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Improviso com o teatro de

máscaras
Ao criar personagens, as crianças refletem sobre sua identidade

Anna Rachel Ferreira (anna.ferreira@fvc.org.br)

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Vinícius criou a máscara do disfarçador e, ao vesti-la, transformou sua postura corporal


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Quando se pensa em teatro na escola, a primeira imagem que vem à mente é a daquela
apresentação de final de ano, assistida por pais com máquinas fotográficas em punho.
Mas o estudo dessa modalidade artística não se restringe às produções que chegam ao
palco. Esse conteúdo também é útil para que as crianças aprendam a linguagem e a
utilizem, por exemplo, para a compreensão de si mesmo e do outro. "O teatro é uma arte
em que a ferramenta de trabalho é o próprio ser humano e que só funciona por meio de
uma interação generosa entre ele e os outros", comenta Maria Paula Zurawski, atriz e
mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Bem longe dos palcos, o
professor Flávio Gonçalves realizou as aulas do 3º ano do Colégio da Polícia Militar do
Ceará General Edgard Facó, em Fortaleza. Com vários jogos dramáticos, desenhos,
confecção de máscaras e muito diálogo, os alunos descobriram possibilidades de atuação
com base em sua personalidade. Assim, mergulharam na criação de personagens, o
"quem" do tripé do teatro conceituado pela pesquisadora norte-americana Viola Spolin
(1906-1994). No livro Improvisações para o Teatro (384 págs., Ed. Perspectiva, tel.
11/3885-8388, 45 reais), a especialista explica que, além dos papéis representados pelos
atores e atrizes, essa arte é formada pelos elementos "onde" (o local da cena) e "que" (a
ação dramática propriamente dita).

Para começar a refletir sobre suas características pessoais, os estudantes fizeram


autorretratos com lápis de cor e listaram seus gostos e suas características psicológicas.
Depois disso, o docente propôs uma prática teatral. Os desenhos feitos ficaram em uma
mesa, virados para baixo. Após as explicações do professor, dois voluntários se
levantavam, pegavam um desenho cada um e se retiravam da sala, um rito de passagem
para entrar no personagem. Ao voltar, eles deveriam agir como a criança desenhada até
que os demais descobrissem quem estava sendo interpretado. No fim da aula, todos
comentaram as dificuldades encontradas. "Alguns se levantavam para demonstrar outras
possibilidades de interpretação para os colegas", comenta o docente. Taís Ferreira,
coautora do livro Teatro e Dança nos Anos Iniciais (com Maria Fonseca Falkembach, 136
págs., Ed. Mediação, tel. 51/3330-8105, 39 reais), ressalta que ao atuar o aluno deve
construir uma realidade física para que a plateia compreenda a mensagem transmitida. E
Viola acrescenta que o jogo propicia o envolvimento necessário para a experiência e é por
meio dela que aprendemos.

 Texto | Desvendando o teatro japonês

 Plano de aula | Vivências teatrais


 Reportagem | Cada um com sua máscara

Gonçalves listou com a turma quais aspectos caracterizam uma pessoa, como peso,
altura, cor dos olhos, estilo do cabelo e os modos de andar e falar. E um novo jogo
começou. Desta vez foram grupos de quatro participantes. Três saíam da sala, enquanto
um ficava e escolhia, junto com os demais, uma personalidade conhecida por todos.
"Tivemos de Michael Jackson (1958-2009) a Max Steel", conta o docente. O objetivo
daquele que representava a celebridade era fazer com que os outros três descobrissem
sua identidade sem que ele dissesse seu nome ou se descrevesse com palavras. No fim,
os alunos comentaram a diferença entre imitar um colega de classe e alguém famoso.
Perceberam que, apesar de todo mundo saber como as celebridades são fisicamente,
conhecem muito mais as características psicológicas do colega. Então, é muito mais fácil
imitá-lo.

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