubrificantes extraídos de crus
diferentes, existem outras menos perceptíveis. Por exemplo, os que provêm de certos crus podem
conter vestígios de determinados compostos naturais de enxofre, capazes de atuar como inibidores
de oxidação, quando o óleo se encontra em serviço efetivo e sujeito a elevadas temperaturas,
evitando ou retardando a formação de produtos de oxidação, ácidos ou resinosos. Outros podem
apresentar consideráveis diferenças na forma como reagem a certos aditivos químicos, que possam
vir a ser-lhes introduzidos na fase de acabamento, para lhes conferirem as características
necessárias a determinadas aplicações.
O fabricante de óleos lubrificantes tem, pois, de escolher criteriosamente entre os crus de várias
procedências, o que lhe convém.
Na fabricação do lubrificante, o refino do cru, que nada mais é o que o petróleo, dará origem aos
chamados óleos básicos. Eles têm designação própria, de acordo com suas características.
Exemplos:
Spindle Oil - parafínico, baixo ponto de fluidez.
Bright Stock - parafínico, emulsificante.
Neutro médio - parafínico, antiespumante.
Opaco leve - naftênico, antioxidante.
Os básicos terão propriedades semelhantes aos dos crus que foram originados. Um cru naftênico
dará origem a um básico também naftênico.
Na formulação do lubrificante se usam diferentes tipos do básico, para obter-se as propriedades
requeridas para o emprego daquele lubrificante. A mistura de básicos denomina-se. "blending".
Com este espírito, existe uma grande quantidade de teste de laboratório procurando cobrir toda a
série de informações sobre lubrificantes de que a tecnologia necessita para indicação e aplicação do
produto certo no lugar certo e acompanhamento do seu desempenho durante seu uso nos
equipamentos.
4.1. Densidade
Densidade (D) é a relação entre o peso de dado volume da substância considerada a determinada
temperatura e o peso de igual volume de água a 4ºC.
Peso específico (PE) é o peso da unidade de volume da substância considerada em g/ cm 3 ou kg/ l.
Na prática, para medir a densidade dos líquidos, usamos os densímetros ou picnómetros, que já nos
dão leituras diretas à temperatura convencionada, que é de 20/ 4ºC.
Isto significa que o volume do produto é considerado a 20º C em relação da água a 4º C.
Outro sistema muito utilizado é o da Densidade em graus API a 60/ 60ºF, e que pode ser convertida à
densidade normal pela seguinte tabela:
4.2. Cor
A cor de um óleo já foi considerada importante indicação de sua qualidade. A maioria dos óleos
produzidos por destilação era de cor pálida ou avermelhados por transferência, isto é, contra a luz,
enquanto os óleos contendo base residual eram verdes ou pretos.
Nos óleos naftênicos observa-se ainda comumente uma fluorescência, isto é, contra a luz, enquanto
os óleos contendo base residual eram verdes ou pretos.
Nos óleos naftênicos observa-se ainda comumente uma fluorescência azulada e, nos parafínicos,
esverdeada (luz refletida).
Entretanto, a variedade e complexidade dos processos tecnológicos de refinação e o emprego de
aditivos tornaram inaplicáveis tais generalizações e a adoção do critério da cor como índice de
qualidade ou tipo de óleo.
Contudo, como critério de uniformidade, a cor ainda figura na maioria das especificações de óleos e é
observada pelos fabricantes, dado o efeito psicológico que uma alteração pronunciada nesta
característica pode exercer no consumidor e tem a utilidade de poder acusar, em determinados
casos, contaminação do produto durante sua manipulação.
Para a determinação da cor de produtos de petróleo por transmissão existem vários aparelhos
correspondentes a métodos de ensaio padronizados, geralmente consistindo na comparação da cor
(intensidade e matiz) de uma camada ou coluna de óleo fixa, com uma série de vidros coloridos, ou
de uma coluna de líquido de altura variável com um ou poucos vidros coloridos padrões.
Um dos mais empregados é o Colorímetro ASTM (D1500) consistindo de uma fonte de luz, vidros
coloridos padronizados, recipiente fechado com a amostra e um visor.
A amostra é comparada com várias cores padronizados e numeradas de 0,5 a 8. A cor padronizada
que mais se assemelhar a da cor da amostra indicará o número de cor ASTM.
A viscosidade é, a mais importante propriedade física dos óleos lubrificantes derivados do petróleo. É
a medida da característica de como o óleo fluir. A mecânica de estabelecer uma película lubrificante
adequada depende, em grande parte, da viscosidade.
Para avaliar a viscosidade um óleo numericamente, quaisquer dos vários testes padrões podem ser
usados. Embora esses testes difiram por terem maior ou menor riqueza de detalhes eles medem o
tempo necessário em que uma determinada quantidade de óleo, a uma temperatura estabelecida, flui,
por gravidade, através de um orifício ou estrangulamento de dimensões especificadas. Mais espesso
o óleo, maior será o tempo necessário para a sua passagem.
O controle rigoroso da temperatura do óleo é importante. A viscosidade de qualquer óleo de petróleo
aumenta quando o óleo é resfriado e diminuí quando o óleo é aquecido. Por esta mesma razão, a
viscosidade de um óleo deve ter sempre o seu valor acompanhado da temperatura em que a
viscosidade foi determinada. A viscosidade, pelo seu valor somente, não significa nada.
Os dois métodos mais comuns de testar a viscosidade de um óleo lubrificante são o Saybolt e o
Cinemático. Destes, o Saybolt (ASTM D88) é o mais simples. Contudo, o Cinemático (ASTM D445) é
geralmente considerado mais acurado. Há também os métodos Redwood e Engler, que são
largamente usados na Europa. Cada método de teste tem o seu próprio aparelhamento -
viscosímetro.
4.3.1. Aparelhamento
O viscosímetro Saybolt Universal é usado para óleos de viscosidade baixas ou intermediárias.
Consiste num recipiente cilíndrico, onde a amostra de óleo é colocada em um frasco receptor
colocado abaixo dele para receber e medir o óleo descarregado do recipiente, pelo qual o óleo flui.
Este fluxo é interrompido ou iniciado por meio de uma válvula.
O recipiente, contendo a amostra, dispõe de uma camisa d'água para facilitar a manutenção da
temperatura constante. A temperatura é controlada por dois termômetros; um no óleo e outro na água
da camisa. Para ajustar a temperatura, uma fonte externa de calor é aplicada ao banho de água. O
tempo do fluxo de óleo no receptor é medido com um cronômetro ou aparelho semelhante.
Para óleos muito viscosos, é suado o viscosímetro Saybolt Furol. Este aparelho difere do Saybolt
Universal somente no orifício de escoamento de óleo que, naquele, é maior. Isto reduz o tempo do
fluxo quando se trata de óleos pesados, que pode ser medido sem dificuldade.
Com óleo à temperatura do teste usualmente 40ºC (100º F) ou 100ºC (210º F) a passagem do óleo é
permitida do recipiente para o frasco receptor. Isto é feito abrindo-se a válvula do orifício do
recipiente. O tempo, em segundos, decorrido para o fluxo de óleo encher o frasco receptor que tem
uma marca indicando 60ºC, é medido. Este tempo é a viscosidade Saybolt.
A viscosidade Saybolt pode ser assim representada:
x - Segundos Saybolt Universal a 40ºC ou SSU 40ºC
y - Segundos Saybolt Universal a 100ºC ou SSU a 100ºC
z - Segundos Saybolt Furol a 40ºC ou SSF a 40ºC
w - Segundos Saybolt Furol a 100ºC ou SSF a 100ºC
Além disso, as conclusões mais diretas e mais óbvias para julgar a viscosidade de um óleo
dependem, contudo, de certas informações que também sejam disponíveis. Uma vez que a
viscosidade de um óleo lubrificante é determinada pelo corte na sua temperatura de destilação, parte
daí que há uma relação aparente na viscosidade e na volatilidade. De um modo geral, os óleos mais
leves têm maior volatilidade - mais suscetíveis de evaporar. Sob alta temperatura, portanto, as
condições de operação podem mudar e isso deve ser levado em consideração quando se usa um
óleo de certa viscosidade, porém, volátil. Ainda que o significado do teste de viscosidade tenha sido
considerado do ponto de vista de óleos novos, esses testes têm também lugar para avaliação de
óleos usados.
Os óleos drenados dos cárteres, dos sistemas de circulação e das caixas de engrenagens são,
muitas vezes, analisados para determinar seu aproveitamento para outro serviço ou para diagnosticar
o desempenho defeituoso de uma máquina. Um aumento da viscosidade durante o serviço pode,
muitas vezes, indicar oxidação, as moléculas do óleo aumentam em seu tamanho e isto faz com que
o óleo fique espesso. Quando a oxidação atingiu um ponto de causar um aumento sensível na
viscosidade, é sinal de que houve apreciável deterioração do óleo.
Não obstante é possível hoje em dia encontrar óleos que são mais sensíveis à temperatura do que a
referência (IV = Zero) bem como outros que são menos sensíveis que a referência (IV 100) e,
portanto, é, perfeitamente normal obter valores para o VI tanto abaixo de zero como acima de 100.
LU
IV = x 100 de onde deduzimos
LH
LU
IV = x 100
D
Onde:
U = viscosidade a 100ºF de um óleo cujo IV desejamos calcular.
L = viscosidade a 100ºF de um óleo com IV zero e tendo a 210ºF a mesma viscosidade que o óleo
cujo IV queremos determinar.
H = viscosidade a 100ºF de um óleo com IV = 100 tendo 210ºF a mesma viscosidade que óleo cujo IV
queremos calcular. Este valor não é mostrado nas tabelas e sim o valor da diferença D.
D = L - H e desta relação podemos, se quisermos, conhecer o valor de H em função do valor D, dado
pelas tabelas.
Abaixo, alguns exemplos de índices de viscosidade encontrados na linha de produtos de um
determinado fabricante.
Aplicação IV
Motor a gasolina 120
Motor a gasolina, sintético 180
Motor de dois tempos 95
Motocicletas, 4 tempos 130
Motor diesel 100
Sistemas hidráulicos, aeronáuticos 200
Transmissões hidráulicas 95
Sistemas hidráulicos industriais 140
Mancais e engrenagens 90
Turbinas 95
Compressores de ar 95
Compressores de refrigeração 60
Têmpera 95
O ponto de fulgor e o ponto de inflamação dos produtos líquidos de petróleo são basicamente
medidas da sua inflamabilidade. O ponto de fulgor é a temperatura mínima à qual um líquido é
suficientemente vaporizado para criar uma mistura vapor-ar que se inflamará se houver ignição.
Como o nome do teste indica, a combustão a esta temperatura tem somente uma curta duração
(fulgor). O ponto de inflamação, entretanto, significa alguma coisa mais. É a mínima temperatura em
que o vapor é gerado em quantidade suficiente para sustentar a combustão. Em qualquer caso, a
combustão é somente possível quando a relação do vapor de combustível e de ar permanece entre
certos limites. Uma mistura que for demasiada pobre ou demasiada rica não queimará.
A prática de testar o ponto de fulgor e o ponto de inflamação foi originariamente aplicada ao
querosene para indicar a sua potencialidade de risco de fogo. Desde então, o objetivo tem sido
ampliado para incluir óleos lubrificantes e outros produtos de petróleo. Embora seja costume indicar o
ponto de fulgor (e algumas vezes o ponto de inflamação) nos dados de um óleo lubrificante, estas
propriedades não têm o significado que parece ter. Somente em circunstâncias especiais estaria o
óleo lubrificante presente a algum sério risco de incêndio. Sendo estreitamente ligados às
características de vaporização de um produto de petróleo, os pontos de fulgor e de inflamação dão,
contudo uma indicação a grosso modo da sua volatilidade e outras propriedades. O ponto de
inflamação de um óleo lubrificante comum está tão intimamente ligado ao seu ponto de fulgor que é
geralmente omitido nos dados da análise. Para os produtos comerciais comuns, o ponto de
inflamação encontra-se 50°F (10°C) acima do ponto de fulgor. Os pontos de inflamação e de fulgor
não devem ser confundidos com a temperatura de combustão espontânea, que é um assunto
totalmente diverso. A combustão espontânea envolve, não somente a volatilidade, como a
temperatura necessária para precipitar a reação química - combustão - sem o auxílio de uma fonte
externa de ignição. Embora seja de esperar que um produto de petróleo mais volátil tenha um ponto
de fulgor ou de inflamação mais baixo do que um menos volátil, a sua temperatura ASTM de
combustão espontânea é geralmente mais alta.
4.5.1. Aparelhagem
No teste de ponto de Fulgor, vaso aberto Cleveland, a amostra de óleo está contida numa cápsula de
latão especificada com precisão a qual descansa sobre um disco de metal. Sob o disco coloca-se
uma fonte de calor e na cápsula um termômetro que indica a temperatura da amostra. Uma pequena
chama piloto de gás é usada para testar a inflamabilidade da mistura vapor-ar. O espaço de tempo
que a chama piloto é exposta, deve ser medido com um cronômetro.
A amostra deve ser aquecida conforme a prescrição, partindo de uma temperatura de 100°F (40°C)
ou mais, abaixo daquela do ponto de fulgor. A cada múltiplo de 5°C de aumento de temperatura a
chama piloto é passada por sobre a cápsula. O teste para o ponto de fulgor é completado quando a
chama piloto produz uma inflamação temporária na porção da amostra vaporizada.
O mesmo procedimento é seguido para determinar o ponto de inflamação. Quando a chama
produzida pela mistura vapor-ar continua pelo menos por 5 segundos, o ponto de inflamação foi
atingido. Para cada teste, é natural que os vapores devem ter livre escapamento para evitar
dissipação excessiva dos mesmos. Para melhor precisão e consistência dos resultados, o teste é
realizado usualmente em uma câmara escura de modo que a ignição possa ser prontamente
observada.
O ponto de inflamação é fornecido como sendo a temperatura à qual uma chama persiste por 5
segundos ou mais.
Para apreciar o significado do ponto de fulgor e do ponto de inflamação fornecidos pelo teste, deve-se
levar em conta o que esse teste mediu. Deste modo, é necessário compreender como uma mistura
de combustível e ar foi criada.
Para todos os fins, um líquido de petróleo, não queima nesse estado, mas, sim, vaporizado primeiro.
O vapor mistura-se com o oxigênio do ar e, quando houver uma concentração suficiente de vapor, a
mistura pode ser inflamada por uma faísca ou por chama. A mistura só pode ser inflamada se a
concentração do vapor-combustível no ar for mais de 1% ou menos de cerca de 6% em volume. Uma
mistura confinada contendo mais do que 6% em volume de vapor-combustível, corre o risco de
explodir somente se ele receber ar suficiente para trazer o vapor ao limite de explosividade.
Quando se deseja obter Ponto de Fulgor / Inflamação de combustíveis ou resultados mais precisos
em lubrificantes, usa-se a aparelhagem de vaso fechado.
Os dois equipamentos usados são o Pensky-Martens e o TAG.
A significação do ponto de fulgor e do ponto de inflamação se contradiz na disparidade que existe nas
características de volatilidade dos diferentes líquidos de petróleo.
Muitas vezes é necessário conhecer como um óleo de petróleo se comporta ao se resfriar, antes de
perder as suas características de fluído. Esta informação pode ter considerável importância, pois varia
largamente a este respeito entre óleos diferentes - ainda que tenham a mesma viscosidade.
Se um óleo lubrificante é resfriado suficientemente, ele atinge, num dado momento, uma temperatura
à qual ele não mais fluirá, mesmo sob a influência da gravidade. Esta condição pode ser provocada
tanto pelo espessamento do óleo, o que sempre acontece quando a temperatura é reduzida, como
pela cristalização de matéria parafínica que ele possa conter e que restringe o fluxo das porções
ainda fluidas. Para muitas aplicações, um óleo que não tenha condições de fluir por si próprio a baixa
temperatura à qual um óleo em repouso pode ser despejado do seu recipiente dá uma idéia de
quanto ele pode ser resfriado sem perigo de distúrbios.
Quando certos óleos são resfriados, os cristais de parafina começam a se formar antes que o ponto
de fluidez seja atingido. Esta formação cristalina dá ao óleo uma aparência turva, ou melhor, nebulosa
e a temperatura em que essa névoa começa a se formar é conhecida como ponto de névoa, pode-se
admitir que o óleo é relativamente livre de componentes parafínicos.
O comportamento de um óleo a baixas temperaturas depende do tipo do cru do qual ele foi refinado,
o método de refinação e a presença de aditivos. Os óleos básicos parafínicos contêm componentes
parafínicos que ficam completamente em solução na temperatura ordinária. Quando a temperatura
cai, entretanto, estes componentes parafínicos começam a se cristalizar e ficam completamente
cristalizados a uma temperatura ligeiramente abaixo do ponto de fluidez. A esta última temperatura, o
óleo em repouso geralmente não fluirá sob a influência da gravidade.
A cristalização dos componentes parafínicos não significa que o óleo está realmente solidificado; seu
fluxo é impedido pela estrutura cristalina. Se esta estrutura for rompida pela agitação; o óleo
continuará a fluir até que a temperatura atinja uns graus abaixo do ponto de fluidez.
Um óleo predominantemente naftênico, por outro lado, reage de maneira diferente. Além de ter um
teor comparativamente mais baixo de componentes parafínicos, um óleo naftênico torna-se mais
espesso quando é resfriado do que um óleo parafínico de viscosidade semelhante. Por este motivo,
seu ponto de fluidez pode ser determinado pelo congelamento real de todo o óleo, em vez de o ser
pela formação de cristais de parafina. Em tal caso, a agitação tem pouca influência sobre a fluidez a
menos que ela provoque elevação de temperatura.
O ponto de fluidez de um óleo parafínico pode ser substancialmente baixado pelo processo de
refinação que remova os componentes parafínicos. Para muitos óleos lubrificantes, contudo, estes
componentes importam em vantagens para o índice de viscosidade e estabilidade à oxidação. O bom
desempenho de um óleo, geralmente, é que estabelece o limite além do qual a remoção desses
componentes não é aconselhável. Não obstante, é possível baixar o ponto de fluidez de um óleo
parafínico pela introdução de um aditivo depressante do ponto de fluidez. Tal aditivo aparentemente
impede o agrupamento dos cristais entre si de modo a, oferecer menos restrições às porções fluidas
do óleo. Contudo, é necessário notar bem que um aditivo depressante do ponto de fluidez teria pouca
ou nenhuma ação sobre um óleo naftênico.
A amostra de óleo está contida num frasco de vidro com suporte metálico para manejá-lo. A boca do
frasco é fechada com uma rolha, através da qual é introduzido um termômetro para indicar a
temperatura, é controlada por banhos quentes e frios, nos quais o frasco pode ser parcialmente
imerso.
4.6.2. Procedimento
Devido à semelhança dos testes muitas vezes é conveniente determinar o ponto de fluidez
diretamente após os testes de ponto de névoa. Para determinar o ponto de névoa, a amostra é
resfriada a uma temperatura de pelo menos 25°F (aproximadamente 16°C) acima do ponto de névoa
previsto. De vez em quando, observando sempre o mesmo número de graus Fahrenheit de queda de
temperatura, examina-se a amostra procurando-se a névoa dentro dela e o teste é concluído quando
aparece. (É característico dos óleos naftênicos eventualmente solidificarem sem passar pela fase do
ponto de névoa).
Para o teste de ponto de fluidez, a amostra tem de ser novamente aquecida a uma temperatura
especificada, antes de ser resfriada. O ponto de fluidez de um óleo pode ser destorcido pela
temperatura histórica, bem como pela agitação, e os processos padrões de aquecimento e de
resfriamento devem ser observados para assegurar um teste de eficientes resultados.
O ponto de névoa é indicado à temperatura na qual a névoa aparece. O ponto de fluidez é fornecido
como a temperatura de 5°F (aprox. 2,2°C), acima daquela em que o óleo não muda de posição,
quando o frasco for inclinado.
O ponto de fluidez de um óleo está ligado à sua habilidade de iniciar a lubrificação, quando uma
máquina fria é posta em funcionamento. A agitação, pela bomba, romperá a estrutura cristalina, que
possa se haver formado, se o óleo não está realmente congelado e, em conseqüência, a fluidez é
restaurada. Entretanto, o óleo usualmente alimenta a bomba se a temperatura estiver abaixo do seu
ponto de fluidez. Motores de carros e muitas máquinas que estão paradas e dão a partida sob
condições de baixa temperatura, requerem um óleo que flua prontamente, mesmo frio.
O que se aplica, principalmente aos sistemas de lubrificação em circuito, aplica-se igualmente aos
lubrificadores por gravidade e aos sistemas hidráulicos. Um óleo de baixo ponto de fluidez ajuda a
manter completa lubrificação, quando o equipamento é posto em funcionamento e é mais fácil de
manusear no tempo frio. O baixo ponto de fluidez é especialmente desejável em óleo de
transformador que deve circular - sob todas as condições de temperatura. O controle de grandes
aviões depende dos óleos hidráulico que devem manter-se fluidos depois de estarem expostos à
queda de temperaturas extremas. Por esta e outras aplicações semelhantes, o ponto de fluidez é de
importante consideração.
O ponto de névoa de um óleo lubrificante, por outro lado, é de menor significação, mas condições de
temperaturas extremamente baixas raramente só encontradas com equipamento lubrificado desta
maneira. A névoa nos óleos combustíveis, contudo, poderá provocar o entupimento dos filtros, se não
forem disponíveis facilidades de aquecimento.
Se a temperatura de um óleo não cai abaixo do seu ponto de fluidez, é de se esperar que o óleo
continue fluindo, sem dificuldades. Às vezes, acontece, entretanto, que o óleo é armazenado por
longos períodos à temperatura abaixo do seu ponto de fluidez. Em alguns casos, a estrutura cristalina
de parafina que se pode formar nessas circunstâncias, não derreterá nem se redissolverá, quando a
temperatura do óleo é levada de volta ao seu ponto de fluidez. A fluidez normal do óleo nestas
condições, só será alcançada fazendo com que os cristais de parafina voltem a se dissolver,
aquecendo o óleo bem acima do seu ponto de fluidez.
4.7. Cinzas
Óleos lubrificantes puros (sem aditivos) e novos (sem uso) compõe-se de hidrocarbonetos (carbono e
hidrogênio) e pequena porção de impurezas (composto de enxofre, oxigênio e nitrogênio). Todos
esses elementos químicos, ao se queimarem em presença do ar, produzirão vapor d'água e gases
(óxidos de carbono, enxofre e nitrogênio); não deixando resíduos. Ao se queimar um óleo que
contenha um aditivo de base metálica, ou que tenha sido já utilizado e sofrido contaminações por
substâncias que tenham metal em sua constituição, haverá formação de um resíduo fixo.
O método de determinação, em laboratório, consiste em queimar uma determinada quantidade de-
amostra em uma cápsula de porcelana. Inicia-se com um aquecimento brando até que o óleo se
inflame; retira-se a chama e deixa-se queimar até o final da fase líquida; calcina-se, em chama forte
ou em mufla (755°C) até o peso constante.
Classificação Designação
1 Levemente corroída
2 Moderadamente corroída
3 Escurecida
4 Corroída
Como o teste é feito com o cobre, ele não avalia a capacidade do lubrificante impedir a corrosão
proveniente de outras origens.
durante 5 min. mede-se assim o volume de espuma formada, em milímetros; deixa-se a amostra em
repouso durante 10 min. e então mede-se o volume de espuma restante. O teste é repetido com uma
segunda amostra a 200°F (93,5°C). Em seguida, após o desaparecimento de toda espuma
remanescente, faz-se novamente o teste com a mesma amostra a 24°C.
4.10. Insolúveis
Um óleo mineral puro, de boa qualidade, é praticamente neutro (pH = 7). Se for usado na lubrificação
de um motor de combustão interna, o óleo se contamina com os produtos ácidos resultantes da
combustão e a sua acidez, inicialmente desprezível, vai aumentando pouco a pouco. A partir de um
determinado grau de acidificação, o óleo lubrificante inicia uma ataque corrosivo aos componentes do
motor. Isto irá acarretar a necessidade de troca prematura de peças.
Para controlar a acidez do óleo, é feito o teste de TBN - Número de Basicidade Total.
O TBN é definido como a quantidade de ácido, expressa em equivalentes miligramas de ácido
perclórico, necessária para neutralizar todos os componentes básicos presentes em uma grama de
amostra.
Como a tendência de um óleo lubrificante principalmente em motores de combustão interna, é ir
lentamente se acidificando, os fabricantes, na formulação acrescentam substâncias alcalinas no óleo,
retardando, portanto o processo.
Esta matéria alcalina colocada no óleo novo denomina-se: "Reserva alcalina do óleo".
Entende-se que durante o uso do lubrificante a reserva alcalina vai diminuindo. Antes que acabe, o
óleo deve ser trocado.
Os testes de TAN (número de acidez total) e principalmente TBN permitem controlarmos o aumento
da acidez e a queda da alcalinidade, respectivamente.
Os ensaios são padronizados pelas normas ASTM D664 e D 2896. Os resultados são expressos
sempre em KOH/ g. Por exemplo:
Óleo lubrificante para motor diesel ferroviário
Óleo novo TBN = 13mg KOH/ g
4.12. Água
As águas provem principalmente de condensação que ocorre quando as máquinas esfriam depois de
terminado o trabalho, de vazamentos de resfriadores ou compartimentos de água ou pela umidade
presente no ar admitido nos motores de combustão interna.
Os seus efeitos sobre o comportamento dos lubrificantes manifestam-se sob forma de emulsões que,
juntamente com outras impurezas, formam resíduos e borras que prejudicam a lubrificação.
Provocam ainda ferrugem e corrosão.
Existem dois testes para a determinação da água em uma amostra de óleo:
teste qualitativo - dirá se existe ou não água na amostra.
teste quantitativo - dirá em porcentagem o quanto de água existe na amostra.
O teste de crepitação é o teste mais útil para se verificar a presença de água no óleo. É realizado
colocando-se algumas gotas de óleo em uma chapa previamente aquecida neste método, um som
perceptível de crepitação (chiado) pode indicar 0, 01 % ou menos de água livre.
Quando se observa o teste de crepitação positivo, deve-se realizar o teste quantitativo, para a
presença de água por destilização. Neste teste, uma quantidade medida de óleos é dissolvida em
solvente de petróleo (toluol) não miscível em água, e aquecido em um balão de destilação.
5.2. Definição:
A definição de graxa segundo a American Society for Testing and Material (ASTM) é a seguinte:
"Produto da dispersão de um agente espessante em um lubrificante líquido, com uma consistência
entre sólida e semifluida, podendo conter outros ingredientes destinados a conferir-lhe propriedades
especiais".
As máquinas, na sua maior parte, podem ser satisfatoriamente lubrificadas com um líquido. No
entanto, em certas situações, o seu emprego não é racional nem praticável. Tais situações podem ser
resolvidas com o emprego de uma graxa.
A típica graxa industrial é a combinação de um óleo mineral com sabão metálico e aditivo.
A função do sabão é reter em suas fibras o óleo que exercerá a ação lubrificante.
O sabão se mantém coeso pela atração entre suas fibras o que empresta a graxa sua característica
mais importante que é a consistência (resistência à penetração).
5.5.1. Consistência
A consistência das graxas é regulada em grande parte pela concentração do sabão. A quantidade
requerida para dar determinada consistência variará com o tipo do sabão, e até certo ponto, com o
tipo do óleo e da técnica de fabricação.
As graxas com consistência NLGI 0,00 e 000 são consideradas graxas semifluidas.
As graxas menos consistentes são recomendadas quando forem essenciais as características de boa
bombeabilidade e quando os retentores estiverem em perfeitas condições. São usadas em baixas
velocidades quando é necessário que a graxa retome as superfícies submetidas ao raspamento.
Podem, também, ser aplicadas em altas temperaturas e velocidades elevadas.
Denomina-se ponto de Gota de uma graxa lubrificante a temperatura em que ocorre a separação do
fluido do espessante através de gotejamento.
Na prática, não se deve usar uma graxa em um serviço cuja temperatura normal de trabalho esteja
muito próxima do seu ponto de gota. Como regra geral à graxa deve ter no mínimo um ponto de gota
100ºC acima das temperaturas alcançadas durante o serviço.
Neste momento anota-se as temperaturas nos dois termômetros: o do copo e o do banho. O ponto de
gota da graxa que está sendo testada é a média das duas temperaturas.
Abaixo o Ponto de Gota de algumas graxas mais usuais. As temperaturas
citadas podem variar de acordo com a formulação das graxas mas servem
como orientação.
Graxa de sabão de Lítio - 191°C
Graxa de Cálcio - 82°C
Graxa de Sódio - 171°C
Graxa de Alumínio - 77°C
Graxa de Bário - 188°C
Graxa Sintética - acima de 249°C
As graxas preparadas a partir deste sabão apresentam as seguintes características: aspecto brilhante
ou lustroso, consistência macia como a manteiga e resistente ao efeito de lavagem pela água. As
graxas deste tipo trabalham satisfatoriamente até temperaturas de 77°C (170°F), e são indicadas
para casos em que não fiquem sujeitas as intensas agitações e são especialmente recomendáveis
para a lubrificação de mancais de deslizamento, bombas de água, chassis, etc.
2. Graxas à base de sabão de sódio
Geralmente estas graxas distinguem-se pela sua estrutura fibrosa, embora algumas apresentem uma
consistência mais macia. Podem suportar temperaturas mais elevadas, bem como maior agitação,
sem que se deteriorem ou os seus elementos se separem, e oferecem uma resistência excepcional à
oxidação em serviços prolongados. Resistem pouco à ação da lavagem pela água e suportam
temperaturas de até 121°C. Estas propriedades as tornam indicadas para rolamentos em geral, muito
embora possam, também ser utilizadas em mancais de deslizamento, em ambientes que não sejam
muito úmidas.
3. Graxas à base de sabão de lítio
Pelas suas excepcionais características, as graxas à base de sabão de lítio são de múltiplas
aplicações (MULTI-PURPOSE) na lubrificação de equipamentos, tanto no campo industrial como no
automotivo. Possuem estrutura macia, grande estabilidade físico-química e forte resistência aos
efeitos da água.
Suas propriedades permitem uma aplicação em ampla faixa de temperatura, pois são facilmente
bombeadas em temperaturas tão baixas como 2°C e em contrapartida oferecem notável desempenho
até temperaturas de 150°C.
Quando formuladas com aditivos especiais, as graxas à base de sabão de lítio adquirem
características de extrema pressão.
4. Graxas a base de sabão de alumínio
Apresentam uma textura macia e são resistentes a ação da água. A temperatura acima de 77°C sua
estrutura torna-se gomosa e a graxa é expulsa do metal, cessando sua ação lubrificante.
Possuem excelente adesividade e boa resistência a oxidação.
São similares as graxas de sabão de cálcio porém,são geralmente de cor mais clara.
Usadas em mancais de rolamento, chassis e outras aplicações onde se faz valer sua adesividade e
resistência à ação da força centrífuga.
5. Graxas de sabões mistos
Neste tipo de graxa, são misturados dois tipos de sabões,conferindo ao lubrificante as vantagens de
cada uma dos sabões constituintes da mistura. As graxas de sabões mistos são a solução entre
qualidade e custo, quando comparadas com graxas que tem sabão de um só metal.
Por exemplo, uma graxa espessada com uma mistura de sabões de cálcio e sódio combinaria a
resistência à ação da água da graxa de cálcio e a resistência a altas temperaturas, própria do sabão
de sódio. Sem dúvida, as características das graxas mistas não são tão boas quanto as
características das graxas de um só sabão. Ainda no exemplo acima, a graxa de sabões mistos seria
útil em casos que estivesse exposta a níveis moderados de água e calor.
Os lubrificantes constituem uma das necessidades básicas da nossa civilização. Entretanto, entre as
coisas que nós costumeiramente utilizamos, os lubrificantes permanecem como uma das menos
compreendidas. E isto sem surpresa, pois na lubrificação o óleo participa de complexas reações
químicas, a temperatura muda, e existem tensões altamente cisalhantes, com partes metálicas
movimentando-se a velocidades além da nossa compreensão os que participam da pesquisa e
formulação de óleos lubrificantes admitem que, sem dúvida, vastas áreas da tecnologia ainda estão
para ser explicadas e desenvolvidas.
Sob outro aspecto, a formulação de lubrificantes não ser considerada como uma "parte". Uma
importante tecnologia dirige-se à obtenção de máximos rendimentos e qualidade de óleos básicos e
aditivos, que a princípio constituíram sub produtos de refinarias e que agora são sinteticamente
obtidos de maneira a propiciarem uma "performance" química específica ao óleo.
Antes de 1940, grande parte das máquinas, incluindo automóveis e caminhões, era lubrificada com
óleos minerais.
Entretanto, com as severas especificações de hoje, tais óleos não podem mais ser satisfatoriamente
utilizados. A grande conquista que permitir aos óleos atenderem a estas especificações foram os
aditivos. Estes compostos químicos são especificamente desenvolvidos para transmitir ao óleo
características que lhe possibilitem obter uma determinada atuação. O tratamento com aditivos varia
de menos que 0,5% Vol. para óleos industriais, até 15-30% Vol. para óleos de qualidade "Premium"
para automóveis.
Os aditivos são usados para reduzir depósitos em motores, prevenir a oxidação do óleo, o desgaste
mecânico e corrosivo, propiciar lubrificação à extrema pressão e também para modificar as
propriedades físicas do óleo. Hoje, existem centenas de aditivos disponíveis e em uso.
Os aditivos são misturados aos óleos básicos, durante a fabricação, sendo condenável à prática de
se adicionar aditivos em um óleo em uso. Ao se misturar estes aditivos em um óleo novo, corre-se o
risco de haver incompatibilidade entre estes aditivos e os que já estavam incorporados no lubrificante.
Além disso, quando se adquire um lubrificante para uma determinada aplicação, ele já vem com os
tipos e quantidades corretas para uma perfeita lubrificação.
Existe evidentemente, um custo para o consumidor. Ao se colocar mais aditivos, o preço do
lubrificante será bem mais alto sem trazer os benefícios esperados.
Na lubrificação industrial, também se usa óleo sem aditivação, que é chamado óleo mineral. Sua
aplicação se concentra em sistemas de perda total, que será explicado nos próximos capítulos.
Nunca nos devemos esquecer de que as proporções ótimas de cada aditivo específico, para
determinada finalidade, devem, ser corretamente determinado, nunca perdendo de vista que
concentrações excessivas, ou o uso indiscriminado de aditivos, poderá levar a resultados
diametralmente opostos, sendo o primeiro deles a separação por incompatibilidade e a conseqüente
indesejável e prejudicial decantação ou separação dos componentes.
a) Devem ser completamente solúveis nos óleos básicos a que serão adicionados, em ampla
escala de temperaturas e concentrações, para que sejam absolutamente estáveis nas
condições de funcionamento ou de serviço, bem como durante prolongada armazenagem.
b) Devem possuir solubilidade preferencial pelo óleo e não em água, pois com ela os produtos
poderão vir a ser contaminado em serviço ou durante a armazenagem.
c) Não devem ser voláteis a ponto de se separarem do lubrificante, por evaporação, em curto
prazo, tanto em serviço como armazenados.
d) Devem ser quimicamente estáveis, não reagindo com outros componentes do óleo ou de
máquina.
e) Não devem apresentar efeitos nocivos às pessoas ou materiais com que entrem em contato.
f) Não devem alcançar seus objetivos acarretando prejuízo ou diminuição a outras
características desejáveis, apresentadas pelo produto final.
6.3. Antioxidantes
Os Antioxidantes são utilizados com a finalidade de evitar, diminuir ou modificar a reação dos
hidrocarbonetos contidos no óleo lubrificante em presença do oxigênio. A oxidação dos óleos
lubrificantes dá em resultado a formação de compostos acídicos, solúveis no óleo, no qual promovem
um progressivo aumento de viscosidade, podem chegar a tomar-se corrosivos para certos metais,
assim como dar origem a borras e vernizes inicialmente solúveis no óleo, mas que com o tempo se
tornam insolúveis, acabando por depositar-se nas peças metálicas.
Os aditivos Antioxidantes estão presentes em todos os óleos aditivados e graxas, sendo sua
quantidade determinada pelas condições de trabalho dos lubrificantes. Quanto maior a temperatura
de trabalho de equipamento maior a necessidade de aditivo antioxidante.
A oxidação do óleo em uso, pode ser controlada em laboratório através do controle da viscosidade e
dos insolúveis.
6.3.1. Antiespumante
O Aditivo Antiespumante mais corriqueiramente utilizado é um polímero de óxido de sílica orgânica -
ou silicato orgânico polimerizado. Os AE são muito eficientes e são usados em concentrações
extremamente baixas, da ordem de 1 a 20 ppm.
Impedem com grande eficiência a formação de espuma, mesmo quando causada por vigorosa
agitação e aeração nos equipamentos de alta velocidade. Podem ser usados com qualquer tipo de
óleo lubrificantes e, dado o insignificante volume em que são usados, os AE não requerem cuidados
especiais, nem, na manipulação, nem durante o uso. É um aditivo de uso obrigatório em óleos
hidráulicos.
6.3.2. Detergente
Aditivo usado em todos os produtos industriais onde seja necessário manter em suspensão partículas
sólidas.
A detergência não significa propriamente uma enérgica ação de limpeza, mas, principalmente, a
função de conservar as máquinas e motores internamente limpos, reduzindo a tendência de formação
de depósitos.
6.3.3. Dispersante
Este aditivo mantém em suspensão, finalmente divididas, todas as impurezas formadas no interior do
sistema ou que nele penetrem e potencialmente possam formar depósitos, até serem eliminados por
ocasião da troca.
Como o aditivo envolve as partículas de contaminantes formadas durante o funcionamento do motor e
mantendo-as suspensas no óleo, este vai adquirindo cor escura. Esta mudança gradual de cor é o
sinal que o aditivo está agindo.
6.3.4. Antiferrugem
Os inibidores de ferrugem são compostos possuindo forte atração polar pelos metais, ou melhor,
pelas superfícies metálicas.
Por interação física ou química na superfície do metal, forma-se uma película contínua muito tenaz,
que não permite o contato ou penetração da água ou umidade.
Os aditivos antiferrugens são utilizados em todos os lubrificantes industriais onde se tenha contato
com água e ar úmido. São também usados em óleos de engrenagens para atender aos requisitos de
certas especificações industriais, bem como em graxas.
Freqüentemente os antiferrugem são repelentes de água.
Nos motores de combustão interna, funcionando a frio, a água condensa-se e pode provocar a
ferrugem. Porém nas condições normais de funcionamento a tendência ao enferrujamento é mínima.
Todos os óleos para motores de combustão interna, também possuem aditivo antiferrugem, além dos
óleos para compressores.
6.3.5. Anticorrosivos
São compostos químicos alcalinos, geralmente de função múltipla, cujo emprego visa neutralizar os
produtos ácidos derivados da combustão em motores. Empregados também em sistemas hidráulicos
compressores e mancais em geral.
Nos motores de combustão interna, os produtos ácidos são provenientes do enxofre, encontrado no
óleo diesel.
É importante observar que a oxidação de um óleo conduza um processo de acidificação, que irá
provocar a corrosão química dos componentes que o lubrificante mantenha contato. São também
empregados em graxa.
6.3.6. Antidesgaste
Incorporado ao óleo lubrificante, este aditivo melhora seu Índice de Viscosidade ou seja, não permite
que ocorram grandes variações na viscosidade do óleo quando este é submetido a variações de
temperaturas. Resumindo, o resultado final é um óleo com menos variações de viscosidade com a
temperatura.
O aditivo funciona a temperaturas mais baixas enrolando-se nas moléculas do óleo e não
influenciando o fluxo. A temperaturas mais altas, ele se distende, impedindo o fluxo e dando ao óleo
características de maior viscosidade. Assim, compensa a tendência do óleo se "afinar” quando
aquecido.
Este aditivo funciona melhor a altas temperaturas.
É empregado em todos os óleos automotivos, principalmente nos óleos multiviscosos.
À medida que a temperatura de um óleo diminui, sua viscosidade vai aumentando. Ao atingir
determinada temperatura, o óleo não mais fluirá.
Ao se usar o aditivo abaixador do ponto de fluidez, modifica a forma de cristalização de parafina,
permitindo que o lubrificante possa se usado a temperaturas bem mais baixas, sem prejuízo na sua
viscosidade.
São pouco empregados em óleos industriais exceto naqueles casos em que a baixa temperatura
obriga seu uso. É de emprego obrigatório nos óleos automotivos.
O lubrificante com este aditivo pode ter um abaixamento do seu ponto de fluidez de até 28°C.
As classificações que se seguem são de uso mundial, todos os fabricantes de motores as adotam.
O sistema de classificação API (American Petroleum lnstitute) descreve os óleos para motor em
termos simples, destinados a ajudar o processo de venda e a tarefa de rotular os óleos de forma
significativa, ajudando os fabricantes de motores a recomendar os lubrificantes apropriados e aos
consumidores escolhê-los.
Em 1969/ 70 a API em cooperação com a ASTM (American Society for Testing and Materiais) e a SAE
(Society of Automotive EngineErs) estabeleceu uma nova classificação de serviços em motores.
Coube a ASTM definir os métodos de provas e os objetivos funcionais. A API desenvolveu uma
designação dos serviços por meio de letras e em uma linguagem acessível aos consumidores. A SAE
combinou as informações em uma "Prática recomendada pela SAE", para uso pelos consumidores.
A atual classificação API de Serviços em motores está dividida em uma série "S" que abrange os
óleos que geralmente são comercializados em postos de serviço para uso em carros de passageiros
e caminhonetes (principalmente motores a gasolina). A série "C" destina-se ao uso em veículos
comerciais, agrícolas, de construção e fora de estradas (principalmente motor diesel).
Um óleo pode responder a mais de uma classificação. Por exemplo: API SE, SF, C.
Cada classificação supera a anterior, podendo portanto, se usar um óleo de classificação superior
quando o fabricante do motor indicar outro de classificação anterior. Por exemplo: Posso usar um
óleo classificação SH em um motor que é recomendado o uso de um SF.
O inverso é que não é possível porque provocará danos no motor.
Óleos classificação SA, SB, SC E SD não são mais encontrados no mercado, por terem se tornado
da formulação muito deficiente.
A Sociedade dos Engenheiros Automotivos (SAE) classifica os óleos para motor e transmissão quanto
o grau de viscosidade. Não leva em consideração aditivação, tipo de serviço, qualidade do
combustível, etc.
A viscosidade é feita a 100ºC e a diversas baixas temperaturas, dependendo do grau de viscosidade.
A viscosidade a alta temperatura está relacionada com as características de consumo e de desgaste
de um óleo; a viscosidade a baixas temperaturas prevê o comportamento em condições de partida a
frio e a lubrificação a baixas temperaturas. Os óleos com altos índices de viscosidade, são
geralmente menos sensíveis às variações de temperatura e por isso, estão em melhores condições
para desempenhar-se de forma eficiente a altas e também a baixas temperaturas.
Os óleos W são para uso a baixas temperaturas e quanto menor grau SAE, a menores temperaturas
podem ser usados.
Para determinação de viscosidade a baixa temperatura se usa um simulador denominado "Simulador
de Partidas a Frio". Os resultados da viscosidade são dados em centipoise ou poise.
Consiste na pulverização do óleo - em geral por meio de sistemas tipo Venturi - para distribuição,
através de tubulações, as partes a serem lubrificadas. Este processo foi, originariamente,
desenvolvido para resolver os problemas de lubrificação dos rolamentos de esferas, nas árvores de
retificadoras, que giram a altas velocidades em ambientes onde existem aparas metálicas, poeira, etc.
A lubrificação por névoa dá excelentes resultados nos casos em que quantidades muito pequenas de
óleo são requeridas, pois se torna relativamente simples, a dosagem adequada do lubrificante em
função das necessidades das peças a lubrificar.
Neste sistema existe um aparelho lubrificador montado sobre a própria máquina e por ela acionado.
Esse lubrificador consta de uma caixa, que serve de depósito para o lubrificante e um, dois ou mais
pistões, funcionando como bomba.
As gotas de óleo seguem por canalizações adequadas até às peças a lubrificar. A quantidade de óleo,
que cada um dos pistões fornece, pode ser regulada por meio de um parafuso. Para facilitar a
regulagem, muitos lubrificadores mecânicos possuem visores, que permitem a contagem de gotas por
unidade de tempo.
Método de lubrificação muito usado. A bomba que está ligada ao eixo do motor ou máquina, fica
geralmente mergulhada no óleo do cárter ou depósito e o fornece sob pressão, por meio de
canalização, aos pontos que precisam de, lubrificação. Após ter passado pelas peças a lubrificar, o
óleo retorna ao cárter para resfriamento e é novamente posto em circulação.
(Figura 3)
(Figura 4)
Nunca se deve derrubar os tambores sobre pilhas de pneus velhos ou outros meios que provoquem
impacto na embalagem (fig. 4), pois isto poderá danificá-la, rompendo suas costuras, produzindo
vazamentos e permitindo eventual contaminação futura.
Caso o sistema de armazenagem adotado seja o uso de "pallets", a mercadoria deverá ser
"paletizada", conforme normas existentes, no ato de seu recebimento.
Ao se receber os produtos deve-se fazer uma separação destes conforme sua utilização,
encaminhando-os para seus respectivos lugares no almoxarifado. Isto evitará que se misturem tipos
de lubrificantes diferentes e, portanto, o risco do uso indevido dos mesmos.
Para a movimentação dos tambores é comum fazê-los rolar pelo chão. Isto, para distâncias curtas é
aceitável, porém o uso de equipamentos adequados, tais como carrinhos de mão ou empilhadeiras,
aumentam a segurança tanto para o operário quanto para a estrutura da embalagem.
Uma observação importante se faz quanto ao manuseio de tambores deitados. Nunca uma única
pessoa deve levantá-los, pois o peso de um tambor (+ ou - 200 kg) pode causar graves problemas
físicos. (fig. 5).
9.1. Estocagem
(Figura 6)
No caso de baldes ou latas, evite a colocação de objetos pesados em cima dos mesmos, pois
poderão se deformar. É desnecessário repetir a importância de evitar quedas.
Os tambores ou baldes de graxas ser transportados e estocados sempre em posição vertical,
evitando-se assim que o conteúdo do recipiente pressione sua tampa com conseqüente vazamento
do produto. (Fig. 7).
(Figura 7)
Para uma estocagem racional e de fácil manipulação, o uso de "pallets" é o ideal, pois além de se
prestar ao empilhamento de tambores, também se presta ao armazenamento de baldes e de caixas
com latas de lubrificantes.
Entretanto, para que este sistema funcione, deve-se seguir certas normas quanto ao modo de
paletizar e armazenar:
a) utilizar "pallets" padronizados.
b) observar as capacidades máximas permissíveis constantes da tabela 1 e o modo de
superposição das camadas, a fim de dar maior estabilidade à pilha.
c) utilizar uma empilhadeira adequada em capacidade de carga ao tipo de serviço.
(Figura 9)
(Figura 11)
(Figura 10)
(Figura 13)
(Figura 12)
(Figura 14)
(Figura 15)
(Figura 16)
O depósito e a sala de lubrificação devem possuir o piso firme para agüentar a estocagem dos
tambores e devem ser de um material que não se quebre, solte ou absorva eventuais derrames de
óleo e que permita uma limpeza total. A limpeza do piso deve ser feita com líquidos de limpeza de
secagem rápida. Nunca se deve usar serragem ou materiais semelhantes para secar o chão, pois
além do problema de segurança pode contaminar os lubrificantes.
(Figura 17)
Durante o período que não se retira óleo dos tambores, as torneiras ou os bujões devem permanecer
perfeitamente fechados e limpos, sendo que os pingos acidentais devem ser captados por recipientes
pendurados às torneiras. Este tipo de torneira de fechamento rápido evita respingos de óleo e permite
trancá-la com cadeado ou por bandejas. Para dar maior segurança ao operador durante o manuseio e
facilitar a limpeza, conveniente instalar-se uma grade metálica sob as torneiras.
(Figura 18)
A movimentação dos lubrificantes da sua embalagem original aos locais onde serão utilizados, é de
grande importância. O controle das retiradas parciais e os cuidados na manipulação para se evitar
contaminação e confusão entre produtos distintos devem ser rigorosamente observados. A
identificação do lubrificante dentro do almoxarifado ou da sala de lubrificantes é de fundamental
importância, pois se o nome do produto estiver ilegível pode causar sérios problemas quando da
utilização nos maquinarias, devido a uma troca do óleo indicado. Os recipientes originais e
equipamentos de transferência e distribuição devem ter uma marcação que indique claramente o
produto. Essa marcação deve ser de acordo com o seu nome ou outro código qualquer que o
identifique perfeitamente. Estes recipientes e equipamentos devem conter sempre o mesmo tipo de
lubrificante a que foram destinados e nunca se deve utilizá-los para outros fins.
Para se recolher o óleo usado que é retirado das máquinas, deve-se reservar um recipiente
especifico, devidamente marcado. Na hora da necessidade, a maioria dos operários se utiliza de
qualquer óleo ou recipiente que esteja à mão. Deve ser proibido o uso de vasilhames improvisados,
tais como latas velhas de tintas, regadores, garrafas, panelas, etc.
Portanto, além do indispensável treinamento e conscientização do pessoal, é necessário criar-se
meios e condições adequadas para se fazer funcionar um sistema de lubrificação eficiente.
Os recipientes e equipamentos utilizados na lubrificação devem sempre ser meticulosamente limpos
após cada utilização, providos de tampas que impeçam a entrada de poeira e outros contaminantes e
guardados em locais apropriados, de preferência trancados.
Todos os equipamentos utilizados na lubrificação devem ser de materiais resistentes à corrosão e não
devem ser pintados internamente, pois a tinta tende a descascar e contaminar o produto.
(Figura 20)
Propulsora pneumática de graxa adaptável em tambores de 170 Kg, com 4 saídas para lubrificação.
(Figura 21)
Função da Inspeção Ligada à Lubrificação Página 82 de 151
9.4.3. Equipamentos Auxiliares
Além dos equipamentos normalmente utilizados para se transportar e aplicar óleo e graxa, existem
equipamentos que facilitam o transporte e aplicação de lubrificantes quando se necessita movimentar
uma quantidade de óleos e graxas diferentes a diversos tipos de máquinas em vários locais da
fábrica.
Tais equipamentos, como carrinhos de lubrificação, comboios de lubrificação transportadores de
tambores, bombas para retirar óleo usado de máquinas, tanques para óleos usados, filtros mecânicos
para recuperação de óleos, etc., proporcionam aos lubrificadores meios práticos e rápidos para
transportar e manusear os lubrificantes Isto evita os riscos de avarias em máquinas, causadas pela
aplicação de lubrificantes incorretas ou contaminados.
Os carrinhos de lubrificação podem ser comprados ou construídos, dependendo da necessidade de
cada caso. Podem ser bem simples ou completos, conforme a variedade e quantidade.de óleos e
graxas a serem distribuídos e do número e tipo de máquinas em que serão aplicados. Devem ter
espaço para transportar, além da quantidade e número de lubrificantes necessários, pistolas de
graxas, almotolias, bomba de transferência de óleo e graxa, bomba de sucção de óleo e materiais
diversos tais como panos limpos para limpeza, pinos graxeiros sobressalentes, ferramentas, visores
de nível de óleo sobressalentes, mechas novas das máquinas, etc.
Os equipamentos e carrinhos utilizados para retirar óleo usado das máquinas e veículos são de muita
utilidade. Podem ser de construção simples, utilizando-se um tambor equipado com uma bomba
manual pneumática ou elétrica para aspirar o óleo, até unidades mais completas, equipadas com
tanques para óleo novo e usado e filtros para remoção de borra, água e aparas metálicas.
Quando se manuseia uma quantidade razoável de óleos hidráulicos, óleos circulatórios e óleos para
transformadores, a utilização de equipamento de filtragem para remoção de água e sedimentos é de
grande utilidade, Além de prolongar a vida útil dos mesmos. Entretanto, deve-se tomar cuidado na
escolha dos tipos de filtros, pois muitos tipos de aditivos dos óleos podem ser removidos se
passar\-,m por meios filtrantes muito ativos, como "Terra Fuller", argila ativada, etc... Nesses casos,
os filtros mecânicos são os mais indicados.
(Figura 25)
Equipamento de fácil construção para esgotar cárters. Um dos tambores fica
vazio para receber o óleo usado enquanto o outro contém óleo novo para
reencher o cárter.
9.5.1. Recebimento
a) Verificar se o produto que está sendo entregue é o mesmo do pedido e da nota fiscal.
b) Verificar se os lacres do caminhão estão intactos (não violados).
c) Verificar se os freios do autotanque estão aplicados e suas rodas calçadas.
d) Abrir a boca de visita (ou de carregamento) e a válvula de segurança da tubulação de saída.
e) Utilizar uma mangueira de descarga para cada tipo de óleo lubrificante. Nunca usar as
mangueiras de óleos lubrificantes para descarga de outros tipos de produtos e vice-versa.
f) Colher uma amostra do óleo antes da descarga, em recipiente limpo e transparente.
g) Terminada a descarga, escorrer bem o óleo da mangueira.
h) Quando a mangueira não estiver sendo usada, proteger suas extremidades para evitar a entrada
de sujeira e outros contaminantes.
i) Manter limpa toda a instalação.
j) Manter uma pessoa responsável durante todo o processo de descarga.
10.3. Vedações
Limpeza é a primeira consideração a ser observada para o bom funcionamento e longa duração em
serviço de rolamentos. É essencial, pois, que as caixas de rolamentos possuam boa vedação. Um
dos tipos de vedação mais usados em rolamentos lubrificados a graxa é o feltro em tiras ou anéis.
Para melhor resultado, recomenda-se que o feltro seja previamente embebido a quente (70 ou 80°C)
em uma mistura de 2 partes de óleo mineral grosso (300 SUS a 210°F) e 1 parte de sebo animal.
Outro tipo de vedação empregado são os chamados anéis de labirinto que apresenta vantagens no
caso de altas velocidades.
Para rolamentos lubrificados a óleo, a vedação adquire maior importância, ainda, pois precisa,
também, reter o óleo na caixa. Empregam-se, também, os anéis de feltro ou de labirinto, ou ainda,
vedadores de borracha sintética.
Recomendações Gerais
Faixas de
Temperaturas
Mancais de Deslizamento Condições Operacionais Viscosidade
Máximas
SUS a 100°F
1 – Rotação até 50 r.p.m. e 60°C 900/ 960
pressões até 15 Kgf/ cm2 100°C 4300/ 4600
11.6. Purificação do Ar
Um motor de pistão consome, para cada litro de combustível, um volume de ar aproximadamente
igual a 14m3, medido nas condições normais de temperatura e pressão. Se levarmos em
consideração que o ar, via de regra, contém partículas abrasivas em suspensão, tais como areia,
argila, poeira, etc., verificasse a grande importância que assume a purificação adequada do mesmo
para os motores de combustão interna. Se a filtração do ar não for adequada, as partículas abrasivas
nele contidas não provocarão o desgaste prematuro dos cilindros e dos êmbolos.
Em um sistema típico de lubrificação por salpique, o óleo é bombeado do cárter para umas
depressões em uma bandeja (dentro do cárter).
Em cada volta do eixo de manivelas, a biela recolhe com seu pesca dor o óleo e o salpica a todas as
bronzinas do motor.
Alguns tipos de motores utilizam um sistema misto ou combinado de lubrificação, isto é, algumas
peças ou partes são lubrificadas sob pressão, por intermédio da bomba e dos canais de óleo que
compreendem o circuito de lubrificação, outros componentes são lubrificados por salpique através de
borrifos de óleo lançados pelas bielas em movimento.
b) óleos minerais
c) fluidos sintáticos
12.1.1. Água
É empregada principalmente em velhos e pesados sistemas tais como pontes levadiças, comportas,
etc. Ela é encontrada em abundância na natureza, sendo o mais barato dos fluidos conhecidos.
Praticamente não apresenta variação é de viscosidade com a temperatura e quimicamente
compatível com quase todos os materiais dos retentores. Apresenta ainda a vantagem de quase não
sofrer aumento de temperatura em operação devido ao seu alto poder refrigerante.
Entretanto, seu emprego como meio hidráulico é restrito, devido às desvantagens que apresenta, tais
como: provoca a corrosão, suas propriedades lubrificantes são insignificantes, e só pode ser
empregada em uma faixa de temperatura relativamente pequena.
É o fluido hidráulico mais usado. Afora a água, é o fluido mais barato, sendo compatível com a
maioria dos materiais comumente encontrados nos sistemas. Suas propriedades lubrificantes são
bastantes conhecidas, e a faixa de temperatura para sua utilização é bem ampla. Apresentam
também compressibilidade superior a da água.
São compostos químicos que podem trabalhar acima dos limites dos óleos minerais. São eles: éteres
complexos, silicatos, silicones, aromáticos de alto peso molecular (polifenilas e éteres de fenila).
Estes fluidos são de custo mais elevado devido aos problemas de fabricação, e dentro de certos
limites satisfazem plenamente todas as necessidades dos sistemas hidráulicos,
Ao contrário dos óleos minerais, podem não ser compatível com alguns componentes do sistema. Por
esta razão, é preciso cuidado na escolha do fluido sintético a ser usado.
Muitos compostos químicos se enquadram nesta categoria, porém os comumente utilizados são:
emulsões de óleo em água, soluções de glicol em água e fluidos não aquosos. As emulsões de óleo
em água são algumas vezes usadas em sistemas hidráulicos normais, enquanto os outros somente
são empregados em casos específicos.
O fluido deverá ter alto índice de viscosidade, para que sua viscosidade não varie muito, caso seja
submetido a variações de temperatura acentuadas em serviço. O ponto de fluidez deverá ser baixo,
para que o fluido possa escoar livremente quando tiver que enfrentar temperaturas muito baixas.
O fluido deverá ainda apresentar alta estabilidade à oxidação capacidade de impedir a corrosão,
propriedades antiespuma, e alta emulsibilidade.
Freqüentemente são incorporados aditivos para melhorar as características, acima citados.
Também se costuma adicionar aditivos para prevenir o desgaste dos componentes mecânicos do
sistema.
Resumo:
A Ferrografia é uma técnica de monitoramento e diagnose de condições de máquinas. A partir da
quantificação e análise da morfologia das partículas de desgaste (limalhas), encontradas em
amostras de lubrificantes, determinam-se: tipos de desgaste, contaminantes, desempenho do
lubrificante etc. Com estes dados torna-se possível à tomada de decisão quanto ao tipo e urgência de
intervenção de manutenção necessária. A Ferrografia é classificada como uma técnica de
Manutenção Preditiva, embora possua inúmeras outras aplicações, tais como desenvolvimento de
materiais e lubrificantes. O trabalho apresenta os conceitos básicos da Ferrografia bem, como casos
históricos reais de solução de problemas.
1- Histórico
A Ferrografia foi desenvolvida, originalmente, para aplicações na aeronáutica militar em 1975 pelo Dr.
Vernon C. Westcott nos EUA sob o patrocínio da Naval Air Engineering Center.
O objetivo foi à obtenção de maior confiabilidade no diagnóstico de condições de máquinas, tais como
caixas de engrenagem e turbinas de helicópteros militares.
O principal motivo de seu desenvolvimento deve-se às limitações que outras técnicas apresentam.
Vários eram os casos onde o alcance destas técnicas não podia antecipar a ocorrência de defeitos e
apontar as reais causas de desgaste.
Em 1982 a Ferrografia foi liberada para uso civil e trazida para o Brasil em 1988.
2- Princípios
Os princípios básicos são:
• Toda máquina se desgasta
• O desgaste gera partículas
• O tamanho e a quantidade das partículas indicam a severidade do desgaste
• A morfologia e o acabamento superficial das partículas indicam o tipo de desgaste
2.1 - Processo
A amostragem é feita com a máquina em funcionamento ou momentos após a sua parada, de forma a
ser evitada a precipitação das partículas.
O ponto de coleta deve estar localizado o mais próximo possível da fonte de geração de partículas.
No caso de sistemas circulatórios, uma válvula na tubulação de retorno do óleo é o ponto ideal.
Quando inacessível drenos em reservatórios ou amostragem por meio de bombas de coleta são
alternativas válidas. O maior cuidado está em se evitar pontos após filtros ou regiões onde não ocorra
homogeneização.
Cada tipo de desgaste pode ser identificado pelas diferentes formas que as partículas adquirem ao
serem geradas.
O desgaste mais comum é a Esfoliação. São partículas geralmente de 5 µm, podendo atingir 15 µm.
Sua forma lembra flocos de aveia. A Esfoliação é gerada sem a necessidade de contato metálico,
mas apenas pela transmissão de força tangencial entre uma peça e outra por meio do filme
lubrificante. A quantidade e o tamanho destas partículas aumentará caso a espessura do filme seja
reduzida devido à sobrecarga, diminuição da viscosidade do óleo, diminuição da velocidade da
máquina etc.
Outro desgaste bastante comum é a Abrasão. Gera partículas assemelhadas a cavacos de torno com
dimensões de 2 a centenas de mícron.
Existem regras bem definidas para a representação da taxa de incidência de cada tipo de partícula num
ferrograma. A representação da análise é feita de forma gráfica, onde barras horizontais indicam a incidência. No
anexo temos alguns exemplos.
2.3 - Exame Quantitativo (DR)
Na Ferrografia Quantitativa, ou ferrografia de leitura direta (Direct Reading = DR) utiliza os mesmos princípios da
ferrografia analítica. A diferença está no formato do corpo de prova e no método de leitura.
O corpo de prova (conjunto tubo precipitador) é formado por uma mangueira de PTFE, um tubo de vidro e uma
mangueira de drenagem. O tubo de vidro é instalado sobre o campo magnético especial, da mesma forma que o
ferrograma. Duas regiões deste tubo são iluminadas de baixo para cima por uma fonte de luz controlada. A
sombra formada pelas partículas que se depositam no tubo é observada por fotocélulas ligadas ao circuito
microprocessado.
Assim como no ferrograma, as partículas se precipitam de forma ordenada por tamanho. O tubo precipitador é
divido em duas regiões onde se encontram as partículas maiores que 5 µm, chamadas Grandes (Large = L) e
menores ou iguais a 5 µm, chamadas Pequenas (Small = S).
A unidade utilizada na ferrografia quantitativa é exclusiva e arbitrada. Para 50% da área do tubo coberta por
partículas foi arbitrado o número 100, adimensional. A leitura fornecida pelo instrumento é diretamente
proporcional à concentração de partículas da amostra.
1) AMOSTRA DE ÓLEO
Utilizar preferencialmente frascos de 150 ml. O volume de óleo de ser de 100 a 120 ml, deixando-se
pelo menos 1/3 do espaço livre, para permitir a homogeneização da amostra. Excesso de óleo deve
ser imediatamente descartado.
A amostra deverá ser coletada de preferência com a máquina operando ou logo depois de parada,
para evitar a sedimentação da maioria das partículas.
Não coletar logo após troca ou grande adição de óleo nem de máquina que entrou em operação há
pouco tempo. Aguardar pelo menos 72 h de trabalho e efetuar a coleta com óleo quente.
2) COLETA DE TUBULAÇÕES
3.1- Coletar com bomba de coleta ou por imersão (boca para baixo) aproximadamente na metade do nível do
reservatório.
3.2- Coletar do indicador de nível, purgando antes o volume morto.
3.3- Coletar com bomba através da entrada da vareta de nível, utilizando mangueira de mesmo comprimento que
a vareta.
3.4- Coletar da descarga do retorno ao reservatório.
3.5- Coletar do dreno, depois de limpar a região em volta e de purgar o volume morto (se houver tubo instalado)
e mais 1/2 litro de óleo.
4) COLETA DE MANCAIS
6) AMOSTRA DE GRAXA
6.1- Abrir a tampa e coletar com espátula algumas gramas da graxa da região de carga.
6.2- Injetar graxa pelo pino graxeiro até que comece a sair pelo dreno à graxa trabalhada, reconhecível pela cor
ou por avaliação de volume. Efetuar limpeza rigorosa da região em volta do dreno.
A manutenção preditiva, após a análise dos fenômenos, adota dois procedimentos para atacar os
problemas detectados: estabelece um diagnóstico e efetua uma análise de tendências.
Diagnóstico
Detectada a irregularidade, o responsável terá o encargo de estabelecer, na medida do possível, um
diagnóstico referente à origem e à gravidade do defeito constatado. Este diagnóstico deve ser feito
antes de se programar o reparo.
Análise da tendência da falha
A análise consiste em prever com antecedência a avaria ou a quebra, por meio de aparelhos que
exercem vigilância constante predizendo a necessidade do reparo.
Graficamente temos:
A manutenção preditiva, geralmente, adota vários métodos de investigação para poder intervir nas
máquinas e equipamentos. Entre os vários métodos destacam-se os seguintes: estudo das vibrações;
análise dos óleos; análise do estado das superfícies e análises estruturais de peças.
Estudo das vibrações
Todas as máquinas em funcionamento produzem vibrações que, aos poucos, levam-nas a um
processo de deteriorização. Essa deteriorização É caracterizada por uma modificação da distribuição
de energia vibratória pelo conjunto dos elementos que constituem a máquina. Observando a evolução
do nível de vibrações, é possível obter informações sobre o estado da máquina.
O princípio de análise das vibrações baseia-se na idéia de que as estruturas das máquinas excitadas
pelos esforços dinâmicos (ação de forças) dão sinais vibratórios, cuja freqüência é igual à freqüência
dos agentes excitadores.
Se captadores de vibrações forem colocados em pontos definidos da máquina, eles captar„o as
vibrações recebidas por toda a estrutura. O registro das vibrações e sua análise permitem identificar a
origem dos esforços presentes em uma máquina operando.
Por meio da medição e análise das vibrações de uma máquina em serviço normal de produção
detecta-se, com antecipação, a presença de falhas que devem ser corrigidas:
rolamentos deteriorados;
engrenagens defeituosas;
acoplamentos desalinhados;
rotores desbalanceados;
vínculos desajustados;
eixos deformados;
lubrificação deficiente;
folga excessiva em buchas;
falta de rigidez;
problemas aerodinâmicos;
Exercícios
As partículas não magnéticas, como as provenientes de cobre e suas ligas, alumínio e suas ligas,
cromo e suas ligas, compostos orgânicos, areia etc., também depositam-se no ferrograma. Isto é
explicável pela ação da gravidade, auxiliada pela lentidão do fluxo, além de algum magnetismo
adquirido pelo atrito desses materiais com partículas de ligas de ferro.
A luz, proveniente da fonte, divide-se em dois feixes que passam por uma fibra óptica. Esses feixes
s„o parcialmente atenuados pelas partículas nas posições de entrada e seis milímetros abaixo. Os
dois feixes atenuados s„o captados por sensores ópticos ou fotodetectores que mandam sinais para
um processador, e os resultados s„o mostrados digitalmente em um display de cristal líquido. Os
valores encontrados s„o comparados com os valores obtidos por um ensaio sobre uma l‚mina limpa,
considerando que a diferença de atenuações da luz é proporcional à quantidade de partículas
presentes.
O campo de medição vai de 0 a 190 unidades DR (Direct Reading = Leitura Direta), mas É linear
apenas até 100. A partir deste valor, as partículas empilham-se umas sobre as outras, acarretando
leituras menores que as reais. Por isso, muitas vezes é necessário diluir o lubrificante original para se
manter a linearidade.
O acompanhamento da máquina, por meio da ferrografia quantitativa, possibilita a construção de
gráficos, e as condições de maior severidade são definidas depois de efetuadas algumas medições.
Os resultados obtidos são tratados estatisticamente.
Para maior clareza, observe o gráfico seguinte que mostra as faixas limítrofes dos tamanhos das
partículas.
As fotografias constituem a única forma de mostrar, com clareza, os aspectos dos ferrogramas, mas
podemos esboçá-los, simplificadamente, para registrar as informações, conforme exemplo a seguir.
The Microscope
Ferrograms are typically examined under a microscope that combines the features of a biological and
metallurgical microscope. Such equipment utilizes both reflected and transmitted light sources, which
may be used simultaneously. Green, red, and polarized filters are also used to distinguish the size,
composition, shape and texture of both metallic and non-metallic particles.
Types of Wear Particles
There is six basics wear particle types generated through the wear process. These include ferrous and
nonferrous particles a comprises:
1. Normal Rubbing Wear: Normal-rubbing wear particles are generated as the result of normal sliding
wear in a machine and result from exfoliation of parts of the shear mixed layer. Rubbing wear particles
consist of flat platelets, generally 5 microns or smaller, although they may range up to 15 microns
depending on equipment application. There should be little or no visible texturing of the surface and
the thickness should be one micron or less.
2. Cutting Wear Particles: Cutting wear particles are generated as a result of one surface penetrating
another. There are two ways of generating this effect.
4. Severe Sliding: Severe sliding wear particles are identified by parallel striations on their surfaces.
They are generally larger than 15 microns, with the length-to-with thickness ratio falling between 5 and
30 microns. Severe sliding wear particles sometimes show evidence of temper colors, which may
change the appearance of the particle after heat treatment.