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Concurso Público para o curso de Educação Física da Universidade

Federal de Juiz de Fora – Governador Valadares


Prova Didática

Candidato: José de Andrade Matos Sobrinho

Plano de Aula

Tema: A implantação da recreação operária no Brasil no início do século XX e a


teorização da Educação Física nas décadas de 1970/80

Objetivo Geral:

Compreender as mudanças históricas na trajetória do uso social do esporte


na sociedade brasileira nos períodos da recreação operária (início do século XX)
até a década de 1970/80 com o debate paradigmático na Educação Física.

Objetivos Específicos:

- Descrever o processo de implantação da Recreação Operária no Brasil;


- Problematizar a relação entre esporte e controle social;
- Levantar relações entre o esporte e o nacional desenvolvimentismo;
- Problematizar o esporte no período ditatorial;
- Descrever os principais pontos da teorização da Educação Física nos
anos 1970 e 1980.

Estratégia/Metodologia:

A metodologia utilizada será a exposição verbal problematizadora dos


conteúdos propostos, seguindo uma linha de argumentação que partirá da
definição dos conceitos teóricos chaves para em seguida desenvolver os
elementos específicos da temática da aula e finalizar com a apresentação de
uma síntese dos principais pontos discutidos.
Recursos Didáticos: Data show

Avaliação: Será realizada pela banca examinadora

Primeira Parte

Inicialmente serão apresentados o tema, os objetivos gerais e específicos


da aula.
Em seguida, será realizada uma pequena contextualização social
aproximativa da década de 1920 e 30 no Brasil para descrever as mudanças na
produção social com o processo de industrialização capitalista brasileiro e suas
repercussões nas relações entre o tempo de trabalho e de não-trabalho do
operariado brasileiro.
Ainda nessa etapa será descrito o processo de implantação da recreação
operária no Brasil a partir das experiências pioneiras de implantação das “praças
de esportes” ou dos “centros de recreio, descrevendo seu surgimento a partir
das experiências de Frederico Gaelzer em Porto Alegre, Nicanor Miranda em
São Paulo, o Serviço de Recreação Operária no Rio de janeiro e, posteriormente,
na década de 1940 com Arnaldo Sussekind em Brasília (Melo; Alves Junior,
2003, Peixoto, 2008).
Para finalizar essa parte será realizada uma breve reflexão entre a
diminuição do tempo de trabalho, o uso do esporte como controle social para o
apaziguamento das tensões sociais geradas pelo conflito Trabalho e Capital e
as mudanças no uso do esporte pelo Estado ao aproximar-se as décadas de
1950 e 60 com o Nacional Desenvolvimentismo e a criação do sistema S.

Segunda Parte

Nessa etapa será apresentada a contextualização da transição dos anos


1960 para 1970, destacando a intensa e conflituosa polarização social que vai
resultar no golpe militar.
A partir da consolidação do novo regime político no Brasil surge um
ordenamento que deu certa continuidade na forma como o Estado vinha lidando
com o Esporte. A política central do regime militar foi a construção de programas
como o “Esporte para Todos”, utilizado para promover o regime e desviar a
atenção da população para as problemáticas sociais daquele momento. A
seleção brasileira de futebol e o seu desempenho na Copa de 1970 promoveu o
regime com muita intensidade para passar uma sensação de estabilidade,
enquanto que na realidade a repressão era severa, os assassinatos e as torturas
eram frequentes.
O esporte passa a ser usado como elemento para ocupar o tempo
disponível da juventude como um substituto da política. A Educação Física volta
a ser obrigatória no ensino superior e as Atléticas foram as organizações que
tiveram impulso como forma de neutralizar a ação dos Diretórios e Centros
Acadêmicos que lutavam contra o regime (Castellani Filho, 2010).
A Educação Física passa a funcionar com o método desportivo
generalizado e ter a função de massificar os esportes para estimular a revelação
de atletas para o êxito da nação nas competições esportivas. Os parâmetros
teóricos e metodológicos estavam pautados apenas na aptidão física, na
aprendizagem técnica e tática dos esportes e no desempenho, dentro de uma
lógica alienante e no marco de uma visão de corpo biologicista.
Resultado da abertura democrática e de um processo de luta social de
massas na década de 1980, houve uma intensa polarização do debate acerca
das funções sociais da Educação Física, seus fundamentos internos, suas
concepções pedagógicas e fundamentos teóricos. Em síntese, houve processo
de debate e reconstrução dos parâmetros da aptidão física até então
hegemônicos nessa disciplina passam a ser questionados por uma série de
autores dentro do que foi chamado movimento de renovação da Educação
Física. Esse debate centrou em torno daqueles que consideravam a Educação
Física e o movimento a partir de fundamentações mais baseadas nas ciências
biológicas e outras correntes que consideravam-na com mais proximidade as
ciências sociais e desencadearam o surgimento das tendências pedagógicas da
Educação Física.
Parte Final

Nessa etapa será realizada uma síntese final e apresentadas algumas


questões que julgamos pertinentes destacar,
Ao considerar o uso do Esporte durante os anos da Recreação Operária, o
desenvolvimento dessa política com a criação do Sistema S na década de 1940
e seu uso durante o regime militar percebe-se sua estreita relação com as
relações de poder estabelecidas e o quanto essa atividade foi promovida
institucionalmente com forte conotação de controle social e de apaziguamento
das tensões dos conflitos sociais.
Dentro desse quadro, pode se observar também a organicidade da
Educação Física como uma disciplina que retroalimentou essa dinâmica
destacada acima. A partir do contexto sociopolítico brasileiro do período da
reabertura democrática, essa realidade passou a ser frontalmente questionada
e a partir dos debates dos anos de 1980 se expressou um processo de conflito
em torno da construção paradigmática da Educação Física que contribuiu em
muito com a aproximação de fundamentos mais ligados as Ciências Sociais e
Humanas para o constructo teórico metodológico da área.

Referências Bibliográficas

CASTELLANI FILHO, L. Educação física no Brasil a história que não se


conta. Campinas: Papirus, 17 ed. 2010.

PEIXOTO, Elza. O serviço de recreação operária e o projeto de


conformação da classe operária no Brasil. Revista Pro-Posições, v. 19, n. 1 (55)
- jan./abr. 2008.

MELO, Victor de Andrade; ALVES JUNIOR, Edmundo de Drummond.


Introdução ao Lazer. Barueri, SP: Manole, 2003.

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